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CLOVIS FERREIRA - OSM - GESTOR em ESTRATEGIA da ENG de MANUTENÇÃO e PRODUÇÃO 2 Água de Resfriamento Em um motor, uma parte do calor produzido pela combustão, o calor produzido pela compressão e pelo atrito de peças móveis é removido pela água de resfriamento e pelo óleo lubrificante O sistema de água de resfriamento é composto, basicamente, por água, bomba de circulação, resfriador, tanque de expansão, redes, válvulas, sensores e controladores. 3 4 5 6 •A função da água de resfriamento é retirar o calor produzido no motor e dissipá-lo através de um resfriador, para á água do mar. •Geralmente usamos água, livre de cloretos e outros contaminantes, tratada quimicamente para proteger a câmara d’água, redes e resfriador da corrosão, oxidação, depósitos e incrustação. A água circula com temperatura controlada manualmente ou automaticamente. 7 •Esta água troca calor em um resfriador com a água doce de baixa temperatura ou diretamente com a água do mar. No bloco do motor, a água entra por baixo e sai por cima para evitar turbulência e para resfriar por último o cabeçote e a turbina. 8 SISTEMAS DE ARREFECIMENTO Um dos aspectos mais importantes a ter em conta nos sistemas de arrefecimento a bordo é a corrosão. Sabendo que a água do mar, pelas suas características químicas provoca uma corrosão acelerada dos sistemas e tubulações, na construção naval moderna procura-se que a água salgada percorra dentro do navio o menor percurso possível, sendo o arrefecimento direto dos órgãos e sistemas efetuado através de água doce tratada e em circuito fechado. 01 - Máquina P.P. 02 - Tomada de fundo baixa 03 - Tomada de fundo alta ou de costado 04 - Filtro de fundo 05 - Bombas de circulação de água do mar 06 - Sensor de temperatura 07 - Arrefecedor de óleo de lubrificação 08 - Arrefecedor de água das camisas 09 - Arrefecedor de ar de lavagem 10 - Válvula termostática 1.1. CIRCUITO DE ÁGUA DO MAR No esquema podemos observar um circuito de água do mar típico em que aparecem representados os seguintes componentes: 11 - Válvula de descarga p/ borda 12 - Circuito de recirculação de água do mar 13 - Purgador de ar do sistema 10 Neste sistema a água do mar é aspirada pelas bombas de circulação de água do mar (05) através das caixas de mar de fundo, passa pelos filtros de fundo (04) e circula os arrefecedores de óleo de lubrificação, arrefecedores de ar de lavagem (09) e arrefecedores de água doce de circulação das camisas, descarregando em seguida para o mar. Quando a água do mar se encontra com uma temperatura baixa (p. ex: quando o navio está a navegar em águas muito frias, a válvula termostática (10) faz com que a água do mar entre em recirculação total ou parcial. A aspiração da água do mar pode ser efetuada pela caixa de mar alta ou pela inferior de acordo com as condições de calado do navio. SISTEMA DE RESFRIAMENTO Observações gerais: A temperatura máxima atingida na combustão normal de um hidrocarboneto num motor diesel é de cerca de 3000º F. Esta temperatura supera em muito as da fusão do alumínio (1220º F), cobre (1981º F) e ferro (2795º). 11 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Observações gerais: Parte considerável do calor desprendido pela combustão é absorvida pelas partes do motor que delimitam a chamada câmara de combustão, ou seja, paredes de cilindro, cabeças, êmbolos e válvulas. Se parte do calor absorvido não for devidamente dissipado por um agente resfriador (líquido ou ar), a superfície interna dos cilindros se superaquece, causando distúrbios que podem resultar em danos e até mesmo em avaria total do motor. 12 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Observações gerais: Além de 350º C, o óleo de lubrificação do cilindro se decompõe e pode mesmo se transformar em combustível. É conveniente, para assegurar uma lubrificação normal e evitar a formação de goma nas molas de segmento, e nas guias das válvulas de descarga, não se ultrapassar as temperaturas da ordem de 200 º C a 220º C para as paredes em contato com óleo Lubrificante. 13 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Observações gerais: Se a temperatura próxima das válvulas atingir 250º C, as guias das válvulas podem grimpar devido a falta de lubrificação. Assim como faltará lubrificação entre o êmbolo e as paredes do cilindro, resultando atrito excessivo entre os dois, e conseqüente desgaste excessivo e avaria pesada. 14 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Observações gerais: Se a temperatura próxima das válvulas atingir 250º C, as guias das válvulas podem grimpar devido a falta de lubrificação. Assim como faltará lubrificação entre o êmbolo e as paredes do cilindro, resultando atrito excessivo entre os dois, e conseqüente desgaste excessivo e avaria pesada. Nos balanços térmicos de motores, mais ou menos 1/3 da energia fornecida pela combustão é perdida em resfriamento enquanto que cerca de 40% é dissipada pelos gases de descarga 15 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Observações gerais: Um sistema bem dimensionado deve prover o resfriamento conveniente. Deve-se evitar um resfriamento em excesso, que é tão prejudicial quanto um resfriamento deficiente, embora este seja muito mais crítico. 16 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Conseqüências de um resfriamento excessivo: 1º) Combustível não se vaporiza suficientemente para formar uma mistura homogênea com o ar. Isto resulta em: combustão imperfeita e desperdício de combustível, possibilidade de diluição do óleo do cárter, funcionamento irregular e tendência a parar o motor. 17 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Conseqüências de um resfriamento excessivo: 2º) Aumento das perdas mecânicas, devido ao aumento da viscosidade do óleo quando o motor cair abaixo de valores mínimos estabelecidos. 3º) Alteração das folgas das válvulas e registro do motor. As válvulas são ajustadas pelo fabricante para funcionar eficientemente acima de uma determinada temperatura de funcionamento do motor. 18 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Conseqüências de um resfriamento excessivo: 4º) Diminuição do rendimento do motor, pois parte do calor que seria transformado em trabalho, é absorvido pelo excesso de resfriamento. Além das conseqüências expostas, o excesso de resfriamento pode causar: condensação da umidade no cárter, condensação de produtos ácidos nos cilindros, formação de lacas e vernizes e acúmulos de borra de óleo lubrificante. 19 FINALIDADES DO SISTEMA DE RESFRIAMENTO Absorver e dissipar o calor em excesso no motor, a fim de evitar avarias (por destruição da película de óleo lubrificante ou por sobreaquecimento nas partes do motor); Manter o motor numa temperatura suficientemente alta, a fim de permitir um funcionamento suave e eficiente, obtendo o seu máximo rendimento; Resfriar o motor de tal maneira que não haja tensões em partes do motor devido a desigualdades de temperatura. 20 TRANSFERÊNCIA DE CALOR O calor é desenvolvido nos motores diesel por: Compressão de ar nos cilindros; Queima do combustível; Atrito 21 TRANSFERÊNCIA DE CALOR O calor pode ser transferido por três métodos: Condução é a transferência de calor que se verifica por contato entre o corpo e temperatura mais elevada para o de temperatura mais baixa; Radiação é a transferência de calor através do espaço, do corpo mais quente para o mais frio; Convecção é um processo em que um corpo e a energia nele contida são deslocados de uma posição para outra sem haver uma mudança de estado. 22 TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO MOTOR, EX. 1) Convecção nosgases de descarga e na água de resfriamento 2) Radiação nas superfícies externas quentes do motor para as partes mais frias da praça de máquinas 3) Condução dos gases da combustão para as paredes do cilindro, êmbolo, etc, e destes para a água de resfriamento 23 TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO MOTOR A perda de calor através dos gases de descarga e por radiação dependem principalmente da carga do motor e não pode ser controlada diretamente. A temperatura de funcionamento do motor deverá ser controlada, controlando-se o sistema de resfriamento 24 TIPOS DE SISTEMA DE RESFRIAMENTO Sistema de resfriamento direto Sistema de resfriamento indireto 25 SISTEMA DE ARREFECIMENTO Tipos de sistemas de resfriamento: Direto: Aberto - ar -liquido Indireto: Fechado e Aberto - liquido/ar - liquido/liquido Resfriamento sobre-quilha (keel-cooller) SISTEMA DE RESFRIAMENTO DIRETO Sistema de resfriamento direto - é aquele no qual apenas um fluido (ar ou líquido), é utilizado no resfriamento do motor. resfriamento a ar - resfriamento realizado diretamente pelo ar, como em aviões, motocicletas e motores pequenos de automóveis como nos motores Volkswagen, 27 SISTEMA DE ARREFECIMENTO Tipo de arrefecimento Direto aberto ar: Este método é simples, utilizando prolongamentos (aletas) aumentando a dissipação de calor da camisa para o meio externo. Podendo ser ventilação forçada ou natural. 29 30 SISTEMA DE RESFRIAMENTO DIRETO Resfriamento aberto – Resfriamento realizado diretamente pela água, utilizado em alguns motores diesel marítimos de embarcações que operam em lagos e rios. Não é utilizado em Motores diesel de embarcações ou navios que operam em água salgada, pois o limite imposto para a temperatura da água de resfriamento na descarga, de 54,4 º C, valor este para que não haja problemas de depósitos de sais nas galerias e coletores, não condiz com a situação exigida pelo motor para um rendimento satisfatório. Contudo pode ser utilizado para resfriamento de emergência 31 SISTEMA DE ARREFECIMENTO Tipo de arrefecimento Direto aberto líquido: Consiste na utilização da água do meio navegável para o arrefecer os motores, desprezando-a em seguida. 33 Tipo de arrefecimento Direto aberto líquido: SISTEMA DE RESFRIAMENTO INDIRETO Sistema de resfriamento indireto - é aquele no qual o fluido que circula no motor (sempre líquido), absorve-lhe o calor e o transfere a outro fluido, que pode ser líquido ou ar. 34 SISTEMA DE ARREFECIMENTO Sistema de arrefecimento indireto: fechado / aberto Líquido – Ar Consiste em um sistema fechado de água doce, que troca calor através de um trocador alimentado por ar. 36 37 38 39 40 SISTEMAS FECHADOS Estes sistemas estão livres dos problemas causados pela circulação da água do mar nos motores. 41 A água doce atravessa o motor desde a sua parte inferior, onde o motor está mais frio e a água também, circulando no sentido ascendente até à parte superior onde o motor e a água estão mais quentes. É aconselhável que o diferencial de temperatura através do motor se situe entre os 6 a 12 ºC de forma a evitar as tensões térmicas. Neste sistema existe um tanque de expansão (ou compensação) com uma capacidade de 5 a 10% do volume de água de arrefecimento em circulação. Este tanque tem por missão compensar as variações de volume devido às variações de densidade e compensar eventuais fugas que se possam verificar no sistema de circulação. SISTEMA DE RESFRIAMENTO INDIRETO Este sistema apresenta uma série de vantagens: Poder manter a temperatura da água de resfriamento na saída do motor entre valores mínimos e máximos recomendados, o que propicia um bom rendimento do motor; Não há perigo de formação de incrustações e corrosão nos condutos e galerias do motor uma vez que a água utilizada é doce e tratada; 42 SISTEMA DE RESFRIAMENTO INDIRETO Este sistema apresenta uma série de vantagens: Sendo o óleo lubrificante resfriado pelo sistema de resfriamento, este sistema permitirá que a temperatura do mesmo seja mantida na saída do motor dentro dos limites pré-estabelecidos , a fim de que permaneça numa viscosidade que não redunde em maiores atritos que venham a reduzir a potência útil do motor. Não serão formados depósitos de sais nos condutos de água salgada porque o aumento de temperatura através do resfriador será limitado de modo que não ultrapasse na descarga a temperatura de 54,4º C 43 SISTEMA DE RESFRIAMENTO INDIRETO A desvantagem deste sistema é representada pelos equipamentos necessários ao seu funcionamento, quais sejam: Bombas de água doce e salgada Resfriadores da água de circulação Tanque e canalizações adicionais Válvula termostática 44 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-AR Este sistema emprega geralmente água como líquido arrefecimento, porém pode empregar líquidos ou soluções especiais, como anti-congelantes, etc. circuito básico do fluido circulante: câmaras dos cilindros cabeças coletor de descarga de agua. Radiador modos de circulação Natural forçada por vaporização 45 SISTEMA DE ARREFECIMENTO Sistema de arrefecimento indireto aberto Líquido – Ar Consiste em um sistema fechado de água doce, que troca calor através de um trocador alimentado por ar. SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-AR Circulação natural o sistema é projetado de modo que a água possa circular naturalmente, em virtude de diferença de suas densidades em diferentes temperaturas (convecção). Utilizado apenas em motores pequenos, pois a circulação se dá mesmo sob condições favoráveis, muito lentamente. Circulação Forçada utiliza uma bomba, normalmente centrífuga, para circulação da água; Circulação por vaporização permite uma troca de calor muito elevado quando o agente arrefecimento atinge o ponto de ebulição próximo ao locais de resfriamento. 47 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-AR Circulação Forçada - componentes principais Bomba circula o líquido arrefecimento através do motor Câmaras de circulação diversas passagens da água entre paredes duplas dos cilindros e suas cabeças. Cobrem normalmente toda a extensão do curso do êmbolo a fim de evitar dilatação desigual do cilindro. Radiador sua finalidade é resfriar a água de circulação mediante a passagem de um fluxo de ar atmosférico em torno dos tubos nos quais circula a água de circulação 48 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-AR Circulação Forçada - componentes principais Termostato - na maioria dos sistemas instala-se uma termostato ou válvula termostática na conexão com a mangueira superior. Sua finalidade é manter automaticamente a mínima temperatura normal do motor e permitir também um rápido aquecimento do motor após a partida. No início do funcionamento a água contornará o radiador; quando a água atinge a temperatura mínima normal, a válvula termostática abre e a água passa a circular no radiador. 49 50 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-AR Circulação Forçada - componentes principais Ventilador – resfria a água de circulação. Pode ser dependente do motor (acionado por correia) ou independente do motor (acionado por motor elétrico, comandado por termostato). 51 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Este sistema é usado modernamente nos motores marítimos onde a água doce circula no motore é resfriado pela água do mar em resfriadores apropriados. Neste caso, o motor possui, geralmente duas bombas dependentes, uma para água doce e outra para água salgada. 52 SISTEMA DE ARREFECIMENTO Sistema de arrefecimento indireto aberto Líquido – Líquido Consiste em um sistema onde o fluido de arrefecimento é água doce que circula em sistema fechado, e o fluido refrigerador (água salgada) circulando em um sistema aberto. 54 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Componentes principais Bombas utilizadas para a circulação de água, comandadas por engrenagens do eixo de manivelas ou eixo de cames. Em grandes motores, são, as vezes, acionadas por motores elétricos Tanque de expansão utilizados para permitir expansão da água de resfriamento devido ao aumento de temperatura. Ele fica situado no ponto mais alto do sistema mantendo uma pressão constante, evitando a formação de bolsões de ar (o ar tende a sair do sistema pelo suspiro deste tanque) e compensando as fugas de água existente. O volume do tanque deve ser entre 5% e 10% da capacidade total do sistema. 55 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Componentes principais Resfriadores utilizadas para absorver o excesso de calor do fluido que trabalhou na máquina. O líquido a ser resfriado trabalha sempre com maior pressão que o líquido resfriador, como medida de proteção ao sistema de água doce e de lubrificante. Ralos localizados nas aspirações das bombas, retém partículas maiores, evitando entupimento dos resfriadores, canalizações , etc. 56 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Componentes principais Válvulas, redes e coletores completam o sistema conduzindo o fluido e distribuindo-o às diversas partes do motor. Válvula reguladora de temperatura regula automaticamente a temperatura da água doce e do óleo lubrificante. Permite um rápido pré- aquecimento da máquina durante a partida. Câmaras de resfriamento onde efetivamente se dá o intercâmbio do excesso de calor da máquina para o agente de resfriamento. 57 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Componentes principais Purgadores de ar localizados nos pontos mais altos do sistema e no corpo das bombas. Permite retirar o ar do sistema uma vez que este é prejudicial à transferência de calor. Indicador de nível localizados no tanque de expansão. Deve ser mantido o nível do sistema a 3/4 do visor ou no nível indicado pelo fabricante. Manômetros, termômetros e alarmes são unidades de monitoramento do sistema. 58 PRINCIPAIS COMPONENTES DO SISTEMA INDIRETO KEEL-COOLLER Sistema fechado: água doce Tanque de expansão; Válvula de comunicação; Bomba centrifuga de água doce; Aquecedor; Dutos de entrada de água no bloco; Coletor de saída de água doce; válvula termostática; Válvulas de retenção(entrada e saída) e Tubulação de Quilha. SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Tratamento de água do sistema O sistema de resfriamento dos motores está sujeito a sérias corrosões e formação de incrustações quando funcionando com água não tratada. A fim de minimizar estes problemas e prolongar a vida do sistema é necessário manter-se a água dentro de certas condições através de um tratamento adequado. Utilizam-se inibidores que mantêm o pH da água entre 8,25 e 9,75. A corrosão ocorre fora desta faixa. 60 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Solução anti-congelante São utilizadas em locais aonde a temperatura pode cair abaixo de 0ºC, pois a água quando congela se expande aumentando seu volume, podendo romper resfriadores, blocos ou cabeças de cilindro. São utilizadas soluções de álcool e água, de água e glicol, etc. 61 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Manutenção e limpeza os maiores problemas encontrados quanto à manutenção dos sistemas de resfriamento são: redução da tendência de formação de incrustações e corrosão, nas câmaras de resfriamento e resfriadores é obtida pelo tratamento apropriado da água do sistema limpeza apropriada das câmaras de resfriamento e resfriadores cuidados quanto a vazamento dos diversos pontos do sistema 62 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Manutenção e limpeza os maiores problemas encontrados quanto à manutenção dos sistemas de resfriamento são: manter as bombas de circulação em boas condições operativas verificar anéis de desgaste, limpeza de ralos da aspiração, evitar entrada de ar na aspiração, limpeza do impelidor, verificar desgaste do impelidor, verificar mancais da bomba e verificar engaxetamento 63 SISTEMA INDIRETO LÍQUIDO-LÍQUIDO Resfriadores os maiores problemas encontrados nos resfriadores são: presença excessiva de incrustação O sintoma típico é o aumento gradual de temperatura da água doce. a grande tendência à formação de incrustação existe no lado da água salgada, e ocorrem devido principalmente à: falta de limpeza periódica, temperatura elevada da água do mar (acima de 54,4ºC), utilização de água dura” (água sem tratamento, com alta concentração de sais formadores de incrustação) entupimento ou obstrução vazamento 64 65 A água doce atravessa o motor desde a sua parte inferior, onde o motor está mais frio e a água também, circulando no sentido ascendente até à parte superior onde o motor e a água estão mais quentes. É aconselhável que o diferencial de temperatura através do motor se situe entre os 6 a 12 ºC de forma a evitar as tensões térmicas. Neste sistema existe um tanque de expansão (ou compensação) com uma capacidade de 5 a 10% do volume de água de arrefecimento em circulação. Este tanque tem por missão compensar as variações de volume devido às variações de densidade e compensar eventuais fugas que se possam verificar no sistema de circulação. 66 SISTEMA DE ÁGUA DOCE COM CIRCUITOS DE ALTA E BAIXA TEMPERATURA No sistema representado na figura 3, a circulação de água doce consiste em dois circuitos, um de alta temperatura - AT (vermelho) e outro de baixa temperatura - BT (laranja). Nesta configuração, a água doce vai circular quase todos os permutadores existentes no navio evitando, desta forma, a ação corrosiva provocada pela água do mar e permitindo uma melhor eficiência energética. 67 Sistema de circulação de água salgada 68 Sistema de circulação das camisas alta temperatura 69 Sistema de circulação agua doce baixa temperatura 70 Para melhor compreender este tipo de sistema indicam-se em seguida os diversos componentes: 1 a 8 – Diversos arrefecedores do circuito de baixa temperatura (óleo de lubrificação PP, óleo de lubrificação do mancais, óleo do sistema do controlo do passo do hélice, arrefecedores de ar de lavagem, compressores de ar, óleo da manga, etc.) 71 72 9 – Tanque de expansão 10 – Bomba de enchimento do Tq. Expansão 11 – Controlador de temperatura (circuito de AT) 12 e 13 – Bombas de circulação PP (circuito de AT) 14 - Bomba de circulação AUX (circuito de AT) 73 15 – Válvula 3 vias de regulação de temperatura (circuito de AT) 16 – Válvula de by-pass 17 – Pré-aquecedor a vapor da água de circulação 18 – Permutador do Vaporizador/Destilador 19 e 20 – Arrefecedores PP 74 21 - Válvula 3 vias de regulação de temperatura (circuito de BT) 22 - Controlador de temperatura (circuito de BT) 23 e 24 - Bombas de circulaçãoPP (circuito de BT) 25 - Bomba de circulação AUX (circuito de BT) 75 CIRCUITO DE ALTA TEMPERATURA O circuito de alta temperatura (AT) é responsável pela circulação das camisas e êmbolos do motor PP. A água doce comprimida pelas bombas (12, 13 e 14) circula o motor e sai passando pela válvula reguladora de temperatura (15). Se a temperatura estiver abaixo do valor pré-definido no controlador (11), o controlador posiciona a válvula reguladora de temperatura (15) de forma a que toda a água vá diretamente para a aspiração das bomba. 76 Quando, o motor está a trabalhar, a temperatura de circulação atinge o valor estabelecido e o controlador faz com que a válvula reguladora de temperatura (15) comece a dar passagem da água do circuto de baixa temperatura, permitindo manter constante o valor da temperatura do circuito de AT. 77 O pré-aquecedor (17) tem por finalidade colocar a máquina PP em aquecimento após paragem prolongada de forma a prepará-la para entrar em manobras. Este pré-aquecimento da água de circulação é efetuado ou à custa de vapor ou através da água de circulação dos Diesel-geradores. O permutador 18 encontra-se instalado no vaporizador/destilador que será tratado com detalhe mais adiante nestes apontamentos. 78 CIRCUITO DE BAIXA TEMPERATURA A água doce do circuito de BT é comprimida pelas bombas respectivas (23, 24 e 25), circulando os diversos permutadores intercalados no circuito (1 a 8) passando através da válvula de by- pass (16) ou misturando-se com a água do circuito de AT através da válvula reguladora de temperatura (15). O controlador 22 recebe o sinal do sensor de temperatura e actua sobre a válvula reguladora de temperatura do circuito de BT (21) fazendo com que a água de circulação passe pelos arrefecedores PP ou pela válvula de by-pass dos arrefecedores (19 e 20) em função da temperatura do circuito. Estes arrefecedores permitem transferir o calor da água doce do circuito de BT para a água do mar. 79 Numa prática mantida durante muitos anos e ainda hoje seguida por alguns construtores, o arrefecimento dos êmbolos é efetuado através da circulação de óleo de lubrificação. Com o desenvolvimento de novos motores de grandes dimensões e potências, com o correspondente aumento da quantidade de calor a dissipar, passaram a ser usados sistemas de arrefecimento dos êmbolos que utilizam água doce, dado que a água remove o calor de forma mais eficiente. Como o calor específico da água é cerca do dobro da do óleo de lubrificação, basta cerca de metade da quantidade de água para remover a mesma quantidade de calor. As dimensões e as potências das bombas são, neste caso, correspondentemente reduzidas. ARREFECIMENTO DOS ÊMBOLOS 80 Quando a água doce é utilizada no arrefecimento dos êmbolos, o sistema de circulação é independente do sistema de circulação do motor. Os sistemas de arrefecimento são também frequentes para as válvulas de injeção de forma a prevenir sobreaquecimentos. Se a válvula injetora está sobreaquecida, o combustível que entra em contato com ela pode carbonizar, causando o encravamento do bico do injetor. ARREFECIMENTO DOS ÊMBOLOS 81 As bombas de água doce de circulação são bombas centrífugas que comprimem a água através do sistema. Nos motores de média e alta velocidade é frequente que estas bombas se encontrem acopladas ao motor o que faz com que, neste caso, quando a máquina para a circulação é interrompida. Nos motores de baixa velocidade, devido à complexidade do mecanismo de transmissão de movimento que seria necessário para que as bombas tivessem uma velocidade adequada, as bombas são acionadas por motores eléctricos. Durante os períodos de ‘shutdown’ as bombas são mantidas a funcionar até que a diferença de temperatura entre a água e o motor seja sensivelmente zero. BOMBAS DE ÁGUA DOCE DE CIRCULAÇÃO 82 Existem diversos tipos de arrefecedores (permutadores de calor) desde os de tipo tubular (shell and tube) até aos de placas, sendo sempre constituídos por duas partes, uma delas circulada pelo fluído frio e outra pelo fluído quente. Este tipo de órgão será estudado em pormenor na disciplina de máquinas auxiliares. ARREFECEDORES 83 84 Clovis Ferreira Mendes. -Oficial superior de máquinas. -Engenheiro Mecânico. -MBA- Gestão Estratégica da engenharia de manutenção. Referencia – Escola Náutica Infante Dom Henrique Manual MAN – B & W
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