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DIREITO AGRÁRIO
Fundamentos e Princípios
Prof. Ms. Marden Reis de |Abreu
Princípio (do latim principiu) significa o início, fundamento ou essência de algum fenômeno. Também pode ser definido como a causa primária, o momento, o local ou trecho em que algo, uma ação ou um conhecimento tem origem. Sendo que o princípio de algo, seja como origem ou proposição fundamental, pode ser questionado. Outro sentido possível seria o de norma de conduta, seja moral ou legal. Na filosofia, é uma proposição que se coloca no início de uma dedução e que não é deduzida de nenhuma outra proposição do sistema filosófico em questão
Os princípios são “aqueles critérios de categoria universal que informam o conteúdo e caráter de sua normatização, de modo que resultam como inerentes ao objetivo e à natureza da mesma, nos ordenamentos jurídicos, instituições ou direito positivo dos diversos países”, nos termos do jurista espanhol Juan Jose Sanz Jarque.
1. Princípio da Função Social na propriedade rural;
Art. 186 – A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
 I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (BRASIL, 1988).
O objetivo deste artigo é justamente demonstrar como a função social da propriedade rural possui, na realidade, natureza jurídica de regra. Finalmente, deve-se ressaltar que o correto enquadramento técnico do dispositivo possui enorme relevância. A rigor do caput do art. 184, da Constituição: Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. (BRASIL, 1988).
A REGRA CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL
Como leciona Humberto Ávila (2013, p. 33-34), a norma é um sentido construído a partir da interpretação sistemática de um ou mais dispositivos do texto legal. Não existe, assim, uma relação de equivalência numérica entre dispositivos e normas. Existem normas sem correspondência direta de dispositivos (por exemplo, alguns princípios tácitos) assim como existem normas unitárias construídas a partir de diversos dispositivos. Este é o caso da função social da propriedade rural. 
Trata-se de uma única norma, construída a partir da interpretação de dois dispositivos constitucionais: o art. 5º, XXII, e o art. 186: Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
2. Principio da preservação do meio ambiente; 
A preservação do meio ambiente, embora requisito do próprio cumprimento da função social, erige-se em princípio autônomo, considerando a natureza da atividade agrária, sempre muito impactante, a exigir a efetivação da determinação constante do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama 001/86);
Princípios são os mandamentos básicos e fundamentais nos quais se alicerça uma ciência. São as diretrizes que orientam uma ciência e dão subsídios à aplicação das suas normas. 
Os princípios do Direito Ambiental estão voltados para a finalidade básica de proteger a vida em quaisquer das formas em que esta se apresente e para garantir um padrão de existência digno para os seres humanos desta e das futuras gerações.
Em nossa Carta Constitucional podem ser verificados princípios ambientais fundamentais para a instrução do Direito Ambiental, sem prejuízo de alcançá-los nas normas infraconstitucionais e nos fundamentos éticos e valorativos que, antes de tudo, devem nortear as relações entre o homem e as demais formas de vida ou de manifestação da natureza.
Abaixo seguem alguns dos principais princípios norteadores do Direito Ambiental, vários deles referendados na nossa lei maior (Constituição da República Federativa do Brasil de 1.988 – principalmente no Art. 225).
Princípio da desapropriação para fins de reforma agrária como aspecto positivo da intervenção do Estado:
Como aspecto positivo da intervenção do Estado na propriedade privada, temos como princípio constitucional de Direito agrário a desapropriação para fins de reforma agrária. Nessa hipótese, se o imóvel for improdutivo ou não estiver cumprindo sua função social, ou ainda, mesmo sendo produtivo, não estiver cumprindo os requisitos do art. 186, incs. I a IV, deve ser desapropriado para que se possa condicionar a exploração da terra á satisfação do interesse da coletividade, especialmente por meio de assentamentos de trabalhadores rurais. 
[...] A desapropriação de imóveis para fins de reforma agrária pode incidir também em casos de imóveis rurais arrendados, pois, se a conduta do arrendatário é infringente dos postulados da função social, o proprietário deve arcar com ônus em função da culpa in eligendo ou in vigilando;
Princípio da vedação da desapropriação do imóvel rural produtivo e da pequena e da média propriedade rural:
Como aspecto negativo da intervenção do Estado na propriedade privada, temos a conduta de abstenção consubstanciada no princípio da vedação da desapropriação do imóvel rural produtivo e da pequena e da média propriedade rural, extraído do art. 185, incs. I e II, da Constituição Federal. Não obstante, o imóvel produtivo pode ser objeto de desapropriação caso não esteja cumprindo com sua função social, pois da tensão entre o disposto neste artigo em confronto com os arts. 184 e 186, incs I a IV, chega-se a essa interpretação. Por outro lado, a pequena e a média propriedade não podem, em hipótese alguma, ser desapropriadas, desde que seu proprietário não possua outra;
Princípio da impenhorabilidade da pequena propriedade rural:
O princípio da impenhorabilidade do imóvel rural está previsto de forma específica no art. 5º, XXVI, da Constituição Federal. Deve-se, para a aplicação do referido dispositivo, editar-se lei específica que defina o que vem a ser pequena propriedade rural para esta finalidade. Não obstante, enquanto não for definida a área que não poderá se objeto de penhora, o parâmetro a ser adotado é o do conceito de propriedade familiar previsto no Estatuto da Terra;
Princípio da privatização das terras públicas:
A privatização das terras públicas é princípio constitucional que deflui do art. 188, §§ 1º e 2º da Constituição Federal, e está a sinalizar que o Pode Público deve concentrar seus esforços na destinação de suas terras devolutas para fins de reforma agrária, pois o custo ao erário, nessas hipóteses, é bem inferior ao da expropriação de terras particulares para a mesma finalidade;
 Princípio da segurança na atividade agrária:
Com especial destaque, surge o princípio da segurança na atividade agrária, extraído do art. 187, incs. I, II, e V, o qual direciona a conduta estatal no sentido de oferecer o mínimo de garantia para o exercício da atividade agrária, sempre sujeita à influência de fatores da natureza que podem eventualmente comprometer o seu resultado e com isso levar à ruína do agropecuarista;
Princípio do aumento da produtividade:
O aumento da produtividade é princípio constitucional, presente nos incs. III, IV, VI e VII do art. 187, da Constituição Federal, e recomenda a adoção de medidas que resultem em investimentos mais robustos na pesquisa de novas tecnologias para dar solução a problemas da agricultura e pecuária, tais como a incidência de pragas e outros fenômenos naturais que comprometem a qualidade e a quantidade dos produtos;
Princípiodo estímulo ao cooperativismo:
O princípio do estímulo ao cooperativismo agrário está entrelaçado com o do aumento da produtividade, e é decorrente de diversas disposições constantes do texto constitucional (arts. 5º, incs. XVIII, XIX, XX e XXI, 146, inc. III, alínea “c”, 174 e 187, inc. VI) que denotam a preocupação do legislador constituinte em propiciar essa extraordinária forma de organização atividade econômica. [...] O cooperativismo deve ser a estratégia tônica do Poder Público especialmente em projetos de assentamentos, pois resulta em aumento qualitativo e quantitativo da produção agropecuária, bem como na própria eficiência da atividade agrária;
Princípio da melhoria da qualidade de vida no campo:
O princípio da melhoria da qualidade de vida no campo é presente implicitamente em praticamente todas as regras constitucionais que versam sobre a matéria agrária, mas a que mais denota sua presença é a prevista no art. 187, inc. VIII, onde está antevisto que a habitação para o trabalhador rural deve ser uma preocupação na formulação da política agrícola. Isso é uma das providências cujo escopo é fixar o homem no campo e até mesmo contribuir para o movimento migratório da cidade para o campo, o êxodo urbano;
Princípio da primazia da atividade agrária frente ao direito de propriedade:
Por fim, o princípio da primazia da atividade agrária em face do direito de propriedade, o qual não é só manifestado na previsão da desapropriação para fins de reforma agrária, mas sim, também pela previsão do usucapião constitucional pro labore no art. 191, caput, da Constituição Federal.
Os preceitos sociais da questão agrária coadunam-se aos princípios constitucionais do direito agrário. Com efeito, os aduzidos princípios integram-se à questão agrária, fazendo parte de seu bojo. Veja-se que a problemática da questão agrária encontra seu desiderato na principiologia aqui apresentada.
Percebe-se a preocupação do constituinte em buscar a emancipação do campesino e o desenvolvimento agrário. 
O princípio da função social, que encabeça a luta do Direito agrário, mostra-se completo por contemplar tanto a saúde do imóvel, quanto dos proprietários, vizinhos, trabalhadores, meio ambiente e toda a sociedade. Também, o incentivo ao aumento da produtividade e às práticas cooperativistas, bem como a busca da melhor qualidade de vida no campo, e demais princípios, mostram-se perfeitamente cabíveis à solução da questão agrária, conquanto possibilitem a integralização de indivíduos à estrutura agrária.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:
A dignidade da pessoa humana é o centro da ordem jurídica democrática, do qual decorrem os demais subprincípios constitucionais ou setoriais, e fundamentam o próprio direito. Bem verdade que o exato significado de “dignidade da pessoa humana” ainda está em construção, mas certamente inclui o direito à liberdade, à saúde, assim como o direito do homem de viver em um ambiente não poluído, conforme se extrai do 
Princípio 1 da Declaração de Estocolmo de 1972:
“O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador solene da obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras. ”
Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio:
O Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio tem berço no art. 225, caput da Constituição da República. Este princípio busca garantir a utilização contínua e sustentável dos recursos naturais que, apesar de poderem ser utilizados, carecem de proteção para que também estejam disponíveis às futuras gerações. Para tanto é necessário que as atuais gerações tenham o direito de não serem postas em situações de total desarmonia ambiental.
Temos o direito de viver em um ambiente sadio e livre de poluição sobre qualquer das formas, sem que sejamos postos diante de situações que acarretem prejuízos à qualidade de vida, em razão de posturas contrárias aos dogmas de preservação do meio ambiente.
Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental, tanto no âmbito nacional, como no internacional.
Na Conferência do Rio, realizada em 1992 da Cidade do Rio de Janeiro, o Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio foi reconhecido como o direito dos seres humanos a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
O Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio deve ser interpretado como a necessidade de o Estado focar suas ações em medidas de preservação, apenas acolhendo subsidiariamente outras medidas de repressão ou de recomposição dos prejuízos ambientais.
Princípio da Prevenção e princípio da Precaução:
O objetivo do Princípio da Prevenção é o de impedir que ocorram danos ao meio ambiente, concretizando-se, portanto, pela adoção de cautelas, antes da efetiva execução de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras de recursos naturais.
Aplica-se o Princípio da Prevenção naquelas hipóteses onde os riscos são conhecidos e previsíveis, de modo a se exigir do responsável pela atividade impactante a adoção de providências visando, senão eliminar, minimizar os danos causados ao meio ambiente.
 É o caso, por exemplo, de atividade industrial que gere gases que contribuem para o efeito estufa. Tratando-se de riscos previamente conhecidos, antecipa-se a Administração Pública ao dano ambiental e impõe ao responsável pela atividade a utilização de equipamentos ou tecnologias mais eficientes visando a eliminação ou diminuição do lançamento daqueles gases na atmosfera
O Princípio da Precaução, por seu turno, possui âmbito de aplicação diverso, embora o objetivo seja idêntico ao do Princípio da Prevenção, qual seja, antecipar-se à ocorrência das agressões ambientais.
Enquanto o Princípio da Prevenção impõe medidas acautelatórias para aquelas atividades cujos riscos são conhecidos e previsíveis, o Princípio da Precaução encontra terreno fértil nas hipóteses em que os riscos são desconhecidos e imprevisíveis, impondo à Administração Pública um comportamento muito mais restritivo quanto às atribuições de fiscalização e de licenciamento das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
Princípio do poluidor pagador:
O princípio do poluidor-pagador pode ser entendido como sendo um instrumento econômico e também ambiental, que exige do poluidor, uma vez identificado, suportar os custos das medidas preventivas e/ou das medidas cabíveis para, senão a eliminação pelo menos a neutralização dos danos ambientais. É oportuno detalhar que este princípio não permite a poluição e nem pagar para poluir.
Pelo contrário, procura assegurar a reparação econômica de um dano ambiental quando não for possível evitar o dano ao meio ambiente, através das medidas de precaução. Desta forma, o princípio do poluidor-pagador não se reduz à finalidade de somente compensar o dano ao meio ambiente, deve também englobar os custos necessários para a precaução e prevenção dos danos, assim como sua adequada repressão.
Princípio da Função Social e Ambiental da Propriedade:
O princípio da função ambiental da propriedade é o fundamento constitucional para a imposição coativa ao proprietário de exercer seu direito de propriedade em consonância com as diretrizes de proteção do meio ambiente.
Princípio da participação comunitária:
O princípio da participação comunitária, que não é exclusivo do Direito Ambiental, expressa a ideia de que para a resolução dos problemas do ambiente deve ser dada especial ênfase à cooperação entre o Estado e a sociedade, através da participação dos diferentes grupos sociais na formulação e na execução da política ambiental.
De fato, é fundamental o envolvimento do cidadão no equacionamento e implementação da política ambiental, dado que o sucesso desta supõe que todas as categorias da população e todas as forças sociais, conscientes de suas responsabilidades, contribuam à proteção emelhoria do ambiente, que, afinal, é bem e direito de todos. Exemplo concreto deste princípio são as audiências públicas em sede de estudo prévio de impacto ambiental.
A participação comunitária na tutela do meio ambiente foi objeto do Princípio 10 da Declaração do Rio de 1992. No Brasil, o princípio vem contemplado no art. 225, caput, da Constituição Federal, quando ali se prescreve ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. O direito à participação pressupõe o direito de informação e está intimamente ligado ao mesmo. É que os cidadãos com acesso à informação têm melhores condições de atuar sobre a sociedade, de articular mais eficazmente desejos e ideias e de tomar parte ativa nas decisões que lhes interessam diretamente.
3. Principio da desapropriação para fins de reforma agrária; 
A Constituição da República, em seu art. 184, prevê a desapropriação para fins de reforma agrária para o imóvel rural que não esteja cumprindo a sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária
DIREITO DE PROPRIEDADE
3.1. ASPECTOS HISTÓRICOS
A propriedade tem seu surgimento, com a humanidade, e de acordo com as mudanças que ocorriam nas sociedades, a propriedade também apresentava mudanças.
As primeiras formas de divisão de terras eram coletivas, onde os bens móveis eram suscetíveis ao direito de propriedade, e os bens imóveis eram de uso coletivo, onde as terras eram de todas as pessoas que faziam parte da mesma família, ou da mesma tribo.
“Antes da época romana, nas sociedades primitivas, somente existia propriedade para as coisas móveis, exclusivamente para objetos de uso pessoal, tais como peças de vestuário, utensílios de caça e pesca. O solo pertencia a toda a coletividade, todos os membros da tribo, da família, não havendo o sentido de senhoria, de poder de determinada pessoa.”1
Logo após esse período, houve o destaque de duas civilizações da antiguidade, sendo elas a Grega e a Romana, as quais já tratavam do direito de propriedade. Na comunidade grega, a terra era de propriedade absoluta de seu dono, sendo divididos os frutos provenientes da colheita, para Luciano Godoy2, as comunidades gregas tinham a terra como nada mais que uma propriedade i
DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA
A função social da propriedade e os elementos que influenciam em sua desapropriação, justificada por fins de reforma agrária.
A compreensão do instituto da desapropriação para fins de reforma agrária, analisando o direito de propriedade. O autor realiza uma breve introdução sobre a origem histórica da propriedade, passando por vários momentos históricos que marcam esse instituto, para chegar até a origem e formação deste instituto no ordenamento brasileiro.
Esse instituto, também não pode ser estudado isoladamente, necessitando então, do estudo dos institutos de direito de propriedade, desapropriação e de reforma agrária.
Esse tema trata de uma exceção à irrevogabilidade do direito de propriedade que é garantida constitucionalmente, mas que está fundamentada na não observância de um dos requisitos constitucionais, o exercício da função social, que preza pela serventia de certo imóvel à toda a sociedade.
Sendo criado então o instituto da Reforma agrária, que foi onde o Estado achou meios de interferir nas propriedades que não são produtivas, visando a melhor distribuição dessas terras e a igualdade de oportunidade para todos.
Estudar a função social da propriedade e os elementos que influenciam em sua desapropriação, justificada por fins de reforma agrária.
Para começar tal estudo, foi necessário a abordagem da evolução histórica de toda a propriedade, que começou desde o inicio da existência humana, onde era a propriedade um bem coletivo, dividido por todos os membros de uma família ou tribo.
Logo depois temos as civilizações que mais influenciaram na propriedade na antiguidade, sendo elas formadas por Gregos e Romanos, passando pelo período feudal onde as terras passaram a ter valor político, e com o advento da Revolução Francesa, foram abolidas todos os privilégios da nobreza, firmando assim, o direito de propriedade, direito esse declarado no Código Napoleônico e assim, acatado por diversos outros, inclusive o brasileiro.
Passamos a analisar a propriedade no Brasil, que teve como marco o Tratado de Tordesilhas, que dividiu o mundo em dois hemisférios, sendo as terras localizadas à sua direita, do Rei de Portugal e as terras localizadas a sua esquerda, do rei da Espanha, resolvendo assim vários conflitos existentes.
Assim começou a divisão do solo brasileiro, com base em vários livros foram definidas as fases dessa distribuição, sendo elas: As sesmarias, que foi a solução que a Coroa Portuguesa encontrou para que fossem colonizadas as grandes extensões de terra e evitar os ataques dos nativos, os índios. 
O Regime de posses que foi a época em que o Brasil se caracterizou pela formação de latifúndios e a Lei de terras, que para atrair olhares ao Brasil, o imperador passou a oferecer terras aos estrangeiros que tivessem interesse em cultivá-las, sendo necessária a instituição de uma lei que regulasse a propriedade.
A luz do que é dado na nossa Constituição Federal e doutrinas, é analisado o que defini-se como o direito de propriedade, que tem como garantia o disposto no art. 5º da Constituição, suas principais características, a sua aplicabilidade como sendo um direito natural, inerente ao homem e de extrema importância à sua sobrevivência. Mas também, é analisada a sua função social, que a propriedade como sendo um bem que interfere no bem estar da coletividade, deve atender alguns requisitos, o que não descaracteriza a posse ao seu proprietário. 
Esses requisitos só visam o melhor aproveitamento da área e respeito aos recursos naturais e sociedade que dela dependam.
E por fim os institutos de Desapropriação, que é constitucional e pode ser feita em três hipóteses: Por necessidade pública, interesse público e para fins de reforma agrária, sendo este último o ponto de discussão do presente trabalho.
E para a análise de tal ponto, é necessário, ainda, o estudo sobre outro instituto que é a Reforma agrária, que visa a reformulação da posse e da função social de certo imóvel, dando a ele a correta destinação.
DIREITO DE PROPRIEDADE
ASPECTOS HISTÓRICOS
A propriedade tem seu surgimento, com a humanidade, e de acordo com as mudanças que ocorriam nas sociedades, a propriedade também apresentava mudanças.
As primeiras formas de divisão de terras eram coletivas, onde os bens móveis eram suscetíveis ao direito de propriedade, e os bens imóveis eram de uso coletivo, onde as terras eram de todas as pessoas que faziam parte da mesma família, ou da mesma tribo.
“Antes da época romana, nas sociedades primitivas, somente existia propriedade para as coisas móveis, exclusivamente para objetos de uso pessoal, tais como peças de vestuário, utensílios de caça e pesca. O solo pertencia a toda a coletividade, todos os membros da tribo, da família, não havendo o sentido de senhoria, de poder de determinada pessoa.”1
Logo após esse período, houve o destaque de duas civilizações da antiguidade, sendo elas a Grega e a Romana, as quais já tratavam do direito de propriedade. Na comunidade grega, a terra era de propriedade absoluta de seu dono, sendo divididos os frutos provenientes da colheita, para Luciano Godoy2, as comunidades gregas tinham a terra como nada mais que uma propriedade imóvel familiar.
O autor Pinto Ferreira diz em sua obra que:
“No antigo Império Romano, para estimular-se o seu aproveitamento, as terras eram divididas em lotes e cedidas, mediante insignificante remuneração ou gratuitamente, aos velhos guerreiros que se constituíam em grupos de colonizadores.”3
Os romanos também tiveram como forma primária de ocupação de suas terras, o coletivo, mas com o desenvolvimento da sua civilização, passaram a desenvolver o caráter individualista, que pregava de certo modo a liberdade do indivíduo, forma essa que teve grande influenciasobre o direito de propriedade até os dias de hoje.
“Em traços largos o conceito de propriedade que veio a prevalecer entre os romanos, após longo processo de individualização, é o que modernamente se qualifica como individualista. Cada coisa tem apenas um dono. Os poderes do proprietário são os mais amplos.”4
Essa nova forma de propriedade romana trouxe com grande força o pater famílias na qual a propriedade e soberania se concentravam na figura paterna da família. Possuindo a propriedade nessa época, caráter exclusivo, perpétuo e absoluto.
Com a queda do Império Romano, a terra passou a ter caráter político, o solo era muito valorizado, onde surgem os senhores feudais, que recebiam as terras para que explorassem de forma perpétua, tornando-a produtiva.
Há, então, o surgimento de dois tipos de domínio sobre uma propriedade, o domínio eminente, que era o do Senhor Feudal e o domínio útil que era o desenvolvimento e exploração das atividades agrícolas que cabiam aos seus vassalos, de acordo com Luciano Godoy5, havia uma troca de favores muito grande entre o rei e os senhores feudais, esses benefícios eram na maior parte de homens e armamento.
“A propriedade medieval caracteriza-se pela quebra deste conceito unitário. Sobre o mesmo bem, há concorrência de proprietários. A dissociação revela-se através do binômio domínio eminente + domínio útil. O titular do primeiro concede o direito de utilização econômica de bem e recebe em troca serviços e rendas. Quem tem domínio útil perpetuamente, embora suporte encargos, possui, em verdade uma propriedade paralela.”6
Com a Revolução Francesa, foram abolidos todos os privilégios que a antiga nobreza possuía, sendo o direito de propriedade afastado das questões políticas.
A propriedade não deixa de ser privada, mas se afirma como um direito, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, que dispunha em seu art. 17 como “um direito inviolável e sagrado, do qual ninguém pode ser privado”.7
Essa declaração foi acatada pelo Código de Napoleão, e posteriormente adotada por outros códigos, inclusive o brasileiro.
HISTÓRICO DA PROPRIEDADE NO BRASIL
De acordo com Pinto Ferreira8, quando o Brasil foi “descoberto”, seu território já era habitado por seus nativos, chamados índios. A Coroa Portuguesa, foi a responsável pela formação de propriedades no Brasil, tendo como seu primeiro marco o Tratado de Tordesilhas, de 07 de julho de 1494, que dividiu o mundo em dois hemisférios, ficando Portugal com as terras situadas à sua direita e a Espanha com as terras a sua esquerda. Então aos poucos houve a colonização de todo este território.
“Foram criadas 15 capitanias por D. João III, divididas em 15 regiões ou lotes, concedidos tais lotes a 12 donatários. A palavra capitania já era utilizada na organização administrativa de Portugal e Espanha, porém recebeu os aditivos, particular e hereditária. As capitanias eram, assim, particulares porque pertenciam aos donatários, e hereditárias porque transmissíveis por herança aos sucessores legítimos.”9
REFERÊNCIAS
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 14. ed. at. São Paulo: Malheiros, 2013.
BARCELLOS, Ana Paula de. A eficácia jurídica dos princípios constitucionais: o princípio da dignidade da pessoa humana. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.
BARROSO, Luís Roberto; BARCELLOS, Ana Paula de. O começo da história: a nova
interpretação constitucional e o papel dos princípios no Direito brasileiro. In: SILVA, Virgílio Afonso da (Org.). Interpretação constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005.
BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti. Bauru: Edipro, 2001.
BORGES, Paulo Torminn. Institutos básicos do Direito Agrário. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado, 1988.
BRASIL. Decreto-lei 4.657, de 09 de setembro de 1942. Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro. Diário Oficial, Rio de Janeiro, p. 1, 9 set. 1942.
BRASIL. Lei 4.504, de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília, p. 49, 30 nov. 1964.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 5. ed. Coimbra: Almedina, 1991.
CARROZZA, Antonio; ZELEDÓN, Ricardo Z. Teoría general e institutos de Derecho Agrario. Buenos Aires: Astrea, 1990.
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Trad. Nelson Boeira. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
HART, H.L.A. O conceito de Direito. Trad. Antônio de Oliveira Sette-Câmara. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
Revista da Faculdade de Direito UFPR, Curitiba, n. 57, p. 181-201, 2013.
201 LARANJEIRA, Raymundo. Propedêutica do Direito Agrário. São Paulo: LTr, 1975.
MARÉS, Carlos Frederico. A função social da terra. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2003.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito Agrário Brasileiro. 9. ed. ver. amp. São Paulo: Atlas, 2011.
PASSOS, Cristiane Lisita. A Função social do imóvel rural. In: BARROSO, Lucas Abreu;
PASSOS, Cristiane Lisita (Orgs.). Direito Agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 1994.
SILVA, Luís Virgílio Afonso da. O proporcional e o razoável. Revista dos Tribunais. São Paulo,
ano 91, v. 798, p. 23-50, abr. 2002.
______. Princípios e regras: mitos e equívocos acerca de uma distinção. Revista Latino-americana
de Estudos Constitucionais. Belo Horizonte, v. 1, p. 609-627, 2003.
TANAJURA, Grace Virgínia Ribeiro de Magalhães. Função social da propriedade rural: com
destaque para a terra no Brasil contemporâneo. São Paulo: LTr, 2000.
TRENTINI, Flavia. Teoria geral do Direito Agrário contemporâneo. São Paulo: Atlas, 2012.

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