TCC Selenko 2010 blog final

Prévia do material em texto

8 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 A política está presente no dia a dia de todos os cidadãos, independente de 
cor, credo ou classe social. Algumas pessoas declaram aversão à política, porém 
não tem como fugir dela, assim como todo civil têm direitos também têm deveres e, 
senão forem cumpridos através do voto, serão alcançados da mesma forma através 
das leis que regem nosso País, Estados e Municípios. Por isso a importância de 
conhecer o político e seus feitos e assim ter maiores subsídios na escolha da 
pessoa mais competente para representar a sociedade. 
Tal qual na política, é impraticável não adaptar-se ao ciberespaço, mais 
propriamente à internet, tão comum atualmente e tão popular quanto à política, 
apesar de distintas. A web também não distingue raça ou religião e alcança 
praticamente todas as classes sociais. A web 2.0 permite interação entre os usuários 
e a cada dia surgem milhares de blogs, uma ferramenta comunicacional da internet, 
com os mais diversos formatos e tipos de informações, pois segundo O‟Reilly a lição 
da web 2.0 é: “alavancar o auto-serviço do consumidor e algoritmos de 
gerenciamento de dados, visando atingir a rede em toda a sua extensão.” (O‟Reilly, 
p 7) 
 Este trabalho tem em seu objetivo principal verificar como o agente político 
municipal utiliza-se da publicidade política via Blog e qual o seu posicionamento 
diante do eleitor na web. 
 Na fundamentação teórica os temas estudados foram o ciberespaço, web 2.0, 
blogs, publicidade e propaganda política e por fim o uso dos blogs como ferramenta 
de publicidade política. 
 
 
9 
 
 
 
DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
 A publicidade política através de blogs em estudo de caso sobre a publicidade 
via blog feita pela vereadora de Curitiba, Renata Bueno. 
 
1.2 PROBLEMA 
 
 Como é feita a publicidade política no blog da vereadora Renata Bueno? 
 
1.3 OBJETIVO GERAL 
 
 Descrever a comunicação do agente político municipal via blog e demonstrar 
a estrutura desta publicidade política via web através do blog da vereadora Renata 
Bueno. 
 
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
* Identificar os tipos de comunicação pública utilizada pelo agente político municipal; 
* Descrever o posicionamento do agente político municipal em relação ao eleitor; 
* Demonstrar a utilização dos blogs como meio de publicizar as mensagens; 
* Descrever a publicidade política nos blogs; 
* Analisar a utilização do blog como meio de publicizar as mensagens no blog da 
vereadora Renata Bueno. 
 
1.5 JUSTIFICATIVA 
 
 Atualmente a internet faz parte do cotidiano de milhões de indivíduos. 
Segundo o Ibope/ Nielsen este número chega a 67,5 milhões de internautas maiores 
de 16 anos em dezembro de 2009. A cada momento avalanches de informações 
chegam sem pedir licença e invadem a vida das pessoas ou simplesmente “passam” 
por elas. Neste bombardeio midiático não é possível digerir todas as mensagens 
recebidas e com isso é preciso dirigir-se ao receptor de forma clara e objetiva. 
10 
 
 
 
Dentre as ferramentas da web aqui se destacam os blogs. Os blogs são 
páginas da web cuja estrutura permite criar, alterar ou comentar publicações, 
adicionar vídeos, imagens, fatos que acabaram de acontecer, ou qualquer outro tipo 
de conteúdo à sua escolha. Os blogs surgem a todo o momento, segundo dados 
divulgados no website BlogPulse1, uma ferramenta automatizada sobre tendências 
para blogs, que serve também como medidor de audiência na blogosfera com 
informações apresentadas no dia 14 de maio de 2010 que há cerca de mais de 126 
milhões de blogs em atividades no mundo. Do dia 26 ao dia 27 de janeiro de 2010, 
foram criados 46 mil blogs e o número de posts (postagens) criados em 24hs 
segundo informações do mesmo site foi de 925 mil, isso a nível mundial. Ainda 
segundo a pesquisa, os blogs estão cada vez mais em evidência com os mais 
diversos conteúdos como, por exemplo, política, moda, esportes, cultura, arte, 
culinária, entre outros, representando um meio mais rápido da expressão e da 
opinião pessoal e com um feedback quase imediato. 
 
Figura 1. Visualização das estatísticas da Blogosfera no website Blogpulse. 
 
No contexto político, essa comunicação visa à credibilidade e deve ser a mais 
clara e direta possível. Acredita-se que para o blog ser eficiente é preciso definir 
 
1
 http://www.blogpulse.com/ 
11 
 
 
 
quais são os métodos publicitários no âmbito eleitoral, ou seja, como criar a 
identidade visual do político, posicionar, elevar as qualidades que a população 
espera do mesmo. Tendo em vista esta colocação, a criação de postagens 
baseadas em fatos verídicos, o uso de imagens em vídeos, fotos que são possíveis 
de utilizar na web a partir da página pessoal do político visando à promoção de 
imagem e consequentemente à reeleição sem infringir a lei eleitoral. 
O político utiliza-se de várias ferramentas via web, contudo, deve estar atento 
a legislação eleitoral para não cair em ilegalidade, pois publicidade e propaganda 
tem o potencial de promover o político, criar ídolos, ou pode acontecer o inverso. 
Como exemplo de sucesso, cita-se o case eleitoral de Barack Obama. Essa posição 
permite reconhecer que a reforma eleitoral sancionada pelo presidente Lula (Luiz 
Inácio Lula da Silva) em setembro de 2009, incentiva o uso das redes sociais, que 
são fontes gratuitas de exposição, e ainda com um retorno onde pode gerar e obter 
informações vitais para conduzir projetos políticos e campanhas. Principalmente 
para a sociedade em rede que além de ler, adquirir e debater, vai eventualmente 
transmitir e discutir com amigos e familiares. 
Segundo Alexandre Hohagen, Diretor Geral do Google Brasil: 
 
Um blog é criado a cada segundo todos os dias; 13 horas de vídeo são 
colocados no YouTube, o maior site do mundo de compartilhamento de 
vídeos, a cada minuto; e mais de 25% dos internautas, cerca de 1 bilhão de 
pessoas, fazem parte de uma rede social. (Hohagen, 2008) 
 
Em 2009 a ferramenta de busca Technorati, que rastreia o que está 
acontecendo no universo formado pelos Blogs, com base nas pesquisas, relata que 
com tantas tendências em ascensão à blogosfera esta cada vez mais cheia com 
diferenciados grupos de crescimento. Com mais áreas de envolvimento e novas 
formas de contar historias a blogosfera expande-se continuamente, conforme 
entrevista focada em blogueiros profissionais. Ainda analisando o Estado da 
blogosfera 2009, 2/3 dos entrevistados não deram tanta importância quanto ao 
serviço de hospedagem para construir seu blog. 
A participação dos usuários conectados está superando qualquer estimativa. 
Toda conexão vinha caminhando a curtos passos no século XVIII e essas conexões 
eram apenas por jornais e revistas, sendo restringidas apenas a algumas pessoas. 
Já no século XIX houve um avanço, sendo ele para a conexão por telefone e 
12 
 
 
 
cinemas, e no século XX acontece a conexão através das mídias eletrônicas, e dai a 
revolução da comunicação de massa como rádio e TV. Só então no século XXI as 
informações disponibilizadas são marcantes pelo número delas. Existe agora uma 
atitude da nova geração de participar mostrando o começo de uma nova era pela 
grande conexão de pessoas, marcas, valores e aspirações através da internet. 
 
13 
 
 
 
2. A PUBLICIDADE POLÍTICA VIA BLOG. 
 
 
Para identificar alguns parâmetros e distinguir na análise o estudo 
da publicidade política do agente político municipal via blog, necessita-se 
primeiramente que se definam alguns conceitos ligados a comunicação pública e 
política, web 2.0 e publicidade e propaganda política. 
Nesta linha busca-se esclarecer os conceitos mais comumente utilizados. O 
que é a comunicação pública? O que é comunicação política? O que é o 
ciberespaço e web 2.0 e qual a utilização dos blogs como ferramenta de 
comunicação? O que é propaganda política e publicidade eleitoral?Qual é o 
posicionamento do político em relação ao eleitor e como este se utiliza da 
publicidade nesta ferramenta do ciberespaço para difundir e garantir a sua imagem? 
O estudo tem como objetivo fazer uma análise descritiva da utilização da 
publicidade via blog, uma das ferramentas de comunicação utilizada pela vereadora 
de Curitiba Renata Bueno. Percebem-se aqui dois aspectos importantes, o primeiro: 
como essa comunicação é compreendida pelos eleitores e o segundo: qual o 
posicionamento da vereadora na web em relação aos eleitores. Após essas 
considerações, comparar os diferentes tipos de publicidade e propaganda entre essa 
diversidade cultural que há nos blogs. 
 
 
2.1 COMUNICAÇÃO PÚBLICA 
 
 
O conceito de comunicação pública ainda está em construção e com múltiplos 
significados. Um dos objetivos políticos é comunicar-se melhor com a sociedade 
esclarecendo pontos críticos e de interesse para obtenção de apoio e compreensão 
com o intuito de informar para a construção da cidadania. Essa informação é o ponto 
em comum dentre os múltiplos significados e também uma forma de expressar a 
realidade política atual para que não seja confundida com a comunicação que se fez 
em outros tempos que se referendava a persuasão e a manipulação das massas. 
(DUARTE, 2009) 
14 
 
 
 
Segundo Matos (1999) há uma possível dicotomia do político e privado, 
cenário este onde a comunicação dos órgãos públicos, mais especificamente do 
estado, se caracteriza da seguinte forma: 
 
Há uma comunicação política que trava uma batalha competitiva para 
influenciar e controlar as percepções do tema político através dos meios de 
comunicação de massa, e há também a possibilidade de uma comunicação 
pública, que envolveria o cidadão de maneira diversa, participativa, 
estabelecendo um fluxo de relações comunicativas entre o Estado e a 
sociedade. (MATOS, 1999, p. 6). 
 
As instituições públicas, utilizando a prática da transparência, devem 
esclarecer aos cidadãos das atividades relativas ao seu funcionamento, a 
visibilidade dos projetos e a programação de eventos, reforçando assim a imagem 
da entidade. Segundo a afirmação de Teobaldo de Andrade (1982, p. 87) “reduzindo 
assim as áreas de ignorância e a proliferação do desinteresse, da mordacidade e até 
mesmo da hostilidade”2. 
 
A comunicação pública diz respeito à interação e ao fluxo de informação 
relacionado a temas de interesse coletivo. O campo da comunicação 
pública inclui tudo que diga respeito ao aparato estatal, às ações 
governamentais, partidos políticos, terceiro setor e, em certas 
circunstâncias, às ações privadas. A existência de recursos públicos ou 
interesse público caracteriza a necessidade de atendimento às exigências 
da comunicação pública. (DUARTE, p. 3)
3
 
 
Deste modo entende-se que este tipo de comunicação pública, é o modo mais 
direto de informar e esclarecer ao cidadão os projetos e ações do governo em geral 
fornecendo-lhe o conhecimento para emitir suas opiniões e até exprimir suas 
necessidades. 
Camargo (apud OLIVEIRA, 2004, p. 165) define Comunicação Pública como 
“um conjunto de estratégias que visam dar visibilidade aos projetos, programas e 
atividades das instituições e a reforçar-lhes a imagem, sob a ótica do interesse 
público”. 
Como um todo, pode-se dizer que a comunicação pública gira em torno da 
transparência nas gestões públicas, sendo de fácil acesso da sociedade em diversos 
 
2
 UNIrevista - Vol. 1, n° 3 (julho 2006) 
3
 Jorge Duarte é jornalista, relações-públicas e doutor em Comunicação. Professor de pós-graduação, 
é funcionário da Embrapa e atua na Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral 
da Presidência da República. É organizador dos livros “Métodos e Técnicas de Pesquisa em 
Comunicação” e “Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia”. 
15 
 
 
 
meios de comunicação, servindo como meio de interação entre a sociedade e o 
governo e ainda como forma de ouvidoria, o que motiva o cidadão a defender seu 
ponto de vista e relatar suas reais necessidades. 
 Após essas considerações, entende-se que é preciso esclarecer as 
diferenças entre comunicação pública e comunicação política. 
 
 
2.2 COMUNICAÇÃO POLÍTICA 
 
 
 A comunicação política tem uma relação direta com processos eleitorais 
sendo dirigida diretamente aos eleitores por partidos políticos e candidatos. Segundo 
MONTEIRO4 (2009), a comunicação política é usualmente chamada de marketing 
político e busca atingir a opinião pública utilizando métodos publicitários, abusando 
da comunicação de massa. 
 
A comunicação política trata do discurso e ação de governos, partidos e 
seus agentes na conquista da opinião pública em relação à idéias ou 
atividades que tenham a ver com poder político, relacionado ou não a 
eleições. (DUARTE, [200-], p. 3)
5
 
 
 Seguindo a proposição de Bobbio (1998), entende-se que a comunicação 
política é entendida como meio de manutenção e equilíbrio do sistema político bem 
como uma importante ferramenta para ser usada em momentos difíceis e de crise do 
sistema político e de necessidade de estabelecimentos de novas ordens. As 
pessoas geralmente trocam informações entre si e isso também é um importante 
meio de comunicação política, mas na verdade quem toma frente neste aspecto são 
os formadores de opinião pública que tem um importante papel frente aos veículos 
de comunicação de massa. 
A relevância da informação transmitida também é muito importante, mas 
muitas vezes para que se fixe a informação, a frequência com que é dita faz a 
diferença. Ainda com base no Dicionário de política de A a Z, de Norberto Bobbio 
 
4
 Graça França Monteiro é doutoranda do Programa de Pós Graduação da Faculdade de 
Comunicação da Universidade de Brasília (UNB) Trabalha com pesquisas sobre as condições sociais 
de produção da notícia em instituições públicas produtoras de conhecimento científico, com foco nas 
relações entre cientistas e jornalistas. 
5
 Idem nota de rodapé 2. 
16 
 
 
 
(apud Richard Fagen, 1966), percebe-se a influência na opinião pública de acordo 
com o tipo de regime político. Na democracia os meios de comunicação passam as 
informações em alternância atingindo das massas a elite e com obstáculos vice 
versa. Já o autoritarismo segue um parâmetro hierárquico entre elite e círculos 
governamentais e daí entre elite e a massa. Os regimes totalitários são controlados 
pela Leadership para agrupar as comunidades presentes e distribuir da melhor 
maneira possível, na verdade as maneiras usadas são muitas, mas o que importa é 
passar a informação correta e de forma eficiente. 
Segundo Norberto Bobbio: 
 
A Comunicação política pode ser definida como o conjunto das mensagens 
que circulam dentro de um sistema político, condicionando-lhe toda a 
atividade, desde a formação das demandas e dos processos de conversão 
às próprias respostas do sistema. (BOBBIO, 1998, p. 200) 
 
Trazendo este entendimento para o legislativo municipal, essa posição 
permite reconhecer a importância da Câmara Municipal para esclarecer ou mesmo 
utilizar uma comunicação transparente. Seja do trabalho ou posicionamento dos 
vereadores, ou ainda uma abrangência na comunicação do político durante todo o 
mandato e não somente em época de campanhas eleitorais. Confirmando assim a 
importância da comunicação clara e direta ao eleitor. 
 
Figura 2: Visualização do folheto informativo do ex-vereador de Piraquara da 14ª legislatura 
(2005/2008) 
 
17 
 
 
 
 
Figura 3: Visualização do verso do folheto informativo do ex-vereador de Piraquara da 14ª legislatura 
(2005/2008) 
 
 
2.3 PUBLICIDADE E PROPAGANDA 
 
 
 Costuma-se fundir a publicidade e a propaganda como um sinônimo, porém 
há diferenças, a publicidade emprega técnicas para divulgação de produtos e 
serviços, no sentido de tornar público.A propaganda, que vem de propagare, utiliza-
se de técnicas para a propagação de ideias e princípios desde o século XVI, quando 
foi criada pela igreja católica com a intenção de generalizar a doutrina pelo mundo. 
Pinho (1990) mostra que as definições de publicidade e propaganda 
envolvem contradições: 
 
O publicitário francês Robert Leduc conceitua a propaganda como „o 
conjunto dos meios destinados a informar o público e a convencê-lo a 
comprar um produto ou um serviço.‟ De uma maneira totalmente oposta, 
Eugênio Malanga entende como publicidade „o conjunto de técnicas da 
ação coletiva utilizadas no sentido de promover o lucro de uma atividade 
comercial, conquistando, aumentando ou mantendo clientes.‟ (PINHO, 
1990, p. 15) 
 
A publicidade parece mais próxima da divulgação e comunicação, estimula, 
porém não “vende” por si só. A propaganda promove ideias e conceitos sobre o 
18 
 
 
 
produto, bem ou serviço e tem um caráter persuasivo. Porém juntas têm a 
capacidade de construir marcas e identidades precisas. 
 
Um dos principais objetivos de toda propaganda é elevar as expectativas. 
Criar a ilusão de que o produto ou o serviço faz o milagre que você espera. 
É exatamente isto que a propaganda faz. (RIES & TROUT, 2003, p. 22) 
 
Além dos canais tradicionais utilizados pela publicidade e propaganda, como 
TV, rádio e mídia impressa, a internet está como um dos meios mais notáveis dos 
avanços recentes, onde há muitos canais dentro de um só canal e vem aumentando 
simultaneamente a fragmentação do público de massa. O uso de novas tecnologias 
na publicidade tem favorecido um compromisso permanente de interação com o 
público alvo. Segundo Pinho (2000): 
 
Na Web, a publicidade diferencia-se fundamentalmente dos outros meios 
por permitir que o consumidor possa interagir diretamente com o anúncio. 
Ele pode, então, clicar no anúncio para obter mais informações ou mesmo 
realizar a compra do produto. (PINHO, 2000, p. 114) 
 
A publicidade atinge grande número de pessoas, nos mais variados meios, 
antigamente foram os anúncios ilustrados em jornais e folhetins, mais adiante 
surgiram os anúncios, jingles e spots no rádio, comerciais na televisão e atualmente 
vem se destacando a web, principalmente por alcançar a todos e ao mesmo tempo 
por nichos específicos. 
 
 
2.3.1 Propaganda Política 
 
 
Comprovando a eficácia da junção de publicidade e propaganda, pode-se 
citar um importante marco na história da propaganda, às técnicas utilizadas por 
Joseph Goebbels (1897/1945), ministro de propaganda do 3º Reich e um dos 
responsáveis pelo sucesso atemporal de Adolf Hitler. Goebbels foi um inovador na 
comunicação de massa, provou conhecer bem a sociologia e a antropologia cultural, 
desenvolveu métodos de discurso e artes cênicas, onde Hitler “levava” as platéias 
ao delírio, e mais uma infinidade de recursos propagandísticos que são utilizados até 
hoje como: rádio, cinema, televisão, impressos e ainda a utilização de frases de 
19 
 
 
 
efeito, palavras virtuosas em reuniões ou comícios utilizando o apelo emocional do 
eleitor, ou até mesmo explorando e/ ou comparando a reputação do concorrente, ou 
ainda como no caso de Hitler, de tanto repetir várias vezes a mesma mentiras, 
acreditava que esta tornava-se verdade, principalmente aos “olhos” do povo. 
Segundo a historiadora Maria Helena Rolim Capelato (1998), durante a 
instituição do Estado Novo (1937-1945), Getúlio Vargas, inspirado pelas práticas 
nazi-fascistas utilizou os meios de comunicação de massa para ganhar popularismo 
e assim manipular principalmente a classe operária. O Departamento de Imprensa e 
Propaganda (DIP) impôs rigorosa censura à imprensa e escritores especialmente em 
oposição ao governo e principalmente para difundir a ideologia de seu regime 
manipulando a opinião pública. Através da educação e produção cultural, por 
exemplo, com o programa “A Hora do Brasil”, atualmente nominado a “Voz do 
Brasil”, no qual falava diretamente ao povo com um discurso paternalista utilizando-
se até mesmo de cartilhas escolares para disseminar sua ideologia, exaltando a si 
mesmo e exercendo poder sobre as massas. (CAPELATO, 1998). 
 
 
Figura 4: Visualização da capa da cartilha “Getúlio Vargas para crianças”, (1942) 
20 
 
 
 
 -- 
Figura 5: Visualização de Getúlio Vargas, considerado herói do povo e ídolo das crianças. 
 
 
Figura 6: Visualização do Jornal do Brasil, de 11 de novembro de 1937 Vargas anuncia o Estado 
Novo em Cadeia de Rádio 
 
A propaganda política tem caráter propagador de doutrinas políticas, 
ideologias partidárias, e se utilizada constantemente é formadora de opinião pública. 
Para Pinho (1990, p. 22) a “propaganda política tem um caráter mais permanente e 
objetiva difundir ideologias políticas, programas e filosofias partidárias”. De outra 
21 
 
 
 
forma o Tribunal Superior de Justiça julgou que “todas as formas, em lei permitidas, 
de realização de meios publicitários tendentes à obtenção de simpatizantes ao 
ideário partidário ou à obtenção de votos”6 é considerado propaganda política. 
Segundo Gomes (2004): 
 
Propaganda política é outro esforço de comunicação persuasiva que visa 
conquistar militantes, simpatizantes ou adeptos a um determinado partido 
político, ou então, adesão a alguma ação que o candidato ou o partido 
devem tomar durante sua vida e, para isso utiliza técnicas e espaços que 
são de outros formatos da informação e da persuasão, tais como 
reportagens, entrevistas, documentários editoriais e etc. (GOMES, 2004, p. 
54) 
 
Este tipo de propaganda não é recente, acredita-se que existe desde o 
principio do mundo, com a diferença de que hoje existem mais recursos de 
comunicação. Pinho (1990) explica que a propaganda política: 
 
[...] transformou-se em um dos grandes fenômenos dominantes do século 
XX e um instrumento poderoso para a implantação do comunismo, do 
fascismo e do nazismo. „O principal‟ asseverou Lênin – „é a agitação e a 
propaganda em todas as camadas do povo‟ Hitler disse: „A propaganda 
permitiu-nos conservar o poder, a propaganda nos possibilitará a conquista 
do mundo.‟ (PINHO, 1990, p. 22) 
 
 Com a utilização dos meios de comunicação de massa e de comunicação 
dirigida, a propaganda política tem suporte para influenciar atitudes, modificar 
comportamentos e crenças, principalmente na área política. E há ainda a 
propaganda eleitoral, a qual é esporádica, que tem por objetivo conquistar votos 
para determinado candidato somente em época de eleições. 
 
Figura 7: Visualização do cartão postal de 1907 de Fernando Abott (candidato a presidência do RS) 
 
6
 Tribunal Superior Eleitoral. TSE. Glossário eleitoral. Disponível em: 
<http://www.tse.jus.br/internet/index.html > Acesso em: 10/11/09 ás 00:36h 
. 
22 
 
 
 
 
O postal acima é um exemplo de propaganda política utilizada para atingir as 
massas, já que havia proibição de cartazes em bondes, a distribuição dos postais 
eram feitas em cafés, bilhares e armazéns próximos a zona eleitoral, já que as 
eleições eram regionais e o eleitorado era somente homens. Em 1907 as 
impressões eram feitas em tricomias e policromias em cartões postais que era a 
febre do momento. (Site almanaque da comunicação) 
 
 
2.3.2 Publicidade Eleitoral 
 
 
A publicidade para o político interessa a divulgação, a propaganda 
institucional política, referindo-se aos atos, aos acontecimentos e aos feitos. 
Segundo Coneglian (1998) este tipo de propaganda “procura angariar a simpatia do 
público.” 
Entende-se que publicidade eleitoral caracteriza-se pela forma de 
comunicação persuasiva principalmente em épocas de campanhas eleitorais, em 
formatos parecidos com a publicidade comercial, como jingles, panfletos e outdoors, 
entre outros. Para Gomes (2004): 
 
A publicidade eleitoral qualifica os esforços planejados de comunicação 
persuasiva para arrecadar votos,usando para isso as técnicas que 
proporcionem ao indivíduo assimilar e reconhecer alguns códigos e um tipo 
de linguagem e comunicação muito bem diferenciado do resto do conteúdo 
dos meios. (GOMES, 2004, p. 54) 
 
 Abaixo se tem um exemplo de publicidade eleitoral, e viral como se diz 
atualmente, onde as forças políticas e o povo se reúnem em passeata, defendendo 
a permanência de Getúlio no poder e espalham o slogan: QUEREMOS GETÚLIO, 
onde se criou o termo queremismo que defendia a autorização de Vargas para 
concorrer ao posto presidencial. 
23 
 
 
 
 
Figura 8: Visualização da mobilização das forças políticas no Rio de Janeiro em 1945. 
 
 
Figura 9: Visualização do cartaz produzido pela DIP, convocando trabalhadores para 
comemorar 1º de maio. 
 
A publicidade eleitoral não difere da publicidade em si, pois tem potencial para 
convencer o eleitor de que pode fazer um trabalho diferenciado daquele em 
andamento, mostrando nas entrelinhas que precisa continuar no “poder”, mas para 
tal, precisa do apoio do eleitorado e que este motivado repasse aos amigos e 
conhecidos. Baseado no entendimento segundo Pinho (2000): 
24 
 
 
 
 
Embora muitos considerem que seu objetivo principal é apenas auxiliar as 
vendas de um produto ou serviço, a publicidade informa, convence, anima, 
motiva atitudes e comportamentos, modifica imagens, explica e arregimenta 
aliados, encerrando uma técnica especializada e complexa, com objetivos 
de curto, médio e longo prazos, cujos métodos estão em constante 
evolução. (PINHO, 2000, p.96) 
 
De acordo com Jonathan Carson, presidente da Nielsen Online: 
 
A explosão na Mídia Gerada pelo Consumidor (Consumer Generated Media 
– CGM) nos últimos dois anos indica que a confiança dos consumidores no 
boca-a-boca durante o processo de tomada de decisão, seja por pessoas 
conhecidas ou por consumidores online não conhecidos, tem crescido 
significativamente. (Carson, 2009) 
 
Baseando-se no voto que pode ser conquistado, o político assemelha-se ao 
mercado em busca de lucro, só que na política está em busca do voto. Segundo 
Neusa Demartini Gomes (2004) a propaganda funde-se com a publicidade, onde o 
eleitor é tratado como consumidor. 
Gomes (apud SHUMPETER, 1961, p.56) assim resume a discussão: “A 
propaganda e a publicidade converteram a democracia num mercado eleitoral, onde 
ganha o partido que vender melhor a imagem do seu candidato”. Para Adler e 
Firestone (2002): 
 
A net já mostrou que é um instrumento eficiente para a organização política 
– isto é, para transmitir informações para partidários e voluntários que 
podem ser mobilizados para a ação durante uma campanha. (ADLER, 
FIRESTONE, 2002, p. 50) 
 
A utilização de sites na web para disponibilizar informações e demonstrar a 
postura política já ocorre desde 1996 como meio de transmitir as mensagens diretas 
aos eleitores. 
 
 
2.3.3. Observações sobre a Legislação Eleitoral na Publicidade e Propaganda 
 
 
 Conforme as leis que regem a sociedade, todas são desenvolvidas de acordo 
com a necessidade de preencher uma lacuna ou complementá-la, sendo por falta de 
previsão legal para determinado fato ou desenvolvimento comum. Da mesma forma 
25 
 
 
 
ocorre na lei eleitoral, já que a legislação vem acompanhando a sociedade desde a 
antiguidade. Vinda de um direito adquirido, a política vem se manifestando com 
grande poder, sendo assim, tem o dever de se atualizar da mesma forma que a 
sociedade evolui. Portanto deve prever legalmente todas as mudanças ocorridas ou 
complementares a lei que a define. 
A propaganda política é na verdade uma forma do candidato persuadir seu 
eleitor com suas ideias e seus ideais, por isso a propaganda se junta com a 
publicidade para fazer a diferença uma vez que o papel da publicidade é tornar o 
candidato conhecido, através da mídia espontânea e gratuita. A publicidade tem 
uma participação importante em tornar a lei eleitoral conhecida e bem vista pela 
sociedade, ou seja, de forma a orientar e educar o eleitor. Segundo a Constituição 
Federal: (1988): 
 
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos (art. 
37, § 1º, CF/88). 
 
 Dessa forma, a Lei Eleitoral ao passar dos anos vem sendo modificada para a 
não ocorrência de divergências dentre a época surgida e a época vivida. Podemos 
citar como exemplo a complementação da Lei 9.504/977 pela Lei 11.300/068 que 
“dispõe sobre propaganda, financiamento e prestação de contas das despesas com 
campanhas eleitorais, alterando a Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997”. Como 
prevista anteriormente era permitida a colocação de faixas e estandartes nos bens 
públicos, na nova lei proíbe a veiculação de qualquer tipo de propaganda nesses 
espaços. Ocorrendo também a vedação da propaganda de última hora, a famosa 
“boca de urna”, assim como cartazes, publicações, camisas, bonés, broches, entre 
outros. Portanto da mesma forma em que a sociedade evolui a propaganda eleitoral 
tem o dever de acompanha-la, protegendo o individuo e suas garantias. 
 
 
 
 
 
7
 http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9504.htm 
8
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11300.htm 
26 
 
 
 
 
2.3.3.1 Observações na Legislação Eleitoral via web 
 
Comprovado segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) referentes ao ano de 2008 vem crescendo constantemente o número de 
internautas e acesso as redes sociais. Conforme a lei 12034/099, sancionada em 30 
de setembro de 2009, os candidatos que até a última eleição só podiam ter seus 
nomes registrados sobre o domínio.can.br, agora podem divulgar seus nomes em 
blogs, redes sociais e em sites sem terem restrições. 
Quanto às doações pela rede podem servir para aproximação do político com 
o cidadão, diferente da situação atual em que as empresas são maioria em 
donativos. 
Nas eleições deste ano já é oficialmente possível aos candidatos pedirem 
votos nas páginas da web a partir do dia 5 de julho. Porém há liberdade de 
pensamento antes da campanha, até o final. 
Nesta perspectiva, a essência da nova lei em relação à internet, é a questão 
propagandista onde é possível o candidato ter sítios próprios, ou do partido e/ou 
coligação em qualquer provedor de serviço estabelecidos no Brasil, pode enviar 
mensagens eletrônicas para endereços cadastrados gratuitamente e ainda no artigo 
57-B IV - “por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e 
assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou 
coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural.” 
É vedado na rede qualquer tipo de propaganda eleitoral paga ou vedada 
ainda mesmo que gratuita em sítios de pessoas jurídicas e órgãos oficiais. 
 
 
2.4 POSICIONAMENTO DO AGENTE POLÍTICO MUNICIPAL 
 
 
A simplificação da mensagem ainda é a melhor forma de comunicar-se com o 
eleitor. Segundo Ries & Trout (p. 6, 2003) “você tem de afiar a sua mensagem para 
 
9
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12034.htm 
27 
 
 
 
que ela corte a mente. Tem de livrá-las de ambiguidades, simplificá-la e tornar a 
simplificar, se quer causar uma impressão que perdure.” 
Sendo assim o político precisa encontrar um espaço em que apareça 
sutilmente, mesmo podendo escolher entre duas posições que se opõem, precisa 
perceber que não é o caminho. É preciso estar no centro entre os dois lados, por 
exemplo, ser sutilmente liberal e sutilmente conservador, é preciso perceber que 
existem lacunas entre a extrema direita e a extrema esquerda e ele precisa ajustar-
se nesta lacuna para atender os dois lados.De acordo com Ries & Trout, para introduzir-se na mente do eleitor, é preciso 
que se estabeleça um relacionamento com o que já existe no registro da memória. É 
de grande importância afinar a sintonia entre pensamentos e colocar-se na mente do 
outro, agir de acordo com o que o outro pensa e tentar entender qual é o espaço que 
se ocupa na mente do cidadão. “A solução de um problema de posicionamento está 
sempre na mente do comprador em perspectiva, e nunca no produto.” (RIES & 
TROUT, 2003, p. 120) 
É preciso definir qual público se quer atingir e posicionar-se de acordo com as 
expectativas do eleitor conseguindo assim uma maior interatividade e aumentando 
as possibilidades de ganhar credibilidade. “Se você tenta ser todas as coisas para 
todas as pessoas, acaba não sendo coisa nenhuma, para ninguém. Mais vale 
estreitar o âmbito da sua experiência.” (RIES & TROUT, 2003, p.154) 
O visual é um fator importantíssimo para assimilar, ou seja, fundir as diversas 
culturas em um tipo comum da imagem ao produto, sendo assim a imagem que o 
político constrói é a imagem que ficará por muito tempo na lembrança das pessoas. 
Já o serviço prestado à população pode utilizar-se de fotos que comprovem o feito, 
enriquecendo a publicidade com textos que detalhem as obras e projetos. “No 
anúncio de um produto, o elemento dominante é geralmente a imagem, o elemento 
visual. No anúncio de um serviço, o elemento dominante geralmente são as 
palavras, o elemento verbal.” (RIES & TROUT, 2003, p. 121) 
O agente político municipal pode utilizar-se da estratégia do marketing „um a 
um‟, onde se relaciona diretamente com o eleitor individualizado, ou seja, um a um e 
perceber o diferencial que pode ser oferecido ao eleitor de acordo com suas 
expectativas, já antevendo as necessidades e desejos possíveis de realização 
dentro do contexto político. 
28 
 
 
 
 
2.5 CIBERESPAÇO 
 
O termo ciberespaço foi criado por William Gibson10 em 1984 no livro de 
ficção científica, intitulado „Neuromancer‟, que trata sobre uma realidade criada na 
produção tecnológica, embutida na sociedade, mudando assim a estrutura e os 
princípios dos indivíduos que nelas estão. 
Segundo CENPEC (2006), Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, 
Cultura e Ação Comunitária, “ciberespaço é o ambiente em que as relações 
humanas se dão por meio das tecnologias digitais.” Algumas das principais 
ferramentas disponíveis no ciberespaço são: e-mails, sites, chats, simulações, 
grupos, fóruns, comunidades virtuais, blogs, fotologs, videologs, wikipedias, entre 
outros. 
Pierre Lévy (2001) define o “ciberespaço como o espaço de comunicação 
aberto pela intercomunicação mundial dos computadores e das memórias dos 
computadores.” tratando-se de uma nova estrutura de comunicação. (LÉVY, 2001, p. 
92). Ainda segundo o autor: 
 
O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação 
digital, mas, também o universo oceânico de informações que ela abriga, 
assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. 
(LÉVY, 2001, p. 17) 
 
A relação entre o homem e o espaço cibernético transforma a comunicação 
das estruturas sociais e o saber cultural em cibercultura que é o conjunto das 
atitudes praticadas em relação a maneiras de pensar e valores que crescem 
juntamente com o ciberespaço. 
O universo do ciberespaço pode ser denominado como meio auxiliador na 
inteligência do indivíduo como um todo, cada usuário que ali transita o faz de acordo 
com interesses e necessidades pessoais, mas, ao mesmo tempo a atividade de 
todos em conjunto acaba contribuindo para a movimentação, para a vida do 
ciberespaço. Emissão e recepção se confundem permitindo que a mensagem 
circulada seja comentada por todos os usuários do processo de comunicação. 
 
10
 William Gibson é escritor, romancista norte-americano. 
29 
 
 
 
Assim sendo, cada indivíduo que navega neste universo também o “alimenta”. 
Este universo do Ciberespaço é alimentado constantemente pelos indivíduos que 
navegam nos mares de informações. “O ciberespaço como suporte da inteligência 
coletiva é uma das principais condições de seu próprio desenvolvimento”. (LÉVY, 
2001, p. 29). A inteligência coletiva é alimentada pela conexão da própria 
comunidade na participação e colaboração de todos. Essa é uma das características 
fundamentais do ciberespaço. 
No espaço virtual a informação e a comunicação são os pontos relevantes 
desta pesquisa, em que os autores divulgam e coletam informações e ainda 
estabelecem uma comunicação interativa com o receptor. 
Entende-se que cibercultura é uma troca entre a sociedade, a cultura e as 
novas tecnologias surgidas na década de 70, esta interação, no entanto ocorreu 
muito rápido, abrindo a necessidade do homem de aprender a conhecer o mundo 
“real” e o mundo “virtual”. Esta relação fez com que Lévy tenha definido estes dois 
mundos de ciberespaço pela necessidade de comunicação de ambos sendo ele 
considerado o mais novo meio de comunicação mundial que surge da interconexão 
dos computadores. O termo não é apenas para identificar a infraestrutura material 
da comunicação digital, mas sim, para junto mostrar a grande fonte de informações 
que ela abriga bem como a massa que navega e alimenta esse universo. 
Na primeira edição de Cibercultura de Pierre Levy (1999), ele expõe o 
seguinte contraponto: 
 
Na web, tudo se encontra no mesmo plano. E, no entanto tudo é 
diferenciado. Não há hierarquia absoluta, mas cada site é um agente de 
seleção, de bifurcação, ou de hierarquização parcial. Longe de ser uma 
massa amorfa, a web articula uma multiplicidade aberta de pontos de vista, 
mas essa articulação é feita transversalmente, em rizoma, sem o ponto de 
vista de Deus, sem uma unificação sobrejacente. (LÉVY, 1999. p. 160) 
 
Para Lévy (2001) “o virtual não „substitui‟ o „real‟, ele multiplica as 
oportunidades para atualizá-lo.” (LÉVY, 2001, p. 88) 
Na leitura seja em livros ou na internet, em ambos os casos chamam-se 
páginas, porém nos livros o máximo que seguimos é para a página seguinte, porém 
em contrapartida a internet nos leva imediatamente em alguns cliques a páginas 
dispersas pelo ciberespaço em qualquer lugar do mundo. 
 
30 
 
 
 
 
2.5.1 Web 2.0 
 
 
 No início a internet também chamada web 1.0 igualava-se a mídia impressa 
só publicando conteúdos, ou seja, era emissão e recepção, onde o internauta podia 
visitá-lo, mas não podia contribuir ou interagir. 
Amaral (2009) define: 
 
[...] a web 1.0 é a internet original, que se relaciona com seus usuários um 
por um, brindando-os com acesso a material de leitura e conteúdos 
estatísticos. E a web 2.0, também chamada de web wiki, é a internet social, 
que habilitou e fomentou a comunicação e a interação e deu lugar a 
comunidades de interesses e redes de relacionamento, ao intercâmbio de 
informações e ao trabalho colaborativo em tempo real, como o Orkut, o 
Second Life e os blogs. (AMARAL, 2009, pp. 174-175). 
 
Os pioneiros em ver a web como uma plataforma foram Doubleclick e Akamai, 
ninguém via a web como “serviços”. O primeiro serviço implantado e usado pela web 
foi o de anúncios vinculados aos sites, cada propaganda é vinculada a dois sites e 
assim sendo uma cooperação mútua entre dois sites o que significou uma forma de 
ganho “extra”, em todos os aspectos. Em um nível mais profundo Akamai também 
trata a rede como plataforma, a construção de um “cache“ transparente e rede de 
distribuição de conteúdo que facilitem a navegação. Assim abraçando a web 2.0 é 
possível perceber as possibilidades adicionais da web. 
Segundo o site G1 o Ibope aponta o Brasil como recordista entre os dez 
países onde foi realizada a pesquisa e ressalta que os blogs, as redes sociais e 
outros sites de relacionamento atingiram em fevereiro deste ano mais de 31 milhões 
de pessoas, o que representa um alcance de 86,3% da populaçãobrasileira e a 
média de navegação por pessoa foi de quatro horas e vinte e oito minutos. 
Foi em um brainstorming entre O‟Reilly e a Media Live Internacional para 
conceituar a web 2.0, que surgiu o termo. Segundo O‟Reilly pode-se “visualizar a 
Web 2.0 como um conjunto de princípios e práticas que interligam um verdadeiro 
sistema solar de sites que demonstram alguns ou todos esses princípios e que estão 
a distâncias variadas do centro.” (O‟REILLY, 2005, p. 2). 
Nos dias de hoje, segundo Juliano Spyer, consultor de mídias sociais e autor 
do livro Conectado, a “web 2.0 é o termo mais difundido dentro da indústria de 
31 
 
 
 
tecnologia como sinônimo de sites colaborativos. Web 2.0 se refere a uma relação 
de características que supostamente diferenciam novos sites daqueles que 
naufragaram com o estouro da bolha da internet na virada do século XX para o XXI.” 
“A web 2.0 (blogs, microblogs, podcasts, wiki...) permite ainda agregar mapas, 
fotos, vídeos e mobilidade aos blogs.” (BALDESSAR, 2009, p. 12). Na web 2.0, o 
usuário constrói, ou seja, ele participa ativamente do crescimento dela, com suas 
ideias e dúvidas, é uma fonte de inteligência coletiva, a web se torna uma mente 
produtiva com milhões de usuários adicionando valores e produzindo conteúdos. 
Segundo Baldessar (2009, p. 18), “O que evidencia que a Web 2.0 
colaborativa tem sido explorada pelas ferramentas e estratégias de comunicação e 
webmarketing para aprofundar as relações com seus nichos específicos”. 
De acordo com o diretor Geral da Google Brasil, Alexandre Hohagen: 
 
Os benefícios dessa nova maneira de se comunicar são enormes. Milhões 
de pessoas em todo o mundo têm uma liberdade sem precedentes – 
liberdade para criar e comunicar-se, para organizar e influenciar, para falar 
e ser ouvido. Isso também ajuda a sociedade com um todo, pois quando as 
pessoas têm maior acesso à informação e exposição às opiniões de outros 
indivíduos, normalmente elas tomam decisões melhores. (HOHAGEN, 
2008) 
 
Tendo em vista esse embasamento teórico é possível agora aprofundar em 
um novo capítulo para expor a utilização do blog como ferramenta de comunicação 
 
 
2.5.1.1 Redes Sociais 
 
 As redes sociais são canais de relacionamentos digitais, páginas da internet 
onde as pessoas se encontram, criam suas redes de amigos ou se reúnem em 
grupos que tenham interesses comuns, como a política, a música, o meio ambiente, 
acadêmicos ou simplesmente para amizades virtuais. Ambiente este onde as 
pessoas interagem, trocam informações e experiências. Considera-se preciso 
explanar previamente sobre as principais redes sociais utilizadas pela vereadora 
Renata Bueno, a partir de links em seu blog. 
 
Orkut: o maior site de relacionamento do Brasil. 
32 
 
 
 
O criador do sistema foi Orkut Buyukkokten, em 2001 nas horas vagas ele 
criou o clube Nexus, sendo comprado e posteriormente lançado em 2004 pela 
Google, no inicio permitia somente de cadastro de uma pessoa que fosse convidada 
por outra que já estivesse cadastrado na rede. O Orkut é formado por diversas 
características de redes sociais, sendo uma característica forte do mesmo a 
publicação do perfil do usuário, onde torna-se o “ator” principal, ele tem a própria 
pagina onde pode adicionar amigos, partilhar com ele suas comunidades, fotos e 
vídeos e uma pagina para receber e enviar recados. 
O Orkut se torna popular no Brasil tendo um grande crescimento em junho de 
2004. Em 2007 o Orkut inova com a criação de uma ferramenta para o uso das 
redes sociais, assim permitindo que novos aplicativos fossem criados e fortalecendo 
assim o Google. Segundo Recuero (2009), atualmente o crescimento dessa rede 
social é de 51.16% isso dentre os usuarios brasileiros, sendo em torno de 20 
milhões visitas de brasileiros em Setembro de 2008, mais de 75% dos usuarios do 
orkut são Brasileiros. Hoje em dia o cadastro de novos “atores” é feito livremente, 
não há mais necessidade de convite. (RECUERO, 2009, p. 167) 
 
Facebook: uma das maiores redes sociais do mundo, que vem crescendo no 
país junto às classes A e B. Mark Zuckerberg foi o criador do sistema Facebook , 
lançado em 2004 o Facebook atualmente é o maior sistema de base com usuários 
no mundo, embora o mesmo não seja tão localizado como Orkut e outros. 
Zuckerberg criou este sistema quando ainda era aluno de Harvard tendo como foco 
uma rede de contatos entre alunos de colegial que estão indo para uma faculdade 
uma vez que este momento é difícil para o jovem principalmente pela necessidade 
existente nos Estados Unidos de sair de casa e morar longe de suas famílias, tudo 
se torna novo, ambiente, sociedade, hábitos. 
O Facebook foi direcionado para escolas e colégios, para entrar no sistema 
tinha que ser membro de uma destas instituições reconhecidas. Em 2004 apenas os 
alunos de Harvard, após um ano foi aberto para as escolas secundárias. O 
Facebook uma rede social onde se tem o perfil, comunidades e módulos que permite 
acrescentar jogos, ferramentas, entre outros. Ele é visto como um site de rede social 
mais privado que outros existentes, porque somente quem dispõe do mesmo 
33 
 
 
 
sistema pode ver o perfil do outro, e uma das grandes inovações deste sistema é o 
poder dado ao usuário de criar aplicativos. (RECUERO, 2009, p. 171) 
 
MySpace: uma importante rede social, que cresce e ganha adeptos no Brasil, 
em particular na área musical. 
Em 2003 surge o MySpace, um sistema de rede social que permite a 
interação com outras pessoas que utilizam a mesma rede através da construção de 
perfis, blogs, grupos, fotos, música e vídeos. My Space em 2008 só foi superado no 
número de visitas pelo Facebook embora tenha sido uma das redes sociais mais 
populares dos Estados Unidos. Por ser um sistema que possibilitava facilidade na 
personalização do perfil como, por exemplo, as comunidades criadas pelo próprio 
usuário de forma rápida e criativa e a criação de perfis com informações e dicas. 
O sistema acaba tendo destaque entre diversas bandas que podem criar no 
seu perfil uma apresentação de suas músicas e performance e a vida em comum 
com as fãs. (RECUERO, 2009, P.172) 
 
Twitter: um misto de microblog, rede social e ferramenta de comunicação, 
que ganhou grande visibilidade e relevância no Brasil e no mundo. 
Segundo Requero (2009), o Twitter é considerado um serviço de 
microblogging, isso por ter a facilidade de escrever pequenos textos de até 140 
caracteres, ele é um site popular o qual se constitui de seguidores e pessoas a 
seguir, em sua estrutura é possível fazer um perfil básico, a página particular do 
perfil pode ser personalizado pelo twitter. 
Qualquer membro do Twitter pode mandar mensagens privadas, também possui 
opção na página inicial de verificar mensagens publicadas por pessoas que ele 
segue ou não, direcionar mensagens de forma simples, basta que seja colocado “@” 
antes do nome da pessoa que deseja enviar a mensagem. 
 
You Tube: o mais famoso site de compartilhamento de vídeos. 
É um site criado a principio apenas para compartilhar vídeos, e acabou se 
tornando um site considerado rede social, uma vez que compartilha não apenas 
vídeos, mas também comentários, informações, e fatos. É possível encontrar os 
mais diversos assuntos, assim como nos blogs a diversidade de temas é enorme. 
34 
 
 
 
 
 
3. O Blog como ferramenta publicitária para os políticos 
 
 
O blog é uma página na web que pode servir de diário, página profissional ou 
com ideias, reflexões, observações, comentários, apontamentos e links, entre 
outros, numa forma simples e amigável de iniciar uma presença on-line. O termo 
blog vem de weblogs. Partindo do pressuposto que os blogs são atualizados 
frequentemente, através de mensagens, as quais são designadas posts, que se 
constituem de textos e imagens, normalmente incluindo links para sites de interesse, 
com mensagens postadas recentemente comapresentação em forma cronológica. 
Amaral (2009), explica que: 
 
[...] blogs são websites frequentemente atualizados onde o conteúdo (texto, 
fotos, arquivos de som, etc) são postados em uma base regular e 
posicionados em ordem cronológica reversa. Os leitores quase sempre 
possuem a opção de comentar em qualquer postagem individual, que são 
identificados com uma URL única. (AMARAL, 2009 apud Schmidt, 2007, 
pp.29-30) 
 
Segundo Raquel Recuero (2009), o sistema de comentários em blogs permite 
que haja uma interação não somente entre os internautas, mas também com o autor 
da página pessoal, aproximando-se assim da interatividade das redes sociais. Ainda 
para a autora: 
 
Trata-se de uma interação construída, negociada e criativa. É possível 
observar em um blog não apenas a interação em um comentário, mas as 
relações entre as várias interações e perceber-se que tipo de relação 
transpira através daquelas trocas. (RECUERO, 2009, p. 33). 
 
Destaca-se que a mobilidade e o aumento dos blogs quanto aos novos 
formatos de microconteúdos citando o twitter como exemplo, “tendem a continuar 
dinamizando os usos dos blogs e a inspirar novas investigações sobre os mesmos” 
conforme explicam Amaral et all (2009). A interação que os blogs proporcionam é 
complementar ao funcionamento dos fóruns de discussão, entretanto tem maior 
organização da “conversa” na inserção de novos dados e/ou links. 
35 
 
 
 
 
Figura 10: Visualização do link e novos posts do Twitter no blog do Vereador Carlos Augusto da 
Câmara Municipal de Belém/PA 
 
Com relação a publicação de conteúdos apresentado nos blogs, o político 
divulga seu trabalho, através de notícias, expõe os benefícios que trouxe para a 
população durante sua gestão, normalmente usa links para as redes sociais. 
Ainda segundo Amaral et all (2003): 
 
Pode-se dizer que é na diversidade de apropriações que os blogs suscitam 
que reside a sua permanência como ferramenta de socialização online e 
como objeto de estudo na web depois de dez anos de existência. (AMARAL, 
et all, 2003, p. 43). 
 
Compreendendo a amplitude da internet, percebe-se que é um caminho onde 
há envolvimentos e influências a partir da web, sejam em redes sociais, chats ou 
uma simples navegação pelas páginas. 
 
 
3.1 ESTRUTURA DOS BLOGS COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO 
 
 
 Neste capítulo fala-se sobre a estrutura dos blogs como meio de 
comunicação, iniciando pela criação do blog a partir do Blogger já que este é onde 
está hospedado o blog da vereadora Renata Bueno. 
36 
 
 
 
Segundo o website blogger11, lançado em 1999, “os blogs redesenharam a 
web, dinamizaram a política, sacudiram a imprensa e deram voz a milhões de 
pessoas.” No Blogger os usuários podem controlar quem lê e escreve em seu blog, 
com os controles de acesso é possível ter um blog coletivo. É possível controlar 
postagens para serem ou não comentadas, permite também que o usuário localize e 
seja localizado através dos links por interesses em comum. 
Embora haja frequência nas postagens e conteúdos cada blog tem seu 
endereço fixo, segundo Torres (2009): 
 
O “permalink”, criado pelo Blogger, permitiu que embora os artigos sejam 
criados com frequência, cada um deles tivesse um endereço (url) fixo, 
facilitando assim a varredura e a publicação das informações nas 
ferramentas de busca. Dessa forma, quando o eleitor pesquisar sobre um 
assunto em uma ferramenta de busca, ela exibe diretamente o post que fala 
sobre o assunto com o link para o “permalink”. (TORRES, p.125) 
 
 
Figura 11: Visualização da página inicial para criar um blog no Blogger 
 
Os blogs podem ter qualquer formato e tamanho, não há regras. Não é 
preciso entender da linguagem HTML, porém se quiser editar em HTML é possível. 
Para iniciar um blog é preciso ter uma conta no gmail, preencher a inscrição, 
escolher o endereço virtual, como por exemplo http:// exemplo.blogspot.com/, assim 
se a url estiver disponível, é preciso aceitar os termos de uso, a partir disto é só 
escolher o modelo e começar a personalizar e postar no blog. A atualização também 
 
11
 http://www.blogger.com/ 
37 
 
 
 
pode ser feita via telefone, basta enviar uma mensagem para go@blogger.com 
diretamente do celular. 
 
Figura 12: Visualização da página de atualização do blog via celular. 
 
 
Figura 13: Visualização do termo de Serviço do Blogger 
 
Como visto anteriormente, assinando este tipo de serviço a hospedagem 
fornece toda a infraestrutura e a interface já preparada com o usuário e pronta para 
o uso. Porém Cipriani (2008, p. 118) afirma que isto pode significar limitações 
técnicas, como espaço limitado ou ainda a perda de dados, caso o serviço seja 
extinto. Há outros exemplos de soluções gratuitas, como o WordPress e pagas como 
mailto:go@blogger.com
38 
 
 
 
Movable Type que além de permitir a possibilidade de múltiplos autores e usuários 
participando da criação de forma conjunta ou separada, destaca-se pelo diferencial 
que está no “suporte técnico e na qualidade do material do suporte da empresa”. 
(CIPRIANI, 2008, p. 126). 
Normalmente os serviços de hospedagens pagos fornecem mais alternativas 
funcionais. As soluções independentes possuem um mecanismo chamado ping que 
permite avisar os sites de busca, sobre cada atualização e alteração de conteúdo no 
blog do usuário. Confirmando a alternativa Torres (2009) diz que: 
 
Os blogs têm alguns recursos internos, menos visíveis para o eleitor, como 
os pings e os trackbacks, que permitem aos blogueiros identificar quando 
seu artigo foi citado em outro blog. Outro recurso importante é o RSS Feed, 
uma espécie de resumo dos últimos posts, que pode ser assinado pelo 
leitor, que passa a ser informado das atualizações dos blogs. (TORRES, 
2009, p.126) 
 
 É necessário fornecer um endereço especifico pelo autor do blog original, 
para o envio de trackbacks. Compreendendo a estrutura dos blogs como meio de 
comunicação, a seguir explana-se quais são os meios de utilização dos blogs como 
ferramenta de comunicação. 
 
 
3.2 UTILIZAÇÃO DO BLOG COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO 
 
 
 Pode-se exemplificar a força de comunicação dos blogs nos campos sociais, 
como a repercussão midiática durante os desastres climáticos que aconteceram 
recentemente, onde os blogs participaram ativamente divulgando notícias e 
localização de ajuda para as vítimas. 
39 
 
 
 
 
Figura 14: Visualização do blog Important.ca sobre o Tsunami de 2004.. 
 
 
Figura 15: Visualização do blog da enciclopédia Britânica sobre o Tsunami de 2004. 
 
Segundo Pinho 2003: 
 
Quando a Word wide web surgiu em 1991, como a parte multimídia da 
internet os aficionados da rede mundial nem de longe puderam avaliar o 
impacto que a invenção iria causar na comunicação. Em um primeiro 
momento, os jornalistas, que utilizavam os computadores apenas para 
redigir e editar texto, começaram a usar os browsers de maneira incipiente 
como um novo recurso, para o acesso a informações disponibilizadas em 
banco de dados e em sites de todo mundo. (Pinho, 2003, p.114) 
 
40 
 
 
 
Conforme Cipriani (2008, p.44) afirma que o “blog é uma extensão de sua 
empresa sob a forma de histórias, dicas e trocas de experiência”, percebe-se que o 
blog pode servir como um canal entre empresa/político e usuário/eleitor, podendo 
trazer benefícios como aumento nas vendas ou propagação, valorização da 
marca/imagem. 
 
Todos os que dependem do voto para alcançar uma função pública terão 
que utilizar técnicas e métodos modernos, como a própria mídia eletrônica e 
a internet, aliados, claro, ao tradicional e antigo contato pessoal com o 
eleitor. (artigo TRE) 
 
É de grande importância a divulgação do blog, para que os usuários 
descubram o que está sendo publicado na rede. Conforme Torres (2009, p.103) é 
importante a utilização do Google Webmaster Tools e outras ferramentas 
semelhantes do Yahoo e aindado Altavista para acelerar o processo, através da 
varredura feita por palavras relacionadas a ele. Para acelerar a divulgação dos 
blogs, sejam eles políticos, corporativos, comerciais, entres outros, é preciso “fazer 
barulho” na internet, divulgando por meio das redes sociais, de outros blogs, e 
também os meios de comunicação instantânea como o Messenger, por exemplo, e 
principalmente o twitter que está em ascensão e não depende de aceitação para 
expor suas opiniões e ainda sem custo algum. A divulgação deve ser feita em 
todos os meios possíveis, em especial no impresso, em cartões de visita até na 
assinatura de email. 
De acordo com Torres (2009), 
 
Use o twitter como parte de blog e de sua estratégia de conteúdo. Muitas 
plataformas de blogs, como o WordPress, incluem plugins para envio de 
resumos ao Twitter. Essa é uma boa estratégia de divulgação, pois seus 
leitores podem acompanhar os títulos publicados em seu blog e ler aquilo 
que interessa. (TORRES, P,109) 
 
De acordo com a última Pesquisa de Consumidor da Nielsen Online realizada 
duas vezes ao ano em 2009 em 50 países com 25 mil consumidores da internet, as 
sugestões de amigos e opiniões de consumidores que se expressam na rede são 
as formas mais confiáveis de propaganda global. (Ibope, 2009) 
 
 
 
41 
 
 
 
3.3 PUBLICIDADE POLÍTICA NOS BLOGS 
 
 
 Segundo Pinho a web pode ser considerada “relativamente pouco 
dispendiosa e rápida, transferindo a mensagem, com som, cor e movimento, para 
qualquer parte do mundo, a uma fração de custo de muitas outras mídias”. (PINHO, 
2000, p.107) 
 O eleitor deve saber das vantagens e benefícios em se ter este político eleito, 
ou seja, manter o reconhecimento do mesmo e este é um dos principais objetivos do 
blog, comunicação direta do político com os que o elegeram, beneficiando assim a 
sua imagem, fixando a sua “marca” na cabeça do eleitor. Segundo Pinho (2000): 
 
A publicidade na Internet apresenta uma dupla face. Além de a web atingir 
enormes mercados nacionais e internacionais, condição para uma 
divulgação ampla e massiva, ela permite que esforços de publicidade sejam 
focados, com muita precisão, para segmentos de mercados específicos. 
Entretanto, nenhuma outra mídia proporciona a grande vantagem da Web: a 
interatividade. (PINHO, 2000, 107) 
 
 
Figura 16: Visualização da página inicial blog do vereador Carlos Augusto. 
 
42 
 
 
 
 
Figura 17: Visualização do Twtpoll, ferramenta de pesquisa. 
 
 O vereador de Belém/PA utiliza-se do Twtpoll. A ferramenta Twtpoll foi criada 
pelo jornalista Gilberto Pavoni Junior, para usuários do twitter colocarem pesquisas 
on-line mas ainda está em fase de teste. 
 
Na Web, a interação com consumidor potencial é instantânea, já que 
permite que a empresa tenha um feedback da efetividade de sua 
publicidade on-line; que ela saiba imediatamente o que o visitante pensa 
sobre a mensagem e o produto e serviço que estão sendo anunciados. 
(PINHO, 2000, p.107) 
 
 
4. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BLOG CONVENCIONAL E BLOG POLÍTICO 
 
 
 Há uma diferença marcante entre blogs convencionais e blogs políticos. 
Comparando-os percebe-se que o blog político é mais restritivo, particularmente em 
relação à lei eleitoral já citada anteriormente, é um formal na informalidade, existem 
regras dentro de uma rede de relacionamentos entre pessoas, porém é 
imprescindível para o político cumprir a legislação. (figura 18) Trata de assuntos de 
interesse da população, de militantes políticos, visualmente é direto e simples, quase 
sempre há uma foto do agente político em destaque. A logomarca do partido e 
também podem fazer uso das cores que remetem ao mesmo, criando assim uma 
43 
 
 
 
forma sutil de se posicionar, criando uma identidade visual na cabeça do eleitor. 
Usualmente o político usa este espaço da rede para apresentar-se aos usuários, 
postando sua biografia, currículo, agenda e serviços de utilidade pública. No dia a 
dia o político publica opinião sobre assuntos relacionados à comunidade com 
discussão sobre projetos de leis, decretos e afins. Além disso, fazem uso de links 
para as redes sociais como, por exemplo: orkut, twitter, facebook, youtube, 
myspace, entre outros 
 
Figura 18: Visualização do blog do prefeito de Piraquara Gabriel Jorge Samaha (GABÃO) 
 
 E quanto aos blogs convencionais, tradicionalmente se “molda” segundo o 
tema, sendo possível escolher em uma variedade de modelos prontos, as cores e 
formatos podem ser os mais variados, de acordo com o perfil de quem os cria. Nos 
blogs se abordam diversos assuntos como moda, tecnologia, humor, música, 
esportes, personalidades, televisão, cinema, jornalismo, downloads, enfim, uma 
infinidade de temas. (figuras 19, 20, 21 e 22) Indiferentemente disso, todos têm a 
oportunidade de receber um feedback direto, saber o que o usuário/eleitor pensa 
através dos posts e/ou comentários deixados na página, onde todos podem “dizer” o 
que pensam ou acham sem ter a preocupação da exposição física. 
 Segundo Amaral et all (2009), vários acadêmicos: 
 
Usam os blogs para lançar ideias e colher comentários; para criar ambiente 
de discussão que amplia a sala de aula e permite aos alunos trocar ideias, 
44 
 
 
 
adicionar comentários; como memória de pesquisa; como obra de arte... Os 
usos e os tipos são inúmeros e crescem a cada dia. (AMARAL, et all, 2009) 
 
 
Figura 19: Visualização do blog da profª Deise Bautzer 
 
 A professora e escritora Deise Bautzer faz marketing pessoal em seu blog, 
fazendo publicidade gratuita de seus livros, de seu trabalho, além de divulgar 
agenda e currículo e postar conteúdos acadêmicos. 
 
Figura 20: Visualização Profª Deise Bautzer e João Prosdócimo da Master Dtcom 
 
45 
 
 
 
 
Figura 21: Visualização do blog Estrelas Curitibanas do cantor e profº Lídio 
 
 O blog Estrelas Curitibanas traz a publicidade do cantor e compositor Lídio 
Roberto, onde apresenta à discografia, letras de música, agenda, fotos e vídeos de 
seus shows, além de livros de sua autoria traz também à opção de downloads de 
suas músicas e vídeos, além de links para outras redes, o blog é “alimentado” pela 
produtora Kátia Fontoura da KF Produções Culturais. 
 
 
Figura 22: Visualização do blog Estrelas Curitibanas do cantor e profº Lídio (publicidade Unibrasil) 
 
 
 Segundo Torres (2009): 
46 
 
 
 
 
Com todos esses recursos é fácil entender que além da força do 
relacionamento e do conteúdo, os blogs se valem da força dos mecanismos 
que apoiam a divulgação e acesso ao conteúdo, como as ferramentas de 
busca, os Feeds, os agregadores de notícias e de blogmarketing. 
(TORRES, 2009, p.127) 
 
 
Figura 23: Visualização do Blog de moda novela 
 
Percebe-se a distinção da publicidade política, quanto aos tipos de blogs. 
Onde no blog político é preciso “vender” a imagem sutilmente em troca de votos, 
divulgando seus trabalhos e benefícios conquistados para que este alcance o eleitor, 
para que na próxima eleição o mesmo se mantenha fiel às ideias e ideais do agente 
político. 
Em comparação a este estilo nos blogs político, são claramente identificáveis 
os tipos de publicidade no sentido amplo da palavra, como por exemplo, na figura 
23, do Blog Moda de Novela, da estilista Anna Martins, onde ela posta conteúdos 
sobre os modelos usados pelas atrizes e produz uma réplica com sua marca. Nesta 
mesma página, é feita a divulgação de suas produções, no blog tem links para o site 
de compras Toda Oferta da Uol, para serem vendidas as peças confeccionadas pela 
marca Moda de Novela que segundo a estilista futuramente fará as vendas em uma 
loja virtual própria. 
Divulga seu nome e marca no mercado, a baixo ou nenhum custo além de 
fazer publicidade de vários outros produtos, além dos anúncios do Google, há 
banners com publicidade do Banco Mercantil, Privalia, Bottero, além da contribuição 
47 
 
 
 
aos usuários do blog sobre o significadodas etiquetas, ou seja, os símbolos de 
conservação das roupas, além dos links já esclarecidos anteriormente como 
cadastro para recebimento de atualizações do blog e tals. Podemos perceber os 
blogs como um espaço de sociabilidade em qualquer meio. 
 
Figura 24: Visualização dos Anúncios no Blog de moda novela 
 
 
5. ANÁLISE DO BLOG DA VEREADORA DE CURITIBA, RENATA BUENO 
 
 
O blog da vereadora é abrangente, contendo diversas informações como 
biografia, proposições de projetos de lei, fotos de eventos e diversos links para 
acompanhar as redes sociais como orkut, facebook, twitter, youtube, my space 
(figuras 25, 26, 27, 28, 29 e 30). 
Está no ar desde março de 2009, sendo esta a primeira gestão da legisladora. 
Em termos de formatação e conceito o blog é básico, pois apresenta links para as 
redes sociais, têm cores leves, a logomarca do blog da vereadora é a assinatura 
dela, as postagens são de conteúdo informativo, no entanto não há um diferencial, 
por exemplo, ela dispõe links, mas não disponibiliza os vídeos diretamente no blog, 
não trabalha um posicionamento em especifico, algo que faça com que o mesmo se 
destaque no cenário. 
48 
 
 
 
 
Figura 25: Visualização da página inicial do blog da vereadora Renata Bueno 
 
Figura 26: Visualização do Orkut vereadora Renata Bueno (pág. Inicial) 
 
49 
 
 
 
 
Figura 27: Visualização do Twitter vereadora Renata Bueno 
 
 
Figura 28: Visualização do Facebook vereadora Renata Bueno (mural) 
 
50 
 
 
 
 
Figura 29: Visualização do You tube vereadora Renata Bueno 
 
 
Figura 30: Visualização do Myspace vereadora Renata Bueno 
 
O posicionamento político pode, não necessariamente nesse caso, influenciar 
no conteúdo do blog e limitar a interatividade de acordo com as circunstâncias e 
conveniências, portanto muitas vezes o político omite certas informações, como por 
exemplo, votações que podem prejudicar a imagem da legisladora. 
Em analogia a Fábio Cipriani, que trata sobre blogs corporativos, um motivo 
para estreitar as relações com seus eleitores é convidá-los a participar do processo 
de criação de projetos, ou concepção de uma ideia para atender as necessidades da 
51 
 
 
 
comunidade dentro das propriedades do legislativo. Convidar o eleitor a participar de 
enquetes, comentar sua posição diante das publicações online, estreitar as relações 
com seus eleitores e convidá-los a participar do processo de criação de um projeto 
de lei ou emendas que possam contribuir para o desenvolvimento da sociedade. 
Segundo Cipriani (2008): 
 
O grande segredo é fazer ou criar algo que desperte o interesse do público 
em escrever (blogar) sobre o assunto. Os blogs dão a oportunidade de se 
“fazer barulho” na internet, e isso tem alcance muito maior que um boca a 
boca, é como se literalmente um vírus estivesse infectando mais e mais 
pessoas como em uma epidemia. (CIPRIANI, 2008, p.150) 
 
O blog da vereadora poderia também conter links não só para notícias do dia, 
principalmente relacionadas à política, como também para textos de cientistas 
políticos; teses, retóricas, teorias, entre outros. Seria proveitoso que tivesse uma 
área para assinatura de feeds e claro, também a descontinuação do mesmo, caso o 
eleitor não quisesse mais receber as atualizações do blog. 
Em análise da entrevista feita com a assessoria de comunicação, 
compreende-se que o blog foi escolhido como uma das ferramentas de 
comunicação, por ser prático e de fácil manuseio, diferentemente dos websites. É de 
editoria política e traz total interação entre autor e eleitor, espaço este onde o eleitor 
interage, discute e argumenta sobre os conteúdos ali postados. Nesta era da web 
2.0, a interação se potencializa e os leitores passam a ser agentes de notícias, 
colaborando na construção das mesmas. 
Segundo a assessoria da vereadora, este ambiente criado pela representante 
do povo tem por objetivo possibilitar a participação efetiva da população. O design 
foi estruturado a partir de um modelo pré-estabelecido pelo blogger. A divulgação do 
blog é feita a partir do conglomerado das redes sociais Renata Bueno, já que todas 
estão interligadas. Os responsáveis pela alimentação das redes são os assessores 
de imprensa, o que não impede que a vereadora de postar seus conteúdos, 
principalmente no Twitter, Orkut e Facebook. 
Segundo Léo Suzuki (assessor da vereadora), as redes sociais não 
influenciam no voto, apenas facilita o acesso e a interação entre a edil e a 
população, e que o contato pode influenciar na hora de escolher em quem votar. 
Com a segmentação dos blogs, é automático a criação de público interessado no 
segmento. Acredita ainda que quanto mais postagens, maior será o acesso. Em 
52 
 
 
 
breve intensificarão a alimentação do blog, no momento estão planejando um novo 
layout, e novas oportunidades de interação disponíveis, como enquetes, newsletter, 
canais de áudio e vídeo. As notícias são elaboradas a parir de assuntos vindos por 
intermédio da vereadora e parte da assessoria, não são específicas para o blog e 
sim para serem inseridos em todas as plataformas da web. 
No geral, na análise do blog, percebe-se que são pouco exploradas as 
oportunidades que a ferramenta permite, principalmente pouco relevante para o 
eleitor identificar-se com a vereadora. Até esta data, segundo a assessoria estão 
esquematizando uma repaginada virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
6. METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
 
 Para identificar a comunicação do agente político municipal via blog e 
compreender a estrutura desta publicidade política via web, este trabalho terá como 
base a pesquisa bibliográfica, pois segundo Andrade (2006, p. 39) explica que “a 
pesquisa bibliográfica é a habilidade fundamental nos cursos de graduação, uma vez 
que constituí o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas”. Será feita em 
livros, artigos acadêmicos, sites, revistas, blogs políticos e blogs em geral, e 
pesquisa de campo e entrevista feita com a assessoria de comunicação da 
vereadora Renata Bueno, em amostras intencionais para a análise posterior. 
 Esta pesquisa tem caráter exploratório, é de natureza aplicada e aborda a 
problemática em forma de pesquisa qualitativa com objetivo descritivo, analisando 
esse ambiente virtual, identificando o processo e seu significado, descrevendo assim 
o estilo e o formato, buscando analisar a forma como é veiculada a publicidade nos 
blogs e a utilização deste meio pela vereadora para conclusão deste estudo de caso. 
Para a coleta dos dados será feita a aplicação dos questionários na 
Faculdade Unibrasil e utilizado o aplicativo Google Docs, uma suíte de programas 
on-line que permite a criação de questionários e a tabulação dos resultados obtidos. 
A entrevista será aplicada utilizando-se de um instrumento de coleta de 
dados, semi-estruturada com perguntas abertas, através de roteiro pré-estabelecido. 
Desta forma, as questões foram respondidas pela assessoria de comunicação da 
vereadora Renata Bueno. A partir de uma análise comparativa e após a conclusão 
deste estudo de caso, expor as considerações finais da publicidade via blog. 
 
 
 
54 
 
 
 
7. CRONOGRAMA 
 
 
CRONOGRAMA DE PESQUISA - 2º SEMESTRE 2009 
Projeto Monografia (Pesquisa Bibliográfica) 
Atividades Jul Ago Set Out Nov Dez 
Revisão dos Objetivos X X 
Pesquisa Bibliográfica X X X 
Pré Defesa ou Qualificação 
Pesquisa de Campo 
Tabulação de Dados 
Análise/Interpretação dos Dados 
Conclusão X 
Redação Final X 
Apresentação Final X 
 
 
CRONOGRAMA DE PESQUISA - 1º SEMESTRE 2010 
Monografia 
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun 
Revisão dos Objetivos X 
Pesquisa Bibliográfica X X X 
Pré Defesa ou Qualificação X 
Pesquisa de Campo X X 
Tabulação de Dados X X 
Análise/Interpretaçãodos Dados X X X 
Conclusão X X 
Redação Final X 
Apresentação Final X 
 
 
55 
 
 
 
8. ANÁLISE DE DADOS 
 
 
 Para análise da pesquisa quantitativa foram pesquisadas 274 pessoas. 
Participaram da pesquisa eleitores da cidade de Curitiba, não necessariamente 
eleitores da vereadora Renata Bueno. Foi utilizado o espaço da Faculdade Unibrasil 
e via rede através do aplicativo Google Docs. 
 
1. Sexo 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 150 são do sexo feminino e 124 do sexo 
masculino. 
 
 
2. Idade 
 
 
56 
 
 
 
Dos eleitores entrevistados, 106 estão na faixa etária entre 16 e 25 anos, 82 têm de 
26 a 35 anos de idade, 74 tem de 36 a 45 anos de idade 12 tem de 46 a 55 anos de 
idade, sendo zerado o número de entrevistas a partir de 56 anos. 
 
 
3. Classificação Socioeconômica 
 
 
Segundo critérios Brasil de Classificação Sócioeconômica, dos 274 pesquisados 
classificam-se em 16 fazem parte da classe A1, 42 fazem parte da classe A2, 80 
fazem parte da classe B1, 100 fazem parte da classe B2, 32 fazem parte da classe 
C1, 2 fazem parte da classes C2 e D, sendo zero a pesquisa na classe D. 
 
 
4. O objetivo desta pesquisa é avaliar o perfil do eleitor e que também é 
usuário da internet. 
 
 
57 
 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 258 usam a internet, enquanto 16 pessoas, não 
tem acesso direto a internet. 
 
 
5. Frequência que utiliza a internet 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 246 usam a internet diariamente, 12 usam de 2 a 3 
vezes por semana, e 8 usam a internet semanal e mensalmente. 
 
 
6. Como usuário da internet também faz uso de redes sociais? 
 
58 
 
 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 138 fazem uso das redes sociais com frequência, 
116 fazem uso das redes sociais, mas não frequentemente, e 20 dos entrevistados 
não utilizam as redes sociais. 
 
 
7. Utiliza os blogs como fonte de informação, tem o hábito de acessá-los? 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 140 dos entrevistados responderam que sim, 92 
dos entrevistados não acessam, enquanto somente 42 acessam e participam dos 
comentários, utilizando os blogs como fonte de informação 
 
 
8. O que você acha da utilização das redes sociais pelos políticos? 
59 
 
 
 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 240 consideram interessantes a utilização dos 
blogs pelos políticos, em contraponto com 34 pessoas que acham negativo o uso 
dos mesmos. 
 
 
9. O que você gostaria de encontrar num blog político? 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 94 entrevistados querem que o blog de um político 
seja utilizado para debater com a população o interesse comum, 88 querem que 
seus projetos e opiniões de interesse público sejam compartilhados, 78 querem que 
60 
 
 
 
seja um espaço participativo com o eleitorado e 14 querem que o político utilize 
como espaço pessoal para conhecermos melhor sua vida. 
 
 
10. Acredita na força dos blogs como incentivo para o debate político em 
nosso país, como uma ferramenta ao dispor de toda a sociedade? 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 174 dos entrevistados acredita na força dos blogs 
como incentivo ao debate político no Brasil, 80 dos entrevistados acreditam, 
porém com pouca relevância, enquanto 20 não acreditam 
 
 
11. Pretende utilizar as ferramentas de comunicação na internet como os 
blogs, para se interar das eleições neste ano no Brasil? 
 
61 
 
 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 252 responderam que sim, pretendem utilizar os 
blogs para se inteirar dos assuntos em relação as eleições, enquanto 22 
responderam que não vão utilizar. 
 
 
12. Qual sua opinião quanto às ferramentas de comunicação da internet 
(blogs) utilizadas pelos políticos serem alimentadas pela assessoria de 
Imprensa e não diretamente os políticos? 
 
 
 
Dos 274 eleitores entrevistados, 186 responderam que acham válido, desde que, 
seja transmitida exatamente a opinião do político em questão, enquanto 186 
responderam que se não for o próprio, melhor que não faça. 
 
62 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Com o crescimento da popularização e a importância que os blogs vem 
conquistando como meio de comunicação com baixo ou nenhum custo, partindo da 
condição de diários virtuais para ferramentas publicitárias e jornalísticas. A 
vereadora de Curitiba, Renata Bueno utiliza-se destas ferramentas, porém há ainda 
um grande potencial a ser explorado, já que a região de Curitiba é progressiva no 
sentido cultural e virtual. 
Leva-se em conta a questão da rapidez com que as informações vêm e vão, 
às vezes sem conseguir alcançar o objetivo para o qual foi proposto, porém a 
internet cresce a cada dia, consequentemente a publicidade vem no mesmo ritmo. 
Na propaganda e publicidade política e eleitoral nos meios de comunicação via web 
ainda está “engatinhando” no Brasil, porém como é do conhecimento geral, nos 
Estados Unidos foi a maior publicidade espontânea e gratuita já gerada em todo o 
mundo. No Brasil ainda há muitas dúvidas pertinentes em relação á isso, já que 
menos de 50% da população tem acesso a internet. 
 Toda forma de contato com os eleitores é de bem vinda, seja no boca-a-boca, 
seja impresso ou virtual, a publicidade no dia a dia faz diferença na hora do voto, é 
de grande importância ficar “próximo do povo, mesmo que seja virtualmente. 
É preciso ter cuidado para não infringir a legislação que rege a política, 
também é de grande valia manter o eleitor fiel, pois segundo jargões utilizados no 
meio político, “é mais barato manter um eleitor, do que conquistar outro.” 
 Acredita-se que este trabalho alcançou as expectativas na descrição e análise 
da publicidade política da vereadora Renata Bueno, apesar de ser um termo não tão 
novo, foi encontrado dificuldades na pesquisa em livros sobre o assunto, 
principalmente em sites em língua portuguesa. 
 
 
 
63 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMARAL, Adriana; RECUERO, Raquel; MONTARDO, Sandra (orgs.). Blogs.com: 
estudos sobre blogs e comunicação. São Paulo, Momento Editorial, 2009. 
 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho 
Científico. 7. ed. – 2. reimpr. São Paulo, Atlas, 2006. 
 
BALDESSAR, Maria José. Comunicação multimídia objeto de reflexão no 
cenário do século XXI. Florianópolis, CCE/ UFSC, 2009. 
 
BOBBIO, Norberto. A Teoria das formas de governo. 10ª Ed. Editora UNB. 
Brasília. 2001. 
 
CAPELATO, Maria Helena Rolim. Multidões em cena, Propaganda política no 
varguismo e no peronismo. Ed. Papirus, São Paulo, 1998 
 
CASTRO, Álvaro de. Propaganda e Mídia Digital, A Web como a grande mídia do 
presente. Rio de Janeiro, Qualitymark Editora, 2000. 
 
CIPRIANI, Fábio. Blog Corporativo, São Paulo, 2ª Ed. Novatec Editora, 2008 
 
CONEGLIAN, Olivar. Propaganda Eleitoral, De acordo com o Código Eleitoral e 
com a Lei 9.504/97. 3° ed. Juruá Editora. Curitiba. 1998. 
 
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
 
GOMES, Neusa Demartini. Formas persuasivas de comunicação política: 
propaganda política e publicidade eleitoral, 3ª Ed. Porto Alegre, 2004. 
 
LÉVY, Pierre. Cibercultura, 2ª Ed. Editora 34. São Paulo, 2001. 
64 
 
 
 
 
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Editora 34, São Paulo: 1999. 
 
MATOS, Heloiza. Comunicação Pública – Democracia e Cidadania: o caso do 
legislativo. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, XXII, Rio de 
Janeiro, 1999 
 
OLIVEIRA, M. J. C. (org). Comunicação Pública. São Paulo, Alínea, 2004. 
Comunicação pública - Organizador Jorge Duarte 
 
PINHO, J.B. Comunicação em Marketing – Princípios de Comunicação 
Mercadológica, 7ª Ed. São Paulo, Ed. Papirus, 2001 
 
PINHO, J.B. Jornalismo na Internet - Planejamento e Produçao da Informação On-
line. São Paulo, Summus, 2003 
 
PINHO, J.B. Publicidade e vendas na Internet. São Paulo, Summus, 2000. 
 
RECUERO, Raquel. Redes Sociais