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Eficácia na Lei Processual no Espaço e no Tempo

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Eficácia da Norma Processual no Espaço e no Tempo
●Eficácia espacial: em princípio, a eficácia espacial é regulada pela territorialidade, devido ao reflexo da soberania do Estado, sendo aplicadas, assim, as leis brasileiras no território brasileiro. No entanto, o ordenamento conhece a possibilidade de aplicação de leis estrangeiras no território brasileiro em determinadas situações, como, por exemplo, em questão à validade de um negócio cujo contrato foi celebrado em outro país, no direito privado brasileiro. No Direito Processual, no território nacional só se admite a aplicação da lei processual brasileira, possui caráter absoluto.
●Eficácia temporal: 
- Há conflito em relação a qual lei deverá ser aplicada: lei nova ou lei antiga? Presume-se que a lei nova é de melhor qualidade, está mais ajustada às vicissitudes que ela vem regular, visto que, possivelmente, está melhor adaptada à realidade em que se encontra, devendo, portanto, ser aplicada imediatamente. As leis processuais brasileiras estão sujeitas às normas relativas à eficácia temporal das leis, constantes na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é a questão do período de adaptação, a vacatio legis, quando necessária, onde, se a lei silenciar, a vacatio é de 45 dias, ou seja, a lei processual começa a vigorar, em todo o país, 45 dias depois de publicada, se antes de entrar a lei em vigor ocorrer nova publicação de seu texto, o prazo começará a correr da nova publicação. 
- No entanto, essa lei nova deve respeitar certos limites, não podendo agir retroativamente àquilo que já foi estabelecido pela lei anterior. Neste caso, não pode alterar situações já estabelecidas, tais como o ato jurídico perfeito, a coisa julgada (decisão jurisdicional que se tenha tornado definitiva) e o direito adquirido (o direito que já se incorporou ao patrimônio da pessoa que atendeu a todos os elementos e pressupostos de fato e de direito à sua aquisição), para não agredir ao princípio da certeza e segurança das relações jurídicas.
OBS: a lei penal mais benéfica (de direito material penal, não a lei processual penal) tem eficácia tanto retroativa (soprepõe-se à lei anterior mais rigorosa) quanto ultrativa (prevalece diante de lei nova mais rigorosa), tendo em vista o valor “liberdade”. 
Com relação à questão processual, são três as situações:
- Processo que já se encerrou segundo a lei antiga → lei nova não o atinge
- Processo que ainda vai se iniciar depois da vigência da lei nova → lei nova que agirá
- Processo que estava em curso/andamento quando a lei nova surgiu → concorrem em três sistemas:
● Sistema de Unidade Processual: unidade dos atos em relação ao conflito, é considerado como um bloco único, monolítico. O processo é uma sequência de atos conexos e consequentes com um fim determinado. É preconizado que a lei processual nova jamais incidirá no processo em curso, mesmo em relação a ato processual ainda não praticado, devido à unidade processual, ele vai até o fim com o regime de lei que se iniciou.
● Sistema de Fases Processuais: 
- O processo agora é visto a partir de fases, os atos processuais vão integrar fases distintas do processo: Postulatória ou Postulação (o autor apresenta, postula a sua demanda); Saneatória ou Saneamento (o juiz para e vai dar margem à correção dos defeitos, irregularidades); Instrutória ou Instrução (a colheita de provas, caso ainda haja necessidade, exemplos: perícia e vistoria); Decisória (proclamação, acertamento, desfecho); Recursal. 
- Cada fase infensa a alterações das leis com que iniciou, ou seja, em tal sistema, a lei processual nova não incidirá em fase que já tenha sido iniciada ou concluída, ainda que o ato processual, a qual ela se refira, não tenha sido praticado, incidindo somente, portanto, em relação a fase que ainda não foi iniciada. Neste sistema, por consequência, a lei processual nova poderá ou não ser aplicada ao processo em curso.
● Sistema de Isolamento dos Atos Processuais: considera cada ato processual de per si, singularmente, de modo que se podem adotar as regras gerais imediatamente da eficácia temporal com a ressalva da não-retroatividade, por isto que, em tal sistema, que é o adotado no Brasil, a lei processual nova se aplica imediatamente, respeitados, todavia, os atos processuais já praticados (pois, então, estes são “atos jurídicos perfeitos”, isto é, praticados na conformidade da lei anterior então vigente).
ANOTAÇÃO: o livro base fala sobre a tentativa frustrada de estabelecer o sistema de fases no processo brasileiro, qual seja: a suspensão condicional do processo. O artigo 89 da lei 8099 diz que quando a pena mínima não é superior a um ano, é possível suspender o processo enquanto o agente cumpre certas condições, e cumpridas no tempo certo, está extinta a punibilidade, suspendendo o processo. O artigo 90 diz que o 89 não se aplica aos processos cuja instrução já estiver iniciada. Problemas: existe uma dupla natureza, norma material que regula diretamente a vida intersubjetiva X norma processual que regula o feito pelo Estado na resolução do conflito, existindo, portanto, normas com conteúdo material e processual, tal como o artigo 89. Portanto, se tem o conteúdo material e beneficia o réu com a suspensão, ela é uma lei penal mais benéfica, devendo prevalecer sobre a lei anterior, mesmo que já iniciada a sua instrução.

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