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1
UNIVERSIDADE FEDERA DE VIÇOSA 
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA ANIMAL 
SETOR DE ENTOMOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
COORDENADOR: PROF. DR. MARCELO COUTINHO PICANÇO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIÇOSA - 2010 
 2
CONTEÚDO 
 
PARTE 1: AULAS TEÓRICAS 
Ítens Página 
Introdução à entomologia econômica 4 
Receituário agronômico e deontologia 15 
Toxicologia de inseticidas - I 22 
Toxicologia de inseticidas – II 28 
Toxicologia de inseticidas – III (mecanismos de ação dos inseticidas) 34 
Toxicologia de inseticidas – IV (limitações do uso de inseticidas 39 
Controle biológico de pragas 44 
Manipulação do ambiente de cultivo ou controle cultural 58 
Métodos de controle por comportamento 64 
Interações inseto-planta e resistência de plantas hospedeiras a insetos 67 
Métodos mecânicos, físicos, genéticos e legislativos de controle de pragas 78 
Métodos alternativos de controle de pragas 86 
 
 3
PARTE 2: AULAS PRÁTICAS 
 
Ítens Página 
FRUTÍFERAS 
Abacaxizeiro 93 
Bananeira 99 
Mamoeiro 105 
Citros 112 
Maracujazeiro 125 
Pessegueiro 131 
 
GRANDES CULTURAS 
Algodoeiro 138 
Arroz 151 
Cafeeiro 162 
Cana-de-açucar 171 
Feijoeiro 176 
Mandioca 186 
Milho 192 
Pastagens 196 
Soja 206 
Sorgo 217 
Trigo, aveia e cevada 221 
 
OLERÍCOLAS 
Alho e cebola 231 
Batata 236 
Brássicas 244 
Cucurbitáceas 249 
Tomateiro 256 
Pimentão e pimenta 264 
 
ORNAMENTAIS 
Roseira 272 
 
PRAGAS GERAIS 
Biologia e controle de cupins de ninhos expostos 277 
Formigas cortadeiras 281 
Pragas de instalações 288 
Pragas de produtos armazenados 301 
 
 4
 
INTRODUÇÃO À ENTOMOLOGIA ECONÔMICA 
Marcelo PICANÇO 
 
1. Organismos praga 
São organismos que competem direta ou indiretamente com o homem por alimento, matéria 
prima ou prejudicam a saúde e o bem-estar do homem e animais. 
 
2. Exemplos de organismos praga 
. Pássaros (marrecos, goderos, assanhaços, etc.). 
. Mamíferos (ratos, morcegos, capivaras, coelhos, etc.). 
. Patógenos (vírus, bactérias, fungos, etc.): os patógenos que atacam as plantas são estudados 
pela Fitopatologia. 
. Plantas invasoras: são estudados nos cursos de plantas invasoras. 
. Nematóides (são estudados pela Nematologia). 
. Artrópodes (ácaros, sinfilos, diplopodas, aranhas, insetos, etc.) são estudados geralmente nos 
cursos de Entomologia. 
. Moluscos (lesmas e caracóis). 
 
3. Conceitos de pragas 
 
3.1. Convencional 
Um organismo é considerado praga, quando é constatada sua presença no agroecossistema. 
 
3.2. Do ponto de vista do manejo integrado de pragas (MIP) 
Um organismo só é considerado praga quando causa danos econômicos. 
 
4. Nível de dano econômico (ND) 
- Corresponde a densidade populacional do organismo praga na qual ele causa prejuízos de 
igual valor ao custo de seu controle. 
- O nível de dano econômico, embora tomado muitas vezes como um valor fixo, é variável em 
função dos seguintes fatores: 
. Preço do produto agrícola (quanto maior o preço do produto menor será o nível de dano 
econômico). 
. Custo de controle (quanto maior o custo de controle, maior será o nível de dano econômico). 
 5
. Capacidade da praga em danificar a cultura. 
. Susceptibilidade da cultura à praga. 
 
5. Nível de ação ou controle (NA ou NC) 
É a densidade populacional da praga em que devemos adotar medidas de controle, para que 
esta não cause danos econômicos. Sendo que a diferença entre os valores do ND e do NC, 
deve-se a velocidade de ação dos métodos de controle. 
 
6. Nível de não-ação (NNA) 
Corresponde a densidade populacional do inimigo natural capaz de controlar a população da 
praga. 
 
7. Tipos de pragas 
 
7.1. De acordo com a parte da planta que é atacada 
 
7.1.1. Praga direta 
- Ataca diretamente a parte comercializada. 
. Exemplo: broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis Guenée, 1854) que ataca 
os frutos do tomateiro. 
 
7.1.2. Praga indireta 
- Ataca uma parte da planta que afeta indiretamente a parte comercializada. 
. Exemplo: lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis Hueb.) que causa desfolha nas plantas da 
soja. 
 
7.2. De acordo com sua importância 
 
7.2.1. Organismos não-praga 
- São aqueles que sua densidade populacional nunca atinge o nível de controle. Correspondem 
a maioria das espécies fitófagas encontradas nos agroecossistemas. 
Tempo
Densidade
ND
NC
PE
populacional
 
 6
(Ponto de equiíbrio (PE): densidade populacional média do organismo ao longo do tempo). 
7.2.2 Pragas secundárias 
- São aqueles que raramente atingem o nível de controle 
- Exemplo: ácaros na cultura do café. 
Tempo
Densidade
ND
NC
PE
populacional
 
(Corresponde ao momento de aplicação do método de controle de pragas). 
 
7.2.3. Pragas chaves 
- São aqueles organismos que frequentemente ou sempre atigem o nível de controle. Esta 
praga constitui o ponto chave no estabelecimento de sistema de manejo das pragas, as quais 
são geralmente controladas quando se combate a praga chave. São poucas as espécies nesta 
categoria nos agroecossistemas, em muitas culturas só ocorre uma praga chave. 
 
7.2.3.1. Pragas frequentes 
- São organismos que frequentemente atigem o nível de controle. 
. Exemplo: cigarrinha verde (Empoasca kraemeri Ross & Moore, 1957) em feijoeiro. 
Tempo
Densidade
ND
NC
PE
populacional
 
7.2.3.2. Pragas severas 
- São organismos cuja parte de equilíbrio é maior que o nível de controle. 
. Exemplo: formigas saúvas (Atta spp.) em pastagens. 
Tempo
Densidade
ND
NC
PE
populacional
PEM (Ponto de Equilíbrio Modificado)
 
 
 7
8. Consequências do ataque de pragas às plantas 
 
8.1. Injúrias 
- Lesões ou alterações deletérias causadas nos órgãos ou tecidos das plantas. 
. As pragas de aparelho bucal mastigador provocam as seguintes injúrias: 
- lesões em órgãos subterrâneos; 
- roletamento de plantas; 
- broqueamento (confecção de galerias no interior de órgãos subterrâneos, caule, frutos e 
grãos); 
- surgimento de galhas; 
- vetores de doenças; 
- desfolha; 
- confecção de minas (galerias surgidas nas folhas devido a destruição do mesófilo foliar). 
 
. As pragas fitossucívoras provocam as seguintes injúrias: 
- sucção de seiva; 
- introdução de toxinas; 
- vetores de doenças (principalmente viroses). 
. Sendo que ataque de pragas fitossucívoras pode ocasionar: 
- retorcimento ("engruvinhamento"); 
- amarelecimento; 
- anormalidade no crescimento e desenvolvimento; 
- secamento; 
- mortalidade; 
- queda na produção das plantas. 
8.2. Prejuízos das pragas 
Queda na produção agrícola causada por pragas. 
 
8.3. Dano das pragas agrícolas 
Prejuízos causado por organismos fitófagos com densidade populacional acima de nível de 
dano econômico. 
 
9. Fatores favoráveis à ocorrência de pragas 
- Descaso pelas medidas de controle 
 8
- Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas 
- Diminuição da diversidade de plantas nos agroecossistemas (o plantio de monoculturas 
favorecem as populações das espécies fitófagas "especialistas" e diminui as populações dos 
inimigos naturais das pragas) 
- Falta de rotação de culturas nos agroecossistemas. 
- Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas. 
- Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que atacam o sistema 
radicular das plantas). 
- Adubação desiquilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas) 
- Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia 
inadequados). 
l0. Problemas advindos do uso inadequado de praguicidas 
 
l0.l. Redução das populações de inimigos naturais em níveis superiores ao das populações de 
pragas devido: 
- possuirem maior mobilidade do que as pragas, ficando assim mais expostas aos praguicidas. 
- ocorrência de maior consumo de pragas contaminadas por praguicidas devido a maior 
facilidade de "captura" destas; 
- maior concentração de substâncias tóxicas (o praguicida) em níveis tróficos mais elevados(no caso dos inimigos naturais). 
 
A redução nas populações dos inimigos naturais traz como consequências: 
- Ressurgência de pragas (a praga reaparece em safras subsequentes, oriunda de lugares de 
refúgio e dos indivíduos sobreviventes na lavoura, em níveis populacionais superiores aos da 
sanfra anterior). 
- Erupção de pragas (mudança de "status", com praga secundária tornando-se chave). 
Exemplo disto pode ocorrer com o uso de inseticidas do grupo dos piretróides no controle do 
bicho mineiro (Perileucoptera coffeella (Guérin - Menéville, 1842)) do cafeeiro. Esse uso 
pode reduzir a população de ácaros predadores do ácaro vermelho (Oligonychus ilicis 
(McGregor, 1919)), que passa para o "status" de praga chave. 
 
l0.2. Quebra da cadeia alimentar 
- Consiste na redução da população de espécies fitófagas, que servem como fonte inicial de 
alimentação de predadores, os quais posteriormente serão essenciais no controle de pragas 
 9
chaves. Exemplo disto é o que ocorre na cultura algodoeira quando se usa semente preta 
(semente tratada com inseticida sistêmico) diminuindo assim, a população de pulgões e tripes. 
Estes insetos são fonte inicial de alimento dos predadores de pragas chaves que surgirão 
posteriormente como o curuquerê do algodoeiro (A. argillacea Hueb., 1818) e lagarta das 
maçãs (Heliothis virescens (Fabr., 1781). 
l0.3. Resistência das pragas aos praguicidas. 
- Consiste no aumento da tolerância das populações de pragas a doses de um 
praguicida anteriormente considerado eficiente no seu controle. 
- Isto ocorre devido a eliminação de indivíduos susceptíveis, fato este que fará com que haja 
seleção de indivíduos que possuam carga genética para resistência à ação do praguicida. 
- Os mecanismos de resistência podem ser: 
. alterações no alvo de ação do praguicida; 
. aumento da taxa de desintoxicação (por degradação ou excreção) do praguicida pela praga; 
. redução da taxa de penetração do praguicida no corpo da praga, e 
. resistência por comportamento (modificações no comportamento como repelência ao 
praguicida que permitam esse tolerar o praguicida). 
- Além da resistência induzida a um praguicida pode também ocorrer: 
. resistência cruzada (quando a resistência induzida por um praguicida se estende também a 
outro produto de mesmo modo de ação); 
. resistência múltipla (quando a resistência se estende a praguicidas de modo de ação 
diferentes). 
 
l0.4. Modificações na fisiologia das plantas, aumentando a susceptibilidade das culturas à 
pragas. 
l0.5. Bioacumulação (acúmulo do praguicida no corpo de um organismo). 
l0.6. Biomagnificação (acúmulo do praguicida ao longo da cadeia alimentar). 
l0.7. Presença de resíduos de praguicidas no solo, ar, água e alimentos. 
l0.8. Intoxicações agudas no homem, componentes da fauna, flora e microorganismos. 
 
ll. Filosofias de controle de pragas 
 
11.1. Filosofia tradicional de controle de pragas 
Segundo essa filosofia, devem ser adotadas medidas de controle (geralmente se utiliza o 
método químico) quando o organismo praga está presente, independentemente de outros 
 10
fatores. Esta filosofia, e o seu uso, se deve entre outros fatos a falta de informações 
disponíveis para a maioria dos agroecossistemas e a simplicidade de sua adoção por técnicos e 
agricultores. 
 
11.2. Manejo integrado de pragas (MIP) 
É uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e incrementar os fatores de 
mortalidade natural, através do uso integrado dos métodos de controle selecionados com base 
em parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. 
 
l2. Componentes do MIP 
 
l2.l. Avaliação do agroecossistema 
- avaliação da população da praga (amostragem para verificação da densidade populacional da 
praga). 
- avaliação das populações dos inimigos naturais das pragas (amostragem para verificação de 
suas densidades populacionais). 
- estádio fenológico das plantas (verificação do grau de susceptibilidade da cultura em cada 
estádio). 
- avaliação das condiões climáticas (as quais podem determinar aumento ou decréscimo da 
população das pragas, inimigos naturais e eficiência dos métodos de controle). 
 
l2.2. Tomada de decisão 
Nesta fase, tomaremos a decisão de controlar ou não as pragas com base nos seguintes 
componentes: 
l2.2.1. População de praga 
- Tomamos decisão de controlar a praga se a densidade populacional da praga for igual ou 
maior que o nível de controle. 
12.2.2. População dos inimigos naturais 
- Só tomaremos decisão de controlar as pragas se as densidades populacionais de inimigos 
naturais estiverem menores que o nível de não-ação. 
12.2.3. Estádio fenológico da cultura 
- Na tomada de decisão, devemos considerar o grau de susceptibilidade da cultura em cada 
estádio. 
12.2.4. Condições climáticas 
 11
- Na tomadas de decisão, deve-se verificar as condições climáticas, visto que estas têm efeito 
sobre as populações das pragas, inimigos naturais e eficiência dos métodos de controle. 
12.2.5. Escolha dos métodos de controle 
- Deve-se levar em consideração os fatores técnicos, econômicos, ecológicos e sociológicos. 
 
13. Amostragem das populações de pragas e inimigos naturais 
Para avaliação correta, das populações de pragas e inimigos naturais é necessário se realizar 
amostragens. Para tanto, é necessário o desenvolvimento de pesquisas que permitam o 
desenvolvimento de metodologia de avaliação populacional, plano de amostragem e tipo de 
caminhamento a ser adotado na amostragem. 
 
13.1. Métodos de avaliação de populações de pragas e inimigos naturais 
 
13.1.2. Métodos absolutos 
- Consistem na avaliação da população total existente em determinada área. 
- Praticamente não usado em Entomologia Agrícola devido ao tempo, pessoal e dinheiro 
gasto na sua realização. 
13.1.3. Métodos relativos 
- Estima-se a população existente em determinada amostra. 
- Esta contagem pode ser feita através de: 
. contagem direta das pragas existentes numa amostra, como é feito na cultura de citros para o 
ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis Geijskes, 1939), onde conta-se o número de ácaros 
existentes nos frutos; 
. uso de armadilhas, como é feito para a cultura da soja quando conta-se o número de 
percevejos (Heteroptera: Pentatomidae) presentes em pano colocado entre as fileiras das 
plantas. 
13.1.4. Índices populacionais 
São realizadas avaliações de produtos metabólicos (fezes e exúvias, principalmente) e efeitos 
das pragas e inimigos naturais. Como exemplo deste método, conta-se o número de minas 
feitas pelo bicho mineiro (Perileucoptera coffeella) em café. 
 
14. Planos de amostragem de populações de pragas e inimigos naturais 
 
14.1. Comum 
 12
- Se baseia em número fixo de amostras a serem realizadas por unidade de área. 
- Neste plano, para a amostragem ser representativa da realidade, tem que ocorrer uma 
distribuição espacial dos organismos semelhante à distribuição destes em pesquisa na qual 
este plano foi estabelecido. 
- Como exemplo deste plano, temos o número de amostras a serem feitas na avalação da 
população de pragas da soja (Quadro 1). 
 
QUADRO 1 - Amostragem das Pragas da Cultura da Soja. 
Área/ha Nº de pontos 
amostrados 
Unidade de amostragem 
Lagartas e percevejos Broca das axilas 
1 - 9 
10 - 29 
30 - 99 
6 
8 
10 
Uma amostragem colocando-se 
pano branco entre as fileiras 
Exame de dez plantas 
em cada ponto 
 
14.2. Sequencial 
- O número de amostragem a ser realizado é variável de tal forma a garantir uma boa precisão 
da amostragem. 
- Para tanto, são confeccionados tabelas que possuem três colunas: a primeira contém o 
número de amostras, a segunda o limite inferior e a terceira o limite superior (Quadro 2). 
- Se a população da praga for menor ou igual ao valor do limite inferior, a decisão é de não 
controlar a praga. 
- Se for maior ou igual ao limite superior, a decisão será a de controlar a praga. 
- Se o valor for intermediárioentre os limites inferior e superior, deve-se fazer mais 
amostragens até que esta caia em uma das duas situações anteriores. 
- Além de trazer maior precisão que o plano anterior este também possibilita uma economia 
de tempo e esforço (em geral 50%). 
 
QUADRO 2 - Plano de Amostragem Sequencial para o Bicudo do Algodoeiro (A. grandis). 
Nº de amostras Nº de botões atacados (contagem acumulativa) 
 Limite inferior Limite superior 
1 - - 
5 - - 
10 9 12 
15 13 16 
20 18 21 
25 23 26 
30 28 30 
34 31 34 
 
 13
15. Tipo de caminhamento: Representa a forma de deslocamento para se fazer a amostragem 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Tipos de caminhamento mais usados na amostragem de pragas e inimigos naturais 
 
16. Métodos de controle de pragas 
Os principais métodos usados no controle de pragas são: 
 
16.1. Métodos culturais 
Emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objetivando o 
controle de pragas. 
16.2. Controle biológico 
Ação de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em nível inferior àquele 
que ocorreria na ausência desses inimigos naturais. 
16.3. Controle químico 
Aplicação de substâncias químicas no controle de pragas 
16.4. Controle por comportamento 
Consiste no uso de processos (hormônios, feromônios, atraentes, repelentes e macho estéril) 
que modifiquem o comportamento da praga de tal forma a reduzir sua população e danos. 
16.5. Resistência de plantas 
Uso de plantas que devido suas características genéticas sofrem menor dano por pragas. 
16.6. Métodos legislativos 
Conjunto de leis e portarias relacionados a adoção de medidas de controle de pragas. 
16.7. Controle mecânico 
Uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas. 
16.8. Controle físico 
Consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação 
eletromagnética no controle de pragas. 
16.9. Método genético 
Consiste no controle de pragas através do uso de esterilização híbrida. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
CROCOMO, W.B. 1990. Manejo Integrado de Pragas. Botucatu, Ed. UNESP. 358 p. 
 14
RECEITUÁRIO AGRONÔMICO E DEONTOLOGIA 
Angelo PALLINI FILHO 
Francisco José da Silva LÉDO 
1. Introdução 
- Século XX: A explosão da Quimioterapia na defesa sanitária vegetal. 
. Primeiras três décadas: uso de produtos inorgânicos (Agrotóxicos de primeira geração); 
. A partir de 1932: uso dos primeiros produtos de síntese orgânica (Agrotóxicos de segunda 
geração). 
- Desenvolvimento da Quimioterapia aplicada à Fitiatria: 
. Extremamente rápida 
. Cheio de incertezas e desconhecimentos 
. Ocorrência de muitos acidentes 
. Muito polêmico 
- Conceitos que fundamentam os períodos de desenvolvimento da Fitiatria, nas última 
décadas: 
. Conceito estético: Comercial - O produto de melhor aparência é vendido; 
. Conceito ecológico - Produtos que agridem menos o ecossistema. 
. Conceito atual – Não aplicar produtos. Ex: Planos e metas dos países membros da 
comunidade econômica européia para o ano 2000 (Países escandinavos redução a ZERO, 
Holanda redução de 65%) 
 
2. Legislação Atual sobre Agrotóxicos 
 
2.1. Legislação Federeal 
- Lei No 7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto Federal N
o
 98.816, de 11 
de janeiro de 1990. 
- Importância: 
. É uma lei bastante abrangente, pois trata da pesquisa, experimentação, propaganda 
comercial, utilização, comercialização, fiscalização, etc.., até o destino final dos resíduos e 
embalagens; 
. Aplica penalidade a todos os segmentos envolvidos em atividades agrícolas que promovam 
danos ao meio ambiente e à saúde humana; 
. Exige a prescrição do Receituário Agronômico por técnico legalmente habilitado. 
- Decreto Nº 98.816, de 11 de janeiro de 1990, regulamenta a Lei Nº 7.802. 
 15
- Portaria Nº 67, de 30 de Maio de 1995 regulamenta o uso de mistura de agrotóxicos e afins 
em tanques. 
- Portaria Nº 120, de 1o de outubro de 1997 permite a avaliação para contemplar a aplicação 
de produtos `a culturas hortículas, frutíferas e ornamentais que não possuem agrotóxicos 
registrados. 
- Portaria Nº 121, de 9 de outubro de 1997 estabelece o registro para produtos semioquímicos 
destinados a monitoramento e controle de pragas. 
- Portaria Normativa Nº 84, de 15 de outubro de 1996 permite ao IBAMA exigir registro e 
avaliação contínuo do potencial de periculosidade ambiental de agrotóxicos, seus 
componentes a fins. 
- Portaria Normativa Nº 131, de 3 de novembro de 1997 estabele procedimentos a serem 
adotados junto ao IBAMA para registro e avaliação de agentes biológicos usados na defesa 
fitossanitária. 
 
2.2. Legislação de Minas Gerais 
 
- Minas Gerais: Lei N0 10.545, de 13 de dezembro de 1991, regulamentada pelo Decreto N0 
33945, de 18 de setembro de 1992. 
- Portaria 156/95, de 9 de janeiro de 1995 disciplina o cadastro de agrotóxicos e afins no 
estado de Minas Gerais pelo Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA. 
 
3. Conceitos Fundamentais 
 
3.1. O Receituário Agronômico busca a origem do problema com vista a atingí-lo com o 
máximo de eficiência e o mínimo de insumos. 
 
3.2. O Receituário Agronômico exige do técnico (Engenheiro Agrônomo) conhecimento 
profissional para que se possa realmente atingir os objetivos a que se propõe. 
 
3.3. O Receituário Agronômico, impõe, assume toda a responsabilidade profissional em toda a 
sua amplitude através de seu documento-base: A Receita. 
 
3.4. Receituário é antes de tudo, uma metodologia de trabalho a ser seguida por quem 
trabalha na área Fitossanitária. Não confundir Receituário com Receita Agronômica. A 
 16
receita é apenas o instrumento final de todo um processo desenvolvido que envolve 
características técnicas e éticas. 
 
3.5. Resumindo: 
O Receituário Agronômico é um instrumento permanente que subsidia as entidades oficiais e 
privadas da pesquisa, ensino e extensão no sentido do diagnóstico dos problemas 
filossanitários regionais, com vistas a seu direcionamento e planejamento operacional. 
 
4. Bases para o Receituário Agronômico 
 
4.1. Competência Legal- A resolução do CONFEA N0 3444 de 27/07/90 define quem pode 
prescrever o Receituário Agronômico: apenas o Engenheiro Agrônomo e Florestal, dentro de 
suas respectivas atribuições profissionais. 
 
4.2. Competência Profissional - O Engenheiro Agrônomo necessita de conhecimentos 
acadêmicos básicos na área de Defesa Fitossanitária principalmente em relação ao Manejo 
Integrado de Pragas, Doenças e Plantas Invasoras, Tecnologia de Aplicação de Produtos 
Fitossanitários, conhecimento sobre disposição final de resíduos e embalagens e de proteção 
ao meio ambiente. 
 
4.3. Ética Profissional - O profissional deve ter um compromisso com sua consciência, 
sabendo que ele tem um papel social, político e humano a ser cumprido. 
 
4.4. Visão Global do Problema - Deve-se ter, em cada situação, uma visão global do problema 
dando ênfase aos preceitos agroecotoxicológicos. Esta visão global só é adquirida pelo 
profissional que está constantemente atualizado e que tem humildade para aprender também 
com o agricultor. 
 
5. Fatores Determinantes da Eficiência do Receituário Agronômico 
 
5.1. Fator Pessoal - O aspecto subjetivo daquele que conduz o processo é fundamental para o 
sucesso do diagnóstico. Pontos como o conhecimento técnico, cultura geral, noções de 
Sociologia Rural e empatia são imprescindíveis ao profissional que pretende se dedicar a esta 
área de atuação. 
 
 17
5.2. Fator Material - Principalmente ao se tratar dos equipametos de aplicação, deve-se ter 
cuidado com sua manutenção (olhar exemplo 1), pois pode afetar a eficiência da prescrição. 
Deve-se observar as instalações para o armazenamento dos produtos fitossanitários, bem 
como os cuidados de segurança. 
 
5.3. Fator Ecológico - Deve-se estudar com detalhes a topografia da região, a natureza da 
vegetação predominante e o tipo de fauna existentepara evitar a contaminação ambiental do 
solo e da água. Os problemas fitossanitários devem ser encarados como sendo parte de um 
complexo sistema, onde a opção por uma alternativa simplista de solução de uma dada 
particularidade, pode causar danos irreparáveis no Agroecossistema. 
 
5.4. Fator Econômico - O custo do produto fitossanitário pode ser um entrave para produtores 
de baixa renda. Deve-se observar o poder aquisitivo do produtor, verificando equipamentos e 
formulações compatíveis com a realidade do consulente. 
5.5. Fatores Profissionais: 
. Capacitação profissional - Ética, Competência, etc. 
. Semiotécnica agronômica - Exploração de todos os elementos considerados úteis como 
subsídios para a determinação do diagnóstico. É neste ponto que entram todos os 
conhecimentos adquiridos ao longo do curso de graduação do profissional. 
. Preceitos etioecotoxicológicos - Conhecer o agente causal do problema, sua inserção 
ecológica e os possíveis efeitos tóxicos a serem causados pelos agrotóxicos recomendados. 
 
5.6. Fatores de Execução: 
. Conhecimento de diagnóstico etiológico ou polietiológico: é um ou são vários agentes 
causais? 
. Consideração às particularidades do cultivar. 
. Conhecimento da fenologia dos fatores etiológicos e da cultura: conhecer à fundo a biologia 
da praga e o ciclo da cultura. 
. Formulações adequadas dos agrotóxicos compatíveis com o poder aquisitivo do consulente. 
. Cuidados quanto à tecnologia de aplicação - Indicar formulações compatíveis com os 
equipamentos de aplicação, levando-se em consideração o tipo de bico usado, dosagem, vazão 
e nível de instrução dos usuários. 
 
6. Semiotécnica do Receituário Agronômico 
 18
 
A abordagem do problema fitossanitário pode ser dividido em dois momentos importantes: 
um antes e outro durante a perícia fitossanitária, onde se reúnem as informações necessárias 
para se chegar à diagnose. 
Fases: 
 
6.1. Rapport (abordagem) - Primeiro contato com o agricultor (consulente). O técnico através 
de uma seqüência de observações e procedimentos tem um conceito inicial (CI) do seu 
consulente, tendo uma visão do seu nível de conhecimento. O técnico durante o Rapport deve 
promover a descontração, objetivando estabelecer um fluente canal de comunicação. 
 
6.2. Queixa e Duração (QD) - Qual o problema (Q) e há quanto tempo existe (D). 
 
6.3. Anamnese Passiva - É a fase em que o consulente expõe o seu problema. Não deve 
haver interrupção na fala. Durante a narrativa, pontos que chamem a atenção devem ser 
anotados para se iniciar a realização do diagnóstico. 
 
6.4. Anamnese Ativa - Baseado nas anotações efetuadas, o técnico deve fazer perguntas, 
agora dirigindo aos pontos anotados ou a algum detalhe que sirva para formar a idéia geral do 
diagnóstico, sem emitir nenhuma opinião, abordando os seguintes ítens: 
. Aspectos Fitossanitários: Pragas, doenças, plantas invasoras. 
. Cultura - Cultivar, espaçamento, área plantada, trato, etc. 
. Pessoal - Disponibilidade, treinamento. 
. Equipamentos - Disponibilidade, tipo de bico, etc. 
. Instalações - Local de armazenamento do agrotóxico, descarte de embalagens. 
. Topografia e Recursos Naturais - Relevo, matas, fauna, cursos d'água, etc. 
 
6.5. Montagem da Ficha Técnica - Classificar o consulente quanto ao tamanho da 
propriedade, produtividade, nível técnico, etc. Após essa fase, que geralmente é feita no 
escritório, o técnico deve visitar a propriedade utilizando-se da semiotécnica agronômica para 
conferir todas as informações colhidas anteriormente e aquelas que não foram possíveis como 
a população de inimigos naturais das pragas, doenças e plantas invasoras, visando a 
implementação do MIP. 
 
 19
- A partir dessas informações, o profissional tem dados que formarão a História Pregressa do 
Problema Atual (HPPA), práticas culturais inadequadas ou outros aspectos responsáveis pelo 
aparecimento do Problema Atual, e a História do Problema Atual (HPA). Com isso, chega-se 
ao diagnóstico. 
- A ficha técnica deverá conter: 
. Informações sobre o consulente; 
. HPPA - Resumo do somatório das fases: Rapport, QD, Anamnese Passiva e Ativa e CI; 
. HPA; 
. Diagnóstico - Etiológico ou polietiológico; 
. Prescrição técnica; 
. Medidas preventivas; 
. Resultados obtidos; 
 
7. A Receita Agronômica 
 
- Documento pelo qual o profissional se identifica, se situa, se apresenta e preconiza o 
tratamento, preventivo ou curativo, em função do diagnóstico. 
- É o instrumento utilizado pelo Engenheiro Agrônomo ou Florestal para determinar, 
esclarecer e orientar o agricultor sobre como proceder ao usar um agrotóxico. 
- É a etapa final de uma metodologia semiotécnica que o profissional se vale para tirar 
conclusões sobre o problema. 
 
7.1. Característica da Receita Agronômica 
 
7.1.1. Documento simples que impõe exigências e responsabilidades ao profissional; 
 
7.1.2. Sua elaboração requer conhecimentos de semiotécnica agronômica e sua metodologia; 
 
7.1.3. Obediência a princípios etioecotoxicológicos: receitar respeitando a ecologia, o 
equilíbrio biológico, a saúde humana e animal e a especificidade do problema; 
 
7.1.4. Exigência de auto-treinamento permanente, por parte do técnico, visando a capacidade 
de síntese na formação de um conceito global; 
 
7.2.5. Deve ser clara, precisa, concisa e estética; 
 
 20
("Observar Modelos de receita em anexo") 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1993. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448 p. 
DE PAULA, J.A.A. 1980. Engenharia Agronômca: legislação aplicável. Belo Horizonte, 
EMATER-MG. 304 p. 
GUERRA, M.S. & SAMPAIO, D.P.A. 1988. Receituário Agronômico. Rio de Janeiro, Ed. 
Globo. 436 p. 
RANGEL, A.; CARVALHO, D.T. de; PELEGRINETTI, J.R.; CASTANHEIRA, L.C. & 
PALLA, V.L. 1990. Agrotóxicos: esclareça suas dúvidas. Campinas, CATI. 12p. 
SALGADO, L.O. 1992. Informações gerais: ética profissional. Curso de proteção de plantas, 
1.3. Brasília/DF, ABEAS. 32 p. 
SALGADO, L.O. & CONCEIÇÃO, M.Z. 1992 . Manejo integrado e receituário 
agronômico. Curso de proteção de plantas, 2. Brasília/DF, ABEAS. 32 p. 
 21
TOXICOLOGIA DE INSETICIDAS - I 
I. Relevância, Conceitos, Parâmetros Toxicológicos e Formulações 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
1. Relevância 
 
- alguns métodos de controle de insetos: . legislativo 
 . cultural 
 . mecânico 
 . resistência de plantas 
 . controle biológico 
 . controle químico 
 
 . pesticidas ou praguicidas: qualquer substância ou mistura de substâncias utilizadas para 
prevenir, destruir, repelir, ou atenuar insetos, roedores, nematóides, fungos, plantas daninhas, 
ou quaisquer formas de vida reconhecidas como pragas ou pestes 
 
 . inseticidas: substância ou mistura de substâncias utilizadas para prevenir ou destruir 
insetos que possam estar presentes no ambiente 
 
- controle biológico x controle químico: reversibilidade, especificidade, área coberta, 
pesquisa em eficiência e impacto, economia e biossistemática de agentes de controle químico 
e biológico 
 
- percepção pública dos riscos associados ao uso de pesticidas: 
 . riscos superestimados pelo público 
 . causa das preocupações exageradas com o uso de inseticidas: 
 incompreensão do uso e importância 
 publicidade provocada por acidentes e uso indevido 
 
2. Conceitos 
 
2.2. Toxicologia de inseticidas: estudo dos efeitos adversos de inseticidas em organismos 
vivos 
 
 22
2.3. Toxicidade: refere-se a capacidade inata de um composto ser venenoso sob condições 
experimentais 
 
2.4. Classificação toxicológica 
 
Classes 
( Legislação 
Brasileira) 
Cor de Tarja 
( Legislação 
Brasileira) 
DL50 (mg.kg) para ratos* 
 Via oral Via dérmica 
 Sólido Líquido Sólido Líquido 
I. altamente 
tóxico 
Vermelha < 50 < 200 < 100 < 400 
 
II. Medianamente 
tóxico 
Amarela 50 a 500 200 a 2000100 a 1000 400 a 4000 
III. Pouco tóxicos Azul 500 a 2000 2000 a 6000 1000 a 4000 4000 a 
12000 
IV. Praticamente 
não-tóxico 
Verde > 2000 > 6000 > 4000 > 12000 
* Orientação geral; os valores de DL50 se referem a formulações inseticidas 
 
2.5. Toxicidade de inseticidas: 
 
Todas as substâncias são tóxicas; a dose determina o veneno 
Interações tóxicas entre produto químico e organismo se relacionam a dose 
Modos de expressão da toxicidade: LD50 (eg. mg/kg), LC50 (e.g. mg/ml), LT50 (e.g. horas) 
Determinação: crônica/aguda/dermal/sistêmica 
 
2.6. Testes toxicológicos: 
 
2.6.1. Estudos: - bioquímicos e farmacológicos (modo de ação sobre enzimas) 
 - metabolismo (sinergismo, indução enzimática etc) 
 
2.6.2. Estudos a curto prazo: - < que metade da vida média do animal 
 - permite escolha de doses para testes a longo prazo 
 
2.6.3. Estudos a longo prazo: - > que metade da vida média do animal 
 
2.6.4. Estudos de carcinogênese, mutagênese e teratogênese 
 
 23
3. Parâmetros Toxicológicos 
3.1. Nível de não efeito (NNE): dose inócua que pode ser ingerida continuamente durante 
todos os dias da vida do organismo experimental (mg subs./ kg peso) 
 
3.2. Fator de segurança (FS): entre 100 e 1000 ao extrapolar para o homem 
 
3.3. Ingestão diária aceitável (IDA): quantidade do produto químico que parece poder ser 
ingerida diariamente sem riscos apreciáveis (mg subs./ kg peso) 
IDA = NNE/FS 
 
3.4. Limite máximo de resíduo (LMR): resíduo máximo de inseticida aceitável em produto comercializável 
 
3.5. Período de carência ou intervalo de segurança: tempo decorrido entre a última 
aplicação ou tratamento inseticida e a colheita ou coleta 
 
3.6. Dieta alimentar: alimentos consumidos usualmente pela população (importante no 
estabelecimento do LMR) 
 
4. Esquema de Estabelecimento de Limite Máximo de Resíduo de Pesticidas 
 
Boa prática estudo de resíduo Resíduo (mg i.a./kg) Dieta usual Máxima ingestão 
 Agrícola (A) potencial 
 (mg i.a/kg peso/dia) 
(B) 
 
 
 
 
 B < C ⇒⇒⇒⇒ A = LMR 
 B > C ⇒⇒⇒⇒ o pesticida 
 não pode ser usado 
 
 
 
 Ingestão diária aceitável 
 (IDA) 
 (mg i.a./ kg peso/dia) 
 (C) 
 
Provas de Crônica mg i.a./kg ração Nível de não efeito ___________ 
Toxicidade (mg i.a./kg peso/dia) Fator de segurança (=100) 
 (NNE/FS) 
 Subaguda 
 
 Aguda 
 
 24
5. Formulações Inseticidas 
 
5.1. Formulação: É a arte de transformar um produto técnico numa forma apropriada de uso. 
Normalmente reune o ingrediente ativo (i.e. o inseticida propriamente dito), solvente (às 
vezes) , e produto(s) inerte(s) (e.g. talco, caulim, bentonita etc) e/ou adjuvante(s) (e.g. 
estabilizantes, agentes molhantes, dispersantes, emulsificantes, espalhantes, adesivos, 
sinergistas etc.) 
 
5.2. Tipos de formulação: . pré-mistura (geralmente para diluição em água) 
 . pronto uso 
 4.1. Pó seco (P): sólido, pronto uso 
 . material adsorvente (mineral de argila) impregnado com inseticida + material inerte 
 . partículas menores que 30 µm com 1 a 2% de princípio ou ingrediente ativo (p.a. ou 
i.a. = inseticida) 
 . aplicação: barata, raramente fitotóxica, pouca adesividade à planta, fácil deriva, fácil 
transporte mas difícil pesagem a campo. 
 
 4.2. Granulado (G, GR): sólido, pronto uso 
 . partículas sólidas (silicatos, argila, gesso, resíduos vegetais, plásticos etc.) impregnadas 
com inseticida 
 . tamanho grande (iscas) a bem pequeno (microencapsulado) 
 . formulações contém 1 a 10% de p.a.; matracas são usadas na aplicação 
 
4.3. Pó molhável (PM): líquida, pré-mistura 
 . material de argila (com i.a. adsorvido) + adjuvantes (i.e. agente molhante, dispersante, 
antiespumante, estabilizante etc.) 
 . forma suspensão (necessário manter sob agitação) 
 . desgasta e entope bicos 
 . necessária preparação de pré-mistura 
 . barata, mas em desuso 
 . uso em pulverização 
 
4.4. Pó solúvel (PS): sólido, pré-mistura 
 . i.a. solúvel em ·gua (solução homogênea) 
 25
 . usado em pulverização, barato, sem necessidade de agitação e não entope nem desgasta 
bicos; tem de ser pesado a campo, o que é difícil. 
 
4.5. Concentrado emulsionável (CE): líquido, pré-mistura 
 . (i.a. + solvente) + adjuvante (agente emulsionante, estabilizadores, etc.) = emulsão leitosa 
 . mais estável que suspensão e cara (> PM) 
 . aplicação em pulverização, com melhor penetração na planta e menor perda por lixiviação 
 
4.6. Suspensão concentrada (SC): antigo “flowable”; líquida, pré-mistura 
 . PM suspenso em água + adjuvante para aumentar estabilidade 
 . no armazenamento pode sedimentar e não ressuspender mais 
 . melhorou muito e está se popularizando entre herbicidas e fungicidas 
 
4.7. Soluções concentradas: líquida, pronto uso 
 . i.a. + solvente 
 . exemplos: - Ultra baixo volume (UBV): para aplicações aéreas e terrestres 
 - Eletrodinâmica (ED): para aplicações em aparelho Electrodin (gera campo 
eletrostático possibilitando maior aderência do inseticida às folhas, com menor deriva) 
 
4.8. Outras: 
 . comprimido (CP) 
 . tablete (TB) 
 . pastilha (PA) 
 . pincelamento (PT) 
 . tratamento de sementes (TS) 
 . grânulos para dissolução em água (GDA) 
 . aerosóis 
 . etc. 
 
5. Classificações de inseticidas 
 
 . quanto a finalidade: . insetos em geral = inseticidas 
 . afídeos = aficidas (e.g. pirimicarbe) 
 . formigas = formicidas (e.g. sulfluramida) 
 
 26
 . quanto a penetração:. contato = penetração via exoesqueleto 
 . fumigação = penetração via espiráculos 
 . ingestão = penetração via aparelho bucal 
 
 . quanto a translocação no organismo tratado: 
- sistêmicos: translocam-se através do sistema vascular das plantas. Eficientes para pragas 
sugadoras de seiva e minadores em menor grau 
- profundidade: ação translaminar; aplicado em superfície vegetal, é capaz de atravessá-la e 
atingir a praga do lado oposto 
 
 . quanto a origem química: 
- inorgânicos (e.g. arsênico, enxofre) 
- orgânicos: . de origem vegetal (e.g. rotenona, azadiractina, nicotina) 
. de origem microbiana (e.g. abamectina, Bacillus) 
. sintéticos: clorados, carbamatos, fosforados, piretróides etc 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ABEAS. 1988. Avaliação Toxicológica dos Defensivos Agrícolas. Brasília, ABEAS, pp. 94-
111. (Curso por tutoria a distância, Módulo 5). 
 
ANDREI, E. 1993. Compêndio de Defensivos Agrícolas, 4 ed., São Paulo, Andrei. 448 p. 
 
HOWARTH,F. G. 1983. Classical biocontrol: Panacea or Pandora’s box. Proc. Hawaiian 
Entomol. Soc. 24: 239-244. 
 
MATUO, T. 1990. Formulação de defensivos agrícolas, pp. 11-16. In Técnicas de Aplicação 
de Defensivos Agrícolas, Jaboticabal, UNESP. 
 
WARE, G. W. 1994. Pesticides: chemical tools, pp. 3-19. In The Pesticide Book, 4 ed., 
Fresno, Thomson. 
 27
TOXICOLOGIA DE INSETICIDAS - II 
II. Classificação e Características dos Principais Grupos Inseticidas 
 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
 1. Inseticidas Organossintéticos 
 
 1.1. Clorados 
 
 - características gerais: 
 . produtos sintéticos que possuem C, Cle H em sua estrutura química 
 . insolúveis em água, mas alta solubilidade em tecido gorduroso (lipofílicos) 
 . moderada a alta toxicidade para mamíferos 
 . baixo custo de síntese 
 . muito persistentes (baixa reatividade, pouco voláteis e pouco solúveis em água) 
 . amplo espectro de ação 
 . não sistêmicos 
 . suspeita de mutagenicidade e carcinogenicidade 
 . alguns produtos passíveis de bioacúmulo e biomagnificação 
 . inseticidas neurotóxicos 
 
 - grupos de inseticidas clorados: 
 
 DDT e análogos: 
 . DDT foi inicialmente sintetizado em 1873 e sua atividade inseticida foi descoberta em 
1939 por Paul Müller, o que lhe valeu um prêmio Nobel 
 . uso inseticida do DDT foi introduzido em 1942 
 . importância médica e agrícola como inseticida 
 . banido mundialmente, mas ainda extremamente importante no controle de vetores 
 . exemplos dentro do grupo: DDD, dicofol, clorobenzilato e metoxicloro 
 
 HCH (hexaclorociclohexano) ou BHC (hexacloreto de benzeno) e isômeros: 
 . propriedades inseticidas descobertas em 1942 
 . HCH teoricamente pode existir em 8 diferentes formas estereoisoméricas das quais 5 
são encontradas no produto cru, sendo o isômero γ (gama) o mais ativo (ca. 12% na mistura) 
 28
 . Lindano é o nome comercial dado ao isômero gama purificado 
 . não mais usado 
 
 Ciclodienos: 
 . grupo amplo 
 .propriedades inseticidas do clordane (primeiro a ter suas propriedades inseticidas 
descobertas) descobertas em 1945 
 .alta toxicidade aguda para mamíferos (superior ao dos outros clorados) 
 .exemplos dentro do grupo: aldrim, dieldrim, clordane, endrim, dodecacloro, heptacloro e 
endossulfam 
 
- Clorados de uso ainda permitido no Brasil: 
. acaricidas: dicofol (Kelthane) 
. DDT: no controle de vetores; uso a cargo da SUCAM 
. Endossulfam (Thiodan): importante no cafeeiro e ainda recomendado em outras grandes 
culturas como algodão e soja 
 
1.2. Fosforados ou organofosforados 
 - características gerais: 
 - representavam 35.5% do mercado mundial de inseticidas em 1995 
- toxicidade variável de baixa a alta para animais superiores 
- normalmente bem mais tóxicos para vertebrados do que os clorados 
- alguns compostos possuem atividade sistêmica em plantas (e.g. forato) ou animais (e.g. 
triclorfom) 
- quimicamente instáveis e não persistentes; facilmente degradados por enzimas e fatores 
quÍmicos 
- sintetizados graças ao trabalho pioneiro do Dr. G. Schrader na Bayer, Alemanha, na década de 30 
- são inseticidas neurotóxicos atuando a nível de sinápse 
 
- estrutura geral: derivados do ácido fosfórico 
O 
 
 OH P OH 
 
 OH 
 29
- fosforados são divididos em três subgrupos: 
- derivados alifáticos: possuem cadeia carbônica linear (e.g. diclorvós, triclorfom, malatiom) 
- derivados fenílicos: possuem anel benzeno (e.g. paratiom, tetraclorvinfós, fenitrotiom) 
- derivados heterocíclicos: possuem anéis de 3, 5, ou 6 elementos distintos (N, O e S) (e.g. 
clorpirifós, diazinom, pirimifós-metílico) 
 
Exemplos de utilizaçãoo agrícola de fosforados: 
 . proteção de grãos armazenados: . fenitrotiom (Sumithion) 
 . pirimifós-metílico (Actellic) 
 
 . acaricidas não sistêmicos: . diazinom (Diazinom) 
 . etiom (Ethion) 
 
 . cochonilhicidas: . diazinom (Diazinom) 
 . malatiom (Malathion) 
 . metidatiom (Supracid) 
 . granulados sistêmicos: . forato (Granutox) 
 . dissulfotom (Disyston) 
 . dimetoato (Dimetoato) 
 
 . de curto efeito residual: . acefato (Orthene) 
 . naled (Naled) 
 
 . sistêmico em animais: . triclorfom (Neguvon) 
 
 1.3. Carbamatos 
- características gerais: 
- toxicidade variável 
- mais voláteis que clorados 
- menor lipofilicidade que clorados (não são bioacumulados) 
- menor persistência que clorados 
- r·pida degradação 
- alguns compostos são sistêmicos em plantas e alguns são nematicidas (e.g. aldicarbe) 
- desenvolvidos a partir de um alcalóide (base orgânica que contém N) chamado fisostigmina 
(ou eserina) encontrado nos feijões de Calabar 
 30
 - estrutura geral: derivados do ácido carbâmico 
O 
 
 HO C NH2 
 
Carbamatos: ROOCN CH3 
 R’ R = um grupo aril (e.g. fenil, naftil ou heterocíclico) 
R’= H (nos metil carbamatos) ou metil (nos dimetilcarbamatos) 
 
Exemplos de inseticidas carbamatos: 
- Nematicidas: aldicarbe (Temik) e carbofuram (Furadam) 
- Tratamento de sementes: carbofuram (Furadam), carbosulfam (Marshall) e tiodicarbe 
(Semevin, Larvin) 
- Sistêmicos: aldicarbe (Temik), carbofuram (Furadam), carbosulfam (Marshall) 
- Aficida específico: pirimicarbe (Pirimor) 
- Carbaril (Carvin, Sevim): uso geral 
 
 1.4. Piretróides 
- características gerais: 
- . inseticidas sintéticos derivados das piretrinas naturais 
- . inseticidas não persistentes de ação por contato 
- . pouco voláteis e lipofílicos 
- . ação de repelência contra algumas pragas e as vezes causam alergia no homem 
- . fotoestáveis, mas degradados rapidamente no solo 
- . muito tóxicos a insetos, mas bem baixa toxicidade para mamíferos 
- . alguns piretróides são tóxicos para peixes e alguns favorecem o desenvolvimento de ácaros 
- . representavam 21% do mercado de inseticidas em 1995 
- . primeiro piretróide sintetizado foi a alletrina pelo grupo do Dr. M. S. Schechter em 1949 e o 
grupo do Dr. M. Elliot sintetizou a resmetrina em 1957. Piretróides-fotoestáveis só 
começaram a ser sintetizados na década de 70. 
 
 - características gerais: Ésteres do ácido crisantêmico ou píretro 
- exemplos de inseticidas piretróides: 
- permetrina (Pounce), cipermetrina (Cymbush), deltametrina (Decis, K-Obiol) e 
lambdacialotrina (Karate): controlam lagartas, besouros, pulgıes, tripes, traças e baratas 
- acaricidas: fenpropatrina (Danimen) e bifentrina (Talstar) 
 
 1.5. Outros inseticidas organossintéticos 
 
a) neonicotinóides: derivados melhorados da nicotina 
 31
. desenvolvimento recente (1978) 
. principais compostos: imidaclopride, acetamipride, thiamehoxam 
. sistÍmico seletivo e eficiente contra sugadores e também controla lagartas (imidaclopride) 
 
b) organossulfurados: possuem S centralmente ‡à molécula 
. acaricidas específicos bem eficientes (e.g. Propargite (Omite)) que agem sobre todas as fases 
de desenvolvimento de ácaros (i.e. ovo a adulto) 
 
c) derivados da nereistoxina: nereistoxina é uma toxina do verme marinho Lumbriconeris 
heteropoda 
. grupo surgido em1964 e o cartape (Cartap), usado contra a traca do tomateiro É o principal 
exemplo do grupo 
 
d) fenilpirazóis: são aminas aromáticas e heterocíclicas 
. desenvolvimento recente 
. venenos axônicos 
. fipronil é o principal produto no Brasil sendo usado contra formigas cortadeiras e carrapatos 
 
e) aciluréias: reguladores de crescimento de insetos, que afetam a síntese de quitina, 
introduzidos pela Bayer em 1978 
. eficientes contra lagartas e larvas de alguns besouros 
. exemplos: diflubenzurom (Dimilin) e triflumurom (Alsystin) 
 
f) juvenóides e anti-HJ: 
. juvenóides: produtos análogos ou derivados do hormônio juvenil (juvenóides) que interferem 
na muda dos insetos, principalmente para a fase adulta, gerando estágios ninfais anômalos; 
exemplos: metopreno, quinopreno, fenoxicarbe e piriproxifem 
. anti-HJ: são produtos que antagonizam a ação do hormônio juvenil causando metamorfose 
precoce em insetos (e.g. precoceno) 
. ecdisteróides: agonistas de ecdisona que imitam sua ação (e.g. acilhidrazinas: tebufenozide e 
metoxifenozide) 
 
2. Inseticidas de origem natural 
 
2.1. Inseticidas de origem vegetal: 
 
a) nicotina: extraída de plantas de fumo; elevada toxicidade para mamíferos 
 
 b) azadiractina: princípio tóxico da planta indiana Neem (Azadirachta indica) 
- interfere com o processo de muda nos insetos (interfere na síntese e metabolismo da 
ecdisona)32
 
c) piretrum e piretrinas: piretrinas são as constituintes do piretrum, extrato de flores de 
Chrysanthemum cinerafolis (cinerariae = Tanacetum cinerariae) e C. coccineum (roseum = carenum) 
. fotoinstáveis e eficientes inseticidas que serviram de base para a síntese dos piretróides 
 
2.2. Inseticidas de origem microbiana 
 
- a) Lactonas macrocíclicas: dois grupos principais, avermectinas e milbemicinas 
- milbemicinas são obtidas em produtos de fermentação do actinomiceto de solo Streptomyces 
hygroscopicus e avermectinas são obtidas de S. avermitilis 
- avermectinas tem tido maior potencial de utilização, com abamectina (componente principal 
dentre as avermectinas = abamectina B1a) sendo usada contra a traça do tomateiro e ácaros 
fitófagos 
 
- b) Bacillus thuringiensis e suas toxinas: tanto os esporos desta bactéria (Dipel, Thuricide), 
quanto seus cristais protéicos tóxicos e purificados tem sido usados, com sucesso, no controle 
de insetos 
 
- c) Spinosinas: toxinas isoladas de produtos de fermentação do actinomiceto de solo 
Saccharopolyspora spinosa (principais são spinosina A e spinosina D) 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1993. Compêndio de Defensivos Agrícolas, 4 ed., São Paulo, Andrei. 448 p. 
 
GUEDES, R. N. C. 1990. Um Breve Histórico Sobre os Inseticidas Organossintéticos, 
Viçosa, UFV. 6 p. (Apostila) 
 
GUEDES, R. N. C. & VILELA, E. F. 1991. Produtos com ação na fisiologia dos insetos, pp. 
37-90. In Novos Produtos para o Manejo Integrado de Pragas, E. F. Vilela et al. (ed.), 
BrasÍlia, ABEAS. (Módulo 4.7). 
 
WARE, G. W. 1994. Insecticides, pp. 41-74. In The Pesticide Book, 4 ed., Fresno, Thomson. 
Produtos para o Manejo Integrado de Pragas, E. F. Vilela et al. (ed.), Brasília, ABEAS. 
(Módulo 4.7). 
 33
TOXICOLOGIA DE INSETICIDAS - III ( MECANISMOS DE AÇÃO DE INSETICIDAS) 
 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
1. Sistema nervoso de insetos 
. sistema nervoso é formado por células nervosas ou neurônios, que são formados por uma 
região chamada corpo celular que possui terminações ramificadas chamadas dendritos, onde 
é recebido o estímulo nervoso, e uma região alongada chamada axônio, que possui 
arborizações terminais por onde são transmitidos os estímulos nervosos 
. gânglios são agregações de neurônios e a agregação e interconecção dos gânglios forma o 
sistema nervoso central. O remanescente do sistema nervoso é chamado sistema nervoso 
periférico 
. a função do sistema nervoso é transmitir informações ao corpo por meio de impulsos 
 
O estímulo nervoso é conduzido eletricamente ao longo do axônio e quimicamente entre neurônios 
 
a) eventos axônicos na condução do estímulo excitatório 
. a membrana do axônio é permeável a K+ quando em repouso e impermeável a Na+, portanto 
a membrana do axônio permanece polarizada no estado de repouso com potencial próximo ao 
potencial de equilíbrio do K+ (-50 a -70 mV). Mediante estímulo, os canais de K da membrana 
se fecham e os de Na se abrem permitindo um fluxo de Na para o interior da célula 
despolarizando-a até atingir um potencial próximo ao potencial de equilíbrio do Na. Quando 
esse “potencial de ação” é atingido no desencadeamento de um estímulo, os canais de Na se 
fecham novamente e os K vão lentamente se abrindo até ser restabelecido o potencial elétrico 
de repouso (membrana polarizada). A bomba de Na-K transporta o excesso de Na do interior 
para o exterior do axônio, e K do exterior para o interior do mesmo restabelecendo o 
equilíbrio químico da célula no estado de repouso. O impulso transmitido se propaga ao longo 
do axônio até atingir a extremidade do mesmo, onde a transmissão passa de elétrica a química 
diferença de potencial. 
 34
 
 b) eventos sinápticos na condução do estímulo excitatório 
. sinapse é a fenda que separa duas células nervosas intercomunicantes 
. a transmissão do impulso nervoso deve atravessá-la para que se propague, o que é 
conseguido através da liberação de neurotransmissores na membrana pré-sináptica. Esses 
neurotransmissores migram pela fenda sináptica e atingem receptores específicos na 
membrana pós-sináptica onde desencadeiam novos potenciais de ação. Canais de Ca++ na 
membrana pré-sináptica modulam a liberação das vesículas com neurotransmissor na sinapse 
. principais neurotransmissores em insetos, de importância para o controle químico deles: 
. acetilcolina: neurotransmissor excitatório, presente no sistema nervoso central de insetos 
. ácido gama aminobutírico (GABA): neurotransmissor inibitório, presente no sistema 
nervoso central de insetos e junções neuromusculares 
 
 
 
 
 
 35
Estímulo inibitório: 
. estímulo inibitório leva a uma hiperpolarização da membrana do axônio através do fluxo de 
íons Cl- para o interior da membrana do axônio via canais de Cl. Efeito inibitório bloqueia o 
excitatório e o neurotransmissor envolvido em sinápses inibitórias é o GABA 
 
2. Inseticidas que agem nos receptores sinápticos 
 
2.1. Inseticidas que agem nos receptores de acetilcolina 
 
. Nicotina e neonicotinóides (e.g. imidaclopride): imitam o neurotransmissor acetilcolina e 
competem com ele por seus receptores na membrana pós-sináptica (são agonistas da 
acetilcolina, ou seja, imitam sua ação apesar de possuirem fórmulas estruturais bem distintas 
dela). Contudo, ao contrário da acetilcolina, esses inseticidas não são susceptíveis a hidrólise 
enzimática pela enzima acetilcolinesterase e permanecem ligados aos receptores pós-
sinápticos da acetilcolina levando a hiperexcitação do sistema nervoso 
 
. Spinosinas: moduladores dos receptores da acetilcolina que levam a abertura de canais 
iônicos e à condução do estímulo nervoso. Seu sítio de ligação nos receptores de acetilcolina 
parece ser distinto do da nicotina e neonicotinóides 
 
. Nereistoxina e cartape: também agem nos receptores pós-sinápticos da acetilcolina, mas ao 
contrário dos nicotinóides, agem como antagonistas (parciais) da acetilcolina competindo com 
ela por seus receptores e inibindo o impulso na membrana pós-sináptica. Causam paralisia nos 
insetos, sem excitação 
 36
 2.2. Inseticidas que agem nos receptores GABA 
 
. BHC (ou HCH), ciclodienos e fenilpirazóis: ligam-se ao sítio de ligação dos 
receptores/canais GABA suprimindo o fluxo de Cl para o interior da membrana da célula 
nervosa e levando os insetos a eventual morte por hiperexcitação 
 
. Avermectinas e milbemicinas: são agonistas do GABA ligando-se aos receptores dele e 
estimulando o fluxo de Cl- para o interior da membrana, o que leva ao bloqueio da 
transmissão do impulso nervoso, imobilização e paralisia, seguidas por eventual morte do 
organismo 
 
3. Inseticidas que agem nos canais de sódio (Na+) 
 
. DDT e piretróides: se ligam aos canais de Na+ modificando a conformação destes e 
aumentando o tempo de abertura deles. Isso leva a um aumento do fluxo de Na+ para o interior 
da membrana e prolonga a fase de despolarização após o pico do potencial de ação, que é 
atingido normalmente. A consequência disto é a hiperexcitação e eventual morte do 
organismo 
 
4. Inibidores da acetilcolinesterase 
 
. Fosforados e carbamatos: acetilcolinesterase hidroliza o neurotransmissor acetilcolina 
removendo-o de seu receptor específico e possibilitando neurotransmissões adicionais. 
Fosforados e carbamatos imitam a estrutura da acetilcolina e se ligam a acetilcolinesterase 
bloqueando a ação dessa enzima. Como consequência há um acúmulo de acetilcolina na 
sinapse que continua a interagir com seus receptores levando a hiperexcitação do sistema 
nervoso. A inibição proporcionada por fosforados é mais intensa que a por carbamatos, que 
tem reversão mais ligeira 
5. Inibidores da formação de cutícula 
 
 . aciluréias:interferem com transporte de N-acetilglucosamina e interferem no 
metabolismo de ecdisteróides (e.g. diflubenzurom, flufenoxurom, triflumurom etc.) 
 . ciromazina: afeta o metabolismo da epiderme sendo um inibidor do processo de 
esclerotização (i.e. endurecimento) da cutícula 
 
 37
6. Substâncias que afetam a ação de hormônios reguladores do crescimento 
 
 a) juvenóides: imitam o hormônio juvenil interferindo na muda (principalmente de larva a 
pupa), reprodução e embriogênese. Ex. metopreno, hidropreno, fenoxicarbe e piriproxifem. 
 
 b) anti-HJ: efeito antagônico ao hormônio juvenil. Podem competir por receptores de HJ, 
causar injúria aos corpora allata (glândulas produtoras de HJ) (e.g. precoceno I e II) ou 
interferirem na síntese de HJ (e.g. imidazoles e butóxido de piperonila) 
 
c) ecdisteróides: interferem no processo muda imitando a ecdisona, o hormônio de muda (e.g. 
tebufenozide e metoxifenozide) 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
DOWSON, R. J. 1977. An introduction to the principles of neurophysiology. Pest. Sci. 8: 
651-660. 
 
ETO, M. 1990. Biochemical mechanisms of insecticidal activities, pp. 73-82. In Chemistry of 
Plant Protection, vol. 6, Berlin, Spring-Verlag. 
 
GUEDES, R. N. C. & VILELA, E. F. 1991. Produtos que agem na fisiologia dos insetos, pp. 
59-70. In Novos Produtos para o Manejo Integrado de Pragas, BrasÌlia, ABEAS. (MÛdulo 
4.7) 
 
O’BRIAN, R. D. 1976. Acetylcholinesterase and its inhibition, pp. 271-296. In Insecticide 
Biochemistry and Physiology, New York, Plenum. 
 
WARE, G. W. 1994. Modes of action for insecticides, pp. 178-182. In The Pesticide Book, 4 
ed., Fresno, Thomson. 
 38
TOXICOLOGIA DE INSETICIDAS – IV (LIMITAÇÕES DO USO DE INSETICIDAS) 
 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
1. Limitações de Inseticidas Para o Homem 
 
. Pontos importantes sobre resíduos de inseticidas no homem: 
a) clorados é que acumulam (são estáveis, lipofílicos e detectáveis a baixas 
concentrações) 
b) variam geograficamente e dentro de uma mesma população 
c) variam com o tempo (com clorados a variação é menor) 
d) principal fator que determina a distribuição de inseticidas no homem é a gordura, 
mas outros fatores também existem 
 
1.1 Riscos Para o Homem 
 
. Influem na saúde humana 
. Exposição: . alimentação (não ocupacional) 
 . ocupacional 
 
. Problemas principais: 
 . neurotoxicidade retardada (atraso na apresentação de sintomas) 
 . carcinogênese, mutagênese e teratogênese 
 . ação aguda 
- medidas de primeiros socorros: 
 
a) dificuldade ou parada respiratória: remova intoxicado para local ventilado e sombreado. 
Limpe vias respiratórias e caso necessário inicie assistência respiratória (levante pescoço pela 
nuca, incline cabeça para trás e puxe queixo para cima). Se paciente não voltar a respirar, 
inicie respiração boca a boca (pressione narinas do paciente e sopre ar em sua boca deixando o 
ar sair livremente depois; repita isso 15 vezes por minuto ou 20 no caso de crianças, só que 
com menor volume de ar neste caso) 
 
b) parada circulatória: se não sentir pulso ou coração e verificar pupila dilatada, inicie 
massagem cardíaca. Com a vítima de costas, mantenha-se em plano superior a ela e 
extendendo os braços faça pressão vigorosa para que o externo abaixe e comprima coração de 
encontro à coluna, descomprimindo subitamente a seguir. Repita a operação 60 vezes por 
minuto. 
 39
 
c) parada cardiorespiratória: requer procedimentos explicados anteriormente aplicados em 
alternância para que um não interfira com o outro 
 
d) estado de choque: estado de palidez fria com pele fria e pegajosa, sudorese, respiração 
curta e irregular, pulso fraco, visão turva e eventualmente náuseas e vômito. Deve-se proceder 
as seguintes medidas: mantenha vítima deitada e aquecida, com roupas afrouxadas e com 
pernas levantadas se possível. No caso de vômito, vire a cabeça da vítimia para o lado e limpe 
sua boca mantendo livres as vias respiratórias. Não administre bebida alccólica e não dê nada 
a pessoa inconsciente ou semi-inconsciente por via oral. Procure socorro médico 
 
e) convulsão/coma: mantenha livres as vias respiratórias, proteja o corpo da vítima, 
principalmente cabeça, contra lesões. Evite ferimento na língua colocando proteção entre 
maxilares. Mantenha o paciente aquecido e encaminhe-o ao serviço médico 
 
Exposição e descontaminação: mediante exposição dérmica ou ocular, lave intensamente o 
local com água corrente fria e jato suave. No caso de inalação, leve vítima a local arejado e 
fresco, além de afrouxar-lhe a roupa. Pode ser necessária respiração artificial. Roupas 
contamindas devem ser retiradas. No caso de exposição oral, em geral é benéfica provocação 
de vômito (exceto quando vítima está inconsciente), mas deve-se observar a bula do 
praguicida para observar restrições quanto a este procedimento 
 
Antídotos: dos inseticidas atuais, somente fosforados e carbamatos possuem antídotos. Para os 
demais inseticidas o tratamento é sintomático e deve ser prescrito por médico. Para fosforados 
e carbamatos a atropina é o antídoto a ser usado, e usado sobre orientação médica. A atropina 
(normalmente na forma de sulfato), bloqueia os receptores de acetilcolinesterase reduzindo a 
ação in vivo do excesso de acetilcolina em seus receptores. Esse composto não é capaz de 
reativar a enzima fosforilada, mas a oxima 2-PAM (contrathion) é capaz de desfosforilar a 
acetilcolinesterase no caso de intoxicação por fosforados podendo também ser usada no 
tratamento de intoxicações por estes inseticidas, mas não é efetiva contra carbamatos, 
podendo até agravar a situação neste caso 
 
2. Efeito de Inseticidas na Vida Silvestre 
 
. fatores a serem considerados: 
a) níveis de contaminação do ecossistema 
b) susceptibilidade do material biológico aos inseticidas 
. riscos para a vida silvestre: 
 40
a) toxicidade aguda: parâmetro mais direto e conveniente para mensuração. Generalizações 
são possíveis, mas efeitos variam com espécie. Menor risco ambiental. 
b) toxicidade crônica: gradual e de maiores amplitudes. Pode afetar reprodução, 
comportamento etc. 
. efeitos subletais de inseticidas: 
b.1) em aves: redução da espessura da casca do ovo; indução microssomal no fígado; e 
interferência na tiróide (distúrbios hormonais) 
b.2) em peixes: comportamento anormal reversível ou não e alteração do sistema 
osmorregulador 
. transferência biológica e bioacumulação: refere-se ao acúmulo de pesticidas em sistemas 
biológicos a níveis bem superiores ao do ambiente circunvizinho. Também chamado 
biomagnificação. A rota mais comum é a aquática. Fatores que afetam: 
. características físico-químicas dos inseticidas 
. características biológicas do ambiente (e.g. competição, consumo alimentar e tamanho do 
corpo e dinâmica de bioacumulação (= entrada – saída) 
 
3. Efeito de Inseticidas no Manejo de Pragas 
. apesar dos benefícios proporcionados ao controle de insetos, o uso e inseticidas é 
potencialmente capaz de gerar os seguintes problemas no controle de insetos: 
a) erupção de pragas secundárias 
b) ressurgência 
c) resistência a inseticidas 
 
3.1. Erupção de pragas secundárias e ressurgência 
. consequência dos seguintes fenômenos após o tratamento com inseticidas: 
a) redução da população de inimigos naturais (IN); causas: 
a.1. disponibilidade de presas envenenadas (+ que normais e de mais fácil captura) 
a.2. IN mais expostos aos inseticidas (devido a sua maior mobilidade) 
a.3. Concentram inseticidas (por se alimentarem de muitas presas) 
a.4. Pesticidas são mais letais a IN 
a.5. Pesticidas tem efeitos subletais em IN, repelindo-os ou reduzindo a capacidade de 
sobrevivência deles e sua eficiência de forrageamento 
 
b) aumento da população de pragas; causas: 
b.1. Redução da competição 
b.2. Maior disponibilidade de alimento 
b.3. Pesticidas podem aumentar a reprodução de insetos-praga, permitindo-lhes escaparemdo controle proporcionado por IN 
 41
b.4. Pesticidas podem levar a alterações na distribuição espacial da praga, causando 
emigração temporária de IN ou reduzindo a eficiência de forrageamento destes 
b.5. Pesticidas podem sincronizar populações de pragas causando extinção local de IN e 
aumento de populações de pragas como no ítem anterior (b.4) 
 
. insetos-praga mais comumente associados a problemas de ressurgência e erupção de pragas 
secundárias são sésseis e alvos difíceis de ação inseticida como cochonilhas e minadores de 
folhas. Esse tipo de problema tem sido mais comumente relatado com homópteros, 
lepidópteros e ácaros 
 
3.2. Resistência a Inseticidas 
 
resistência: capacidade de uma população de insetos de resistir a doses de substâncias tóxicas 
que seriam letais para a maioria dos indivíduos de uma população normal da mesma espécie 
tolerância: capacidade intrínseca de uma espécie de tolerar efeitos tóxicos de um inseticida 
devido ao seu estágio de desenvolvimento, condições nutricionais e outros fatores 
 
. consequências da resistência a inseticidas: 
- perda de vários compostos inseticidas anteriormente eficientes 
- perdas de produção agrícola 
- erupção de pragas secundárias e ressurgência 
- aumento de riscos a organismos não-alvo 
- resistência em inimigos naturais, que pode ser benéfica mas não é muito comum 
 
. mecanismos de resistência: 
- comportamentais 
- fisiológicos: 
. redução de penetração no inseto 
. sequestramento 
- bioquímicos: 
. aumento da destoxificação metabólica por citocromo P450 monooxigenases, esterases ou 
glutationa S-transferases 
. insensibilidade do sítio de ação (e.g. alterações na acetilcolinesterase, nos canais de Na+ - 
KDR, receptores GABA etc) 
 
. manejo da resistência a inseticidas: linhas gerais 
- rotação ou alternação de inseticidas 
- uso de doses efetivas quando usando misturas de tanque 
 42
- uso de sinergistas capazes de suprimir o efeito de mecanismos destoxificativos de 
resistência 
- evitar aplicações em larga escala 
- maximizar integração de táticas alternativas de controle 
- reduzir risco de inseticidas a organismos não-alvo 
- evitar repetir tratamentos subsequentes com mesmo inseticida 
- monitorar situação visando a detecção dos primeiros sinais indicativos da 
existência de populações resistentes 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANÔNIMO. 1996. Tratamento Geral das Intoxicações: Principais Substâncias Químicas 
Utilizadas na Agricultura e em Saúde Pública. Rio de Janeiro, Cianamid. 20 p. 
 
CAMPANHOLA, C. 1990. Resistência de Insetos a Inseticidas: Importância, 
Características e Manejo. Jaguariúna, EMBRAPA. 45 p. 
 
DENHOLM, I. & ROWLAND, M.W. 1992 . Tactics for managing pesticide resistance in 
arthropods: theory and practice. An. Rev. Entomol. 37: 91-112. 
 
GUEDES, R.N.C. 1990. Resistência a inseticidas: desafio para o controle de pragas dos grãos 
armazenados. Seiva 50: 24-29. 
 
MATSUMURA, F. 1985. Toxicology of Insecticides, 2a ed. New York, Plenum. 598 p. 
 
PRICE, N.W. 1975. Populations under insecticide stress, pp. 215-226. In Insect Ecology, 
N.W. Price, New York, John Wiley. 
 
WAAGE, J. 1989. The population ecology of pest-pesticide-natural enemy interactions, pp. 
81-93. In Pesticides and Non-Target Invertebrates, P.C. Jepson, Wimborn, Intercept. 
 43
CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS 
Causas de Desequilíbrio 
Angelo PALLINI FILHO 
Marcelo PICANÇO 
Inseticidas: 
- resistência 
- ressugência 
- espécie rara e inofenciva se tornando praga 
- magnificação biológica 
 
Desmatamento 
 
Estratégias de Controle Bilológico (CB) 
 
CB natural 
CB clássico 
CB artificial 
Táticas de CB 
 
CB natural 
- Inseticida seletivo. 
- aplicação em reboleiras, ruas alternadas. 
- Sub-dosagem. 
- Inseticida somente quando for necessário. 
- Formação e ou povoamento de bosques. 
- Diversificação de espécies vegetais cultivadas. 
 
CB clássico 
- Introdução de inimigo natural. 
 
CB artificial 
- Criação de IN. 
- Aplicação no campo: 
. microorganismo - primeiros ínstares da praga; alta temperatura; sem luz; hábito da praga; 
nível de controle. 
. parasitóides e predadores - liberaçõ específica a cada caso. 
 
Inimigos Naturais 
 44
 
Entomófagos 
 
Predadores 
 
- Definição: 
. Tipos: 
i) Sugadores - injetam toxinas 
- Chrysopidae, Syrphidae, Reduviidae. 
 
ii) Mastigadores 
- Coccinellidae. 
 
- Insetos 
. Diptera 
- Famílias: Syrphidae, Asilidae, Calliphoridae, Cecidomyidae, Pompyllidae, Phoridae. 
 
. Hymenoptera 
- Famílias: Vespidae, Sphecidae, Pteromalidae, Formicidae. 
 
. Coleoptera 
- Famílias: Coccinellidae, Carabidae, Staphylinidae, Lampyridae, Dytiscidae. 
 
. Neuroptera 
- Famílias: Chrysopidae, Hemerobiidae. 
 
. Hemiptera 
- Famílias: Pentatomidae, Reduviidae, Lygaeidae, Nabidae. 
 
. Odonata 
- Famílias: Libellulidae, Aeshnidae. 
 
. Dermaptera: 
- Família: Forficulidae, Labiduridae. 
. Ácaros predadores 
- Famílias: Phytoseiidae, Cunaxidae, Stigmaeidae, Bdellidae. 
 
. Aranhas predadoras 
 45
- Famílias: Lycosidae, Thomisidae, Salticidae 
 
- Outros animais 
. Lagartos, rãs, sapos, tatus, morcegos, pássaros, peixes. 
 
Parasitos 
Conceito: 
 
Parasitóide: 
 
- Associação parasitóides - hospedeiro 
 
. modificação no parasitóide para sobreviver no hospedeiro: 
- respiração através do tegumento. 
- adaptação no sistema excretor. 
- ovipositor adequado à postura com precisão de ovos, para injetar toxina paralizante, secretar 
seda, construir tubo de alimentação. 
 
. reações do hospedeiro: 
- encapsulação. 
- melanização. 
 
- Parasitóides quanto a destribuição da progênie 
 
Sobre ou dentro do hospedeiro 
- Parasitóides de ovos. 
- Parasitóides de cochonilhas. 
- Parasitóides de hospedeiros em galhas, galerias, casulos. 
- Parasitóides que paralizam o hospedeiro e decidem onde colocar os ovos. 
- Parasitóides que atacam o hospedeiro em movimento. 
 
Distribuição longe do hospedeiro 
 
- Etapas do parasitismo 
1. Fêmea encontra o habitat do hospedeiro 
2. Encontra o hospedeiro 
3. Aceita o hospedeiro 
4. Adequabilidade do hospedeiro 
 46
 
- Insetos - ordem de parasitóides 
 
. Diptera 
- Famílias: Tachinidae, Sarcophagidae 
 
. Hymenoptera 
- Famílias; Braconidae, Trichogrammatidae, Ichneumonidae, Scelionidae, Pteromalidae, 
Chalcididae, Bethylidae. 
Diferenças entre parasitóides e predadores 
 
1. Parasitóide - ciclo em um único hospedeiro. 
Predador - várias presas. 
2. Parasitóide - morte do hospedeiro quando ocorre é lenta. 
Predador - sempre mata a presa. 
3. Parasitóide - adulto se alimenta de mel, néctar, água. 
Predador - alimenta-se da presa. 
4. Parasitóide -atua a nível de população. 
Predador - atua a nível de comunidade. 
5. Parasitóide - oviposição é feita: próxima, sobre ou dentro do hospedeiro. 
Predador - próxima da presa. 
6. Parasitóide - interação hospedeiro/parasitóide menos complexa. 
Predador - interação mais complexa. 
7. Parasitóide - movimenta-se menos. 
Predador - movimenta-se mais. 
 
Fatores que influem sobre o inimigo natural (IN) 
Inseticidas. 
Variação de clima. 
Escassez de alimento para adulto. 
Falta de presa/hospedeiro. 
Correlação defeituosa entre o ciclo biológico da presa/hospedeiro e o seu IN. 
 
Princípios no uso de parasióides e predadores 
1. Um rigoroso estudo deve ser feito antes da decisão em relação ao CB. 
2. Evitar o rompimento natural de CB por uso de inseticidas e práticas culturais danosas. 
3. Nível de controle deve ser determinado. A eficiência de CB não é 100%. Desse modo, a 
aceitação de prejuízos que não afetem a qualidade do produto é necessária. 
 47
4. Crescente educação e conhecimento é essencial para manipulação intensiva de IN. 
5. Evitar morte de todas as pragas quando se usar inseticida. IN deve ter hospedeiro/presa 
para sobreviver. 
6. Manter a diversidade na cultura e áreas sem cultura, se necessário, para refúgio,alimento e 
outras necessidades do IN e hospedeiro/presa. 
7. Se o inseticida é necessário, deve ser seletivo ou que cause o mínimo efeito no IN. Se isso 
não for possível, procurar resistência de IN. 
8. Conhecer a biologia de IN e da praga para empregar técnicas culturais e outros métodos 
alternativos. 
9. Manter o equilíbrio em dia, pois é mais fácil para se tomar medidas de conservação. 
10. Cada cultura e pragas apresentam diferenças e as condições variam de região para região, 
assim a avaliação deve ser feita para cada situação. 
11. Manejo de população de pragas em áreas não cultivadas deve ser feito. Uso de CB é 
importante nessas áreas, desde que econômico. 
12. Não abandonar novas pesquisas de IN e novas técnicas de manejo. 
13. O CB não é uma resposta para tudo, mas a oportunidade existente para se fazer muito 
mais do que tem sido feito com muitas pragas. 
 
Entomopatógenos 
 
Aspectos históricos do uso de entomopatógenos 
 
 A primeira referência histórica recordando doenças de insetos data de 2700 A.C., por 
chineses que fazem o registro de doenças no bicho-da-seda (Bombyx mori). Nos séculos 
seguintes, doenças presentes em abelhas e ainda no bicho-da-seda são constantes nas citações 
dos primeiros cientistas. Por volta de 1830, Agostino Bassi, um pesquisador italiano, 
demonstrou efetivamente que um microrganismo (fungo) causava doença em bichos-da-seda. 
Posteriormente, Louis Pasteur, cientista francês renomado, desenvolveu um método para a 
criação de Bombyx mori sadios em áreas anteriormente infectadas por doenças. A partir dos 
trabalhos destes dois pesquisadores, ficou estabelecido a nível teórico, o potencial que as 
doenças de insetos representavam no controle dos mesmos. Nas tentativas feitas ocorreram 
poucos sucessos iniciais que foram rapidamente diminuídos pelos fracassos frequentes no uso 
destes agentes microbianos no controle, levando ao questionamento do valor real do uso de 
microrganismos para este fim. 
 A patologia dos insetos e o seu uso prático realmente emerge no século XX como um 
importante aspecto da ciência, levando a especialização pelo tipo de patógeno utilizado, sejam 
eles, bactérias, vírus e fungos, e mesmo outros agentes como nematóides e protozoários. Até 
1950, quatro dos grupos principais de patógenos, vírus, bactérias, fungos e nematóides, 
 48
haviam sido utilizados em tentativas de controle microbiano. Apenas o grupo protozoa foi 
utilizado depois de 1950. 
 
Vantagens e Desvantagens no seu Uso 
 
 Entre as vantagens encontradas no uso dos patógenos para o controle de insetos-pragas 
temos: 
- Especificidade: existem alguns patógenos que apresentam alta especificidade como os vírus, 
enquanto outros são altamente patogênicos para algumas espécies, como ocorre com bactérias, 
fungos e nematóides. A aplicação deste agentes mesmo que excessiva no agroecossistema 
geralmente não afeta os inimigos naturais (predadores e parasitóides) e polinizadores. 
- Multiplicação e dispersão: os patógenos apresentam a capacidade de multiplicação e 
dispersão no meio ambiente através dos indivíduos da população. Dos focos primários de 
infecção podem surgir focos secundários, ocorrendo mesmo a passagem de uma geração para 
outra, pela permanência dos patógenos nos cadáveres de insetos ou mesmo no solo. 
- Efeitos secundários: além da mortalidade direta eles podem diminuir a taxa de oviposição, 
viabilidade dos ovos e tornar os insetos mais sensíveis a outros agentes biológicos e químicos. 
- Controle mais duradouro: quando após o estabelecimento do patógeno em uma determinada 
área, a doença assume o caráter enzoótico, com o inseto raramente atingindo os níveis de dano 
econômico 
- Poluição e toxicidade: os patógenos não poluem o meio ambiente e não são tóxicos para os 
homens e outros animais 
- Resistência: para alguns patógenos, o processo de resistência por envolver vários fatores, 
dificilmente terá lugar. 
 
 
Dentre as desvantagens que o uso dos patógenos apresentam, temos: 
 
- Aspectos econômicos: a curto prazo, o uso de muitos patógenos ainda não apresenta a 
economicidade necessária para o estímulo do seu uso, quando comparados com os produtos 
químicos de largo espectro. 
- Planejamentos das aplicações: deve envolver aspectos relacionados com o período de 
incubação do patógeno, de modo que o inseto seja eliminado antes que cause dano 
econômico. 
- Condições favoráveis: necessidade de umidade, temperatura e luminosidade ideais podem 
tornar alguns dos patógenos inviáveis em determinadas épocas. 
- Armazenamento: inseticidas microbianos requerem maiores cuidados no armazenamento, 
visando manter a sua viabilidade e patogenicidade. 
 49
- Comercial: alguns patógenos levam os insetos a ficarem presos em frutos ou partes das 
plantas que são consumidas levando a sua desvalorização. 
 
Bactérias 
 
 São seres unicelulares, de tamanho que varia de menos de 1 �m a vários �m de 
comprimento, sem um núcleo definido (procarioto). O seu formato pode ser esférico, de 
bastonete (bacilo) ou espiral, até aqueles que não apresentam parede celular rígida, 
denominados pleiomórficos. As bactérias podem se encontrar em agregações regulares ou 
irregulares, podem ser móveis, em formatos de cadeias ou individuais. A sua reprodução 
pode ser por fissão binária ou conjugação (sexual). O seu desenvolvimento pode ocorrer na 
presença de oxigênio (aeróbicos) ou na sua ausência (anaeróbicos). 
 
Sintomas e Patologia 
 
 As infecções bacterianas nos insetos podem ser classificadas como bacteremia, septicemia 
e toxemia. Bacteremia ocorre quando a bactéria se multiplica na hemolinfa do inseto sem a 
produção de toxinas. Esta situação ocorre com os simbiontes e raramente com as bactérias 
patogênicas. Septicemia ocorre frequentemente com as bactérias patogênicas, que invadem a 
hemocele, multiplicam-se, produzem toxinas e terminam matando o inseto. Toxemia ocorre 
quando a bactéria produz toxinas e se encontra confinada a luz do intestino. 
 O conjunto de sintomas produzidos pelas bactérias pode variar do tipo de infecção que está 
ocorrendo, porém, os aspectos mais frequentes e genéricos comuns são que após a ingestão do 
microrganismo, se inicia produção de toxinas, o inseto perde o apetite, apresenta diarréia, as 
fezes são aquosas e em muitos casos o vômito é comum. 
 Os insetos mortos pr bactérias, principalmente nos estágios larvais, geralmente escurecem e 
se tornam macios. Os tecidos internos e órgãos se deterioram, sendo este processo 
acompanhado de um odor pútrido. O tegumento permanece intacto. Logo após a morte existe 
abundância de bactérias, depois o cadáver do inseto, seca e endurece. 
 
Locais de entrada de bactérias 
 
 A infecção bacteriana geralmente se inicia pela entrada do microrganismo pela boca e tubo 
digestivo, menos frequentemente através dos ovos, tegumento e traquéia. Eventualmente, as 
bactérias podem entrar pela ação de parasitóides e predadores. Dentro do tubo digestivo, a 
ação de enzimas (i.e., lecitinase, proteinase, quitinase) atuando nas células do intestino médio 
permitem a entrada da bactéria na hemocele. O pH desta região tem papel fundamental neste 
mecanismo. 
 50
 A ação das exo e endotoxinas das bactérias é fundamental para que a invasão pela mesma 
seja bem sucedida. Estas toxinas são geralmente produzidas nos estágios iniciais de uma 
infecção. Elas podem atuar danificando a parede do intestino e permitindo a entrada das 
bactérias na hemocele e podem também atuar nos tecidos da hemocele. 
 Poucos casos são conhecidos de bactérias que iniciam a infecção pelas traquéias ou mesmo 
pelo tegumento. Geralmente, nestes casos, após a injúria do tegumento do inseto em outras 
situações, as bactérias iniciam a invasão nestas regiões. 
 A transmissão pelo ovo pode ocorrer com a presença da bactéria na superfície ou dentro do 
ovo. 
 A transmissão para o inseto por parasitóidese predadores ocorre também. Em alguns 
casos, os parasitóides adultos podem perfurar o tubo digestivo e então permitir a passagem das 
bactérias presente na luz do tubo digestivo para a hemocele. Outro exemplo, é a transmissão 
bacteriana efetivada pelo ovipositor de um parasitóide, que a passa de uma pupa infectada 
para outro sadia. 
 
Bactérias Esporulantes 
 
 As bactérias que formam esporos são importantes para o controle dos insetos, uma vez que 
estes constituem uma forma de persistência, pré-requisito para a utilização comercial do 
microrganismo em escala comercial. Da Família Bacillaceae, dois gêneros se destacam que 
são Bacillus e Clostridium. O gênero Bacillus é representado por células em forma de 
bastonete, encontrando na espécie Bacillus thuringiensis um dos agentes bacterianos mais 
bem estudados. 
 
Bactérias Não-Esporulantes 
 
 A Família Enterobacteriaceae apresentam alguns gêneros de interesse no controle dos 
insetos. Ela é caracterizada pela forma de pequenos bastões, em geral móveis pela ação de 
flagelos. Não são formadadoras de esporos. Este último aspecto dificulta o seu uso em 
processos de produção comercial de inseticidas biológicos, mas devido a sua presença em 
muitas situações de controle natural, elas devem ser estudadas para posterior uso nos seus 
mais diversos aspectos. 
 
VÍRUS 
 
 Os vírus constituem entidades que possuem o seu material genético próprio, que dentro do 
hospedeiro celular atua como parte da célula, e pela presença de um estágio infectivo, 
denominado vírion, que serve de veículo para a introdução do material genético na célula. 
 51
Apesar de não constituir uma definição completa, se diz que os vírus devem ser capazes de ser 
transmissíveis e causar doenças em hospedeiros. De todos os grupos de microrganismos 
causadores de doenças em insetos, são os mais amplamente investigados. 
 
Estrutura Viral e Replicação 
 
 A particula viral é composta de uma cápsula proteica (capsídeo) que reveste o material 
nucleico. O capsídeo provê o vírus com as suas características morfológicas e propriedades 
funcionais, dos quais o ácido nucleico constitui o material genético. O material genético pode 
ser constituído de DNA ou RNA, de dupla ou fita simples. O material genético mais o 
capsídeo constituem o nucleocapsídeo. Em alguns vírus, o nucleocapsídeo é revestido por um 
envelope geralmente constituído por uma membrana bilipídica relacionada aos componentes 
da membrana celular. 
 A replicação das viroses envolve a adsorção, entrada e exposição do material genético, 
seguido pela expressão e replicação do genoma viral e produção de suas cópias. Enzimas 
presentes na partícula viral e na célula hospedeira são requeridas para a replicação. Esta 
envolve três estágios durante o seu desenvolvimento: (1) latente: durante o qual o vírus 
penetra e o material genético é exposto pelo desmonte da proteção constituída pelas proteínas 
e membrana lipídica; (2) exponencial: é o período no qual o número de infecções aumenta 
exponencialmente até atingir a (3) fase estacionária. 
 
Tipos de viroses de insetos 
 
 Cerca de 20 grupos de viroses são reconhecidas como causadores de doenças em insetos. 
Três famílias principais se destacam como a Baculoviridae, Entomopoxviridae e Reoviridae. 
Estas famílias se caracterizam pela presença de corpo de oclusão, onde durante certo estágio 
de desenvolvimento os vírus são colocados e constituem formas de estabilidade e persistência 
no meio ambiente. Baculoviridae é o grupo mais estudados das viroses de insetos e são 
exclusivos de artrópodos. 
 
Locais de entrada de vírus e hospedeiros mais frequentes 
 
 A infecção por baculovírus geralmente ocorre pela ingestão de partículas virais, podendo 
eventualmente ser transovariana, pelos espiráculos, chegando a ocorrer eventualmente pelo 
canibalismo de insetos ou mesmo pelo ovipositor de um inseto parasitóide. 
 Após a ingestão das partículas virais, o período entre a infecção até a morte do inseto 
depende de vários fatores que são: idade da larva, temperatura ambiente, virulência do 
 52
isolado, dosagem de partículas virais ingeridas e aspectos nutricionais do inseto hospedeiro. 
Após a ingestão, a infecção ocorre geralmente pelas células do intestino médio. 
 O grupo dos baculovírus tem sido encontrado em cerca de 400 espécies de insetos, sendo 
que o principal grupo suscetível, é Lepidoptera, seguido por Hymenoptera, Diptera, 
Coleoptera e algumas outras ordens com menor número de viroses detectadas, como 
Neuroptera, Trichoptera, Siphonaptera. 
 
Patologia dos Insetos Infectados por Baculoviridae 
 
 Os lepidópteros infectados não mostram sinal externo algum por 2 a 5 dias após a ingestão 
do vírus. Mudanças graduais de cor, como tegumento tornando-se opaco, adquirindo um 
aspecto leitoso. A hemolinfa gradualmente torna-se turva e leitosa. As larvas tornam-se 
inativas, com perda do apetite antes da morte ocorrer. Esta ocorre geralmente depois de 5 a 
12 dias da infecção. Geralmente antes de morrer os insetos movimentam-se para longe das 
fontes alimentares indo em direção às partes mais elevadas das plantas. Quando a morte 
ocorre, o tegumento pode tornar-se frágil e romper-se facilmente. 
 
FUNGOS 
 
 Foram os primeiros microrganismos encontrados e identificados como causadores de 
doenças em insetos, isto se deve principalmente a presença de crescimento macroscópico 
visível na superfície dos insetos. Eles podem ser hospedeiros facultativos ou obrigatórios e 
alguns são simbióticos. O seu crescimento é limitado principalmente pelas condições 
ambientais, particularmente a umidade relativa do ar e as temperaturas serem adequadas a 
esporulação e a germinação dos esporos. 
 
Estrutura e Reprodução dos Fungos 
 
 Os fungos podem ser constituídos de uma célula ou mais frequentemente de várias células 
agrupadas em filamentos ou hifas consitutindo o micélio. A parede da hifa apresenta quitina 
ou celulose e outras glucanas. Estas hifas podem ser uninucleadas ou com segmentos 
multinucleados. 
 Dois aspectos de reprodução estão presentes, assexual e o sexual. No assexual geralmente 
a reprodução ocorre pela presença de propágulos assexuais dos mais diversos tipos. Células 
reprodutivas assexuais móveis estão presentes em algumas espécies, ou conídia, que é 
dispersada por outros meios, como a água e o vento. A reprodução sexual ocorre mas é 
menos frequente nas famílias de interesse entomopatogênico. 
 
 53
Hospedeiros 
 
 Os fungos associados aos insetos podem ser ecto ou endoparasitas. Os insetos são 
geralmente infectadospor esporos ou conídia e mesmo outras formas (zoosporos e ascoporos). 
Encontrados em praticamente todas as ordens de insetos, mais comuns em Hemiptera, 
Diptera, Coleoptera, Lepidoptera, sendo que em muitos casos as formas imaturas (sejam 
ninfas ou larvas) mais suscetíveis que as formas adultas. O estágio pupal é pouco infectado, 
assim como o ovo é raramente atacado pelos fungos. A especificidade dos hospedeiros varia 
consideravelmente, sendo que alguns fungos estão restritos a poucas espécies de insetos, 
enquanto outros apresentam pouquíssima especificidade de hospedeiros. 
 
Processo de Infecção 
 
 O desenvolvimento da doença micótica ocorre em três fases distintas, a saber: (a) adesão e 
germinação do esporo sob a cutícula do inseto; (b) pentração na hemocele; (c) 
desenvolvimento do fungo na hemocele, com a morte do inseto. A adesão do esporo parece 
estar correlacionada com a agressividade ou mesmo a especificidade do hospedeiro em 
relação a espécie fúngica. Em outros casos, parece que a adesão não decorre de especificidade 
alguma. A segunda fase, a germinação do esporo depende dos fatores ambientais como 
umidade temperatura,e em menor extensão da luz e condições nutricionais do ambiente. A 
penetração depende das propriedades da cutícula, a sua espessura, grau de esclerotizaçãoe 
mesmo da presença de substância antifúngicas na área. A larva que recém sofreu o processo 
de muda ou mesmo a pupa recém formada são mais suscetíveis a infecção do que aqueles 
insetos que apresentam a cutícula endurecida. O processo de penetração através do tegumento 
envolve aspectos químicos (ação de enzimas) e a atuação mecânica (forças físicas). Estas 
últimas são visíveis pelas marcas presentes na cutícula do inseto, mostrando depressão ao 
redor da área de penetração pelo tegumento. As enzimas presentes no tubo germinativo são: 
proteases, lipases, aminopeptidades, sendo as proteases as principais responsáveis pela 
degradação inicial da cutícula, sendo seguidas pelas quitinases. 
 Em outros casos, o fungo penetra pelas aberturas naturais do corpo do inseto, sejam elas a 
cavidade bucal, espiráculos e mesmo outras aberturas. Depois da germinação da hifa que 
penetrou pelo tegumento do inseto, a passagem para a hemocele faz com que o fungo se 
multiplique pela formação de brotos. Ocorre a formação de micélio que endurece 
constituindo um esclerótio posteriormente. A esporulação ocorre geralmente no inseto morto 
ou ainda nele vivo. Em condições desfavoráveis, o fungo produz propágulos resistentes. 
 
Patogenicidade 
 
 54
 A morte dos insetos ocorre por um dos fatores que se seguem: deficiência nutricional, 
invasão e destruição de tecidos e a liberação de toxinas. Alguns fungos são bastante 
virulentos e matam os insetos dentro de alguns dias e outros levam a situações de enfermidade 
crônica prolongada. 
 As espécies fúngicas apresentam várias linhagens também denominadas isolados que 
diferem entre si pela virulência e patogenicidade. Geralmente aqueles isolados de uma 
determinada espécie de inseto, são mais virulentos a esta espécie que a outros hospedeiros. 
Por outro lado, a cultura “in vitro” de certos isolados acabam resultando em perda da sua 
virulência, que pode ser parcial ou total. 
 A patogenicidade pode ser associada com a produção de enzimas e micotoxinas durante o 
período da infecção do inseto. 
 
Sinais e Sintomas 
 
 Nos estágios iniciais os insetos apresentam pouco ou nenhum sinal de infecção, exceto pela 
presença de uns pontos necróticos que podem se desenvolver nas áreas de invasão. Daí o 
inseto passa por um período de movimentação constante, com eventual redução do apetite e 
perda da coordenação. Este insetos buscam locais mais altos do que a sua localização inicial, 
como insetos subterrâneos que vão a superfície. 
 O tempo para iniciar a desintegração dos tecidos pode variar bastante dependendo do tipo 
de fungo, modo de invasão e espécie de inseto. Mas as células, tecidos do inseto infectado 
começam a se desintegrar antes da morte do inseto. O contínuo crescimento das hifas leva a 
mumificação, de maneira que os insetos retem a forma original. Raramente os insetos perdem 
o seu formato original e podem se tornar aquosos com coloração modificada. 
 
Efeito das Condições Ambientais 
 
 A umidade e temperatura, seguidos pela intensidade luminosa e movimento do ar, são os 
fatores que exercem maior influência no processo de infecção e esporulação dos fungos 
entomopatogênicos. As temperaturas ótimas geralmente se encontram entre 20 e 30º C, 
apenas fungos sem atividade podem tolerar temperaturas muito acimas e abaixo do seu ponto 
ótimo. 
 A umidade acima de 90% é requerida para a germinação do esporo e esporulação for a do 
hospedeiro. Em alguns casos uma película de água sob a superfície é necessária para que elea 
ocorra, sendo que estas condições microambientais são muitas vezes mais importantes que a 
umidade relativa do ar. 
 55
 O efeito da luz ainda deve ser melhor estudado, uma vez que os raios ultravioletas tem a 
capacidade de matar os esporos enquanto expostos no substrato ou dispersos no ar. No caso 
específico de Entomophthora, dias longos parecem estimular a sua germinação. 
 A germinação dos esporos de fungos é bastante dependente das condições nutricionais do 
meio ambiente. A ausência, qualidade, e quantidade de nutrientes afeta o processo de 
germinação. Lipídeos presentes na cutícula dos insetos por exemplo, afetam a germinação 
deste propágulos de maneira sensível. 
 Em condições ambientais adversas, mesmo tendo infectado um inseto, as hifas podem 
permanecer na forma de estruturas resistentes para a sua sobrevivências nestas condições. 
Esporos denominados de descanso ou dormentes sobrevivem dentro dos insetos ou na sua 
superfície nestes períodos. 
 
ALGUNS EXEMPLOS 
 
 A utilização comercial de produtos biológicos para o controle de insetos vem se tornando 
cada vez mais frequente, decorrente das exigências do mercado. A medida que este mercado 
se torna mais sofisticado e demanda produtos agrícolas com menor uso de inseticidas ou 
outros agentes químicos responsáveis pelo controle dos insetos, torna-se possível a utilização 
de agentes microbianos na luta contra os insetos-praga. 
Bacillus thuringiensis e o seu uso diversificado 
 
 Uma das grandes vantagens do uso de B. thuringiensis tem sido relacionado aos vários 
tipos de isolados, que possuem diferentes toxinas. Algumas delas são mais eficientes com 
relação a lepidópteras, outras contra dípteros e mesmo um isolado que apresenta maior 
especificidade para coleópteros. O uso de produtos comerciais como o Dipel, Thuricide que 
são a base de Bt como é denominada a toxina presente neles e originada deste patógeno tem 
sido mais frequente com insetos de interesse agrícola, como a Allabama argilacea, Anticarsia 
gemmatalis e alguns lepidópteros de interesse por serem pragas em grãos armazenados. O seu 
uso para o controle da mosca-dos-chifres apresentou resultados considerados iniciais 
insatisfatórios, mas que deveria ser melhor estabelecidos pela utilização de isolados que 
apresentem melhor toxicidade para dípteros. 
 
Utilização do vírus para o controle da lagarta-da-soja 
 
 Um vírus da poliedrose nuclear foi descoberta na lagarta Anticarsia gemmatalis em 1962, 
por dois pesquisadores americanos no Peru. Este mesmo vírus é detectado no Brasil dez anos 
mais tarde e passa a ser intensivamente estudado pelo Centro Nacional de Pesquisa da Soja, a 
partir de 1977. Denominado de Baculovírus anticarsia, apresenta um controle efetivo desta 
 56
lagarta desfolhadora, sendo de alta especificidade, levando a baixas mortalidades mesmo 
quando em altas doses são aplicadas no bicho-da-seda e mesmo outros insetos-pragas, 
presentes ou não na soja. Portanto, seu uso tem sido restrito a esta lagarta (Anticarsia 
gemmatalis), mas com grande efetividade, dentro de um dos maiores programas a nível 
mundial de utilização de um patógeno para controle efetivo de um inseto-praga. 
 
Fungos entomopatogênicos como controle de pragas 
 
 O fungo Metharizium anisopliae tem sido detectado frequentemente na cigarrinhas-das-
pastagens Mahanarva posticata. A sua utilização em larga escala tem sido realizada a nível 
de campo, com o sucesso ficando bastante dependente das condições ambientais que são os 
grandes limitantes para o uso de fungos. Inicialmente a sua aplicação era feita com a 
utilização de esporos que devem ser aplicados durante os períodos chuvosos, a intervalos de 
30 dias, para que efetivamente o controle seja econômico. 
 Outro fungo que vem sendo utilizado experimentalmente em aviários para o controle da 
mosca doméstica, é o Entomophthora muscae, que apresentou a nível de laboratórios 
resultados considerados promissores. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ALVARENGA NETO, A.M. 1992 . Manual de controle biológico. Rio de Janeiro, Sociedade 
nacional de agricultura. 56 p. 
ALVES, S.B. 1986. Controle microbiano de insetos. São Paulo, Editora Manole. 407 p. 
CRUZ, B.P.B. 1988. Pragas das culturas e controle biológico. Campinas, Fundação Cargill. 
139 p. 
EPAMIG. 1991. Controle biológico. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 15(167): 82 P.EMBRAPA. 1992. Pesquisa agropecuária Brasileira, Brasília/DF, 
EMBRAPA/CENARGEN, 27, s/n. 389 p. 
 57
MANIPULAÇÃO DO AMBIENTE DE CULTIVO OU CONTROLE CULT URAL 
 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
1. Introdução 
 
. O cultivo de espécies vegetais exóticas, como a maioria das plantas cultivadas, requer 
práticas culturais que maximizem a produção mediante adequação do ambiente às 
necessidades destas. Esse tipo de ambiente é normalmente simplificado e a grande 
disponibilidade de fontes alimentares adequadas a insetos fitófagos aumenta a possibilidade 
de surtos populacionais destes. Contudo, a utilização de determinadas práticas culturais na 
lavoura pode possibilitar a redução da ocorrência de altas populações de insetos-praga. 
 
. A manipulação do ambiente de cultivo pode ser feita no sentido de desfavorecer o 
desenvolvimento de insetos-paraga, o que pode ser conseguido mediante uso de uma 
variedade de técnicas consideradas tradicionais e mesmo arcaicas, mas que reduzem a chance 
de colonização de pragas e/ou promovem a dispersão destas enquanto reduzindo sua 
reprodução e sobrevivência caso ocorra a colonização por elas. 
 
. Esse método de controle se baseia em grande parte na adoção de práticas culturais de 
produção típicas da cultura-alvo que possibilitam o controle de insetos, daí ser popularmente 
referido como controle “cultural”. Métodos físicos e mecânicos são por vezes colocados como 
controle cultural, mas serão aqui abordados em separado. Ao contrário do controle químico, a 
manipulação do ambiente de cultivo ou controle cultural, também referido como manejo 
ecológico do ambiente de cultivo, é um método profilático que deve ser considerado como a 
primeira linha de defesa contra as pragas. 
 
2. Estratégias Gerais de Manipulação do Ambiente de Cultivo 
 
. Diferentes estratégias podem ser usadas na manipulação do ambiente de cultivo, que são 
divididas aqui nos seguintes grupos: 
 1) redução da capacidade de suporte do ecossistema 
 2) ruptura das condições necessárias ao desenvolvimento da praga 
 3) dispersão para fora da área de cultivo 
 4) redução do impacto da injúria 
 
 2.1. Redução da capacidade de suporte do ecossistema 
 
. O ecossistema agrícola inclui fatores bióticos e abióticos cujo conjunto dos componentes 
interativos determina, até certo grau, a densidade média e severidade dos problemas com 
insetos-praga. Para a redução da capacidade de suporte do ecossistema, o que se faz é lançar 
 58
mão de procedimentos destinados à redução da densidade da praga através da diminuição da 
disponibilidade de alimentos, abrigo e espaço habitável para ela. Contudo, o que se busca é 
apenas a redução da disponibilidade do requisito necessário à praga e não sua eliminação, que 
é frequentemente indesejável e usualmente impraticável. Táticas utilizadas dentro desse 
contexto são apresentadas abaixo. 
 
 2.1.1. Medidas sanitárias: é um dos procedimentos mais elementares, pois várias 
espécies dispendem parte de seu ciclo em resíduos ou restos orgânicos e a remoção destes 
pode reduzir a reprodução e sobrevivência da praga. São exemplos de medidas sanitárias: 
 a) destruição e eliminação de restos culturais: método básico de eliminação de 
populações de pragas que dispenderiam a entressafra em restos culturais servindo como fonte 
de infestação à safra seguinte. Aração, gradagem e corte do material, normalmente 
antecedendo incorporação ou queima são algumas medidas adotadas comumente. Esta medida 
é particularmente importante para pragas monófagas ou oligófagas como a lagarta rosada 
(Pectinophora gossypiella), bicudo e broca da raiz do algodoeiro (Anthonomus grandis e 
Eutinobothrus brasiliensis respectivamente), todas importantes pragas do algodoeiro no 
Brasil. 
 
 b) eliminação de resíduos animais: é notória a estreita relação entre limpeza e incidência 
de moscas e baratas em áreas domiciliares. Da mesma forma, eliminação de dejetos animais 
em criações destes reduzem substancialmente a incidência de moscas, principalmente mosca 
doméstica (Musca domestica) e a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans). 
 
 c) armazenamento e processamento eficientes: limpeza de unidades armazenadoras é de 
fundamental importância para a conservação de grãos e produtos armazenados. O mesmo é 
válido para fábricas ou usinas de processamento de alimentos, onde o próprio processamento, 
se feito de maneira ineficiente, pode contribuir muito para maior incidência de insetos-praga. 
 
 d) uso de sementes ou propágulos livres de pragas: permite evitar infestações de insetos-
praga que se disseminam através de sementes, como ocorre com a lagarta rosada em 
algodoeiro. 
 
 e) poda: a poda periódica de algumas espécies perenes permite a redução de populações 
de larvas broqueadoras de caule, a exemplo do que acontece em citros, onde os galhos 
atacados por larvas de coleópteros broqueadores devem ser cortados e queimados. 
 
 2.1.2. Destruição ou modificação de hospedeiros ou habitats alternativos: vários 
insetos possuem requerimentos que não podem ser satisfeitos pela cultura sendo necessária a 
dispersão deles para outros hospedeiros ou habitats durante determinados períodos do ano. Se 
esses hospedeiros ou habitats forem destruídos em alguma extensão, a população de insetos 
pode ser reduzida. Esse tática é importante para a mosca-do-sorgo (Contarinia sorghicola) 
 59
cuja infestação no sorgo acontece a partir de insetos provenientes de certas gramíneas como o 
sorgo perene (Sorghum halepense). A persistência de plantas voluntárias de milho em área de 
cultivo de soja favorece incidência de diabroticídeos (Diabrotica spp.) e o mesmo pode ser 
dito de outras plantas voluntárias e algumas pragas como o pulgão Macrosirphum euphorbiae 
e o ácaro eriofídeo do alho (Eriophyes tulipae). O uso de cobertura morta como palha ou 
casca de arroz em cultivo de brássicas, altera este habitat dificultando a localização dele por 
pulgões. 
 
 2.1.3. Preparo do solo: a aração é uma operação muito importante nos sistemas de 
plantio de cultivos comerciais tanto para o preparo do leito de semeadura quanto para o 
controle de plantas invasoras. É também frequentemente o método de escolha para eliminação 
de restos de cultura e destruição de habitats alternativos. Além desses benefícios, o preparo do 
solo e principalmente a aração, promove mudanças físicas no ambiente do solo podendo 
desfavorer populações de pragas. Época e profundidade de aração são dois pontos importantes 
a serem observados. Tais práticas frequentemente levam ao ressecamento da camada 
superficial do solo, ao enterrio de pragas localizadas na superfície do solo e a exposição de 
insetos localizados a profundidades maiores à incidência de radiação solar e ao ataque de 
inimigos naturais (pássaros principalmente), sendo o que normalmente acontece com bicho-
bolo em arroz. A passagem de cilindro pesado (“rolo”) sobre a superfície do solo, leva à 
compactação deste desfavorecendo pragas como lagarta rosca (Agrotis ipsilon) que migram 
para a superfície expondo-se a ação da radiação solar e a predadores. 
 
 2.1.4. Irrigação e manejo d’água: irrigação é uma atividade primária em várias regiões, 
mas pouca ênfase tem sido dada em seu uso para prevenção de problemas com insetos. Uma 
exceção a essa regra é a tecnologia de quimigação, o qual usa sistemas de irrigação, 
principalmente via pivô central, para aplicação de pesticidas na área. Contudo esse não é um 
manejo ecológico ou controle cultural. O manejo de água pode ser utilizado no controle de 
pragas tais como bicheira-do-arroz, adaptadas a alta umidade e baixa oxigenação, ou bicho-
bolo e lagarta-elasmo, melhor adaptados a condições mais secas. A água pode também ser 
fator de quebra de quiescência (dormência) de estágios de certos insetos, como ocorre com 
ovos de cigarrinha das pastagens. 
 
 2.2. Ruptura das condições necessárias ao desenvolvimento de pragas 
 
. Insetos-pragase estabelecem em agroecossistemas mediante a criação e manutenção de 
condições ambientais favoráveis a elas. O provimento ininterrupto dessas condições 
favorecem esses insetos, mas se este pode ser interrompido dentro dos limites de boas práticas 
agrícolas, as populações de praga podem ser reduzidas. Algumas alternativas dessa abordagem 
são apresentadas a seguir. 
 
 60
 2.2.1. Redução da continuidade espacial: nessa abordagem o enfoque recai sobre o 
planejamento da distribuição espacial dos cultivos. 
 
 a) espaçamento de plantas: O aumento da densidade de plantio pode possibilitar 
condições de microclima desfavoráveis a certos insetos, como é o caso do bicho-mineiro-do-
cafeeiro (Perileucoptera coffeella), mas pode beneficiar outros como a broca-do-café 
(Hypothenemus hampei). O microclima mais úmido de plantios adensados de soja usualmente 
favorecem epizootias de fungos, principalmente Nomuraea rileyi, que incidem drasticamente 
sobre lagartas desfolhadoras nesta cultura. 
 
 b) localização da cultura: na seleção do local de cultivo é importante a observação do 
ambiente circunvizinho, pois várias espécies de insetos podem mover-se rapidamente de um 
campo a outro entre culturas botanicamente relacionadas. Como regra geral, procura-se 
cultivar culturas dissimilares em proximidade, pois o número de espécies-praga capazes de 
incidir sobre ambas é baixo. Associações entre gramíneas e leguminosas tendem a ser boa 
escolha. Consórcio é outro exemplo de medida que contribui para descontinuidade espacial. 
 2.2.2. Ruptura da continuidade temporal: a idéia geral é criar um intervalo temporal 
onde inexista fonte alimentar da praga a campo, considerando-se uma mesma área. Algumas 
alternativas dentro desse contexto são apresentadas abaixo: 
 
 a) rotação de culturas: normalmente funcionam melhor se satisfeitas três condicões: 
1) a praga possui espectro restrito de hospedeiros, 2) os ovos são ovipositados antes do plantio 
da nova cultura e 3) o estágio que causa maiores danos possui baixa mobilidade. Rotação 
entre gramíneas e leguminosas são amplamente difundidas em nosso país e a rotação milho-
soja nos Estados Unidos propiciou efetivo controle de Diabrotica virgifera virgifera e 
Diabrotica barberi. 
 
 b) incorporação de restos culturais: favorece o incremento dos níveis de umidade e 
fertilidade no solo e podem desfavorecer populações de pulgão em aipo. 
 
 c) rompimento da sincronia entre inseto fitófago e planta: uma das razões de insetos 
serem pragas de alguma cultura é devido a sincronia de ciclos entre insetos e plantas. Se a 
fenologia da planta pode ser alterada levando à assincronia com o ciclo da praga, as perdas por 
insetos podem ser reduzidas. Isto pode ser conseguido mediante uso de variedades precoces, 
mudança de época de plantio, ou ambos. O uso de variedades precoces por exemplo é de 
grande importância como tática de manejo do bicudo-do-algodoeiro. 
 
 2.3. Dispersão para fora da área de cultivo 
 
. Uma outra possibilidade de manejo de habitat, no caso de impossibilidade de modificação da 
cultura ou do ambiente desta, é lançar mão da capacidade de vôo dos insetos e suas 
 61
preferências por hospedeiros. Através disso pode ser tentado o desvio da praga de um dado 
cultivo apresentando a ela hospedeiros alternativos mais adequados. São duas as principais 
maneiras de se conseguir isso. 
 
 2.3.1. Planta- ou cultura-isca: normalmente envolvem o plantio antecipado da mesma 
cultura, o plantio de pequena área com variedades mais suceptíveis ou de hospedeiros 
alternativos mais atrativos a pragas. Esses procedimentos favorecem a concentração de pragas 
nesses cultivos-isca onde podem ser deixados desenvolvendo ou podem ser eliminados com 
aplicações inseticidas. Tais táticas tem uso atualmente em cultivos de algodão para controle 
do bicudo-do-algodoeiro (plantio precoce) e em feijão para controle de vaquinhas (plantio de 
curcubitáceas amargas, principalmente Cayaponia martiana, como plantas-isca). 
 
 2.3.2. Colheita em faixas: é semelhante a cultura-isca exceto que neste caso a armadilha 
é criada na cultura principal onde a colheita é feita por faixas evitando que os insetos-praga se 
disperssem para outros cultivos. Essa tática é recomendada contra o percevejo Lygus hesperus 
em alfafa, evitando que passe a cultivos de algodão circunvizinhos. 
 
 2.4. Reducão do impacto da injúria 
 
. O propósito dessa estratégia é manejar as perdas por insetos. Ao invés de se centrar no 
insetos, o foco de atenção recai sobre a cultura e modificações em suas técnicas de cultivo 
com o intento de minimizar perdas causadas por insetos-praga. Algumas possibilidades são 
exemplificadas abaixo. 
 
 2.4.1. Modificação da tolerância do hospedeiro: isto pode ser geneticamente 
conseguido, mas o enfoque aqui é como se conseguir isto através de outros meios. A produção 
de plantas vigorosas, frequentemente conseguida com a adoção de boas práticas agrícolas, 
aumenta a capacidade das plantas de suportar danos. Contudo, existem instâncias onde parece 
acontecer o oposto. Alguns ácaros e pulgões parecem ser favorecidos quando seus hospedeiros 
são sujeitos a altos níveis de adubação nitrogenada, o que não significa que tal adubação deva 
ser suprimida, mas sim que frente a ela algumas pragas podem ser favorecidas e deve-se 
preparar para o controle delas caso isto venha a ser necessário. 
 
 2.4.2. Modificação de época de colheita: a época de colheita é usualmente variável 
dentro de certos limites. A orientação geral é de que cultivos atacados devam ser colhidos o 
quanto antes. No caso do café, recomenda-se colher inicialmente os talhões mais atacados 
pela broca-do-café como medida cultural para o manejo desta. 
 
 2.4.3. Diminuição de espaçamento ou aumento de densidade de plantio: usado para 
compensar perdas ocasionadas por insetos que causam mortalidade de plantas como lagarta-
rosca (Agrotis ipsilon) e lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus). 
 62
3. Conclusões 
 
. Como qualquer tática de controle de pragas, também a manipulação do ambiente da cultura 
apresenta suas vantagens e limitações. Algumas das vantagens são: 
 . o baixo custo usualmente envolvido na adoção delas 
 . a virtual ausência de outra forma alternativa e viável de controle 
 
. Algumas desvantagens que poderiam ser apresentadas são: 
 . frequentemente não são suficientes para redução completa da praga abaixo do nível de 
 dano 
 . é uma tática preventiva de controle 
 . requer bom conhecimento da praga 
 . pragas representam apenas um dentre muitos riscos do cultivo 
 
. É ainda importante salientar que é possível o desenvolvimento de resistência, por parte de 
insetos, a qualquer medida de controle eficiente e extensamente usada contra eles. No caso de 
manipulação de ambiente de cultura, resistência a rotação de cultura foi observada em 
populações de Diabrotica barberi nos Estados Unidos que desenvolveram diapausa 
prolongada (2 anos) suplantando o período de rotação do milho no meio-oeste americano, 
espécie alvo do ataque desta espécie. Contudo, é inegável a relevância dessa tática de controle 
apesar de não ser normalmente alvo de atividades constantes de pesquisa, pois estas são 
usualmente mais voltadas à geração de produtos para controle e não de técnicas para atingir 
este objetivo. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ALMEIDA, A.A. 1986 . Métodos mecânicos e culturais de controle de pragas. Inf. Agropec. 
12: 10-13. 
DENT, D. 1991. Cultural control, pp. 373-397. In Insect Pest Management, D. Dent, 
Wallingford, CAB International. 
HORN, D.J. 1988. Genetic, cultural, and physical control; Quarantines, pp. 195-206. In 
Ecological Approach to Pest Management, D.J. Horn, New York, Guilford. 
KRYSAN, J.L. 1993. Adaptations of Diabrotica to habitat manipulations, pp. 361-373. In 
Evolution of Insect Pests: Patterns of Variation, K.C. Kim & B.A. McPheron, New York, 
John Wiley & Sons.PEDIGO, L.P. 1989. Ecological management of the crop environment, pp. 325-357. In 
Entomology and Pest Management, L.P. Pedigo, New York, Macmillan. 
WALLNER, W.E. 1987. Factors affecting insect population dynamics: Differences between 
outbreak and non-outbreak species. Ann. Rev.Entomol. 32: 317-340. 
 63
MÉTODOS DE CONTROLE POR COMPORTAMENTO 
Marcelo PICANÇO 
Luciano Andrade MOREIRA 
Angelo PALLINI FILHO 
Controle por Comportamento 
 
Os insetos utilizam odores para localização de presas, defesa e agressividade, seleção de 
plantas, escolha de locais de oviposição, corte e acasalamento, organização das atividades 
sociais e diversos outros tipos de comportamento. 
As substâncias químicas usadas na comunicação, em geral, são denomindas semioquímicos 
(sinais químicos).Podem ser aleloquímicos ou feromônios (Quadro 1). 
 
QUADRO 1 - Classificação dos Semioquímicos Conforme sua Ação. 
SEMIOQUÍMICOS 
(Substâncias químicas envolvidas na comunicação entre organismos) 
ALELOQUÍMICOS 
(Substâncias químicas envolvidas na comunicação 
entre organismos de espécies diferentes) 
FEROMÔNIOS 
(Substâncias químicas ou misturas destas, 
envolvidas na comunicação entre 
indivíduos da mesma espécie) 
CAIROMÔNIOS 
(O organismo receptor 
é favorecido) 
ALOMÔNIOS 
(Organismo que produz a 
substância é favorecido) 
 
 
Tipos de feromônios 
 
Feromônio Sexual: substância liberada para atração do parceiro sexual. Ex.: Lepidoptera. 
 
Feromônio de Agregação: Substância para manutenção da sociedade (abelha), colonização de 
habitats (Coleoptera: Scolitidae) e agregação. 
 
1.3. Feromônio de Trilha: Substância deixada no solo para reconhecimento da "trilha" 
(formigas e cupins). 
 
Feromônio de Alarme: Substância usada pelos insetos para fuga (pulgões) e agressão 
(formigas e abelhas), muito voláteis. 
 
Feromônio de território: Substância relacionada com a área de ocupação do inseto. 
 
Formas de utilização dos feromônios no manejo integrado de pragas (M.I.P.) 
 
2.1. Detecção de pragas: "verificação da presença" de pragas. Utilizado na detecção dos 
primeiros vôos da traça da frutas. 
 64
2.2. Monitoramento de pragas: Verificar se a população de uma dada praga atingiu o nível de 
controle. Utilizado para culturas de pessegueiros, para Grapholita molesta (Busck., 1916), 
com armadilhas de feromônio. Em galpões para secagem de folhas de fumo, utiliza-se a 
armadilha de Serriconin para monitorar escolitídeo praga. 
 
Controle de pragas 
 
Cultura armadilha: uso de feromônio em faixas de cultura previamente instaladas para atração 
da praga. 
 
Coleta massal: coleta de indivíduos através de armadilhas. Utilizado para coleta de bicudo do 
algodoeiro com feromônio de agregação "blockaide" ou nomate PBW. 
 
Confundimento: saturação da área com o feromônio sexual, dificultando o acasalamento. 
Utilizando feromônios sintéticos, reduz-se a probabilidade de encontros e/ou agregação dos 
sexos e acasalamentos. Em algodão, utiliza-se o "gossyplure" no confundimento de P. 
gossipiella, com redução de até 64% na aplicação de inseticidas. Para o bicudo também são 
utilizados várias iscas embebidas com feromônio "grandllure" para o confundimento de 
machos. 
 
 
Feromônio + inseticida: 
QUADRO 1 - Relação de alguns feromônios em testes no Brasil 
Inseto Fórmula Nome 
Técnico 
Nome comercial 
(companhia) 
Grapholita molesta Z-8-dodecenil acetato Gossyplure Sectar (3M) 
(Sandoz) 
Pectinophora gossypiella Z,Z e Z,E-7-11 
hexadecadienil acetato 
hexalure Nomate PBW 
(Albany); Dispenser 
(Mitsubish) 
Pectinophora gossypiella Z hexadecenol acetato virelure Zoecon 
Heliothis virescens Z-9, tetradecenal-Z-11 
hexadecenal 
grandlure Nomate Blockaide 
(Albany) 
Anthonomus grandis Vários componentes 
Lasioderma serricorne 4,6-dimetil-7-hidroxi-3-
nonanone 
Serricornin Serrico (Fersol) 
Lasioderma serricorne 4,6-dimetil-7-hidroxi-3-
nonanone 
Antidroserricorni
n 
Lasiotrap 
(Alemanha) 
Musca domestica Z-9-tricosene muscalure Moscafim (Vulcan) 
Ceratitis capitata metil-E-6-nonanoato Trimedlure - 
Trichoplusia ni Z-7-dodecen-1-al-acetato looplure - 
Diatraea saccharalis Z,E 9-11-hexadecadienal - Zoecon 
 
 
 
 65
Outros Métodos de Controle Comportamental 
 
Atraentes 
 
Iscas: 
- Moleque da bananeira (vide pragas da bananeira). 
- Besouros em cana de açúcar (vide Cana). 
- Rhynchophorus palmarum (L., 1764) (Broca do olho do coqueiro). As iscas consistem de 
pedaços de estirpe de 0,50 m com a parte aparada para baixo. Após alguns dias, colhem-se os 
besouros alojados, destruindo-os. Para maior eficiência, pode-se tratar a isca com 
carbofenotion ou diazinon na base de 4 g/isca. 
 
Plantas iscas 
- Coleobrocas em citros (vide citros). 
- Abobrinha italiana x vaquinhas. 
- Algodão x Bicudo e broca da raiz (vide algodão). 
- Curcubitacinas (vide curcubitáceas). 
 
Estimulantes Alimentares 
- Sal de cozinha x percevejos da soja (vide soja). 
- Iscas para moscas das frutas. 
- Iscas para coleobrocas. 
- Iscas para grilos, mariposas, lesmas e formigas. 
 
Repelentes 
- Coloral x pragas que atacam os frutos e sementes de anonáceas. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, 
G.C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S.B. & 
VENDRAMIN, J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 
649 p. 
VILELA, E.F. & DELLA LUCIA, T.M.C. 1987. Feromônios de insetos: biologia, química 
e emprego no manejo de pragas, Viçosa, UFV, Imprensa Universitária. 155 p. 
 66
INTERAÇÕES INSETO-PLANTA E RESISTÊNCIA DE PLANTAS H OSPEDEIRAS A INSETOS 
 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
1. Introdução 
 
. O montante de injúria causado por um inseto a uma planta depende do hábito alimentar do 
primeiro, o tamanho de sua população e a capacidade da planta de suportar o tipo e a 
quantidade de injúria inflingida pelo inseto. Resistência de planta hospedeira a insetos 
refere-se a propriedades herdadas e associadas a capacidade da planta hospedeira de debelar 
ou suportar e recuperar de injúrias causadas por insetos-praga. Assim, resistência de plantas 
a insetos é uma característica hereditária que possibilita a planta reprimir o crescimento 
de populações de insetos ou se recuperar de injúrias causadas por populações destes. 
 
. Resistência de plantas é uma característica: 
 - hereditária 
 - relativa 
 - influenciada por condições ambientais 
. Na interface inseto-planta, a inibição do crescimento de populações de insetos fitófagos é 
geralmente derivada de características bioquímicas e morfológicas da planta hospedeira que 
afetam o comportamento ou metabolismo dos insetos, atenuando o nível de injúria por eles 
causado à planta. 
 
. Durante o curso da evolução, as plantas desenvolveram um vasto conjunto de estratégias de 
defesa para suportar a pressão de microrganismos patogênicos e herbívoros. Sob o prisma 
evolutivo, características ligadas a resistência de plantas são pré-adaptativas e as tornam 
melhor adaptadas à suplantar a pressão seletiva de populações herbívoras, aumentando suas 
chances de sobrevivência e reprodução. O trabalho mais aplicado na resistência de plantas é 
direcionado à revelação dessas características pré-adaptativas e a utilização delas em 
programas de melhoramento através de métodos clássicos ou de técnicas de engenharia 
genética. 
 
. As primeiras observações sobre resistência de plantas a insetos datam do fim do século 
XVIII e início do século XIX. Já em 1792, resistência à mosca de Hesse (Mayetiola 
destructor) já havia sido reportada na variedade de trigo “Underhill” por J. N. Havens nos 
 67
Estados Unidos. O primeiro caso dramático de resistência de plantas a insetos aconteceu ao 
fim do século XIX, quando porta-enxertos americanos de uva foram usados na propagação de 
variedades francesas vitimadas pelo ataque da espécie de inseto-praga Daktulosphaira 
vitifoliae, inadvertidamente introduzidanos vinhedos da área vinícula da França e 
posteriormente Europa. Isto porquê as variedades americanas eram mais resistentes a essa 
praga. O entomologista americano C. V. Riley foi agraciado ao final do século XIX com a 
medalha de ouro do Governo Francês pela sugestão de tal tática de controle. Contudo, os 
modernos trabalhos de resistência de plantas a insetos somente foram alavancados pelas ações 
pioneiras de R. H. Painter e seus colaboradores, na “Kansas State University”, iniciados na 
década de 20. Os metódicos estudos então conduzidos por essa equipe deram origem ao livro 
Insect Resistance in Crop Plants, publicado em 1951 por Painter, que se tornou um marco na 
área. 
 
2. Interações Inseto-Planta 
. Para a compreensão dos mecanismos de resistência de plantas a insetos, é importante 
compreender as relações básicas que mediam as interações entre estes organismos, 
genericamente referidas como interações inseto-planta. Pesquisa em interações inseto-planta 
em se mostrado de grande valor para o progresso de programas de melhoramento de plantas e 
gerado novas oportunidades de exploração de práticas de vanguarda no manejo de pragas. 
 
 2.1. Evolução das interações inseto-planta 
 . Considerando-se as relações taxonômicas do espectro de plantas hospedeiras, insetos 
podem ser classificados nos seguintes grupos: 
 monófagos: espectro de plantas hospedeiras inclui uma ou poucas espécies correlatas 
dentro de um mesmo gênero (p.e., broca-da-raiz-do-algodoeiro Eutinobothrus brasiliensis); 
 oligófagos: espectro de plantas hospedeiras inclui vários gêneros dentro de uma mesma 
família (p.e., bicudo-do-algodoeiro Anthonomus grandis); 
 polífagos: espectro de plantas hospedeiras inclui várias famílias dentro de várias ordens 
de plantas (p.e., mosca branca Bemisia tabaci); 
 
 . Os primeiros insetos fitófagos eram provavelmente polífagos alimentando-se 
indiscriminadamente em ampla variedade de plantas. Algumas dessas acabaram por evoluirem 
para produção e concentração de metabólitos secundários que exerciam efeito adverso em 
insetos que dela se alimentavam. Esses metabólitos secundários são substâncias produzidas 
 68
pelos vegetais sem importância vital na fisiologia deles, mas envolvidos na defesa deles 
contra herbívoros. Insetos passaram a evitar alimentarem-se em tais plantas e, algumas 
espécies, acabaram desenvolvendo raças capazes de vencer essas barreiras criadas pelos 
vegetais. Essas raças de insetos acabaram por reter exclusividade de alimentação nessas 
plantas obtendo vantagem adaptativa sob seus competidores. Com o tempo, os antigos 
metabólitos desenvolvidos para defesa da planta tornaram-se essenciais ao reconhecimento e 
aceitação da planta hospedeira pelo inseto a ela adaptado. Esse contínuo processo de 
desenvolvimento de novas barreiras bioquímicas pelas plantas e a adaptação de insetos a elas 
é tida como de grande influência na evolução tanto de plantas quanto de insetos e, 
evidentemente, das interações entre eles. Os compostos químicos envolvidos nessas interações 
são chamados aleloquímicos e são de grande importância na resistência de plantas hospedeiras 
a insetos. 
 
 2.2. Componentes fisológico-comportamentais do inseto em interações inseto-planta 
O processo de seleção hospedeira por parte do inseto é frequentemente analizado como uma 
cadeia de eventos (resposta do inseto a estímulos provindos do hospedeiro) que se sucedem no 
tempo e no espaçõ. As cinco fases deste processo são assim definidas: 
a) localização do habitat do hospedeiro: populações de insetos adultos se dispersam e 
chegam ao habitat geral do hospedeiro por mecanismos que envolvem fototaxia, anemotaxia, 
geotaxia, e provavelmente temperatura e umidade preferenciais; 
b) localização do hospedeiro: mecanismos sensoriais de longa distância, provavelmente 
olfativos e visuais, trazem o inseto para próximo do hospedeiro (p.e., pulgões e moscas 
brancas tendem a se alinharem a superfícies verdes ou amarelas); 
c) reconhecimento do hospedeiro: fases larvais normalmente contam com aparato sensor para 
certos níveis de reconhecimento do hospedeiro, mas frequentemente esta fase é facilitada pela 
oviposição da fêmea que é desencadeada por certos compostos usualmente solúveis em água 
no caso de Papilionidae. Esse processo envolve uma mordida de “prova” após recebimento de 
estímulo adequado; 
d) aceitação do hospedeiro: ocorre ou não dependendo dos compostos encontrados no 
hospedeiro. Quando em presença dos estímulos sensoriais corretos, as larvas continuam a se 
alimentarem; 
e) adequabilidade hospedeira: o valor nutricional da planta e a ausência de compostos tóxicos 
determinam finalmente a adequabilidade do alimento à manutenção dos processos fisiológicos 
 69
do inseto relacionados ao crescimento e desenvolvimento da larvae e longevidade e 
fecundidade de adultos; 
 
2.3. Componentes da planta no processo interativo 
 Componentes físicos e químicos da planta intervêem nas várias fases do processo de 
seleção hospedeira sendo também referidos como causas de resistência de plantas a insetos: 
a) fatores físicos: podem ser genericamente agrupados em radiação refletida e aspectos 
morfológicos da planta; 
a.1) radiação refletida pelas plantas: a coloração da folhagem pode influenciar 
principalmente na atratividade da planta a insetos, mas desenvolvimento e reprodução de 
insetos-praga também podem ser afetados; 
a.2) aspectos morfológicos da planta: arquitetura da planta e características morfológicas dela 
como suculência, rigidez de tecidos, pilosidade e presença de espinhos, dentre outros, podem 
agir como barreiras à oviposição ou alimentação de insetos. Alguns fatores morfológicos são 
exemplificados a seguir. 
- tipos de epiderme (espessura de cutícula, deposição de sílica, pilosidade); 
- dimensão e formato dos órgãos (p.e., espigas mais bem cobertas por palha são menos 
danificadas pela lagarta da espiga Helicoverpa zea e folha “okra” ou semelhante as de 
quiabeiro tornam o algodoeiro menos susceptível ao bicudo-do-algodoeiro Anthonomus 
grandis); 
- disposição dos órgãos na planta (p.e., variedades de cebola que possuem folhas mais 
“compactadas” são menos danificadas por Thrips tabaci e brácteas “frego” em algodoeiro o 
tornam mais resistente a Anthonomus grandis); 
 
c) fatores químicos: podem ser de duas naturezas básicas - substâncias de 
metabolismo primário (p.e., açúcares, aminoácidos, bases púricas e pirimídicas e seus 
polímeros fundamentais) e substâncias de metabolismo secundário (sem importância 
fisiológica vital para o organismo). Ausência das primeiras ou presença e/ou ausência das 
segundas, também genericamente referidas como aleloquímicos (i.e., substâncias que mediam 
comunicação entre oraganismos distintos) podem levar à resistência a insetos. As principais 
classes de aleloquímicos mediadoras de interações inseto-planta são apresentadas abaixo com 
os efeitos elicitados por elas: 
 70
 
Aleloquímico Efeito Comportamental ou Fisiológico 
 Alomônios 
 
Concedem vantagem adaptativa ao organismo 
produtor 
 - Substâncias Antixenóticas - interrompem comportamento normal de seleção 
de hospedeiro 
 a) repelentes . dispersam os insetos da planta 
 b) estimulantes de locomoção . iniciam ou aceleram movimento 
 c) supressantes . inibem picada, mordida ou penetração inicial 
 d) deterrentes 
 
 . impedem manutenção da alimentação ou 
oviposição 
 - Substâncias Antibióticas - interrompem crescimento e desenvolvimento 
normal de larvas; reduzem longevidade e 
fecundidade de adultos 
 a) toxinas . interrompem funções neuromusculares, 
respiração ou outras funções vitais 
 b) fatores redutores de digestibilidade . bloqueiam a utilização de alguns nutrientes-
chave 
 c) análogos hormonais 
 
 . interferem com funções endócrinas 
 CairomôniosConcedem vantagem adaptativa ao organismo 
receptor 
 - Atraentes - orientam insetos para a planta 
 - Arrestantes - reduzem ou interrompem movimento 
 - Excitantes ou Estimulantes - induzem à picada, mordida ou penetração; 
promovem a continuação da alimentação ou 
oviposição 
 
. a ausência de cairomônios ou nutrientes e a presença de alomônios são consideradas 
condições químicas causadoras de resistência de plantas a insetos; 
 
3. Resistência de plantas hospedeiras a insetos 
 
3.1. Mecanismos de resistência 
 
a) Não-preferência ou Antixenose: Não-preferência foi o termo cunhado por Painter para 
descrever o mecanismo através do qual o inseto evitaria determinado hospedeiro. Tal termo 
foi posteriormente modificado para antixenose, este provavelmente mais apropriado. 
Antixenose significa que a planta é refratária a “visitantes” (xenus em grego), ou seja, aos 
insetos que tentam colonizá-la (seja para alimentação, oviposição, ou abrigo). O termo 
antixenose tem sido preferido por sua maior abrangência e pelo fato de centrar foco na planta, 
à semelhança dos demais mecanismos e ao contrário do termo não-preferência. A antixenose 
pode ser de natureza química ou morfológica dependendo dos fatores causadores da mesma. 
 
 71
b) Antibiose: Mecanismo que engloba todos os efeitos fisiológicos adversos, de natureza 
temporária ou permanente, resultante da ingestão de uma planta por um inseto. Esses efeitos 
podem ser letais ou subletais. Os principais sintomas comumente observados são: 1) morte de 
larvas jovens, 2) crescimento anormal, 3) conversão alimentar anormal, 4) fracasso para 
empupar, 5) falha na transformação de pupa a adulto, 6) adultos pequenos e/ou mal formados, 
7) falha no armazenamento de reservas para dormência, 8) decréscimo de fecundidade, 9) 
redução de fertilidae, e 10) inquietação e outros comportamentos anômalos. São possíveis 
explicações para esses sintomas: 
b.1) presença de metabólitos tóxicos (p.e., alcalóides, quinonas, glucosídeos etc); 
b.2) ausência ou insuficiência de nutrientes essenciais; 
b.3) desbalançeamento nutricional; 
b.4) presença de fatores anti-nutricionais; 
b.5) presença de enzimas ou compostos (p.e., tanino) que inibem processos digestivos normais 
e, consequentemente, a utilização de nutrientes; 
 . É um mecanismo drástico de resistência e muito buscado em programas de 
melhoramento, contudo, antixenose severa se confunde a ela; 
 
c) Tolerância: Refere-se a capacidade de certas plantas de reparar a injúria sofrida ou 
produzir adequadamente a despeito de suportar uma população de insetos a níveis capazes de 
danificar uma planta mais susceptível. Tolerância usualmente resulta de um ou mais dos 
seguintes fatores: 
c.1) vigor geral das plantas 
c.2) regeneração do tecido danificado 
c.3) força da haste e resistência ao acamamento 
c.4) produção adicional de ramos 
c.5) utilização, pelo inseto, de partes não vitais da planta 
c.6) compensação lateral por plantas vizinhas 
. Obs: plantas individuais podem ser susceptíveis, enquanto a comunidade de plantas como 
um todo é tolerante ao ataque de insetos. A soja é um bom exemplo de planta onde há 
compensação pela comunidade; 
 
. Existe ainda o fenômeno normalmente referido como pseudoresistência, resistência 
ecológica ou resistência aparente, que não é considerado como resistência verdadeira por 
 72
não possuir base genética. Sua expressão se baseia em condições ambientais, de cunho 
temporário muitas vezes, que beneficiam plantas susceptíveis. É normalmente de um dos 
seguintes tipos: 
- escape: plantas de mesmo genótipo escapam aleatoriamente ao ataque; 
- evasão hospedeira: planta passa por estágio susceptível rapidamente ou a população da praga 
é baixa neste período, não sofrendo ataque; 
- resistência induzida: manifestação temporária da resistência, normalmente sem base 
genética, devido a condições da planta ou do ambiente. Contudo, indução de resistência 
também pode ocorrer mediante base genética, como resistência verdadeira, resultando nos 
mecanimos de antibiose e/ou antixenose; 
 
 3.2. Bases genéticas da resistência 
 
. Informações sobre mecanismos de resistência são importantes para programas de 
melhoramento. Existem dois tipos básicos de base genética de resistência: 
 - resistência vertical: normalmente governada por um ou poucos genes, cada um 
correspondendo a um gene de virulência da espécie praga. É exibido por um cultivar que é 
mais susceptível a alguns biótipos de insetos do que a outros; 
 - resistência horizontal: normalmente governada por vários genes e expressão 
independente de biótipos de pragas. 
 
 . Biótipos são populações de uma mesma espécie de inseto que diferem em virulência a 
diferentes cultivares. 
 
 . Resistência de plantas a insetos-praga pode ser: 
 - oligogênica: conferida por um ou poucos genes; 
 - poligênica: é conferida por vários genes, cada um contribuindo para o efeito de 
resistência; 
 - citoplasmática: conferida por substâncias autoduplicáveis e mutáveis no citoplasma. A 
herança é materna pois a maior parte do citoplasma do zigoto é provindo do óvulo. Apesar de 
importante na resistência a patógeno, não foi verifica para insetos até o momento; 
 
 
 
 
 73
 3.3. Fatores mediadores da expressão da resistência 
 . Apesar da resistência ser primariamente governada pelo genótipo da planta, elementos 
físicos e biológicos do ambiente influem sua expressão podendo apresentar profundos efeitos 
nesta. 
 
a) fatores físicos: clima, solo, arquitetura da planta e práticas culturais são alguns dos fatores 
que podem influenciar o ambiente físico da planta. Esses fatores podem influenciar os 
seguintes elementos alterando processos fisiológicos que determinam a resistência a insetos: 
 - temperatura 
 - intensidade de luz 
 - fertilidade e umidade do solo 
 
b) fatores biológicos: A exemplo de fatores físicos, fatores biológicos também influenciam a 
expressão da resistência. Os mais relevantes são: 
 - biótipos da praga 
 - idade da planta 
 
 3.4. Passos na produção de variedades resistentes 
 
. Abaixo são sugeridos alguns passos genéricos a serem seguidos na produção de variedades 
de plantas resistentes a insetos: 
 1) identificação de genótipos que sirvam como fonte de resistência 
 2) estudo de mecanismos e causas da resistência 
 3) estudo das interações inseto-planta que determinam o fenômeno 
 4) determinação da estabilidade e de fatores que influenciam a expressão da resistência 
 5) estabelecimento de programa de melhoramento visando resistência a insetos 
 
 
 3.5. Resistência de plantas e manejo integrado de pragas 
 
 . A resistência de plantas como fator único no manejo de pragas tem possibilitado 
consideráveis sucessos em algumas instâncias. Algumas das principais vantagens deste 
método são: 
 - facilidade de adoção 
 - especificidade 
 74
- relativa harmonia com o ambiente 
- persistência 
- efeito cumulativo 
- baixo custo 
- compatibilidade com outros métodos de controle na maior parte dos casos 
 
. Contudo à semelhança dos outros métodos de controle, esta tática apresenta suas limitações, 
representadas principalmente pelas seguintes: 
- longo tempo para desenvolvimento 
- limitações genéticas da planta (p.e., ausência de genes para resistência) 
- ocorrência de biótipos 
- características conflitantes (i.e., algumas plantas podem apresentar fatores de resistência a 
alguns insetos que conferem maior susceptibilidade a outros, ou mesmo reduzem a produção) 
 
 . Acredita-se que no futuro próximo, a resistência de plantas continuará a ser um 
importante método de controle de insetos e continuará se baseando largamente na 
identificação de fontes de resistência e nos métodos tradicionais de melhoramento. Todavia, a 
engenharia genética já está tendo grande impacto na busca de variedades resistentes que tende 
a aumentar e complementar os métodos tradicionais,ampliando as possibilidades de uso desta 
tática, mas também aumenta os riscos advindos da utilização dela como comentaremos a 
seguir. 
 
4. Plantas transgênicas 
 
. A aplicação da biotecnologia na resistência de plantas está ainda em seu início e em plena 
expansão. O emprego dessa tecnologia em resistência de plantas se baseia na produção de 
plantas transgênicas (i.e., organismo com gene(s) oriundo(s) de outro organismo) contendo 
fatores provenientes de outra espécie e que confiram resistência a insetos. Sem dúvida, os 
resultados mais práticos obtidos até o momento e que se encontram em fase de implantação no 
país se referem a incorporação de genes de diferentes subespécies e variedades da bactéria 
Bacillus thuringiensis, que produzem uma pro-toxina na forma de cristal insolúvel muito 
tóxica a insetos. Essa glicoproteína é produzida por um único gene na bactéria e sua 
incorporação foi conseguida em fumo, tomate, algodão, milho e batata. As três últimas 
espécies cultivadas já se encontram em utilização nos Estados Unidos e o milho é a que se 
 75
encontra em fase mais próxima de utilização no Brasil, o que ainda não aconteceu. Outras 
possibilidades que tem sido exploradas dentro desta tecnologia são: 
 - incorporação de inibidores de proteinases (tipo tripsina): gene de inibidor de proteinase 
do feijão-de-corda (Vigna unguiculata) foi incorporado em fumo por pesquisadores britânicos 
e confere resistência a Heliothis virescens, a lagarta-das-maçãs-do-algodoeiro, interferindo 
com a digestão e o desenvolvimento do inseto; 
 - incorporação de genes envolvidos na produção de enzimas presentes no fluido de muda 
de insetos (p.e., quitinase e aminopeptidase) em plantas comerciais (fumo e está sendo 
tentado trigo): obtidos de lagartas de Manduca sexta, uma praga secundária de tomate e fumo. 
Esse trabalho tem sido desenvolvido, nos Estados Unidos, por pesquisadores ligados a 
Universidade Estual de Kansas (“Kansas State University”) e ao Departamento de Agricultura 
(USDA); 
. Contudo, a toda tecnologia recente estão associados riscos adicionais, o que não é exceção 
no caso de plantas transgências e que tem levado a grande controvérsia mundo afora e também 
no Brasil. Alguns dos principais riscos advindos da utilização de agentes de controle 
geneticamente manipulados são: 
 - possibilidade de modificação do espectro hospedeiro do organismo recombinante; 
 - elevação excessiva da persistência de organismos recombinantes possibilitando a 
dispersão deles no ambiente 
 - instabilidade genética do recombinente, aumentando seu potencial de intercâmbio 
genético, particularmente do gene estranho, com outros organismos produzindo organismos 
recombinantes não caracterizados; 
 - aumento da capacidade mutagênica no genoma do recombinante podendo trazer 
consequências imprevisíveis; 
 - aumento da pressão de seleção sobre pragas-alvo, favorecendo o rápido desenvolvimento 
de populações resistentes aos agentes de controle geneticamente manipulados e seus produtos; 
 
. Frente a esse novo panorama, velhos dilemas permanecem, sobressaindo-se dentre eles a 
velha dicotomia das relações CUSTO x BENEFÍCIO advindos do emprego dos diferentes 
métodos de controle de insetos. 
 
 
 
 
 76
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
BERNAYS, E.A. & CHAPMAN, R.F. 1994. Host-Plant Selection by Phytophagous Insects. 
New York, Chapman & Hall. 
KOGAN, M. 1994. Plant resistance in pest management, pp. 73-128. In Introduction to Insect 
Pest Management, 3rd ed., R.L. Metcalf & W.H. Luckmann, New York, John Wiley & Sons. 
LARA, F.M. 1991. Princípios de Resistência de Plantas a Insetos, 2nd ed. São Paulo, Ícone. 
MEEUSEN, R.L. & WARREN, G. 1989. Insect control with genetically engineered crops. 
Ann. Rev. Entomol. 34: 373-381. 
PAINTER, R.H. 1951. Insect Resistance in Crop Plants. New York, Macmillan. 
PEDIGO, L.P. 1989. Plant Resistance to insects, pp. 413-440. In Entomology and Pest 
Management, L.P. Pedigo, New York, Macmillan. 
PIMENTEL, D.; HUNTER, M.S.; LAGRO, J.A.; EFROYMSON, R.A.; LANDERS, 
J.C.; MERVIS, F.T.; MCCARTHY, C.A. & BOYD, A.E. 198 9. Benefits and risks of 
genetic engineering in agriculture: socioeconomic and environmental problems may be 
associated with transfer of traits. BioScience 39: 606-614. 
 77
MÉTODOS MECÂNICOS, FÍSICOS, GENÉTICOS E LEGISLATIVO S DE 
CONTROLE DE PRAGAS 
 
Raul Narciso C. GUEDES 
 
1. Introdução 
 
. Na busca por métodos alternativos ao uso de inseticidas, houve uma crescente investigação 
sobre controle biológico, resistência de plantas, algumas modificações do ambiente de cultivo 
e outros métodos alternativos menos conhecidos ou de emprego mais limitado, apesar de 
importantes, que ora serão enfocados. São eles: 
 - métodos mecânicos 
 - métodos físicos 
 - métodos genéticos 
 - métodos legislativos 
 
2. Métodos Mecânicos 
 
. Incluem práticas que envolvem a utilização de barreiras e/ou destruição direta dos insetos. 
Um vasto número de armadilhas, barreiras e outros dispositivos tem sido usados por séculos 
no controle de insetos. Se considerarmos a catação, ainda praticada por primatas arborícolas 
para controle de pulgas e carrapatos, os métodos mecânicos de controle antecedem todas as 
demais táticas de manejo de insetos. 
 
. Alguns métodos de controle mecânicos são apresentados a seguir: 
 
 2.1. Apanha manual ou catação: refere-se a coleta manual de ovos, larvas ou ninfas e/ou 
insetos adultos facilmente visíveis. Muito usado em agricultura de subsistência, no controle de 
pulgas, piolhos e carrapatos em animais e no controle de cochonilhas em plantas ornamentais 
de interiores. 
 
 2.2. Técnica da batida: é usado como forma de controle de insetos em fruteiras, onde são 
feitas sucessivas batidas no tronco após colocação de panos ou plásticos sob a copa das 
árvores para coleta dos insetos caídos com as batidas. É uma técnica utilizada também para 
amostragem de insetos em culturas anuais como a da soja. 
 
 78
 2.3. Barreiras: são dispositivos ou práticas que visam impedir ou dificultar o acesso do 
inseto à planta. Existem diversos exemplos de barreiras usadas na proteção contra insetos que 
nem sempre são percebidas. Um exemplo são os mosquiteiros normalmente colocados em 
janelas e portas de residência ou recobrindo berços. Sulcos ou valetas sob solo nu são por sua 
vez usados contra ataque de gafanhotos e curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) 
interrompendo a migração rotineira destes insetos entre campos adjacentes. Cones invertidos 
(tipo “chapéu-de-chinês”) ou plástico de saco de adubo são frequentemente presos ao coleto 
de frutíferas, café e outras plantas para evitar a ação de formigas cortadeiras. O uso de sacaria 
mais resistente à penetração por insetos é um outro exemplo de uso de barreiras, comumente 
usado na proteção de produtos armazenados contra insetos. 
 
 2.4. Impacto: é prática usada em moinhos de farinha para controle de insetos de produtos 
armazenados. Consiste em máquinas (p.e., “Entoleter”) ou dispositivos que lançam os grãos 
contra um anteparo de maneira a matar os insetos no exterior ou interior dos grãos. Os grãos 
infestados são abertos e os insetos são expostos e removidos por aspiração ou peneiramento 
depois de mortos. 
 
 2.5. Pós abrasivos: a utilização de pós abrasivos baseia-se na remoção da camada de cera 
da cutícula dos insetos, ocasionando a morte deles por dessecação. Várias substâncias têm 
sido usadas com esse fim, a exemplo da sílica gel, magnésia calcinada e argilas. 
 
3. Métodos Físicos 
 
. Método que se baseiam no uso de fenômenos físicos visando o controle de insetos. 
Frequentemente os métodos mecânicos de controle são incluídos junto aos métodos físicos, 
mas ambos estão sendo aqui tratados independentemente. Utilização de temperatura, umidade 
e radiações eletromagnéticas são os principais agentes físicos de controle com exemplos de 
utilização prática. 
 
 3.1. Controle atravésde manipulação da temperatura: a maioria dos insetos não é 
capaz de se reproduzir a temperaturas inferiores a 20°C ou superiores a 35°C. Portanto esses 
extremos de temperatura podem levar a interrupção da multiplicação de insetos ou mesmo 
causar a mortalidade destes. A ventilação por exemplo, utilizada com o intento de reduzir a 
temperatura dos grãos durante a fase de armazenamento, tem sido usada como base para o 
 79
manejo de populações de insetos de produtos armazenados em regiões de clima temperado e 
acreidita-se que no Brasil esta medida também possa ser usada em conexão a outras visando o 
controle destas pragas. O aquecimento de moinhos e unidades de armazenamento a altas 
temperaturas (> 50°C) também vem sendo testado nos Estados Unidos como medida de 
controle de insetos de produtos armazenados. 
 
 3.2. Controle através de manipulação de umidade: insetos possuem também limites de 
umidade onde é possível sua sobrevivência e reprodução. O processo de secagem de grãos 
normalmente feito antes do armazenamento deles é uma medida importante no controle de 
fungos e algumas pragas (secundárias, associadas e acidentais) de produtos armazenados. 
 
 3.3. Radiações eletromagnéticas: as faixas do espectro de ondas têm sido usadas para fins 
de controle de insetos, sendo a faixas do ultravioleta, visível, infravermelho e ultrasom as 
mais utilizadas para este fim como será exemplificado a seguir. 
 
 a) Insetos diurnos: a manifestação da radiação solar durante o dia se faz através da cor 
do substrato. As reações dos insetos às diferentes cores são de atratividade ou repelência, o 
que perrmite que estas seja usadas como meio de controle. O pulgão Myzus persicae por 
exemplo é repelido por radiação ultravioleta ao pousar sobre uma dada superfície como palha 
de arroz sobre cobertura morta. Já os adultos de mosca branca e mosca minadora são atraídos 
pela cor amarela, sendo estas cores usadas em armadilhas destinadas a capturar estes insetos. 
 
 b) Insetos noturnos: a radiação emitida durante a noite é principalmente na faixa do 
infravermelho distante e insetos noturnos tem capacidade de detectar comprimentos de onda 
nesta faixa e assim se orientarem no escuro. Tal orientação foi constatada na lagarta-da-
espiga-do-milho (Helicoverpa zea) tendo inclusive sido desenvolvidas variedades de milho 
que emitem comprimentos de onda dentro da faixa do infravemelho menos atrativas à esta 
praga. A cobertura morta do solo, frequentemente usada em cultivos de hortaliças, emite 
comprimentos de onda na faixa do infravermelho que são atrativos à lagarta-rosca (Agrotis 
spp.). Infravermelho é também utilizado na detecção de plantas atacadas por insetos através de 
sensoriamento remoto. 
 . a luz na faixa do visível também afeta insetos de hábito noturno ou vespertino-
crepuscular. O fotoperíodo afeta o desenvolvimento de insetos além de ser um fator 
desencadeador de diapausa e a própria radiação na faixa do visível poder ser atrativa ou 
 80
repelente a insetos noturnos. Insetos captam luz principalmente na faixa do ultravioleta e do 
visível, reagindo principalmente à radiação ultravioleta (não perceptível ao olho humano) e à 
verde, reagindo menos à radiação na faixa do amarelo e vermelho. Armadilhas luminosas por 
exemplo, utilizadas para amostragem ou mesmo captura de insetos, se baseiam nesta 
característica. Essas armadilhas possuem lâmpadas que emitem a maior parte de sua energia 
na faixa do ultravioleta, o que as tornam atraentes a insetos fototrópicos positivos de vôo 
noturno. 
 
 c) Energia sonora: ondas sonoras se propagam com a vibração de partículas 
apresentando diferentes faixas de frequência, sendo que muitas espécies de insetos utilizam-se 
da capacidade de percepção na frequência do ultrasom (> 20.000 Hertz), não perceptível pelo 
ouvido humano. O som pode ser empregado no controle de insetos de duas formas: 
 - através do aquecimento: empregando energia intensa que é restrita a ambientes 
fechados devido ao seu alto custo 
 - através de efeitos de atração ou repelência: tem sido utilizado como atraente no 
controle de pernilongos, onde tenta-se a simulação do som emitido pelas fêmeas em vôo para 
atração e captura de machos. Tem também sido usado como repelente, principalmente na 
faixa de ultrasom de 60.000 Hertz, faixa de som emitida por morcegos insetívoros que levam 
a evasão de mariposas principalmente, presas naturais destes predadores. Contudo, o raio de 
proteção dado por esse tipo de dispositivo é pequeno e, devido a isto, de pequena aplicação 
prática. 
 
4. Métodos Genéticos 
 
. Métodos genéticos de controle de insetos referem-se a uma variedade de métodos através do 
qual a população de praga pode, em teoria ou na prática, ser controlada mediante a 
manipulação de seu genoma ou seus mecanismos de herança. Os mecanismos de controle 
genético contudo ainda não se mostraram de ampla aplicação. Essas táticas são seletivas e 
objetivam a redução da população de pragas através da redução do potencial reprodutivo 
delas, incluindo alguns dos mais inovativos procedimentos do manejo integrado de pragas. Os 
insetos-praga são utilizados contra membros de sua própria espécie com o intento de reduzir 
os níveis populacionais desta, daí estes métodos de controle serem chamados autocidas. 
Radiações ionizantes (radiação γ tendo como fontes principais Co60 e Cs137) além de raios-X e 
 81
substâncias chemioesterilizantes são os principais agentes esterilizantes usados, com destaque 
para as primeiras. 
 
. Esse método foi inicialmente apregoado e desenvolvido por E. F. Knipling, entomologista do 
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, ao final da década de 30. Ela foi 
desenvolvida como uma técnica paulatina de substituição de acasalamentos normais em uma 
população por acasalamentos inférteis, induzindo a esterilidade dela. Fundamentalmente, o 
princípio de esterilidade baseia-se na inundação da população com machos estéreis (em 
proporções meinimas de 10 a 100 machos estéreis para um fértil) os quais buscam fêmeas 
normais e com elas se acasalam. Esses acasalamentos resultam em ovos inviáveis e a 
contínua liberação de machos estéreis leva a população ao declínio. Face a essa proposição, o 
principal método genético de controle de insetos ficou conhecido inicialmente como a técnica 
do macho estéril e posteriormente como técnica do inseto estéril. 
 
. O principal caso de sucesso de emprego desta técnica foi com o controle da mosca-da-
bicheira (Cochliomyia hominivorax), que após o sucesso de sua eliminação preliminar da ilha 
de Curaçao e do sul da Flórida (décadas de 50 e 60), foi estabelecido um grande programa que 
culminou com a eliminação da praga do sudoeste americano e posteriormente do México 
(programa que se estendeu do início da década de 60 até meados da década de 80). O sucesso 
de emprego desta técnica contra essa praga é facilmente traduzido em números, pois mediante 
um investimento anual de 10 milhões de dólares, uma economia anual de 140 milhões de 
dólares foi conseguida. Sucessos ao menos parciais também têm sido obtidos em outras 
circunstâncias como: 
 - eliminação temporária do mosquito Culex pipiens quinquefasciatus da localidade de 
Seahorse Key, na Flórida (década de 70); 
 - Eliminação de moscas-do-estábulo de St. Croix, Ilhas Virgens (fim da década de 70); 
 - Moscas das frutas em ilhas do Pacífico e Califórnia (início da década de 80) 
 - Erradicações locais de mosca tsé-tsé (Glossina palpalis) na África 
 - Programas atuais para moscas-das-frutas no México (Ceratitis capitata; década de 80) e 
no Hawaí; 
 
. Alguns requisitos importantes e que foram fundamentais para o maior sucesso de técninca do 
inseto estéril conhecida até o momento (i.e., o da mosca-da-bicheira) são apresentados abaixo: 
 a) capacidade de estabelecimento de criação massal economicamente viável da praga 
 82
 b) capacidade de sexagem deinsetos a serem usados (uso de um sexo apenas é mais viável) 
 c) boa competitividade dos insetos estéreis em comparação aos selvagens 
 d) acasalamento único da fêmea durante seu ciclo de vida 
 e) baixa capacidade de dispersão 
 f) liberação de números adequados de insetos estéreis durante longo e contínuo período de 
tempo 
 g) requer pesados investimentos, sendo economicamente viável somente para pragas de 
grande relevância econômica 
 h) praga restrita a localidades isoladas 
 I) sexo liberado não deve trazer prejuízos ou estes devem ser desprezíveis 
 
. Por tais requisitos serem bastante restritivos, são na realidade bem poucos os casos de êxito 
com tal técnica, mas estes são contundentes e a possibilidade de utilização deste método de 
controle é de grande interesse prático. 
 
. exemplos de outras técnicas géneticas de controle de insetos: 
 - genes letais condicionais: genes letais expressados somente em determinadas condições 
ambientais; 
 - incompatibilidade citoplasmática: cruzamentos entre determinadas populações resultam 
em decréscimo de parte da progênie; 
 - translocações cromossomais: refere-se a troca de segmentos cromossomais entre dois 
cromossomos não homólogos. Populações com translocações normalmente possuem perda de 
competitividade em relação a populações selvagens; 
 - distorção meiótica (“meiotic drive”) : distorção das expectativas genotípicas mediante 
ação de determinado fator genético; 
 - esterilidade retardada: liberação de insetos férteis que darão origem a progênie estéril 
como alternativa à liberação de indivíduos estéreis; 
 
5. Métodos Legislativos 
 
. Por definição restrita, legislação por si só não se constitui em método de controle de insetos, 
mas estabelece autoridade estatutária para o engajamento de agências governamentais na 
limitação da dispersão de insetos ou no tratamento de infestações localizadas e que se 
configuram em ameaça ao bem estar público. Esses métodos legislativos baseiam-se no 
 83
conjunto das leis, portarias e decretos, quer federais, estaduais ou mesmo municipais, que 
obrigam ao cumprimento de determinadas medidas de controle. Alguns importantes exemplos 
de métodos legislativos de controle são apresentados a seguir. 
 
 5.1. Quarentena: destina-se à prevenção de entrada de pragas exóticas e de sua 
disseminação. A cooperação internacional na regulamentação do comércio agrícola é uma 
necessidade dada a natureza global deste. Através dos auspícios da Organização para 
Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO-UN), 82 nações participaram de uma 
Convenção Internacional de Proteção de Plantas na década de 80, onde cada uma delas se 
comprometeu a manter uma organização destinada à expedição de certificados de importação 
e exportação para organismos e/ou produtos de origem animal e vegetal e ao estabelecimento 
atividades quarentenárias. No Brasil tal função está a cargo do Ministério da Agricultura em 
âmbito Federal, havendo inclusive uma estação e laboratório quarentenário estabelecido em 
Jaguariúna (SP) para auxiliar nessas medidas. Alguns estados da Federação possuem ainda 
serviços de defesa sanitária vegetal que desempenham funções de inspeção semelhantes ao 
Ministério da Agricultura, sempre em consonância com este, ao nível estadual. No caso de 
Minas Gerais, essas funções são prerrogativas do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). 
 
 5.2 Medidas obrigatórias de controle: têm execução determinada por legislação e são de 
grande importância para algumas culturas como o algodão, onde o estabelecimento de datas-
limite para destruição de restos culturais por parte dos produtores tem possibilitado o controle 
da broca-da-raiz-do-algodoeiro, lagarta rosada e do bicudo-do-algodoeiro. Tais práticas foram 
muito importantes no adiamento da entrada desta última espécie no Estado de Minas Gerais. 
 
 5.3.Legislação disciplinadora do uso de agentes ou métodos de controle: 
 
 . A chamada lei dos agrotóxicos, lei nº 7802 de 11 de julho de 1989, veio em substituição a 
legislação anterior datada de 1934. Dentre as principais características dessa legislação citam-
se o disciplinamento do uso de inseticidas e o estabelecimento do receituário agronômico; 
 
 . A atual legislação regulamentadora do desenvolvimento, produção e utilização de 
organismos transgênicos no Brasil é outro exemplo de legislação disciplinadora de agentes de 
controle no Brasil. Nessa caso com a instituição e assossoramento do Comitê Nacional de 
Biosseguranca (CNTbio); 
 
 84
 . Nos Estados Unidos, agentes de controle biológico são também alvo de legislação 
regulamentatória bastante restringente devido aos riscos ambientais intrínsecos a adoção da 
referida tática, o que já não acontece no Brasil, onde tal tática de controle tem sido priorizada 
e preconizada por governo, pesquisadores e mídia. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS. 1986. Alternativas 
no controle de pragas. Inf. Agropec. 12: 3-64. 
GUEDES, R.N.C. 1990. Manejo integrado para a proteção de grãos armazenados contra 
insetos. Rev. Bras. Armaz. 15: 3-48. 
HORN, D.J. 1988. Genetic, cultural, and physical control; Quarantines, pp. 195-206. In 
Ecological Approach to Pest Management, D.J. Horn, New York, Guilford. 
PEDIGO, L.P. 1989. Sterile-insect and other genetic tactics, pp. 463-488. In Entomology and 
Pest Management, L.P. Pedigo, New York, Macmillan. 
RICHARDSON, R.H. 1978. The Screwworm Problem. Austin, University of Texas. 
 85
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE DE PRAGAS 
Angelo PALLINI FILHO 
Francisco José da Silva LÉDO 
Introdução 
 
- Os métodos alternativos de controle de pragas são táticas de manejo utilizadas dentro do 
sistema da agricultura alternativa que engloba todos os sistemas orgânicos de produção 
agrícola conhecidas como "Agricultura Orgânica" (países de língua inglesa), "Agricultura 
Biodinâmica" (Alemanha), "Agricultura Biológica" (França), "Agricultura Natural" (Japão) e 
"Permacultura" (Austrália e Ásia) (ALTIERI, 1989). 
- De forma geral, todas fundamentam-se em paradigmas bastantes semelhantes, no que diz 
respeito à ecologia e à biologia, na observância dos ciclos bio-geo-químicos que ocorrem na 
natureza, na identificação de métodos de produção agrícola que prescindam, total ou 
parcialmente dos insumos químicos-industriais vindos de fora da propriedade agrícola. 
- Essa agricultura é definida como uma tendência que tenta fornecer produções sustentáveis 
através do uso de tecnologia e manejos ecologicamente sadios. As estratégias baseiam-se em 
conceitos ecológicos tais, que o seu manejo resulte em reciclagem de nutrientes e de matéria 
orgânica otimizados, fluxo e sistemas energéticos fechados, populações de pragas e pestes 
equilibradas e crescente múltiplo uso da terra. 
- Entende-se como agricultura alternativa, o conjunto de sistemas de produção com enfoque 
holístico, que busquem a maximização dos benefícios sociais, a autosustentação, a redução da 
dependência de insumos e energia não renovável e a preservação do meio ambiente, através da 
otimização dos recursos naturais e sócio-econômicos disponíveis (SEAB-PR/1985). 
- O estudo da agricultura numa perspectiva ecológica é denominada "agroecologia" ou 
"ecologia agrícola" e é definida como uma estrutura teórica destinada a compreender os 
processos agrícola de maneira ampla. A tendência agroecológica encara os sistemas 
produtivos como uma unidade fundamental de estudo, onde os ciclos minerais, as 
transformações energéticas, os processos biológicos e as relações sócio-econômicas são 
investigadas e analisadas como um todo. Ela troca a ênfase de uma pesquisa agropecuária 
direcionada à disciplinas e atividades específicas para tratar de interações complexas entre 
pessoas, culturas, solos e animais. 
 
 
 
 86
Métodos de Controle 
 
- Os agroecossistemas naturais podem ser tomados como modelo para as estratégias de 
manejosde pragas no agroecossistema. Ex: mantendo a diversidade a um nível elevado, os 
pequenos produtores diminuem as ameaças das condições instáveis (como praga) enquanto 
obtêm uma fonte de renda e de nutrição estável e aumentam os retornos sob níveis baixos de 
tecnologia. 
- Alguns pontos que norteiam a agricultura alternativa em relação aos métodos de controle de 
pragas são: 
 
a) Não à monocultura: as monoculturas favorecem as populações das espécies fitófagas 
"especialistas" e diminue as populações dos inimigos naturais das pragas, devido a falta de 
diversidade do agroecossistema. 
 
b) Diversificação do agroecossistema: 
- Consórcio: o plantio em consórcio aumenta a diversidade biológica e de alimento à 
entomofauna benéfica. 
- Cultivo em faixas: plantio de faixas de outra cultura que sirva como atrativo de inimigos 
naturais. Ex: Alfafa no algodão; Milho no algodão - a presença de 6 linhas de milho para cada 
20 ruas de algodão leva a uma diminuição no número de ovos de Heliothis spp. em 2 a 3 
vezes menos que a encontrado nas parcelas sem milho. Sorgo no algodão - promove a 
transferência de artrópodos predadores para o algodão controlando as pragas deste. Sorgo no 
tomateiro - reduz a incidência do mosaico dourado no tomateiro rasteiro através do aumento 
de predadores do vetor mosca branca Bemisia sp. 
 
c) Métodos culturais: 
- manejo da matéria orgânica: melhora das condições físicas do solo e fornecimento 
complementar de nutrientes para espécies que se alimentam diretamente da matéria orgânica; 
- consórcio e manutenção de plantas invasoras: aumenta a diversidade hospedeira dos 
agroecossistemas; 
- Uso de cobertura morta: controla algumas pragas, repele outras, torna a planta mais 
resistente ao ataque de pragas. 
- Rotação de cultura: promeove a quebra do ciclo das pragas, melhora das condições físicas e 
químicas do solo e aumento da microflora e fauna do solo. 
 87
 
d) Métodos Comportamental, Físico e Mecânico: 
- comportamental: uso de hormônios, feromônios, atraentes, repelentes e macho estéril com 
objetivo de modificar o comportamento da praga de tal forma a reduzir sua população e 
danos; 
- físico: consiste no uso de métodos como drenagem, inundação, temperatura e 
radiação eletromagnética no controle de pragas; 
- mecânico: eliminação direta das pragas como a catação manual, etc. 
 
e) Uso de compostos orgânicos 
- Compostos orgânicos a base de esterco bovino é relatado como tendo efeito nutricional às 
plantas, efeito fungistático, bacteriostático, inseticida, nematicida e repelente. 
- Compostos como o biofertilizante líquido produzido através de biodigestores tem sido 
utilizado em diversas culturas com resultados animadores, segundo técnicos da Universidade 
Rural do Rio de Janeiro. 
- O Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA/ZM) em Viçosa-MG 
preconiza o uso do Super Magro, um composto foliar que aparentemente apresenta resultados 
positivos como um nutriente foliar e agente fungicida e inseticida em plantas cultivadas. 
- O Super Magro pode ser preparado como segue: 
 
1) Em um tonel de 200 l, colocar 50 kg de esterco de gado e água até 100 l; 
 
2) Uma vez por semana, adicionar os nutrientes: 
 
1ª semana: Sulfato de Zinco (3 kg) + mistura proteica (MP). 
2ª semana: Sulfato de Manganês (300 g) + MP. 
3ª semana: Sulfato de Magnésio (2 kg) + MP. 
4ª semana: Bórax (3 kg) + MP. 
5ª semana: Sulfato de Cobre (200 g) + MP. 
6ª semana: Molibidato de Sódio (100 g) + MP. 
7ª semana: Sulfato de Cobalto (%0 g) + MP. 
 
Mistura proteica: 
 
. 1 l de soro de leite 
 88
. 100 ml de melado 
. 200 g de calcário 
. 200 g de farinha de osso 
. 100 g de fígado moído 
. 100 g de peixe moído 
. 100 ml de sangue. 
 
3) Completar até 200 l, esperar de 20 a 30 dias, coar, diluir e pulverizar 
. Diluição de 1% a 5%: frutíferas, café, ornamentais e hortícolas. 
. Diluição de 0,5%: hortícolas de folha sensível. 
 
- Como recomendação, é dito que o Super Magro deve: 
 
a) ter cheiro de fermentado e não cheiro de podre. 
b) ser homogeinizada a mistura toda vez em que se fizer as adições. 
c) para frutíferas e café, pulverizar-se de 15 em 15 dias. 
d) para hortícolas e ornamentais, pulverizar a cada 8 dias. 
 
f) Caldas: 
- Calda Viçosa: a calda é uma suspensão caloidal, de cor azul celeste, composta de 
fertilizantes complexados com a cal hidratada. Foi desenvolvida pelo Departamento de 
Ftopatologia da Universidade Federal de Viçosa para controlar a ferrugem do café, no entanto 
tem se observado além do seu efeito fungicida, também efeito inseticida e acaricida. A Calda 
Viçosa é composta das seguintes substâncias em gramas por 100 l de água: 
 
. Sufato de Cobre (25% de cobre) 500 g 
. Sulfato de Zinco (21,5% de Zinco) 600 g 
. Sulfato de Magnésio (16 a 17 % de MgO) 800 g 
. Ácido Bórico (17,5% de boro) 200 g 
. Uréia (45% de nitrogênio) 400 g 
. Cal hidratada (40 - 50% de CaO) 750 g 
 
- Sulfocálcica: é uma mistura de uma série de sais, dos quais uns são solúveis em água e 
outros não. Esta mistura é conhecida quimicamente como polissulfureto de cálcio e é obtida 
fervendo-se demoradamente o enxofre com a cal em vasilha de ferro, nunca de cobre. É 
 89
recomendada para tratamento de inverno em plantas de folhas caducas, como pessegueiro, 
pereiras, macieiras etc.. Sua recomendação é especificamente para determinadas espécies de 
cochonilhas e outros diaspídeos (Diaspididae) que invadem os troncos ou ramos das fruteiras. 
 
- Bordaleza: é um excelente fungicida e apresenta propriedades repelentes contra vários 
insetos, como alguns coleópteros: burrinhos da batata (Epicauta spp.), pulga do fumo (Epitrix 
spp.), cigarrinhas e psilídeos. A fórmula mais utilizada é a 1-1-100 : 1kg de sulfato de cobre + 
1kg de cal virgem + 100l de água. 
 
g) Extratos de plantas: 
- Fumo (pulgões, ácaros e cochonilhas): a nicotina é um alcalóide que se obtém do fumo. É 
um poderoso inseticida. É preparado através da utilização de talos da planta e nervuras grossas 
das folhas; 
- Pireto ( mosquitos e moscas): é uma planta cultivada em muitas regiões do sul do país, não é 
tóxica ao homem e não deixa resíduos tóxicos sobre alimentos. É utilizado usando-se o pó de 
pireto ou seu extrato. 
- Timbó-rotenona (pulgões, lagartas, tripes, ácaros): os timbós mais usados são os do gênero 
Serjania, são cipós que apresentam substâncias tóxicas aos insetos, similares à rotenona e 
saponina, que lhes permite serem recomendados como inseticidas; 
- Tomate: o extrato de folhas de tomate tem demonstrado eficiência para controle de pulgões. 
 
h) Alelopatia: 
- Alface quando plantada com a Cebola, dá-lhe proteção contra lesma; 
- Alface quando plantada com Capim Kikuyo fica protegida do ataque da lagarta rosca; 
- Soja plantada com Caruru: o caruru é o hospedeiro preferido pela lagarta da soja, que passa a 
comer suas folhas, deixando a soja livre. 
 
i) Fórmulas Caseiras (extraídas de GUERRA, 1985): 
 
- a base de óleos animais: 
. óleo de peixe ou baleia (2,8 kg) + KOH (500 g) + água (1,25 l) ⇒ percevejos e vaquinhas 
 
- a base de óleo vegetal: 
. óleo vegetal comestível (amendoim) (2 l) + sabão de óleo de peixe (1 kg) + água (100 l) 
⇒cochonilhas 
 90
 
- a base de óleo mineral: 
. Triona, Citroleo, etc. ⇒ cochonilhas 
. Querosene (5-7 l) + sabão de cinza (1 kg) + água (100 l) ⇒ cochonilhas 
 
- a base de produtos inorgânicos: 
 
. ácido bórico: 
- ácido bórico em pó (10 g) + açúcar moído (90 g) ⇒ baratas 
- ácido bórico em pó (2 partes) + farinha de trigo (1 parte) + farinha mandioca (1 parte) + 
açúcar e cebola amassada (2 partes) ⇒ baratas, grilos e centopéias 
 
. bórax: 
- bórax (tetraborato de Na) (308 g) + água (20 l) ⇒ formigas, ovos e larvas de moscas 
 
. Carbonato de bário: 
- carbonato de bário (1 parte) + queijo ralado (1 parte) + gordura bovina (graxa) (1 parte) + 
farinha de trigo (1parte) ⇒ rato 
 
. Metaldeído: 
- metaldeído em pó (60 g) + corante ocre (30 g) + farelo fino (1 kg) + açúcar (100 g) ⇒ 
Caracóis, lesmas 
 
. Controle em grãos armazenados, hortas e jardins: 
- fumo: pulgões, cochonilhas 
- rotenona: lagartas 
- grãos: armazenar em congelador ou misturar com extrato de pimenta preta ou urtiga, cinza 
ou óleo comestível ou banha 
 
j) Repelentes e/ou Atraentes: 
- iscas de frutas ⇒ moscas das frutas 
- NaCl ⇒ percevejo da soja 
- óleo de essência de eucalipto (6 g) + folhas de eucalipto (60 g) + benzina (120 g) + 
aguarrás (120 g) + querosene (600 cc) ⇒ percevejos hematófagos em instalações 
 91
- açúcar-mascavo (625 g) + água (625 cc) + ácido tartárico (1 g) + benzoato de Na (1 g) + 
arsenito de Na a 20% (14 g) + mel (330 g) ⇒ formigas, doceira e brava 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ALTIERI, M.A. 1989 . Agroecologia: as bases científicas da agricultura. Rio de Janeiro, 
PTA/FASE. 240 p. 
GUERRA, M.S. 1985. Receituário caseiro: alternativas para o controle de pragas e doenças 
de plantas cultivadas e de seus produtos. (Informações Técnicas, 07), Brasília/DF, EMATER. 
166 p. 
IAC. 1993. ANAIS DO I SIMPÓSIO DE AGRICULTURA ECOLÓGICA. Campinas, 
Fundação Cargill. 220 p. 
SANTOS, A.C.V. 1992. Biofertilizante líquido: o defensivo agrícola da natureza. 
Agropecuária Fluminense, 8. Niteroi, EMATER-Rio. 16 p. 
 92
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO ABACAXI 
Marcelo PICANÇO 
Alberto Luiz MARSARO JÚNIOR 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRAGAS DO ABACAXI 
A. Pragas chaves 
A.1. Cochonilha do abacaxi 
-Dysmicoccus brevips (Homoptera: Pseudococcidae) 
 
Características 
ninfas – As de 1° ínstar são dotadas de grande mobilidade e podem se locomover a grandes 
distâncias. Possuem um par de filamentos cerosos e brancos nas margens dos lóbulos anais, 
enquanto as ninfas de 2° ínstar apresentam 6 pares desses filamentos cerosos nos segmentos 
abdominais, sendo o último maior e mais espesso que os demais. Ao atingirem o 3° ínstar cor 
varia de branca a branco-amarelada, corpo liso e sem pernas. As larvas, as ninfas apresentam 
o máximo de 17 pares de filamentos ao redor do corpo. 
adultos – As fêmeas apresentam cerca de 1,0 mm de comprimento, coloração rósea, corpo 
oval e coberto por uma secreção pulverulenta branca que aumenta o tamanho do seu corpo em 
três vezes. Circundando o corpo do inseto existem 34 prolongamentos de tamanhos 
aproximadamente iguais, exceto os 8 posteriores que são maiores e mais robustos. Os machos 
são menores, apresentam um par de asas e possuem o par de filamento caudal longo. 
 
Injúrias 
As cochonilhas sugam seiva das raízes, axilas e também de frutos. Além disso essa cochonilha 
está associada à uma importante doença atribuída a um vírus (murcha-do-abacaxi). 
OBS: Em consequência dessas injúrias a planta fica enfraquecida o que impede a sua 
frutificação normal, produzindo frutos atrofiados e murchos, impróprios para o consumo. 
Podem também ocasionar a morte da planta antes de sua frutificação. 
 
A.2 Broca-do-fruto 
-Thecla basalides (Lepidoptera: Lycaenidae) 
 
Características 
larvas – São amareladas com estrias longitudinais avermelhadas. 
 93
adultos – As fêmeas apresentam na face superior das asas anteriores uma coloração cinza-
escura, brilhante, margeada por uma faixa estreita escura e uma franja de escamas brancas. As 
asas posteriores são caracterizadas pela presença de duas manchas circulares alaranjadas, cada 
uma provida de uma faixa branca na região central. Os machos são semelhantes às fêmeas, 
porém menores e com uma mancha preta na região costal das asas anteriores. 
 
Injúrias 
As larvas penetram nos frutilhos e rompem o tecido parenquimatoso, causando a exsudação 
de uma resina incolor e pouco viscosa que em contato com o ar torna-se marrom e consistente 
ocasionando a “resinose”. As galerias no interior do fruto ficam cheias de resina, as quais 
transmitem odor e sabor desagradáveis ao fruto, tornando-o impróprio para o consumo. Além 
disso predispõe à infecção por agentes fitopatogênicos, como a fusariose, devido ao orifício 
provocado pela sua saída do fruto. 
 
B. Pragas secundárias 
 
B.1 Broca do colo do abacaxi 
- Paradiophorus crenatus (Coleoptera: Curculionidae) 
 
Características: 
O adulto é um besouro brilhante de tamanho variável de 22 a 25 mm de comprimento e de 
coloração preta e brilhante. Os élitros apresentam sulcos largos e profundos. As larvas abrem 
galerias na região do coleto e antes de se transformarem em pupas, seccionam a planta na 
porção situada pouco abaixo da superfície do solo. 
Injúrias: 
- As plantas atacadas têm a formação dos frutos muito prejudicada, podendo até ficarem 
secos. Essas plantas, devido à falta de apoio, quebram-se com extrema facilidade. 
 
B.2 Broca do talo do abacaxi 
- Castnia icarus (Lepidoptera: Castniidae) 
 
Características 
O adulto possui coloração castanho-escura predominante. As asas anteriores são marrons, com 
reflexos verdes, e três faixas esbranquiçadas. As asas posteriores são de um vermelho vivo, 
com três faixas transversais escuras. Já as larvas penetram nas folhas, em direção ao interior 
 94
da roseta foliar, procurando atingir o talo, onde abrem galerias que destróem os tecidos e 
podem atacar os frutos. 
 
Injúrias 
- A destruição dos tecidos internos ocasiona o definhamento da planta, promovendo o 
amarelecimento e posterior secamento das folhas, que podem ser destacadas com facilidade. 
 
B.3 Ácaro alaranjado 
- Dolichotetranychus floridanus (Acari: Tenuipalpidae) 
 
Características 
adultos – Ácaros de coloração alaranjada de 0,3 mm de comprimento. A fêmea tem dois pares 
de setas anais e as setas genitais são mais curtas do que a distância entre suas bases; as estrias 
sobre o escudo genital da fêmea são lisas e externamente lobadas; o macho tem dois 
solenideos um no tarso I e outro no II; o estilete genital do macho é equiparado ao tamanho da 
tíbia IV. 
 
Injúrias 
Os ácaros desenvolvem-se na parte aclorofilada da base das folhas, onde promovem lesões 
necróticas. Tais lesões podem prejudicar a circulação da seiva no interior da folha e causar 
prejuízos à planta, além de propiciar a entrada de microorganismos, como bactérias e fungos. 
 
B.4 Tripes 
- Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) 
 
Características 
adultos – Apresentam cor variável, de amarelo-claro a marrom, possui asas alongadas, 
estreitas e franjadas. Medem 1,5 mm de comprimento. 
 
Injúrias 
- Esses insetos raspam os tecidos foliares alimentando-se da seiva das plantas. Nestas, quando 
jovens, os sintomas caracterizam-se pela presença de manchas arredondadas de cor amarelada 
na superfície das folhas, o que dá origem ao nome Yellow Spot. Essas manchas se coalescem 
e, posteriormente, tornam-se necrosadas. Podem atacar a cultura no estádio da floração, 
 95
ocasionando deformações e necrose. São importantes vetores de viroses, causando 
significativas perdas nas colheitas. 
 
II. TOMADA DE DECISÃO 
II.1. Amostragem e nível de controle 
Ainda não se têm um critério estabelecido, a nível nacional, para amostragem na cultura do 
abacaxi. Por outro lado, sugere-se que uma forma de viabilizá-la seria a leitura visual de um 
determinado número de plantas, observando-se a abundância de pragas, principalmente as 
chaves, de inimigos naturais e anotação de insetos vivos, parasitados e predadores presentes. 
Não havendo dados de pesquisa a respeito, a execução do manejo de pragas fica a critério do 
bom senso do técnico para determinar o momento mais adequado para o controle (Gravena et 
al., 1982). 
 
III. Estratégias do MIP 
III.1. Preservação e incremento dos inimigos naturais; 
III.2. Redução das infestações iniciais das pragas; 
III.3. Redução das populações das pragas; 
III.4. Redução da susceptibilidade hospedeira; 
III.5. Redução da competição com a cultura; 
III.6. Aumento da diversidade do agroecossistema.IV. Táticas do MIP 
 
IV.1) Controle cultural 
 
Roguing ou eliminação das plantas doentes que deve ser efetuada a partir do 3° mês após o 
plantio; 
 
Arranquio e a destruição de restos de cultura anteriores, bem como de outras plantas 
hospedeiras como a tiririca; 
 
Controle da formiga lava-pé através de um bom preparo do solo na área a ser explorada; 
 
 96
Alteração do período de diferenciação floral, pois a densidade da broca do fruto é menor no 
inverno, então a diferenciação floral coincidindo com este período a porcentagem de frutos 
atacados pode ser reduzida; 
 
Rotação de culturas, pois a broca do fruto é praga específica; 
 
Utilização de mudas sadias através do sistema convencional, procedendo-se a (ceva, pré-
seleção das mudas após a colheita, cura, seleção e tratamento das mudas para o plantio) e/ou 
 
Utilização de mudas sadias através de outros sistemas de produção de mudas, como por 
exemplo, produção de mudas in vitro ou por meio da técnica de propagação rápida de secções 
de caule. 
IV.2) Controle biológico 
Grupo Ordem Espécie Família Praga 
controlada 
Parasitóide Hymenoptera Anagyrus ananatis Encyrtidae Cochonilha 
Parasitóide Hymenoptera Anastatus anonastis Eupelmidae Cochonilha 
Parasitóide Hymenoptera Euryrophalus prestiosa Encyrtidae Cochonilha 
Parasitóide Hymenoptera Hambletonia psedococcina Encyrtidae Cochonilha 
Parasitóide Diptera Schizobremia formosona Cecydomiidae Cochonilha 
Predador Diptera Baccha stenogaster Syrphidae Cochonilha 
Predador Coleoptera Cryptolaemus affinis Coccinellidae Cochonilha 
Predador Hemiptera Cyrtopeltis varians Miridae Cochonilha 
Predador Diptera Pseudiastata brasiliensis Drosophilidae Cochonilha 
Predador Coleoptera Scymnus sp Coccinellidae Cochonilha 
Parasitóide Hymenoptera Heptasmicra sp Chalcididae Broca do fruto 
Parasitóide Hymenoptera Tetrastichus gahani Eulophidae Broca do fruto 
Parasitóide Hymenoptera Metadontia curvidentata Chalcididae Broca do fruto 
Predador Diptera Zygosturmia heinrich Tachinidae Broca do fruto 
Predador Diptera Drino heinrichi Tachinidae Broca do fruto 
- - Bacillus thuringiensis - Broca do fruto 
Fonte: Santa-Cecília (1990) 
 
IV.3) Controle químico 
 
IV.3.1) Tratamento das mudas 
- Procedimentos: 
- Imersão das mudas durante 3 a 5 min em uma emulsão de etiom 500 g/l CE (500 ml/100 l de 
água) ou de paratiom metílico 600 g/l CE (135 ml/100 l de água); 
 -Após a imersão as mudas devem ser espalhadas para secagem. 
 97
IV.3.2) Controle químico da cochonilha 
Recomendações: 
- Fazer pulverização preventiva entre 60-150 dias pós-colheita; 
- Fazer tratamentos preventivos na fase de crescimento das mudas e; 
- Durante o restante do ciclo fazer monitoramento usando o bom senso para efetuar o controle 
(Santa-Cecília & Silva,1991); 
Nos períodos chuvosos recomenda-se utilizar inseticidas granulados. 
OBS: É importante que as pulverizações sejam dirigidas para as axilas foliares, em volta de 
toda a base da planta, e que se alternem os produtos, para evitar a utilização de um inseticida 
durante vários anos. 
 
IV.3.3) Controle químico da broca do fruto 
- Recomendações: 
-As pulverizações devem ser feitas desde a emissão da inflorescência até o fechamento das 
últimas flores, em intervalos de 15 dias, num total de três a quatro aplicações. Quando o 
controle é feito com inseticida biológico, por exemplo (Bacillus thuringiensis), o intervalo 
entre aplicações deve ser de sete a dez dias; 
 
V. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
BORTOLI, S.A. de. 1982. Broca do fruto e Cochonilha do abacaxi. In: 1° Simpósio sobre 
abacaxicultura. Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: UNESP-FCAVJ. p. 157-167. 
GALLO, D., NAKANO, O., SILVEIRA NETO, S., CARVALHO, R.D.L., BATISTA, 
G.C. DE, BERTI FILHO, E., PARRA, J.R.P., ZUCCHI, R.A., ALVES, S.B. & 
VENDRAMINI, J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica 
Ceres. 649 p. 
SANCHES, N.F. 1985. A broca-do-fruto do abacaxi. In: Informe Agropecuário: A cultura do 
abacaxizeiro, Belo Horizonte, v. 11, n. 130, p. 43-46. 
SANTA-CECÍLIA, L.V.C. & REIS, P.R. 1985 . A cochonilha e a murcha do abacaxizeiro. 
In: Informe Agropecuário: A cultura do abacaxizeiro, Belo Horizonte, v. 11, n. 130, p. 37-41. 
SANTA-CECÍLIA, L.V.C. & CHALFOUN, S.M. 1998 . Pragas e doenças que afetam o 
abacaxizeiro. In: Informe Agropecuário: Abacaxi: Tecnologia de Produção e Comercialização, 
Belo Horizonte, v. 19, n. 195, p. 40-57. 
 98
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DA BANANEIRA 
 
Marcelo PICANÇO 
Carlos Alberto LIMA 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DA PRAGAS DA BANANEIRA 
 
A. Praga chave 
 
1. Moleque da bananeira 
- Cosmopolites sordidus (Germar) (Coleoptera: Curculionidae) 
 
1.1 Características 
ovos - brancos, forma elíptica. São introduzidos em orifícios feitos pelas mandíbulas das 
fêmeas adultas no ponto de inserção da bainha das folhas e rizoma. 
larvas - brancas, ápodas e vivem nos rizomas. 
pupas – nuas, amareladas e livres, com pupação em galerias no rizoma, próximas à superfície externa. 
adultos - coloração preta , élitros estriados longitudinalmente, rostro semelhante a um "bico"e 
fingem-se de morto quando capturados. Estes se abrigam em locais úmidos e sombreados 
junto às touceiras, entre as bainhas foliares, e em restos culturais; são ativos apenas no período 
noturno e possuem hábito gregário. 
 
1.2. Injúrias 
- Abertura de galerias no rizoma e partes inferiores do pseudocaule, principalmente pela larva. 
- Abertura de porta de entrada para o agente da doença fúngica "mal do Panamá". 
- Em consequências dessas injúrias ocorre: 
. amarelecimento das folhas; com posterior secamento das folhas e morte do broto devido a 
destruição da gema apical. 
. queda na produção (cerca de 30% no Brasil), os frutos perdem tamanho e peso; e 
. tombamento das plantas devido a ação dos ventos e peso dos cachos. 
 
B. Pragas secundárias 
 
1. Falso moleque da bananeira: Metamasius spp. (Coleoptera: Curculionidae). 
 Cuidado para não confundir com o moleque da bananeira! Os adultos deste inseto são de 
 99
coloração preta e têm manchas avermelhadas nos élitros. As suas larvas não se desenvolvem 
no rizioma; e quando ocorrem em pseudocaule (provocando abertura de galerias) 
normalmente estão associadas a plantas tombadas e já delibitadas, ou seja, no final do ciclo. 
 
2. Tripes-da-Ferrugem-dos-Frutos 
- Caliothrips bicinctus (Bagnall) (Thysanoptera: Thripidae) 
- Tryphactothrips lineatus Hood (Thysanoptera: Thripidae) 
 
2.1. Características 
ovos - colocados sobre frutos jovens. 
ninfas - coloração amarelada, vivem nas inflorescências entre as braçteas do coração e entre 
os frutos. 
adultos - pequenos e de coloração escura, vivem nas inflorescências entre as braçteas do 
coração e entre os frutos. 
 
2.2. Injúrias 
- Sucção de seiva da epiderme provocando depreciação dos frutos externamente, sem contudo 
prejudicar a polpa. Observa-se inicialmente prateamento das casca nos locais infestados, 
normalmente nas regiões laterais do fruto; em seguida a casca adquire uma coloração 
castanho-avermelhada, além de se tornar áspera, sem brilho e apresentar estrias superficiais 
(Ferrugem dos Frutos). 
- Em ataques mais severos em frutos mais desenvolvidos, ocorre fendilhamento da casca. 
 
3. Tripes-da-Flor 
- Frankliniella spp. (Thysanoptera: Thripidae) 
 
3.1. Características 
São insetos pequenos (1mm de comprimento na fase adulta), de coloração brancacenta ou 
marron-escura. São encontrados geralmente nas flores novas, inclusive nas que ainde se 
acham protegidas pelas brácteas: alimentam-se da epiderme de flores e frutos novos. 
 
3.2. Injúrias 
- Sucção de seiva provocando pontuações marrons e ásperas nos frutos, desvalorizando 
comercialmente o produto. 
 
 100
4. Traça-da-bananeira 
- Opogona sacchari (Bojer) (Lepidoptera: Lyonetidae) 
 A presença da traça no bananal pode ser detectada pela observação de resíduos que 
acumulam na extremidade apical dosfrutos e são constituídos pelos excrementos da larva e 
por partículas da planta. Devido ao ataque da praga é comum a presença de frutos 
amadurecidos em cacho ainda verde. Esta praga ganha muita importância em São Paulo. 
 
4.1. Características 
ovos – localizam-se nas flores. 
lagartas - coloração branco sujo ou amarelada com um matriz verde devido ao alimento 
ingerido. As lagartas penetram preferencialmente pela região estilar; registra-se entretanto, 
sinais de ataque também nas laterais dos frutos, no engaço, nas almofadas das pencas e no 
pseudocaule, no caso de maiores infestações. 
. adultos - mariposa pequena de coloração amarelada. 
 
4.2. Injúrias 
- Formação de galerias na polpa dos frutos, provocando seu apodrecimento. 
 
5- Abelha Irapuá 
- Trigona spinipes (Fabr.) (Hymenoptera: Apidae) 
 
5.1. Características 
A abellha apresenta coloração preta e mede em torno de 6mm de comprimento por 3mm de 
largura. Na construção dos ninhos, localizados em árvores ou em cunpinzeiros abandonados, 
são utilizadas resinas vegetais como aglutinadores. As abelhas procuram as flores e frutos 
jovens para deles extrair parte da resina empregada na confecção de seus ninhos. 
 
5.2. Injúrias 
- Devido a secreção das substâncias resinosas sobre as flores e frutos jovens, ocorre o 
aparecimento de lesões geralmente ao longo das quinas, nos frutos em desenvolvimento. 
 
II. TÁTICAS E ESTRATÉGIAS DO MIP 
 
1. Amostragem 
- Moleque da bananeira (Praga-Chave) 
 101
. Uso de 20 iscas /ha. Observa-se o número de adultos atraídos do 70 ao 14o dia após a 
colocação, e após este período as iscas devem ser trocadas. 
. Tipos de iscas: 
- isca tipo queijo: são confeccionadas rebaixando-se o pseudocaule (das bananeiras que jà 
produziram cacho) a uma altura de 30 cm e cortando-se novamente aos 15 cm do solo. Os 
insetos que são atraídos e alojam-se entre as duas fatias. Essa isca é a mais atrativa, visto que 
o rizoma permanece no solo. 
- isca tipo telha: são produzidas a partir de um corte longitudinal feito em um pedaço de 
pseudocaule, de bananeira colhida, de aproximadamente 40-50 cm. Com esse corte formam-se 
duas iscas que são colocadas na base das plantas com as faces cortadas em contato com o solo. 
Apesar de ser menos atrativa, esta é a mais utilizada devido a maior facilidade de obtenção e 
preparo. 
.. Nível de controle: 5 adultos/iscas/mês 
 
2- Controle: 
 
2.1. Controle cultural 
- Seleção de mudas (rizoma) isentas de galerias do moleque da bananeira; 
- Desbate, deixando 3 plantas/cova (controle de moleque da bananeira,falso moleque e traça-
da-bananeira). Os resultantes da colheita e do desbaste devem ser picados em pedaços 
pequenos, e expor as faces cortadas ao sol para acelerar a decomposição; 
- Eliminação do "coração" após formação do cacho (controle dos tripes e abellha irapuá); 
- Eliminação das plantas daninhas e cobertura morta, pois elas servem de refúgio para o 
moleque da bananeira, falso moleque da bananeira e a traça-da-bananeira; 
- Despistilagem rotineiramente antes das flores secarem (traça-da-bananeira); 
- Destruição dos ninhos de abelha irapuá; 
- Ensacamento dos cachos (tripes e abelha irapuá). 
 
2.2. Controle comportamental 
- Uso de isca tipo queijo ou telha (40-100 iscas/ha, em função da disponibilidade de mão-de-
obra e o custo operacional) contendo inseticida (para controle do moleque e falso moleque da 
bananeira). Substituir as iscas a cada 15-20 dias. 
 
 
 102
2.3. Resistência de plantas 
- Moleque da bananeira 
- Variedades mais susceptíveis: Maçã, Terra, São Domingos, Ouro, Figo Cinza e Figo Vermelho. 
- Variedades mais resistentes: Prata, Nanica e Nanicão. 
 
2.4. Controle biológico 
- Uso de fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metharizium anisopliae nas iscas 
usadas para controle do moleque da bananeira. 
- Predadores de larvas de moleque da bananeira: Hololepta quadridentata e Omalotes foveola 
(Coleoptra: Histeridae); formigas predadoras (Hymenoptera: Formicidae); Labidurídeos da 
ordem Dermaptera; estafilinídeos e carabeídeos da ordem Coleoptera. 
 
2.5. Controle químico (Quadro 1) 
- Moleque da bananeira. 
. tratamento das mudas com calda inseticida (mergulhar os rizomas durante 10 a 15 minutos). 
. aplicação de inseticida granulado sistêmico na cova aos 30 dias e 6 meses após o plantio; 
. aplicação mensal de inseticida granulado sistêmico no orifício aberto pelo implemento de 
desbaste (“lurdinha”), no período de outubro a abril. 
 
- Tripes 
. Pulverizar visando à inflorescência 
 
- Traça-da-bananeira 
. Nas regiões onde ocorre a praga, o controle deve ser preventivo. Aplicar o produto sobre os 
cachos com os frutos ainda verdes. 
QUADRO 1 - Inseticidas Recomendados para o Controle das Pragas da Bananeira: 
Inseticida Dosagens Carência (dias) Classe 
toxicológica 
Grupo 
1- Moleque da Bananeira 
Aldicarbe 100G 3 g/isca ou 40 g/cova 21 I Carbamato 
sistêmico 
Carbaril 850 PM 8 g/isca 14 III Carbamato 
Carbofenotiom 25 PM 4 g/isca 28 II Fosforado 
Carbofuram 50 G 3-5 g/isca ou 80 g/cova 90 I Carbamato 
sistêmico 
Diazinom 600 CE 1670 ml2 14 II Fosforado 
Fensulfotion 50 G 5 g/isca ou 50 g/cova 60 Fosforado 
sistêmico 
 
 103
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1996. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448 p. 
FANCELLI, M.1995 .Pragas da Bananeira. In: ALVES, É. J. Banana para exportação: 
Aspectos Técnicos da produção. Brasília. FRUPEX-EMBRAPA-SPI (Séries Publicações 
Técnicas FRUPEX, 7). p.59-68. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, 
G.C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S.B. & 
VENDRAMIN, J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 
649 p. 
 104
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO MAMOEIRO 
 
Alfredo Henrique Rocha GONRING 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
 
Pragas-Chave 
 
1.Ácaro Branco. 
- Polyphagoparsonemus latus (Banks) (Acari: Tarsonemidae). 
 
a) Características 
. ovos – são de cor pérola com linhas de manchas brancas na superficíe. 
. larvas – possuem 3 pares de patas e apresentam-se de coloração esbranquiçada 
. adultos – tem 4 pares de patas, a fêmea tem coloração branca ou amarelada brilhante, e 
mede pouco mais de 0,2 mm de comprimento. O macho é maior que a fêmea e tem coloração 
branco- hialina brilhante, sendo que o macho carrega a “pupa” da fêmea para que no 
momento da emergência seja garantida a cópula. 
 
b) Injúrias 
Este ácaro não são vistos a olho nú, localizam-se na face inferior das folhas novas, tornando-
as cloróticas, coriáceas e encarquilhadas, só são notados quando as plantas atacadas já 
apresentam os sintomas típicos, que é o aparecimento de manchas branco-prateadas na face 
inferior das folhas. Na face superior surgem áreas cloróticas entre as nervuras e perto do ponto 
de inserção do pecíolo, posteriormente avançam por todo o limbo. Como consequência da 
ação da picada e sucção da seiva das folhas do ponteiro, provoca deformações, paralisação do 
crescimento e morte da planta, provocam o sintomas conhecido como ‘careca do mamoeiro” , 
pois destroi as folhas do ponteiro em sucessivas brotações. 
 
2. Ácaro Vermelho 
- Tetranychus desertorum (Banks) (Acari: Tetranichydae). 
 
- Ácaro Rajado 
- Tetranychus urticae (koch) (Acari: Tetranichydae). 
 
 105
a) Características 
ovos – os ovos destes ácaros são esférico e de tonalidade amarelada, sendo a postura feita 
entre os fios de teia que o ácaro tece na face inferior das folhas. 
As ninfas e fêmeas do ácaro vermelho apresentam coloração vermelha intensa, enquanto o 
macho são verdes-amarelados. 
todas as fases ativas do ácaro rajado apresenta-se de coloração esverdeada, as fêmeas 
apresentam 2 manchas verdes escuras no dorso, uma de cada lado. 
 
b) Injúrias 
sua presença é notada inicialmente em razão do amarelecimento que causa às folhas. As 
fêmeas escolhem as reentrâncias próximasdo pecíolo, na superfície inferior das folhas mais 
velhas do mamoeiro. Dilaceram as células do mesófilo, causando um amarelecimento no local 
oposto à colônia. Esses locais tornam-se necróticos e posteriormente surgem furos nas folhas. 
Estas quando intensamente atacadas caem afetando o desenvolvimento da planta, além de 
deixar os frutos expostos à ação direta dos raios solares, prejudicando sua qualidade. 
 
B. Pragas secundárias 
 
1. Cigarrinha verde 
- Empoasca sp. (Homoptera: Cicadellidae) 
 
a) Características 
Ver maracujazeiro. 
 
b) Injúrias 
Tanto as formas jovens como os adultos sugam as seivas das plantas e injetam toxinas que 
causam o amarelecimento e encurvamento das folhas mais velhas. Quando intensamente 
atacadas as folhas tornam-se rugosas e caem prematuramente, afetando o desenvolvimento da 
planta. 
 
2. Mandarová ou Gervão 
- Erinnyis ello. (L.) (Homoptera: Cicadellidae) 
 
a) Características 
Ver maracujazeiro. 
 106
b) Injúrias 
As lagartas se alimentam inicialmente das folhas e brotações novas e depois das folhas mais 
velhas. Em infestações severas pode causar o desfolhamento total da planta, atrasando seu 
desenvolvimento e expondo os frutos à insolação direta. 
 
3. Coleobrocas 
- Pseudopiazurus obesus. (Boh.) (Coleoptera: Curculionidae) 
- Pseudopiazurus papayanus. (Marshall) (Coleoptera: Curculionidae) 
 
a) Características 
Os ovos de Pseudopiazurus obesus são colocados em pequenos orifícios no caule da onde sem 
as larvas que são brancas e ápodas, que alimentam-se da camada cortical do caule, podendo 
atingir até 15 mm de comprimento. Os adultos são besourinhos providos de um 
prolongamento cefálico, de coloração acinzentado, medindo 10 mm de comprimento. 
Já Pseudopiazurus papayanus os ovos são colocados á noite onde a fêmea perfura a casca dos 
mamoeiros jovens, onde depositam os ovos. A larva criam-se na parte cortical do tronco, sem 
aprofundar muito liberando uma exsudação escura que escorre das perfurações. As larvas são 
de coloração branca, recurvada, com cerca de 15 mm de comprimento. O inseto adulto é de 
cor castanho-cinzendo, sendo que a fêmea é um cascudinho bicudo de aproximadamente 10 
mm de comprimento. 
 
b) Injúrias 
Ambas as espécies do gêmero Pseudopiazurus descritas acima provocam o broqueamento dos 
caules do mamoeiro, podendo matar as planta. Quando a planta resiste a cicatriza as lesões, no 
local do ataque há formação de engrossamento, espécie de tumor, com casca corroída e 
fendida. 
 
4. Cochonilha 
- Morganella longispina.(Morgan) (Homoptera: Diaspididae) 
 
a) Características 
Esta cochonilha apresenta a escama de coloração negra, circular e fortemente convexa e 
apresenta uma aba voltada para cima. A escama ventral é tão espessa quanto a dorsal, 
medindo aproximadamente 1 a 1,5 mm de diâmetro. 
 
 107
b) Injúrias 
quando o ataque é intenso, forma grandes colônias nos caules, sugando-lhes a seiva 
continuamente e causando com isto o enfraquecimento da planta. 
 
5. Mosca-das-frutas 
- Ceratitis capitata.(Wied.) (Diptera: Tephritidae) 
 
a) Características 
Ver macarujazeiro. 
 
b) Injúrias 
Os frutos são atacados no início do processo de maduração, porém os danos só se evidenciam 
quando estes se encontram próximos ao ponto de consumo. O dano é causado pelas larvas da 
mosca, que alimenta da polpa do mamão, tornando flácida a região atacada do fruto. Este 
inseto não é problema porque não se colhe mamão maduro, porém esta praga é fator de 
restrição na exportação. 
 
6. Pulgões 
- Aphis gossypi. (Glover) (Homoptera: Aphididae)i 
- Toxoptera citricidus. (Kirk.) (Homoptera: Aphididae) 
- Mysus persicae.(Sulzer) (Homoptera: Aphididae) 
 
a) Características 
São insetos de tamanho pequeno, vivendo sob as folhas e brotos novos das plantas sugando a 
seiva. A. possypii possuem coloração variável do amarelo claro ao verde escuro. T. citricidus, 
são marrons na forma jovem e preta nos adultos. Já M. persicae tem a forma áptera de 
coloração verde clara, enquanto a forma alada é de coloração verde com a cabeça, antenas e 
tórax pretos. 
 
b) Injúrias 
Os pulgões causam duas formas de dano: diretamente, ao sugarem a seiva das folhas, 
prejudicando seriamente o crescimento, assim como produzem deformações nas folhas. 
Adicionalmente, sobre suas excreções desenvolvem-se o fungo da fumagina; indiretamente, o 
aspecto mais grave, sem dúvida, é o fato desses insetos serem vetores de importantes viroses, 
que podem ser fator limitante da produção. A. gossypi e T. citricidus, são transmissores do 
 108
vírus da macha anelar do mamoeiro (VMAM), jáo o M. persicae é o transmissor do vírus do 
mosaico do mamoeiro (VMM). 
 
II. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE CONTROLE 
1. Controle Cultural 
1.1. Culturas intercalares: evitar fazer o consórcio do mamão com algumas culturas, um 
exemplo as cucurbitáceas como: abóboras, melancias, melão e pepino, que são culturas que 
hospedam o VMAM e os seus vetores. 
 
1.2. Época de colheita: a mosca-das-frutas não é problema para o mamoeiro, esse fator só se 
restrigem em áreas voltadas para exportação, porque o mamão não é colhido maduro e sim “ 
de vez”. Deve-se colher os frutos no início da maturação, a fim de manter este inseto em 
níveis não prejudiciais à cultura. 
 
1.3. Adubação adequada: Existe indicação que plantas debilitadas apresentam-se mais sujeitas 
ao ataque de doenças e pragas, sendo assim, recomenda-se a realização de adubação adequada, 
segundo às recomendações para a cultura.. 
 
1.4 Desbaste de plantas e frutos: deve-se fazer o desbaste das folhas velhas afetadas por 
doenças fúngicas ou por pragas, , além de eliminação das brotações laterais que geralmente 
são atacadas por ácaros e fungos. Deve-se também fazer a catação dos frutos refugados e tirá-
los do pomar; também recomenda-se eliminar os mamoeiros afetados por viroses e as 
cucurbitáceas existentes na cultura e nas imediações. 
 
1.5. Espaçamento adequado: plantio adensado provoca crescimento demasiado das plantas em 
altura, dificultando o combate aos ácaros do ponteiro, os tratamentos fitossanitários e a 
colheita. 
 
1.6 Uso do solo: deve evitar os muitos argilosos, pouco profundos ou localizados em 
baixadas, que na época de chuvas intensas encharcam com facilidade, pois nestas condições o 
mamoeiro se torna muito susceptível ao ataque por cochonilha. 
 
1.7. Aração: Essa prática cultura o enterrio profundo de pupas. 
 
 
 
 109
2. Controle mecânico 
 
2.1. Catação manual e destruição das lagartas e pupas de mandarová caso o ataque seja 
isolado. 
2.2. Logo que seja notada a presença de Coleobrocas, recomenda-se efetuar inspeções no 
plantio a cada 15 dias, localizando as larvas e destruí-las em seguida fazer o tratamento 
químico. Plantas severamente atacadas por Coleobrocas devem ser arrancadas e queimadas. 
2.3. Deve-se efetuar inspeções semanais em busca de planta com sintomas de víroses, caso 
encontrado elas devem se arrancadas, levadas para fora do cultivo. 
 
3. Controle por comportamento 
É feito para o controle da mosca do mamão, utiliza-se armadilhas tipo Steiner alimentados 
com metil engenol mais 5% de Malation, serão 9 armadilhas /ha, que produziram reduções da 
população de machos acima de 99%. 
 
4. Controle biológico 
 
4.1. Para as lagartas 
- Controle biológico natural exercido por parasitóides de ovos (Trichogramma spp.) e de 
lagartas (Belvosia sp. e Oxysacodexia sp.). 
- Pulverização com Bacillus thuringiensis quando o ataque estiver no início, isto é, lagartas 
pequenas. 
 
4.2. Para o ácaro 
- Controle biológico natural exercido por ácaros predadores da família Phytoseiidae. 
 
4.3. Para pulgões 
- Controle biológico natural exercido por predadores da família Syrphidae, e Coccinelidae e 
por parasitóides da família Braconidae. 
 
5. Controle químico (Quadro 1) 
- Para o controle de ácaros, aplicação de acaricidas específicos nas reboleiras. 
-Para o controle do mandarová, deve dar preferência ao inseticida microbiano. 
 
 
 
 110
QUADRO 1 - Inseticidas e Acaricidas Recomendados para o Controle de Pragas da Cultura 
de Mandioca. 
Praga Nome 
técnico 
Nome 
comercial 
Carência 
(dias) 
Classe 
toxicológia 
Grupo 1/ 
químico 
Mandarová 
da 
Mandioca 
B. thuringiensis 
Carbaril 
Carbaril 
Carbaril 
Carbaril 
Dipel 
Sevin 850 PM 
Carbalate 480 SC 
Sevin 480 SC 
Bac-control PM 
- 
30 
30 
30 
- 
IV 
II 
II 
II 
IV 
IB 
CB 
CB 
CB 
IB 
1/ IB - Inseticida Biológico; CB - Carbamato. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
FARIAS, A.R.N.; OLIVEIRA, A.M.G.; OLIVEIRA, J.R.P.; DANTAS, J.L.L.; 
OLIVEIRA, M. de A.; MEDINA, V.M. & CORDEIRO, Z.J.M. 1994. A cultura do 
mamão. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de 
Mandioca e Fruticultura Tropical – Brasília: EMBRAPA, SPI, (Coleção plantar, 17), 80 p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, 
G.C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S.B. & 
VENDRAMIN, J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 
649 p. 
GECÍLIA, V.C.S. & REIS, P.R. 1986 Pragas do mamoeiro. Informe Agropecuário, Belo 
Horizonte, 12 (134). 
 111
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DOS CITROS 
 
Marcelo PICANÇO 
Alberto Luiz MARSARO JÚNIOR 
Angelo PALLINI FILHO 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DOS CITROS 
A. Pragas chaves 
 
1. Ácaro da leprose 
- Brevipalpus phoencis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae) 
 
a) Características 
São ácaros vermelho-alaranjados, com 4 pares de pernas, de 0,3 mm de comprimento, com 
manchas escuras de tamanhos e formas variáveis no dorso. Ciclo de cerca de 18 dias. 
 
b) Injúrias 
Atacam folhas, ramos e frutos, acarretando um sintoma conhecido como leprose dos citros, 
devido à inoculação de vírus. As folhas e os frutos atacados caem da planta. Os ramos passam 
a apresentar rachaduras. 
 
2. Ácaro da ferrugem 
- Phyllocoptruta oleivora (Ashmead) (Acari: Eriophyidae) 
 
a) Características 
São ácaros de coloração amarelo claro, aspecto vermiforme, com 2 pares de pernas (exceção a 
maioria dos ácaros), de 0,15 mm de comprimento. São invisíveis a olho nu. Ciclo de 7 a 10 
dias (verão) e de 14-15 dias (inverno). 
 
b) Injúrias 
Atacam folhas, hastes e frutos novos. Nas folhas provocam a "mancha de graxa" (manchas 
escuras visíveis através da epiderme, semelhante à mancha de graxa sobre papel). Nos frutos, 
quando da alimentação, ocorre o rompimento de glândulas de óleo e este óleo extravasado em 
contato com os raios solares oxida-se, escurecendo os frutos (estes sintomas são conhecidos 
como: falsa ferrugem, ferrugem ou mulata). Os frutos de lima, tangerina, limão, etc., ficam 
 112
com coloração prateada. Os prejuízos são consideráveis apenas quando a produção se destina 
ao mercado de frutas frescas. Pode ocorrer perda de de peso em até 4 g/fruto atacado 
 
3. Mosca das frutas 
- Ceratitis capitata (Wied) (Diptera: Tephritidae) 
- Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) 
 
a) Características 
.ovos - oviposição dentro do fruto (mesocarpo), em número de 1 a 10 ovos; o ovo é alongado 
(± 1 mm de comprimento) e semelhante a uma pequena banana, de coloração branca. 
.larvas - ápodas, de coloração branco amarelada, com cerca de 8 mm de comprimento. 
.pupas - no solo. 
.adultos - C. capitata (mosca do mediterrâneo) é uma mosca com 4 a 5 mm de comprimento, 
de coloração predominantemente amarela. Os olhos são castanhos violáceos. O tórax é preto 
na face superior, com desenhos simétricos brancos. O abdome é amarelo com listras 
transversais acinzentadas. As asas são de uma transparência rosada em listras amarelas, 
sombreadas. Anastrepha spp. (mosca sul-americana) é uma mosca com cerca de 6,5 mm de 
comprimento, de coloração geral amarelo, com uma mancha amarela em forma de "s" que vai 
da base à extremidade da asa. No bordo posterior da asa há outra mancha da mesma cor e em 
forma de "v" invertido. As duas manchas são sombreadas de pretos. Ciclo completo é de cerca 
de 30 dias. 
 
b) Injúrias 
As larvas danificam a polpa dos frutos, os quais apresentam externamente um pequeno 
orifício no centro de uma mancha de coloração marrom. Neste orifício (feito pelo ovipositor), 
ocorre o apodrecimento, resultando em queda do fruto. C. capitata apresenta o ovipositor 
mais curto e ataca apenas as laranjas que se encontram num estágio de maturação mais 
avançado. As moscas do gênero Anastrepha (ovipositor mais longo) podem atacar frutos 
verdes ou maduros. 
 
c) Observações 
As fêmeas, após o acasalamento, permanecem alguns dias à espera da maturação dos ovos; 
neste período, denominado de pré-oviposição, as fêmeas são ávidas por carboidratos. Época 
ideal para fazer uso de iscas para o seu controle. 
 113
B. Pragas secundárias 
 
1. Cochonilhas 
- Orthezia praelonga Douglas (Homoptera: Ortheziidae) 
- Selenaspidus articulatus (Morgan) (Homoptera: Diaspididae) 
- Parlatoria cinerea Doane & Hadden (Homoptera: Diaspididae) 
 
a) Características 
- O. praelonga (desprovida de carapaça) - são coccídeos providos de placas ou lâminas céreas, 
simetricamente dispostas sobre o corpo, constituindo na parte posterior um saco céreo, 
semelhante a uma cauda alongada, denominado "ovissaco" (contém ovos e ninfas no 1º 
ínstar). Tanto as fêmeas adultas como as ninfas podem mover-se sobre a planta. 
- S. articulatus (provida de carapaça) é conhecida como "Pardinha"; após a eclosão, as ninfas 
locomovem-se sobre as folhas, ramos e frutos; após a 1ª muda (ecdise) as pernas começam a 
se atrofiar e as ninfas ficam fixas, sugando a seiva das plantas. Durante as ecdises, os 
tegumentos antigos permanecem sobre o corpo do inseto, sendo soldados, ao novo tegumento 
formado, por uma substância cérea (este escudo é chamado de carapaça). Os ovos são 
colocados pelas fêmeas no interior da carapaça, de onde eclodem as ninfas móveis (1º ínstar). 
- P. cinerea (provida de carapaça) - localizam-se nas hastes mais grossas, no tronco e nas 
raízes. A carapaça da fêmea é ovalada, de coloração violeta (quando viva). A ninfa, no 1º 
ínstar, é móvel. A reprodução é sexuada, sendo o macho adulto alado. 
 
b) Injúrias 
Sucção de seiva; mal aspecto dos frutos; presença de fumagina, definhamento das plantas. 
 
2. Coleobrocas 
- Diploschema rotundicolle (Serv.) (Coleoptera: Cerambycidae) 
- Macropophora accentifer (Oliv.) (Coleoptera: Cerambycidae) 
- Trachyderes thoracicus (Oliv.) (Coleoptera: Cerambycidae) 
- Cratosomus reidii (Kirby) (Coleoptera: Curculionidae) 
 
a) Características 
- D. rotundicolle - larva ápoda (60 mm de comprimento), branco amarelada, presença de 
"espinhos" no último segmento abdominal. Besouro de coloração marrom escura, com 40 mm 
 114
de comprimento por 8 mm de largura. Ramos finos com galerias longitudinais centrais, no 
sentido dos ramos para o tronco; presença de orifícios com serragem em forma de pó fino. 
- T. thoracicus - larva semelhante à anterior, porém um pouco menor. Besouro de coloração 
verde, com 34 mm de comprimento por 12 mm de largura. Localização das galerias, orifícios 
com serragem semelhante a praga anterior. 
- M. accentifer - larva ápoda (40 mm de comprimento), branco amarelada, com cabeça 
marrom. Besouro de coloração cinza, tendo em cada élitro, duas manchas escuras. com 35 mm 
de comprimento. Base do tronco com galerias sub-corticais, com presença de serragem em 
forma de fragmentos alongados. 
- C. reidii - besouro de forma convexa, com 22 mm de comprimento por 11 mm de largura; 
coloração preta com faixas amareladas no tórax e nos élitros. Atacam base do tronco, com 
presença de serragem em forma de pelotas. 
 
b) Injúrias 
Constróem galerias nos ramos e troncos, podendo destruir parcial ou totalmente as plantas. 
 
C. Pragas emergentes 
1. Bicho minador das folhas dos citros 
- Phyllocnistis citrella (Lepidoptera:Gracillaridae)a) Características 
- O adulto deste microlepidoptero trata-se de uma minúscula mariposa de coloração castanho-
prateada, medindo cerca de 1 mm de comprimento, e que apresenta as asas franjadas com 
duas pontuações pretas na parte terminal das asas anteriores. 
- A larva varia sua coloração, sendo branca no início do desenvolvimento e tornando-se 
amarela ao final, quando atinge aproximadamente 3 mm de comprimento. 
 
b)Injúrias 
- As injúrias decorem do fato de que ao nascer as larvas constróem galerias, em forma de 
serpentina, para se alimentar das células das folhas. Essa galerias são características e 
auxiliam na identificação desta praga. 
OBS: Estudos realizados por pesquisadores têm demonstrado que as lesões provocadas pela 
larva minadora nas folhas de citros facilita a infecção da bactéria do cancro cítrico 
Xanthomonas axonopodis pv. citri . 
 115
2. Cigarrinhas (Homoptera: Cicadellidae) 
 
2.1) Acrogonia terminalis 
 
a)Características 
- O adulto possui cabeça comprida com uma curvatura para cima, ventre e pernas amarelas, 
asas marrons com nervuras amarelas e a cabeça vista de cima é preta, com pontos brancos. 
 
2.2) Dilobopteros costalimai 
 
a)Característica 
- Os adultos medem cerca de 8 mm de comprimento, sendo a cabeça amarelo-alaranjada, 
apresentando ainda o ventre claro e asas pretas com nervuras claras. 
 
2.3) Oncometopia facialis 
 
a)Características 
- Os adultos medem cerca de 1 cm de comprimento, e em geral são marrons com 
manchas cinzas. As asas são amarelo-amarronzadas e transparentes nas extremidades finais. 
- 
2.4) Bucephalogonia xanthopis 
 
a)Características 
- Os adultos medem no máximo 0,5 cm de comprimento, apresentam coloração esverdeada 
com a terminação das asas transparentes. O abdomem e o tórax são claros. 
OBS: Muito comum em viveiros cítricos. 
 
2.5) Plesiommata corniculata 
 
a)Características 
- Os adultos medem de 0,4 a 0,7 cm de comprimento. Apresentam coloração de gelo à palha, 
com nervuras das asas marrons ou escuras, que se destacam. A coloração do corpo, abdomem 
e pernas também são claras. 
 
b)Injúrias 
 116
- Essas cinco cigarrinhas atacam os ramos dos citros onde succionam a seiva, o que pode 
acarretar além do definhamento da planta, a penetração de doenças criptogâmicas, formação 
de fumagina e atração de formigas pelo líquido açucarado que expelem (Gallo et al., 1988). 
OBS: Além disso essas cinco cigarrinhas são comprovadamente transmissoras da bactéria 
Xylella fastidiosa que causa a clorose variegada dos citros (CVC) ou amarelinho. 
 
3. Bicho furão 
- Gymnadrosona aurantianum (Lepidoptera:Grapholidae) 
 
a)Características 
- O adulto deste microlepidoptero é caracterizado por uma faixa de escamas prateadas da base 
ao meio da asa, com cerca de 17 mm de envergadura, de coloração acinzentada, com a cabeça 
alaranjada. A fêmea possui as asas mais escuras que o macho, com uma mancha característica 
marrom-clara ao redor da margem exterior. 
 
b)Injúrias 
-As injúrias decorem do fato de que as larvas fazem galerias nos frutos verdes e maduros até 
atingirem a polpa. Além dos danos diretos nos frutos, também favorecem infecções causadas 
pela penetração de fungos e bactérias através dos orifícios que as larvas efetuam nos frutos. 
 
II. TOMADA DE DECISÃO 
 
II.1. Planejamento do MIP 
a) Dividir o pomar em quadras de 1.000 a 2.000 plantas, em função do espaçamento, 
topografia, etc. Identificar os talhões por quadras por número ou nome. 
 
b) Inspecionar as pragas chaves, doenças e plantas invasoras. 
 
c) O inspetor pode ser qualquer pessoa treinada. Examinar pelo menos 1% das plantas/talhão. 
 
d) As recomendações de pulverizações devem ser feitas pelo Engenheiro Agrônomo. 
 117
II.2. Plano de Amostragem Convencional para as principais pragas de citrus 
 
Pragas e I.N. Chaves 
(Inventário) 
Plantas amostradas em talhão de ± 2000 plantas 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Ação/OBS 
Ácaro da ferrugem 1 
 2 
 3 
Ácaro da leprose 1 
 2 
 3 
Mancha/Leprose 
Ácaro predador 
Orthezia 
Pardinha 
Joaninha/2 Min. 
Lixeiro/2 Min. 
Aschersonia 
 
 
 
DATA: / / Talhão Assinatura: Gravena et al. (1992) 
 
 118
II.3. Amostragem, inimigos naturais, níveis de ação e de não ação das pragas chaves de 
citros para Amostragem Convencional ( Gleba de ±2.000 plantas) 
Pragas 
chaves 
Inimigos naturais chave Amostragem Níveis de ação Níveis de não ação 
Ácaro da 
ferrugem 
- Ácaros predadores 
(Euseius citrifolius e 
Iphiseiodes zuluagai) 
-Fungo benéfico 
(Hirsutella thompsonii) 
- 20 plantas/talhão 
- 3 frutos ou folhas 
/planta 
- 1 cm2 de fruto ou folha 
- (lente 10 aumentos) 
- 10% de frutos ou folhas 
com 20 ácaros/cm2 
(mercado) ou 30 
ácaros/cm2 (indústria) 
- 1 predador em mais 
de 50% das amostras, 
ou 
- 3 ácaros doentes, em 
média, por cm2 
Ácaro da 
leprose 
- Ácaros predadores 
(Euseios citrifolius e 
Stigmaeídeos 
- 20 plantas/talhão 
- 3 frutos/planta 
- (lente 10 aumentos) 
- 5% e 15% de frutos 
com 1 ou mais ácaros 
- 5% (talhão com 
infestação anterior) 
- 1 predador em mais 
de 50% das amostras, 
ou 
- 1 predador por ramo 
Mosca das 
frutas 
- Formigas, estafilinídeos, 
aranhas e parasitóides 
- frasco caça mosca 
- 1 frasco a cada 50 m na 
periferia 
- presença de 1 adulto, 
em média, por frasco 
 
Fonte: Gravena et al. 1993. 
 
II.4. Amostragem, inimigos naturais, níveis de ação e de não ação das pragas secundárias de 
citros para Amostragem Convencional ( Gleba de ±2.000 plantas) 
Pragas 
secundárias 
Inimigos naturais 
chave 
Amostragem Níveis de ação Níveis de não ação 
 
Parlatória 
 
Pardinha 
 
Joaninhas 
 
Bicho lixeiro 
 
Parasitóides 
- 10 plantas por 
talhão (Coleta de 
casca de raiz, tronco, 
ramos e frutos) 
- 10 plantas/foco 
- 10 folhas/planta 
- 2 coch./cm2 por 
partes analisadas 
 
- 20 cochonilhas 
vivas, em média, por 
folha 
- ≥ 50 joaninhas ou 
20 bichos lixeiro 
por tronco, em 
plantas novas 
 
- 20 predadores/ 
planta e/ou 50% 
com Aschersonia 
Orthezia Fungo benéfico 
(Aschersonia sp.) 
- detectar foco inicial - foco inicial - mais predadores 
que praga 
Fonte: Gravena et al. 1993. 
 119
 
II.5. Ficha de amostragem sequencial de ácaros em citros–CEMIP (USP) 
 
% de Não infestação (90 %) 
N° T Á. Man T T Á. Ferrugem Man T 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 9 12 9 12 
11 10 12 10 12 
12 11 13 11 13 
13 12 14 12 14 
14 12 15 12 15 
15 13 16 13 16 
16 14 17 14 17 
17 15 18 15 18 
18 16 19 16 19 
19 17 20 17 20 
20 18 21 18 21 
21 19 22 19 22 
22 20 23 20 23 
23 21 24 21 24 
24 22 25 22 25 
25 23 26 23 26 
26 24 27 24 27 
27 25 28 25 28 
28 26 28 26 28 
29 27 29 27 29 
30 28 30 28 30 
31 29 31 29 31 
32 29 32 29 32 
33 30 33 30 33 
34 (31) (34) (31) (34) 
Fonte: CEMIP (USP) 
Proprietário:------------------------- 
Propriedade:------------------------- 
Estágio Fenológico:---------------- 
Avaliação n° ----------------------- 
Data:--------------------------------- 
Recomendação: ( ) Sim ( ) Não 
 120
II.6. Amostragem, inimigos naturais, níveis de ação e nãoação das pragas emergentes de 
citros (Gleba de ±2.000 plantas) 
Pragas 
emergentes 
Inimigos 
Naturais chave 
Amostragem Níveis de ação 
Bicho furão Predadores gerais ***; 
Predação de 
larvasrecém-nascidas 
no fruto e de larvas ao 
empupar no solo 
Localização de focos e 
ovos nos frutos 
 
Cigarrinhas Pode ser feita visualmente, 
com puçás ou com 
armadilhas amarelas com 
cola (sendo as duas 
últimas as mais indicadas) 
Amostra-se pelo menos 
dez brotações a cada 5 mil 
mudas 
- 10% das plantas do talhão 
com presença das cigarrinhas 
(quando constatadas pelos 
métodos visual ou puçá) 
- 20 % das plantas do talhão 
com presença das cigarrinhas 
(quando constatadas pelas 
armadilhas amarelas) 
*** Aranhas, formigas Solenopsis e Pheidole, crisopídeos e ácaros fitoseídeos. 
Fonte: Gravena (1993) e Ruffo Roberto (1996) 
 
III. Estratégias do MIP 
III.1. Redução das infestações iniciais das pragas; 
III.2. Preservação dos inimigos naturais; 
III.3. Redução das densidades populacionais das pragas; 
III.4. Aumento da diversidade do agroecossistema; 
III.5. Redução da competição com a cultura. 
 
IV. Táticas do MIP 
 
IV.1) Controle cultural 
- Aquisição de mudas sadias de viveiros inspecionados; 
- Uso de quebra-vento (controle de ácaros). 
- Catação e destruição de frutos ou colheita profilática (controle de ácaro de leprose e moscas 
das frutas). 
- Catação e destruição de ramos com sintomas de ataque de coleobrocas. 
- Planta-isca: plantio de "maria-preta" (Cordia verbenacea) para atração de Cratosomus. 
- Deixar plantas de mentrasto (Ageratum conizoides) no pomar; o pólen destas plantas servem 
de alimento para ácaros predadores. 
-Uso de corbetura verde na rua; herbicida na linha; manejo das plantas invasoras com 
roçadeira; adubação química equilibrada e adubação orgânica. 
 121
IV.2 Medidas quarentenárias e de sanidade 
- Medidas que visam impedir a entrada de pragas exóticas no país e impedir a disseminação 
de pragas já existentes em determinados Estados para Estados onde essas pragas não ocorram. 
 
IV.3 Controle biológico 
- Uso do fungo Metarhizium anisopliae injetado nos orifícios, através de "Bomba para 
formicida em pó", modificada, para controle de coleobrocas. 
- Controle biológico natural (vide item II.3 e II.4). 
-Praga: Bicho minador dos citros ⇔ IN = Parasitóides: Ageniaspis citricola, Cirrospilus sp, 
Closterocus sp, Horismenus sp e Zagrammosoma sp e as vespas predadoras: Brachygastra 
lecheguamana, Protonectarian sylveirae e Polybia sp. 
-Praga: Bicho furão ⇔ IN = Bacillus thuringiensis 
- Praga: Orthezia praelonga ⇔ IN = Colletotrichum glaeosporioides (fungo) 
 
IV.4. Controle químico 
 
- Para os ácaros: 
. uso de acaricidas específicos; 
. rotação de ingredientes ativos (repetir somente após 1 ano); 
. aplicação seletiva, isto é, apenas nos talhões onde foi atingido o NC ou em reboleiras, 
quando possível (para ácaro da leprose fazer repasse). 
 
- Para as moscas das frutas: 
. a aplicação seletiva de inseticida é feita misturando o produto com melaço a 10 % ou 
proteína hidrolizada de milho a 2% ou, ainda, açúcar a 5 %. Aplicar 150 a 200 ml da mistura 
por planta, em "benzedura", na periferia do pomar (primeiras 15 ruas), na face da planta 
voltada para o sol. 
 
- Para a cochonilha Parlatoria praelonga : 
. aplicação seletiva de aldicarb ou dissulfoton (granulados) no solo, ou methidation, 
vamidothion, dimetoato, ethion ou calda sulfocálcica no tronco. 
 
- Para a cochonilha Selenaspidus articulatus: 
. aplicação de óleo mineral ou vegetal mais metade da dosagem de um inseticida fosforado; 
. aplicação seletiva de aldicarb no solo, no verão. 
 122
- Para a cochonilha Orthezia praelonga: 
. aplicação de vamidothion; 
 aplicação seletiva de aldicarb no solo ou diazinon, piretródes ou dimetoato em subdosagens. 
 
- Para as coleobrocas: 
. aplicação nos orifícios causados pelos insetos, de fosfina em pasta na base de 1,0 
cm/orifício; 
. pincelamento de tronco com carbofuran (pesquisas têm revelado sua eficiência, porém ainda 
não foi registrado). 
 
- Para o bicho furão (Gymnandrosoma aurantianum): 
 
Nome técnico Grupo químico Classe 
toxicológica 
Intervalo de 
segurança 
Acefato Organofosforado IV 21 
Bacillus thuringiensis Bacteriano IV 0 
Carbaril Carbamato III 7 
Deltametrina Piretróide III 21 
Diflubenzuron Inibidor da síntese de Quitina IV 30 
Fenpropatrina Piretróide I 20 
Lufenuron Inibidor da síntese de quitina IV 28 
Triflumuron Inibidor da síntese de quitina IV 28 
 
 
- Para o bicho minador (Phyllocnistis citrella): 
 
Nome técnico Grupo químico Classe 
toxicológica 
Intervalo de 
Segurança 
Abamectin Avermectinas III 7 
Dimetoato Organofosforado I 3 
Imidacloprid Neonicotinóide III 21 
Lufenuron Aciluréias IV 28 
Tebufenozide (Mimic) Agonista de ecdisteróide IV 7 
 
 
- Para as cigarrinhas 
 Pulverização normal, por avião ou termonebulização (mistura de piretróides e óleo mineral); 
 Recentemente pulverização sistêmica (inseticida aplicado no tronco com translocação na 
planta), por exemplo o sistêmico Winner da Bayer. As cigarrinhas ao sugarem o xilema 
ingerem o inseticida e morrem. 
 Vantagens da pulverização sistêmica: Preservação dos inimigos naturais e de outras pragas 
da citricultura. 
 123
- Inseticidas e acaricidas recomendados ( Quadro 2). 
QUADRO 2 - Produtos Recomendados para o MIP-Citros. 
Pragas Nome técnico Carência (dias) Classe toxicológica 
Ácaro da 
ferrugem 
Bromopropilato 
Enxofre 
Abamectin 
Propargite 
Quinometionato 
21 
- 
- 
7 
14 
III 
IV 
I 
II 
III 
Ácaro da leprose Cyhexatin 
Propargite 
Dicofol 
Qinometionato 
Hexythiazox 
óxido de fenibutatina 
30 
7 
14 
14 
30 
14 
III 
II 
II 
III 
III 
III 
Moscas da frutas Diazinon 
Ethion 
Fention 
Trichlorfon 
14 
15 
21 
7 
II 
I 
II 
II 
Parlatória óleo mineral 
aldicarb 
methidation 
vamidothion 
ethion 
dimethoato 
- 
- 
28 
30 
15 
3 
IV 
I 
I 
II 
I 
I 
Pardinha óleo mineral 
aldicarb 
ethion 
- 
- 
15 
IV 
I 
I 
Orthezia Vamidothion 
Aldicarb 
Diazinon 
Dimethoato 
30 
- 
14 
3 
II 
I 
II 
I 
Coleobrocas Fosfina 4 I 
 
 
V. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
GALLO, D., NAKANO, O., SILVEIRA NETO, S., CARVALHO, R.D.L., BATISTA, G.C. DE, 
BERTI FILHO, E., PARRA, J.R.P., ZUCCHI, R.A., ALVES , S.B. & VENDRAMINI, J.D. 1988. 
Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
GRAVENA, S. 1990. Manejo integrado de pragas de citros na atualidade. In: Fernandes, O.A., Correia, 
A.C.B. & Bortoli, S.A. Manejo integrado de pragas e nematóides. Jaboticabal, FUNEP. p. 107-126. 
GRAVENA, S. et al. 1993. CEMIP VII. Tabela MIP-Citrus, Jaboticabal, UNESP. 
REVISTA CORREIO AGRÍCOLA . 2a Edição (Julho/Dezembro 1996). Bayer S.A. 
REVISTA FUNDECITRUS (Fundo Paulista de Defesa da Citricultura). Ano XIII, n 86, Fev/Mar, 1998. 
REVISTA FUNDECITRUS (Fundo Paulista de Defesa da Citricultura). Ano XIII, n 88, Jul/Ago, 1998. 
REVISTA FUNDECITRUS (Fundo Paulista de Defesa da Citricultura). Ano XIII, n 89, Out/nov, 1998. 
 
 124
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO MARACUJAZEIRO 
 
Marcelo PICANÇO 
Alfredo Henrique Rocha GONRING 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
A. Pragas chave 
 
1. Lagartas desfolhadoras 
- Dione juno juno (Cr.) (Lepidoptera: Nymphalidae) 
- Agraulis vanillae vanillae (L.) (Lepidoptera: Nymphalida) 
 
1.1. Identificação (Quadro 1) 
 
QUADRO 1 - Características das Duas Principais Espécies de Lepidópteros do Maracujazeiro. 
Características 
 D. juno juno A. vanillae vanillae 
Ovos Amarelos avermelhados e 
reunidos em conjuntos 
Dispostos isoladamente 
Lagartas Pretas, recobertas por espinhos, 
hábito gregário e alcançando 3 cm 
de comprimento 
Preta, com pontuações e faixa lateral 
amarelos, vivem isoladamente com até 3 
cm de comprimento 
Pupas São crisálidas São crisálidas 
Adultos Borboletas alaranjadas, margens 
externas das asas pretas e 6 cm de 
envergadura 
Borboletas alaranjadas, com manchaspretas na asa anterior, faixa preta na asa 
posterior ao longo da margem externa com 
áreas mais claras e 6 cm de envergadura 
 
1.2. Injúrias 
Desfolha das plantas. 
B. Pragas secundárias 
1. Percevejos 
- Percevejo do maracujá - Diactor bilineatus (Fabr.) (Heteroptera: Coreidae) 
- Percevejo dos frutos - Holymenia clavigera (Herb.) (Heteroptera: Coreidae) 
- Percevejo de renda - Gargaphia lunulata (Mary) (Heteroptera: Tingidae). 
 
1.1. Características 
- Percevejo do maracujá - verde escuro com expansão na perna em forma de folha. 
- Percevejo dos frutos - asas hialinas. 
 125
- Percevejo de renda osadultos são pequenos com asas rendilhadas hialinas. 
 
1.2. Injúrias 
- Percevejo do maracujá e o Percevejo dos frutos, atacam flores e frutos novos provocando a 
queda e murchamento destes. 
- Percevejo de renda: sucção de seiva das folhas e introdução de toxinas, provocando 
destruição de clorofila e retardando o crescimento e desenvolvimento das plantas. 
 
2. Moscas-das-frutas 
- Anastrepha pseudoparallela (Loew) (Diptera: Tephritidae) Mosca Sul Americana 
- Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae) Mosca do Mediterrâneo 
 
2.1. Características 
ovos - colocados no interior dos frutos. 
larvas - "vermiformes" e se alimentam dos frutos. 
pupas - encerrada num pupário; a empupação ocorre no solo. 
adultos: C. capitata (mosca do mediterrâneo) é uma mosca com 4 a 5 mm de comprimento, de 
coloração predominantemente amarela. Os olhos são castanhos violáceos. O tórax é preto na face 
superior, com desenhos simétricos brancos. O abdome é amarelo com listras transversais 
acinzentadas. As asas são de uma transparência rosada em listras amarelas, sombreadas. Anastrepha 
spp. (mosca sul-americana) é uma mosca com cerca de 6,5 mm de comprimento, de coloração geral 
amarelo, com uma mancha amarela em forma de "s" que vai da base à extremidade da asa. No bordo 
posterior da asa há outra mancha da mesma cor e em forma de "v" invertido. As duas manchas são 
sombreadas de pretos. 
 
2.2. Injúrias 
As larvas danificam a polpa dos frutos, os quais apresentam externamente um pequeno orifício no 
centro de uma mancha de coloração marrom. Neste orifício (feito pelo ovipositor), ocorre o 
apodrecimento, resultando em queda do fruto. C. capitata apresenta o ovipositor mais curto e ataca 
apenas os frutos de maracujá que se encontram num estágio de maturação mais avançado. As moscas 
do gênero Anastrepha (ovipositor mais longo) podem atacar frutos verdes ou maduros. 
 
3. Mosca do botão floral 
- Protearomyia sp. (Diptera: Lonchaeidae). 
 
 126
3.1. Características 
ovos – são colocados no interior do botão floral. 
larvas – são vermiforme, possuem 3 ínstares, sendo que o primeiro de coloração branca e o 
último creme, chegando a medir 7 mm de comprimento. 
 
3.2. Injúrias 
As larvas alimentam-se de toda a parte interna, esse dano inixia-se normalmente pelas anteras, 
nas quias as larvas de primeiro e segundo ínstares preferem alimentar de grãos de pólem, a 
sequir alimentam-se do ovário, órgão de sustentação do ovário e da base do botão floral, 
levando à queda. 
 
4. Broca do maracujá 
- Philonis passiflorae O'Brien (Coleoptera: Curculionidae). 
 
4.1. Características 
larvas - brancas, ápodas e se desenvolvem no interior dos ramos. 
adultos - besouro de 0,7 cm de comprimento, com rostro prolongado, cabeça e protórax 
marrons e élitros esbranquiçados com duas faixas marrons que se cruzam. 
 
4.2. Injúrias 
- Broqueamento dos ramos, os quais acabam secando. 
 
5. Cigarrinhas 
- Emposca sp. (Homoptera: Cicadellidae) 
 
a) Características: 
ovos - postura endofítica nas folhas, pecíolos e caules. 
ninfas - coloração amarelo-esverdeada; desprovida de asas. 
adultos - coloração esverdeada, com cerca de 3 mm; ninfas e adultos deslocam-se com 
rapidez, e não raros em movimentos laterais. Ciclo completo em torno de 3 semanas. 
 
b) Injúrias 
Sucção de seiva e injeção de toxinas provocando enfezamento das plantas (semelhante 
sintomas de viroses). É mais prejudicial até o florescimento. 
 
 127
6. Abelhas 
- Trigona spinipes (Hymenoptera: Apidae),Árapua. 
- Aphis mellifera (Hymenoptera: Apidae), abelha doméstica. 
 
6.1. Injúrias 
- Além de roubarem o pólen, prejudicam na polinização natural, esses fazem raspagem em 
ramos novos e botões florais para a retirada de celulose para a confecção dos ninhos. 
 
II. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DO MIP 
1. Amostragem 
- Mosca das frutas: uso de 4 frascos caça mosca/ha, colocados dependurados em hastes na 
altura das plantas. Nesses frascos, coloca-se 20 ml de isca com a seguinte composição: 
- estimulante alimentar: suco dos frutos (25%), ou açúcar (5%) ou melaço (5%), ou proteína 
hidrolizada (1%). 
- inseticida (3%) (Quadro 2). 
- água. 
- Amostragem deve ser semanal e o período crítico é durante a frutificação. 
2. Nível de controle 
- Mosca das frutas: 0,5 mosca/armadilha 
 
3. Controle mecânico 
- Catação de ovos, ninfas ou lagaretas e adultos dos percevejos e das lagaretas desfolhadoras. 
 
4. Controle cultural 
- localização da sementeira e de novas plantações longe de plantios velhos e abandonados. 
- Catação e enterrio dos frutos caídos e atacados por mosca-das-frutas e mosca-dos botões 
florais em vala, cobrindo-os posteriormente com terra ou telado de malha fina, para a 
emergência de parasitóides. 
- Poda dos ramos atacados por insetos broqueadores. 
- Colocação de pedaços de madeira mole para confecção de ninhos pelas abelhas 
polinizadoras (gênero Xilocopa). 
- localizar e destruir os ninhos de arapuás. 
- Plantio de espécies mais atrativas para as abelhas melíferas. 
- Erradicação de plantas com sintomas de virose. 
 128
 
5. Controle por comportamento 
- Pulverização de isca tóxica de um dos lados da espaldeira assim que for atingido o nível de 
controle para mosca-das-frutas (a composição da isca tóxica se encontra no ítem 1 deste 
tópico) 
 
6. Controle Biológico 
- Uso de Bacillus thuringiensis var. kurstaki no controle de lagartas desfolhadoras de pequeno 
tamanho. 
- Uso de Baculovirus (NPV) específico, no controle de desfolhadoras de pequeno tamanho 
(usa-se 80 lagartas infectadas/ha). 
- Uso de vespas e percevejos predadores e vespas e moscas parasitóides no controle de 
lagartas, percevejos, ovos e mosca das frutas. 
 
7. Controle químico (Quadro 2). 
- Evitar o uso de inseticidas muito tóxicos á abelhas (principalmente carbamatos). 
- Aplicação durante a manhã antes da abertura das flores que ocorre no período da tarde (para 
maracujá amarelo). No roxo, aplicar à tarde (abertura de flores pela manhã) (seletividade 
ecológica). 
- Uso de inseticidas seletivos (Deltametrina, Cartap e malationm) aos inimigos naturais. 
 
 
QUADRO 2 - Inseticidadas Utilizados no Controle de Pragas do Maracujazeiro. 
Praga Nome 
técnico 
Nome comercial Carência 
(dias) 
Classe 
toxicológica 
Grupo 1/ 
Químico 
Lagartas Cartap 
Fenthion 
B. thuringiensis 
B. thuringiensis 
Cartap BR 500 
Lebaycid 500 
Thuricide 
* Dipel PM 
14 
21 
- 
- 
II 
II 
IV 
IV 
NT 
F 
BT 
BT 
Moscas das 
Frutas 
Fenthion 
Trichlorfon 
Lebaycide 500 
* Dipterex 500 
21 
07 
II 
II 
F 
F 
Percevejos Fenthion 
Trichlorfon 
Lebaycide 500 
* Dipterex 500 
21 
07 
II 
II 
F 
F 
1/ BT - Bacteriano, F - Fosforado, NT - Grupo da Nereistoxina (dos biocarbamatos) 
• inseticidas não registrados para a cultura, embora eficientes. 
 
 
 
 129
III- BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, 
G.C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S.B. & 
VENDRAMIN, J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 
649 p. 
GRAVENA, S. 1980. Perspectiva do manejo integrado de pragas do maracujá. In: 
RUGGIERO, C. Cultura do maracujazeiro. FCAV. 147p. 
LIMA, M.F.C.; VEIGA, A.S.L. 1995 . Ocorrência de inimigos naturais de Dione juno juno(CR.), Agraulis vanillae maculosa (S.) e Eueides isabella dianasa (HÜB.) (Lepidoptera: 
Nymphalidae) em Pernambuco. An. Soc. Entomol. Bras. , v.24, n.3, p.631-634. 
MANICA, I. Fruticultura tropical: 1. Maracujá. São Paulo: Ceres, 151p., 191. 
PICANÇO, M.C.; GUEDES, R.N.C.; BATALHA, V.C. & CAMP OS, R.P. 1996. Toxicity 
of insecticides to Dione juno juno (Lepidoptera: Heliconidae) and selectivity to two of its 
predaceous bugs. Trop. Sci, 36: 51-53. 
SAMPAIO, A. 1980. Pragas do maracujazeiro. In: RUGGIERO, C. Cultura do maracujá. 
Jaboticabal: FCAV/UNESP, p.77-81. 
SÃO JOSÉ, A.R. A cultura do maracujá no Brasil. Jabuticabal, FUNEP, 1991, 247p. 
SILVA, M.S.; BUCKNER, C.H.; PICANÇO, P. & CRUZ, C.D . 1997 Influência de 
Trigona spinipes Fabr. (Hymenoptera: Apidae) na polinização do maracujazeiro amarelo. Na. 
Soc. Ent. Brasil, 26(2): 217-221. 
VILLANI, H.C.; CAMPOS, A.R. & GRAVENA, S. 1980. Eficiência de Bacillus 
thuringiensis (Berliner) e Fenitrotion + Fenvalerate no controle da lagaeta do maracujá dione 
juno juno (Cramer, 1977) (Lepidoptera: Heliconidae).Na. Soc. Ent. Brasil. 9(2): 255-260. 
 130
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO PÊSSEGO 
Marcelo PICANÇO 
Alberto Luiz MARSARO JÚNIOR 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRAGAS DO PÊSSEGO 
A. Pragas chaves 
A.1. Mosca das frutas 
- Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) 
 
Características 
larvas – Sua cor varia de branca a branco-amarelada, corpo liso e sem pernas. As larvas 
quando totalmente desenvolvidas medem cerca de 6 mm de comprimento. 
adultos – Possuem as asas hialinas com uma mancha em forma de S que vai da base à 
extremidade, sendo que na margem posterior, junto a esta, há outra mancha em forma de V 
invertido, sendo essas duas manchas sombreadas de preto. 
 
Injúrias 
- As fêmeas adultas devido ao fato de ovipositarem nos frutos causam pontuações escuras na 
epiderme dos mesmos. 
- As larvas fazem galerias na polpa do fruto produzindo um “apodrecimento” interno, ficando 
a área atacada decomposta, úmida e escurecida. 
OBS: Em consequência dessas injúrias o fruto fica inviável para a comercialização. 
 
A.2 Mariposa oriental 
-Grapholita molesta (Lepidoptera: Olethreutidae) 
 
Características 
larvas – Sua cor varia de branco-creme a levemente amareladas e, quando totalmente 
desenvolvidas medem cerca de 14 mm de comprimento. 
adultos – O adulto é um microlepidoptero de aproximadamente 12 mm de envergadura, asas 
anteriores retangulares, cinzento-escuras, com a margem externa franjada, sendo as asas 
posteriores mais claras, arredondadas e também franjadas. 
 131
Injúrias 
- As larvas fazem galerias nos ramos tenros dos ponteiros e também no interior dos frutos. 
OBS: Em consequência dessas injúrias ocorre o murchamento dos ponteiros e posterior 
secamento, e em relação ao fruto este torna-se inviável para a comercialização quando 
injuriado pela larva. 
 
B. Pragas secundárias 
 
B.1 Cochonilha branca 
- Pseudaulacaspis pentagona (Homoptera: Diaspididae) 
 
Características: 
A fêmea adulta de P. pentagona possui uma carapaça irregularmente circular, um pouco 
convexa, de coloração branca a amarelada, com 2 a 2,5 mm de diâmetro. Possui duas estrias 
centrais de coloração alaranjada. O macho adulto é provido de pernas, asas e antenas, podendo 
voar para fecundar as fêmeas que são fixas. 
 
Injúrias: 
- As injúrias causadas pelas cochonilhas são manifestadas pela sucção contínua de seiva e 
pelas substâncias tóxicas, que são introduzidas através de picadas, as quais enfraquecem a 
planta, que pode, assim tornar-se totalmente improdutivas. 
 
B.2 Pulgão pardo do pessegueiro 
- Brachycaudus (Appelia) schwartzi (Homoptera: Aphididae) 
 
Características 
Forma áptera - coloração pardo-escura ou ocre brilhante, com sete a oito faixas escuras 
transversais sobre o dorso abdominal e sifúnculos negros. 
Forma alada – A forma alada apresenta o primeiro segmento tarsal do último par de pernas 
com quatro pelos. Abdomem amarelo a esverdeado, com mancha irregular grande, que cobre a 
maior parte do dorso e manchas laterais grandes. 
Injúrias 
- Os pulgões instalam-se nas brotações da planta, alojando-se na face inferior das folhas, 
sugando-lhes a seiva e causando o encarquilhamento e deformação das folhas e enrolamento 
dos brotos. 
 132
B.3 Ácaro rajado 
- Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) 
 
Características 
adultos – As fêmeas apresentam duas manchas verde-escuras no dorso. 
 
Injúrias 
- As folhas atacadas pelo ácaro apresentam o limbo levemente ondulado e quando o ataque se 
verifica nas folhas mais novas, estas chegam a se curvar e mesmo a se enrolar, o que resulta 
em um desfolhamento. 
 
B.4 Ácaro prateado 
- Aculus cornutus (Acari: Eriophydae) 
 
Características 
adultos – Pequenos, alongados, vermiformes, de coloração amarelada e apresentam quatro 
pernas. 
 
Injúrias 
- As folhas atacadas podem apresentar manchas amareladas, com pequenas deformações, ou 
tornar-se enroladas, formando um cartucho. Podem ainda exibir a face superior embaçada e 
espelhada ou prateada. 
 
B.5 Coleobrocas 
 
B.5.1 – Broca das rosáceas – Scoytrus regulosus (Coleoptera: Scolytidae) 
 
Características 
adultos – Apresentam coloração pardo-avermelhada e élitros pontuados. 
 
B.5.2 – Broca do pessegueiro – Diploschema rotundicolle (Coleoptera) 
 
Características 
adultos – Apresentam coloração amarelo-acastanhada, apresentando pronoto arredondado 
lateralmente, coberto por densa pilosidade amarela; a margem interna e externa dos élitros 
possui um friso castanho-escuro. 
 133
B.5.3 – Broca do tronco – Macropophora accentifer (Coleoptera) 
 
Características 
adultos – Apresentam coloração geral cinzenta; élitros com numerosas pontuações pretas, 
muito pequenas e diversas manchas grandes, escuras e esbranquiçadas. 
 
B.5.4 – Broca dos ramos do pessegueiro – Oreodera quinquetuberculata (Coleoptera: 
Cerambycidae)) 
 
Características 
adultos – Apresentam coloração marrom escura e é coberto de pubescência esbranquiçada. 
 
Injúrias 
 
- As coleobrocas podem causar prejuízos sensíveis, construindo galerias nos troncos ou nos 
ramos, podendo destruir total ou parcialmente as plantas. 
 
II. TOMADA DE DECISÃO 
 
II.1. Amostragem, monitoramento e nível de controle 
Inseto Unidade amostral Nível de controle 
Mosca das frutas Armadilha com suco (2-4/ha) 6 moscas/aramadilha/semana 
Mariposa oriental Armadilha com suco (2-4/ha) 
Armadilha com feromônio sexual (1-2/ ha) 
20 mariposas/armadilha/semana 
40 mariposas/armadilha/semana 
 
II.2. Procedimentos para a instalação das armadilhas: 
 
- Recipientes: Armadilha tipo McPhail ou adaptações como: recipientes de vinagre, 
detergente, soro, etc...; 
-.Atrativos: Suco de frutas na proporção de 1:10, (1 parte de suco p/ 10 partes de água), que 
devem ser coados. Podem ser utilizados como atrativos: sucos de pêssego, laranja, goiaba e 
algumas frutas silvestres; 
-Reposição: Do atrativo: a cada 3 a 4 dias, e do feromônio: a cada 7 semanas; 
- Altura: De 1,70 a 1,90 m e colocada na parte de dentro da copa; 
- -Períodos: Para mosca das frutas 30 dias antes do inchamento dos frutos e para a mariposa 
oriental um pouco antes do lançamento dos novos ramos; 
 134
-Avaliação: Avaliar as armadilhas 2 vezes por semana e anotar o número de insetos 
capturados. 
 
III. Estratégias do MIP 
III.1. Preservação dos Inimigos naturais; 
III.2. Reduções da população de pragas; 
III.3. Redução da suscetibilidade hospedeira; 
III.4. Conhecimento das outras plantas hospedeiras; 
III.5. Redução da competição com a cultura; 
III.6. Aumento da diversidade do agroecossistema. 
 
IV. Táticas do MIP 
 
IV.1) Controle cultural 
- Eliminação de frutos temporões; 
- Manutenção de faixas nas entre-linhas; 
- Após a poda de limpeza, manter os ramos, nas entre-linhas (por 30 dias); 
- Destruição dos ponteiros da copa do pesssegueiro no momento do esladroamento.IV.2) Controle biológico 
Grupo Ordem Espécie Família Praga controlada 
Parasitóide Hymenoptera Opius bellus Braconidae mosca das frutas 
Parasitóide Hymenoptera Aganaspis pelleranoi Eucoilidae mosca das frutas 
Parasitóide Hymenoptera Pachycrepoideus vindemmiae Pteromalidae mosca das frutas 
Predador Hymenoptera Solenopsis sp Formicidae mosca das frutas 
Predador Hymenoptera Polistes versicolor versicolor Vespidae mariposa oriental 
Predador Hymenoptera Protonectarina sylveirae Vespidae mariposa oriental 
Predador Hymenoptera Protopolybia exigua Vespidae mariposa oriental 
Fonte: Salles (1997) 
 
IV.3) Controle químico 
 
IV.3.1) Isca tóxica em armadilhas 
- Procedimentos: 
- Deve-se utilizar 1 armadilha a cada 5 plantas; 
 135
- Adicionar 2 ml de Trichlorfon por litro de suco diluído; 
- Reabastecer semanalmente 
 
IV.3.2) Isca tóxica em aspersão 
Procedimentos: 
- Adicionara 2 ml de Malation por litro de suco diluído; 
- Aplicar em uma área foliar de 1 m 2 por planta em 25 % das plantas; 
-Aplicar na planta no lado do sol nascente; 
- Aplicação pela manhã para mosca das frutas e à tarde para mariposa oriental. 
 
IV.3.3) Pulverização convencional 
-Utilizar os inseticidas recomendados 
 
IV.4) Resistência de plantas 
 
Resultados de experimentos indicam que a resistência a danos por Grafolita está diretamente 
relacionada ao período de crescimento do fruto. Como os frutos atacados no período de 
crescimento, quanto mais longo esse período maiores serão os danos. As cultivares precoces, 
como Ágata, Precocinho e Diamante são menos danificadas que as tardias, é um caso de 
evasão hospedeira. 
 
 
V. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
CROCOMO, W. B. 1990. Manejo Integrado de Pragas. FEPAF, Faculdade de Ciências 
Agronômicas- UNESP- Botucatu, L. G., Tanaka, H. SP. 358 p. 
GALLO, D., NAKANO, O., SILVEIRA NETO, S., CARVALHO, R.D.L., BATISTA, 
G.C. DE, BERTI FILHO, E., PARRA, J.R.P., ZUCCHI, R.A., ALVES, S.B. & 
VENDRAMINI, J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica 
Ceres. 649 p. 
SACHS, S. 1984. A cultura do pessegueiro, Pelotas, R.S., Comitê de Publicações, 156 p. 
SALLES, L. A. B. 1990. A cochonilha branca do pessegueiro, Pseudaulacaspis pentagona 
(Homoptera: Diaspidae). Pelotas, R.S., EMBRAPA. Circular Técnica, 10 p. 
SALLES, L. A. B. 1991. Grapholita molesta – Bioecologia e controle. Pelotas, R.S., 
EMBRAPA. Documentos, 42. 13 p. 
 136
SALLES, L. A. B. 1991. Anastrepha fraterculus – Bioecologia e controle. Pelotas, R.S., 
EMBRAPA. Documentos, 41. 16 p. 
SALLES, L. A. B. 1997. A Mosca-das-frutas: Biologia, Comportamento e Controle. In: 
Informe Agropecuário: Pessegueiro e Ameixeira, Belo Horizonte, v. 18, n. 189, p. 62-67. 
SANTA-CECÍLIA, L. V. C. & SOUZA, B. 1997 . Reconhecimento e Manejo das Principais 
Pragas do Pessegueiro. In: Informe Agropecuário: Pessegueiro e Ameixeira, Belo Horizonte, 
v. 18, n. 189, p. 56-62. 
 137
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO ALGODOEIRO 
 
Marcelo PICANÇO 
Luciano Andrade MOREIRA 
Isaias de OLIVEIRA 
Angelo PALLINI FILHO 
I. PRAGAS CHAVE 
 
1. Pulgões: 
- Aphis gossypii (Glover) e Myzus persicae (Sulzer) (Homoptera: Aphididae) 
 
a) Características 
Colônias de insetos sugadores de 2-3mm, corpo mole, com sifúnculos, coloração amarela-
esverdeada a marrom ou preta. 
 
b) Injúrias 
Sugam seiva, provocando murchamento e secamento das plantas; encarquilhamento de folhas 
e deformação de brotações; aparecimento de fumagina; vetores de viroses principalmente a 
doença azul do algodão considerada o principal problema da cultura do algodão no Brasil 
devido o plantio de variedades muito suscetíveis a esta doença. 
 
2. Mosca branca 
Bemisia argentifolii (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) 
 
a) Características 
- A mosca branca é um inseto muito pequeno e bastante parecido com uma mariposa em 
miniatura. O tamanho aproximado das fêmeas é de 0,9 mm e dos machos de 0,8mm. 
 
b) Injúrias 
 Alimenta-se da seiva das plantas, podendo levá-las à morte ou a diminuicão da produção, 
especialmente quando há alta densidade populacional do inseto. Além disso, elimina uma 
excrecão açucarada que induz o aparecimento de fungos, provocando o apodrecimento dos 
ramos, folhas, flores e frutos. 
 
3. Bicudo do Algodoeiro 
- Anthonomus grandis Boh. (Coleoptera: Curculionidae) 
 
 138
a) Características 
.ovos - brancos brilhantes, colocados em cavidades abertas nos botões florais ou maçãs; após 
a postura são fechados com substância cerosa. 
.larvas - brancas; destroem botões, flores e maçãs. 
.pupas - livres, brancas, com duas protuberâncias no protórax. 
.adultos - marrom-amarelados, rostro longo; dois espinhos no fêmur anterior. Ocorrem até 
sete gerações/ano. Ativos das 9 às 17h. 
 
b) Injúrias 
Queda anormal de botões florais, flores e maçãs. Pode causar redução na produção de até 
70%. 
 
4. Lagarta das Maçãs 
- Heliothis virescens (Fabr.) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
a) Características 
.ovos - brancos, cilíndricos, isolados nos ponteiros, folhas e sépalas das plantas. 
.lagartas - 35 mm, coloração variável: verde, amarelada, pardo ou rosada, com faixas escuras 
pelo corpo. Cabeça marrom. 
.pupas - marrons, no solo. Pode haver diapausa (90-130 dias). 
.adultos - 25-35 mm de envergadura. Asa anterior verde-amarelada com três faixas marrons 
oblíquas. 
 
b) Injúrias 
Atacam as maçãs e botões, favorecendo a entrada de patógenos. 
 
5. Lagarta Rosada 
- Pectinophora gossypiella (Saund.) (Lepidoptera: Gelechiidae) 
 
a) Características 
 ovos - brancos, isolados nas brácteas das maçãs. 
 lagartas - 12 mm, rosadas. Esbranquiçadas nos dois primeiros estádios. 
.pupas - marrons, na planta ou no solo. 
.adultos - 15mm de envergadura, asa anterior marrom-clara com manchas escuras e asas 
posteriores franjadas. 
 139
b) Injúrias 
Flor em "roseta" (não forma maçã). Destruição de maçãs (fibras e sementes). Maçãs 
defeituosas ("carimã ") que não se abrem normalmente. 
 
 4. Curuquerê 
- Alabama argillacea (Hueb.) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
a) Características 
.ovos - 0,6mm de diâmetro; verde-azulados, achatados; isolados na face inferior das folhas. 
.lagartas - cor varia de verde (baixa infestação) a preta (alta infestação). Listras longitudinais 
no dorso e pontuações na cabeça. 
.pupas - marrom-escuras, presas às folhas. 
.adultos -35-40mm de envergadura. Coloração geral acinzentada e avermelhada. Mancha 
escura nas asas anteriores. 
 
b) Injúrias 
Desfolhamento. 
 
II. PRAGAS SECUNDÁRIAS 
A. Pragas Iniciais: 
Do início do desenvolvimento até 70-80 dias do plantio. 
 
1. Tripes: 
- Thrips tabaci Lind. e Frankliniella sp. (Thysanoptera: Thripidae) 
 
a) Características 
Cor amarelo esverdeada a marrom. 1-2mm de tamanho. Adultos com asas franjadas. 
 
b) Injúrias 
Encarquilhamento dos ponteiros. Folhas coriáceas e com estrias prateadas. Queda de folhas. 
 
2. Broca da Raiz: 
- Eutinobothrus brasiliensis (Hambleton) (Coleoptera: Curculionidae) 
 
a) Características 
Larvas brancas ou amareladas, ápodas e recurvadas, em galerias na região do colo da planta. 
 140
Adultos pardo-escuros com rostro pequeno. Sem espinhos nos fêmures anteriores. 
 
b) Injúrias 
Secamento da planta por broqueamento de caule e raízes. 
 
3. Percevejo Castanho: 
- Scaptocoris castanea Perty (Heteroptera: Cydnidae) 
 
a) Características 
 ovos - oviposição no solo. 
 ninfas - brancas, com odor desagradável e vivem no solo, sugando as raízes das plantas. 
 adultos - marrons. Odor característico quando perturbados. Na seca, aprofundam-se no solo e 
na chuva, vem à superfície. Ocorrem revoadas ao entardecer ("nuvens"). 
 
b) Injúrias 
Adultos e ninfas sugam seiva, injetando toxinas nas raízes, provocando amarelecimento da planta e 
posterior secamento. 
 
B. Pragas Tardias: 
A partir de 80-100 dias do plantio, até o final do cultivo. 
 
1. Ácaros: 
 
1.1. Rajado 
- Tetranychus urticae(Koch) (Acari:Tetranychidae) 
 
a) Característica 
.esverdeados com duas manchas escuras de cada lado do dorso. 
 
b) Injúrias 
Necrose e queda foliar (folhas ficam vermelhas). Redução no crescimento. 
 
1.2. Vermelho 
- Tetranychus ludeni Zacher (Acari:Tetranychidae) 
 
 
 
 141
a) Característica 
.coloração vermelha intensa. Ataque no terço médio das plantas com presença de teia. 
 
b) Injúrias 
Idem ao anterior. 
 
1.3. Branco 
- Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acari: Tarsonemidae) 
 
a) Características 
.Branco-esverdeados, atacam os ponteiros sem teia. 
 
b) Injúrias 
Folhas verde-escuras com bordos enrolados para baixo, tornam-se coriáceas e rasgam. 
2. Percevejo Rajado 
- Horcias nobilellus (Berg.) (Heteroptera: Miridae) 
 
a) Características 
Vermelho brilhantes com listras no escutelo e hemiélitro formando "V". 
 
b) Injúrias 
Queda de botões florais, flores e maçãs novas. Sugando maçãs, deformam-nas (bico de 
papagaio), que não se abrem, reduzindo a produção. 
 
3. Manchadores: 
- Dysdercus spp. (Heteroptera:Pyrrhocoridae). 
 
a) Características 
.ninfas - avermelhadas. 
.adultos - com asas marrons e amarelas. 
 
b) Injúrias 
Atacam capulhos, manchando-os com dejetos. Sugam sementes (menor teor de óleo). Sugam 
maçãs (deformação e apodrecimento) com queda das mesmas. 
 
 
 142
III.T ÁTICAS DO MIP 
1. Pragas Chaves 
 
- Pulgões 
- Mosca branca 
- Bicudo do algodoeiro 
- Lagarta das maçãs 
- Lagarta rosada 
- Curuquerê do algodoeiro 
 
2. Amostragem: área mínima: 10 ha. 
 
2.1. Amostragem convencional (Quadro 1) 
 
Quadro 1 - Número de levantamentos: depende do estágio fenológico da cultura. 
Número de levantamentos por semana Fase da Cultura 
1 
2 
3 
até florescimento 
florescimento até 1º capulho 
1º capulho até colheita 
 
- O Quadro 2 é auto explicativo. Amostrar plantas até o ponto circundado para cada praga. de 
acordo com o número encontrado de indivíduos, calcula-se a porcentagem de infestação, 
dependendo do nível de controle da praga. 
 
2.2. Amostragem Sequencial (Quadro 3). 
 
- Quadro 3. Ficha de amostragem sequencial 
 
- Como usar: Dar notas : 0 - para botão danificado 
 1- para botão não danificado 
- Somar o resultado de cada amostragem (mínimo de 10) ao valor registrado anteriormente. Se 
cair entre os números do quadro, continuar. Se cair no limite inferior, aplicar controle 
químico, se for além do limite máximo, não controlar. Continuar a amostragem até o final do 
quadro e repetir a amostragem em 2 a 3 dias. 
 
- Número de amostras: 
- Método convencional: 50 ou 100 amostras por ha, em caminhamento de "zig-zag" ou 
demarcando cinco pontos de amostragem, onde são retirados 10 ou 20 amostras 
- Método sequencial: mínimo de dez amostras. 
 143
3. Nível de Controle: (Quadro 3) 
Quadro2. Ficha de amostragem pictográfica utilizada no nordeste. Amostagem convencional. 
Planta Cucuquerê Pulgão Inim. pulgão Bicudo lag. da maçã lag. rosada Ácaros 
01 
02 
03 
04 
05 ⊗ ⊗ ⊗ 
06 
07 
08 
09 
10 ⊗ ⊗ 
11 >15mm 
12 
13 
14 
15 ⊗ 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
23 
24 
25 ⊗ 
26 <15mm 
27 
28 
29 
30 
31 
32 
33 
34 
35 ⊗ 
36 
37 
38 
39 
40 
41 
42 
43 
44 
55 
46 
47 
48 
49 
50 
 144
Quadro 3 - Níveis de controle e de não ação para tomada de decisão de controle no MIP do algodoeiro. 
Praga Época de ocorrência Amostra Nível de controle Nível de não-ação 
Pulgão até 60 dias plantas 70% plantas atacadas 22% de IN nos ponteiros 
Tripes até 30 dias folhas 6 tripes/folha - 
Ácaros 
- rajado 
- branco 
 
80-110 dias 
70-100 dias 
 
plantas 
plantas 
 
10% plantas atacadas 
40% plantas atacadas 
 
- 
- 
Bicudo 50 dias-final botões florais 
com grandlure 
10% plantas atacadas 
1 adulto/armadilha 
- 
- 
Curuquerê 90-140 dias plantas 2 lagartas/planta 
25% de desfolha 
0,5 -1,0 predador/presa/planta 
Lagarta das maçãs 70-120 dias plantas 
 
com virelure 
ovos: 20% ponteiros 
lagartas: 15% pont. atacados 
10 adultos/armadilha 
1,0 predador chave/planta 
 
Lagarta rosada 80-120 dias maçãs 
com gossyplure 
5% maçãs atacadas 
10 adultos/armadilha 
- 
- 
Percevejos 
- rajado e manchador 
- mosquito 
90-140 dias plantas 
20% infestação 
50% de infestação 
- 
 145
4. Controle Cultural 
a) Variedades Comerciais: 
- IAC-20: mais precoce, ciclo mais determinado, favorecendo nas pulverizações contra bicudo e 
lagarta rosada. 
b) Espaçamento, stand e época de plantio: 
- A época de plantio recomendada fará com que as plantas produzam os botões florais do 
baixeiro mais cedo, escapando da época de maior infestação do bicudo. 
c) Cultura armadilha, "cultura soca" ou "soqueira", e vara-isca: 
- A cultura armadilha atrai e agrega os bicudos, remanescentes da safra anterior. Plantar cerca de 
20 a 30 dias antes do plantio definitivo em faixas perto de riachos, matos ou culturas perenes. 
Pulverizações semanais, evitam o ataque intenso do bicudo até 100 dias de idade das plantas. 
- Cultura soca ou soqueira: deixar faixas de restos de cultura para que o bicudo remanescente da 
safra anterior fique nessa área, que será pulverizada periodicamente. 
- Vara-isca: haste de madeira impregnada de feromônio sexual, e tratada com inseticida. 
d) Catação de botões florais e maçãs novas no solo: 
- Para pequenas áreas, recomenda-se até 100-110 dias da emergência das plantas, o que vai 
retardar altas infestações na segunda geração da praga. Deve ser feita semanalmente. 
e) Reguladores de crescimento: 
- Em solos férteis ou adubações pesadas, utiliza-se produtos anti-giberélicos (Cycocel, Tuval ou 
Pix) que agem por 25 a 30 dias. Após 10 a 12 dias da aplicação, as folhas ficam verde escuras e 
coriáceas, com maior lignificação da epiderme, observando-se menor ataque de sugadores em 
geral (pulgões, tripes e até acaro rajado) e infestações de lagartas rosada e da maçã de primeiro 
estádio. Há ação indireta sobre as pragas que atacam flores e frutos. Há antecipação de 10 a 12 
dias do início do florescimento e uniformidade de produção de botões do baixeiro, escapando do 
ataque de pragas tardias (lagarta rosada) e altas infestações do bicudo nas próximas gerações. 
 
5. Controle por Comportamento 
No Brasil, feromônios são utilizados dentro do MIP, com objetivo de amostrar a população do 
bicudo, lagarta da maçã e lagarta rosada. (vide Quadro 3). 
 
 
 146
6. Controle Legislativo 
Arranquio e queima de restos culturais, visando a diminuição da população da broca da raiz, 
lagarta rosada e bicudo. Decreto estadual de SP, onde a medida deve ser tomada até o dia 15 de 
julho de cada ano. 
 
7. Controle Biológico 
 
a) Natural (Quadro 4) 
 
Quadro 4. Principais Inimigos Naturais das Pragas do Algodoeiro 
Inimigo 
Natural 
Grupos Espécie (Família) Pragas Controladas 
Predadores Ácaros 
predadores 
(Phytoseiidae) ácaros ácaros 
 * Nabis sp. (Nabidae) Ovos e lagartas de 1os ínstares 
 Heteroptera * Geocoris sp. (Lygaeidae) Ovos e lagartas de 1os ínstares 
 Podisus sp. (Pentatomidae) Lagartas e percevejos 
 Calosoma granulatum (Carabidae) Lagartas 
 Callida scutelaris (Carabidae) Lagartas 
 Coleoptera * Lebia concina (Carabidae) Lagartas 
 * Cycloneda sanguinea (Coccinelidae) Pulgões 
 Scymnus spp. (Coccinelidae) Ácaros 
 Neuroptera * Chrysopa spp. (Chrysopidae) Pulgões 
 Chrysoperla spp. (Chrysopidae) Pulgões 
 Dermaptera Doru lineare (Forficulidae) Ovos de Lepidoptera 
Parasitóide Hymenoptera Campoletis sonorensis (Ichneumonidae) Lagartas em geral 
 *Euplectrus spp. (Eulophidae) Lagartas em geral 
 *Trichogramma spp. (Trichogrammatidae)Ovos 
 Diptera Eutrichopodopsis nitens (Tachinidae) Ovos de percevejos 
 Patelloa similis (Tachinidae) Lagartas 
Patógenos Vírus Poliedrose Nuclear (doença preta) Lagartas em geral 
 Fungo Nomuraea rileyi (doença branca) Lagartas em geral 
* Inimigos naturais - chave. 
 
b) Aplicado: 
- Liberação do parasitóide de ovos, Trichogramma sp., para controle do curuquerê e da lagarta da 
maçã (60 a 90 mil indivíduos/ha). 
 
8. Controle Químico 
a) Tratamento de Sementes: 
- Semente Preta: tratamento com produtos sistêmicos (dissulfoton 50P e forate 50P, na base de 
 147
2% de i.a. em relação ao peso da semente e carbofuran 350F e acefato 75 PM a 1 litro por 100 kg 
de sementes). Poder residual de 40-50 dias após a germinação do algodão. 
 
b) Granulados sistêmicos no sulco: 
- Para pulgões, tripes, broca da raiz e percevejo castanho em substituição às sementes pretas. 
Granulados como aldicarb 10G (10 kg/ha), carbofuran 5G, dissulfoton 5G (20 kg/ha). Poder 
residual de 50-60 dias após a germinação. 
 
c) Iscas para Mariposas: 
- 1 kg de melaço + 10 l de agua + 25 g de metomil 21,5 PS e usadas na base de 0,5 l em 15 m 
lineares de cultura, a cada 50 m. Para controle de curuquerê, lagarta da maçã e lagarta rosada. 
 
- Os produtos comerciais mais utilizados se encontram no Quadro 5. Lembrar da importância 
de utilização de produtos seletivos, na medida do possível, para a manutenção de inimigos 
naturais na lavoura. 
- 
Quadro 5. Principais Produtos Químicos Utilizados na Cultura do Algodoeiro 
Praga Princípio ativo Classe Toxicológica Observação 
Bicudo Endosulfan 
Deltametrina 
Fenvalerato 
Fenvalerato 
Phosmet 
Parathion metílico 
Fenvalerato 
Malathion 
Azinfos etil 
Grandlure,Malation 
I 
III 
I 
II 
II 
I 
I 
III 
I 
III 
Seletivo 
 
Seletivo 
Pulgão Endossulfan I Seletivo 
Tripes Demeton metílico 
Tiometon 
Triazifós 
Phosphamidom 
I 
II 
I 
I 
Seletivo 
Seletivo 
Curuquerê Triclorfon II 
 148
Lagarta das 
maças 
Diflubenzuron 
Endossulfan 
Phosmet 
Deltametrina 
Fenvalerato 
Cypermethrin 
Deltametrina 
B. thuringiensis 
Carbaryl 
Clorpirifós 
Metomil 
Monocrotofós 
Monocrotofós 
Profenofós 
Lambdacyhalothrin 
IV 
I 
II 
II 
II 
II 
III 
IV 
II 
II 
I 
I 
I 
II 
II 
Seletivo 
Seletivo 
Seletivo 
Ácaro rajado Bromopropylate 
Propargite 
Dicofol 
Tetradifon 
Lactona 
Dicofol 
III 
III 
II 
III 
I 
II 
 
 
Seletivo 
Ácaro branco Profenofós 
Endossulfan 
Triazofós 
Propargite 
Dicofol 
II 
I 
I 
III 
II 
 
Fonte: Busoli (1991) 
 
9. Outras Táticas 
 
- Pulgões como estratégia de MIP: 
.Os inimigos naturais gerais são atraidos pelos pulgões Aphis gossypii (Glover) (praga inicial). 
Após instalação (alimentando-se de pulgões), os IN atuam no controle biológico de outras pragas, 
como o curuquerê, a lagarta da maçã e a lagarta rosada, entre outras. Há ainda a secreção 
açucarada ("honeydew") dos pulgões que atraem formigas predadoras de lagartas e de outras 
pragas. Outras espécies que atuam como alimento atrativo são as moscas brancas e os ácaros. 
- Nível de Não Ação: 
.significa que a partir de um número encontrado de inimigos naturais, numa amostragem, não é 
necessário realizar o controle químico (vide Quadro 3). 
 
 149
- Manipulação Ambiental: 
.Alfafa no algodão: 
- ocorre transferência de inimigos naturais de uma cultura (secundária) para outra (principal), 
utilizando-se cultivo de faixas de alfafa na área de algodão. 
.Milho no algodão: 
- há redução de 2 a 3 vezes no número de ovos de Heliothis spp. no algodão, pois há aumento de 
crisopídeos e percevejos predadores. 
.Sorgo no algodão: 
- os pulgões específicos do sorgo, atraem crisopídeos, coccinelídeos e sirfídeos que controlarão as 
pragas do algodão. A mosca do sorgo, atrai percevejos predadores de lagartas. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1996. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448p. 
CRUZ, V.R. 1987. Vamos conhecer e controlar o bicudo do algodão. (Instrução Prática, 233). 
Campinas, CATI. 17 p. 
GALLO, D., O. NAKANO, S. SILVEIRA NETO, R.D.L. CARV ALHO, G.C. BATISTA, E. 
BERTI FILHO, J.R.P. PARRA, R.A. ZUCCHI, S.B. ALVES, & J.D. VENDRAMIN, 1988. 
Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
LACA-BUENDIA, J.P. & M. BRANDÃO, 1991 . Bicudo-do-algodoeiro: nova praga da 
cotonicultura mineira. (Boletin Técnico, 34). Belo Horizonte, EPAMIG. 36 p. 
ZUCCHI, R.A., S.S.NETO, O. NAKANO, 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 150
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO ARROZ 
Marcelo Coutinho PICANÇO 
Daniel de Brito FRAGOSO 
 
I. RELAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DO ARROZ 
A. Pragas do sistema radicular e parte inferior do colmo 
 
1. Arroz de sequeiro 
- Cupins subterrâneos 
- Bicho bolo 
- Larva arame 
- Lagarta elasmo 
 
2. Arroz irrigado 
- Bicheira do arroz (Gorgulhos Aquáticos) 
 
B. Pragas da parte aérea 
1. Lagartas desfolhadoras 
2. Percevejos do grão 
3. Percevejos do colmo 
4. Cigarrinhas 
5 Broca-da-cana 
 
II. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DO ARROZ 
A. Pragas do sistema radicular e parte inferior do colmo 
 
1. Arroz de sequeiro 
 
1.1. Cupins subterrâneos 
- Syntermes (Isoptera: Termitidae) 
- Procornitermes (Isoptera: Termitidae) 
- Cornitermes (Isoptera: Termitidae) 
 
 151
a) Características 
- Possuem hábito subterrâneo e ninhos de forma variada, vivendo em colônias com formas 
sexuadas (casal real e alados com 2 pares de asas membranosas) e assexuadas (operárias e 
soldados, ápteros, com 5 a 10 mm de comprimento e sem olhos e ocelos, ao contrário de formas 
sexuadas). 
- Operárias: 
. Maior parte da população; brancas ou amarelo-pálidas e desempenham todas as funções da 
colônia exceto procriação. 
- Soldados: 
. Cabeça muito volumosa; marrom-amarelados com mandíbulas bem desenvolvidas; função de 
defesa e colaboram com as operárias. 
 
b) Injúrias 
- Atacam sistema radicular, destruindo-o total ou parcialmente. 
- Plantas ficam com aspecto seco e desprendem-se do solo facilmente quando puxadas. Em horas 
de sol quente, as folhas se enrolam rapidamente. Os soldados também cortam a parte aérea da 
planta; o ataque de cupins é mais intenso em áreas ocupadas antes por gramíneas e em solo de 
cerrado. 
 
1.2. Bicho Bolo ou Pão de Galinha 
- Stenocrates sp. (Coleoptera: Scarabaeidae) 
- Dyscinetus sp. (Coleoptera: Scarabeidae) 
- Euetheola humilis Burm., 1847 (Coleoptera: Scarabaeidae) 
 
a) Características 
Todas as 3 espécies são de cor marrom-escura a preta e adultos medem 21, 20 e 16 mm nas 
espécies Stenocrates sp., Dyscinetus sp. e E. humilis, respectivamente. As posturas são feitas no 
solo e larvas de 3 mm eclodem delas. Essas possuem cabeça marrom-clara, abdome com 
extremidade escura e chegam a medir 500 mm, são conhecidas por bicho-bolo ou pão de galinha 
e o período larval pode chegar a 20 meses. A empupação ocorre no solo e os adultos surgem após 
as primeiras chuvas. 
 
 152
b) Injúrias 
As larvas alimentam-se de raízes, causando amarelecimento e definhamento das plantas, que 
podem morrer, ocasionando falhas na lavouras. 
 
1.3. Larva arame 
- Conoderus spp. (Coleoptera: Elateridae) 
 
a) Características 
Besouros negros com cerca de 16 mm de comprimento e élitros pardos ferrugíneos pontuados 
com 4 manchas pretas. 
 
b) Injúrias 
Destróem as raízes causando amarelecimento e morte da planta. As touceiras são facilmente 
destacadas. 
 
1.4. Lagartas-elasmo 
- Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae). 
a) Características 
Vide pragas do milho. 
 
b) Injúrias 
Ataque das lagartas na altura do coleto onde constróem galerias e provocam o seccionamento das 
folhas centrais, secando-as e dando origem ao sintoma conhecido como "coração morto". Podem 
ocasionar grande mortalidade de plântulas, sendo necessário o replantio. 
 
2. Arroz irrigado 
 
2.1. "Bicheira do arroz" ou gorgulhoaquático 
- Helodytes foveolatus Duval (Coleoptera: Curculionidae) 
- Lissorhoptrus tibialis (Coleoptera: Curculionidae) 
- Neobagous sp. (Coleoptera: Curculionidae) 
- Hydrotimetes sp. (Coleoptera: Curculionidae) 
- Oryzophgus oryzae (Lima) (Coleoptera: Curculionidae) 
 153
a) Características 
Adultos possuem rostro e medem de 2,0 a 9,0 mm de comprimento. As larvas são claras com 
cabeça amarela e pêlos ralos sobre o corpo, não possuindo pernas torácicas nem abdominais (são 
ápodas). 
 
b) Injúrias 
Adultos alimentam-se de folhas novas, no entanto as larvas são mais prejudiciais, e podem 
provocar a destruição total das raízes. As plantas atacadas ficam menores, amareladas e as folhas, 
com as extremidades murchas. O ataque normalmente ocorre em reboleiras. 
 B. Pragas da parte aérea 
 
1. Lagartas desfolhadoras 
- Mocis Latipes (Guen.) (Lepidoptera: Noctuidae) 
- Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
a) Características 
Vide pastagem, milho e trigo. 
 
b) Injúrias 
Alimentam-se de folhas chegando, às vezes, a destruir grande parte da cultura. 
 
2. Percevejos do grão 
- Oebalus poecilus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) 
- O. ypsilongriseus (Heteroptera: Pentatomidae) 
- O. grisescens (Heteroptera: Pentatomidae) 
 
a) Características 
Adultos de cor marrom-clara com 8-10 mm de comprimento. O. poecilus possui no pronoto, 2 
manchas amareladas curvas e 3 manchas amarelas nos hemiélitros. O. ypsilongriseus possui as 3 
manchas nos hemiélitros, mas não as do pronoto e O. grisescens já não possuem manchas 
amarelas. As ninfas, inicialmente escuras, ficam com o tórax escuro e abdome amarelado, com 
 154
manchas negras. As posturas são normalmente feitas nas folhas, podendo ocorrer ainda no colmo 
e panículas. 
 
b) Injúrias 
São sugadores de grãos. Em grãos leitosos, estes podem ser totalmente esvaziados ou ficarem 
atrofiados; em grãos mais desenvolvidos formam-se pontos escuros na casca e brancos no 
endosperma. Grãos ficam fracos e com menor peso. 
 
3. Percevejo do colmo 
- Tibraca limbativentres Stal (Heteroptera: Pentatomidae). 
 
a) Características 
Percevejos de 15 mm e cor marrom clara dorsalmente e marrom escura ventralmente. Ninfas são 
de cores variáveis e escuras no 5º ínstar. Alta umidade do solo e soqueiras de gramíneas 
favorecem o desenvolvimento de altas populações do inseto. 
 
b) Injúrias 
Sintomas conhecidos como "coração morto" e "panícula branca". Introduz estilete nos colmos 
tornando chochas as panículas e introduzem na planta sua seiva tóxica. Definhamento da planta e 
chochamento das panículas pela ação tóxica da saliva. 
 
 4. Cigarrinhas 
- Deois flavopicta (Stal) (Homoptera: Cercopidae). 
- Tagosodes orizicolus (Muir) (Homoptera: Delphacidae) 
 
a) Características 
D. flavopicta (vide pastagens) ocorre em áreas próximas às pastagens, principalmente de 
braquiária. T. orizicolus possuem esporões bem desenvolvidos nas tíbias posteriores. 
 
b) Injúrias 
Sucção de seiva e, principalmente, introdução de toxinas, deixando plantas amarelas e necrosadas 
posteriormente. T. oziricolus é vetora da virose "hoja blanca" ainda não constatada no Brasil. 
 
 155
5. Broca-da-cana 
- Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
a) Características: Vide cana 
 
b) Injúrias 
Ataques na fase vegetativa originam o sintoma "coração morto". Na fase reprodutiva, ataca a base 
da panícula originando o sintoma "panícula branca" que se caracteriza pelo "chochamento" total 
ou parcial da panícula. 
 
III. TÁTICAS E ESTRATÉGIAS DO MIP 
A. Pragas chave 
 
1. Arroz de sequeiro 
- Cupins subterrâneos (principalmente em solo de cerrado). 
- Lagartas elasmo. 
 
2. Arroz irrigado 
- Bicheira da raiz 
- Percevejo do grão 
 
B. Amostragem 
- Amostragem em 5 pontos a cada 10 ha. 
- Avaliação das plantas presentes em 1 m2 em cada ponto. 
 
Praga Técnicas de amostragem 
Lagarta elasmo Avaliação da % de plantas com sintoma de ataque 
Bicheira da raiz Avaliação do número de larvas presentes nas raízes usando-
se peneira 
Percevejo do grão Contagem do número de insetos/m2 usando-se rede de 
varredura 
Percevejo do colmo Contagem do número de insetos/m2 usando-se rede de 
varredura 
Lagarta desfolhadora Avaliação da % de desfolha 
 
 156
C. Níveis de Ação para Fitófagos da Cultura do Arroz 
Fitófagos Níveis de ação* 
Cupins Quando o plantio anterior tiver apresentado manchas de plantas 
atacadas, correspondentes a 10% da área 
Percevejo do colmo Quando as plantas com 40 a 50 dias apresentarem em média de 1 
a 2 insetos/15 colmos 
Percevejo do grão Quando for observado 8 a 10 insetos/100 panículas 
Cigarrinhas Quando encontrar 1 ou mais cigarrinhas/15 colmos (ante do 
afilhamento) e 2 ou mais após este período 
Lagartas 
desfolhadoras 
Desfolhas nas fases vegetativas e reprodutivas estiverem entre 25-
30% e 15-20%, respectivamente 
Lagarta elasmo < 20colmos/m em arroz irrigado (antes da irrigação e afilhamento) 
e a 40colmos/m em arroz de terras altas 
Broca da cana Na fase vegetativa e reprodutiva forem encontradas 4 e 2 
posturas/100 colmos, e se o nível de parasistismo ovos for inferior 
a 50% 
Cascudo preto Infestações médias de 4 larvas ou 2 adultos/m2 
Bicheira da raiz A partir de 15 dias de irrigação forem encontradas, em média, 2 a 
3 larvas por amostra de solo e raízes 
*Estimativa para custo de tratamento correspondentes a 1000 kg/ha em arroz de sequeiro 
e 6.000 kg/ha em arroz irrigado 
Fonte: Ferreira (1995) 
 157
D. Táticas que Devem Ser Integradas para Reduzir a Infestação ou Danos Causados por Insetos 
em Arroz 
Táticas de manejo *Principais fitófagos 
1. Cultural 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
-Evitar plantios próximos de gramíneas 
hospedeiras de pragas do arroz 
 X X X X 
-Manter o solo livre de vegetação de 15 a 20 dias 
antes do plantio 
 X 
-Antecipar ou retardar época de semeadura de 
acordo com surtos de pragas 
 X X 
-Eliminar depressões do terreno, para permitir 
camada de água baixa e uniforme 
 X 
-Evitar plantio escalonado em de arroz na mesma 
área 
 X X X X X 
-Utilizar adubação equilibrada, evitando excesso 
de adubo nitrogenado 
 X X X 
-Adubação nitrogenada em cobertura X 
-Inundação dos quadros após a germinação (3 
dias) e pós-colheita (15 dias) 
 X X X 
-Destruir os restos culturais ou incorporação 
profunda dos mesmos 
X X X X X X X X X X 
2. Varietal 
-Utilizar variedades resistentes X X X X 
-Utilizar variedades de maior crescimento inicial X X 
-Utilizar variedades de ciclo curto X X 
-Utlizar variedades de maior volume radicular X X 
3. Mecânico 
-Coleta e destruição de plantas com alta 
concentração de ovos 
 X 
4. Biológico** 
Utilizar agentes microbiológicos de controle 
(Bacillus thurigiensis) 
 X X 
4. Químico 
-Uso racional de inseticidas X X X X X X X X X X 
*01=Cupim rizófago, 02=Percevejo do colmo, 03=Percevejo das panículas, 04=Cigarrinhas das 
pastagens, 05=Lagarta militar, 06=Lagarta dos capinzais, 07=Lagarta elasmo, 08=Broca do colmo, 
09=Cascudo preto, 10=gorgulho aquático. 
 
Fonte: Ferreira (1995) 
 
**Controle biológico 
 
 
 
 158
1. Natural 
 
Inimigo natural Praga controlada 
PREDADORES 
Pássaros Insetos em geral 
Carabidae (Coleoptera) Lagartas desfolhadoras e de solo 
Tesourinhas (Dermaptera) Lagartas desfolhadoras e ovos 
Reduviidae (Heteroptera) Lagartas desfolhadoras e percevejo-do-grão 
Vespidae (Hymenoptera) Lagartas desfolhadoras 
PARASITÓIDES 
Tachinidae (Diptera) Lagarta elasmo, lagartas defolhadoras e ninfas 
de percevejos-do-grão 
Encyrtidae (Hymenoptera) Ovos do percevejo-do-grão e percevejo-do-
colmo 
Trichogrammatidae (Hymenoptera) Ovos de lagarta elasmo 
Braconidae (Hymenoptera) Lagarta elasmo 
Ichneumonidae (Hymenoptera) Lagarta elasmo 
FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOSBeauveria bassiana Lagarta elasmo, percevejo-do-grão e percevejo-
do-colmo 
Metarhizium anisopliae Lagarta elasmo e percevejo-do-colmo 
BACTÉRIA ENTOMOPATOGÊNICA 
Bacillus thuringiensis Lagartas 
VÍRUS ENTOMOPATOGÊNICOS 
Baculovirus spodoptera Lagarta do cartucho do milho 
 
2. Aplicado 
- Uso de Bacillus thuringiensis no controle de lagartas 
 
 
 159
E. Inseticidas permitidos* para tratamento contra fitófagos da cultura do arroz 
Nome comum ou 
ingrediente ativo 
Grupo tóxico Pragas 
controladas** 
Dose (g/há ou g/100 
kg de sementes) 
Carência (dias) 
Bacillus thurigiensis IV 5,6 13-20 1 
Carbaryl 75P III 3,5,6,7,10 1.000-1.200 14 
Carbaryl 850PM II 2,3,5,6,7,10 1.000-1.300 14 
Carbaryl 480SC II 5,6,7,10 900-1.100 14 
Carbofuran 50G I 10 750-1.000 30 
Carbofuran 350SC I 1,4,7 525-550 - 
Carbosulfan 350TS II 1,4,7 525-700 - 
Thiodicarb 350SC II 1,4,7,9 525-600 - 
Furathiocarb 400SC III 7 320 - 
Deltamethrin 25CE II 6,10 5-12 37 
Cypermethrin 200Ce II 5 10-14 11 
Cyfruthrin 50CE I 2,5 7-10 20 
Esfenvalerate 25CE I 5 25 21 
Fenvalerate 200CE I 5 60-90 21 
Fenitrothion 500CE II 2,3,5,6,7,8 625-1.250 14 
Lambdacyalothrin 50CE II 5 7,5 14 
Malathion 500CE III 2,3,5,6 1.000-1.250 7 
Parathion metil 384CE I 2,3,5 210-400 15 
Permethrin 384CE II 5 25 20 
Trichlorfon 500SC II 2,5,6,7 500-100 7 
*Com base no registro do MAARA. 
**01=Cupim rizófago, 02=Percevejo do colmo, 03=Percevejo das panículas, 04=Cigarrinhas das 
pastagens, 05=Lagarta militar, 06=Lagarta dos capinzais, 07=Lagarta elasmo, 08=Broca do colmo, 
09=Cascudo preto, 10=gorgulho aquático. 
 
Fonte: Ferreira (1995) 
 
IV. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1993. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448p. 
 160
EMBRAPA. 1996.Recomendações técnicas para o cultivo de arroz de sequeiro. Centro Nacional de 
Pesquisa de Arroz e Feijão, Embrapa-SPI, 31p. 
FERREIRA, E. 1995. Pragas: diagnóstico e controle. In: Seja doutor do seu arroz. POTAFOS. 
Piracicaba. p.8-16. 
FERREIRA, E; ZIMMERMANN, F. J. P & MARTINS, J. F. de S. 1994. Infestação, dano e 
controle de insetos prejudiciais ao arroz de sequeiro. Pesq. Agropec. Bras. 29, (12): p.1861-1876. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. de; 
BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES , S.B. & VENDRAMIN, J.D. 1988. 
Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 
 161
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO CAFEEIRO 
 
Carlos Alberto LIMA 
Marcelo PICANÇO 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
A. Pragas chaves 
 
1. Bicho-mineiro- Perileucoptera coffeella (Guérin-Meneville) (Lepitoptera: Lyonetiidae) 
a) Características 
ovos - postura noturna na página superior da folha de no máximo 57 ovos/fêmea com eclosão em 5-21dias. 
lagartas - lagartinhas de no máximo 3,5 mm de comprimento de coloração branca, anelada que 
ficam "escondidas" dentro das lesões (minas) construídas pelas próprias lagartas. 
pupas - localizadas na região da "saia" do cafeeiro na página inferior das folhas sob teias em 
formato de "X". 
adultos - mariposa de coloração geral branco prateada de cerca de 6,5 mm de envergadura e 2,2 
mm de comprimento. 
 
b) Injúrias: Lesões nas folhas (minas), diminuição da área fotossintética, quedas das folhas. 
Problemas maiores em espaçamentos mais largos. 
 
2. Broca do Café - Hypothenemus hampei (Ferrari) (Coleoptera: Scolitidae) 
a) Características 
ovos - pequenos, brancos, elípticos e com brilho leitoso ovipositados no interior da semente. 
larvas - coloração esbranquiçada causando perfurações no interior das sementes. 
pupas - no interior das sementes, esbranquiçadas; castanho clara. 
adultos - besouro de coloração escura e brilhante, corpo cilíndrico recurvado para a região 
posterior, 1,6 mm. O macho não voa, vivendo no fruto onde se origina. 
 
b) Injúrias: Fêmea fecundada, perfura a região da coroa, oviposita em câmaras feitas nas sementes 
e as larvas passam a broquear as sementes. Queda do fruto, perda de peso, apodrecimento devido 
a entrada de fungos, perda na classificação por tipo e bebida. Problemas maiores em plantio 
 162
adensado e lavouras de Café Robusta (Conillon). 
 
B. Pragas Secundárias 
 
1. Cigarras do cafeeiro - Homoptera: Cicadidae 
Quesada gigas (Olivier); Fidicina pronoe (Walker) e Carineta sp. 
 
a) Características 
ovos - postura endofítica em linha na casca dos ramos do cafeeiro. 
ninfas - ninfas móveis dirigem-se ao solo e instalam-se na raízes. Após o período ninfal, ao redor 
de um ano, saem do solo (onde se verifica vários furos), instalam-se nos troncos (ninfa imóvel) e 
eclodem os adultos. 
adultos - possuem coloração, em geral, escura, verde oliva a marrom, asas transparentes com 
algumas manchas escuras. Na época da revoada, de setembro a março, o macho emite o seu canto 
para atrair a fêmea. 
Q. gigas: 60 a 70 mm de comprimento, sendo as demais de tamanho variável entre 20 a 30 mm. 
 
b) Injúrias: Depauperamento da planta, clorose e queda apical das folhas dos ramos, queda da 
produção, perda da lavoura. 
 
2. Mosca das Raízes ou Bicheira das Raízes: Chryomiza spp. (Diptera: Stratiomyidae) 
 
a) Características: As larvas encontram-se no solo (até 30-40 cm de profundidade) junto às raízes 
finas e nas mais grossas próximas ao tronco, onde alimentam-se da casca. Estas têm forma e 
tamanho variados; e a coloração pode ser branca, creme e escura. 
 
b) Injúrias: Causam pequenas feridas negras abaixo da casca devida a entradas de fungos e outros 
microrganismos. Ocorre rápido definhamento nas plantas, comprometendo a produção. 
 163
3. Cochonilhas 
a) Características 
- (Homoptera: Coccidae): 
- Cocus viridis (Green) - cochonilha verde: 5 mm de comprimento, formato oval e ocorrência 
em ramos novos e folhas, sem carapaça. 
- Saissetia coffea (Walker) -cochonilha parda: 3,5 mm de comprimento, formato circular 
apresentando, corpo em relevo. Ocorrência em ramos e folhas, sem carapaça. 
(Homoptera: Pseudococcidae) 
- Planococus citri (Risso) - coch. branca: corpo recoberto por secreção branca, pulverulenta, 
com apêndices laterais, sem carapaça. 
- Dysmicoccus cryptus (Hempel) - coch. das raízes: semelhante a anterior de ocorrência na raiz. 
(Homoptera: Diaspididae) 
- Pinnaspis aspidistrae (Sign.) - coch. farinha: ocorrem normalmente em troncos, conferindo um 
aspecto branco ao local devido a concentração dos diminutos insetos. 
 
b) Injúrias : Suga a seiva, definhando a planta, secreção adocicada (honey dew) com presença de 
fumagina e formigas. Ocorrência em reboleiras. 
 
4. Ácaros 
4.1. Ácaro vermelho: Oligonychus ilicis (McGregor) (Acari: Tetranychidae) 
a) Características 
ovos - coloração vermelho-púrpura dispostos sobre as nervuras da página superior das folhas, 
presença de teias. 
adultos - 0,5 mm de comprimento, vermelho-alaranjado com manchas negras. 
 
b) Injúrias: Bronzeamento e queda das folhas. É problema em lavouras de Café Robusta. 
 
4.2. Ácaro branco :Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acari: Tarsonemidae) 
 
a) Características: Pequenos ácaros que não são vistos a olho nu. 
 
b) Injúrias: Causam danos em folhas dos ponteiros, impedindo a sua formação perfeita chegando 
a ocorrer rasgaduras. 
 164
4.3. Ácaro da leprose: Brevipalpus phoencis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae) 
 
a) Características: São ácaros vermelho-alaranjados, com 4 pares de pernas, de 0,3 mm de 
comprimento, com manchas escuras de tamanhos e formas variáveis no dorso. Ciclo de cerca de 
18 dias. 
 
b) Injúrias: Atacam folhas e frutos, acarretando um sintoma conhecido como leprose dos citros, 
devido à inoculação de vírus. As folhas e os frutos atacados caem da planta. 
As folhas ficam com manchas de coloração verde amarelada, com o centro claro circundado por anéis 
concêntricos. Surgemnos frutos lesões com anéis concêntricos salientes, mais evidentes nos frutos 
maduros. 
 
5. Cigarrinhas Transmissoras do “Amarelinho” ou CVC (Clorose Variegada dos Citros) 
- Dilobopterus costalimai, Acrogonia terminalis e Oncometopia facialis (Homoptera: Cicadellidadae). 
 
a) Características 
ovos – são postos interna ou externamente na face inferior das folhas, em filas de cinco ou mais, e 
são recobertos com uma camada de cera branca. Os ovos eclodem em 1 a 2 semanas. 
ninfas – as ninfas de O. facialis são escuras, as de A. terminalis apresentam um desenho escuro 
na parte dorsal e D. costalimai tem coloração cinza. Estas sugam a seiva da planta durante 40 a 
80 dias 
adultos – alimentam-se de locais distintos nas vegetações novas. D. costalimai prefere os ramos; 
A. terminalis suga exclusivamente nervuras de folhas e O. facialis prefere os ramos maduros logo 
abaixo das brotações novas. Os adultos vivem vários meses. 
 
b) Sintomas de “Amarelinho”: Seca irregular dos ramos. Ramos com folhas pequenas e 
cloróticas, com queda das folhas mais velhas, internódios curtos e frutos pequenos ou ausentes. 
Baixo florescimento e/ou não pegamento da florada e definhamento total da planta. 
 165
II. TOMADA DE DECISÃO 
1. Amostragem 
1.1. Bicho-Mineiro 
A época de ocorrência vai desde o início da floração (agosto – setembro) até a colheita (junho – 
julho), sendo que a população da praga é maior nos períodos secos do ano (junho a outubro) 
devido as condições climáticas favoráveis, e portanto, período de se realizar as amostragens. 
a) Amostragem Convencional 
- 5 folhas/cova em 20 covas por talhão (± 2000 covas). As folhas devem ser retiradas do terço 
médio ou do terço superior da planta, no quarto par a partir da extremidade dos ramos. Conta-se o 
número de folhas lesionadas ou não. Uma pequena mina já coloca a folha como lesionada. O NC 
está em função da % de folhas lesionadas no total de folhas coletadas. 
- Atenção: lesões apresentando rasgaduras indicam a atuação de predadores. Deve-se anotar este 
fato (nível de não-ação). 
- NC= 20% (quando amostrar o terço superior) e 30%(terço médio) 
- NNA= 60% 
 
b) Amostragem Sequencial 
- Procedimento semelhante ao convencional, sendo que neste avalia-se apenas 1 folha/cova em 
20-30 covas/talhão, e as folhas devem ser retiradas somente do terço médio da planta. 
- A folha que estiver lesionada recebe nota “0’ e a não lesionada nota “1”. A mina que estiver 
rasgada, recebe nota “0” e a não rasgada nota “1”. Enquanto estiver no limite médio continua-se a 
amostragem até que atinja o limite inferior (decisão de controle químico) ou o superior (não 
controlar). 
- NC e NNA: Vide Quadro 1. 
 
1.2. Broca do café 
1.2.1. Amostragem 
As amostragens devem ser realizadas no período de trânsito (período que a fêmea fecundada 
oviposita no fruto) que corresponde a Fase de Chumbinho (outubro – dezembro), coletando-se os 
frutos nos terços médio e inferior, locais de maior infestação. Esta praga é favorecida por 
condições de alta umidade e temperatura. 
 166
 
a) Amostragem Convencional 
- 100 frutos/planta, sendo 25 de cada face totalizando 50 plantas/talhão. Deve-se contar os frutos 
sadios e os broqueados, iniciando o trabalho pelas partes mais baixas e úmidas. A percentagem de 
frutos broqueados em função dos sadios indica o NC. 
- NC= 5% 
 
b) Amostragem Sequencial 
- Amostra-se 1 ramo/planta, coletando-se 1 fruto/ramo. 
- Grão atacado recebe nota “0”e o não atacado nota “1”. 
- NC: Vide Quadro 1. 
 
QUADRO 1 - Amostragem Sequencial 
BM= Bicho Mineiro (60% não danificada) 
PR= Predação (60% sem sinais) 
 Broca (90% não infestado) 
No Limite 
inferior 
Observacão 
BM OU PR 
Limite 
superior 
 No Limite 
inferior 
Observacão 
 
Limite 
superior 
1-9 - - - 1-9 - - - 
10 5 10 10 9 12 
11 5 10 11 10 12 
12 6 11 12 11 13 
13 7 12 13 12 14 
14 7 12 14 12 15 
15 8 13 15 13 16 
16 9 14 16 14 17 
17 9 14 17 15 18 
18 10 15 18 16 19 
19 10 16 19 17 20 
20 11 16 20 18 21 
21 12 17 21 19 22 
22 12 18 22 20 23 
23 13 18 23 21 24 
24 14 19 24 22 25 
25 14 20 25 23 26 
26 15 20 26 24 27 
27 16 21 27 25 28 
28 16 22 28 26 28 
29 17 22 29 27 29 
30 (18) (23) 30 28 30 
 31 29 31 
 32 29 32 
 33 30 33 
 34 (31) (34) 
1.3. Cigarras: 
 167
- Fazem-se trincheiras de um só lado da planta abrangendo o sistema radicular e conta-se as 
ninfas móveis encontradas. O resultado deve ser multiplicado por dois para a obtenção do número 
de ninfas por cova. 
- NC= 35 ninfas móveis/cova 
1.4. Mosca das raízes: 
Idem a Cigarras, mas avalia-se o número de larvas na trincheira. 
 
III. TÁTICAS DO MIP 
 
1. Controle cultural 
- Uso racional de fungicidas cúpricos; não usar espaçamento maior ao recomendado para cultivar; 
utilização de mudas sadias; adubação equilibrada; evitar a presença de cobertura morta, culturas 
intercalares ou mato nas ruas (bicho-mineiro). 
- Plantio utilizando espaçamento recomendado para a variedade e de acordo com as condições 
climáticas da região (bicho-mineiro e broca do café). 
- Plantio espaçado que permita a penetração da luz solar; colheita e repasse, se necessário, de 
todos os frutos da safra; a colheita deve se iniciar do talhão mais infestado. Eliminação de talhões 
velhos e improdutivos (lavouras abandonadas). Poda de lavouras muito fechadas (broca do café). 
- Utilização de mudas sadias (ácaros vermelho e branco). 
- Eliminação das plantas infectadas (ácaro da leprose) 
- Produzir mudas de café em viveiros protegidos (cigarrinhas transmissoras do “Amarelinho”). 
- Podar as partes infectadas, e se os sintomas persistirem eliminar as plantas. Quanto mais cedo e 
mais drásticas forem feitas as podas melhores serão os resultados ( cigarrinhas transmissoras do 
“Amarelinho”). 
- Irrigação por aspersão e chuvas pesadas são fator de redução na população (ácaro da leprose). 
 
2. Controle Biológico 
• Controle Biológico Natural (bicho mineiro) 
- Predadores: vespas - Pronectarina sylveirae, Brachygastra lecheguana, Synoeca surinama, 
Polybia scutellaris e Eumenes sp. A preservação destes predadores é favorecida em lavouras 
próximas a matas e capoeiras, uso de inseticidas seletivos, preservação dos ninhos na lavoura e 
 168
pela execução do MIP na cultura. 
- Parasitóides: Braconídeos e outros. Sem grande eficiência. 
•Controle biológico Natural (ácaros) 
Controle natural feito por ácaros predadores da família Phytoseiidae (Iphiseiodes zuluagai; 
Euseius spp.) e Stigmaeidae (Zetzellia sp.). 
•Controle biológico Clássico (broca do café) 
"vespa" de Uganda - Prorops nasuta: parasita larvas e pupas da broca. 
“vespa da Costa do Marfim” – Cephalonomia stephanoderis. 
 
2. Controle químico (vide Quadro 2) 
 
Quadro 2 - Controle químico das pragas do cafeeiro. 
Pragas Nome técnico Nome comercial Forma de aplicação 
Bicho mineiro ethion 
fenthion 
phorate 
aldicarbe 
Ethion 
Lebaycid 
Granutox 
Temik 
Pulverização 
Pulverização 
solo 
solo 
Broca endossulfan Thiodan Pulverização 
Cigarras phorate 
dissulfotan 
aldicarbe 
carbofuran 
Granutox 
Dysiston 
Temik 
Furadan 
solo 
solo 
solo 
solo 
Cochonilhas parathion 
vamidothion 
Folidol 
Kilval 
Pulverização 
Pulverização 
Ácaros ethion 
omethoato 
Ethion 
Folimat 
Pulverização 
Pulverização 
 
- Fazer em reboleira para o controle de cigarra, mosca das raízes, ácaros e cochonilhas. 
- Evitar o uso de piretróides, causam desequilíbrio às populações de ácaros (bicho mineiro) 
- A pulverização visa atingir o adulto no período de trânsito (broca do café) 
- No controle das cigarras deve-se levar em consideração a época de revoada, porque o controle é 
mais efetivo sobre ninfas jovens. Este período compreende os meses de outubro a dezembro. A 
aplicação de inseticidas granulados sistêmicos exigem umidade no solo, e estes devem ser 
levemente incorporados ou aplicadosvia sulco, a aplicação em matraca, ou seja, localizada, não é 
eficiente (cigarra). 
- Para o controle das moscas das raízes, a aplicação de inseticidas granulados sistêmicos deve ser 
feita no período chuvoso, devido ao encharcamento do solo, as larvas emergem no perfil e 
 169
permanecem mais próximas à superfície, entrando em contato com os inseticidas de solo. 
Obs.: O controle químico é prioritário para as condições de viveiro, em plantações novas e nas 
beiradas de lavouras que fazem divisa com áreas afetadas (cigarrinhas transmissoras do 
“amarelinho”). 
 
IV. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. 
de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; A LVES, S.B. & VENDRAMIN, 
J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
GRAVENA, S. 1990. Manejo integrado do cafeeiro no Brasil, situação atual. In: FERNADES, 
O.A.; CORREIA, A.C.B. & BORTOLI, S.A. Manejo integrado de pragas e nematóides. 
Jaboticabal, FUNEP. p. 81-106. 
MATIELLO, J. B. 1991 . O café: do cultivo ao consumo. São Paulo, Globo. 320 p. 
MATIELLO, J. B. & ALMEIDA, S. R. 1998 . “Amareinho”. Correio Agrícola. São Paulo. 2a 
edição. p. 23-24. 
MUNDIM, A. Q., JORDÃO, C. & PASETO, L. A. 1997. Ácaro da Leprose: A nova praga do 
Cerrado. Folha Rural, Guaxupé. ano XXVII, n 234. p. 4. 
 
PAULINI, A.E. 1990. Manejo integrado do café no Espírito Santo. In: FERNADES, O.A.; 
CORREIA, A.C.B. & BORTOLI, S.A. Manejo integrado de pragas e nematóides. Jaboticabal, 
FUNEP. p. 59-80. 
PALLINI FILHO, A. 1991 . Acarofauna e predação de ácaros fitófagos por ácaros predadores 
em cafeeiro (Coffea arabica L.) no sul de Minas Gerais. Tese de Mestrado, ESAL, Lavras. 91 p. 
REIS, P. R. 1990. Manejo integrado das pragas do cafeeiro em Minas Gerais. In: FERNADES, 
O.A.; CORREIA, A.C.B. & BORTOLI, S.A. Manejo integrado de pragas e nematóides. 
Jaboticabal, FUNEP. p. 39-57. 
REIS, P.R. & SOUZA, J.C. DE. 1998. Manejo Integrado das Pragas do Cafeeiro em Minas 
Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 19 (193): 17-25. 
REIS, P.R. & SOUZA, J.C. DE. 1986. Pragas do cafeeiro. In: RENA, A.B.; MALAVOLTA, E.; 
ROCHA, M. & YAMADA, T. (Eds.). Cultura do cafeeiro: fatores que afetam a produtividade. 
Piracicaba, POTAFOS. p. 323-378. 
ROBERTO, S. R. 1996. Cigarrinhas transmissoras da Clorose Variegada dos Citros. Correio 
Agrícola. São Paulo. 2a edição. p. 5-6. 
SOUZA, J.C. 1979. Levantamento, identificação e eficiência dos parasitos e predadores do 
"bicho-mineiro" das folhas do cafeeiro, Perileucoptera coffeela (Guérin-Meneville, 1942) 
(Lepidoptera: Lyonetiidae) no Estado de São Paulo. Tese de Mestrado, ESAL, Lavras. 91 p. 
THOMAZIELLO, R.A.; OLIVEIRA, E.G. & TOLEDO FILHO, J .A. 1987. Cultura do café. 
(Boletim Técnico, 193). Campinas, CATI. 56 p. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 
 170
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DA CANA-DE-AÇÚCAR 
 
Jair Campos de MORAES 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
Praga chave 
 
Broca da cana-de-açúcar 
- Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
Carcterísticas 
. ovos - oviposição imbricada na folha (semelhante escama de peixe). 
. lagartas - coloração branco-amarelada, com pintas pretas. 
. pupas - no colmo. 
. adultos - mariposas com 25 mm de coloração amarelo-palha. 
 
Injúrias 
- Diretas - abertura de galerias no colmo, provocando morte das gemas, "coração morto", 
tombamento e redução do peso da cana. 
- Indiretas (mais grave) - penetração de fungos através das galerias, resultando em: inversão da 
sacarose para glicose e levulose e, consequentemente redução na produção de açúcar; 
contaminação do caldo que afeta a eficiência de leveduras e, portanto, menor produção de álcool. 
 
Pragas secundárias 
 
Cigarrinhas 
- Cigarrinha da folha - Mahanarva posticata (Stal, 1855) (Homoptera: Cercopidae) 
- Cigarrinha das raízes - Mahanarva fimbriolata (Stal, 1854) (Homoptera: Cercopidae) 
 
Carcterísticas 
ovos - oviposição no solo ou em bainhas secas. 
ninfas - secreção de espuma esbranquiçada que recobre todo o corpo, com função de proteção. 
adultos - coloração marrom avermelhada (cigarrinha-da-folha) coloração vemelha com listras 
pretas (cigarrinha-das-raízes). 
 171
Injúrias 
Sucção de seiva; "queima" das folhas (semelhante a déficit hídrico); diminuição do rendimento de 
açúcar. 
 
Lagarta elasmo 
- Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
Características: Lagartas "saltitantes", de coloração verde azulada; presença de casulos de terra, 
teia e detritos na região do coleto das plantas. 
 
Injúrias : Causam "coração morto", principalmente em "canas plantas". 
 
Broca gigante 
- Castnia licus (Drury) (Lepidoptera: Castniidae) 
 
Características: Adultos têm cerca de 35 mm de comprimento e 90 mm de envergadura alar, e são 
de coloração escura ou quase preta, com algumas manchas brancas na região apical e uma faixa 
transversal branca nas asas anteriores. 
 
Injúrias: Colmo com galerias grandes. Importante no nordeste. 
 
Cupins 
- Syntermes spp. (Isoptera: Termitidae) 
- Cornitermes spp. (Isoptera: Termitidae) 
- Nasutitermes spp. (Isoptera: Termitidae) 
 
Características: Insetos de vida social. Maior importância em cerrados. Syntermes e Cornitermes 
formam ninhos subterrâneos, localizan-se entre o canavial. Nasutitermes formam ninhos em 
árvores, postes ou em pequenos montículos sobre o solo. Invadem os canaviais através das 
vizinhanças. 
 
Injúrias: Falhas na germinação após o plantio, devido aos danos aos toletes. Penetram em colmos 
maduros através de danos de outros insetos (Migdolus spp., Naupactus spp.). Após o corte, 
atacam as touceiras nas superfícies cortadas. 
 172
II. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DO MIP DE CANA-DE-AÇÚCAR 
Praga chave 
Broca da cana-de-açúcar 
 
Amostragem 
 
Na frente de corte: 
- coletar 30 canas/ha (antes ou após a queima do canavial para corte), em 5 pontos ao acaso; abrir 
a cana no sentido longitudinal e determinar a "intensidade de infestação" (% I.I.), pela seguinte 
fórmula: 
 Número de entrenós broqueados X 100 
 . %I.I. = —––—————————————— 
 Número total de entrenós 
 
Durante o desenvolvimento do canavial (a partir dos primeiros entrenós visíveis): 
coleta de material biológico (larvas e pupas da praga e dos parasitóides), ao caso, durante 2 
horas/homem/talhão. Dirigir as amostras para os últimos entrenós em formação e plantas com 
"coração morto". Determinar % de parasitismo (%P) e o número de lagartas com 3 ou mais 
ínstares. 
 Total de parasitóides x 100 
 . %P = —––————————— 
 Parasitódes + pragas 
 
Determinação do nível de controle (NC) 
 
- NC igual a %I.I. = 5% 
- NC igual 10 lagartas/horas/homem 
 
Controle cultural 
 
- Para broca-da-cana: queima de canavial para colheita; queima do palhiço remanescente ou 
colheita sem desponte quando atingir %I.I.; eliminação de plantas infestantes e culturas 
hospedeiras remanescentes. 
 173
- Para lagartas elasmo: não existe controle eficiente para esta praga. Por se tratar de um inseto que 
se desenvolve em ambiente seco, a manutenção do solo umedecido, através de vinhaça por 
exemplo, contribui para diminuir os seus prejuízos. 
 
- Para cupins: bom preparo do solo para desestabilizar as colônias; plantio de cana inteira com 7 a 
10 meses de idade, sem desponte; concentração do plantio na época chuvosa para uma rápida 
germinação. 
 
Variedades resistentes 
Há variedades resistentes para broca da cana-de-açúcar, contudo, na escolha das variedades 
considera-se outros aspectos além da resistência da variedade à praga. 
 
Uso de feromônio 
Fêmeas virgens, apenas em viveiros, para monitoramento da broca da cana-de-açúcar. 
 
Controle biológico 
 
Para broca da cana (principal método de controle) 
- Parasitóides de ovos da broca - Trichogramma spp. (pesquisa).- Parasitóides de lagartas: 
. "vespinhas" Cotesia flavipes (mais eficiente) 
. mosca Metagonistylum minense e Paratheresia claripalpis. 
- Liberação de prasitóides de lagartas: 
. NC igual a 10 lagartas/hora/homem 
. Procedimento: 10% de emergência das "vespinhas" em laboratório; levar para o campo (ao 
nascer do sol ou ao anoitecer); liberação em 4 pontos/ha, distantes de 50 metros um do outro. 
Abre-se um copo plástico com 1.500 vespinhas e caminha de um ponto ao outro; no final, colocar 
o copo com as "massas" preso entre a baínha e o colmo da cana. Total de 6.000 vespinhas/ha. 
. as moscas parasitóides são liberadas na taxa de 150 casais/ha. 
. a avaliação deve ser feita após 10 a 20 dias das liberações, coletando-se material biológico e 
calculando-se a %P para verificar a necessidade de novas liberações. 
 
 174
Para cigarrinhas 
- Pulverização com o fungo Metarhizium anisopliae, na dosagem de 200g de esporos viáveis/ha. 
- Controle biológico natural através da mosca predadora Salpingogaster nigra. 
 
Controle químico (Quadro 1) 
 
QUADRO 1 - Principais Inseticidas Recomendados para o Controle de Pragas da Cultura da Cana-de-Açúcar 
Praga Nome 
técnico 
Nome 
Comercial 
Carência 
 (dias) 
Classe 
toxico 
lógica 
Grupo 1/ 
químico 
Cigarrinhas carbaril 
triclorfon 
Sevin 850 PM 
Diptera 500 
14 
7 
II 
II 
C 
F 
C - Carbamato; F - Fosforado 
 
III. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
ANDREI, E. 1996. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448 p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. de; BERTI 
FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B. & VENDRAMIN, J.D. 1988. Manual de 
Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
MACEDO, N. & BOTELHO, P.S. 1988. Controle integrado da broca da cana-de-açúcar Diatracea saccharalis 
(Fabr., 1794) (Lepidoptera: Pyralidae). Brasil Açucareiro. Ano LVI. 106(2). 48 p. 
MACEDO, N.; BOTELHO, P.S.M.; DEGASPARI, N.; ALEIDA, L.C.; ARAUJO, J.R.; MAGRINI, 
E.A. 1993. Controle biológico da broca da cana-de-açúcar. Piracicaba. Planalsucar. 22 p. 
NOVARETTI, W.R.T.; STRABELLI, J.; AMORIN, E. & RELV ES, W. 1993. Controle de Migdolus 
fryanus Westwood, 1993 em cana-de-açúcar na usina Paredão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
ENTOMOLOGIA, 14. Piracicaba. Resumos... Piracicaba: SEB, 1993. p. 616. 
PIZANO, M.A. 1993. Avaliação de inseticidas para controle de cupins subterrâneos em cana-de-açúcar. Cana-
planta In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 14 Resumos... Piracicaba: SEB. 
SOUZA DE, H.D. 1967. As cigarrinhas da cana-de-açúcar e seu controle por inimigos naturais no estado do 
Rio de Janeio. Rio de Janeiro, IAA. Planalsucar. 
VILAS, A.M.; MARQUES, E.J. & LIMA, R.O.R. 1988 . Utilização de bioinseticidas no controle de pragas da 
cana-de-açúcar no nordeste do Brasil. In: Brasil Açucareiro. Ano LVI, Vol. 106 no 5 e 6. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba, 
FEALQ. 139 p. 
 175
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO FEIJOEIRO 
 
Marcelo PICANÇO 
Marcos Rafael GUSMÃO 
 
I. Identificação das Principais Pragas do Feijoeiro 
 
A. Pragas chave 
1. Cigarrinha verde 
- Empoasca kraemeri (Ross & Moore) (Homoptera: Cicadellidae) 
 
a) Características: 
adultos - coloração esverdeada, com cerca de 3 mm; ninfas e adultos deslocam-se com rapidez, e 
não raros em movimentos laterais. Ciclo completo em torno de 3 semanas. 
ovos - postura endofítica nas folhas, pecíolos e caules. 
ninfas - coloração amarelo-esverdeada; desprovida de asas. 
 
b) Injúrias 
Sucção de seiva e injeção de toxinas provocando enfezamento das plantas (semelhante a sintomas 
de viroses). É mais prejudicial até o florescimento e em plantio da seca. 
 
2. Mosca branca 
 - Bemisia tabaci (Gennadius) (Homoptera: Aleyrodidae) 
- Bemisia argentifolii (Bellows & Perring) (Homoptera: Aleyrodidae) 
 
a) Características 
adultos - insetos pequenos de 0,8 mm de comprimento, com 4 asas membranosas recobertas por 
uma pulverulência branca. Ciclo completo com cerca de 20 dias. 
ovos - colocados na face inferior das folhas, ficando presos por um pedúnculo curto. Oviposição 
de 30 a 400 ovos dependendo da temperatura. 
ninfas - coloração clara, translúcida e de contorno ovalado, em forma de escama; deslocam-se 
apenas por algumas horas escolhendo o local mais adequado para-se fixarem na página inferior 
das folhas. 
 176
OBS: A diferenciação das espécies de moscas branca é quase impossível de ser feita no campo. 
Deve-se ficar atentos a surtos em hospedeiros alternativos de moscas branca. Infestações de B. 
argentifolli provocam desordem fisiológica como o prateamento da face superior das folhas de 
cucurbitáceas, em tomateiro ocorre o amadurecimento irregular dos frutos. Além de B. 
argentifolli apresentar baixa suscetibilidade aos inseticidas tradicionais. B. argentifolli diferencia 
de B. tabaci por apresentar o padrão isoenzimático de esterase B, fator que permite a 
diferenciação das espécies através do processo de eletroforese. 
 
b) Injúrias: Sucção de seiva e transmissão de viroses (mosaico dourado e mosaico anão). Maiores 
prejuízos na época seca, principalmente até o florescimento da planta. Apresentam uma gama de 
hospedeiros principalmente B. argentifolli. 
 
3. Mosca minadora 
- Liriomyza spp. (Diptera: Agromyzidae) 
 
a) Características 
adultos - pequena mosca de coloração preta, abdome amarelado, com cerca de 2 mm. 
ovos - postura endofítica nas folhas. 
larvas - coloração branco-amarelada; ápoda; abrem galerias no mesófilo foliar (minas). 
pupas - coloração marrom-clara; no solo ou na superfície das folhas. 
 
b) Injúrias: Confecção de minas nas folhas e em consequência, secamento e queda das folhas (desfolha). 
 
4. Vaquinhas 
- Cerotoma arcuata (Oliveira) (Coleoptera: Chrysomelidae) 
- C. unicornis (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) 
- Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) 
 
a) Características 
- C. arcuata - besourinhos de coloração amarelo, com manchas pretas, medindo 5 a 6 mm de 
comprimento e possuindo mancha preta no final do abdomem. A postura é feita no solo, onde 
eclodem larvas de coloração branco-leitosa. 
 177
- C. unicornis - semelhante a C. arcuata, porém um pouco maior e os adultos não possuem 
mancha preta no final do abdomem. 
- D. speciosa - semelhante a C. arcuata, porém os adultos são de coloração esverdeada, com 
manchas amarelas e as larvas possuem uma placa escura na extremidade dorsal posterior do 
corpo. 
 
b) Injúrias: Adultos alimentam-se de folhas e, em altas populações, provocam diminuição da 
produção. Larvas alimentam-se de raízes e nódulos e podem, também, atacar as sementes em 
germinação. Causam desfolha (adultos) e mortalidade de plantas (larvas). 
 
5. Lagarta elasmo ou broca do colo 
- Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
a) Características 
adultos - é uma mariposa com 15 a 25 mm de envergadura, com asas de coloração pardo-
avermelhada. 
Lagartas – medem cerca de 15 mm de comprimento, são ativas e de coloração verde-azulada. 
Apresentam cabeça pequena e de coloração marrom escura. Jogam-se no chão se colocadas na 
palma da mão. 
 
b) Injúrias: As lagartas abrem galerias na região do colo da planta, causando secamento e morte 
de plantas novas. Maiores prejuízos nas épocas secas e em solos de cerrado. 
B. Pragas secundárias 
 
1. Pulgões 
- Smynthurodes betae (Westw.) (Homoptera: Aphididae) 
- Aphis cracivora (Koch) (Homoptera: Aphididae) 
 
a) Características 
- S. betae - (pulgão-da-raiz) - insetos que vivem na raiz do feijoeiro; formas aladas de coloração 
preta; formas ápteras de coloração branco-pérola e não têm sifúnculos. 
 178
- A. cracivora (pulgão-das-folhas) - insetos que vivem na parte aérea da planta, nas brotações 
novas e folhas, de coloração geral preta. 
 
b) Injúrias : Pulgão-da-raiz causa murchamento e morte de plantascom até 30 dias de idade; 
pulgão-das-folhas causa deformação nos brotos e folhas. 
 
2. Tripes 
- Caliothrips brasiliensis (Morgan) (Thysanoptera: Thripidae) 
 
a) Características 
adultos - coloração preta com duas faixas brancas nas asas (asas franjadas); medem cerca de 
1mm de comprimento. 
ninfas – são ápteras e apresentam coloração branco-amarelada. 
 
b) Injúrias: Sucção de seiva. Quando o ataque é intenso, as folhas tornam-se amareladas e caem (desfolha). 
 
3. Ácaros 
- Tetranychus urticae (Koch) (Acariformes: Tetranychidae) 
- Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acariformes: Tarsonemidae) 
 
a) Características 
- T. urticae - (ácaro rajado) - adulto de coloração esverdeada com manchas dorsais escuras; com 
cerca de 0,5 mm; colônias na face inferior das folhas; presença abundante de teia. 
- P. latus - (ácaro branco) - coloração branca, invisível a olho nu; folhas do ponteiro coriáceas e 
quebradiças. 
 
b) Injúrias: Danificam as folhas. O ácaro branco pode atacar as vagens tornando-as prateadas. 
 
4. Lagartas das folhas 
- Hedylepta indicata (Fabr.) (Lepidoptera: Pyralidae) 
- Urbanus proteus (L.) (Lepidoptera: Hesperiidae) 
- Pseudoplusia includens (Walker) (Lepidoptera: Noctuidae). 
 
 179
a) Características 
- H. indicata (lagarta enroladeira) - adultos de coloração amarelada, com 3 estrias escuras nas 
asas anteriores. As lagartas são de coloração verde, com o hábito de enrolar as folhas. 
- U. proteus (lagarta cabeça-de-fósforo) - adultos de coloração marrom com reflexos azulados na 
base da asa posterior, a qual é prolongada; possui várias manchas brancas nas asas anteriores. As 
lagartas são de coloração esverdeada com estrias longitudinais amarelas; cabeça proeminente de 
coloração avermelhada. 
- P. includens (lagarta falsa medideira) - adultos com cerca de 35 mm, asas anteriores de 
coloração escura, com pequeno desenho prateado semelhante à letra Y. As lagartas são de 
coloração verde, com 3 pares de pernas abdominais. 
 
b) Injúrias:Alimentam-se do limbo foliar, sendo a cultura sensível à desfolha da germinação ao florescimento. 
 
5. Lagartas das vagens 
- Etiella zinckenella (Treits) (Lepidoptera: Pyralidae) 
- Thecla jebus (Godt.) (Lepidoptera: Lycaenidae) 
 
a) Características 
- E. zinckenella (broca da vagem) - o adulto é uma mariposa com cerca de 20 mm de 
envergadura, com asas anteriores de cor cinza e posteriores de coloração clara, com franja branca 
nas bordas. A lagarta tem o corpo verde claro e cabeça escura quando nova, e apresenta coloração 
rosada quando bem desenvolvida, medindo, aproximadamente 20 mm de comprimento. 
- T. jebus (lagarta da vagem) - os adultos possuem 32 mm de envergadura e apresentam 
dimorfismo sexual. Os machos possuem coloração azul eridescente e as fêmeas são de coloração 
marrom clara. As lagartas são verdes e vivem no interior de vagens em formação; são achatadas e 
semelhantes às lesmas. 
 
b) Injúrias: As lagartas atacam as vagens, destruindo os grãos em formação. 
 
7. Lagarta rosca 
- Agrotis ipsilon (Hufnagel) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
 180
a) Características 
- o adulto é uma mariposa cujas asas anteriores são de coloração marrom com algumas manchas 
pretas, e as posteriores semi-transparentes. As lagartas são de coloração cinza-escura, com cerca 
de 4,5 cm e se encontram na base da planta, a poucos centímetros de profundidade no solo. 
 
b) Injúrias: Cortam as plântulas em início de desenvolvimento, acarretando falhas na cultura 
(causador de mortalidade de plantas). 
 
II- TOMADA DE DECISÃO 
 
a) Amostragem e Níveis de Ação 
✓ Talhão: 1 ha. 
✓ Pontos/ha: 5 
Inseto Unidade Amostral Nível de controle 
Cigarrinha verde 5 folíolos/ponto 2 insetos/folíolo 
Mosca branca 5 folíolos/ponto 2 insetos/folíolo 
Causador de mortalidade de plantas 1 metro de fileira/ha 5% de plantas atacadas 
Desfolhadores 1 metro de fileira/ha até 20 dias - 20% desfolha 
após 20 dias - 30% desfolha 
 
III ESTRATÉGIA DO MIP DO FEIJOEIRO 
1. Preservação dos inimigos naturais 
2. Redução da infestação inicial de pragas 
3. Reduzir ao mínimo a competição com a cultura 
4. Aumentar a resistência da planta hospedeira 
5. Evitar plantio em áreas infestadas e próximo a plantas hospedeiras de pragas 
6. Aumento da diversidade do agroecossistema 
 
IV TÁTICAS DE CONTROLE DAS PRAGAS DO FEIJOEIRO 
 
1. Controle cultural 
- Densidade de plantio - aumento da densidade de plantio, em regiões e/ou épocas de alta 
incidência de lagartas elasmo e demais pragas de solo. 
- Irrigação - controle de lagartas elasmo em culturas de feijão irrigado. 
 181
- Zoneamento de plantio - evitar o cultivo de feijoeiro próximo, principalmente, de culturas de 
soja, visando prevenir danos de mosca branca. 
- Consórcio com milho - redução do ataque, principalmente, de cigarrinhas. 
- Preparo do solo - Uma boa aração e gradagem, expõem os insetos a predadores e raios solares. 
- Rotação de culturas - Plantio de plantas que não sejam hospedeiras. 
- Variedade de ciclo precoce - Permanecem menos tempo no campo. 
- Adubação equilibrada - Adubação correta sem excessos nem carências. 
 
2. Controle por comportamento 
- Uso de armadilhas amarelas adesivas para o controle de moscas branca, mosca minadora e 
pulgões 
- Uso de iscas tóxicas (suco de laranja e/ou suco de folhas de feijão + calda inseticida) dispostas 
estrategicamente na lavoura para o controle de mosca minadora. 
- Uso de iscas tóxicas (1 kg de farelo de trigo + 100 ml de melaço + 15 ml de metamil), para o 
controle de lagarta rosca. 
- Uso de iscas para adultos de crisomelídeos: 
cucurbitáceas "amargas", conhecidas vulgarmente como "taiuiá" atraem adultos. A adição de um 
produto fosforado à isca poderá controlar a praga. 
- Uso de macerado de vaquinhas para controle de adultos de vaquinhas: 
macerado de 1000 vaquinhas/ha. 
 
3. Controle biológico natural (Quadro 1) 
Quadro 1. Principais Inimigos Naturais das Pragas do Feijoeiro 
Nome científico Grupo do inimigo natural Praga alvo 
Carabeídeos Predador Pragas de solo 
Cycloneda sanguinea Predador Pulgões das folhas 
Eriopis sp. Predador Pulgões das folhas 
Geocoris sp. Predador Lagartas desfolhadoras 
Nabis sp. Predador Lagartas desfolhadoras 
Chrysoperla sp. Predador Ovos de lagartas 
orius sp. Predador Tripes 
Anthicus spp. Predador Tripes 
Encarsia ssp Parasitóide Mosca branca 
Braconídeos Parasitóide Mosca minadora 
 
 182
4. Controle químico (Quadros 2 e 3) 
- Tratamento de semente 
- Granulados sistêmicos via solo 
- Pulverizações 
- Quimigação (via pivô) 
 
OBS: Sobre o controle químico de mosca branca e demais pragas, alguns aspectos devem ser 
observados: 
a) Nos períodos secos e quentes do ano, realizar pulverizações preventivas, com intuito de evitar 
que a praga se instale na cultura 
b) Fazer a pulverização de defensivos de maneira homogênea, pulverizando de baixo para cima, 
procurando atingir a face inferior das folhas, onde se encontram os ovos, as larvas e geralmente o 
inseto adulto 
c) Fazer a rotação com produtos químicos de grupos diferentes, para diminuir a possibilidade de 
aparecimento de resistência da praga aos defensivos utilizados. 
 
Quadro 2 - Inseticidas Registrados para Cultura do Feijão. 
Nome técnico Cl Tox I.S. (dias) Formulação Grupo químico 
Acefato III 14 PO Organofosforado 
Aldicarbe I 80 GR Carbamato 
Betaciflutrina II 14 SC Piretróide 
Carbaril II 3 SC Carbamato 
Carbaril III 3 PS Carbamato 
Carbofuram I 75 GR Carbamato 
Carbofuram ts I 0 SC Carbamato 
Carbossulfam II 0 PS Carbamato 
Cartape III 14 PO Carbamato 
Ciromazine IV 21 PM Triazinas 
Clorpirifós II 25 CE Organofosforado 
Deltametrina III 16 CE Piretróide 
Dimetoato I 3 CE Organofosforado 
Dissulfotom III 0 GR Organofosforado 
Enxofre IV 15 PM Enxofre 
Esfenvarelato I 9 CE Piretróide 
Fenitrotiom II 14 CE Organofosforado 
Fenvarelato I 9 CE Piretróide 
Forate I 0 GR Organofosforado 
fosfeto de alumínio I 4 PU Fosfeto metálicofosfeto de magnésio I 4 PF Fosfeto metálico 
 183
Fempropatrina I 14 CE Piretróide 
Furatiocarbe III 0 SE Carbamatos 
Imidaclopride IV 21 PM Nitroguanidina 
Lambdacialotrina II 7 CE Piretróide 
Malatiom III 3 CE Organofosforado 
Metamidofós I 23 SN Organofosforado 
Mevinfós I 4 CE Organofosforado 
Monocrotofós I 9 SN Organofosforado 
Naled II 4 CE Organofosforado 
Paratiom metílico I 15 CE Organofosforado 
Pirimifós-metílico II 15 CE Organofosforado 
Pirimicarbe II 7 PM Carbamato 
Terbufós I 0 GR Organofosforado 
Tetradifom III 14 CE Organofosforado 
Tiodicarbe III 0 SC Carbamato 
Tiometom II 17 CE Organofosforado 
Triazofós I 14 CE Organofosforado 
Triclorfom II 7 SN Organofosforado 
Cl = classe toxicológica IS = intervalo de segurança CE = concentrado emusionável GR = 
granulado PO = PM = pó molhável PF = PU = SC = solução concentrada SN = SE = 
solução emulsionável 
 
Quadro 3 – Principais Pragas do Feijoeiro e Inseticidas para seu Controle. 
Praga Inseticidas registrados 
Cigarrinha verde 
 (Empoasca kraemeri) 
Acefato, aldicarbe, carbaril, dimetoato, monocrotofós, paratiom 
metílico, betaciflutrina, imidaclopride, terbufós, fempropatrina, 
carbofuram, triclorfom, tiometom, metamidofós, forate, 
clorpirifós, malatiom, carbosulfam, nalede, disulfotom, 
esfenvalerate e fenitrotiom. 
Mosca branca 
 (Bemisia tabaci & B. argentifolii) 
Acefato, aldicarbe, dimetoato, monocrotofós, betaciflutrina, 
imidaclopride, terbufós, fempropatrina, carbofuram, 
metamidofós, forate, malatiom, fenvalerate, esfenvalerate e 
furatiocarbe. 
Mosca minadora 
 (Liriomyza ssp.) 
Cartape, carbofuram, triazofós, acefato, aldicarbe, cartape e 
ciromazine. 
Vaquinhas 
(Cerotoma arcuata e C. unicornis e 
Diabrotica speciosa) 
Dimetoato, paratiom-metílico, betaciflutrim, carbaril, 
imidaclopride, metamidofós, lambdacialotrina, malatiom, 
carbosulfam, naled, acefato, esfenvalerato e fenitrotiom. 
Pragas de solo: lagarta elasmo 
(Elasmopalpus lignosellus) e lagarta rosca 
(Agrotis ipsilon) 
Carbaril e acefato. 
Pulgão da raiz (Smynthurodes betae) Tiometom, carbofuram, forate, metamidofós, acefato, 
pirimicarbe, dissulfotom e aldicarbe. 
Pulgão das folhas (Aphis cracivora) Tiometom, metamidofós, malatiom, nalede, acefato, 
pirimicarbe, mevinfos, dissulfotom, dimetoato e aldicarbe. 
tripes (Caliothrips brasiliensis, Thrips pirimifós metílico, dimetoato, paratiom-metílico, carbaril, 
 184
tabaci e Caliothrips phaseoli) terbufós, carbofuram, triclorfom, tiometom, forate, 
metamidofós, malatiom, carbossulfam, acefato, tiodicarbe, 
esfenvalerato, fenitrotiom e aldicarbe. 
Ácaros branco (Polyphagotarsonemos 
latus) e rajado (Tetranychus urticae) 
dimetoato, paratiom-metílico, fempropatrina, enxofre, forate, 
metamidofós, triazofós, tetradifom, aldicarbe e dimetoato. 
Lagartas: enroladeira (Hedylepta 
indicata), cabeça-de-fósforo 
(Urabanos proteus), falsa medideira 
(Pseudoplusia includens e 
Trichoplusia ni) 
monocrotofós, paratiom-metílico, carbaril, deltametrina, 
triclorfom, malatiom, nalede, acefato, mevinfós e dimetoato. 
broca da vagem (Thecla jebus) e 
lagarta da vagem (Etiella zinckenella) 
clorpirifós e carbaril. 
 
 
Quadro 4 - Eficiência seletiva de Táticas no MIP do Feijão. 
Táticas Insetos Praga 
 Cigarrinha 
verde 
Mosca branca Causador de 
mortalidade de plantas 
Desfolhadores 
Preparo do solo 0 0 M 0 
Densidade de plantio 0 0 M M 
Consórcio de culturas M M M B 
Rotação de culturas 0 0 0 B 
Zoneamento de plantio M M 0 0 
Manejo de irrigação B B M 0 
Ciclo precoce 0 0 B B 
Adubação equilibrada M M 0 0 
Controle comportamental 0 0 0 A 
Controle biológico 0 B 0 B 
Controle químico 
Preventivo 
Curativo 
 
M 
A 
 
M 
A 
 
A 
B 
 
B 
A 
Eficiência de controle: 0= nenhuma; B= baixa; M= média; A= alta 
 
V.BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
EMBRAPA. 1987. Principais doenças e pragas do feijoeiro comum no Brasil. 
EMBRAPA/CNPAF. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. 
de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; A LVES, S.B. & VENDRAMIN, 
J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 185
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DA MANDIOCA 
Marcelo PICANÇO 
Alfredo Henrique Rocha GONRING 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
A. Praga chave 
 
1. Ácaro 
- Mononychellus tanajoa (Bondar) (Acari: Tetranychidae) 
 
a) Características: São ácaros verdes que se alimentam de folhas novas e partes verdes do talo. 
 
b) Injúrias: As folhas atacadas perdem a cor verde, apresentando manchas amarelas; o talo torna-
se áspero e de cor marrom. As folhas e talos infestados morrem progressivamente de cima para 
baixo. Aparecem com maior intensidade na época das secas. 
 
2. Mandarová-da-mandioca, gervão. 
- Erinnyis ello (L) (Lepidoptera: Sphingidae). 
 
a) Características 
.ovos - colocados isoladamente nas folhas; no início de coloração verde, tornando-se amarelados 
próximo da eclosão; medem cerca de 1,5 mm. 
.lagartas - coloração variável de verde, marrom a preto; atingem até 100 mm de comprimento. 
Mancha preta no mesotórax e desenho branco em forma de X. 
.pupas - de coloração marrom, com 50 mm de comprimento; ficam no solo. 
adultos - 60 a 90 mm de envergadura; coloração cinza com faixas pretas no abdome, 
interrompidas no dorso. Asas anteriores cinzas, alongadas e estreitas e as posteriores vermelhas 
com bordos pretos. 
b) Injúrias: As lagartas atacam as folhas devorando primeiramente as novas e depois as mais 
velhas. Em infestações pesadas, desfolham totalmente as plantas e podem destruir também os 
ramos mais finos. A época de ocorrência se estende de outubro a abril, havendo maior 
concentração nos meses de dezembro a março. 
 
 186
B. Pragas secundárias 
1. Percevejo-de-renda 
- Vatiga spp. (Heteroptera: Tingidae) 
 
a) Características: São pequenos percevejos, com 3 mm de comprimento, de cor cinza com as 
asas rendadas. Vivem em colônias na face inferior das folhas. 
 
b) Injúrias: Sucção de seiva provocando pequenas manchas amarelas, estas manchas, 
posteriomente, torna-se marrom-avermelhadas. 
 
2. Outras pragas 
Nome vulgar Nome científico Ordem-Família Injuria 
Cochonilha da 
mandioca 
Phenacoccus herreni Homoptera: 
Pseudococcidae 
Sucção de seiva e 
desfolha 
Mosca-da-mandioca Neosilba pendula Diptera: 
Lonchaeidae 
Broqueamento de 
brotações 
Broca das hasates Coelostemus 
granicollis 
Coleoptera: 
Curculionidae 
Broqueamento de 
hastes 
Mosca branca Bemisia tuberculata Homoptera: 
Aleyrodidae 
Sucção da seiva e 
vetor de viroses 
Thrips Scirtothrips manihoti Thysanoptera: 
Thripidae 
Raspagem de tecidos 
e sucção da seiva 
 
II. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE CONTROLE 
1. Controle Cultural 
1.1.Seleção de manivas: a qualidade do material de plantio é o fator mais importante na produção 
de mandioca, responsável pelo bom estabelecimento do cultivo (enraizamento de manivas e 
germinação das gemas), além da sanidade e produção (número de raízes comerciais/planta). 
 
1.2. Limpeza do campo: A eliminação dos resíduos de colheita (soca, talos e raízes) irá manter a 
população de pragas que causam danos em plantios sucessivos de mandioca baixo. 
 
1.3. Época de plantio: O plantio durante a época chuvosa nas zonas onde existe problema com 
ácaros , diminui a população desses já que os períodos secos favorecem o seu aumento. 
 
1.4 Cultivo intercalares/consorciado: Principalmente com feijão resulta na redução de mandarová 
em até 30%. 
 187
1.5. Rotação de culturas: A interrupção do plantio de mandioca por alguns meses a um ou dois 
ciclos de cultivo, em áreas de cultivo sucessivo diminuirá a população de pragas que resultaria 
em ataques mais severos principalmente em plantios novos. Rotação de cultura principalmente 
com euforbiáceas, que não são hospedeiros do mandarová. 
 
1.6 Variedade múltiplas:O uso de diferentes genótipos de mandioca num mesmo sistema de 
cultivo influi muito para que os problemas de pragas sejam relativamente de pouca importância 
econômica nos cultivos mais tradicionais. 
 
1.7. Aração: Essa prática cultura visa reduzir a disponibilidade de hospedeiros e o enterrio 
profundo de pupas. 
 
2. Controle mecânico 
 
2.1. Para o mandarová 
- Em pequenas culturas, realizar a catação manual ou corte das lagartas e pupas com tesoura. 
 
3. Controle por resistência de planta 
 
3.1. Uso de variedades com resistência intermediária ao ácaro-verde (M ECU 85, 58, 160; M 
COL 282, 1390, 1434, 517; M BRA 12 e M VEM 125) e a cochonilha (Isabel de Souza, 
Aparecida, Rosa, Pernambucana, Olho Verde, jacaré). 
 
4. Controle biológico 
 
4.1. Para o mandarová 
- Controle biológico natural exercido por parasitóides de ovos (Trichogramma spp.) e de lagartas 
(Belvosia sp. e Oxysacodexia sp.). 
- Pulverização com Bacillus thuringiensis quando o ataque estiver no início, isto é, lagartas 
pequenas. 
- Uso de vírus de granulose de Erinnyis ello; a multiplicação do vírus é feita em lagartas alimentadas com folhas de 
mandioca, para posterior coleta de lagartas mortas, armazenamento e distribuição ao agricultor. O vírus é 
 188
produzido pela Empresqa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina - EMPASC em Itajaí (SC) e Instituto 
Agronômico do Paraná - IAPAR. 
 
4.2. Para o ácaro 
- Controle biológico natural exercido por ácaros predadores da família Phytoseiidae (Amblyseius 
ideaus, A. limonicus). 
- Em épocas chuvosas, o fungo Neozygites sp. apresenta uma ação efetiva de controle do ácaro verde. 
 
5. Controle físico 
O uso de armadilhas luminosas para o monitoramento do mandarová fornece uma noção preciosa de quando 
ocorrerá o ataque das lagartas. Obs.: Os adultos têm hábitos noturnos e são atraídos eficientemente pela luz. 
 
6. Tomada de decisão 
6.1.Amostragem 
 
6.1.1) Ácaro verde, a amostragem é realizada 40 plantas/ha, caminhamento em Z ou X, esta 
amostragem pode ser de 3 formas: 
 
6.1.1.1) Amostragem de adultos 
Onde um pedaço de Durex (10 x 1 cm) é pressionada na face inferior de uma folha do terço apical (cobrindo-se a 
nervuda) e fixada em lâmina microscópica, onde é efetuada a contagem de ácaros na área delimitada. 
 
6.1.1.2) Amostragem das injúrias/danos, é efetuada através de escala de notas; 
0 = ausência de danos; 
1 = clorose pontiaguda na face superior ou ventral do limbo, geralmente em torno da nervura 
central (danos de 1-25%; dano leve); 
2 = clorose ou manchas amarelas generalizadas, com bronzeamento ou prateamento foliar e morte 
dos tecidos, principalmente nas folhas apicais (danos de 26-50%; dano médio); 
3 = clorose e mancha amarelas generalizadas, não ultrapassando 75% da folha (dano de 51-75%; 
dano forte; 
4 = todos os sintomas anteriores e mais, queda de folhas, pelamento das hastes e deformações 
morfológicas dos ramos (danos de 76-99%; dano muito forte); 
 189
5 = todos os sintomas anteriores, com pelamento total de folhas e morte das plantas (danos de 
100%; dano extremamente forte). 
 
6.1.1.3) Amostragem de adultos e das injúrias/danos 
0 = nenhum ácaro na brotação apical, não existe pontuações; 
1 = ácaros na brotação, poucas pontuações; 
2 = muito ácaros, poucas pontuações na brotação e folhas terminais; 
3 = brotação afetada, folhas adjacentes com muitas pontuações; 
4= brotações deformada, folhas adjacentes com muitos ácaros; 
5 = brotação morta, desfolhamento dos pontos terminais. 
 
6.1.2) Mandarová 
Amostragem semanalmente ou quinzenalmente, até o 5o mês após a plantio, em 10 plantas ao 
acaso/ha, verificando o tamanho e número de lagartas e/ou número de ovos, dara-se notas: 
1 = sem ovos; 2 = 1 a 3 ovos/planta; 3 = 4 a 6 ovos/planta; 4= 7 a 10 ovos/planta; 5 = 11 a 20 
ovos/planta e 6 = mais de 20 ovos/planta 
 
6.2. Nível de controle 
Apenas para o mandarová quando se considera o controle biológico Baculovírus erinnys, o nível 
de controle é atingido quando são detectadas 5 a 7 lagartas pequenas (até 3 cm) por planta, em 
plantios com até 5 meses. 
 
7. Controle químico (Quadro 1) 
 
- Para o controle de ácaros, aplicação de acaricidas específicos nas reboleiras. 
- Para o controle do mandarová, deve dar preferência ao inseticida microbiano. 
QUADRO 1 - Inseticidas e Acaricidas Recomendados para o Controle de Pragas da Cultura de Mandioca. 
Praga Nome 
técnico 
Nome 
Comercial 
Carência 
(dias) 
Classe 
Toxico- 
Lógia 
Grupo 1/ 
Químico 
Mandarová 
Da 
Mandioca 
Bacillus thuringiensis 
Carbaril 
Carbaril 
Carbaril 
Carbaril 
Dipel 
Sevin 850 PM 
Carbalate 480 SC 
Sevin 480 SC 
Bac-control PM 
- 
30 
30 
30 
- 
IV 
II 
II 
II 
IV 
IB 
CB 
CB 
CB 
IB 
1/ IB - Inseticida Biológico; CB - Carbamato. 
 190
III. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
BELLOTTI, A.C. 1990. Areview of control strategies for four important cassa pests in the Americas. In: HAHN, 
S.K.; CAVENESS, F.E. (eds.). Integrates pest management for tropical root and tuber crops. Ibadan: International 
Institute of Tropical Agriculture/IITA, p.58-65. 
BELLOTTI, A.C.; GUERRERO, J.M . 1983. Seleccion varietal en Yuca para el ataque de acaros Tetranychus 
e Mononychellus tanajoa. In: REYES, J.A. (Coord.). Yuca: Control integrado da plagas. CALI: Centro 
Internacional da Agricultura 
Tropical/CIAT/PNUD, p. 195-200. 
CAVALCANTE, M.L.S. 1987.Graus de resistência de trinta e cinco cultivares de mandioca (Manihot esculenta 
Cratz) a insetos e ao ácaro, Mononychellus tanajoa (Bondar, 1938) em Pacajus, Ceará, Brasil. Lavras: Escola 
Superior de Agricultura de Lavras, 77p. (Dissertação de Mestrado). 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. de; BERTI 
FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B. & VENDRAMIN, J.D. 1988. Manual de 
Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
EMPASC/ACARESC. 1987. Sistema de produção para mandioca – Santa Catarina. 2. Ver. Florianópolis: 
Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária-EMPASC/Empresa de Assistência Técnica Extensão rural de 
Santa Catarina-ACARESC, 38p. (EMPASC/ACARESC. Sistema de Produção, 9). 
LOZANO, J.C.; BELLOTTI, A.; REYES, J.A.; HOWELER, R .; LEIHNER, D.; DOLL, J . 1983. 
Problemas no cultivo da mandioca (Trad. J.R. Silva) . Brasilia: CIAT/EMBRATER,. 208p. 
MORAES, G.J. 1991. Controle biológico de ácaros fitófagos. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 15 (167): 
56-62. 
REIS, J.A. 1982. Descrição das pragas que atacam a mandioca (Mairhot esculenta Cratz) e características de seus 
prejuízos. Brasília: EMBRATER/CIAT, 47p. 
SOUZA, J.C.; REIS, P.R. 1986. Pragas da mandioca em Minas Gerais. Belo Horizonte: EPAMIG, 32p. 
(EPAMIG. Boletim Técnico, 22) 
VEIGA, A.F.S.L. 1985. Aspectos bioecológicos e alternativas de controle do ácaro verde da mandioca 
Mononychellus tanajoa (Bondar, 1938) (Acari, Tetranychidae) no Estado de Pernambuco. Piracicaba: 
ESALQ/USP, 137p. (Tese, Doutorado). 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba, 
FEALQ. 139 p. 
 191
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO MILHO 
Jair Campos de MORAES 
IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
Praga chave 
 
Lagarta-do-cartucho-do-milho 
- Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
Características 
ovos - "massas" de ovos na página superior das folhas; coloração palha. 
lagartas - coloração varia de pardo escura, verde até quase preta, com três linhas longitudinais 
branco amareladas na parte dorsal do corpo. Cinco pares de falsas pernas. 
pupas - coloração marrom avermelhada; no solo. 
adultos - mariposas com cerca de 35 mm, com asas anteriores pardo escuras e as posteriores 
branco acinzentadas. 
 
Injúrias: Raspagem das folhas, posteriormente danificam o cartucho; presença de furos irregulares 
nas folhas e de "serragem" no cartucho. Perdas de até 35% na produção de grãos. 
 
Pragas secundárias 
 
Lagarta elasmo:- Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
Características 
ovos - no solo (folhas ou colmos). 
lagartas - coloração verde azulada; cabeça escura ("saltitantes"); penetração na plântula na região 
do coleto; casulo com terra e detritos próximos ao solo. 
pupas - no solo; marrom esverdeadas. 
adultos - mariposas de 15 a 25 mm, com asas de coloração cinza; palpo labial desenvolvido. 
Injúrias 
Provocam o "coração morto" (morte da gema apical); problemas até 30 dias; danos maiores em 
anos secos e solos arenosos; problema em região de cerrado. 
 192
Lagarta rosca: - Agrotis ipsilon (Hüfnagel) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
Características 
ovos - coloração branca; nas folhas, ou em solo úmido. 
agartas - coloração pardo acinzentada escura, com até 45 mm; hábitos noturnos; durante o dia 
ficam enroladas no solo. 
pupas - no solo, marrom brilhante. 
adultos - mariposas com 35 mm, com asas anteriores marrons com algumas manchas pretas, e 
asas posteriores semi-transparentes. 
 
Injúrias : Seccionamento de plântulas. Em milho, "coração morto" e perfilhamento. 
 
Pragas subterrâneas 
- Larva arame - Conoderus spp. (Coleoptera: Elateriadae) 
- Bicho bolo - várias espécies 
- Cupim - Procornitermes striatus (Hagen) (Isoptera: Termitidae) 
 
Características 
- Larva arame - larva achatada, com 15 a 20 mm, coloração marrom clara, corpo pouco flexível. 
- Bicho bolo - coloração branca, cabeça marrom, corpo recurvado em forma de "C". 
- Cupim - operárias de coloração branca ou amarela pálida, ápteras; ninhos subterrâneos. 
 
Injúrias: Danificam as sementes e raízes; plantas atacadas ficam amareladas e se desprendem 
facilmente do solo. 
 
ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DO MIP DA CULTURA DE M ILHO 
Praga chave: 
- Lagarta-do-cartucho-do-milho 
 
Amostragem 
Preventiva: 
dias antes do plantio, em 5 pontos/gleba semear 200 sementes/ponto; 5 dias após abrir o sulco e 
contar número de larvas de coleópteros (pragas subterrâneas). 
 193
Após plantio: 
ao acaso, selecionar 5 pontos/gleba; amostrar 100 plantas/ponto; contagem do número de plantas 
atacadas. (Lagarta cartucho). 
 
Determinação do nível de Controle (NC) 
Vide quadro 1 
 
Controle cultural 
Plantio mais denso, profundidade e umidade adequadas visando o controle de lagartas elasmo, 
lagarta rosca e pragas subterrâneas de solo, que reduzem o "stand" da cultura. 
 
Controle biológico 
- Para lagarta-do-cartucho: tesourinha, moscas Tachinidae, etc.. 
- Baculovirus spodoptera, para controle da lagarta-do-cartucho. Produto produzido pela 
EMBRAPA/CNPMS - Sete Lagoas - MG. 
- Dosagem: 10 lagartas em 600 ml de água ou 50 g de pó/ha. 
- Época de aplicação: 40 a 45 dias do plantio (época de maior infestação). Aplicar quando as 
lagartas tiverem no máximo 1,5 cm. 
- Pulverização: Bico tipo leque 8004 ou 6004. 
- Hora de aplicação: à tarde ou início da noite (vírus sensíveis aos raios ultravioletas). 
Controle químico 
- Vide quadro 2 
- Os inseticidas recomendados para o controle da lagarta-do-cartucho devem ser aplicados em 
pulverização, utilizando-se bico tipo "leque" (o mesmo indicado para herbicidas). 
 
QUADRO 1 - Determinação do NC de Pragas da Cultura de Milho. 
Praga Época de ocorrência Parte amostrada Nível de controle 
Lagarta-do-cartucho Até 30 dias Plantas 20% de planta atacadas 
Lagarta elasmo Até 30 dias Plantas 3% de planta atacadas 
Lagarta rosca Até 30 dias Plantas 3% de planta atacadas 
Larva arame Início da cultura Amostragem preventiva Média 2 larvas/ponto 
Bicho bolo Início da cultura Amostragem preventiva Média 1 larva/ponto 
 194
QUADRO 2 - Inseticidas Recomendados para Controle de Pragas da Cultura do Milho. 
Praga Nome 
Técnico 
Nome 
Comercial 
Carência 
(dias) 
Classe 
Toxicológica 
Grupo 1/ 
Químico 
Lagarta do 
cartucho 
B. thuringiensis 
Carbaril 
Clorpirifós 
Deltrametrina 
Permetrina 
B. spodoptera 
Thuricide, Dipel 
Sevin 850 PM 
Lorsban 480 BR 
Decis 25 CE 
Talcord 250 CE 
B. spodoptera 
1 
14 
21 
1 
45 
- 
IV 
II 
II 
II 
II 
IV 
IB 
CB 
F 
P 
P 
IB 
Lagarta 
rosca 
Carbaril 
Carbofuran 
Sevin 850 PM 
Furadan 350 TS 
14 
- 
II 
I 
CB 
CBS 
Pragas 
subterrâneas 
Carbofuran Furadan 350 TS - I CBS 
IB - Inseticida Biológico; CB - Carbamato; F - Fosforado; P - Piretróide; CBS - Cabamato 
Sistêmico. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1996. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448 p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. 
de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; A LVES, S.B. & VENDRAMIN, 
J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
VALICENTE, H.F. & CRUZ, I. 1991 . Controle biológico da lagarta-do-cartucho Spodoptera 
frugiperda, com o baculovirus. Sete Lagoas, EMBRAPA/CNPMS. 23 p. 
WAQUIL, M.J. 1992. Reunião sobre pragas subterrâneas dos países do Cone Sul, 2, Sete 
Lagoas. 194 p. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 195
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PASTAGENS 
 
Marcelo PICANÇO 
Emerson Nogueira DIAS 
 
1. Identificação das Pragas de Pastagens 
 
1.1. Pragas Chaves 
 
1.1.1. Pragas dos perfilhos 
1.1.1.1. Cigarrinhas-das-pastagens: (Homoptera-Cercopidae) 
• Zulia entreriana 
• Deois flavopicta 
• Deois schach 
 
Características: 
 O ovo é posto no solo em restos culturais. As ninfas são bastante ativas e resistentes. Ficam 
sempre protegidas por uma espuma branca característica. Passam por 5 instares. O ciclo de vida 
varia com diferentes espécies, mas pode-se dizer que o mesmo está ao redor de 58 dias: 
incubação - 15 dias; período ninfal - 40 dias; pré-ovoposição - 3 dias. 
As características morfológicas das 3 sp. mais comuns encontram-se na tabela 1. 
 
Tabela 1 - Características morfológicas dos adultos das três espécies de cigarrinha mais 
importantes das pastagens 
Espécie Comprimento Coloração do Corpo Faixas (Coloração) 
Z. entreriana 7 mm preto brilhante branco amarelada 
D. fravopicta 10 mm preto com abdome e pernas vermelhas amarela 
D. schach 10 mm preto esverdeado com abdome e pernas 
vermelhas 
alaranjada 
 
 
Prejuízos 
 As ninfas sugam a seiva das plantas depauperando-as, causando seu desequilíbrio híbrido e 
 196
levando-a a absorver um maior volume de água do solo.. O adulto, além de sugar a seiva, injeta 
uma substância tóxica que produz a sintomatologia típica da injúria causada pelas cigarrinhas, 
"queima das pastagens". Independente da espécie, a injúrias ocasionadas aos pastos são 
semelhantes, iniciando com o aparecimento de estrias cloráticas nas folhas e evoluindo até o 
secamento e morte das mesmas. 
 O problema da cigarrinha é, portanto, bastante grave, pois além da vasta área atacada, elas 
concorrem com o gado na época em que ele normalmente deveria recuperar-se do período de 
seca, e nessa época o capim amarelecido torna-se impalatável e desagradável, o que faz com que 
o animal coma menos, reduzindo assim a produção de leite e carne. 
 
Principais fatores favoráveis: 
• Época de alta umidade (indispensável para a eclosão dos ovos); 
• Alta temperatura do ar (redução do ciclo de vida do inseto); 
• Plantio de gramíneas suscetíveis; 
• Ocorrência de veranicos, quando a disponibilidade de água no solo é crítica. Além de ser uma 
época favorável ao ataque da praga, devido a redução do ataque de fungos entomopatogênicos à 
praga e elevação do teor de aminoácidos essenciais na seiva. 
• Baixa exposição das ninfas aos raios solares (favorece a manutenção da espuma ao redor das 
ninfas). 
 
1.1.2. Pragas das folhas 
 
1.1.2.1. Formigas cortadeiras (Hymenoptera-Formicidae): 
• Atta bisphaerica (Saúva mata-pasto) 
• Atta capiguara (Saúva parda) 
• Acromyrex spp. (quenquéns) 
• 
 As formigas cortadeiras são formigas (saúvas e quenquéns) que cortam e carregam fragmentosde diversos vegetais, flores e sementes para seus ninhos. Ocorrem atacando exclusivamente as 
pastagens, as espécies de saúvas A.bisphaerica e A.capiguara. 
 
 
 197
Prejuízos: 
 As formigas causam danos tanto em pastagens estabelecidas, quanto durante a fase de 
estabelecimento. Neste último caso os danos são mais graves porque cortam as plântulas recém 
emergidas tanto de gramíneas quanto de leguminosa. (A.bisphaerica, corta exclusivamente 
gramíneas). Esse dano ocasiona a morte da plântula, que neste estágio não tem capacidade de 
rebrota. Quando as formigas atacam plantas mais desenvolvidas, elas desfolham e cortam os 
brotos dos talos e ramos secundários. Em áreas infetadas, estimou-se, para A.capiguara, que o 
sauveiros por hectare, cujas formigas cortam cerca de 21 Kg de capim por dia, são equivalentes 
ao que consomem 3 bois em regime de pasto por alqueire, ou seja, 1,23 bois/hectare.dia-1. Outros 
fatores têm sido considerados como efeitos da ação das formigas cortadeiras tais como: 
• dano causado às pastagens pelo revolvimento da terra e as trilhas de forragem deixadas pelas 
formigas; 
• a aceleração do crescimento e a sucessão de ervas daninhas nas pastagens. 
Estas formigas atacam preferencialmente as espécies Pueraria phaseoloides, Desmodium spp., 
Stylosanthes spp., Centrosema spp., Leucena spp., e as gramíneas Andropogon spp., Panicum 
maximum e Brachiaria spp. 
 
Biologia e Controle 
 Vide Manejo de formigas cortadeiras. 
 
1.2. Pragas Secundárias 
 
1.2.1. Pragas dos perfilhos 
 
1.2.1.1. Percevejo das gramíneas- Blissus slateri (Leonard) (Heteroptera:Blissidae) 
 
Características 
 Vivem no solo, junto às plantas ou predominantemente sob as bainhas das folhas, agregados e 
em número variável. São insetos pequenos, medindo de 3,5 a 4,0 mm de comprimento, sugadores 
de seiva, de corpo preto e asas brancas com uma mancha preta triangular na extremidade do 
cório, do lado externo. Identificado recentemente no Brasil atacando capim Tangola e, 
considerando que na maioria dos casos onde se faz referências ao B. leucopterus no Brasil, as 
 198
plantas hospedeiras são principalmente os capins Tangola e "Tanner Grass" em áreas mal 
drenadas, suspeita-se que na realidade, B. leucopterus não ocorra no Brasil. 
Prejuízos: 
 As formas adultas e jovens, através da sucção da seiva, causam um retardamento no 
crescimento das plantas e posteriormente a morte das mesmas. Produz o secamento do capim, 
sendo um sintoma parecido com o provocado pelas cigarrinhas, mas com o agravante de que o 
posto não se recupera como acontece com a outra praga. 
 
1.2.1.2. Cochonilha dos capins - Antonina graminis (Maskell) ( Homoptera: Pseudococcidae) 
 
Características: 
 É um inseto sugador de seiva, de corpo ovalado e cor arroxeada, medindo 3 mm de 
comprimento e 1,5 mm de largura, apresentando o corpo envolto por uma substância cerosa 
branca de conformação semelhante a um saco. Passa por 3 instares larvais, sendo no primeiro 
instar que se dispersa, pois nos instares subsequentes é sedentário devido ao atrofiamento das 
pernas. 
 Alojam-se nos perfilhos concentrando-se, principalmente, junto aos nós sob as bainhas das 
folhas próximo das gemas, podendo formar grupos de até 10 cochonilhas por nós. 
 
Prejuízos 
 Ataca todas as hastes da planta a partir do coleto, onde ocorre a maior aglomeração dos insetos 
que são facilmente notados pela sua coloração branca. Então, sugando as hastes, produz um 
secamento do capim, que se manifesta normalmente em reboleiras. Como também afeta as 
gemas, estas morrem e o capim perde a capacidade de rebrotar, causando a morte das touceiras. 
Esse fato é notado principalmente na época da seca, quando o capim já sofre as conseqüências da 
falta de chuva e não se recupera, causando falhas no posto que são chamados vulgarmente de 
"geadas". 
 
1.2.2. Pragas das folhas 
 
1.2.2.1. Lagartas desfolhadoras (Lepidoptera - Noctuidae) 
Mocis latipes Guen.(Curuquerê-dos-capinzais) 
 199
Spodoptera frugiperda J.E.Smith (Lagarta do cartucho do milho) 
Pseudaletia sequax Franclemont (Lagarta do trigo) 
 
Tabela 2 - Principais características morfológicas das 3 espécies: 
Espécie Ovos Coloração 
M. latipes Dispersos na folha Castanho-escura, limitados por estrias longitudinais 
amarelos. 
S. frugiperda Em massa na folha 
(Aglomerados) 
Varia de pardo escuro, verde, quase preto 
P. sequax Em linhas nas folhas Verde com listas dorsais e longitudinais, possuindo 
lateralmente faixas brancas e amarelas. 
 
Prejuízos 
 Causam injúrias às plantas, quando na fase de lagarta, as quais quando recém-eclodidas, 
alimentam-se da parte mais tenra da planta, geralmente na parte inferior das folhas. As lagartas 
raspam a folha ou podem destruí-la totalmente deixando apenas a nervura principal. Se 
alimentam preferencialmente a tardinha e a noite, sendo que nas horas mais quentes do dia se 
abrigam junto ao colo da planta. 
 
1.2.3. Pragas das raízes 
1.2.3.1. Percevejo castanho - Atarsocoris brachiariae (Becker) (Heteroptera:Cydnidae) 
Características 
 Os ovos são postos na camada superficial do solo. Os adultos possuem a cor do corpo ambar-
amarelado, medem em torno de 5,5 mm. As ninfas são brancas e vivem no solo. Nas épocas mais 
secas, costuma aprofundar-se no solo, procurando as regiões mais úmidas e, durante as chuvas, 
retornam às camadas superficiais. O maior número de indivíduos do A. brachiariae é encontrado 
na faixa de 20-30 cm de profundidade no solo. 
Prejuízos 
 Tanto as ninfas quanto adultos sugam a seiva das raízes, além disso, os adultos introduzem 
toxinas que causam um amarelecimento com posterior secamento da planta. O ataque de A. 
brachiariae ocorre em reboleiras. Na região de transição entre a área de pastagem morta e a área 
 200
em que a pastagem apresenta desenvolvimento normal, é onde se concentra o maior número de 
insetos/m2. 
 
1.2.3.2. Coró das pastagens - Diloboderus abderus (Coleoptera:Scarabaeidae) 
Características 
 Os adultos apresentam coloração pardo escura a preta e medem em torno de 28 mm de 
comprimento. Os machos ao contrário das fêmeas, não voam. Após a cópula cavam galerias no 
solo onde realizam a postura. As larvas passam por quatro estágios. Passam a fase de pulpa no 
solo, esta fase dura em torno de três semanas, coincidindo com o início do verão, quando eclodem 
os adultos. 
 
Prejuízos 
 Os adultos não causam prejuízo. As larvas se alimentam da parte subterrânea de plantas, 
causando sua morte. Os maiores danos são a partir do mês de maio até o mês de outubro, durante 
o terceiro e quarto estádio de desenvolvimento quando sua voracidade é maior. 
 
1.2.3.2. Cupins (Isoptera: Termitidae) 
• Proconitermes sp. 
• Cornitermes cumulans 
 Geralmente vivem em baixo do solo, com uma organização social altamente desenvolvida, 
parecida com a das formigas, habitam principalmente áreas baixas e úmidas, não deixando 
portanto de ocorrerem também em áreas com maiores declividades. 
 
Prejuízos 
 Se alimentam basicamente de material vegetal morto, ocasionalmente atacando raízes de 
plantas forrageiras. Também em épocas seca são encontrados atacando cepas de Andropogon 
gayanus. Estes insetos também diminuem a área de pasto, devido a estrutura de seus ninhos, e 
dificultam os tratos culturais. 
2. Amostragem 
 
2.1. Cigarrinha das pastagens 
 A amostragem é feita com auxílio de rede de varredura ou succionados através de 
 201
caminhamento em zig-zag. A coleta é feita a cada 3 passos. O nível de controle adotado é de 4,0 
cigarrinhas/passo de captura. 
 
2.2. Formigas cortadeiras 
 Nível de dano, um formigueiro adulto (> 30 m2 de terra solta) por ha. 
 
2.3. Lagartas desfolhadoras 
 Deve ser feito uma avaliação direta do número de lagartas (Método batida de pano), ou injúria 
. Nível de controle é 10% da área atacada. 
 
2.4. Cochonilha dos capins 
 Atenção nos focos que ocorrem principalmente nosperíodos mais secos. 
 
2.5. Percevejo das Gramíneas 
 A amostragem deve ser feita pelo processo de "flotação" que consiste em utilizar um cilindro 
de 10 cm de diâmetro com as duas extremidades abertas, pressionando-o no chão e enchendo-o 
de água na proporção de 3/4 de seu volume. Assim, os percevejos que se encontram no solo 
flutuam no recipiente sendo facilmente contados. Por este processo o nível de infestação que 
exige controle, situa-se entre 10 a 150 percevejos por cilindro com cinco amostras por ha. 
 
2.6. Cupins 
Observar a formação de cupinzeiros. 
 
3. Táticas do MIP 
 
3.1. Variedades Resistentes; 
 A utilização de gramíneas resistentes deve ser baseada em pesquisas regionais. Isto 
evidentemente evitaria a quebra da resistência devido a fatores abiótiocos, variáveis de região 
para região. Existem espécies de gramíneas que possuem características morfo-fisiológicas, as 
quais podem afetar, de alguma maneira, o desenvolvimento do inseto. 
 Segundo GALLO et al. 1988, as espécies Paspalum conjugatum (capim amargoso), Panicum 
laxum (capim barba-de-bode) e Brachiaria humidicola (Humidicola) são resistentes a formigas. 
 
 202
Tabela 3 - Espécies de gramíneas mais resistentes às cigarrinhas das pastagens, indicadas para 4 
regiões do Estado de Minas Gerais (REIS et alii, 1983) 
Espécies de gramíneas Regiões* 
Nome científico Nome 
comum 
C. Oeste Nordeste Norte Sul 
Andropogon gayanus Kunth. Andropogon X - X X 
Melinis minutiflora Beauv. Gordura X X - X 
Panicum maximum Jacq. Colonião - X X - 
Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf Jaraguá X - - X 
Setaria anceps cv. "Kazungula" Setaria X X X X 
Cenchrus ciliaris L. '497 Médio/Alto' "Buffel" - - X - 
Cenchrus ciliaris L. 'Ci 1004 M/69/282' "Buffel" - - X - 
Penisetum purpureum Napier - - - X 
 X Recomendada; - Não recomendada. 
 
3.2. Controle Cultural 
 
3.2.1. Altura do pastejo - O adequado manejo das pastagens tem levado a bons resultados no 
controle das cigarrinhas. Recomenda-se manter uma altura do capim entre 25 e 40 cm. 
 
3.2.2. Diversificação e consorciação - A diversificação das pastagens com espécies nativas e/ou 
resistentes, assim como a consorciação de gramíneas com leguminosas, pode levar a redução 
acentuada na população da praga. Recomenda-se a erradicação do capim "Tanner grass", que é 
altamente susceptível ao percevejo das gramíneas. 
 
3.2.3. Calagem - Recomenda-se a calagem do solo pois, o pH menos ácido do solo, pode 
propiciar aumento da densidade de entomopatógenos, principalmente de bactérias além de 
contribuir para a migração de cupins para outras áreas. 
 
3.2.4. Adubação - O uso de adubação química proporciona maior fertilidade do solo e, assim, as 
gramíneas forrageiras suportam melhor o ataque de pragas. 
 
3.2.5. Formação de pastagem: Utilização do sistema barreirão com milho. Isto se deve ao maior 
revolvimento do solo no sistema barreirão, o que ocasionou a morte dos insetos, não somente 
pelo efeito mecânico como também à exposição aos raios solares, principalmente no caso das 
ninfas, por estas necessitarem de maior umidade para o desenvolvimento. 
 203
 
3.3. Controle Mecânico 
 Quando se notar os primeiros sinais de invasão das lagartas. Essas medidas são: emprego de 
rolo-facas sobre a população das lagartas nos pastos, uso de fogo ou ainda abertura de valas para 
impedir a passagem das mesmas para outros pastos. 
A destruição dos cupinzeiros, utilizando tratores munidos de lâmina ou broca. 
 
3.4. Controle Biológico; 
 De todos os tipos de controle o mais difundido é o controle biológico. Esse controle é feito 
naturalmente por uma série de organismos representados por predadores, parasitas e patógenos. 
 
Tabela 4 - Inimigos naturais das cigarrinhas das pastagens (REIS et alii, 1983) 
Grupo Nome comum Nome cientifíco 
Predadores Anu-branco 
Anu-preto 
Bem-te-vi 
Andorinha 
Galinha d'Angola 
Guira guira (Gmelin) 
Crotophaga ani (L.) 
Pitangus sulphuratus (L.) 
Progne chalibea (Gmelin) 
Numida meleagris 
Predadores Aranhas Entichreus ravidans (S.) 
Angiope argentale, 
Epeina sp. 
 
Parasitóides 
Microhimenóptero 
Microhimenóptero 
Mosca Salpingogaster 
Acmopolynema hervalis (Gomez) 
Anagyrus sp. 
Salpingogaster nigra (Schiner) 
Entomopatógenos Bactérias 
Nematóide 
Fungos 
 Diversas espécies (laboratório) 
Examermis sp. 
Entomophthora sp. 
 Beauveria bassiana (Bals.)Will 
Metarhizium anisopliae (Metsch.) 
 
 O controle biológico é o método mais viável no momento, para o controle de cochonilhas, 
sendo feito através de microhimenópteros, (Neodusmetia sangwani), que são parasitas. 
Para as cigarrinhas das pastagens, pode-se fazer o seu controle aplicando M.anisopliae na 2a ; e 3a 
; geração de ninfas; se a população de adultos for elevada na 3a geração, efetuar uma aplicação de 
inseticida seletivo mais M. anisopliae. 
 
 
 
 204
4.5. Controle Químico. 
 A utilização de inseticidas em grandes áreas é desaconselhável. Porém, os defensivos poderão 
ser aplicados, ocasionalmente, em áreas de produção de sementes ou em focos com elevada 
infestação. 
 Em áreas com infestação severa do percevejo castanho, a utilização de culturas anuais durante 
um ou dois anos, utilizando medidas preventivas (uso de inseticidas no sulco de plantio), 
contribui para reduzir a população deste inseto bem como os custos de implantação da pastagem. 
 
 
5. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
GALLO, D.; NAKANO,O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BATISTA, G.C. 
DE; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; A LVES, S.B. 1988. Manual de 
Entomologia Agrícola, 2a ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1988. 649 p. 
PICANÇO M.; LEITE, G. L. D.; MENDES, M. C.; BORGES V. E. 1999. Ataque de 
Atarsocoris brachiariae Becker, uma nova praga das pastagens em Mato Grosso, Brasil. Pesquisa 
Agropecuária Brasileira.(no prelo). 
REIS, P.R.; MELO, L.A DA S. & W. BOTELHO. 1980. Pragas das Pastagens. Informe 
Agropecuário, 47-52. Belo Horizonte, MG. 141p. 
VALÉRIO, J.R.; VIEIRA J.M. & VALLE L. DA C.S. 1998. Ocorrência de Blissus slateri 
Leonard (Heteroptera:Blissidae) em pastagem no Mato Grosso do Sul. XVII Congresso Brasileiro 
de Entomologia, Rio de Janeiro, p 205. 
 205
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DA SOJA 
 
Marcelo PICANÇO 
Daniel de Brito FRAGOSO 
Luciano Andrade MOREIRA 
 
I. PRAGAS CHAVE 
A. Percevejos 
 
1. Percevejo verde 
- Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae) 
 
a) Características 
São verdes uniforme; antenas com tons verdes e marrons. Longevidade de 33 dias. Postura com 
cerca de 100 ovos, colocados na face inferior das folhas, cujo conjunto possui formato 
hexagonal. As ninfas são escuras com manchas vermelhas. Coloração diversificada nos 5 ínstares. 
 
b) Injúrias 
Sugam a seiva das hastes, ramos e vagens ("chochas"). Causam retenção foliar (problema na 
colheita mecânica) e "soja louca" (vegetação anormal da planta, sem produzir vagens) devido a 
injeção de toxinas. Causam mancha de levedura nos grãos. 
 
2. Percevejo verde pequeno 
- Piezodorus guildinii (West.) (Heteroptera: Pentatomidae) 
 
a) Características 
 Medem cerca de 10 mm, apresenta cor verde uniforme, antenas verdes com faixa transversal 
avermelhada no pronoto. Os ovos são pretos, cerca de 20-30 ovos dispostos em linha dupla, 
geralmente nas vagens. As ninfas apresenta coloração variável, de vermelha, verde e até pretas, 
com manchas brancas no dorso, nos 5 ínstares. 
 
b) Injúrias 
Idem a Nezara viridula. 
 
 206
3. Percevejo marrom 
- Euschistus heros (Fabr.) 
 
a) Características 
Medem cerca de 13 mm, marrom uniforme, pronoto desenvolvido ("chifrudinho"). Mancha em 
forma de meia lua branca no ápice do escutelo. Os ovos são amarelos, cerca de 7 ovos dispostos 
em 2 ou 3 linhas paralelas nas vagens ou folhas da soja. As ninfas são verdes no início, podendo 
apresentar formas de cor verde, castanho ou acinzentado. 
 
b) Injúrias 
Atacam vagens e grãos e provoca a retenção foliar.B. Lagarta da Soja 
- Anticarsia gemmatalis Hueb.(Lepidoptera: Noctuidae) 
 
a) Características 
As mariposas são pardo-acinzentadas com 40 mm de envergadura, listas escuras transversais nas 
asas e manchas claras, na face ventral das mesmas. Os ovos são brancos, postos isolados ou 
agrupados (5 a 7) na face inferior das folhas. Uma fêmea pode colocar cerca de 350 ovos. As 
lagartas atinge até 40 mm de comprimento. Coloração verde (baixa infestação) até preta (alta 
infestação). Estrias brancas no dorso. Cinco pares de pernas abdominais. Empupam no solo. 
 
b) Injúrias 
Alimentam-se de folhas e hastes. 
 
II. PRAGAS SECUNDÁRIAS 
A. Lagartas desfolhadoras 
- Pseudoplusia includens (Walk) = "Plusias" 
- Rachiplusia nu (Guen.) = "Plusias" 
- Trichoplusia ni (Hueb.) = "Plusias" 
 
a) Características: São mariposas pardo-acinzentadas com 40 mm de envergadura, listas escuras 
transversais nas asas e manchas claras, na face ventral das mesmas. Os ovos são verdes; 
 207
arredondados, colocados isoladamente nas folhas. As lagartas são verdes; medem palmo (3 pares 
de falsas pernas); empupam nas folhas. 
 
b) Injúrias: Lagarta desfolhadora que destrói o limbo foliar, deixando apenas as nervuras 
principais. 
 
B. Broca das axilas ou broca dos ponteiros 
- Epinotia aporema (Wals.) (Lepidoptera: Olethreutidae) 
 
Injúrias: Ataca as folhas dos ponteiros e broqueia as hastes das plantas, abrindo galeria e 
provocando o secamento dos ramos. 
 
C. Lagarta elasmo ou broca do colo 
- Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae). 
 
Injúrias: Causam o secamento das plantas novas (até 30 dias de idade). Importante em regiões de 
Cerrado. 
 
D. Outros lepidópteros 
 
1. Lagarta das vagens 
- Spodoptera latifascia Walk. (Lepidoptera: Noctuidae) 
- Spodoptera eridania Cramer (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
Injúrias 
Alimentam-se preferencialmente de grãos e vagens da soja, podendo também consumir suas 
folhas. 
 
2. Lagarta enroladeira 
- Hedylepta indicata (Fabr.) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
3. Lagarta cabeça de fósforo 
- Urbanus proteus (L.) (Lepidoptera: Hesperiidae) 
 
 208
Injúrias 
Unem folíolos através de teias, onde a lagarta vive no interior deste abrigo, raspando o 
parênquima das folhas. 
 
4. Lagarta das vagens 
- Etiella zinckenella (Treits.) (Lepidoptera: Pyralidae) 
 
Injúrias 
Destroem as sementes no interior das vagens, próximas à maturação. 
 
E. Outros Percevejos 
 
1. Percevejos de grãos 
- Acrosternum hilare (Fabr.) (Heteroptera: Pentatomidae) 
- Edessa meditabunda (Fabr.) (Heteroptera: Pentatomidae) 
- Percevejo barriga verde: Dichelops furcatus (Fabr.) e D. melacanthus (Heteroptera: 
Pentatomidae). 
 
Injúrias 
Sugam os grãos da soja, porém raramente atingem o nível de dano econômico. 
 
2. Percevejo castanho 
- Scaptocoris castanea Perty (Heteroptera: Cydnidae) 
 
a) Características 
Apresenta coloração marron; odor característico quando perturbados; na seca, aprofundam-se no 
solo e na chuva vêm à superfície; ocorrem revoadas ao entardecer ("nuvens"). A oviposição 
ocorre no solo. As ninfas são brancas; com odor desagradável e vivem no solo, sugando as raízes 
das plantas. 
 
b) Injúrias 
Adultos e ninfas sugam seiva das raízes, provocando amarelecimento da planta e posterior 
secamento. Maiores problemas em solos de textura arenosa. 
 209
F. Vaquinhas 
- Megascelis sp. (Coleoptera: Chrysomelidae) 
- Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) 
- Cerotoma spp. (Coleoptera: Chrysomelidae) 
- Myochorus sp. (Coleoptera: Chrysomelidae) 
 
Injúrias 
Atacam folhas mais tenras abrindo pequenos buracos. As larvas se alimentam das raízes, 
causando o murchamento das plantas. As espécies mais importantes são Megascelis sp. (no MT) 
e Myocorus sp. (no MS). 
 
III. TATICAS E ESTRATÉGIAS NO MIP 
1. Pragas Chaves 
- Percevejo verde. 
- Percevejo verde pequeno. 
- Percevejo marrom. 
- Lagarta da Soja. 
 
2. Amostragem 
Método de pano (1 m de comprimento) ou pelo índice de desfolha (Figura 1). 
 
Tamanho do talhão (ha) Número de amostras 
até 10 6 pontos de amostragens 
10-30 8 pontos de amostragens 
 31-100 10 pontos de amostragens 
> 100 subdividir a área em talhões menores 
Fonte: Gazzoni, et alli, 1988. 
 
 
 
 
 210
FICHA DE AMOSTRAGEM DE CAMPO 
Propriedade: 
Data: 
Cultivar: 
Município: 
( ) Antes da floração 
( ) Floração 
( ) Formação de Vagens 
( ) Maturação 
PRAGAS PONTOS DE AMOSTRAGEM 
Lagartas pequenas < 1,5 cm 
 grandes > 1,5 cm 
 
1 
 
2 
 
3 
 
4 
 
5 
 
6 
 
7 
 
8 
 
9 
 
10 
 
Tot 
_ 
X 
 Lagartas da soja pequena 
 (Anticarsia ) grande 
Lag. falsa medideira pequena 
(Pseudoplusia) grande 
Lagarta com Nomuraea 
Lagarta com vírus 
Percevejo verde ninfa 
 (Nezara) adulto 
Percevejo pequeno ninfa 
 (Piezodorus) adulto 
Percevejo marrom ninfa 
 (Euschistus) adulto 
Broca ponteiros ponteiro 
 (Epinotia) plântula 
Desfolhamento 
Fonte: Gazzoni, et alli, 1988. 
 
 
3. Nível de Controle 
Pragas Épocas Níveis de controle 
Lagartas 
desfolhadoras 
Antes do florescimento 
Após o florescimento 
40 lag. > 1,5 cm ou 30% de desfolha 
40 lag. > 1,5 cm ou 15% de desfolha 
Broca das 
axilas 
Até a formação de vagens 30% de ponteiros atacados 
Broca das 
Vagens 
Formação e enchimento de 
vagens 
10% de vagens atacadas 
20 lag. por amostragem 
Percevejos Formação de vagens até a 
maturação fisiológica 
4 perc. > que 5 mm por amostragem 
(grãos) 
2 perc. > que 5 mm em prod. de 
sementes 
Fonte: Gallo et alli, 1988. 
 
 
4. Controle Cultural 
 
 211
4.1. Para percevejos 
- Uso de variedades de ciclo curto (escapam da época de maior população de percevejos) 
- Plantio em épocas diferentes (influencia na dinâmica de pragas) 
- Uso de cultivares armadilhas (pequena área - 10% do total) nas margens, com variedade mais 
precoce do que a ser plantada para atrair os percevejos, que serão eliminados com o uso de 
inseticidas. O caupi (Vigna unguiculata) pode melhorar a atração. 
 
4.2. Para lagartas: 
- Espaçamento: a época de semeadura e o uso de diferentes espaçamentos entre linhas pode 
influenciar nas populações de insetos desfolhadores. Menores densidades de A. gemmatalis e 
Plusias foram observadas em soja com espaçamento maior e plantadas mais tardiamente. 
 
4.3. Para larvas de coleópteros: 
- Preparo do solo para exposição das larvas à radiação solar e ação de pássaros insetívoros. 
 
5. Controle por comportamento 
- O uso do sal de cozinha, permite o controle de percevejos via inseticidas, com redução na 
quantidade empregada (Quadro 4). 
 
QUADRO 4 - Utilização da Mistura de Inseticida com Sal de Cozinha. 
Ingrediente ativo Dose recomendada 
(g i.a./ha) 
Dose com sal de cozinha 
 (g i.a./ha) 
Carbaril 800 400 
Endossulfan 437,5 219 
Fenitrotiom 500 250 
Fosfamidom 600 300 
Metamidofós 300 150 
Paratiom metílico 480 240 
Triclorfom 800 400 
Fonte: Corso, 1990. 
 
- A ação do sal de cozinha não é de um atraente, mas sim de um estimulante alimentar, que 
faz com que haja maior contato entre o inseticida e o percevejo. 
- Fazer salmoura separada, diluindo o sal com um pouco de água, depois misturar à água do 
pulverizador, colocando por último, o inseticida. 
 212
- Dose recomendada: 
. para equipamentos terrestres (0,5%) = 500 g para cada 100 l de calda preparada. 
. para aplicação aérea: (0,75%) 
- Lavar os equipamentos com detergente neutro ou óleo mineral, após o uso para evitar corrosão. 
 
6. Resistência de plantas 
- Variedade IAC-100: resistência e/ou tolerância aoataque de percevejos. Genótipo em estudo: 
IAC 78-2318: resistência múltipla à várias pragas da soja, incluindo lagartas desfolhadoras. 
7. Controle Químico 
Utilizar inseticidas seletivos aos inimigos naturais. (Quadro 3). 
QUADRO 3 - Inseticidas Seletivos Indicados para Cultura da Soja. 
 
Inseticida 
 
Dose 
(g i.a./ha) 
 
Efeito sobre 
predadores 
 
Classe 
toxico- 
lógica 
 
Carência 
(dias) 
 
Grupo 
 químico 
1) Anticarsia gemmatalis 
B. anticarsia 50 1 IV - Insetic. Biológico 
B. thuringiensis 500 1 IV - Insetic. Biológico 
Carbaril 200 1 II 3 Carbamato 
Diflubenzuron 15 1 IV 21 Inibidor de Quitina 
Endossulfan 87,5 1 I 30 Organoclorado 
Profenofós 80 1 II 21 Organofosforado 
Tiodicarbe 70 1 II 14 Carbamato 
Triclorfom 400 1 II 7 Organofosforado 
2) Epinotia aporema 
Metamidofós 300 3 I 23 Organofosforado 
Paratiom metílico 480 3 I 15 Organofosforado 
3) Nezara viridula 
Endossulfan 437,5 2 I 30 Organoclorado 
Fenitrotiom 500 3 II 7 Organofosforado 
Fosfamidom 600 3 I 7 Organofosforado 
Metamidofós 300 3 I 23 Organofosforado 
Paratiom metílico 480 3 I 15 Organofosforado 
Triclorfom 800 1 II 7 Organofosforado 
4) Piezodorus guildinii 
Carbaril 800 1 II 3 Carbamato 
Endossulfan 437,5 2 I 30 Organoclorado 
Metamidofós 300 3 I 23 Organofosforado 
Triclorfom 800 1 II 7 Organofosforado 
5) Euschistos heros 
Endossulfan 350 1 I 30 Organoclorado 
Paratiom metílico 480 3 I 15 Organofosforado 
Triclorfom 800 1 II 7 Organofosforado 
6) Vaquinhas 
Carbaril 800 1 II 3 Carbamato 
1 = 0-20%; 2 = 21-40%; 3 = 41-60%; 4 = 61-80%; 5 = 81-100% de redução populacional de predadores. 
 
 213
8. Controle Biológico 
A. Natural 
QUADRO 2 - Principais Inimigos Naturais das Pragas da Soja 
Inimigo 
natural 
 
Ordem 
 
Espécie (família) 
 
Pragas controladas 
 Nabis sp. (Nabidae) Ovos e lagartas 
De 1os ínstares 
 * Heteroptera Geocoris sp. (Lygaeidae) 
 Podisus sp. (Pentatomidae) Lagartas e percevejos 
Predador Calosoma granulatum 
(Carabidae) 
 
 Coleoptera Callida scutelaris (Carabidae) Lagartas 
 Lebia concina (Carabidae) 
 Dermaptera Doru lineare (Forficulidae) Ovos de Lepidoptera 
 Microcharops bimaculata 
(Ichneumonidae) 
Lagartas de A. gemmatalis 
 Hymenoptera Litomastix truncatellus 
(Encyrtidae) 
Lagartas de P. includens 
Parasitóide * Trissolcus basalis 
(Scelionidae) 
Ovos de percevejos 
 Telenomus mormidae 
(Scelionidae) 
Ovos de percevejos 
 Diptera Eutrichopodopsis nitens 
(Tachinidae) 
N. viridula 
 Patelloa similis (Tachinidae) Lagartas 
Patógenos * Vírus Baculovirus anticarsia (doença 
preta) 
Lagartas de A. gemmatalis 
 * Fungo Nomuraea rileyi (doença branca) Lagartas em geral 
 Entomophthora spp. Lagartas em geral 
 * Inimigos Naturais Chave 
 214
O uso das seguintes práticas poderão preservar a ação destes inimigos: 
- Uso de nível de controle 
- Uso de inseticidas seletivos 
- Uso de sal de cozinha 
- Fixação no solo de hastes de madeira nos locais onde há focos de ataque de lagartas, para que 
estas hastes sirvam de local de pouso de aves insetívoras 
- Deixar faixas de vegetação natural que servirão de local de reprodução de pássaros e insetos 
predadores e parasitóides 
- Não utilizar inseticidas no sulco de plantio que serão prejudiciais aos predadores subterrâneos e 
aos predadores de aparelho bucal picador-sugador que vivem no dossel das plantas. 
 
B. Aplicado 
- Utilização de Baculovirus anticarsia: 
. Pelo menos 80% das lagartas tem que ter tamanho menor que 1,5 cm. 
. Ex: Como o NC = 40 lagartas, então se tiver: 
1) 30 lag. pequenas e 10 grandes = não aplicar Baculovirus 
2) 30 lag. pequenas e 11 grandes= esperar atingir 40 lag. grandes e aplica-se o controle químico. 
. Cuidados na aplicação do vírus: 
- o vírus demora até 10 dias para matar as lagartas, mas param de comer após quatro dias da 
aplicação; 
- quando ficam doentes, vão para os ponteiros. 
. Receita caseira: 50 lagartas doentes (± 16 g) maceradas, coadas e diluídas em 100-200 l de 
água/ha. 
- Existe também disponível para os produtores o vírus na formulação pó molhável comercializado 
por algumas unidades da EMBRAPA/CNPSo (Londrina/PR; UEPAE (Dourados/MS), 
cooperativas credenciadas e empresas como NOVA ERA: Biotecnologia Agrícola 
(Apucarana/PR), TECNIVITA (Mal. Cândido Rondon/ PR) e GERATEC (Porto Alegre/RS), 
com preços médios de US$ 3-4 dose/ ha. 
- Trissolcus basalis (Wollaston) (Hymenoptera: Scelionidae) 
Cada fêmea parasita, em média 250 ovos de Nezara viridula. Na EMBRAPA/CNPSo, há criação 
massal deste microhimenóptero para liberação no campo. Liberação nos períodos de menor 
 215
insolação, em número de duas, no final da floração, em diferentes locais, num total de 15 mil 
adultos/ ha. Evitar aplicações de defensivos na época de liberação. 
 
IV. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1993. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora,. 448p. 
CORREIA, A.C.B.; CORRÊA-FERREIRA, B.S.; MOSCARDI, F . 1993. Controle biológico 
de pragas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte. 9(104):42-9. 
CORSO, I.C. 1990. Uso de sal de cozinha na redução da dose de inseticidas para controle de 
percevejos da soja. (Comunicado Técnico, 45), Londrina, EMBRAPA/CNPSo. 7 p. 
FERREIRA, B.S.C. 1993. Utilização do parasitóide de ovos Trissolcus basalis (Wollaston) no 
controle de percevejos da soja. (CircularTécnica, 11). Londrina, EMBRAPA/CNPSo. 40 p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. 
de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; A LVES, S.B. & VENDRAMIN, 
J.D. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
GAZZONI, D. L.; OLIVEIRA, E.B.; CORSO, L.C.; FERREI RA, B.S.C.; VILAS BÔAS, 
G.L.; MOSCARDI, F.; PANIZZI, A.R. 1988 . Manejo de pragas da soja. (Circular Técnica, 5), 
Londrina. EMBRAPA/CNPSo. 44 P. 
MOSCARDI, F. 1992. Sucesso no controle com baculovirus. In: Manual de controle biológico - 
Sociedade Nacional de Agricultura, Rio de Janeiro. p 37-9. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 216
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO SORGO 
 
Jair Campos de MORAES 
IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
Praga chave 
 
Mosca-do-sorgo 
- Contarinia sorghicola (Coquillet) (Diptera: Cecidomyiidae) 
 
Características 
. ovos - na inflorescência. 
. larvas - coloração rosada; alimentam-se do ovário floral. 
. pupas - no interior da flor; algumas pupas entram em diapausa no interior dos grãos. 
. adultos - mosquinhas de asas transparentes e abdome avermelhado; fêmeas medem cerca de 2 
mm, com longevidade de cerca de 1 dia. 
 
Injúrias 
Causam chochamento da inflorescência da panícula e, consequentemente, redução na produção 
de grãos. 
 
Pragas secundárias 
 
Pulgão 
- Shizaphis graminum (Rond.) (Homoptera: Aphididae) 
 
Características 
- Insetos pequenos, de corpo mole, agrupados em colônias localizadas nas folhas ou panículas; 
coloração verde-azulada. 
 
Injúrias 
Sugam seiva de pedicelos florais e panículas novas. 
Lagarta do cartucho-do-milho 
-Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
 217
Características 
Lagartas que atacam as folhas deixando-as perfuradas; presença de excrementos. 
 
Injúrias: Alimentam-se das folhas, principalmente das mais novas, podendo destruí-las; de um 
modo geral os prejuízos são menores que no milho. 
Cucuquerê-dos-capinzais 
- Mocis latipes (Guen.) (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
Características 
Lagartas que atacam as folhas; tipo "mede palmo". 
 
Injúrias 
Alimentam-se das folhas, podendo destruí-las completamente, deixando apenas a nervura 
principal da folha. 
 
 Lagarta elasmo 
- Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidopetra: Pyralidae) 
 
Carcterísticas 
Lagartas "saltitantes", de coloração verde azulada; presença de casulos de terra, teia e detritos na 
região do coleto das plantas. 
 
InjúriasAtacam plântulas, podendo provocar redução do "stand"; maiores prejuízos nos anos com período 
seco após o plantio. 
 
ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MIP DA CULTURA DO SORGO 
Praga chave 
Mosca do sorgo 
 
Amostragem 
- 5 pontos/ha; 1 planta/ponto; coletar a panícula com saco plástico; contagem do número de 
adultos/amostras. 
 218
Determinação do nível de controle (NC). 
- NC igual a 1 adulto/amostra (média). 
- período crítico 20 a 25% de panículas florescidas. 
 
Controle cultural 
- Para mosca-do-sorgo: plantio antecipado; uso de híbridos (florescimento uniforme); uniformizar 
a profundidade de semeadura, adubação e época de plantio, visando o florescimento uniforme. 
 
Resistência de plantas 
- Variedades AF-28, embora não seja comercial é altamente resistente à mosca do sorgo. Há 
pesquidas visando a produção de híbrido e variedades resistentes com boas características 
agronômicas. 
 
Controle biológico 
- Microhimenópteros parasitos da mosca do sorgo tais como Tetrastichus sp., Inostema sp. e 
Euplemus popa, apesar de ocorrerem com frequência, não são suficientes para inpedir as enormes 
infestações da mosca. 
Controle químico (Quadro 1) 
 
QUADRO 1 - Inseticidas Recomendados para o Controle de Pragas da Cultura de Sorgo. 
Pragas Nome 
técnico 
Nome 
comercial 
Carrência 
(dias) 
Classe 
toxicológica 
Grupo 
químico 
Mosca-do-
sorgo 
clorpirifós 
diazion 
deltametrina 
Lorsban 480 BR 
Diazinon 600 CE 
Decis 25 CE 
21 
14 
6 
II 
II 
II 
F 
F 
P 
Lagarta-do-
cartucho 
clorpirifós 
deltametrina 
Lorsban 480 BR 
Decis 25 CE 
21 
6 
II 
II 
F 
P 
F - Fosforado; P - Piretróide. 
 
 
- Só é viável economicamente quando o campo estiver com florescimento igualado. 
- As folhas de sorgo são muito sensíveis à ação fitotóxica de certos inseticidas. Desta forma, 
 219
recomenda-se um teste preliminar com um número pequeno de plantas para avaliar o 
comportamento da cultura ao inseticida a ser usado. 
 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1996. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448 p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C.; 
BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES , S.B. & VENDRAMIN, J.D. 
1988. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
WAQUIL. J.M.; CRUZ, I.; VIANA, P.A. 1986 . Pragas do sorgo. Informe Agropecuário, 12 
(144). 76 p. 
WAQUIL, J.M.; CRUZ, I.; VIANA, P.A. & SANTOS, J.P. 1988. Principais pragas na cultura 
do sorgo. In: EMBRAPA/CNPMS. Recomendfações técnicas para o cultivo do sorgo. (Circular 
Técnica, 1). Sete Lagoas, EMBRAPA/CNPMS. p. 45-51. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. 
Piracicaba, FEALQ. 139 p. 
 220
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO TRIGO, AVEIA E CEVAD A 
 
Marcelo PICANÇO 
Daniel de Brito FRAGOSO 
 
I. RELAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DO TRIGO, AVEIA E CEVADA 
A. Pragas do sistema radicular 
 
Corós 
Larva-arame 
Pulgão-da-raiz 
Pão-de-galinha 
B. Pragas da parte aérea 
 
Lagartas 
Pulgões (das folhas, colmo e espiga) 
Percevejos 
Lagarta elasmo 
Broca-da-cana-de-açucar 
 
II. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DO TRIGO , AVEIA E CEVADA 
Pragas do sistema radicular 
 
1. Corós 
- Phyllophaga sp. (Coleoptera: Scarabaeidae) 
- Phytalus sanctipauli (Coleoptera: Scarabaeidae) 
- Diloboderus abderus (Coleoptera: Scarabaeidae) 
- Cyclocephala flavipenis (Coleoptera: Scarabaeidae) 
- Phyllophaga cuyabana (Coleoptera: Scarabaeidae) 
- Lyogenis sp. (Coleoptera: Scarabaeidae) 
 
1.1. Phyllophaga sp. (Coleoptera: Scarabaeidae) – coró-do-trigo 
 
 221
a) Características: Os adultos são besouros de coloração marron-avermelhada brilhante e medem 
cerca de 2 cm de comprimento por 1 cm de largura. As revoadas são noturnas e concentram-
se no mês de outubro. As larvas são brancas, curvas, com a cabeça marron-amarelada 
(esclerotizada). Passam por três ínstares, até atingirem o tamanho de 4 cm, não constróem 
galerias permanentes e vivem muito próximo à superfície do solo. 
 
1.2. Diloboderus abderus (Coleoptera: Scarabaeidae) – coró-das-pastagens ou bicho-bolo 
 
a) Características: O inseto apresenta apenas uma geração por ano (i.e., univoltino), mais 
associado a sistema de plantio direto. Restos de palhadas são utilizados para a nidificação e 
alimentação das larvas récem-eclodidas. Os adultos são besouros de coloração preta e medem 
cerca de 2,5 cm de comprimento por 1,3 cm de largura. Apresentam dimorfismo sexual, os 
machos apresentam chifre cefálico. Apenas as fêmeas fazem revoadas. As larvas são brancas, 
curvas, com a cabeça marron-amarelada (esclerotizada). Passam por três ínstares, até atingirem o 
tamanho de 4 a 5 cm, constróem galerias permanentes e vivem a cerca de 10 a 20 cm de 
profundidade de solo. 
 
b) Injúrias: - Atacam sistema radicular, sementes e, muitas vezes, comem toda a plântula do trigo, 
que vão puxando para dentro do solo. O terceiro ínstar larval da praga, normalmente coincide 
com a época de plantio e estágios iniciais de desenvolvimento da cultura de trigo, isto faz com 
que o potencial de dano da praga aumente. Os prejuízos na produtividade de grãos decorrem da 
diminuição do estande da lavoura e da redução da capacidade de produção das plantas. Plantas 
sobreviventes do ataque apresentam-se com menor números de afilhos férteis, atraso no 
crescimento e espigas pequenas e com menor peso. 
 
2. Larva arame: - Conoderus spp. (Coleoptera: Elateridae) 
 
a) Características : Besouros marrons avermelhados com cerca de 10 a 15 mm de comprimento e 
élitros pardos ferrugíneos pontuados com 4 manchas pretas. As larvas são marrons, com 15 a 20 
mm de comprimento. 
 
 222
b) Injúrias: Destróem as raízes causando amarelecimento e morte da planta. As touceiras são 
facilmente destacadas. 
 
3. Rhopalosiphum rufiabdominale (Sasaki) (Homoptera: Aphididae) – pulgão da raiz 
 
a) Características : São pulgões de coloração cinza escura, que formam grandes colônias nas 
raízes das plantas. 
 
b) Injúrias : O pulgão da raiz, pela sucção contínua de seiva, causa amarelecimento das plantas. 
 
3. Rhopalosiphum rufiabdominale (Sasaki) (Homoptera: Aphididae) – pulgão da raiz 
 
a) Características: São pulgões de coloração cinza escura, que formam grandes colônias nas raízes 
das plantas. 
 
b) Injúrias: O pulgão da raiz, pela sucção contínua de seiva, causa amarelecimento das plantas. 
 
B. Pragas da parte aérea 
 
1. Lagartas desfolhadoras 
- Pseudaletia sequax (Lepidoptera: Noctuidae) 
- Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) 
- Mocis latipes (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
1.1. Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) – lagarta militar 
 
Características: As mariposas medem cerca de 35 mm, com asas anteriores pardo escuras e as 
posteriores branco acinzentadas. A oviposição é feita em "massas" de ovos colocados na página 
superior das folhas, os ovos são de coloração palha. As lagartas apresentam coloração variando 
de pardo escura, verde até quase preta, com três linhas longitudinais branco amareladas na parte 
dorsal do corpo. Cinco pares de falsas pernas. A pupação normalmente ocorre no solo, as pupas 
são de coloração marrom avermelhada. 
 
1.2. - Pseudaletia sequax Franclemont (Lepidoptera: Noctuidae) – lagarta do trigo 
 223
a) Características: As mariposas apresentam coloração cinza amarelada, com sombreamento de 
pardo até negro; asas posteriores mais claras; com cerca de 35 mm de envergadura. Ovos são 
esféricos, branco amarelados, sendo colocados em linhas, presos às folhas e colmos. Lagartas 
apresentam coloração verde com listras dorsais e longitudinais; lateralmente possuem faixas 
brancas e amarelas. A pupação pode ocorrer tanto no solo como na planta. 
 
1.3. - Mocis latipes (Guen) (Lepidoptera: Noctuidae) – curuquerê-dos- capinzais 
 
a) Características:As mariposa medem cerca 42 mm de envergadura; asas de coloração pardo 
acinzentada. A oviposição é feita nas folhas. As lagartas são de coloração amareladas com estrias 
longitudinais castanho escuras, por possuírem apenas dois pares de pseudopatas abdominais e 
hábito típico de se movimentar, são conhecidas vulgarmente como lagartas "medem-palmo". 
. 
b) Injúrias: As lagartas alimentam-se de folhas, reduzindo a área foliar e podendo destruí-las 
completamente as plantas em estágios iniciais de crescimento. 
 
2. Pulgões das folhas 
- Schizaphis graminum (Rondani) (Homoptera: Aphididae) 
- Rhopalosiphum padi (L.) (Homoptera: Aphididae) 
- Metopolophium dirhodum (Walk) (Homoptera: Aphididae) 
 
2.1. Schizaphis graminum (Rondani) (Homoptera: Aphididae) – pulgão verde dos cereais 
 
a) Características: São pulgões de corpo oval, de coloração verde claro brilhante com uma linha 
longitudinal verde escuro no dorso. Antenas escuras com exceção dos três segmentos basais. 
Sifúnculos mais claros que o corpo com ápice preto. 
 
2.2. Rhopalosiphum padi (L.) (Homoptera: Aphididae) 
 
 a) Características: - Apresentam o corpo com coloração verde oliva tendo a base do sifúnculo e 
codícola de cor alaranjada. 
 
 224
2.3. - Metopolophium dirhodum (Walk.) (Homoptera: Aphididae) – pulgão verde pálido das 
folhas 
a) Características: - Formas ápteras apresentam coloração verde pálido e amarelo com uma linha 
longitudinal verde escura na parte alada com o abdome da mesma cor com o tórax castanho 
escuro. 
b) Injúrias: Os prejuízos decorrem da sucção de seiva e, indiretamente pela injeção de toxina e 
transmissão do vírus do nanismo amarelo da cevada (VNAC), sendo maiores em plantas menores 
e menos vigorosas e em anos de seca. Os pulgões das folhas provocam o amarelecimento e 
necrose da superfície foliar podendo dar origem à plantas raquíticas e mesmo levá-las à morte. 
 
3. - Sitobion avenae (Fabr.) (Homoptera: Aphididae) – pulgão da espiga 
 
a) Características: São de coloração em geral verde escuro, sendo as antenas e os sifúnculos quase 
pretos. Sua codícola tem cerca de 3/4 do comprimento dos sifúnculos. - R. rufiabdominale 
(pulgão da raiz) - de coloração cinza escura; formam grandes colônias nas raízes das plantas. 
 
b) Injúrias: O pulgão da espiga pode acarretar danos quantitativos e qualitativos (enrugamento 
dos grãos e perda do poder germinativo). 
 
4. Thyanta perditor (Fabr.) (Heteroptera: Pentatomidae) – percevejo do trigo 
 
Características: Adulto com coloração verde-amarelado, apresentam dois espinhos no protórax e 
medem cerca de 9 a 11 mm de comprimento. Os ovos são colocados em grupos na folha, são 
cilíndricos, acinzentados e com uma coroa de espinhos de coloração branca. 
 
b) Injúrias: Sucção de seiva dos grãos na fase de enchimento, reduzindo a produtividade e 
afetando o poder germinativo das sementes. 
 
5. Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) – lagarta elasmo 
 
a) Características: Adultos são mariposas de 15 a 25 mm de envergadura, com asas de coloração 
cinza, palpo labial desenvolvido. Os ovos são ovipositados no solo, folhas ou colmos. Lagartas 
 225
apresentam coloração verde azulada, cabeça escura, penetração na plântula na região do coleto, 
casulo com terra e detritos próximos ao solo. A pupação ocorrem no solo. 
 
b) Injúrias: Provocam na planta o sintoma conhecido como "coração morto" (morte da gema 
apical). 
 
6. Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera: Pyralidae) – broca da cana-de-açucar 
 
a) Características: O adulto é uma mariposa de cor amarelo–palha, apresenta asas com aspecto 
estriado, com pequenos pontos marrons formando uma linha em diagonal em forma de “V” 
invertido no terço apical. Os ovos são de coloração amarela, colocados em grupos sobre as folhas 
de forma imbricada. A lagarta é de cor amarelada, com cerca de 25 mm, com pontuações 
marrons. 
 
b) Injúrias: Ataques na fase vegetativa originam o sintoma "coração morto". Na fase reprodutiva, 
ataca a base da panícula originando o sintoma "panícula branca" que se caracteriza pelo 
"chochamento" total ou parcial da panícula. 
 
III . ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DAS CULTURAS DE TRIGO, 
AVEIA E CEVADA 
 
A. Pragas chaves 
 
1. Pulgões 
- Schizaphis graminum (Homoptera: Aphididae) 
- Rhopalosiphum padi (Homoptera: Aphididae) 
- Metopolophium dirhodum (Homoptera: Aphididae) 
- Sitobion avenae (Homoptera: Aphididae) 
- Rhopalosiphum rufiabdominale (Homoptera: Aphididae) 
 
B. Pragas secundárias 
 
1. Lagartas desfolhadoras 
 226
- Pseudaletia sequax 
- Spodoptera frugiperda 
- Mocis latipes 
2. Percevejo do trigo 
- Thyanta perditor 
3. Broca da cana 
- Diatraea saccharalis 
4. Broca do colo 
- Elasmopalpus lignosellus 
5. Larva arame 
- Conoderus spp. 
6. Corós 
- Phyllophaga sp 
- Phytalus sanctipauli 
- Diloboderus abderus 
- Cyclocephala flavipenis 
- Phyllophaga cuyabana 
- Lyogenis sp. 
 
7. Cupins e saúvas 
C. Amostragem e determinação do nível de controle (NC) 
 
1. Para pulgões 
 Amostragem semanal de plantas em vários pontos representativos da cultura. 
 
 a) NC para trigo e cevada. 
- da fase de emergência ao perfilhamento: 10% de plantas com pulgões. 
- da fase de alongamento ao emborrachamento: 10 pulgões/perfilho. 
- da fase reprodutiva (do espigamento a grão em massa): 10 pulgões/espiga. 
 
 b) NC para aveia. 
 227
b.1) Quando destinado para pastagem: 10 pulgões/perfilho, desde a fase de emergência até o 
ponto de pastejo. 
 
b.2) Quando destinado para produção de grãos: 
- fase de emergência até o perfilhamento: 10% das plantas com pulgões. 
- fase de perfilhamento até o emborrachamento: 20 pulgões/perfilho. 
- fase de emborrachamento até grãos em massa: 20 pulgões/espiga. 
 
2. Para lagartas 
Observar a ocorrência, inicialmente nas áreas acamadas, e preferencialmente aplicar o inseticida 
biológico quando as lagartas forem inferiores a 2,0 cm. 
 
D. Táticas 
 
1. Controle cultural 
 
- Plantio logo no início do período chuvoso (faz com que, em geral, o ataque de pragas seja 
menor devido a existência de menor população no início de infestação). 
- Rotação de culturas (áreas plantadas anteriormente com gramíneas, geralmente possuem alta 
população de pragas subterrâneas destas culturas). 
- Evitar plantio próximo a outras gramíneas (as quais podem servir de foco para criação de 
pragas). 
- Incorporação dos restos culturais após a colheita. 
- Plantio em solo úmido (o desenvolvimento inicial das plantas é maior e estas ficam menos 
susceptíveis à pragas como lagarta elasmo). 
- Plantio de variedades de ciclo curto diminui o período em que a planta fica exposta ao ataque de 
pragas. 
- Adubação equilibrada (o excesso de nitrogênio favorece o ataque de lagartas desfolhadoras). 
- Preparo do solo (exposição de pragas subterrâneas à ação de pássaros e radiação solar). 
- incorporação profunda de restos culturais. 
 
2. Controle biológico 
 
 228
2.1. Natural 
 
Inimigo natural Praga controlada 
Predadores 
Pássaros Insetos em geral 
Carabidae (Coleoptera) Lagartas desfolhadoras e insetos de solo 
Tesourinhas (Dermaptera) Lagartas desfolhadoras e ovos 
Reduviidae (Heteroptera) Lagartas desfolhadoras e percevejos 
Coccinellidae (Coleoptera) Pulgões 
Vespidae (Hymenoptera) Lagartas desfolhadoras 
PARASITÓIDES 
Tachinidae (Diptera) Lagarta elasmo, lagartas defolhadoras 
Encyrtidae (Hymenoptera) Ovos do percevejos 
Trichogrammatidae (Hymenoptera) Ovos de lagarta elasmo 
Braconidae (Hymenoptera) Lagarta elasmo 
Ichneumonidae (Hymenoptera) Lagarta elasmo 
FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS 
Beauveria bassiana Lagarta elasmo e percevejos 
Metarhizium anisopliae Lagarta elasmo 
BACTÉRIA ENTOMOPATOGÊNICA 
Bacillus thuringiensis Lagartas desfolhadoras 
VÍRUS ENTOMOPATOGÊNICOS 
Baculovirus spodoptera Lagarta do cartuchodo milho 
 
2.2. Aplicado 
- Uso de Bacillus thuringiensis no controle de lagartas 
- Liberação de parasitóides, pelo Centro Nacional de Pequisa do Trigo (CNPT) das seguintes 
espécies: Aphelinus asychis, Aphidius ervi, A. rhopalosiphi, A. uzbekistanicus, Ephedrus 
plagiator, Praon gallium, P. volucre e Aphidius testaceipes. 
 229
3. Controle químico (Quadro 1) 
QUADRO 1 - Inseticidas Recomendados no Controle das Principais Pragas das Culturas de Trigo, Aveia e 
Cevada. 
 
 Praga 
Nome 
Técnico 
Carência 
(dias) 
Toxicidade 1/ 
P.1 P.2 
Classe 
toxicológica 
Grupo 
Químico 2/ 
 
 
Pulgões 
Chlorpyrifós 
Dimethoate 
Fenvalerate 
Fenitrothion 
Malathion 
Monocrotophos 
Pirimicarb 
Triazophos 
Vamidotion 
21 
28 
17 
14 
7 
21 
21 
28 
30 
A B 
A B 
- - 
A M 
A B 
A B 
S 
A S 
M S 
II 
I 
I 
II 
III 
I 
II 
I 
II 
F 
FS 
P 
F 
F 
FS 
CB 
F 
FS 
 
 
Lagartas 
Chlorpyrifós 
Fenitrothion 
Monocrotophos 
Permetrina 
Triclorfom 
21 
14 
21 
18 
7 
A B 
A M 
A B 
- S 
- S 
II 
II 
I 
II 
II 
F 
F 
FS 
P 
F 
 
Elasmo 
Chlorpyrifós 
Triclorfom 
Carbofuram 
21 
7 
- 
A B 
- S 
- - 
II 
II 
I 
F 
F 
CB 
P.1 Predador; P.2 Parasitóides 
1/ Toxicidade aos predadores de pulgões (Cycloneda sanguinea e Eriopis connexa) e ao parasitóide (Aphidius 
colemani): S - Seletivo; B - Baixa; M - Média; A - Alta 
2/ F - Fosforado; FS - Fosforado Sistêmico; P - Piretróide; CB - Carbamato. 
 
IV. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
ANDREI, E. 1993. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, ANDREI Editora. 448p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.D.L.; BATISTA, G.C. de; BERTI 
FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B. & VENDRAMIN, J.D. 1988 . Manual de 
Entomologia Agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 649 p. 
SALVADORI, J.R . Manejo integrado das pragas do trigo no Brasil, situação e perspectivas. In: FERNADES, O.A.; 
CORREIA, A.C.B. & BORTOLI, S.A. Manejo integrado de pragas e nematóides. Jaboticabal, FUNEP. p. 237-255. 
SALVADORI, J.R. 1998. Pragas iniciais da cultura de trigo. Correio Agricola. 1.ed. p.12-15. 
VALICENTE, H.F. & CRUZ, I. 1991 . Controle biológico da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda, com o 
baculovirus. Sete Lagoas, EMBRAPA/CNPMS. 23 p. 
WAQUIL, M.J. 1992 . Reunião sobre pragas subterrâneas dos países do Cone Sul, 2, Sete Lagoas. 194p. 
ZUCCHI, R.A.; NETO, S.S. NAKANO, O. 1993. Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba, FEALQ. 
139 p. 
 
 230
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DO ALHO E DA CEBOLA 
 
Marcelo PICANÇO 
Emerson Nogueira DIAS 
 
1. Reconhecimento das Principais Pragas 
 
1.1. Pragas-Chave 
1.1.1. Pragas da parte aérea 
1.1.1.1. Tripes do Alho e Cebola - Thrips tabaci Lind. (Thysanoptera: Thripidae) 
Características: A fêmea adulta é de coloração variável, de amarelo claro a marrom. Mede cerca 
de 1 mm de comprimento com 2 mm de envergadura. Os ovos são colocados nas folhas dentro 
dos tecidos (endofiticamente), nas partes mais tenras. A eclosão ocorre cerca de 4 dias após, 
sendo a forma jovens de aproximadamente 1 mm de comprimento, coloração amarelo-
esverdeada, distinguindo-se por serem mais claras que os adultos e com pernas e antenas, quase 
incolores. 
 
Prejuízos 
 As formas jovens atuam principalmente na bainha das folhas, onde promovem a sucção da 
seiva, enquanto que os adultos atuam por toda a parte aérea, promovendo a raspagem das folhas e 
sucção da seiva. Sob condições de ataque intenso, causam áreas esbranquiçadas e até de 
coloração prateada nas folhas, tornando a planta de coloração amarelo-esverdeada. Podem ser 
transmissores de viroses além de suas injúrias serem porta de entrada para doenças causada pelo 
fungo Alternaria porri. Portanto, como decorrência final da ação desta praga tem-se a redução do 
tamanho e qualidade dos bulbos. 
1.2. Pragas Secundárias 
 
1.2.1. Pragas da parte aérea 
 
1.2.1.1. Lagartas 
1.2.1.1.1. Spodoptera eridania Cramer (Lepidoptera: Noctuidae) 
Características: O adulto é uma mariposa de coloração cinzento clara, medindo cerca de 40 mm 
 231
de envergadura, sendo as asas anteriores acinzentadas, com um ponto preto no centro das mesmas. 
As lagartas possuem coloração variável desde branca com desenhos pardos, até completamente 
escura. 
 
Prejuízos 
 Atacam as plantas quando ainda pequenas iniciando a sua alimentação. Destroem as folhas 
impedindo o desenvolvimento normal das plantas 
 
1.2.1.1.2. Lagarta rosca: Agrotis ypsilon Huafanage (Lepidoptera: Noctuidae) 
 Os adultos são mariposas com 35 mm de envergadura e suas asas são marrons com algumas 
manchas pretas, e as posteriores semitransparentes. As lagartas são de coloração pardo 
acinzentada escura, podem atingir 45 mm no seu máximo desenvolvimento. Apresentam hábito 
noturno, ficando durante o dia abrigadas no solo, de maneira enrolada. 
Prejuízos 
 As lagartas cortam as plantas rente ao solo roendo os tecidos foliares. 
 
1.2.1.1.3. Lagarta da espiga: Helicoverpa zea Bod. (Lepidoptera: Noctuidae) 
 
Características: O adulto é uma mariposa de 35-40 mm de envergadura, asa anterior amarelada 
a verde-amarelada, com mancha reniforme escura e bem demarcada. A lagarta mede cerca de 40 a 
50 mm, coloração variável (marrom, amarelada, esverdeada ou rosada) com faixas escuras pelo 
corpo e manchas na base das cerdas. 
 
Prejuízos 
 Atacam folhas e bulbos das plantas, podendo destruir parcialmente ou totalmente os bulbos. 
 
1.2.1.2. Ácaro eriofiídeo: Eryophes tulipae Keifer (Acari: Eriophyidae) 
 
Características: É de forma alongada, quase vermiforme, de tamanho minúsculo, que vive na 
dobra das folhas e sobre os "dentes de alho", no bulbo. São favorecidos por temperaturas acima 
de 30o C e UR baixa. 
 
 
 232
Prejuízos 
O ataque se dá quando se alimenta, perfurando as células da epiderme foliar. Provoca o seu 
retorcimento e seca, acarretando má formação dos bulbos. 
 
1.2.2. Pragas de armazenamento 
 
1.2.2.1. Traças (Lepidoptera: Pyralidae) 
 Ephestria elutellae 
Plodia interpunctella 
Características: São pequenas mariposas, mais ou menos semelhantes entre si, que depositam 
seus ovos nos bulbos armazenados. Sua detecção pode ser feita através de observação dos bulbos 
armazenados, sendo sua presença indicada quando do aparecimento de fezes isoladas ou 
formando longos cordões, sobre os bulbos. 
 
Prejuízos 
Redução da qualidade dos bulbos armazenados, decorrentes da ação das lagartas que abrem 
galerias em seu interior. 
 
2. Amostragem e nível de ação para tripes 
 Nível de controle para a cebola: 20 tripes adultos por planta. 
Recomenda-se fazer amostragem por 5 plantas de alho, por parcela, adotando como nível de 
controle, 20 tripes por planta. 
 
3. TÁTICAS DO MIP 
3.1. Controle cultural 
 
3.1.1. Época de cultivo: Quando possível, deve-se executar o plantio antecipado ao período 
recomendado às culturas, para evitar altas populações da praga no seu período crítico. 
 
3.1.2. Racionalização da adubação: O excesso de nitrogênio pode acarretar num aumento da 
população de insetos (principalmente fitófagos. 
 
 
 233
3.1.3. Manejo da irrigação: Deve-se manejar a irrigação através do aumento de lâmina e 
redução do período de rega uma vez que a sua deficiência favorece o aumento da praga. O 
aumento da população de tripes está relacionado com a redução da precipitação. 
 
3.1.4. Manejo de plantas daninhas: Plantas que sirvam de abrigo de inimigos naturais e lhes 
forneçam pólen, dificultando também a localização da cultura pelas pragas, são muito úteis na 
cultura e devem ser mantidas próximas ao plantio. 
 
3.1.5. Plantio em época única na região: O plantio escalonado de lavouras, durante todo o ano, 
favorece a permanência das pragas no campo, existindo sempre foco para infestação de novas 
lavouras. 
 
3.1.6. Bom preparo do solo: Exposiçãode pupas de Agrotis ypsilon e Helicoverpa zea, bem 
como outras pragas que sobrevivem no solo, ao sol e ação de inimigos naturais. 
 
3.1.7. Uso de telados em viveiros: Esta prática serve tanto para ácaros como tripes que tem como 
forma de dispersão, as plantas pré-infestadas 
 
3.1.8. Policultivo: Busca elevar a diversidade do agroecossistema com o fim de proporcionar 
impacto negativo sobre populações de pragas. 
 
3.2. Resistência de plantas 
 Variedades com crescimento aberto e com folhas circulares, na seção transversal, estão 
relacionadas à dificuldade de localização dos insetos na planta, além de o tecido foliar mais 
espesso parece ser outro componente de resistência. 
 As variedades de cebola "Roxa do Barreiro" e "Monte Alegre", indicam uma possível 
tolerância ao tripes. 
 As variedades de alho "Peruano", "Piauí", "Juraria", "Gigante de Lavínia" e "Cara", com 
destaque para a variedade "Piauí" estão relacionadas com menor incidência de tripes. 
 
3.3. Controle biológico 
 Para a cultura do alho e cebola não se encontra nenhum registro para controle biológico 
aplicado, no entanto, é sabido que a nível de controle biológico natural, existe grande quantidade 
 234
de insetos que são benéficos e devem ser preservados, através de táticas selecionadas de controle 
e também práticas culturais. 
 
Quadro 1 - Relação das famílias dos principais inimigos naturais por praga das culturas de alho e cebola. 
Pragas Inimigos Naturais 
 Família Grupo 
Tripes (Thrips tabaci) Thripidae (tripes predadores) 
Phytoseidae, Stigmaeidae 
(ácaros predadores) 
Coccinelidae (coleopteros) 
Chrysopidae (bicho lixeiro) 
 
 
Predadores 
Lagarta rosca 
(Agrotis ypsilon) 
Tachinidae (dípteros predadores) 
Braconidae ("vespinha") 
Vespidae (vespas predadoras) 
Carabidae e Staphilinidae (coleopteros) 
Predador 
Parasitóide 
Predador 
Predador 
Ácaro Eriofiídeo 
(Eryophyes tulipae) 
Phytoseidae e Stigmaeidae 
(ácaros predadores) 
Predador 
Lagarta da espiga 
(Helicoverpa zea) 
Pentatomidae, Reduviidae, Geocoris 
(Percevejos predadores) 
Predador 
 
3.4. Controle químico 
 Aplicação de produtos com quantidade de água suficiente, preferencialmente não inferior a 
600L/ha, garantindo uma boa cobertura da planta. 
 Para aumento da eficiência dos inseticidas no controle das pragas da parte aérea do alho e 
cebola, é recomendado a utilização de espalhante adesivo juntamente com inseticidas nas caudas 
utilizadas. 
 Para controle de pragas do alho armazenado, recomenda-se expurgos nos bulbilhos. 
 
5.BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
DOMICIANO, N.L.; OTA, A.Y.; TEDARDI, C.R . Momento adequado para controle químico de tripes 
Thrips tabaci Lindeman, 1888 em cebola. An. Soc. Ent. Bras., 22 (1). 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BATISTA, G.C. de; BERTI 
FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B. 1988. Manual de Entomologia Agrícola, 2a ed. 
São Paulo: Agronômica Ceres, 649 p. 
VILLAS BOAS, G.L.; CASTELO BRANCO, M.; SOBRINHO, J. A.; FRANÇA, F.H. 1997. Nível de 
dano de tripes em alho cultivado no Distrito Federal e Região Geo-Econômica. Hort. Bras. Brasília, v.13, n 1.22-
27. 
 235
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS DA BATATA 
 
Marcelo PICANÇO 
Marcos Rafael GUSMÃO 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DA BATATA 
 
1. Pulgões 
- Macrosiphum euphorbiae (Thomas) (Homoptera: Aphididae) 
- Myzus persicae (Sulzer) (Homoptera: Aphididae) 
 
a) Características: Macrosiphum euphorbiae: O corpo atinge até 4mm de comprimento é de 
coloração verde e bem alongado. Apresentam sinfúnculos compridos e antenas curtas. 
Myzus persicae: O corpo atinge 2mm de comprimento. A forma áptera tem coloração verde clara 
e a alada tem coloração verde escura com uma mancha no centro do abdômen. Apresentam 
sinfúnculos curtos e antenas maiores que a espécie anterior. 
 
b) Injúrias: Sucção contínua de seiva, provocam o engruvinhamento e distorção das folhas, 
chegando a retardar o crescimento (dano direto). São vetores de viroses, tais como: vírus Y 
(PVY) é o vírus do enrolamento das folhas (PLRV) (dano indireto que é mais significativo). 
 
2. Mosca minadora 
- Liriomyza huidobrensis (Blanchard) (Diptera: Agromyzidae) 
- Liriomyza spp. (Diptera: Agromyzidae) 
 
a) Caractrísticas 
adultos – São pequenas moscas de coloração preta com 2 mm de comprimento; postura endófita 
(ovos injetados dentro das folhas). 
larvas – São cilíndricas e ápodas; são hialinas no primeiro ínstar e amareladas a partir do 
segundo ínstar. Quando desenvolvidas medem cerca de 0,6 x 2,3mm. 
b) Injúrias 
As fêmeas fazem posturas endofiticas e os ovos eclodem em larvas que se alimentam do 
parênquima foliar formando minas de formato serpenteado. Em consequência ocorre o secamento 
 236
e queda das folhas. O ataque se dá preferencialmente em folhas baixeiras, sendo os maiores danos 
em períodos de seca prolongada. 
 
3. Besouros (pragas do tubérculo) 
- "larva alfinete" - Diabrotica speciosa (Germ.) (Coleoptera: Chrysomelidae) 
- "larva arame" - Conoderus scalaris (Germ.) (Coleoptera: Elateridae) 
- "bicho da tromba de elefante" - Phyrdenus muriceus (Germ.) (Coleoptera: Cucurlionidae). 
 
a) Características 
- "larva alfinete" 
adultos - besourinhos com 0,8 a 1,7 cm de comprimento, de coloração verde com manchas 
amarelas nos élitros. A fêmea faz postura no solo. 
larvas - coloração branco leitosa, com uma placa castanha escura no último segmento abdominal, 
medem cerca de 1,0 cm. 
 
- "larva arame" 
adultos - besouros com 1,0 a 1,5 cm de comprimento; protórax preto e élitros marrom 
avermelhados com pontuações pretas. 
larvas - coloração castanho, com pernas curtas e corpo achatado; com cerca de 1,5 a 2,0 cm; 
corpo quitinoso, dando a impressão de pedaço de arame. 
 
- "bicho tromba de elefante" 
adultos - besouros com 0,6 cm de comprimento; presença da curbícula (tromba) na extremidade 
da cabeça. 
larvas - coloração branco pérola, corpo segmentado, ápodas; medem cerca de 0,7 cm. 
 
b) Injúrias: Os adultos, exceto os da "larva arame", danificam as folhas das plantas. Entretanto, os 
maiores prejuízos são decorrentes do ataque aos tubercúlos pelas larvas, que ocasionam: redução 
de peso dos tubérculos, favorece penetração de fungos e bactérias e, principalmente, redução 
significativa no valor comercial do produto. 
 
4. Traça da batata: - Phthorimaea operculella (Zeller) (Lepidoptera: Gelechiidae) 
 
 237
a) Características 
adultos – São pequenas mariposas cinzentas que medem até 1,0 cm de envergadura 
larvas – São cilíndricas, apresentam placa protoráxica dorsal retangular negra. São de cor 
esverdeada quando alimentam de folhas e hastes, ou de cor branca a rosada quando se alimenta de 
tubérculos. 
 
b) Injúrias 
As larvas minam as folhas e broqueiam as hastes no campo, além de formar galerias nos 
tubérculos no campo e principalmente armazéns onde causam danos importantes. 
 
5. Bicho bolo 
- Dilobderus obderus (Burm.) (Coleoptera: Melolonthidae) 
a) Características 
adultos – São besouros com cerca de 2,0 cm de comprimento, corpo de coloração preta na parte 
superior e marrom na parte inferior, apresentam pontuações na cabeça, pronoto e élitros. 
larvas – São brancas, apresentam corpo recurvado com três pares de pernas pequenas e a cabeça 
é marrom. Quando desenvolvidas medem de 3,5 a 4,0 cm de comprimento. 
 
b) Injúrias 
As larvas provocam perfurações e galerias nos tubérculos, podendo destruí-los completamente. 
 
6. Pulga da batata 
- Epitrix spp. (Coleoptera: Alticidae) 
 
a) Características 
adultos – São besouros que medem 2,0 cm de comprimento, são saltadores por apresentarem o 
último par de patas mais desenvolvido. 
larvas – São cilíndricas, brancas e medem cerca de 1,0mm 
 
b) Injúrias 
Os adultos desfolham as folhas e as larvas se alimentam de radicelas e escarificam os tubérculos, 
podendo transmitir a sarna da batata. 
 
 238
7. Ácaro branco 
- Polyphagotarsonemus latus.

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