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Afroetnomatemática, África e Afrodescendência Como observado no texto, a afroetnomatemática teve início no Brasil pela elaboração de práticas pedagógicas do Movimento Negro, como forma de melhoria do ensino e do aprendizado da matemática nas comunidades africanas. A Lei 10.639 de 2003 tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira em todo o currículo escolar do Brasil. Ela preconiza que o conteúdo programático deve incluir “o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil”. Foi observado que em muitas das áreas que tem sua maioria afrodescendente, praticamente não há ensino adequado da matemática, o que gera um grande fracasso no aprendizado da disciplina. O estudo da história da matemática no continente africano trabalha com evidências de conhecimento matemático contidas nos conhecimentos religiosos africanos, nos mitos populares, nas construções, nas artes, nas danças, nos jogos, na astronomia e na matemática propriamente dita, realizada no continente africano. Os bairros negros no Brasil não tem ensino efetivo da matemática, sendo um dos vetores de exclusão da população negra dos mercados de trabalho tecnológicos (CUNHA JUNIOR, 2016). A afroetnomatemática é uma forma de nos aproximarmos e utilizarmos os conhecimentos das matemáticas desenvolvidos pelos povos africanos associados a história e cultura africana. Este método se mostra muito significativo principalmente para as populações de descendentes de africanos no Brasil, pois eleva a autoestima e destrói mitos perversos que os negros não são dados a matemática. Com a afroetnomatemática, podemos estabelecer relações entre a filosofia africana com a arte e a geometria e, com isso, introduzimos no processo de educação. Numa aula de geometria, por exemplo, podemos trabalhar o triangulo áureo da pirâmide. Quando tomamos a altura da pirâmide, metade do lado da base, estes como catetos de um triângulo retângulo e hipotenusa como a medida da parede lateral da pirâmide, podemos mostrar que eles satisfazem as propriedades da razão áurea. Como também podemos explorar a relação existente entre arte e geometria nas culturas africanas podemos construir figuras geométricas com estrelas de cinco ou seis pontas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUNHA JUNIOR, H. Afroetnomatemática, África e afrodescendência. Revista Temas em Educação. João Pessoa, Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal da Paraíba. V. 13, n. 01, p. 83-95, 2004.
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