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Contabilidade 1

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Prévia do material em texto

Contabilidade
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Jose Carlos Pereira Almeida
Revisão Técnica
Prof. Ms. Edson Nunes
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos 
Contabilidade: Conceitos e Aplicações
• Conceito de Contabilidade
• Objetivos e Importância da Contabilidade
• Campo de Atuação da Contabilidade
• Informações Contábeis
• Princípios de Contabilidade
• Balanço Patrimonial 
• Início e Evolução da Contabilidade
· Fornecer conceitos básicos sobre Contabilidade;
· Conhecer os princípios e a finalidade das informações contábeis e a 
aplicação do Balanço Patrimonial.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Contextualização
Antes de iniciarmos o estudo teórico da disciplina, gostaríamos que assistisse a 
um filme que selecionamos para você sobre a História da Contabilidade.
Vamos lá, sente-se confortavelmente e aproveite para assistir a uma breve 
história sobre a Ciência Contábil.
História da Contabilidade: https://youtu.be/qw5wbbPwXTg
Ex
pl
or
8
9
Conceito de Contabilidade
Contabilidade é a ciência que tem por função apresentar a posição do patrimônio 
da entidade em determinado momento, visando à tomada de decisões por parte 
dos administradores desse patrimônio.
Por “entidade”, devemos entender qualquer tipo de organização, seja ela física 
ou jurídica, que vise ao lucro ou não.
Essa ciência é, possivelmente, a mais antiga do mundo. Constam registros, 
na história, de que há seis mil anos o homem já se utilizava de métodos para 
o controle do seu patrimônio, que, naquela época, era constituído basicamente 
de ovelhas ou outras criações. Inconscientemente, ele já fazia a contabilidade de 
seus bens, quando, para cada ovelha existente em seu rebanho, ele colocava uma 
pedrinha dentro de um invólucro qualquer, a fim de comparar, depois, a quantidade 
de pedrinhas com a quantidade de ovelhas do rebanho.
O que o homem fazia há seis mil anos e sem qualquer conhecimento, movido 
única e exclusivamente pela necessidade de controlar a sua riqueza, os contadores 
fazem hoje e chamam de inventário. Quando dissemos que a contabilidade tem por 
função apresentar a posição do patrimônio da entidade em determinado momento, 
devemos entender a expressão “posição” como um inventário detalhado de todos 
os Bens, Direitos e Obrigações da entidade objeto da contabilidade.
Objetivos e Importância da Contabilidade
O objetivo principal da contabilidade é o patrimônio da entidade. 
Importante!
Você já imaginou um veículo em determinada velocidade sem motorista para conduzi-
lo? Um avião em pleno ar sem piloto? Um barco sem leme? Assim devemos ver uma 
empresa sem contabilidade; seus administradores não saberiam que rumo dar à 
empresa, pois não quantifi cariam a dimensão de seu patrimônio. 
Trocando ideias...
A contabilidade norteia as decisões dos administradores da empresa por meio 
de relatórios, seguindo a uma série de normas e procedimentos que conheceremos 
mais tarde.
9
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Importante!
Muito embora quando nos referirmos à contabilidade estejamos falando de empresas, 
de pessoas jurídicas, vale relembrar que o patrimônio objeto da contabilidade pode ser 
de pessoas jurídicas ou também de pessoas físicas.
Costumamos dizer que, onde houver um patrimônio, lá estará a contabilidade para 
controlá-lo, seja ele de pessoa física ou jurídica, tenha ou não finalidade de lucro.
Trocando ideias...
Campo de Atuação da Contabilidade
A evolução do mundo é constante e incansável e a Ciência Contábil acompanha 
essa evolução, adaptando-se às novas necessidades do mercado, da economia e 
das entidades. Atualmente, temos vários campos de atuação para a contabilidade, 
entre eles, vamos citar os seguintes:
 » Contabilidade Comercial – utilizada para controlar o Patrimônio das 
empresas comerciais;
 » Contabilidade Industrial – utilizada para controlar o Patrimônio das 
empresas Industriais;
 » Contabilidade Pública – utilizada para controlar o Patrimônio das entidades 
e órgãos públicos;
 » Contabilidade Bancária – utilizada para o controle do Patrimônio das 
Instituições Financeiras etc.
Informações Contábeis
As informações geradas pela Contabilidade são de interesse de vários grupos 
de pessoas, que podem ser divididos em usuários internos e usuários externos.
Usuários Internos 
 » Sócios, acionistas, proprietários: estão interessados na rentabilidade e 
segurança de seus investimentos.
 » Administradores, diretores e executivos: esses usuários avaliam as 
informações contábeis com um grau de profundidade e análise mais 
detalhada; isto porque é com base nessas informações que as decisões e 
estratégias são tomadas.
10
11
Usuários Externos
» Bancos, capitalistas: neste caso, os usuários estão interessados na situação 
financeira da entidade, ou seja, em sua rentabilidade e nos fluxos de caixa.
» Governo e Economistas Governamentais: primeiramente, tem-se a 
intenção de obter conhecimento das informações contábeis para exercer seu 
poder de tributar, arrecadando, assim, impostos, taxas e contribuições. Além 
disso, compreender a economia de um modo geral, com base em análises 
globais e setoriais.
Finalidade da Informação Contábil
Conforme Ludícibius (2010, p.5), as finalidades da informação contábil podem 
ser agrupadas da seguinte maneira:
a. Finalidade de planejamento
Planejamento é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado 
para o futuro.
b. Finalidade de controle
Controle pode ser conceituado como um processo pelo qual a alta administração 
se certifica, na medida do possível, de que a organização está agindo em 
conformidade com os planos e políticas traçadas pela administração.
c. Finalidade de auxílio no processo decisório
Processo decisório consta do conjunto de ações que faz com que se consiga 
a obtenção dos objetivos desejados, definidos pelo planejamento.
Princípios de Contabilidade
Os princípios de contabilidade, como o próprio nome indica, são normas 
de procedimentos para a elaboração da escrita e das demonstrações contábeis. 
Eles padronizam os procedimentos, visando à facilidadede comparações entre 
demonstrativos contábeis feitos por diferentes profissionais, ou seja, ao examinar 
um Balanço Patrimonial de uma empresa estabelecida em São Paulo e outro 
de uma empresa estabelecida no Amazonas, pode-se ter certeza de que as duas 
demonstrações foram feitas com os mesmos critérios de escrituração.
11
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Em 2010, foi publicada a Resolução CFC 1.282/10, alterando e atualizando 
alguns Princípios Contábeis contidos na Resolução CFC 750/93. Tal medida deu-
se por conta do processo de convergência às normas internacionais; assim, a seguir, 
quando mencionarmos os Princípios Contábeis, ora estaremos nos remetendo à 
Resolução 750/93 ora à Resolução 1.282/10.
A seguir, elencamos, para seu conhecimento, os Princípios Contábeis:
Princípio da Entidade
Art. 4º. O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de 
um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente 
de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição 
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, 
nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou 
proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
Parágrafo único – O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é 
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta 
em nova Entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. 
Importante!
O texto acima reconhece que o patrimônio da entidade não deve se misturar com o 
patrimônio dos sócios ou vice-versa. Por exemplo: os recursos depositados em conta 
bancária em nome da empresa não podem ser utilizados para pagamentos de despesas 
particulares dos sócios; por sua vez, os sócios não podem pagar compromissos da 
empresa, utilizando seus recursos particulares.
Em Síntese
Princípio da Continuidade
Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes 
do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução 
CFC nº. 1282/10) 
Esse princípio determina, entre outras coisas, a maneira de escriturar os fatos 
contábeis ocorridos na entidade. Se houver evidências de que a continuidade das 
atividades da entidade esteja em risco de interrupção, a escrituração deve ser feita 
com base nos valores de realização do ativo e de liquidação do passivo, porém, se 
não houver qualquer evidência nesse sentido, devemos trabalhar com valores de 
custo, conforme determina o princípio que vamos ver a seguir.
12
13
Princípio do Registro pelo Valor Original (O Custo como Base de Valor)
Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os 
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores 
originais das transações, expressos em moeda nacional. 
Esse princípio nos orienta sempre a registrar as transações ocorridas no 
patrimônio pelos seus valores de custo originais. 
Se adquirimos determinada máquina para uma indústria e, por ela, pagamos R$ 1.000.00, 
não importa que o seu valor demarcado seja R$ 2.000,00; ela será registrada na contabilidade 
pelo valor efetivamente pago.
Ex
pl
or
Vejamos agora os Princípios da Oportunidade e da Competência:
Princípio da Oportunidade
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras 
e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na 
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por 
isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da 
informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)
O Princípio da Oportunidade pode ser explicado da seguinte maneira: “Aconteceu, Virou 
Manchete”. Calma, não se assuste! Não estamos falando de nenhum assunto relativo a 
jornalismo. Utilizamos essa frase somente para que fi que claro, para você, o sentido desse 
princípio; ele nos sinaliza que todos os fatos ocorridos na entidade, passíveis de escrituração, 
devem ser escriturados no momento em que ocorrem.
Havendo possibilidade de um fato ocorrer também devemos registrá-lo.
Ex
pl
or
Importante!
Você já imaginou receber um Balanço Patrimonial 180 dias depois de seu encerramento? 
De que serviria essa informação, com seis meses de atraso? 
Em relação a um fato que pode ocorrer, damos o exemplo de uma empresa que tenha 
contra si uma reclamação trabalhista movida por um funcionário e, por orientação 
do advogado, chegou-se à conclusão de que há a possibilidade de condenação ao 
pagamento de determinado valor a esse funcionário. Esse fato já é sufi ciente para que a 
contabilidade faça uma provisão do valor da suposta condenação que ainda não ocorreu. 
Trocando ideias...
13
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
O Princípio da Competência também está bem relacionado ao da Oportunidade, 
que destacamos acima. Veja:
Princípio da Competência
Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações 
e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independen-
temente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Com-
petência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas 
correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10).
E, por último, apresentamos:
Princípio da Prudência
Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor 
para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que 
se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Importante!
Todos os bens, direitos, e obrigações que a entidade adquire são registrados pelos 
valores constantes em documentação própria, (valor original) e não podem ser alterados 
enquanto estiverem no patrimônio. Além disso, o patrimônio da empresa e dos sócios 
não devem ser confundidos.
Em Síntese
Este tópico sobre os Princípios Contábeis, neste momento, serve para você ter o conheci-
mento, mesmo que superficial, de que existem premissas básicas para registrar e informar 
os eventos da Contabilidade, e todo profissional contábil deve conhecê-las e aplicá-las no 
seu cotidiano.
Ex
pl
or
Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial é um demonstrativo (Relatório) contábil que apresenta, 
de forma organizada e estruturada, a situação da empresa (Patrimônio) em 
determinado momento.
No decorrer do estudo de nossa disciplina, você aprenderá muito mais sobre 
esse relatório, mas, neste momento, achamos importante falar sobre ele, para que 
você tenha uma noção a respeito de tudo o que falamos anteriormente.
14
15
Preste atenção no Balanço Patrimonial a seguir:
Balanço Patrimonial em 31/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 1.000,00 Passivo
Bancos 800,00 Contas a pagar 3.500,00
Contas a Receber 3.000,00 Fornecedores 1.800,00 5.300,00
Estoque de Materiais 3.000,00 Patrimônio Líquido
Terrenos 1.700,00 Capital 4.000,00
Veículos 500,00 Lucros Acumulados 700,00 4.700,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
O lado esquerdo é representado pelo ATIVO e, no lado direito do Balanço 
Patrimonial, apresentamos o PASSIVO e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Perceba que 
os dois lados resultam no mesmo valor, R$ 10.000,00.
O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade, já o Passivo representa as 
obrigações a pagar. Assim, podemos definir o Patrimônio Líquido como a diferença 
entre o valor do Ativo e do Passivo. Exemplificando:
Se a entidade tem um Ativo de
e um Passivo de
O Patrimônio Líquido dessa entidade será
$ 10.000
$ 5.300
$ 4.700
Observe novamente nosso Balanço Patrimonial e perceba que o apresentamos 
de forma simplificada, incluindoalgumas contas para o Ativo e outras para o 
Passivo; as nomenclaturas e a quantidade de contas contábeis variam de entidade 
para entidade.
No caso do Patrimônio Líquido, vamos conversar sobre a composição dessas 
duas contas apresentadas em nosso exemplo:
a. Capital – é o investimento inicial dos sócios, efetuado pelos proprietários 
em troca de ações, quotas ou outras participações.
b. Lucros – resultado dos exercícios apresentado de forma acumulada no 
Balanço Patrimonial; esses valores não foram distribuídos e servem de fonte 
de reinvestimento na entidade.
Normalmente, as entidades apresentam em seus Balanços Patrimoniais um ATIVO 
superior ao PASSIVO, ou seja, seus bens e direitos são superiores às suas dívidas.
Veja como a Equipe dos Professores da FEA/USP (2010, p.20) ilustra muito 
bem a configuração do Balanço Patrimonial com o seguinte exemplo:
15
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Suponhamos uma balança de dois pratos: colocaremos no da esquerda 
o ATIVO e no da direita o PASSIVO. Se ambos tiverem valores iguais, o 
equilíbrio estará conseguido. Mas, como normalmente ATIVO e PASSIVO 
apresentam valores diferentes, a balança penderá para um dos lados. O 
peso (valor) que colocaremos apenas para a obtenção do equilíbrio é o 
que chamamos de PATRIMÔNIO LÍQUIDO e, é lógico, está no lado de 
menor valor.
A seguir, vamos exemplificar a criação de uma empresa, bem como suas 
operações, preparando, assim, um Balanço Patrimonial:
1ª Operação – Constituição da Empresa
Algumas pessoas resolvem fundar uma sociedade anônima (S/A) e decidem 
investir $ 4.000 de Capital. Com isso, subscrevem (assinam o compromisso de 
entregar o dinheiro) e integralizam (entregam efetivamente o dinheiro) deliberando 
40 ações de $ 100 cada uma. 
Iniciamos as atividades da empresa Alfa S.A. em 15 - Janeiro - 20XX, no 
ramo de prestação de serviços, de reparos (consertos) de aparelhos eletrônicos 
e eletrodomésticos.
Alfa S.A
Balanço Patrimonial em 15/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 4.000,00 Patrimônio Líquido
Capital subscrito 4.000,00
Total 4.000,00 Total 4.000,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
Vamos entender essa primeira operação? Perceba que a entidade recebeu um 
ativo, que reconhecemos na conta CAIXA, no valor de $ 4.000 e, em contrapartida, 
lançamos contra CAPITAL SUBSCRITO.
Neste caso, nossa “balança” está em total equilíbrio, $ 4.000 para cada lado.
2ª Operação – Aquisição de Edifício
A empresa decide adquirir um edifício, em 10-2-20XX, para abrigar suas 
instalações, efetuando o pagamento à vista no valor de $ 1.200.
Veja, com essa transação, a empresa adquire um novo ATIVO que deve ser 
classificado na conta Imóveis. Todavia sabemos que o pagamento foi à vista, sendo 
assim, o valor do CAIXA vai diminuir.
16
17
Vamos ver essa movimentação espelhada no nosso Balanço Patrimonial?
Alfa S.A
Balanço Patrimonial em 10/02/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 2.800,00 Patrimônio Líquido
Imóveis 1.200,00 Capital subscrito 4.000,00
Total 4.000,00 Total 4.000,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
Continuamos com o mesmo equilíbrio anterior. Verifique que as alterações 
promovidas ocorreram apenas no lado do ATIVO, pois adquirimos um novo bem, 
pagando à vista.
3ª Operação – Compra de Materiais
A empresa precisa iniciar suas atividades, por isso decide adquirir materiais que 
serão estocados para utilização posterior.
Em 13-2-20XX, a empresa compra materiais na importância de $ 2.000 e paga 
a prazo. Vamos ao nosso Balanço Patrimonial:
Balanço Patrimonial em 31/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Passivo
Bancos 2.800,00 Fornecedores 2.000,0
Imóveis 1.200,00 Patrimônio Líquido
Estoques de Materiais 2.000,00 Capital subscrito 4.000,00
Total 6.000,00 Total 6.000,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
Por essa transação, a empresa adquiriu um novo ATIVO, que são os materiais 
reconhecidos na conta de Estoques. Neste caso, movimentamos também o lado 
do PASSIVO. Isso porque não efetuamos nenhum pagamento à vista e, sim, 
assumimos uma obrigação de pagamento futuro.
Como você aprendeu anteriormente, toda e qualquer obrigação deve ser 
registrada do lado direito, lado do passivo.
17
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
4ª Operação – Compra de Veículo
Para realizar suas atividades, a Alfa S.A precisa de um veículo para atender a 
seus clientes, portanto, em 20-2-20XX adquire um automóvel, na Beta Automóveis 
S.A., à vista, por $ 200.
O Balanço Patrimonial apresentará a seguinte composição:
Balanço Patrimonial em 31/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Passivo
Caixa 2.600,00 Fornecedores 2.000,00
Imóveis 1.200,00 Patrimônio Líquido
Estoque de Materiais 2.000,00
Capital subscrito 4.000,00
Veículos 200,00
Total 6.000,00 Total 6.000,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
5ª Operação – Venda de parte do Edifício
Os diretores percebem que o edifício excede as necessidades da empresa, motivo 
pelo qual decidem vender o pavimento superior.
Desse modo, a venda ocorre, em 23-2-20XX, por $ 800.
Lembre-se de que o imóvel custou à Alfa S.A a importância de $ 1.200; se 
dividirmos por 02, já que está sendo vendida a metade do edifício, cada parte 
valeria $ 600. Tudo bem?
Vamos pontuar todas as movimentações ocorridas nesta operação:
a. O ativo aumentou em $ 800 representado por uma nota promissória a 
receber, visto que a venda não foi efetivada à vista.
b. Mas o ativo também diminuiu em $ 600 ($ 1.200 da compra dividido por 
2 = $ 600)
c. Perceba que tivemos um “lucro” com a venda de parte do edifício no valor 
de $ 200.
18
19
Agora, vamos passar essas informações para o nosso Balanço:
Alfa S.A
Balanço Patrimonial em 31/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Passivo
Caixa 2.600,00 Fornecedores 2.000,00
Imóveis 600,00 Patrimônio Líquido
Estoque de Materiais 2.000,00 Capital subscrito 4.000,00
Veículos 200,00
Lucro 200,00
Título a receber 800,00
Total 6.200,00 Total 6.200,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
6ª Operação – Pagamento de uma Obrigação
Em 05-03-20XX, a Alfa paga parte de sua dívida feita com os fornecedores 
quando da aquisição dos materiais eletrônicos, pois essa é a data de vencimento do 
primeiro boleto de pagamento no valor de $ 1.300.
Observe que esta operação vai diminuir o Passivo na conta Fornecedores e 
também a disponibilidade de dinheiro na conta Caixa (Ativo). Veja, agora, a nova 
composição do Balanço após essa operação:
Alfa S.A
Balanço Patrimonial em 31/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 1.300,00 Passivo
Imóveis 600,00 Fornecedores 700,00
Estoque de Materiais 2.000,00 Patrimônio Líquido
Veículos 200,00 Capital subscrito 4.000,00
Título a receber 800,00 Lucro 200,00
Total 4.900,00 Total 4.900,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
19
UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
7ª Operação – Recebimento de Dinheiro
Em 10-03-20XX, a empresa recebe $ 400 referentes ao 1º pagamento da Nota 
Promissória da aquisição do imóvel. Esse fato aumentou o caixa e diminuiu os 
valores a receber. Segue:
Alfa S.A
Balanço Patrimonial em 31/01/20XX
Em $mil
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido
Caixa 1.700,00 Passivo
Imóveis 600,00 Fornecedores 700,00
Estoque de Materiais 2.000,00 Patrimônio Líquido
Veículos 200,00 Capital subscrito 4.000,00
Título a receber 400,00 Lucro 200,00
Total 4.900,00 Total 4.900,00
Fonte: Adaptado de Contabilidade Introdutória, 2008
Bem, acreditamos que você tenha entendido as operações realizadas e também que tenha 
constatado, por meio dos exemplos apresentados, que haverá sempre um equilíbrio em 
nosso Balanço Patrimonial. Mas também fique tranquilo, caso não tenha ainda conseguido 
assimilar essa situação de equilíbrio, durante o desenvolvimento do estudo da disciplina, 
teremos muitas atividades que o ajudarão a alcançar o objetivo proposto.
Ex
pl
or
Início eEvolução da Contabilidade
Introdução
O início da contabilidade como ciência é atribuído ao frei Lucca Pacciolo, que 
escreveu, num livro sobre geometria e aritmética, o princípio da partida dobrada, 
isto é, que cada débito corresponde a um crédito de igual valor. Conta-se que ele foi 
convidado pelo Papa para tomar conta de um convento localizado numa pequena 
cidade italiana próxima a Roma. Para aceitar tal incumbência, solicitou do Sumo 
Pontífice uma lista de tudo o que pertencia ao convento.
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A lista lhe foi fornecida e continha as seguintes informações:
Caixa .................................................................................... 2.000,00
Valores a Receber .................................................................................... 4.000,00
Convento (Casa) .................................................................................... 7.000,00
Valores a Pagar .................................................................................... 2.000,00
Total .................................................................................... 15.000,00
No Caixa, estava todo o dinheiro, em espécie, que pertencia ao convento. 
Os Valores a Receber eram representados por pedaços de papel, onde estavam 
descritos as mercadorias e serviços que as pessoas tinham adquirido do convento, 
para o pagamento no futuro. O valor da Casa representava o custo pelo qual 
tinha sido adquirida. E os Valores a Pagar eram anotações que relatavam os 
serviços e mercadorias adquiridas pelo convento às pessoas da cidade, para o 
pagamento posterior.
De posse dessas informações, frei Lucca começou a refletir sobre o significado 
daquela lista. Logo ele percebeu que as informações continham os valores de todos 
os bens, direitos e obrigações que pertenciam ao convento. O Caixa ($2.000) e 
a Casa ($7.000) eram os bens materiais. Os pedaços de papel que registravam 
os Valores ($4.000) que o convento tinha a Receber da comunidade eram os 
direitos (bens materiais) e, finalmente, os papéis que registravam os Valores a Pagar 
($2.000) eram as obrigações do convento.
Dessa maneira, ele chegou a um conceito muito importante para a contabilidade, 
o conceito de patrimônio: é o conjunto de bens, direitos e obrigações que pertencem 
a uma pessoa física ou jurídica. Esse conceito ele expressou matematicamente, 
através da seguinte equação:
a. Bens (B) + Direitos (D) + Obrigações (O) = Patrimônio
9.000 + 4.000 + 2.000 = 15.000
Conceito de Patrimônio Líquido
Lucca Pacciolo achou que essa informação era importante e por isso merecia ser 
finada. Para isso pensou: qual seria o valor do convento se todos os seus valores a 
receber fossem recebidos, a casa fosse vendida pelo valor registrado e, finalmente, 
pagasse todas as suas dívidas? Para responder a essa questão, transformou a 
equação (a) na seguinte:
b. B + D – O = PL ou
9.000 + 4.000 – 2.000 = 11.000
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UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
E, assim, ele chegou a outro conceito de fundamental importância para a 
contabilidade: o conceito de patrimônio líquido. O patrimônio líquido pode, 
portanto, ser definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma 
pessoa física ou jurídica, levando em consideração, porém, que os bens e direitos 
são valores positivos e as obrigações são valores negativos.
Diante desse conceito, frei Lucca começou a pensar sobre o que significava o 
valor de $11.000. Seria o valor de mercado da empresa? Seria o valor real? Ou 
o valor contábil? Ele concluiu que o patrimônio líquido ($11.000) representava o 
valor contábil da empresa de acordo com os registros efetuados pela contabilidade, 
isto é, se todos os valores a receber fossem recebidos exatamente pelos mesmos 
valores constantes dos registros contábeis, se os bens fossem vendidos pelos 
mesmos valores registrados pela contabilidade e suas obrigações fossem pagas 
pelos mesmos valores que haviam sido inscritos nos livros contábeis, o valor final da 
empresa, em dinheiro, seria exatamente o valor do patrimônio líquido determinado 
pela contabilidade. É evidente que essa coincidência de valores é praticamente 
impossível de acontecer. Os valores a receber, assim como os valores a pagar 
nem sempre são recebidos e pagos pelos mesmos valores constantes nos registros 
contábeis, sobretudo os bens, que dificilmente seriam realizados pelos mesmos 
valores da contabilidade.
A Equação do Balanço
Diante da equação (b) que formulou para explicar o conceito de patrimônio 
líquido, o frei, como bom matemático que era, fez o seguinte raciocínio: se eu 
colocar de um lado da equação os valores positivos do patrimônio e do outro os 
valores negativos, mais a diferença entre eles, terei uma equação perfeitamente 
equilibrada. Agindo dessa maneira, a equação (b) foi transformada na seguinte:
c. B + D = O + PL ou
9.000 + 4.000 = 2.000 + 11.000
Observando esta equação, decidiu arrumar as contas representativas do convento 
da mesma forma, isto é:
Caixa 2.000,00 Valores a Pagar 2.000,00
Valores a Receber 4.000,00 Patrimônio Líquido 11.000,00
Casa 7.000,00
Total 13.000,00 13.000,00
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Redefi nição do Conceito de Patrimônio
Analisando essa nova forma de apresentação do patrimônio de uma empresa, o 
frei observou que o lado esquerdo registrava as aplicações de recursos efetuados, e 
o outro lado, o direito, registrava as origens desses recursos aplicados pela empresa. 
Ele então chegou à conclusão de que o conceito inicial de patrimônio não estava 
matematicamente correto, pois havia uma dupla contagem quando se somava 
também o valor das obrigações. Ora, pensou o brilhante frei, se uma obrigação é 
uma origem de recursos que foram aplicados pela empresa e, portando, registrados 
no lado esquerdo na nova apresentação, seu valor já está incluído no total desse 
lado; seria um erro considerar a soma das obrigações na equação do patrimônio. 
Dessa maneira, ele concluiu que realmente o patrimônio de uma pessoa física ou 
jurídica é representado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações. Contudo, a 
soma desse conjunto não tem sentido.
Muitos anos mais tarde, essa forma de apresentação do patrimônio de uma 
empresa passou a ser chamada de Balanço, devido ao equilíbrio sugerido por ela. 
Esse formato se assemelha a uma balança com dois pratos de peso exatamente 
iguais. Aliás, balança é uma palavra grega composta por duas partes: bi e lancis. Bi 
significa dois e lancis é traduzido por pratos de balança.
Posteriormente, o lado esquerdo da balança foi chamado de Ativo, devido 
ao fato de estas contas representarem a parte viva, ativa da empresa. Este lado 
registra, em última instância, todas as aplicações da empresa, como Caixa, Valores 
a Receber, Imobilizado, Investimentos etc.
O lado direito foi denominado Passivo em virtude de suas contas registrarem, 
passivamente, as origens dos recursos que foram aplicados no ativo. O passivo total 
de uma empresa pode ser dividido em duas partes: o passivo fictício, que representa 
os recursos dos proprietários e, por isso, também chamado de recursos próprios, 
e o passivo propriamente dito, que representa as exigibilidades da empresa para 
com terceiros.
Receitas e Despesas
Diz a história que, mal o frei acabara de ter arrumado o convento, apareceu 
um grupo de tropeiros pedindo para passar a noite lá porque não havia hotéis na 
cidade. O frei aceitou sob condição de receber o equivalente, hoje, a $500.
Balanço
Caixa 2.500,00 Valores a Pagar 2.000,00
Valores a Receber 4.000,00 Patrimônio Líquido 11.500,00
Casa 7.000,00
Total 13.500,00 13.500,00
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UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Conforme podemos constatar, comparando este balanço com o anterior, 
apenas o Caixa, entre as contas patrimoniais, foi alterado, passando de $2.000 
para $2.500. Como consequência dessa modificação, o patrimônio líquido, que é 
um valor diferencial, pois registra a diferença entre bens e direitos e obrigações, 
evoluiu para $11.500.
Entusiasmado com o resultado da primeira transação,Lucca Pacciolo enviou 
uma cópia do novo balanço para o papa. Sua santidade, o papa, ficou muito 
satisfeito com o resultado, principalmente porque a decisão da escolha de Lucca 
Pacciolo para dirigir o convento fora dele.
Mas seu contentamento durou pouco. Após a saída dos tropeiros, o frei pagou 
$20 para fazer a limpeza do convento e arrumar as camas. Ao registrar essa 
despesa na contabilidade, o balanço passou a ter a seguinte forma:
Balanço
Caixa 2.480,00 Valores a Pagar 2.000,00
Valores a Receber 4.000,00 Patrimônio Líquido 11.480,00
Casa 7.000,00
Total 13.480,00 13.480,00
Mais uma vez, ao compararmos o novo balanço com o imediatamente anterior, 
notamos que houve apenas uma redução no Caixa no valor de $20, permanecendo 
inalterados os demais itens do patrimônio.
Como consequência disso, por força da lógica da equação do balanço, o 
patrimônio líquido foi também reduzido em $20.
Como bom administrador que era, Lucca Pacciolo, a cada alteração no 
patrimônio líquido do convento, enviava uma cópia do balanço para seu chefe. 
Dessa vez, porém, a reação do Papa foi inversa à anterior.
O santo padre observou que o Caixa havia sido reduzido e também o patrimônio 
líquido, o que, para ele, era um absurdo. Imediatamente, convocou o frei para ir 
a Roma dar pessoalmente as devidas explicações. Pacciolo foi até lá e mostrou 
ao chefe da Igreja que aquela não era tão absurda como podia parecer à primeira 
vista. Seus argumentos surtiram bons efeitos, pois o papa ficou satisfeito com a 
explicação e Pacciolo continuou gerenciando o convento.
Nosso frei, contudo, não ficou nada satisfeito de ter ido a Roma dar explicações 
sobre fatos tão simples. E, muito pior, pensou ele, ter que ir novamente dar 
explicações banais toda vez que ocorressem alterações no patrimônio líquido 
do convento, principalmente quando fossem negativas. Diante desse quadro, 
ele começou a pensar em como registrar essas operações na contabilidade de 
maneira tal que não houvesse necessidade de explicações adicionais para que 
fossem entendidas.
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A Solução Milagrosa
Evidentemente que se, para cada despesa ou receita, houvesse alteração imediata 
do patrimônio líquido _ sem que elas fossem registradas _ após várias despesas e 
receitas, ao final de um determinado período não se poderia dizer ou entender 
como um resultado foi obtido. Poder-se-ia, é verdade, dizer que houve um resultado 
no período, positivo ou negativo. Para isso bastaria comparar o patrimônio líquido 
do final do período em questão com o do período anterior. Porém, não seria 
possível dizer como o resultado foi constituído: quais as receitas e as despesas e o 
valor de cada uma delas.
Frei Lucca, que, como já sabemos, era matemático, resolveu aplicar no balanço 
atual a equação do Patrimônio Líquido (d) e observar o resultado.
d. B + D – O = PL ou
9.480 + 4.000 – 2.000 = 11.480
Ele notou que o Patrimônio Líquido, agora, era $11.480 de acordo com a 
equação (b). Esse valor apresentava uma diferença, a maior, de $480 em relação 
ao Patrimônio Líquido inicial, ou seja, aquele antes das operações de receitas e 
despesas. Na realidade, essa diferença era exatamente o lucro do convento no 
período, isto é, receitas ($500 recebidos pelos tropeiros) menos despesas ($20 
pagos pela limpeza).
Ora, raciocinou o bom frei, se chamarmos o Patrimônio Líquido de antes do início 
das operações de Patrimônio Líquido Inicial (PLI) ou Capital, passando a registrar na 
contabilidade as despesas e receitas ocorridas, poderemos acompanhar pari passu 
a evolução do resultado da empresa. Ao final de um período qualquer, poderemos 
informar quais foram as receitas e despesas do exercício e, consequentemente, o 
resultado que a empresa obteve. Podemos informar, também, o Patrimônio Líquido 
do final do período, que nada mais é do que o valor do patrimônio inicial mais o 
resultado do exercício.
Portando, esse problema estava resolvido. O frei colocou a sua ideia em prática, 
desenvolvendo a equação do balanço (e) da seguinte maneira:
e. B + D = O + PLI ou
9.000 + 4.000 = 2.000 +11.000
Para registrar o dinheiro recebido dos tropeiros ou a receita (R) de $500, a 
equação (g) se transformou na equação (f):
f. B + O = O + PLI + R ou
9.500 + 4.000 = 2.000 + 11.000 + 500
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UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
E para registrar a despesa (DE) de $20, referente à limpeza do convento e à 
arrumação das camas, a equação (f) evoluiu para (g):
g. B + D + DE = O + P1.I + R ou
9.480 + 4.000 + 20 = 2.000 + 11.000 + 500
Assim como a equação (e) representa o balanço, a equação (g) diz respeito ao 
balancete e pode ser apresentada da forma a seguir:
Balanço
Caixa 2.480,00 Valores a Pagar 2.000,00
Valores a Receber 4.000,00 Patrimônio Líquido 11.000,00
Casa 7.000,00 Receita: Hospedagem 500,00
Despesa Limpeza 20
Total 13.500,00 13.500,00
Diferença entre Balanço e Balancete
Agora podemos conceituar qual é a diferença entre esses demonstrativos. O 
balanço apresenta apenas as contas patrimoniais. O balancete, além de apresentar 
as contas patrimoniais, apresenta também as contas de receitas e despesas. Só nos 
casos de receitas e despesas futuras e de despesas antecipadas e diferidas o balanço 
pode apresentar contas de despesas e receitas, devido ao princípio contábil da 
competência do exercício. Aí, as despesas e receitas não foram consideradas para 
apuração do resultado do período para o qual o balanço foi levantado. Elas serão 
levadas em consideração na apuração de resultado de exercícios subsequentes. 
A Apuração de Resultado e o Levantamento de Balanço 
Resolvido o problema do registro das despesas e receitas, conforme vimos, o 
frei se deparou com a seguinte questão: qual o patrimônio da empresa e qual o 
resultado do exercício. 
Evidentemente, o balancete não responde diretamente a essas perguntas. É 
preciso que se façam cálculos aritméticos para respondê-las. Por isso, o frei não 
ficou completamente satisfeito com essa peça contábil. O ideal seria elaborar uma 
demonstração que evidenciasse essas respostas da melhor maneira possível.
Pensando assim, Lucca Pacciolo resolveu separar as contas que diferenciam o 
balancete do balanço, ou seja, as contas que representam as receitas e despesas 
consideradas para a apuração do resultado econômico de um período. E assim fez:
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Parte de Cima
Caixa 2.480,00 Valores a Pagar 2.000,00
Valores a Receber 4.000,00 Patrimônio Líquido 11.000,00
Casa 7.000,00
Total 13.500,00 13.000,00
Parte de Baixo
Despesas: Limpeza 20 Receita 2.000,00
Ele observou que, na parte de cima, o total do ativo supera o do passivo em 
$480 e, na parte de baixo, ocorria exatamente o contrário. Essa diferença era 
semelhante à existente entre o Patrimônio Líquido do início e do final do período, 
conforme ele já tinha percebido quando aplicou a equação (b) (B + D - O = PL) no 
balancete do final do exercício. Como o Patrimônio Líquido Inicial era $11.000 
e, no final do período, evoluiu para $11.480, isso significa que o convento obteve 
um lucro de $480. E isso é o que as contas da parte de baixo traduzem: a diferença 
entre as receitas e despesas de um período nada mais é do que o resultado da 
empresa nesse período.
Dessa maneira, o frei observou que as contas de resultado (receitas e despesas) 
apenas registram os aumentos (receitas) e as diminuições (despesas) do Patrimônio 
Líquido. Portanto, ao final de um período qualquer, para a apuração do resultado, 
é necessário que se faça uma comparação entre as somas das despesas e receitas. 
Se as receitas forem maiores, o resultado do período será lucro. Nesse caso, o 
lucro será adicionado ao Patrimônio Líquido do início do exercício aumentando 
o valor contábil da empresa e, consequentemente aumentando a riqueza dos seus 
proprietários. Se, ao contrário, as despesas forem maiores, o resultado será um 
prejuízo, que reduzirá o Patrimônio Líquido inicial, tornando menor a riqueza dos 
proprietários da empresa.
MARION, “Contabilidade Básica” – 7º edição Modernizadae NCC Atlas, 2003.
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UNIDADE Contabilidade: Conceitos e Aplicações
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Análise de Balanços, Estruturação e Avaliação das Demonstrações Financeiras Contábeis
BLATT, A. Análise de Balanços, Estruturação e Avaliação das Demonstrações Financeiras 
Contábeis. Pearson: 2000. (ebook)
Gestão de Custos Perspectivas e Funcionalidades
CRUZ, A.W. Gestão de Custos Perspectivas e Funcionalidades. IBPEX: 2012. (e-book)
Contabilidade Gerencial Novas Práticas Contábeis para Gestão de Negócios
HONG, Y.C. Contabilidade Gerencial Novas Práticas Contábeis para Gestão de Negócios. 
Pearson: 2005. (e-book)
Contabilidade Básica
Além das bibliografias citada acima, sugerimos a leitura do texto a seguir, extraído do livro 
“Contabilidade Básica” – 7º edição Modernizada e NCC Atlas, 2003, de autoria de José Carlos 
Marion, que trata do início da Contabilidade como ciência
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Referências
IUDICIBUS, S. Contabilidade Introdutória. Equipe de Professores da Faculdade 
de Economia, Adm. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
OSNI, M. R. Contabilidade Geral Fácil – Atualizado Conforme Lei 11.638/2007 
e MP 449/2008. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
PADOVESE, C. L. Manual de Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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