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Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 1 Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 2 Sumário BIOSSEGURANÇA ......................................................................................................3 DEFINIÇÃO ....................................................................................................................... 3 1. RISCOS DE ACIDENTES.............................................................................................. 3 2. RISCOS ERGONÔMICOS............................................................................................ 3 3. RISCOS FÍSICOS ........................................................................................................ 6 4. RISCOS QUÍMICOS ................................................................................................... 9 5. RISCOS BIOLÓGICOS .............................................................................................. 13 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA .................................................................................... 15 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS ....................................................................................... 19 HHiiggiieenniizzaaççããoo ddaass MMããooss ................................................................................................... 21 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO ............................................... 24 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI ..................................................... 28 LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE E LABORATÓRIOS ........................................................................................................... 30 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ............................................................... 35 Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 3 BIOSSEGURANÇA DEFINIÇÃO Biossegurança é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. TIPOS DE RISCO (Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78) 1. Riscos de Acidentes 2. Riscos Ergonômicos 3. Riscos Físicos 4. Riscos Químicos 5. Riscos Biológicos 1. RISCOS DE ACIDENTES Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem-estar físico e moral. São exemplos de agentes de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. 2. RISCOS ERGONÔMICOS Considera-se risco ergonômico o risco gerado por fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença, no ambiente de trabalho, ou seja, que prejudiquem sua ergonomia, a qual consiste na relação do indivíduo com o seu ambiente de trabalho. São exemplos de agentes de risco ergonômico: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa. As consequências podem ser: LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc. A prevenção é ajustar as condições de trabalho. Neste contexto, um distúrbio importante a ser comentado é a Síndrome de Burnout, comentado a seguir. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 4 Resumo do artigo intitulado: “A INFLUÊNCIA DE FATORES DE PERSONALIDADE E DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE”, dos autores Wilma Costa Souza e Angela Maria Monteiro da Silva: O estudo dos fatores que levam ao estresse e a influência do mesmo na gênese das doenças em geral tem recebido grande ênfase por parte dos pesquisadores. Entretanto, a investigação do trabalho como fator desencadeante do estresse só mais recentemente tem recebido atenção. Dentre os diversos modelos de estresse ocupacional, optou - se no presente estudo pelo modelo do Burnout, conforme desenvolvido por Maslach & Jackson (Maslach, 1976). A síndrome atinge principalmente profissionais que atuam na área de ciências humanas tais como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e assistentes sociais, caracterizando-se por uma reação de estresse crônico (Reinhold, 1996). A síndrome do burnout talvez possa oferecer uma explicação para as dificuldades percebidas na relação profissional de saúde - paciente, dificuldades estas que, ao mesmo tempo em que não contribuem para a recuperação dos doentes, podem levar ao sentimento de grande insatisfação com o trabalho muitas vezes referido pelos profissionais. Na síndrome do burnout é descrita a dificuldade do profissional em lidar com as emoções de seus pacientes levando-o a tratá-los de forma impessoal e desumanizada (Maslach, 1976). Neste caso, o profissional de saúde pode utilizar-se de estratégias negativas para enfrentar a situação, distanciando-se de seus pacientes e passando a encará-los como algo totalmente destituído de qualidades humanas. O burnout parece acometer pessoas altamente motivadas e dedicadas, observando-se nos profissionais acometidos uma queda na performance que influi na qualidade dos serviços prestados. A síndrome se correlaciona com insônia, aumento do uso de álcool e drogas, problemas no casamento e na família (Maslach & Schaufeli, 1993). A síndrome do Burnout foi inicialmente descrita em 1974 por Frendenberg (França,1987). O termo pode ser traduzido como aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia e foi usado pelo autor para designar uma resposta dos indivíduos ao estresse ocupacional. Ainda na década de 70, Maslach & Jackson passaram a investigar a síndrome, desenvolvendo cientificamente um modelo de burnout. Os autores também elaboraram o Maslach Burnout Inventory para medir a síndrome, sendo este instrumento atualmente usado na maioria das pesquisas sobre o tema (Maslach & Schaufeli, 1993). Schaufeli, Maslach & Marek (1993) conceituam o burnout como síndrome de exaustão, despersonalização e baixa realização pessoal com o trabalho, que pode ocorrer com indivíduos que trabalham para pessoas, Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 5 especialmente para as que têm algum tipo de problema. A exaustão refere-se ao sentimento de sobrecarga emocional e de esgotamento e é a dimensão que mais se aproxima de uma variável de estresse. A despersonalização, por outro lado, constitui um novo constructo que não aparece diretamente na literatura sobre o estresse (Cox, Kuk & Leiter, 1993). O profissional afetado pelo burnout, não é mais capaz de lidar com as emoções das pessoas que atende e começa a tratá-las de forma desumanizada (Maslach,1976). A terceira dimensão proposta pela autora é a da baixa realização pessoal com o trabalho que se expressa através da tendência do indivíduo a se avaliar negativamente em relação a seu desempenho. A síndrome, então, constitui-se em um modelo multidimensional onde a ocorrência de um componente pode precipitar o desenvolvimento dos outros dois (Golembiewsky, Scherb & Boudreau, 1993) ou pode ocorrer que os componentes se desenvolvam ao mesmo tempo, visto tratarem-se de reações a diferentes aspectos do ambiente de trabalho como afirma Leiter (1993). É característico na síndrome um sentimento de desilusão e frustraçãoque ocorre em pessoas que possuíam grandes expectativas em relação às suas carreiras. É resultado, então, de um processo de desilusão onde o trabalhador percebe que não consegue retirar de seu trabalho um sentido, um significado existencial (Pines, 1993). Entre as características de personalidade que favorecem o desenvolvimento do burnout destacam-se a motivação, o entusiasmo, a dedicação ao trabalho e a tendência ao perfeccionismo (Squires & Livesley, 1984). Segundo França (1987), os profissionais atingidos pela síndrome são pessoas que mergulham fundo em seu trabalho, não sabem dizer não, se ocupam com várias coisas ao mesmo tempo e têm compulsão para o trabalho, retirando dele grande parte de sua satisfação pessoal. Paradoxalmente, estas características são as mais valorizadas pelos departamentos de seleção de pessoal. O profissional que não mede sacrifícios pela empresa e tem grande necessidade de vencer e ser reconhecido, dificilmente relaxa e se, além disso, mostra pouca habilidade para lidar com o estresse em situações interpessoais pode ser levado ao burnout (Reinhold, 1996). Dentre os critérios diagnósticos do burnout destacam-se um estado geral de fadiga acompanhado de perda da auto-estima resultante de um sentimento de incompetência profissional e insatisfação com o trabalho (Maslach & Schaufeli, 1993). Os mesmos autores apontam como principal indicador uma diminuição significativa da performance no trabalho. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 6 3. RISCOS FÍSICOS Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, etc. Ruídos As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional. O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: - fadiga nervosa; - alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias; - hipertensão; - modificação do ritmo cardíaco; - modificação do calibre dos vasos sanguíneos; - modificação do ritmo respiratório; - perturbações gastrointestinais; - diminuição da visão noturna; - dificuldade na percepção de cores. Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou definitiva da audição. Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas: – Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído; isolamento de ruído. – Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida complementar. – Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho, revezamento. – Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização. – Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 7 Vibrações Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. As vibrações podem ser: • Localizadas - (em certas partes do corpo). São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas. Conseqüências: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea). • Generalizadas - (ou do corpo inteiro). As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores. Conseqüências: Lesões na coluna vertebral; dores lombares. Para evitar ou diminuir as conseqüências das vibrações é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição). Radiações São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos: • Radiações ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia estão freqüentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas. • Radiações não ionizantes - São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos , ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas, etc. Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc. Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tome: • Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). • Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno). • Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x). • Medida médica: exames periódicos. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 8 Temperaturas Extremas - Efeitos - desidratação, erupção da pele, câimbras, fadiga física, distúrbios psiconeuróticos, problemas cardiocirculatórios e insolação. - feridas, rachaduras e necrose na pele, congelamento, agravamento de doenças reumáticas, predisposição para acidentes e predisposição para doenças das vias respiratórias. • CUIDADOS EM TEMPERATURAS EXTREMAS: - proteção coletiva: ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio. - proteção individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio). Pressões Anormais Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos. – Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco. – Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens. A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida. Umidade As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de CALORFRIO Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 9 verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle. A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc). 4. RISCOS QUÍMICOS Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Movimento do produto químico no organismo: o Absorção - é a seqüência à penetração do agente químico no organismo e sua passagem ao sistema circulatório. o Distribuição - o agente percorre, pela corrente sangüínea, os órgãos do corpo. o Fixação ou acumulação - armazenamento do agente nos tecidos dos órgãos onde ele exerça, ou não, atuação. o Eliminação - saída do agente químico do organismo. Rotulagem de substâncias químicas: O rótulo deve conter a identificação completa do produto químico (nome, fórmula, concentração, etc.) e riscos que apresenta: símbolo e palavra indicativa de risco (corrosivo, tóxico, explosivo, inflamável, irritante, nocivo), palavras convencionais de advertência (perigo, cuidado, atenção) e frases convencionais de medidas preventivas quanto ao risco (mantenha afastado do calor, perigo se inalado, etc.) Quando um produto for acondicionado fora de sua embalagem original, deverá ser identificado através dos seguintes dados mínimos: – nome do produto e concentração – data do envasamento ou diluição – identificação dos riscos Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 10 Um sistema de classificação de substâncias químicas quanto às respectivas periculosidade ou nocividade é um importante mecanismo para o estabelecimento de prioridades de avaliação, tratamento e comunicação de riscos. No contexto de classificação de substâncias perigosas, o perigo esta relacionado com a capacidade de uma substância de causar danos e o grau dessa capacidade depende de suas propriedades intrínsecas. Sistema de classificação de substâncias químicas quanto a periculosidade ou nocividade: – Estabelece critérios e procedimentos para classificar as substâncias ou misturas em classes de perigos / escalas de gradação da periculosidade e mecanismos de comunicação de perigos / riscos. – Não se aplica a substâncias ou produtos cuja exposição é intencional (ex. alimentos, remédios, cosméticos) – Não existe “substância não perigosa”. Existe substância não classificada de acordo com os critérios adotados. Para elas usa-se regras gerais de prevenção e não é necessário cuidados especiais nem comunicação de perigos (rotulagem, fichas de segurança, etc.) Classes de perigos – Substâncias ou misturas: Inflamáveis São substâncias que podem pegar fogo na presença de uma fonte de ignição (chama, faísca, eletricidade estática, etc.) Podem ser: • Facilmente Inflamável CLASSIFICAÇÃO: Determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação inferior a 21ºC, substâncias sólidas que são fáceis de inflamar, de continuar queimando por si só; liberam substâncias facilmente inflamáveis por ação da umidade. PRECAUÇÃO: evitar contato como ar, a formação de misturas inflamáveis gás-ar e manter afastadas de fontes de ignição. • Extremamente Inflamável CLASSIFICAÇÃO: Líquidos com ponto de inflamação inferior a 0ºC e o ponto máximo de ebulição 35ºC; gases, misturas de gases (que estão presentes em forma líquida) que com ar e a pressão normal podem se inflamar facilmente. PRECAUÇÕES: manter longe de chamas abertas e fontes de ignição. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 11 Explosivo São substâncias ou misturas que apresentam riscos de explosão sob o efeito de uma chama, do calor, de um golpe ou fricção. Exemplos: − TNT - trinitrotolueno − Ácido pícrico − Nitrocelulose − Pólvora negra − Pólvora branca PRECAUÇÕES: evitar atrito, choque, formação de faísca e ação do calor. Comburente ou Oxidante São substâncias que, em caso de incêndio, aumentam a violência da reação e favorecem a propagação rápida do fogo. Podem provocar incêndios espontâneos quando em contato com materiais combustíveis. O incêndio pode ser favorecido e dificultado a sua extinção. Exemplos: − Oxigênio − Ácido nítrico − Água oxigenada concentrada (ex. 30 vol) PRECAUÇÕES: evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Corrosivo Produtos químicos que destroem o tecido vivo, bem como vestuário, por contato. Exemplo: Ácido Sulfúrico Concentrado PRECAUÇÕES: não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e vestuário. Nocivas ou perigosas para o meio ambiente Podem causar danos à flora, fauna, população humana ou degradar o ambiente quando lançados no ar, solo ou águas. Exemplos: − Solventes clorados − CFCs − ácidos fortes − cianeto de sódio. Tóxicas e muito tóxicas Podem provocar danos graves à saúde ou provocar a morte. Inalação, ingestão ou absorção através da pele, provoca danos à saúde. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 12 Muito tóxicas são substâncias que, mesmo em doses muito pequenas, podem provocar danos graves ou mesmo a morte. Exemplo: trióxido de arsênico. Exemplos - tóxicas: − metanol − amoníaco − benzeno. PRECAUÇÕES: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos. Nocivas São substâncias que podem causar danos à saúde mas em geral não provocam danos sérios imediatos. Somente em doses muito altas podem provocar a morte. (o que é difícil no ambiente de trabalho). A exposição repetida e prolongada pode provocar danos sérios à saúde. Exemplos: Tolueno e outros solventes PRECAUÇÕES: evitar qualquer contato com o corpo humano, observar cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos. Segurança na manipulação de produtos químicos Não fumar, comer, beber ou aplicar maquiagem nos locais onde se manipulam substâncias químicas. Nunca pipetar com a boca. Não se utilizar do olfato para identificar produtos químicos. Não deixar os frascos de produtos voláteis abertos. Usar as capelas de exaustão, as câmaras de fluxo laminar e outros equipamentos de proteção coletiva sempre que a natureza dos reagentes ou produtos químicos assim o exija. Usar os equipamentos de proteção individual quando os meios de proteção coletiva não forem suficientes para reduzir a exposição ocupacional aos níveis desejados: luvas, máscaras, óculos, roupa protetora, etc. Identificar os rejeitos produzidos. Cuidar para que não ocorra a mistura de produtos incompatíveis durante a lavagem de vidrarias; Cuidar para não misturar substâncias incompatíveis durante a segregação de resíduos para descarte; Antes de realizar uma reação química com produtos desconhecidos consultar a lista de substâncias incompatíveis e fazer um experimento com quantidades reduzidas e condições adicionais de segurança. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 13 5. RISCOS BIOLÓGICOS Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre outros. Classificação de risco biológico: Os agentes de risco biológico podem ser distribuídosem quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: – Patogenicidade para o homem. – Virulência. – Modos de transmissão – Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes. – Disponibilidade de tratamento eficaz. – Endemicidade. Classe de risco 1 O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo, ou seja, são agentes biológicos que têm baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou em animais. Exemplo: Bacillus subtilis Classe de risco 2 O risco individual é moderado e para a comunidade é baixo. São agentes biológicos que podem provocar infecções, porém, dispõe-se de medidas terapêuticas e profiláticas eficientes, sendo o risco de propagação limitado. Exemplos: Vírus da Febre Amarela e Schistosoma mansoni. Classe de risco 3 O risco individual é alto e para a comunidade é limitado. O patógeno pode provocar infecções no homem e nos animais graves, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, porém existem medidas terapêuticas e de profilaxia. Exemplos: Vírus da Encefalite Equina Venezuelana e Mycobacterium tuberculosis. Classe de risco 4 O risco individual e para a comunidade é elevado. São agentes biológicos que representam sério risco para o homem e para os animais, sendo altamente patogênicos, de fácil propagação, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplos: Vírus Marburg e Vírus Ebola. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 14 • Resumindo... – NB 1- Agentes que não causam doenças – NB 2- Agentes associados a doenças humanas (profilaxia e terapia eficientes) – NB 3- Agentes exóticos associados à doenças humanas com potencial para transmissão via aerossol (profilaxia e terapias limitadas) – NB 4- Agentes letais (humanos/ambiente) (sem profilaxia ou terapia) Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 15 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA Os níveis de biossegurança representam as condições nas quais os microorganismos podem ser manuseados com segurança. O diretor do laboratório é o responsável pela avaliação dos riscos e pela aplicação adequada dos níveis de biossegurança recomendados. Nível de Biossegurança 1 Neste nível as práticas, o equipamento e o projeto das instalações são apropriados para o treinamento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos, e de professores, de técnicas laboratoriais. O nível de biossegurança 1 representa um nível básico de contenção, portanto, não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial e a adoção de boas práticas laboratoriais. Neste tipo de laboratório podem ser manipulados microorganismos da Classe de risco 1, ou seja, organismos que não causem doença ao homem ou animal. Classe de Risco 1 - o risco individual e p/ a comunidade é ausente, ou seja, são microorganismos que tem baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou em animais. Ex.: Bacillus subtilis,Lactobacillus,Micrococos No nível de biossegurança 1 práticas padrão de biossegurança devem ser adotadas: – Reduzir derramamentos e aerossóis – Descontaminação diária da superfície de trabalho – Descontaminação do lixo – Manter programa controle de insetos/roedores Além destas práticas, algumas barreiras secundárias também são necessárias: • Laboratório com porta • Pias para lavar as mãos • Superfícies fáceis de limpar • Bancos impermeáveis à água • Mobiliário resistente • Janelas fechadas e com telas protetoras • Construção normal, sem ventilação especial Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 16 Nível de Biossegurança 2 O nível de biossegurança 2 aplica-se a laboratórios onde são manipulados microorganismos da classe de risco 2, ou seja, patógenos que causam doença ao homem ou aos animais, mas que não consistem em sério risco, a quem o manipula em condições de contenção, à comunidade, aos seres vivos e ao meio ambiente. Neste nível as exposições laboratoriais podem causar infecção, mas a existência de medidas eficazes de tratamento e prevenção limitam o risco, sendo o risco de disseminação bastante limitado. As práticas, os equipamentos, a planta e a construção das instalações são aplicáveis aos laboratórios clínico ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico e laboratórios escolas. Além da adoção das boas práticas, para a manipulação segura destes patógenos torna-se necessário o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). O Nível de Biossegurança 2 é adequado para qualquer trabalho que envolva sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas primárias onde a presença de um agente infeccioso pode ser desconhecido. Os perigos primários em relação aos funcionários que trabalham com esses agentes estão relacionados com acidentes percutâneos, exposições da membrana mucosa ou com a ingestão de materiais infecciosos. Deve-se tomar um extremo cuidado com agulhas contaminadas ou com instrumentos cortantes. Além das barreiras exigidas para o NB1, neste nível também é necessário adotar: • Cabine de segurança instalada • Iluminação adequada e lava-olhos disponível • Ar do Laboratório não deve circular em outras áreas • Acesso restrito durante o trabalho • Disponibilidade de autoclave • Localização separada de área pública • Ventilação bi-direcional Nível de Biossegurança 3 O nível de biossegurança 3 aplica-se a laboratórios onde são manipulados microorganismos da classe de risco 3, ou seja, patógenos que geralmente causam doenças graves ao homem ou aos animais e podem representar um sério risco a quem o manipula. Também podem representar um risco se disseminado na comunidade, mas usualmente existem medidas de tratamento e de prevenção. O Mycobacterium tuberculosis, o vírus da encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetii são exemplos de microorganismos determinados para este nível. Os riscos primários causados aos trabalhadores que lidam com estes agentes incluem a auto-inoculação, a ingestão e a exposição aos aerossóis infecciosos. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 17 No Nível de Biossegurança 3 as barreiras primárias e secundárias são de extrema importância para a proteção dos funcionários, da comunidade e do meio ambiente contra a exposição aos aerossóis potencialmente infecciosos. Por exemplo, todas as manipulações laboratoriais deverão ser realizadas em uma CSB (Cabine de Segurança Biológica) ou em um outro equipamento de contenção como uma câmara hermética de geração de aerossóis. Para este nível de contenção são requeridos, além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais: – Prédio separado ou em zona isolada – Dupla porta de entrada – Escoamento do ar interno direcionado – Passagem de ar única – 10 a 12 trocas de ar/ hora As barreiras secundárias para esse nível incluem: • Acesso controlado ao laboratório • Proteger equipamentos geradores de aerossol • Ante-sala do Laboratório, fechada • Paredes, pisos e tetos resistentes à água e ser de fácil descontaminação • Todo material de trabalho colocado dentro da capela de segurança • Tubos de aspiração a vácuo protegidos com desinfetante líquido ou filtro. Nível de Biossegurança 4 O nível de biossegurança 4 aplica-se a laboratórios onde são manipulados microorganismos da classe de risco 4, ou seja, patógenos que representam grande ameaça para o ser humano e para aos animais, representando grande risco a quem o manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Normalmente não existem medidas preventivas e de tratamento para esses agentes.Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes do Nível de Biossegurança 4 incluem a exposição respiratória aos aerossóis infecciosos, exposição da membrana mucosa e/ou da pele lesionada as gotículas infecciosas e a auto- inoculação. Todas as manipulações de materiais de diagnóstico potencialmente infecciosos, substâncias isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente infectados apresentam um alto risco de exposição e infecção aos funcionários de laboratório, à comunidade e ao meio ambiente. Recomenda-se que os laboratórios de nível de Biossegurança 4, ou de contenção máxima, só funcionem sob o controle direto das autoridades sanitárias, além disso, dada a grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratório deverá ter um treinamento específico e completo direcionado para a manipulação de agentes infecciosos extremamente perigosos e deverá ser capaz de entender as funções da contenção primária e secundária, das práticas padrões específicas, do equipamento de Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 18 contenção e das características do planejamento do laboratório. É necessário a elaboração de um manual de trabalho pormenorizado; este deve ser testado previamente através de exercícios de treinamento. Os trabalhadores devem ser supervisionados por profissionais altamente competentes, treinados e com vasta experiência no manuseio dos agentes manuseados, além dos procedimentos de segurança específicos. O completo isolamento dos trabalhadores de laboratórios em relação os materiais infecciosos aerossolizados é realizado primariamente em cabines de segurança biológica Classe III ou com um macacão individual suprido com pressão de ar positivo. A descontaminação de todo líquido (até água de banho) e resíduos sólidos eliminados através de produtos químicos ou vapor em temperaturas elevadas também é obrigatória. A instalação do Nível de Biossegurança 4 é geralmente construída em um prédio separado ou em uma zona completamente isolada com uma complexa e especializada ventilação e sistemas de gerenciamento de lixo que evitem uma liberação de agentes viáveis no meio ambiente. Desta forma as principais barreiras secundárias adotadas são: • Prédio separado ou em zona isolada • Dupla porta de entrada • Escoamento interno do ar uni direcional • Passagem de ar individual • Sistemas aperfeiçoados para suprimento, exaustão de ar, formação de vácuo e descontaminação • Equipamentos geradores de aerossóis fechados hermeticamente • Obrigatório utilizar autoclave de dupla porta • Ante-Sala de entrada fechada • Abertura e fechamento de portas eletronicamente programado • Sistema seguro de comunicação do Laboratório • Manter ligados a geradores, os equipamentos responsáveis pelo insuflamento de ar e abertura de portas. O diretor do laboratório é primariamente e especificamente responsável pela operação segura do laboratório. O conhecimento e julgamento dele/dela são críticos para a avaliação dos riscos e para a aplicação adequada destas recomendações. O nível de biossegurança recomendado representa as condições sob as quais o agente pode ser manipulado com segurança. As características especiais dos agentes utilizados, o treinamento e experiência dos empregados e a natureza da função do laboratório poderão posteriormente influenciar o diretor quanto à aplicação destas recomendações. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 19 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS As precauções universais publicadas inicialmente pelo Centers for Disease Control recomendam o uso de medidas de barreira, todas as vezes que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções e/ou fluidos corpóreos, independente do conhecimento do diagnóstico ou status sorológico do paciente. Visando reduzir o risco de transmissão de microorganismos, a partir de fontes conhecidas ou não, em serviços de saúde, propôs-se a utilização de novas medidas, chamadas precauções padrão (PP). As PP incluem o uso de barreiras, de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e devem ser aplicadas toda vez que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções e/ou fluidos corpóreos, de pele não- íntegra e mucosa com exceção do suor. Mais recentemente, o Conselho Consultivo de Práticas de Controle de Infecção Hospitalar do CDC/EUA, publicou um guia revisado mais claro e conciso sobre isolamento, que defende um sistema de precauções em duas etapas (Figura 1). A primeira etapa é o Sistema de PRECAUÇÕES PADRÃO OU BÁSICAS, que utiliza as características principais das PRECAUÇÕES UNIVERSAIS e aplica-se a todos os pacientes, independente do seu diagnóstico ou status sorológico. A segunda etapa de precauções é para pacientes com infecção conhecida ou suspeita, que exijam mais que o padrão, para prevenir disseminação exógena da infecção. Três precauções baseadas na transmissão são propostas: precauções contra aerossóis, gotículas e contato. As precauções contra aerossóis são previstas para reduzir o risco de exposição e infecção pela rota de transmissão aérea, por meio de microgotículas aerodispersas, inferiores a 5 micra, provenientes de gotículas desidratadas que podem permanecer em suspensão no ar por longos períodos de tempo, contendo agente infeccioso viável. Os microorganismos transportados desta forma podem ser dispersos para longe, pelas correntes de ar podendo ser inalados por um hospedeiro susceptível, dentro do mesmo quarto ou em locais situados a longa distância do paciente-fonte http://www.cdc.gov/ http://www.cdc.gov/ Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 20 (dependendo dos fatores ambientais), podendo alcançar até os alvéolos do hospedeiro. Por este motivo, indica-se circulação do ar e ventilação especial para prevenir esta forma de transmissão. Dentro desta categoria incluem-se os agentes etiológicos da: tuberculose, varicela (catapora) e do sarampo. Nas precauções para aerossóis deve-se utilizar proteção respiratória do tipo respirador. As precauções contra gotículas reduzem a disseminação de patógenos maiores que 5 micra, a partir de um indivíduo infectado, podendo alcançar as membranas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva de um hospedeiro susceptível. As gotículas originam-se de um indivíduo fonte, sobretudo durante a tosse, o espirro, a conversação, e em certos procedimentos, tais como a aspiração ou a broncoscopia. A transmissão de gotículas (maiores que 5 micra), requerem um contato próximo, entre o indivíduo e o receptor, visto que, tais gotículas não permanecem suspensas no ar e geralmente se depositam em superfícies a uma curta distância. Daí a importância de ressaltarmos a necessidade da limpeza concorrente e terminal. Uma vez que as gotículas não permanecem em suspensão, não é necessário promover a circulação do ar ou ter ventilação especial para prevenir a sua transmissão. Esse tipo de precaução aplica-se a qualquer paciente com suspeita de infecção por patógenos como: Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis. As precauções contra contato representam o modo mais importante e freqüente de evitar a transmissão de infecções hospitalares e estão divididas em dois subgrupos: contato direto e contato indireto. Contato direto: esse tipo de transmissão envolve o contato pele a pele e a transferência física, proveniente de indivíduo infectado ou colonizado por microorganismos para um hospedeiro suscetível. Esta transmissão pode ocorrer quando o profissional da saúde realiza a mudança de decúbito, a higienização ou ao executar procedimentos que exijam contato físico, como também, entre dois pacientes, por exemplo, pelo contato com as mãos. Contato indireto: envolve a transmissão para um hospedeiro susceptível intermediado por objetos contaminados, usualmente inanimados, tais como: instrumentos contaminados, agulhas, roupas ou mãos contaminadas,ou ainda, luvas que não são trocadas entre os procedimentos. São exemplos de doenças transmitidas por contato: as gastroenterites, o impetigo, a pediculose, a escabiose, o herpes simples e a furunculose. CCuuiiddaaddooss BBáássiiccooss:: LIMPEZA - Processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação de energias química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 21 DESINFECÇÃO - Processo aplicado às superfícies inertes, que elimina microorganismos na forma vegetativa, não garantindo a eliminação total dos esporos bacterianos. Pode ser realizada por meio de processos químicos ou físicos. ESTERILIZAÇÃO - Processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive os esporulados, mediante a aplicação de agentes físicos, químicos ou ambos. HHiiggiieenniizzaaççããoo ddaass MMããooss Lavagem das mãos Higienização das mãos • água e sabão comum • promove a remoção mecânica de sujidades e microorganismos presentes na pele • lavagem das mãos + anti-séptico • remoção mecânica de sujidades e de microrganismos + redução na carga microbiana As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados. As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo: USO DE ÁGUA E SABÃO • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. • Ao iniciar o turno de trabalho. • Após ir ao banheiro. • Antes e depois das refeições. •Antes de preparo de alimentos. •Antes de preparo e manipulação de medicamentos. • Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA Indicação: Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir: - Antes do contato com o paciente: Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 22 Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto. - Após contato com o paciente: Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. - Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos Invasivos Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). - Após risco de exposição a fluidos corporais: Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. USO DE ANTI-SÉPTICOS Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele. • Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. • Nos casos de surtos. • No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). • Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. ITENS BÁSICOS PARA HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS - Sabonete: Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999. - Agentes Anti-sépticos: São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam-se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. - Papel Toalha: O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 23 deve-se dar preferência aos papéis em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha. No processo de higienização das mãos, não é indicado o uso de secadores elétricos, uma vez que raramente o tempo necessário para a secagem é obedecido, além de haver dificuldade no seu acionamento. Eles podem, ainda, carrear microrganismos. O acionamento manual de certos modelos de aparelho também pode permitir a recontaminação das mãos. - Lavatórios ou pias: devem possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água. No lavabo cirúrgico, o acionamento e o fechamento devem ocorrer com cotovelo, pé, joelho ou célula fotoelétrica. - Lixeira: junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do material utilizado na secagem das mãos. Este recipiente deve ser de fácil limpeza, não sendo necessária a existência de tampa. No caso de se optar por mantê-lo tampado, o recipiente deverá ter tampa articulada com acionamento de abertura sem utilização das mãos. - Anti-séptico: para os ambientes que executem procedimentos invasivos, cuidados a pacientes críticos ou que a equipe de assistência tenha contato direto com feridas, deve existir, além do sabão já citado, provisão de anti-séptico junto às torneiras de higienização das mãos. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 24 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO Os riscos biológicos envolvendo os profissionais da saúde são também do interesse da saúde do trabalhador. Todo e qualquer acidente ocorrido com o profissional da saúde durante o desempenho de sua atividade profissional constitui-se em acidente de trabalho e deve também ser tratado como tal. Isto porque os acidentes de trabalho relacionam-se diretamente aos ambientes, às condições e à organização do trabalho e são, em princípio, eventos previsíveis e passíveis de prevenção. De outro modo, dele decorrem direitos de caráter previdenciário aos trabalhadores acidentados. Deste modo, à notificação do acidente biológico ao SINABIO (Sistema de Notificação de Acidentes Biológicos), sobrepõe-se a sua notificação ao SIVAT (Sistema de Vigilância de Acidentes de Trabalho) e aos Institutos de Previdência de acordo com o vínculo empregatício do trabalhador: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social; DSS -Departamento de Saúde do Servidor; DPME- Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, etc...). O SIVAT registra o acidente de trabalho, independentemente do vínculo trabalhista do profissional. Estão expostos a riscos biológicos todos aqueles que se inserem direta ou indiretamente na prestação de serviços de saúde, além de visitantes e outros profissionais que estejam ocasionalmente nestes serviços. O risco de exposição varia de acordo com a categoria profissional, a atividade realizada ou o setor de atuaçãonos serviços de saúde. São considerados de alto risco: profissionais de área cirúrgica, de emergência, odontólogos, estudantes, estagiários ou pessoal da limpeza. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO Contato de mucosas, pele não íntegra ou acidente percutâneo com sangue ou qualquer outro material biológico potencialmente infectante. DEVEM SER CONSIDERADOS FLUIDOS BIOLÓGICOS DE RISCO: Sangue, líquido orgânico contendo sangue e líquidos orgânicos potencialmente infectantes: sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, peritonial, pericárdico e amniótico. Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambiente odontológico) são líquidos biológicos SEM risco de transmissão ocupacional do HIV. Nestes casos, a quimioprofilaxia e o acompanhamento sorológico NÃO são recomendados. A presença de sangue nestes líquidos torna-os infectantes. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 25 A exposição a material biológico (sangue ou outros líquidos orgânicos potencialmente contaminados), pode resultar em infecção por patógenos como o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e os vírus das hepatites B e C e, este capítulo pretende abordar medidas profiláticas relacionadas à prevenção destes patógenos. Os acidentes ocorrem habitualmente através de picadas com agulhas, ferimentos com material ou instrumentos cortantes (acidentes percutâneos), contato direto da mucosa ocular, nasal, oral e pele não íntegra com sangue ou materiais orgânicos contaminados. O risco desses acidentes resultarem em infecção é variável, e está associado ao tipo de acidente, ao tamanho da lesão, à presença e ao volume de sangue envolvido no acidente, à quantidade de vírus no sangue do paciente fonte (carga viral) e à utilização de profilaxia específica (para o HIV com medicamentos anti-retrovirais e para a hepatite B com vacinação pré- exposição ou administração de imunoglobulina específica pós-exposição). As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como: • Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias); • Exposições em mucosas – p.ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitália; • Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas; • Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco quando envolverem a presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto àquele que tenha sido exposto. Precauções básicas ou precauções padrão são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico-hospitalares e na assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites B e C): – Equipamento de Proteção Individual • Luvas – possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções com mucosas ou pele não íntegra • Máscaras, Gorros e Óculos de proteção – possibilidade de respingo de sangue ou outros fluidos corpóreos nas mucosas da boca, nariz e olhos • Capotes – possibilidade de contato com material biológico A melhor profilaxia para a exposição ocupacional continua sendo o respeito às normas de biossegurança. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 26 • Botas – proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. – Manipulação e descarte de material pérfurocortante VACINAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE: A vacinação é prevenção de algumas doenças infecciosas de possível transmissão em unidades de saúde (hepatite B, sarampo, influenza, caxumba, rubéola). A vacinação adequada de profissionais da saúde diminui o risco de aquisição destas doenças, por diminuir o número de susceptíveis a doenças imunopreveníveis e deveria ser realizada previamente ao ingresso destes profissionais em sua prática. As recomendações do calendário de vacinação para profissionais de saúde (recomendações da associação Brasileira de imunizações (sBim) – 2009) levam em consideração os riscos ocupacionais específicos desta atividade. São considerados profissionais da área da saúde: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, patologistas e técnicos de patologia, dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pessoal de apoio, manutenção e limpeza de ambientes hospitalares, maqueiros, motoristas de ambulância, técnicos de RX e outros profissionais que freqüentam assiduamente os serviços de saúde, tais como representantes da indústria farmacêutica. ORIENTAÇÕES EM CASOS DE ACIDENTES BIOLÓGICOS 1. Ocorrido o acidente devem ser adotados os seguintes cuidados gerais: a- Lavagem com água corrente e sabão (acidente percutâneo); b- Lavagem com água corrente e soro fisiológico (acidente de mucosa); c- Não espremer a lesão. 2. Se possível, identificar o paciente-fonte. Se este for identificado, providenciar sua autorização para a coleta de sangue e testagem anti-HIV, Hepatite B e Hepatite C. 3. Com ou sem identificação do paciente-fonte, comunicar à chefia imediata, que preencherá a Ficha de Notificação de Acidentes Biológicos com Profissionais da Saúde e, encaminhar o trabalhador acidentado, com a Ficha de notificação, para a unidade de referência ou para o atendimento na própria unidade, quando esta dispuser de condições para tais cuidados. 4. Atendimento Médico em Unidade DST/AIDS ou HSPM onde será completado o preenchimento da Ficha de Notificação de Acidentes Biológicos e adotadas medidas quimioprofiláticas adequadas. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 27 5. Nos períodos noturnos, feriados e finais de semana, o primeiro atendimento será prestado nos Hospitais e Prontos-Socorros da região. 6. Medidas específicas da profilaxia medicamentosa para o HIV: a- Avaliar a indicação de medicamentos anti-retrovirais, conforme Fluxograma de Orientação Quimioprofilática Anti-retroviral Após Exposição Ocupacional. b- O tempo ideal de início da administração de drogas anti-retrovirais é de até 2 horas, devendo ser iniciado no máximo até 72 horas após o acidente. c- Duração da quimioprofilaxia: 4 semanas. d- Os Prontos-Socorros deverão fornecer as medicações em quantidades suficientes para suprir até o 1º dia útil subseqüente ao acidente, quando o acidentado deverá comparecer a uma Unidade de DST/AIDS para fornecimento dos medicamentos de acompanhamento. O acidentado será acompanhado ambulatorialmente do ponto de vista clínico e será submetido a sorologia para HIV, Hepatite B e C por um período de 6 meses. Quando for o caso, serão adotadas medidas de imunização. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 28 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI (RESUMO NR 6) - Equipamento de Proteção Individual – EPI: todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. - O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiveremsendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência. - Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. - Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI dequado à proteção do trabalhador. - Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. g) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 29 - Cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. - Cabe ao fabricante e ao importador a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; b) solicitar a emissão do CA; c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho; d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado; e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação - CA; f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA; g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos; h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso; i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e, j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. - Certificado de Aprovação – CA: para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade: a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO; b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso; c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação desta Norma, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007, quando se expirarão os prazos concedidos; e, Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 30 d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação. - Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA. - Cabe ao órgão regional do MTE: a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI; b) recolher amostras de EPI; e, c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR. Referência: NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI (Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978) LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE E LABORATÓRIOS Francelina Helena Alvarenga Lima e Silva, M. Sc. Núcleo de Biossegurança/DSSA-ENSP- Fiocruz JALECOS Protegem a parte superior e inferior do corpo, isto é os braços, tronco, abdômen e parte superior das pernas. Devem ser de mangas longas, usadas sempre fechados sobre as vestimentas pessoais (não usá-lo diretamente sobre o corpo), confeccionados em tecido de algodão (mistura poliéster-algodão é inflamável), impermeabilizados ou não, devem ser descontaminados antes de serem lavados. Os jalecos descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis. Auxiliam na prevenção da contaminação de origem biológica, química e radioativa, além da exposição direta a sangue, fluídos corpóreos, borrifos, salpicos e derramamentos de origens diversas (LIMA E SILVA, 1998). AVENTAIS Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 31 Os aventais podem ser usados sobre ou sob os jalecos. Quando usados nos trabalhos que envolvem produtos químicos são confeccionados em Cloreto de Polivinila (PVC), em Kevler® quando utilizados com altos níveis de calor, de borracha onde há manipulação de grandes volumes de soluções e durante lavagem e limpeza de vidrarias, equipamentos e instalações (GUIMARÃES, 2005). LUVAS São utilizadas como barreira de proteção, prevenindo a contaminação das mãos do trabalhador de serviços de saúde e de laboratório ao manipular material contaminado. As luvas reduzem a possibilidade dos microorganismos presentes nas mãos do trabalhador sejam transmitidas aos pacientes durante procedimentos invasivos ou quando pele não intacta, tecidos e mucosas possam ser tocadas. Diminuem o risco de que mãos contaminadas por microorganismos de um paciente ou fomite contaminem outros pacientes, o trabalho executado, equipamentos e instalações. A utilização de luvas não exclui o ato da lavagem das mãos (LIMA e SILVA, 1998). Protegem o trabalhador dos riscos biológicos, químicos e físicos como, por exemplo, queimaduras químicas por substâncias corrosivas, inflamáveis, irritantes; calor (fornos e muflas) ou frio (materiais congelados e em Nitrogênio líquido) extremos; mordidas cortes e arranhões provocados por animais; choques elétricos; manuseio de culturas microbiológicas, materiais biológicos (sangue, tecidos infectados etc); operações com objetos perfurocortantes e materiais abrasivos ou escoriantes; material radioativo. As luvas protegem contra dermatites acarretadas pela exposição repetida a pequenas concentrações de substâncias químicas (GUIMARÃES, 2005). As luvas devem ser confeccionadas com material resistente e maleável, anatômicas, devem ter baixa permeabilidade e compatibilizadas com as substâncias manipuladas (SKRABA, 2004). Alguns trabalhadores são alérgicos as luvas de borracha natural ou látex ou, também, ao talco utilizado em seu interior. Estes trabalhadores deverão utilizar luvas de Vinil, PVC ou Nitrílicas. LUVAS DE LÁTEX Protegem o trabalhador dos materiais potencialmente infectantes como: sangue, secreções, excreções, culturas de microrganismos, animais de laboratório etc. são divididas em estéreis as luvas cirúrgicas e não estéreis as luvas de procedimento, descartáveis ou não. LUVAS PARA O MANUSEIODE PRODUTOS QUÍMICOS Podem ser confeccionadas em: borracha natural (Látex), Butíl, Neoprene®, Cloreto de Polivinila (PVC), Acetato de Polivinila (PVA), Viton® (MC GILL, 2005). O tipo de luva usado durante o processo de trabalho deverá corresponder à substância Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 32 química a ser manipulada, por exemplo, luvas de PVC para o manuseio de drogas citostáticas (LIMA e SILVA, 1998). LUVAS DE PROTEÇÃO AO CALOR Para os trabalhos com autoclaves, fornos e muflas recomendam-se o uso de luvas de lã ou tecido resistente revestida de material isolante térmico. Para trabalhos que envolvem o manuseio a altas temperaturas, por exemplo, acima de 350o C luvas Zetex®; abaixo de 350º C luvas Kevlar® ; acima de 100º C luvas de couro curtido com sais de cromo (MC GILL, 2005). LUVAS DE PROTEÇÃO AO FRIO Na manipulação de artefatos e componentes em baixa temperatura utilizam-se luvas de algodão, lã, couro, náilon impermeabilizado, borracha revestida internamente com fibras naturais ou sintéticas. Deve ter cano longo para maior proteção. ÓCULOS DE SEGURANÇA Protegem os olhos do trabalhador de borrifos, salpicos, gotas e impactos decorrentes da manipulação de substâncias que causam risco químico (irritantes, corrosivas etc.), risco biológico (sangue, material infectante etc.) e, risco físico (radiações UV e infravermelho etc.). Podem ter vedação lateral, hastes ajustáveis, cinta de fixação. As lentes devem ser confeccionadas em material transparente, resistente e que não provoque distorção, podem ser de policarbonato, resina orgânica, cristal de vidro, além de receber tratamento com substâncias antiembaçantes, anti-risco e, resistentes aos produtos químicos (SKRABA, 2004). MÁSCARAS FACIAIS OU PROTETORES FACIAIS Utilizados como proteção da face e dos olhos em relação aos riscos de impacto de fragmentos sólidos, partículas quentes ou frias, poeiras, líquidos e vapores, assim como radiações não ionizantes. Resguardam a face dos respingos de substâncias de risco químico como, por exemplo, substâncias corrosivas, irritantes e tóxicas; gotículas de culturas de microorganismos ou outros materiais biológicos. Protegem contra estilhaços de metal e vidro ou outro tipo de projeteis. São confeccionadas em materiais como: propionato, acetato e policarbonato simples ou recobertos com substâncias metalizadas para absorção de radiações. (SKRABA, 2004) EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (RESPIRADORES OU MÁSCARAS) São utilizados quando se manipula substâncias de risco químico ou biológico, em emergências (derramamentos e fugas de gases). Podem ser descartáveis ou exigir manutenção. Os respiradores mais utilizados são: de adução de ar (fornecem ar ao usuário independente do ar ambiente), purificador de ar (purificam o ar ambiente antes de ser inalado pelo usuário); respiradores semifaciais (máscaras descartáveis, Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 33 respiradores com ou sem válvulas para poeiras, fumos e névoas), respiradores semi faciais com manutenção (com cartucho químico ou filtro mecânico), respiradores faciais de peça inteira (protegem o sistema respiratório, os olhos e a face do usuário) (MC GILL, 2005). Em serviços de saúde e laboratórios onde se manipula microrganismos de classe de risco biológico 3 como, por exemplo, o M. tuberculosis recomenda-se o uso de respirador purificador de ar semifacial N-95 (com eficiência mínima de filtração de 95% de partículas de até 0,3 μm) ou respiradores purificadores de ar motorizados com filtros de alta eficiência (filtros HEPA). Na preparação de drogas citotóxicas, quando não há disponibilidade da Cabine de Segurança Biológica/CSB, deve-se utilizar respirador para proteção contra material particulado (pó ou névoa) do tipo que utiliza filtro mecânico P2 ou P3 (classificação brasileiro-européia) ou respirador purificador de ar semifacial N-95. (BOLETIM, s/d) Existem máscaras de fuga utilizadas para evasão de ambientes onde possa ocorrer fuga de contaminantes tóxicos, vapores e gases combinados ou não com aerossóis. PROTEÇÃO AURICULAR Os protetores auriculares são do tipo concha ou de inserção. A sua utilização está indicada em situações onde o ruído excessivo pode causar perda da audição do trabalhador.Os controles dos níveis de ruído em laboratório são regidos pela NBR nº 10152/ABNT, que estabelece limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada de trabalho. As normas estabelecidas pela OSHA nos EUA, o nível de ruído é de 85 decibéis por uma jornada de trabalho de oito horas. (GUIMARÃES, 2005) Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 34 TOUCAS OU GORROS Nos ambientes de serviços de saúde, laboratoriais e biotérios, os cabelos, principalmente, os longos devem permanecer presos para evitar acidentes e contaminações por microorganismos, poeiras e ectoparasitos em suspensão. Os cabelos dos trabalhadores, também podem contaminar ambientes limpos ou estéreis ou contaminar pacientes e o produto do trabalho, por este motivo as toucas ou gorros devem ser usados. Devem ser confeccionados em tecido que permita a aeração dos cabelos e do couro cabeludo. Podem ser descartáveis ou reutilizáveis. PROTETORES PARA OS MEMBROS INFERIORES Os membros inferiores devem estar protegidos por calçados fechados durante o trabalho em serviços de saúde e laboratórios. Evitam acidentes que envolvem derramamento e salpicos de substâncias de risco químicos e biológicos, impactos, perfurocortantes, queimaduras, choques, calor, frio, eletricidade etc. Os trabalhadores não devem expor os artelhos, o uso de sandálias ou sapatos de tecido é proibido na área de trabalho. O calçado deverá ser ajustado ao tipo de atividade desenvolvida como: botas de segurança em couro, botas de PVC, botinas e outros calçados de cano curto ou longo, com biqueira de reforço e solado antiderrapante. Sapatilhas ou pró-pés descartáveis ou reutilizáveis são, geralmente, usadas em áreas estéreis tanto em hospitais, laboratórios, biotérios e na indústria. DISPOSITIVOS DE PIPETAGEM São dispositivos de borracha (pêra de borracha), pipetadores automáticos e elétricos, etc. Evita o risco de acidente através da ingestão de substâncias contendo agentes de risco biológico, químico ou radioativo, visto que a ação de pipetar com a boca é um risco a integridade física e a saúde do trabalhador. (LIMA e SILVA, 1998) Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 35 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA Os Equipamentos de Proteção Coletiva EPC auxiliam na segurança do trabalhador dos serviços de saúde e laboratórios, na proteção ambiental e também na proteção do produto ou pesquisa desenvolvida. A correta seleção, uso e manutenção do equipamento de segurança permitem ao trabalhador da área de saúde a contenção apropriada contra os inúmeros riscos aos quais está envolvido no seu dia a dia. AUTOCLAVES Gera a esterilização de equipamentos termorresistentes e insumos através de calor úmido (vapor) e pressão. Sua instalação é obrigatória no interior dos laboratórios NB-3 e NB-4, sendo que no laboratório NB-4 é obrigatório à instalação de autoclave de porta dupla. Nos laboratórios NB-2 e NB-1 e serviços de saúde é obrigatório que a autoclave esteja no edifício onde os mesmos estão instalados. O monitoramento deve ser feito com registro de pressão e temperatura a cada ciclo de esterilização, testes biológicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais. (LIMA e SILVA, in press) FORNO PASTEUR Opera em superfícies que não são penetradas pelo calor úmido. É um processo demorado pode ser usado em vidraria, metal, etc. O monitoramento exige registro de temperatura nas esterilizações, testes biológicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais.(LIMA e SILVA, in press) CHUVEIRO DE EMERGÊNCIA Chuveiro de aproximadamente 30cm de diâmetro, acionado por alavancas de mão, cotovelo ou pé. A localização deve ser de fácil acesso e ter um programa de manutenção constante. (LIMA e SILVA, 1998) LAVA OLHOS Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão acoplados a uma bacia metálica. O angulo do jato de água deve ser corretamente direcionamento para a lavagem ocular. Pode ser acoplado ao chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem ocular (LIMA e SILVA, 1998). MICROINCINERADORES Biossegurança – E-book parte 1 Prof. Paulo Pineda 36 Dispositivo elétrico ou a gás utilizado para flambar alças microbiológicas ou instrumento perfurocortante no interior da Cabine de Segurança Biológica (LIMA e SILVA, 1998). SINALIZAÇÃO LABORATORIAL É um conjunto de símbolos com formas e cores diferenciados que indicam sinalização de: aviso, interdição, obrigação, segurança e prevenção de incêndio. Os símbolos de aviso incluem o símbolo de Risco Biológico, Risco Químico, Risco Radioativo e outros. (LIMA e SILVA, in press) OUTROS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA Chuveiro químico para laboratório NB-4, extintor de incêndio, mangueira de incêndio, sprinkle, luz ultravioleta, anteparo para microscópio de imunofluorescência, anteparo de acrílico para radiosótopos, indicadores de esterilidade usados em autoclaves e outros (LIMA e SILVA, 1998). MÓDULO DE FLUXO LAMINAR DE AR São áreas de trabalho, portáteis, limitadas por cortina de PVC flexível ou outro material rígido transparente. O fluxo de ar é geralmente perpendicular ao piso (Módulo de Fluxo Vertical de Ar), também é encontrado como módulo horizontal. É versátil, uma vez que pode ser acoplado em seqüência, sem afetar a instalação física da construção. O sistema pode ser sustentado por pés fixos, com rodas ou ainda, pendurado na laje (LIMA e SILVA, 1996). CABINE PARA HISTOLOGIA Construída em aço inoxidável com exaustão para o exterior do ambiente laboratorial através de duto. É específica para preparações histológicas (LIMA e SILVA, 1998). CABINE DE SEGURANÇA QUÍMICA Cabine construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental não causa turbulências e correntes, assim reduzindo o perigo de inalação e contaminação do operador e do ambiente quando da manipulação de substâncias químicas que liberam vapore e gases tóxicos, irritantes, corrosivos etc. O duto de exaustão deve ser projetado de maneira a conduzir os vapores para parte externa da instalação, preferencialmente, no telhado. Deve ter filtro químico acoplado a saída do duto (LIMA e SILVA, 1998). CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA (CSB) O princípio fundamental é a proteção do operador, do ambiente e do experimento através de fluxo laminar de ar, filtrado por filtro absoluto ou filtro HEPA. BIOSSEGURANÇA DEFINIÇÃO 1. RISCOS DE ACIDENTES 2. RISCOS ERGONÔMICOS 3. RISCOS FÍSICOS 4. RISCOS QUÍMICOS 5. RISCOS BIOLÓGICOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA PRECAUÇÕES UNIVERSAIS As precauções universais publicadas inicialmente pelo Centers for Disease Control recomendam o uso de medidas de barreira, todas as vezes que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções e/ou fluidos corpóreos, independente do conhecimento ... Visando reduzir o risco de transmissão de microorganismos, a partir de fontes conhecidas ou não, em serviços de saúde, propôs-se a utilização de novas medidas, chamadas precauções padrão (PP). As PP incluem o uso de barreiras, de Equipamentos de Prote... Mais recentemente, o Conselho Consultivo de Práticas de Controle de Infecção Hospitalar do CDC/EUA, publicou um guia revisado mais claro e conciso sobre isolamento, que defende um sistema de precauções em duas etapas (Figura 1). As precauções contra aerossóis são previstas para reduzir o risco de exposição e infecção pela rota de transmissão aérea, por meio de microgotículas aerodispersas, inferiores a 5 micra, provenientes de gotículas desidratadas que podem permanecer em su... Dentro desta categoria incluem-se os agentes etiológicos da: tuberculose, varicela (catapora) e do sarampo. Nas precauções para aerossóis deve-se utilizar proteção respiratória do tipo respirador. Contato indireto: envolve a transmissão para um hospedeiro susceptível intermediado por objetos contaminados, usualmente inanimados, tais como: instrumentos contaminados, agulhas, roupas ou mãos contaminadas, ou ainda, luvas que não são trocadas entre... São exemplos de doenças transmitidas por contato: as gastroenterites, o impetigo, a pediculose, a escabiose, o herpes simples e a furunculose. LIMPEZA - Processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação de energias química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo. DESINFECÇÃO - Processo aplicado às superfícies inertes, que elimina microorganismos na forma vegetativa, não garantindo a eliminação total dos esporos bacterianos. Pode ser realizada por meio de processos químicos ou físicos. ESTERILIZAÇÃO - Processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive os esporulados, mediante a aplicação de agentes físicos, químicos ou ambos. Higienização das Mãos As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de cont... As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo: USO DE ÁGUA E SABÃO • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. • Ao iniciar o turno de trabalho. • Após ir ao banheiro. • Antes e depois das refeições. •Antes de preparo de alimentos. •Antes de preparo e manipulação de medicamentos. • Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA Indicação: Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir: - Antes do contato com o paciente: Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); con... - Após contato com o paciente: Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. - Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos Invasivos Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administra... - Após risco de exposição a fluidos corporais: Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. USO DE ANTI-SÉPTICOS Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele. • Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. • Nos casos de surtos. • No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). • Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. Itens básicos para higienização de mãos - Sabonete: Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n.
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