Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso: Biomedicina Disciplina: Microbiologia Clínica PRÁTICA III: CONTROLE DA POPULAÇÃO MICROBIANA- USO DE ÓLEOS ESSENCIAIS E ANTIBIOGRAMA. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 3. MATERIAL E MÉTODOS 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5. CONCLUSÃO 6. BIBLIOGRAFIA 1 1. INTRODUÇÃO O controle da população microbiana significa basicamente destruir, inibir ou remover microrganismos através de agentes físicos ou químicos, onde ocorre a inibição que é o bloqueio da multiplicação ou a morte onde ocorre a perda irreversível da capacidade de reprodução dos microrganismos. Os agentes que são antimicrobianos tem capacidade de interferir de maneiras variadas nos microrganismos, exigindo uma certa atenção no uso dos mesmos pois cada bactéria tem uma característica diferente fazendo com que cada antimicrobiano atinja a um resultado diferente. E objetivando controlar a população microbiana, os desinfetantes são opções eficientes para destruir os microrganismos que vivem nesses objetos. Pois eles conseguem destruir a parede celular do microrganismo ou por interferência em seu metabolismo Entretanto a desinfecção não consegue exterminar todos os microrganismos ; necessitando então de uma esterilização. E inibir o crescimento microbiano os óleos essenciais vem demonstrando eficiência no controle do crescimento de microrganismos , incluindo fungos , leveduras e bactérias. “Entre antimicrobianos naturais , os óleos essenciais vem sendo muito estudados . Esses possuem ações contra microrganismos esporulados e patógenos de alimentos. ” (BAKKALI et al.,2008;BURT, 2004) Dentre uma variedade de óleos essenciais , existe o óleo de orégano (Origanum vulgare ) cujo a planta vem da família das Lamiaceae, popularmente utilizado como tempero alimentício . “Os componentes bioativos desses condimentos têm atividade antimicrobiana bem documentada, com atividade inibitória contra bactérias Gram positivas e Gram negativas...” (LIS-BALCHIN et al., 1998; DELAQUIS et al., 2002; SAGDIÇ; ÖZCAN, 2003, NAZER et al., 2005, SEYDIM; SARIKUS, 2006). 2 https://docs.google.com/document/d/1nL-B5tfoIpN5Drvyoh5FulmGu_fXvwfKGoCV_RvgCXk/edit#heading=h.1fob9te O óleo essencial de orégano possui propriedades anti-inflamatórias e anti-infecciosas , possui também ação larvicida e antioxidante , é um poderoso estimulante digestivo , em inflamações e dores articulares , problemas de acnes , abcessos e furúnculos entre outros . A planta possui origem turca e a extração do óleo é feita é através do vapor da erva . 2. OBJETIVOS 3. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS: ● Luvas ● Álcool 70 ● Bico de Bunsen ● Caneta para retroprojetor ● Fósforos ● 2 placas de ágar Mueller Hinton ● Swabs estéreis ● Pinças ● Alças descartáveis ● Tubo contendo culturas de S. aureus e E. coli em caldo simples ● Placa contendo colônias da microbiota humana do esgotamento realizado na prática 2 ● Discos de papel de filtro para o teste ● Óleo essencial de orégano 3 MÉTODO: 1) Após o início da aula, lavar as mãos e colocar as luvas descartáveis, fazer a higienização da bancada. 2) Marcar no fundo da placa (Mueller Hinton) de meio sólido o local onde será colocado o disco contendo o óleo essencial de orégano, de forma a ficar no centro; 3) Com os devidos cuidados técnicos acender o bico de Bunsen, embeber a zaragatoa nas culturas de S. aureus e E. coli, eliminando o excesso de líquido por compressão nas paredes do tubo. 4) Passar o swab por toda a placa de Mueller Hinton preenchendo-a uniformemente; 5) Identificar as placas; 6) Flambar a pinça e resfriá-la; 7) Pegar um disco com a pinça e colocar no centro da placa próximo a chama do gás, comprimindo-o ligeiramente para que fique aderido à superfície do meio; 8) Colocar uma gota de óleo essencial no disco; 9) Fechar a placa e incubar a 37°C por 48 horas. 4 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO QUADRO 1: Resultado do antibiograma realizado com óleos essenciais: GRUPO PLANTA S. aureus E. coli 1A Eucalipto Resistente Resistente 1B Melaleuca Resistente Sensível (2,2cm) 2 Hortelã Pimenta Sensível (1cm) Resistente 3 Gengibre Resistente Resistente 4 Orégano Sensível (4,1cm) Sensível(4,7cm) 5 Citronela Sensível (9mm) Sensível (7,5mm) 6 Alecrim Sensível (0,4mm) Resistente Na tabela acima estão elucidados os resultados obtidos no experimento com óleos essenciais para a inibição do crescimento das bactérias S. aureus e E. coli Nos resultados obtidos, os S. aureus foram sensíveis a quatro tipos de óleos essenciais: hortelã pimenta, orégano, citronela e alecrim. Sendo que há uma maior sensibilidade ao orégano com halo de inibição de 4,1cm e uma menor sensibilidade ao alecrim com uma halo de 0,4mm. O orégano possui em sua composição compostos fenólicos como carvacrol e timol que podem ser considerados potenciais antimicrobianos. (LOVISON, 2017) O hortelã pimenta tem como componentes principais mentofurano, mentol, acetato de metila, mentona, 1,8 cineol, pulegona, α-limoneno, β-pineno, isomentol, α-pineo e mirceno( SILVA,2009). No óleo essencial de citronela os componentes principais são b-citronelal, geraniol e β-citronelol. (SCHERER,2009) No Alecrim as propriedades antimicrobianas podem estar relacionadas com a presença de borneol, pinenos, cineol e cânfora.(SOUSA,2008) 5 Nos resultados obtidos com E. coli observou-se sensibilidade a três tipos de de óleos essenciais: melaleuca, orégano e citronela, visto que a maior sensibilidade foi a citronela e a menor a melaleuca. A melaleuca tem como componentes majoritários responsáveis pela ação antimicrobiana o cineol e o terpinen 4 ol. (SILVA,2008). Apesar de no teste realizado não identificar a eficácia sobre S. Aureus, na literatura há casos que mostram a eficácia do óleo de malaleuca sobre este microrganismo.(PACKER; LUZ, 2007). Em relação aos óleos de citronela e orégano que demonstraram atividade inibitória contra os dois microrganismos testados, as substâncias presentes possuem interações com a parede celular bacteriana, inviabilizando a sustentação da vida do microrganismo, quer por comprometer a permeabilidade seletiva, quer por interagir com a camada fosfolipídica e assim causar o extravasamento de componentes celulares importantes. (MILLEZI et al, 2013) . O óleo de Eucalipto utilizado não apresentou atividade inibitória. No entanto, outros estudos observaram que em comparação com a Clorexidina- medicamento utilizado por sua função bactericida e bacteriostática- o óleo essencial de Eucalipto mostrou maior eficácia antimicrobiana em relação às bactérias Gram-positivas e efeito similar tratando-se de bactérias Gram-negativas.(MOTA; TURRINI; POVEDA, 2015). As plantas que não foram capazes de inibir o crescimento bacteriano de maneira considerável também possuem em sua composição inúmeros princípios ativos que podem ter atividade antimicrobiano, no entanto podem não terem demonstrado eficácia devido às concentrações utilizadas.Além de que a composição em termos percentuais de óleos essenciais podem variar com a época de cultivo e nutrientes presentes no local de plantio.(LIMA et al, 2004). O óleo essencial de gengibre não mostrou efeitos inibitórios para nenhum dos micro-organismos testados, evidenciado pela ausência de halo. Outro composto que é muito utilizado em estudos similares é o extrato de Gengibre. No entanto os 6 extratos que possuem como solvente água, etanol e acetona não demonstraram eficácia antibacteriana. (DALGÊ, 2014). Como o resultado foi corroborado por outras fontes, levanta-se a hipótese de que o Gengibre não possua composto com atividade sobre S. Aureus e E. Coli. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DALGÊ, J.J. Estudo da capacidade antioxidante, antimicrobiana, anti-hemolítica do gengibre (Zingiber officinale). 2014. 72 f. Dissertação (Mestrado)- Ciências da Engenharia de Alimentos- Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Pirassunga, 2014. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-08092015-083147/pt-br .php>. Acesso em: 27 ago. 18. LIMA, A.P.L. et al. Efeito Antimicrobiano do Alecrim (Rosmarinus officinalis) sobre Cepas de Staphylococcus aureus e Escherichia coli Isoladas de Pacientes de um Hospital Escola do Sul de Minas. Revista Ciências em Saúde, Itajubá, V. 4, n.2, p. 55-63, 2004. Disponível em:< http://dx.doi.org/10.21876/rcsfmit.v4i2.230>. Acesso em: 27 ago. 18. MILLEZI, A.F., et al. Caracterização e atividade antibacteriana de óleos essenciais de plantas condimentares e medicinais contra Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.15, n.3, p.373-379, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v15n3/10.pdf>. Acesso em: 27 ago. 18. MOTA, V.S.; TURRINI, R.N.T.; POVEDA,V.B. Atividade antimicrobiana do óleo de Eucalyptus globulus, xilitol e papaína: estudo piloto. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, V.49, n.2 ,p. 216-220, 2015. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49n2/pt_0080-6234-reeusp-49-02-0216.pdf>. Acesso em: 27 ago. 18. REIS, Lucia ; RABELLOII, Bruno; SANTOS, Lucio. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ANTISSÉPTICOS E DESINFETANTES UTILIZADOS EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE. Revista Brasileira de enfermagem, 2011. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/reben/v64n5/a11v64n5.pdf> Acesso em 27 ago.2018. TRAJANO, Vinicius, SOUZA, Evandro et all. PROPRIEDADE ANTIBACTERIANA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPECIARIAS SOBRE BACTÉRIAS CONTAMINANTES DE ALIMENTOS. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 29(3): 542-545, jul.-set. 2009 7 http://dx.doi.org/10.21876/rcsfmit.v4i2.230 http://dx.doi.org/10.21876/rcsfmit.v4i2.230 SILVA, P. A. A.;MEJIA, D. P. M. Atividade antimicrobiana do óleo essencial de Melaleuca alternifolia (tea tree) para uso como coadjuvante em antissépticos.Pós-graduação em Estética e Cosmetologia, Faculdade Ávila.2008. SCHERER, R. et al.Composição e atividades antioxidante e antimicrobiana dos óleos essenciais de cravo-da-índia, citronela e palmarosa.Rev. bras. plantas med. vol.11 no.4 Botucatu 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722009000400013 > Acesso em: 29/08/18 LOVISON, M. M. Óleo essencial de orégano nanoemulsionado: produção, caracterização físico-química, atividade antimicrobiana e antioxidante in vitro e aplicação em patê de frango. Universidade de São Paulo. Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos. 2017. Pirassununga. SILVA, M. T. N. Atividade antibacteriana de óleos essenciais de plantas frente a linhagens de Staphylococcus aureus e Escherichia coli isoladas de casos clínicos humanos.Rev. bras. plantas med. vol.11 no.3 Botucatu 2009 SOUSA,T. M. P. Atividade antimicrobiana do alecrim (Rosmarinus officinalis L.)Centro Universitário Anhanguera - Unidade Leme.Trabalho apresentado no 15º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo - SIICUSP SANTOS, C. H. S. 2017 el al.Atividade antimicrobiana de óleos essenciais e compostos isolados frente aos agentes patogênicos de origem clínica e alimentar.Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo,V.76, 2017. Disponível em:<http://www.ial.sp.gov.br/resources/insituto-adolfo-lutz/publicacoes/rial/rial76_co mpleta/artigos-separados/1719.pdf>.Acesso em: 01 de Set. 2018 8
Compartilhar