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Apostila 01

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Introdução à anatomia e fisiologia humana.
A anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados (seres vivos). Na anatomia observa-se e estuda-se o conhecimento do corpo humano com a descrição dos ossos, junturas, músculos, vasos e nervos.
O corpo humano é formado por células, que se diferenciam e se agrupam, formando tecidos. Os tecidos, por sua vez, dão origem aos órgãos, sendo cada órgão, formado por vários diferentes tecidos. 
Finalmente os órgãos são agrupados em sistemas, os quais se combinam para formar um organismo. O corpo humano é divido em cabeça, tronco (compreendendo o tórax e o abdome), membros superiores (ou torácicos) e membros inferiores (ou pélvicos). A cabeça está unida ao tronco pelo pescoço. Os membros superiores se ligam ao tronco pela cintura escapular, enquanto que os membros inferiores, pela cintura pélvica. 
A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na posição anatômica, o corpo estudado deve ficar ereto (de pé), calcanhares unidos, com os olhos voltados para o horizonte, os pés também apontados para frente e perpendiculares ao restante do corpo, braços estendidos e aplicados ao tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente (os dedos estendidos e unidos). Deve-se notar que não é a posição normal dos braços, que normalmente ficariam em torção mais ou menos medial (com as palmas voltadas para o corpo, em pronação). É uma posição em que há consumo de energia. O corpo humano na posição anatômica pode ser dividido conceitualmente em planos.
 • O plano mediano é um plano vertical que passa através do eixo mais longo que cruza o corpo, dos pés até a cabeça; este plano separa o corpo em antímeros direito e esquerdo. O que quer que esteja situado próximo a este plano é chamado medial, e o que está longe dele, lateral. 
• Um plano sagital é paralelo ao plano mediano. 
• O plano coronal é também um plano vertical que passa pelo eixo maior (dos pés à cabeça), mas é perpendicular ao plano mediano, separando a frente do corpo, ou ventre, da parte de trás, ou dorso. Algo em posição à frente do plano frontal é chamado anterior, ao passo que algo situado atrás desse plano é chamado posterior.
 • O plano horizontal, transverso ou axial atravessa o eixo menor do corpo, do dorso até o ventre, isto é, da posição posterior para a anterior. Divide a estrutura atravessada em porções superior e inferior.
De um modo resumido podemos dizer que a posição anatômica do corpo humano encontra-se ereto com os pés juntos e a face, os olhos e as palmas das mãos dirigidos para frente. A fisiologia advém do grego, "physis e logos", conhecimento e estudo, ou seja, é a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares (vivos). Muitos dos aspectos da fisiologia humana estão intimamente relacionados com a fisiologia animal, onde muita da informação hoje disponível tem sido conseguida graças à experimentação animal. 
A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde a primeira incide sobre o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo, sendo ambas, áreas de vital importância para o conhecimento médico.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Musculoesquelético
O sistema musculoesquelético fornece proteção para órgãos vitais, incluindo o cérebro, coração e pulmões; proporciona uma estrutura resistente para a sustentação das estruturas corporais; e torna possível a mobilidade. Os músculos e os tendões mantêm os ossos unidos, e as articulações permitem que o corpo se movimente. Os tendões fixam os músculos aos ossos. Eles também se movem para produzir calor que ajuda a manter a temperatura corporal. O movimento facilita o retorno do sangue desoxigenado para o lado direito do coração pelo massageamento da vasculatura venosa. O sistema musculoesquelético serve como um reservatório para as células sanguíneas imaturas e minerais essenciais, incluindo cálcio, fósforo, magnésio e flúor. Mais de 98% do cálcio corporal total está presente no osso. 
Estrutura e Função do Sistema Esquelético
Existem 206 ossos no corpo humano, divididos em quatro categorias: ossos longos (p. ex., fêmur), ossos curtos (p. ex., metacarpos), ossos chatos (p. ex., esterno) e ossos irregulares (p. ex., vértebras). O formato e a construção de um osso específico são determinados por sua função e pelas forças investidas sobre ele. Os ossos são constituídos de tecido ósseo esponjoso (trabecular) ou cortical (compacto). Os ossos longos têm a forma de bastonetes ou cilindros com extremidades. O corpo, conhecido como diáfise, é principalmente constituído de osso cortical. As extremidades dos ossos longos, denominada epífises, são principalmente constituídas de osso esponjoso. A placa epifisária separa as epífises da diáfise e é o centro de crescimento longitudinal em crianças. Ela se encontra calcificada em adultos. As extremidades dos ossos longos são cobertas nas articulações pela cartilagem articular, que é um tecido avascularizado elástico resistente. Os ossos longos são destinados à sustentação de peso e ao movimento. Os ossos curtos consistem em osso esponjoso coberto por uma camada de osso compacto. Os ossos chatos são locais importantes de hematopoese e, frequentemente, protegem os órgãos vitais. Eles são constituídos de osso esponjoso depositado em camadas entre ossos compactos. Os ossos irregulares têm formatos singulares relacionados com sua função. Geralmente, a estrutura dos ossos irregulares é similar à dos ossos chatos. 
O osso é composto de células, matriz proteica e depósitos minerais. As células são de três tipos básicos – osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 
Formação Óssea
 A osteogênese (formação óssea) começa muito tempo antes do nascimento. A ossificação é o processo pelo qual a matriz óssea é formada e cristais de minerais duros compostos de cálcio e fósforo (p. ex., hidroxiapatita) são ligados às fibras colágenas. Esses componentes minerais conferem ao osso sua força característica, enquanto o colágeno proteináceo confere ao osso a sua resistência (Porth & Matfin, 2009). 
Manutenção do Osso 
O osso é um tecido dinâmico em constante estado de renovação. Durante a infância, os ossos crescem e se formam através de um processo denominado modelagem. No início da vida adulta (i. e., no começo da segunda década de vida), a remodelagem é o principal processo que é levado a cabo. A remodelagem mantém a estrutura e a função ósseas através da reabsorção e osteogênese simultâneas, e, como resultado, a renovação óssea completa ocorre a cada 10 dias (U.S. Department of Health and Human Services [DHHS], 2004). O equilíbrio entre a reabsorção e a formação ósseas é influenciado pelos seguintes fatores: atividade física, ingesta dietética de certos nutrientes, especialmente cálcio e diversos hormônios, incluindo o calcitriol (i. e., vitamina D ativada), paratormônio (PTH), calcitonina, hormônio tireoidiano, cortisol, hormônio do crescimento e os hormônios sexuais estrogênio e testosterona (DHHS, 2004). 
Estrutura e Função do Sistema Articular 
A junção de dois ou mais ossos é denominada uma articulação. Existem três tipos básicos de articulações: a articulação por sinartrose, por anfiartrose e por diartrose. As articulações por sinartrose são imóveis (p. ex., as suturas cranianas). As ar-ticulações por anfiartrose (p. ex., as articulações vertebrais e a sínfise púbica) permitem movimento limitado; os ossos das articulações por anfiartrose são unidos por cartilagem fibrosa. As articulações por diartrose são articulações livremente móveis.
 Estrutura e Função do Sistema Muscular Esquelético 
Os músculos são presos por tendões aos ossos, tecido conjuntivo, a outros músculos, aos tecidos moles ou à pele. Os músculos do corpo são compostos de grupos paralelos de células musculares (fascículos) envolvidos em tecido fibroso denominado fáscia (epimísio). Quanto mais fascículos o músculo contiver, maisprecisos são seus movimentos. Os músculos variam em formato e tamanho de acordo com as atividades para as quais são responsáveis. Os músculos esqueléticos (estriados) estão envolvidos no movimento corporal, postura e funções de produção de calor. Os músculos contraem-se para aproximar os dois pontos de fixação, ocasionando um movimento.
 Contração dos Músculos Esqueléticos 
Cada célula muscular (também denominada fibra muscular) contém miofibrilas que, por sua vez, são compostas de uma série de sarcômeros, unidades contráteis verdadeiras do músculo esquelético. Os sarcômeros contêm filamentos espessos de miosina e filamentos finos de actina. As células musculares contraem-se em resposta à estimulação elétrica deflagrada por uma célula nervosa efetora na placa terminal motora. 
Quando estimulada, a célula muscular se despolariza e gera um potencial de ação similar ao descrito para as células nervosas. Esses potenciais de ação propagam-se ao longo da membrana das células musculares e acarretam a liberação de íons cálcio, que estão armazenados em organelas especializadas denominadas retículo sarcoplasmático. 
Quando existe um aumento local na concentração de íons cálcio, os filamentos de miosina e actina deslizam entre si. Logo depois de se despolarizar, a membrana da célula muscular recupera a voltagem da membrana em repouso. O cálcio é rapidamente removido dos sarcômeros pelo reacúmulo ativo no retículo sarcoplasmático. Quando a concentração de cálcio no sarcômero diminui, os filamentos de miosina e actina param de interagir, e o sarcômero retorna a seu comprimento original em repouso (relaxamento). A actina e a miosina não interagem na ausência de cálcio (Porth & Matfin, 2009). Ocorre consumo de energia durante a contração e o relaxamento muscular. A fonte principal de energia para as células musculares é o trifosfato de adenosina (ATP) que é produzido pelo metabolismo oxidativo celular. 
Tônus Muscular 
Os músculos relaxados demonstram um estado de prontidão para responder aos estímulos da contração. Esse estado de prontidão, conhecido como tono (tônus) muscular, é produzido pela manutenção de algumas fibras musculares em estado contraído. Os fusos musculares, que são órgãos sensoriais dos músculos, monitoram o tono muscular. O tono muscular é mínimo durante o sono e aumentado quando o indivíduo está ansioso. O músculo que é mole e sem tono é descrito como flácido; um músculo com o tono acima do normal é descrito como espástico. Em condições caracterizadas por destruição dos neurônios motores inferiores (p. ex., pólio), o músculo desnervado torna-se atônico (mole e flácido) e atrofiado.
 Ações Musculares 
Os músculos executam movimentos por contração. Pela coordenação de grupos musculares, o corpo é capaz de realizar uma ampla variedade de movimentos. O movimentador primordial é o músculo que causa um movimento específico. Os músculos que assistem o movimentador primordial são conhecidos como sinergistas. Os músculos que causam movimentos opostos aos do movimentador primordial são conhecidos como antagonistas. O antagonista deve relaxar para permitir que o movimentador primordial se contraia, produzindo o movimento. Por exemplo, quando a contração do bíceps causa flexão da articulação do cotovelo, os bíceps são os movimentadores primordiais, e o os tríceps são os antagonistas. Um indivíduo com paralisia muscular (uma perda do movimento, possivelmente em consequência de lesão nervosa) pode ser capaz de reter a função dos músculos dentro do grupo sinérgico para produzir o movimento necessário. Os músculos do grupo sinérgico, então, tornam-se os movimentadores primordiais. 
Exercícios, Desuso e Reparo 
Os músculos precisam ser exercitados para manter a função e a força. Quando um músculo repetidamente desenvolve uma tensão máxima ou próxima da máxima durante um longo período, como no exercício regular com pesos, a área transversal do músculo aumenta. Esse alargamento, conhecido como hipertrofia, resulta de um aumento no tamanho de cada fibra muscular sem um aumento no seu número. A hipertrofia persiste apenas se o exercício for continuado. O fenômeno oposto ocorre com o desuso do músculo durante um longo período de tempo. A idade e o desuso causam perda da função muscular à medida que o tecido fibrótico substitui o tecido muscular contrátil. A diminuição no tamanho de um músculo é denominada atrofia. O repouso no leito e a imobilidade causam a perda da massa e da força musculares. Quando a imobilidade é decorrente de uma modalidade de tratamento (p. ex., gesso, tração ou repouso no leito), o paciente pode diminuir os efeitos da imobilidade com exercícios isométricos nos músculos da parte paralisada. Exercícios de contração do quadril (retesamento dos músculos da coxa) e exercícios de contração glútea (retesamento dos músculos das nádegas) ajudam a manter os grupos musculares maiores que são importantes na deambulação. Exercícios ativos e de peso resistência (musculação) de partes não lesadas do corpo mantêm a força muscular. Quando os músculos são lesionados, eles precisam de repouso e imobilização até que ocorra o reparo tecidual. O músculo consolidado necessita então de exercícios progressivos para recuperar a força e a capacidade funcional pré-lesão.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso 
O sistema nervoso consiste em duas partes principais: o sistema nervoso central (SNC), incluindo o cérebro e a medula espinal, e o sistema nervoso periférico, que inclui os nervos cranianos, os nervos espinhais e o sistema nervoso autônomo. A função do sistema nervoso é controlar as atividades motoras, sensoriais, autônomas, cognitivas e comportamentais. O próprio cérebro contém mais de 100 bilhões de células que ligam as vias motoras e sensoriais, monitoram os processos orgânicos, respondem ao ambiente interno e externo, mantêm a homeostase e dirigem todas as atividades psicológicas, biológicas e físicas através de mensagens químicas e elétricas complexas (Klein & Stewart-Amidei, 2009). 
Células do Sistema Nervoso 
A unidade funcional básica do cérebro é o neurônio. Ele é composto de dendritos, um corpo celular e um axônio. Os dendritos são estruturas semelhantes a ramos que recebem mensagens eletroquímicas. O axônio é uma projeção longa que leva impulsos elétricos a partir do corpo celular. Alguns neurônios contam com uma bainha mielinizada que aumenta a velocidade de condução. Os corpos das células nervosas ocorrendo em aglomerados são denominados gânglios ou núcleos. Um aglomerado de corpos celulares com a mesma função é denominado um centro (p. ex., o centro respiratório). As células neurogliais, 50 vezes maiores em número do que os neurônios, servem para sustentação, proteção e nutrição dos neurônios (Hickey, 2009). 
Neurotransmissores
 Os neurotransmissores comunicam a mensagem de um neurônio para outro ou a partir de um neurônio até um tecido-alvo específico. Os neurotransmissores são produzidos e armazenados nas vesículas sinápticas. Quando um potencial de ação elétrico propagado ao longo do axônio alcança o terminal nervoso, os neurotransmissores são liberados na sinapse.
 O Sistema Nervoso Central 
O Encéfalo O encéfalo representa aproximadamente 2% do peso corporal total; em um adulto jovem médio, o encéfalo pesa aproximadamente 1.400 g, enquanto, em uma pessoa idosa média, o encéfalo pesa aproximadamente 1.200 g (Hickey, 2009). 
O encéfalo é dividido em três principais áreas: o cérebro, o tronco encefálico e o cerebelo. O cérebro é constituído de dois hemisférios, o tálamo, o hipotálamo e os gânglios da base. O tronco encefálico inclui o mesencéfalo, a ponte e o bulbo (medula). O cerebelo está localizado sob o cérebro e atrás do tronco encefálico
 Cérebro a superfície externa dos hemisférios tem uma aparência enrugada, que é consequência de muitas camadas dobradas sobre si mesmas ou convoluções, designadas como giros, o que aumenta a área de superfície encefálica, explicando o alto nível de atividade realizado por esse órgão aparentemente pequeno. Entre cada giro, existe um sulco ou fissura queserve como uma divisão anatômica. Entre os hemisférios cerebrais, está a grande fissura longitudinal que separa o cérebro nos hemisférios direito e esquerdo. Os dois hemisférios são unidos na porção inferior da fissura pelo corpo caloso. A porção externa dos hemisférios (córtex cerebral) é constituída de substância cinzenta com aproximadamente 2 a 5 mm de profundidade; ela contém bilhões de corpos celulares de neurônios, conferindo-lhe um aspecto cinzento. A substância branca constitui a camada mais interna e é composta de fibras nervosas mielinizadas e células da neuróglia (tecido de sustentação) que formam os tratos ou vias, ligando várias partes do cérebro a outras. Essas vias também conectam o córtex com as porções inferiores do encéfalo e da medula espinhal. Os hemisférios cerebrais são divididos em pares de lobos: •Frontal – o maior lobo, localizado na parte anterior do encéfalo. As principais funções desse lobo são concentração, pensamento abstrato, armazenamento de informações ou memória e função motora.
 •Parietal – um lobo predominantemente sensorial localizado posteriormente ao lobo frontal. Esse lobo analisa as informações sensoriais e retransmite a interpretação dessas informações para outras áreas corticais, sendo essencial para a percepção da posição do corpo no espaço pela pessoa, a discriminação de tamanho e forma e orientação direita-esquerda (Hickey, 2009). 
•Temporal – localizado inferiormente ao lobo frontal e parietal, esse lobo contém as -áreas receptoras auditivas e desempenha um papel na memória do som e na compreensão da linguagem da música. 
•Occipital – Localizado posteriormente ao lobo parietal, esse lobo é responsável pela interpretação -visual e pela memória. 
O corpo caloso, um conjunto espesso de fibras nervosas que liga os dois hemisférios do cérebro, é responsável pela transmissão de informações de um lado do cérebro para o outro. As informações transferidas incluem sensação, memória e discriminação aprendida. As pessoas destras e algumas pessoas sinistras têm dominância cerebral do lado esquerdo do cérebro para funções verbais, linguísticas, aritméticas, de cálculo e de análise. 
Tronco Encefálico consiste no mesencéfalo, ponte e medula oblonga (bulbo). O mesencéfalo liga a ponte e o cerebelo aos hemisférios cerebrais; ele contém as vias sensoriais e motoras e também serve como centro para os reflexos auditivos e visuais. Os nervos cranianos III e IV originam-se no mesencéfalo. A ponte está situada anteriormente ao cerebelo, entre o mesencéfalo e o bulbo, e é uma ponte entre as duas metades do cerebelo, e entre o bulbo e o mesencéfalo. Os nervos cranianos V a VIII originam-se na ponte. A ponte também contém vias motoras e sensoriais. Partes da ponte ajudam a regular a respiração. 
Cerebelo está localizado posteriormente ao mesencéfalo e à ponte, e abaixo do lobo occipital. O cerebelo integra informações sensoriais para proporcionar movimentos coordenados suaves. Ele controla os movimentos finos, equilíbrio e a percepção de posição (postural) ou propriocepção (percepção de onde cada parte do corpo está). 
O Sistema Nervoso Periférico inclui os nervos cranianos, os nervos espinhais e o sistema nervoso autônomo. Nervos Cranianos Doze pares de nervos cranianos emergem da superfície inferior do cérebro e atravessam as aberturas na base do crânio. Três deles são inteiramente sensoriais (I, II, VIII), cinco são motores (III, IV, VI, XI e XII) e quatro são mistos – sensoriais e motores (V, VII, IX e X). Os nervos cranianos são numerados na ordem pela qual se originam do cérebro. 
Os nervos cranianos inervam a cabeça, o pescoço e as estruturas especiais dos sentidos. 
Nervos Espinhais A medula espinhal é composta de 31 pares de nervos espinhais: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacros e 1 coccígeo. Cada nervo espinhal tem uma raiz ventral e uma raiz dorsal. As raízes dorsais são sensoriais e transmitem os impulsos sensoriais de áreas específicas do corpo conhecidas como dermátomos para os gânglios do corno dorsal. A fibra sensorial pode ser somática, transportando informações sobre dor, temperatura, toque e percepção da posição (propriocepção) dos tendões, articulações e superfícies corporais; ou visceral, transportando informações dos órgãos internos. 
Sistema Nervoso Autônomo regula as atividades dos órgãos internos como o coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos digestivos e glândulas. A manutenção e restauração da homeostase interna é, em grande parte, responsabilidade do sistema nervoso autônomo. Existem 2 divisões principais: o sistema nervoso simpático, com respostas predominantemente excitatórias, mais notadamente a resposta de “lutar-oufugir”, e o sistema nervoso parassimpático, que controla principalmente as funções viscerais.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Circulatório 
O sistema vascular consiste em dois sistemas interdependentes. O lado direito do coração bombeia o sangue através dos pulmões para a circulação pulmonar, enquanto o lado esquerdo bombeia o sangue para todos os outros tecidos orgânicos através da circulação sistêmica. Os vasos sanguíneos em ambos os sistemas canalizam o sangue do coração para os tecidos e de volta ao coração. A contração dos ventrículos é a força propulsora que move o sangue através do sistema vascular. As artérias distribuem o sangue oxigenado do lado esquerdo do coração para os tecidos, enquanto as veias carregam o sangue desoxigenado dos tecidos até o lado direito do coração. Os vasos capilares localizados dentro dos tecidos conectam os sistemas arterial e venoso. Esses vasos possibilitam a troca de nutrientes e produtos de degradação metabólicos entre o sistema circulatório e os tecidos. As arteríolas e as vênulas imediatamente adjacentes aos capilares, juntamente com os capilares, constituem a microcirculação. O sistema linfático complementa a função do sistema circulatório. Os vasos linfáticos transportam a linfa (um líquido semelhante ao plasma) e os líquidos teciduais (contendo proteínas, células e restos celulares) do espaço intersticial para as veias sistêmicas. 
Anatomia do Sistema Vascular 
Artérias e Arteríolas são estruturas de parede espessa, que transportam o sangue do coração até os tecidos. A aorta, cujo diâmetro é de aproximadamente 25 mm no adulto de tamanho médio, dá origem a numerosos ramos, que continuam dividindo-se em artérias progressivamente menores, de 4 mm de diâmetro. Os vasos dividem-se ainda mais, diminuindo de tamanho até um diâmetro de aproximadamente 30 μm. Essas artérias menores, denominadas arteríolas, estão geralmente encerradas dentro dos tecidos.
 Capilares As paredes dos capilares, que carecem de músculo liso e de adventícia, são compostas por uma única camada de células endoteliais. Essa estrutura de paredes finas possibilita o transporte rápido e eficiente de nutrientes para as células e a remoção dos produtos de degradação metabólica. O diâmetro dos capilares varia de 5 a 10 μm; isso significa que os eritrócitos devem alterar a sua forma para atravessar esses vasos. As alterações no diâmetro de um capilar são passivas e influenciadas por alterações contráteis nos vasos sanguíneos que transportam o sangue até um capilar e a partir dele. O diâmetro do capilar também se modifica em resposta a estímulos químicos. Em alguns tecidos, um manguito de músculo liso, denominado esfíncter pré-capilar, localiza-se na extremidade arteriolar do capilar e é responsável, juntamente com a arteríola, pelo controle do fluxo capilar (Porth & Matfin, 2009). 
Veias e Vênulas Os capilares unem-se para formar vasos maiores, denominados vênulas, que se unem para formar as veias. Por conseguinte, o sistema venoso é estruturalmente análogo ao sistema arterial; as vênulas correspondem às arteríolas, as veias às artérias e a veia cava à aorta. Os tipos análogos de vasos nos sistemas arterial e venoso possuem aproximadamente os mesmos diâmetros. 
As paredes das veias, em contraste com as das artérias, são mais finas e consideravelmente menos musculares. Na maioria das veias, a parede constitui apenas10% do diâmetro, em contraste com 25% na maioria das artérias. Nas veias, as paredes são compostas de três camadas, como as das artérias, embora essas camadas não sejam tão bem definidas nas veias.
 Vasos Linfáticos Os vasos linfáticos formam uma complexa rede de vasos de paredes finas, semelhantes aos capilares sanguíneos. Essa rede coleta o líquido linfático dos tecidos e órgãos e o transporta para a circulação venosa. Os vasos linfáticos convergem para duas estruturas principais: o ducto torácico e o ducto linfático direito. Esses ductos desembocam na junção das veias subclávia e jugular interna. O ducto linfático direito transporta linfa principalmente do lado direito da cabeça, pescoço, tórax e braços. O ducto torácico transporta linfa a partir do restante do corpo. Os vasos linfáticos periféricos unem-se aos vasos linfáticos maiores e passam através de linfonodos regionais, antes de entrarem na circulação venosa. Os linfonodos desempenham um importante papel na filtração de partículas estranhas. 
Fisiopatologia do Sistema Vascular 
Todas as doenças vasculares periféricas caracterizam-se por uma redução do fluxo sanguíneo através dos vasos periféricos. Os efeitos fisiológicos do fluxo sanguíneo alterado dependem da extensão em que as demandas teciduais excedem o suprimento disponível de oxigênio e nutrientes. Se as necessidades teciduais forem elevadas, até mesmo uma redução modesta do fluxo sanguíneo pode ser inadequada para manter a integridade tecidual. A seguir, os tecidos sofrem isquemia, ficam desnutridos e, por fim, morrem, a não ser que seja restaurado o fluxo sanguíneo adequado. 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório 
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. 
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. 
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunicase com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. 
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar.
 Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
Pulmões: são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares. 
Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, um fino músculo que separa o tórax do abdômen promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma. 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Gastrointestinal 
O trato GI é um trajeto com 7 a 7,9 m de comprimento que se estende desde a boca, passando pelo esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e reto até a estrutura terminal, o ânus. O esôfago está localizado no mediastino, anteriormente à coluna vertebral e posteriormente à traqueia e ao coração. Esse tubo muscular oco, de aproximadamente 25 cm de comprimento, atravessa o diafragma em uma abertura chamada de hiato diafragmático. 
A porção restante do trato GI está localizada dentro da cavidade peritoneal. O estômago está situado na porção superior esquerda do abdome, debaixo do lobo esquerdo do fígado e do diafragma, sobrepondo-se à maior parte do pâncreas. O estômago é um órgão muscular oco com uma capacidade de aproximadamente 1.500 mℓ, que armazena o alimento durante a refeição, secreta líquidos digestivos e impulsiona o alimento parcialmente digerido, ou quimo, para dentro do intestino delgado. A junção gastresofágica é a entrada do estômago. O estômago tem quatro regiões anatômicas: a cárdia (entrada), o fundo, o corpo e o piloro (saída). O músculo liso circular na parede do piloro forma o esfíncter pilórico e controla a abertura entre o estômago e o intestino delgado. 
O intestino delgado é o segmento mais longo do trato GI, representando cerca de 66% do comprimento total. Dobra-se para trás e para diante sobre si mesmo, proporcionando aproximadamente 7.000 cm (70 m) de área de superfície para secreção e absorção – o processo pelo qual os nutrientes entram na corrente sanguínea através das paredes intestinais. Ele é dividido em três partes: a parte mais proximal é o duodeno, a parte média é o jejuno e a parte distal é o íleo. O íleo termina na válvula ileocecal. Essa válvula ou esfíncter controla o fluxo de material digerido a partir do íleo para dentro da porção cecal do intestino grosso e impede o refluxo de bactérias para dentro do intestino delgado. Acoplado ao ceco está o apêndice vermiforme, que possui pouca ou nenhuma função fisiológica. Desembocando no duodeno pela ampola de Vater, está o ducto biliar comum, que permite a passagem da bile e das secreções biliares. 
O intestino grosso consiste em um segmento ascendente no lado direito do abdome, um segmento transverso que se estende da direita para a esquerda na porção superior do abdome, e um segmento descendente no lado esquerdo do abdome. O cólon sigmoide, o reto e o ânus completam a porção terminal do intestino grosso. Uma rede de músculo estriado, que forma tanto o esfíncter anal interno quanto o externo, regula a saída anal. O trato GI recebe sangue das artérias que se originam ao longo de toda a extensão da aorta torácica e abdominal e de veias que retornam o sangue dos órgãos digestivos e do baço. Esse sistema venoso portal é composto de cinco grandes veias: a veia mesentérica superior, mesentérica inferior, gástrica, esplênica e cística e, mais adiante, formam a veia porta que penetra no fígado. Uma vez no fígado, o sangue é distribuído por todo o órgão e coletado nas veias que então terminam na veia cava inferior. De particular importância são a artéria gástrica e as artérias mesentéricas superior e inferior. O oxigênio e os nutrientes são supridos ao estômago pela artéria gástrica e ao intestino pelas artérias mesentéricas. O sangue venoso retorna do intestino delgado, ceco e segmentos ascendente e transverso do cólon pela veia mesentérica superior, o que corresponde à distribuição dosramos da artéria mesentérica superior. O fluxo sanguíneo para o trato GI é cerca de 20% do débito cardíaco total e aumenta significativamente após a alimentação Tanto a porção simpática quanto a parassimpática do sistema nervoso autônomo inervam o trato GI. Em geral, os nervos simpáticos exercem um efeito inibidor sobre o trato GI, diminuindo a secreção e a motilidade gástricas e provocando a constrição dos esfíncteres e dos vasos sanguíneos. A estimulação nervosa parassimpática causa a peristalse e aumenta as atividades secretoras. Os esfíncteres relaxam-se sob a influência da estimulação parassimpática, exceto o esfíncter da porção superior do esôfago e o esfíncter anal externo, que estão sob controle involuntário. Todas as células do corpo precisam de nutrientes. 
Esses nutrientes derivam da ingestão de alimentos que contenham proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e fibras de celulose e outras matérias vegetais, algumas das quais não têm valor nutricional. As funções principais do trato GI são as seguintes: 
•A clivagem das partículas de alimento na forma molecular para a digestão.
 •A absorção de pequenas moléculas de nutrientes produzidas pela digestão para dentro da corrente sanguí-nea. 
•A eliminação de alimentos não absorvidos e não digeridos e de outros produtos residuais. Após o alimento ser ingerido, ele é impulsionado através do trato GI, entrando em contato com uma ampla variedade de secreções que auxiliam em sua digestão, absorção ou eliminação do trato GI.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Renal e Urinário
 Os sistemas renal e urinário incluem os rins, os ureteres, a bexiga e a uretra. A urina é formada pelo rim e flui através de outras estruturas para ser eliminada do corpo.
 Os rins são um par de estruturas vermelho-acastanhadas em forma de feijão, de localização retroperitoneal (atrás e fora da cavidade peritoneal), na parede posterior do abdome – desde a 12ª vértebra torácica até a terceira vértebra lombar no adulto. O rim adulto médio pesa aproximadamente 113 a 170 g e mede 10 a 12 cm de comprimento, 6 cm de largura e 2,5 cm de espessura (Porth & Matfin, 2009). 
O rim direito é ligeiramente menor do que o esquerdo, devido à localização do fígado. Externamente, os rins estão bem protegidos pelas costelas e pelos músculos do abdome e das costas. Internamente, cada rim é circundado por depósitos de gordura, que proporcionam uma proteção contra impactos. Os rins e o tecido adiposo circundante estão suspensos da parede abdominal pela fáscia renal, constituída de tecido conjuntivo. 
O tecido conjuntivo fibroso, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos que circundam cada rim são conhecidos como cápsula renal. Uma glândula suprarrenal localiza-se no ápice de cada rim. Os rins e as glândulas suprarrenais são independentes nas suas funções, suprimentos sanguíneos e inervação. 
O parênquima renal é dividido em duas partes: o córtex e a medula. A medula, cuja largura aproximada é de 5 cm, constitui a porção interna do rim. Contém as alças de Henle, os vasos retos e os ductos coletores dos néfrons justamedulares. Os ductos coletores dos néfrons, tanto justamedulares quanto corticais, conectam-se com as pirâmides renais, que são triangulares e localizadas com a base voltada para a superfície côncava do rim e a ponta (papila) voltada para o hilo ou pelve. Cada rim contém cerca de 8 a 18 pirâmides. As pirâmides drenam para os cálices menores, os quais drenam para os cálices maiores, que se abrem diretamente na pelve renal. A pelve renal constitui o início do sistema coletor e é composta de estruturas destinadas a coletar e transportar a urina. Quando a urina deixa a pelve renal, a sua composição ou quantidade não se modificam. 
O córtex, com aproximadamente 1 cm de largura, tem uma localização mais afastada do centro do rim e situa-se ao redor das bordas mais externas. O córtex contém os néfrons (as unidades funcionais do rim). 
A urina formada nos néfrons flui para a pelve renal e, em seguida, para os ureteres, que consistem em longos tubos fibro-musculares que unem cada rim à bexiga. Esses tubos estreitos, cada qual medindo 24 a 30 cm de comprimento, originam-se na porção inferior da pelve renal e terminam no trígono da parede vesical. 
O ureter esquerdo é ligeiramente mais curto que o ureter direito. O revestimento dos ureteres é constituído de epitélio de células de transição, denominado urotélio. O urotélio impede a reabsorção da urina. O movimento da urina a partir de cada pelve renal até a bexiga, através dos ureteres, é facilitado pela contração peristáltica dos músculos lisos na parede dos ureteres. Existem três áreas estreitas em cada ureter: a junção ureteropélvica, o segmento ureteral próximo à junção sacroilíaca e a junção uretrovesical. Essas três áreas dos ureteres exibem uma propensão a obstrução por cálculos renais à estenose. A obstrução da junção ureteropélvica é a mais grave, em virtude de sua estreita proximidade com o rim e risco de disfunção renal associada.
 A bexiga urinária é um saco -muscular oco, localizado exatamente atrás do osso púbico. A capacidade da bexiga no adulto é de 400 a 500 mℓ (Bickley, 2007). A bexiga caracteriza-se por sua área central oca, denominada vesícula, que apresenta duas entradas (ureteres) e uma saída (a uretra). A área que circunda o colo vesical é denominada junção uretrovesical. A angulação da junção uretrovesical é a principal maneira de proporcionar o movimento anterógrado ou para baixo da urina, também designado como efluxo da urina. Essa angulação impede o refluxo vesicoureteral (movimento retrógrado ou para trás da urina) a partir da bexiga, ascendendo pelo ureter até o rim. A parede da bexiga contém quatro camadas.
 A camada mais externa é a adventícia, que é constituí-da de tecido conjuntivo. Imediatamente abaixo da adventícia, existe uma camada de músculo liso, conhecido como detrusor. Abaixo do detrusor está a camada submucosa de tecido conjuntivo frouxo, que atua como interface entre o detrusor e a camada mais interna, um revestimento de mucosa. A camada interna contém epitélio de células de transição especializadas, uma membrana que é impermeável à água e que impede a reabsorção da urina armazenada na bexiga. O colo vesical contém feixes de músculo liso involuntário, que formam uma porção do esfíncter uretral, conhecido como esfíncter interno. Uma parte importante do mecanismo esfincteriano que ajuda manter a continência é o esfíncter urinário externo na uretra anterior, o segmento mais distal em relação à bexiga (Porth & Matfin, 2009).
 Durante a micção, a pressão intravesical aumentada mantém a junção uretrovesical fechada e a urina dentro dos ureteres. Tão logo termine a micção, a pressão intravesical retorna a seu valor basal baixo normal, permitindo que recomece o efluxo da urina. Por conseguinte, o único momento em que a bexiga está totalmente vazia é nos últimos segundos da micção, antes de recomeçar o efluxo de urina. A uretra origina-se na base da bexiga: no homem, atravessa o pênis; na mulher, abre-se anteriormente à vagina. No homem, a próstata, que se localiza exatamente abaixo do colo vesical, circunda a uretra posterior e lateralmente. 
Formação da Urina O corpo humano saudável é composto de aproximadamente 60% de água. O balanço hídrico é regulado pelos rins e resulta na formação de urina. A urina é formada nos néfrons através de um complexo processo em três etapas: a filtração glomerular, a reabsorção tubular e a secreção tubular. As diversas substâncias normalmente filtradas pelo glomérulo, reabsorvidas pelos túbulos e excretadas na urina incluem o sódio, cloreto, bicarbonato, potássio, glicose, ureia, creatinina e ácido úrico. No interior do túbulo, algumas dessas substâncias sofrem reabsorção seletiva para o sangue. Outras são secretadas a partir do sangue no filtrado à medida que este percorre o túbulo. 
Os aminoácidos e a glicose são habitualmente filtrados ao nível do glomérulo e reabsorvidos, de modo que nenhum seja excretado na urina. Normalmente, a glicose não aparece na urina. Todavia,ocorre glicosúria renal (excreção recorrente ou persistente de glicose na urina) se a quantidade de glicose no sangue e no filtrado glomerular ultrapassar a quantidade capaz de ser reabsorvida pelos túbulos. A glicosúria renal é observada no diabetes, o distúrbio mais comum que faz com que o nível de glicemia ultrapasse a capacidade de reabsorção do rim. A glicosúria renal também é comum durante a gravidez. As moléculas de proteína tampouco são habitualmente encontradas na urina; entretanto, as proteínas de baixo peso molecular (globulinas e albuminas) podem ser periodicamente excretadas em pequenas quantidades. A presença de proteína na urina é designada como proteinúria. Filtração Glomerular O fluxo sanguíneo normal através dos rins é de cerca de 1.200 mℓ/min. À medida que o sangue flui para o glomérulo a partir de uma arteríola aferente, ocorre filtração. O líquido filtrado, também conhecido como filtrado ou ultrafiltrado, penetra, em seguida, nos túbulos renais. Em condições normais, cerca de 20% do sangue que atravessa os glomérulos são filtrados no néfron, atingindo cerca de 180 ℓ/dia de filtrado. O filtrado normalmente consiste em água, eletrólitos e outras moléculas pequenas, visto que a água e as pequenas moléculas têm a sua passagem livre, enquanto as moléculas maiores permanecem na corrente sanguínea. A filtração eficiente depende do fluxo sanguíneo adequado, que mantém uma pressão consistente através do glomérulo. Muitos fatores podem alterar esse fluxo sanguíneo e essa pressão, incluindo hipotensão, pressão oncótica diminuída no sangue e aumento da pressão nos túbulos renais devido a uma obstrução. Reabsorção e Secreção Tubulares A segunda e a terceira etapas na formação da urina ocorrem nos túbulos renais. Na reabsorção tubular, uma substância move-se do filtrado de volta aos capilares peritubulares ou vasos retos. Na secreção tubular, uma substância move-se dos capilares peritubulares ou vasos retos para o filtrado tubular. Dos 180 ℓ de filtrado produzidos diariamente pelos rins, 99% são reabsorvidos na corrente sanguí-nea, resultando na formação de 1 a 2 ℓ de urina a cada dia. Embora a maior parte da reabsorção ocorra no túbulo proximal, observa-se uma reabsorção ao longo de todo o túbulo. A reabsorção e a secreção no túbulo envolvem frequentemente o transporte passivo e ativo e podem exigir o uso de energia. O filtrado torna-se concentrado no túbulo distal e nos ductos coletores sob a influência hormonal e transforma-se em urina, que então penetra na pelve renal. Anatomia e Fisiologia do Sistema Endócrino Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo. Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na coordenação e regulação das funções corporais. Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas. Hipófise ou pituitária Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise). Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles:
 Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide. 
 Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal) 
 Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas. 
 Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes). Hipotálamo Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino. O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feed-back. Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas. Tireóide Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sanguíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos. Paratireóides São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sanguíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação sanguínea e na excitabilidade das células nervosas. Adrenais ou supra-renais São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes – medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportandose como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos. Pâncreas É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose. Anatomia e Fisiologia do Sistema Reprodutivo O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora. A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas denominadasglândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais. A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem. Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos. No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias. Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero. Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pera invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio.
Já o sistema reprodutor masculino é formado por: 
 Testículos ou gônadas
 Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra. 
 Pênis 
 Escroto
 Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais. Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos. Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozoides.
 Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozoides são armazenados. 
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.
 Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão na composição do sêmen. 
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides. 
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozoides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual. Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. 
Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo. Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozoide leva cerca de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C). 
Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal. 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardíaco
 O coração é um órgão - muscular oco localizado no centro do tórax, onde ocupa o espaço entre os pulmões (mediastino) e repousa sobre o diafragma. Ele pesa aproximadamente 300 g; o peso e o tamanho do coração são influenciados pela idade, sexo, peso corporal, extensão do exercício físico e condicionamento e pela doença cardíaca. 
O coração bombeia sangue para os tecidos, suprindo-os com oxigênio e outros nutrientes. O coração é composto de três camadas. A camada interna, ou endocárdio, consiste em tecido endotelial que reveste o interior do coração e as valvas. A camada média, ou miocárdio, é constituído de fibras musculares, sendo responsável pela ação de bombeamento. A camada exterior do coração é denominada epicárdio.
O coração é envolto em um saco fibroso fino, denominado pericárdio, que é composto de duas camadas. Aderido ao epicárdio está o pericárdio visceral. Envolvendo o pericárdio visceral está o pericárdio parietal, um tecido fibroso vigoroso que se liga aos grandes vasos, diafragma, esterno e à coluna vertebral, e sustenta o coração no mediastino. 
O espaço entre essas duas camadas (espaço pericárdico) é normalmente cheio com aproximadamente 20 mℓ de líquido, que lubrifica a superfície do coração e reduz o atrito durante a sístole. A ação de bombeamento do coração é obtida pelo relaxamento e contração rítmicos das paredes musculares em seus quatro compartimentos (ou câmaras). 
Durante a fase de relaxamento, denominada diástole, todos os quatro compartimentos relaxam simultaneamente, o que permite aos ventrículos se encherem, em uma preparação para a contração. Comumente, a diástole é referida como o período de enchimento ventricular. 
A sístole refere-se aos eventos no coração durante a contração dos dois compartimentos superiores (átrios) e dos dois compartimentos inferiores (ventrículos). Ao contrário da diástole, a sístole atrial e ventricular não são eventos simultâneos. 
A sístole atrial ocorre primeiramente, logo no final da diástole, seguida pela sístole ventricular. Essa sincronização permite que os ventrículos se encham completamente antes da ejeção do sangue a partir de seus compartimentos. O lado direito do coração, constituído do átrio direito e do ventrículo direito, distribui sangue venoso (sangue desoxigenado) para os pulmões através da artéria pulmonar (circulação pulmonar) para a oxigenação. 
O átrio direito recebe o sangue que retorna da veia cava superior (cabeça, pescoço e membros superiores), veia cava inferior (tronco e membros inferiores) e seio coronário (circulação coronária).
 O lado esquerdo do coração, composto do átrio esquerdo e ventrículo esquerdo, distribui o sangue oxigenado para o restante do corpo através da aorta (circulação sistêmica). O átrio esquerdo recebe o sangue oxigenado a partir da circulação pulmonar por meio das veias pulmonares.
As espessuras variadas das paredes atriais e ventriculares relacionam-se com a carga de trabalho exigida por cada compartimento. A camada miocárdica deambos os átrios é muito mais delgada que a dos ventrículos porque existe pouca resistência quando o fluxo sanguíneo sai dos átrios e entra nos ventrículos durante a diástole. 
Em contraste, as paredes ventriculares são muito mais espessas que as paredes atriais. Durante a sístole ventricular, os ventrículos direito e esquerdo devem sobrepujar a resistência ao fluxo sanguíneo proveniente dos sistemas circulatório, pulmonar e sistêmico, respectivamente. 
O ventrículo esquerdo tem paredes 2,5 vezes mais musculosas que a do ventrículo direito. Ele deve vencer as pressões aórtica e arterial elevadas, enquanto o ventrículo direito contrai-se contra um sistema de baixa pressão dentro das artérias e capilares pulmonares. 
O coração localiza-se em uma posição rodada dentro da cavidade torácica. O ventrículo direito repousa anteriormente (logo abaixo do esterno) e o ventrículo esquerdo está situado posteriormente. Como resultado dessa íntima proximidade com a parede torácica, a pulsação criada durante a contração ventricular normal, denominada impulso apical (também denominado ponto de impulso máximo [PIM]), é facilmente identificada. No coração normal, o PIM está localizado na interseção da linha hemiclavicular da parede torácica esquerda e o quinto espaço intercostal.
 As quatro valvas no coração permitem que o sangue flua apenas em uma direção. As valvas, que são compostas de folhetos delgados de tecido fibroso, abrem-se e se fecham em resposta ao movimento do sangue e alterações na pressão dentro dos compartimentos. Existem dois tipos de valvas: atrioventricular e semilunar. As valvas atrioventriculares separam os átrios dos ventrículos. 
A valva tricúspide, assim denominada por ser composta de três cúspides ou folhetos, separa o átrio direito do ventrículo direito. A valva mitral ou bicúspide (duas cúspides) situa-se entre o átrio esquerdo e o ven-trículo esquerdo. Durante a diástole, as valvas tricúspide e mitral são abertas, permitindo que o sangue nos átrios flua livremente para dentro dos ventrículos relaxados. Quando a sístole ventricular tem início, os ventrículos contraem-se e o sangue flui para cima para dentro das cúspides das valvas tricúspide e mitral, fazendo com que elas se fechem. À medida que a pressão contra essas valvas aumenta, duas estruturas adicionais, os músculos papilares e as cordas tendíneas, mantêm o fechamento valvar. 
Os músculos papilares, localizados nos lados das paredes ventriculares, são ligados aos folhetos valvares por finas faixas fibrosas, denominadas cordas tendíneas. Durante a sístole ventricular, a contração dos músculos papilares faz com que as cordas tendíneas fiquem retesadas, mantendo os folhetos valvares aproximados e fechados. Essa ação evita o fluxo retrógrado de sangue para dentro dos átrios (regurgitação) quando o sangue é ejetado para dentro das artérias pulmonares e aorta. As duas valvas semilunares são compostas de três folhetos, que têm a forma semelhante a meias luas. 
A valva entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar é denominada valva pulmonar. A valva entre o ventrículo esquerdo e a aorta é denominada valva aórtica. As valvas semilunares estão fechadas durante a diástole. Nesse ponto, a pressão na artéria pulmonar e na aorta diminui, fazendo com que o sangue flua de volta na direção das valvas semilunares. Essa ação enche as cúspides com sangue e fecha as valvas. As valvas semilunares são forçadas a abrir durante a sístole ventricular à medida que o sangue é ejetado dos ventrículos direito e esquerdo para dentro da artéria pulmonar e da aorta. As artérias coronárias esquerda e direita e seus ramos suprem sangue arterial para o coração. Essas artérias originam-se da aorta logo acima dos folhetos da valva aó-rtica. O coração tem demandas metabólicas elevadas, extraindo aproximadamente 70 a 80% do oxigênio ofertado (outros órgãos extraem, em média, 25%). Ao contrário de outras artérias, as artérias coronárias são perfundidas durante a diástole. Com a frequência cardíaca normal de 60 a 80 bpm, há muito tempo durante a diástole para perfusão miocárdica. Entretanto, à medida que a frequência cardíaca aumenta, o tempo diastólico é encurtado, o que pode não dar tempo adequado para a perfusão miocárdica. Como resultado, há pacientes sujeitos a risco de isquemia miocárdica (suprimento de oxigênio inadequado) durante taquicardias (frequência cardía-ca superior a 100), sobretudo pacientes com doença da artéria coronária (DAC). 
A artéria coronária esquerda possui três ramos. De seu ponto de origem até o primeiro ramo principal, a artéria é chamada de artéria coronária esquerda.
 Dois ramos originam-se da artéria coronária esquerda: a artéria descendente anterior esquerda, que faz trajeto para baixo na parede anterior do coração, e a artéria circunflexa, que circunda a parede esquerda lateral do coração. 
O lado direito do coração é suprido pela artéria coronária direita, que progride até a parede inferior do coração. A parede posterior do coração recebe seu suprimento sanguíneo por um ramo adicional da artéria coronária direita denomina-da artéria descendente posterior. 
Superficialmente às artérias coronárias estão as veias coronárias. O sangue venoso a partir dessas veias retorna ao coração principalmente por meio do seio coronário, que se localiza posteriormente no átrio direito. 
O miocárdio é a camada muscular média das paredes atriais e ventriculares. É composto de células especializadas, denominadas miócitos, que formam uma rede interconectada de fibras musculares. Essas fibras envolvem o coração em um padrão em forma de oito, formando uma espiral da base do coração até o ápice. 
Durante a contração, essa configuração muscular facilita um movimento de torção e compressão do coração que começa nos átrios e se move até os ventrículos. O padrão sequencial e rítmico da contração, seguido pelo relaxamento das fibras musculares, maximiza o volume de sangue ejetado a cada contração. Esse padrão cíclico de contração miocárdica é controlado pelo sistema de condução. 
O sistema de condução cardíaca gera e transmite impulsos elétricos que estimulam a contração do miocárdio. Sob circunstâncias normais, o sistema de condução estimula primeiramente a contração dos átrios e, em seguida, a dos ventrículos. 
A sincronização dos eventos atriais e ventriculares permite que os ventrículos se encham completamente antes da ejeção ventricular, maximizando com isso o débito cardíaco. 
Três características fisiológicas de dois tipos de células elétricas especializadas, as células nodais e as células de Purkinje, propiciam essa sincronização; Automaticidade: capacidade de iniciar um impulso elétrico. Excitabilidade: capacidade de responder a um impulso elétrico. Condutividade: capacidade de transmitir um impulso elétrico de uma célula para outra. Tanto o nodo sinoatrial (SA) quanto o nodo atrioventricular (AV) são compostos de células nodais. O nodo SA, o marcapasso principal do coração, está localizado na junção da veia cava superior com o átrio direito. 
O nodo SA, em um coração adulto normal em repouso, apresenta uma frequência de ativação de 60 a 100 impulsos por minuto, mas essa sequência pode se modificar em resposta às demandas metabólicas do organismo. Os impulsos elétricos iniciados pelo nodo SA são conduzidos ao longo das células miocárdicas dos átrios através de vias especializadas denominadas vias internodais. Os impulsos causam estimulação elétrica e a subsequente contração dos átrios. Em seguida, os impulsos são conduzidos para o nodo AV, que está localizado na parede atrial direita próximo da valva tricúspide. 
O nodo AV coordena os impulsos elétricos que chegam dos átrios e, depois de um discreto retardo (permitindo tempo para que os átrios se contraiam e completem o enchimento ventricular), retransmite o impulso para os ventrículos. Inicialmente, o impulso é conduzido através de um feixe de tecido condutor especializado, referido como feixe de His, que, em seguida, divide-se no ramo direito (conduzindo impulsos para o ventrículo direito) e no ramo esquerdo(conduzindo impulsos para o ventrículo esquerdo). 
Para transmitir impulsos para o ventrículo esquerdo, o maior compartimento do coração, o ramo esquerdo, divide-se em ramos anterior esquerdo e posterior esquerdo. Os impulsos viajam através dos ramos do feixe para atingir o ponto terminal no sistema de condução, denominado fibras de Purkinje. Essas fibras são compostas de células de Purkinje, especializadas em conduzir rapidamente os impulsos através das paredes espessas dos ventrículos. Esse é o ponto em que as células miocárdicas são estimuladas, causando a contração ventricular. A frequência cardíaca é determinada pelas células miocárdicas com a frequência de disparo inerente mais rápida. Sob circunstâncias normais, o nodo SA tem a mais alta taxa inerente (60 a 100 impulsos por minuto) o nodo AV tem a segunda mais alta taxa inerente (40 a 60 impulsos por minuto), e os locais de marcapasso ventricular têm a frequência inerente mais baixa (30 a 40 impulsos por minuto). 
Quando o nodo SA funciona mal, o nodo AV geralmente assume a função de marcapasso do coração em sua frequência inerente menor. Se os nodos SA e AV falham em sua função de marcapasso, um local de marcapasso no ventrículo irá disparar em sua frequência bradicárdica inerente de 30 a 40 impulsos por minuto.
Líquidos Corporais Aproximadamente 60% do peso de um adulto típico consiste em líquido (água e eletrólitos). Os fatores que influenciam a quantidade de líquidos orgânicos são a idade, sexo e tecido adiposo corporal. 
Em geral, as pessoas mais jovens têm um percentual mais elevado de líquidos orgânicos que as pessoas idosas, e os homens apresentam, proporcionalmente, mais líquidos orgânicos que as mulheres. As pessoas obesas têm menos líquido que aquelas que são magras, porque as células adiposas contêm pouca água. O esqueleto também possui um baixo conteúdo de água. Músculo, pele e sangue apresentam a quantidade máxima de água. 
O líquido orgânico localiza-se em dois compartimentos hídricos: o espaço intracelular (líquido nas células) e o espaço extracelular (líquido fora das células). Aproximadamente 66% dos líquidos orgânicos estão no compartimento de líquido intracelular (LIC) e se localizam principalmente na massa muscular esquelética. Cerca de 33% está no compartimento de líquido extracelular (LEC). Normalmente, os líquidos orgânicos movem-se entre os dois principais compartimentos ou espaços em um esforço de manter um equilíbrio entre os espaços.
 A perda de líquido pelo organismo pode romper esse equilíbrio. Por vezes, o líquido não é perdido pelo organismo, mas fica indisponível para uso, quer pelo LIC, quer pelo LEC. 
A perda do LEC para dentro de um espaço que não contribui para o equilíbrio entre o LIC e o LEC é referida como um desvio de líquido para o terceiro espaço ou “terceiro espaço” de maneira abreviada (Holcomb, 2008). 
A evidência inicial de um desvio de líquido para o terceiro espaço é uma diminuição no débito urinário, apesar da ingesta adequada de líquidos.
 O débito urinário diminui porque o líquido desvia-se para fora do espaço intravascular; então, os rins recebem menos sangue e tentam compensar através da diminuição do débito urinário. Outros sinais e sintomas do terceiro espaço que indicam um déficit de volume de líquido intravascular incluem a frequência cardíaca aumentada, pressão arterial diminuída, pressão venosa central diminuída, edema, peso corporal aumentado e distúrbios na ingestão e excreção de líquidos (balanço hídrico) (I & E).
 Os desvios para o terceiro espaço ocorrem em pacientes que apresentam hipocalcemia, ingestão de ferro diminuída, doenças hepáticas graves, alcoolismo, hipotireoidismo, má absorção, imobilidade, queimaduras e câncer (Holcomb, 2008).

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