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Universidade São Judas Tadeu Ciência e Engenharia dos Materiais (Laboratório) – CEMAT Lab Relatório de experimento Ensaio de Temperabilidade - Jominy Relatório 5 EPR6AN-MCA2 Grupo 2 Adailton Lima Bruno Carvalho Lara Beatriz Layla Tainny da Silva Fernandes Letícia Oliveira Santos Vinícius Bolognani Equipe do laboratório: Bruno Utiyama, Fernando Russo, Caio Lana Data do experimento 11/2019 CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 2 Introdução: É antiga a preocupação do homem em possuir metais de elevada resistência e qualidade. Em guerras medievais, exércitos com espadas e outros armamentos metálicos levavam desvantagem bélica quando não tratavam termicamente seus arsenais, tornando-os vulneráveis no momento de repararem suas armas de ferro danificadas. Aprendeu-se assim que, com aquecimento e resfriamento desses metais, podia modificar suas propriedades mecânicas e metalúrgicas, tornando-os mais duros, trabalháveis, moles, resistentes, frágeis, dentre outras características. Séculos mais tarde as técnicas de tratamentos térmicos foram aprimoradas, havendo assim uma crescente demanda por metais com propriedades melhores e diferenciadas. Dentre as importantes melhorias por parte da composição química, é de salientar a introdução de molibdênio nos aços com 5% de cromo para sanar problemas de temperabilidade e o aparecimento dos aços com endurecimento estrutural, de forma a melhorar sua usinabilidade. Com uma variedade cada vez maior no mercado, era necessário um meio economicamente viável que pudesse fazer testes e ensaios para determinar a temperabilidade. Foi daí que surgiu o Ensaio de Jominy. Sabe-se que as propriedades mecânicas e o desempenho em serviço de um metal ou liga metálicas dependem da sua composição química, estrutura cristalina, histórico de processamento e dos tratamentos térmicos realizados. Entretanto, esta mudança de propriedades mecânicas, principalmente em relação ao tratamento térmico denominado têmpera, ocorre de maneira diferente para cada material. E é a partir disso que se define a temperabilidade dos aços como sendo a capacidade ou habilidade de aumento de resistência mecânica (por exemplo, aumento da dureza) através da formação da microestrutura martensita, em outras palavras é a capacidade de um aço adquirir dureza por têmpera a uma certa profundidade. Uma liga que possui alta temperabilidade forma martensita não apenas na sua superfície, mas em elevado grau também em todo o seu interior e comprimento. O ensaio Jominy também chamado de ensaio de resfriamento da extremidade foi desenvolvido por Jominy e Boegehold, e é atualmente um os testes mais utilizados na prática industrial para a avaliação da temperabilidade. O ensaio se compõe no aquecimento de uma barra (corpo de provas) para se formar austenita. Logo após o aquecimento, uma de suas extremidades será alvejada com um jato d’água fazendo assim com que ela seja temperada. O restante do corpo não irá ter contado com a água, fazendo assim com que a outra extremidade CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 3 do corpo de provas seja resfriado ao ar. É então estabelecido um valor de comprimento para que se meça a dureza ao longo do modelo. Logo, a versatilidade deste ensaio é evidenciada pelo fato de que em um único corpo- de-prova diferentes taxas de resfriamento continuo é verificada ao longo da geratriz do cilindro, uma vez que a troca térmica e a respectiva perda de calor do corpo austenizado se faz preferencialmente de modo unidirecional, a partir da base na qual o jato de água incide. Em geral, a maioria dos aços formam martensita em sua extremidade que entra em contado com o jato d’água no resfriamento. Sendo assim, a dureza nessa extremidade é dada pela quantidade de carbono que esse aço possui. Aumentando-se a distância no corpo-de-prova, pode-se ter como composto a bainita e/ou perlita ao invés da martensita. Assim, o mesmo corpo de prova simula taxas de resfriamento típicas de tratamentos térmicos de têmpera em diferentes meios de resfriamento, de normalização e de recozimento. CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 4 Descrição do experimento: Um durômetro Rockwell modelo HRC 150 kgf, um forno elétrico e uma máquina de ensaio Jominy, equipamentos localizados no laboratório do curso de Engenharia Mecânica, foram utilizados para realizar a determinação da temperabilidade segundo as Norma NBR 6339 OUT/1982 – (Jominy); NBR6339 (MB381) de 10/2016; NM259 de 11/2001. Os materiais utilizados para realização deste trabalho foram três corpos de prova, aço ao carbono ABNT 1040, aço Níquel-Cromo-Molibdênio ABNT 8640, e aço Níquel-Cromo- Molibdênio ABNT 4340ABNT 4340, ABNT 1040, com formato cilíndrico de 1” de diâmetro por 4” de comprimento. A princípio o corpo de prova é colocado em um forno a uma temperatura em torno de 925 °C durante um período de 30 minutos. Passado o tempo para a austenitização, o corpo de prova é colocado na máquina de ensaio de Jominy. Esse dispositivo é composto por um suporte para o corpo-de-prova na parte superior e por um sistema de resfriamento com água na parte inferior, conforme esquematizado na Fig.2. Desta forma, o corpo de prova recebe um jato de água de um tubo de 10 mm de diâmetro colocado pouco abaixo de sua base, regulado a uma pressão correspondente a altura livre de 65 mm, por um período de 30 minutos. A seguir foram retirados do equipamento, garantindo-se assim o mesmo tempo exposto à alta temperatura e o mesmo tempo exposto ao ensaio. Depois que o corpo-de-prova estivam frio, à temperatura ambiente, foram escovados para retirar a oxidação, e sobre ele foi feito um plano usinado para apoio na medição da dureza. Sobre este plano passou-se tinta para traçagem para melhor visualização das marcações. Segundo Norma ABNT – Aço – Determinação da temperabilidade (Jominy) 01.012 – Norma NBR 6339 – OUT/1982, os corpos de provas deveriam ser marcados ao longo de todo o comprimento com uma distância de 1,6 mm entre cada ponto, todavia para fins acadêmicos adotamos 3,0 mm entre cada ponto. Ao final, totalizou-se 22 marcações que serviram de referência para as medidas do ensaio de dureza. Com os dados retirados, foi feito um gráfico para demonstrar a diferença de dureza ao longo do corpo de provas. CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 5 Figura 1 – Corpos-de-prova Fonte: Wikipédia Figura 2 – Dispositivo Jominy CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 6 Figura 3 – Corpos-de-prova sendo marcados Figura 4 – Marcação no corpo-de-prova e medição da dureza CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 7 Resultados: Tabela 1- Medições de dureza ao longo do corpo de prova ensaiado. Dureza (HRC) Distância Jominy (mm) Aço 1040 Aço 4340 Aço 8640 3 55 56 56 6 30 55 54 9 29 60 50 12 27 56 40 15 25 54 37 18 25 54 35 21 23 54 33 24 22 53 32 27 22 50 31 30 21 51 31 33 18 49 30 36 19 48 31 39 17 47 30 42 17 47 28 45 16 46 29 48 15 46 29 51 14 47 28 54 13 44 28 57 12 44 26 60 13 44 27 63 11 43 26 66 12 44 27 Figura 5 - Gráfico “Dureza x Distância Jominy” dos materiais ensaiados. CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 8 Análise dos dados: A temperabilidade é um termo utilizado para descrever a habilidade de uma liga de ser endurecida pela formação de martensita. Uma liga que possui alta temperabilidade forma martensita não apenas na sua superfície, mas em elevado grau também em todo o seu interior. Desta forma a temperabilidade é habitualmente definida como sendo a capacidade de um aço formar martensitana têmpera. E como vimos no ensaio de tratamento térmico, isso acontece se o resfriamento for rápido o suficiente para que se evite qualquer percentual de transformação de perlita ou bainita. Como a martensita não possui estrutura cúbica e todo o carbono permanece em solução sólida, o escorregamento não ocorre facilmente e, portanto, a martensita torna-se dura, resistente e frágil. Observa-se pela curva de temperabilidade que o aço carbono ABNT 1040 tem uma baixa temperabilidade, aumentou-se muito sua dureza com a têmpera, porém, apenas na parte que teve contato direto com o jato d’água, podendo ver nitidamente no gráfico a perda da dureza nas distancias superiores, onde não houve a têmpera. O comportamento visto na Fig.5 para as duas ligas distintas, liga ABNT 8640 e ABNT 4340, nos faz concluir que ambos os aços apresentam dureza elevada, mesmo em taxas de resfriamento mais baixas, portanto os aços apresentam elevada temperabilidade, podendo se dizer, conforme gráfico, que o aço ABNT 8640 possui uma média temperabilidade. Acontece que com a diminuição da taxa de resfriamento, haverá mais tempo para o carbono se difundir e, portanto, a formação de uma maior porção de perlita será fornecida. Dessa forma, os dois que são muito endurecível apresentam grandes valores de dureza ao longo de distâncias relativamente longas; ao contrário do aço ABNT 1040 que apresentou baixos valores de dureza ao longo do comprimento do corpo de prova. Apesar desses aços apresentarem a mesma quantidade de carbono, no caso, 0,40 %C a composição química é diferente (diferentes elementos de liga). E este é um dos fatores que afetam a temperabilidade. A temperabilidade dos aços é aumentada pela presença de elementos de liga aproximadamente na seguinte ordem ascendente: níquel, silício, manganês, cromo, molibdênio, vanádio e boro. Observa-se que tanto o ABNT 8640 quanto o ABNT 4340 apresentam elementos de liga na sua composição química, no entanto em proporções diferentes, de modo que no ABNT 4340 a soma dos teores de todos os elementos liga fica entre 5% e 12% de todo o material, já o aço ABNT 8640 a soma dos teores de todos os elementos liga adicionados não ultrapassa 5% de todo o material. Analisando as curvas dos aços verifica-se que a curva do aço liga ABNT 4340 ficou mais na horizontal, ou seja não perdeu tanta dureza no decorrer comparado com um aço CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 9 não ligado onde a curva tendeu um pouco verticalmente ao longo do corpo de prova. Com isso, conclui-se que a temperabilidade do aço está diretamente proporcional à quantidade de elementos de liga existente no aço. Portanto, os resultados do ensaio nos permitem comparar a temperabilidade de ambos os aços de forma que ABNT 1040<ABNT 8340<ABNT 4340. De certa forma, há em comum entre os aços o fato de a distribuição da dureza ao longo dos três corpo de prova cair bruscamente nas partes logo adjacentes às resfriadas em água. Isso se deve ao fato de que aumentando- se a distância no corpo-de-prova, pode-se ter como composto a bainita e/ou perlita ao invés da martensita. A versatilidade deste ensaio é evidenciada pelo fato de que em um único corpo-de-prova diferentes taxas de resfriamento contínuo são simuladas ao longo do cilindro, conforme mostrado na Figura 5, uma vez que a troca térmica e a respectiva perda de calor do corpo austenitizado se faz preferencialmente de modo unidirecional, a partir da base na qual o jato de água incide. Deste modo, no mesmo corpo-de-prova são efetivamente simuladas taxas de resfriamento típicas de tratamentos térmicos de têmpera em diferentes meios de resfriamento, de normalização e de recozimento, de modo a servir como um avaliador da qualidade do aço recebido. CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 10 Referências CALLISTER, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed. São Paulo: LTC, 2002. CANALE, Lauralice. Temperabilidade. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004. Centro de Informação Metal Mecânica. Materiais didáticos relacionados à disciplina de Materiais. Disponível em: <http://www.cimm.com.br>. Chiaverini, V. Aços e ferros fundidos: Características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 10° Edição. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais; 1990. CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia mecânica. 2° ed. São Paulo: Makron: Pearson Education do Brasil, 1986.v.2. COSTA, E. M. Aços. PUC-RS, 2003. 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Disponivel em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_Jominy> Acesso em:23/11/2019 CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS - LABORATÓRIO 11 Normas Norma ABNT – Aço – Dterminação da Temperabilidade (Jominy) 01.012 – Norma NBR 6339 – OUT/1982 NM259 de 11/2001 – Aço – Determinação da temperabilidade NBR6339 (MB381) de 10/2016 – Aço – Determinação da temperabilidade
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