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ENGENHARIA AGRONÔMICA ECONOMIA RURAL Me. JOHN MAX S. SALES PALMAS Teoria da oferta Definição: Quantidade de bem ou serviço que os produtores desejam vender por unidade de tempo. A oferta depende de alguns fatores: do preço do próprio bem; dos preços dos fatores de produção; nível tecnológico; dos preços de outros bens. 1) Do preço do próprio bem Quanto maior o preço do bem, mais lucrativo será produzi-lo, logo, os produtores se sentirão mais motivados a produzir e a oferta será maior. Ou seja, os empresários gostam de vender produtos mais caros, pois a oportunidade de lucro é maior. Ao contrário da função da demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada e o nível de preços, coeteris paribus. Um aumento no preço de mercado eleva a rentabilidade das empresas, estimulando-as a aumentar a produção. 2) Depende dos preços dos fatores de produção A relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção é inversamente proporcional. Por exemplo, se há um aumento de salários ou de custos de matérias-primas, se elevam os custos de produção e poderá haver uma retração da oferta do produto. 3) Depende do nível tecnológico Melhorias tecnológicas nas empresas promovem melhorias na produtividade no uso dos fatores de produção, logo, um aumento da oferta. Por exemplo, uma máquina que produzia 500 parafusos em um dia, passa a produzir 1000 após avanço tecnológico da máquina. 4) Depende dos preços dos outros bens Se o empresário X percebe que o preço de mercado de seu produto está inferior ao preço de mercado de outros bens, este buscará produzir menos do produto já produz e irá buscar produzir bens que possuam um valor mais alto no mercado. Colocando em prática o conhecimento: Práticas agrícolas Em Gana, país que produz cacau, vendia grande parte de seu produto para uma empresa estatal. Como esta empresa era a maior compradora de cacau, os dirigentes resolveram pagar menos pelo produto. O que aconteceu? Os produtores passaram a produzir outro produto que pudesse trazer mais rentabilidade, tendo em vista que o cacau não estava com preço de mercado atraente. Se a referida empresa estatal tivesse conhecimento da lei da oferta, utilizaria outra estratégia. E com a baixa produção de cacau ela perde matéria-prima para produção de seus produtos. Equilíbrio de mercado O mercado encontra-se em equilíbrio quando as quantidades ofertadas são iguais as quantidades procuradas. O preço de mercado é definido pela oferta e pela demanda, logo, o ponto de equilíbrio mostra o preço e a quantidade que atende tanto as aspirações dos ofertantes (produtores) como também dos demandantes (compradores). Tabela 1: Oferta e demanda do bem X. Fonte: Vasconcellos e Garcia, 2011. Como pode ser visto na tabela acima, o equilíbrio entre a oferta e a demanda do bem X acontece quando o preço é 6,00 unidades monetárias. Preço Quantidade Situação de mercado Procurada Ofertada 1,00 11.000 1.000 Excesso de procura (escassez de oferta) 3,00 9.000 3.000 Excesso de procura (escassez de oferta) 6,00 6.000 6.000 Equilíbrio de mercado 8,00 4.000 8.000 Excesso de oferta (escassez de procura) 10,00 2.000 10.000 Excesso de oferta (escassez de procura) Gráfico 1: Equilíbrio de mercado Fonte: Vasconcellos e Garcia, 2011. Os dados da tabela 1 podem ser visualizados graficamente. O gráfico 1 permite mostrar três situações: 1) Para qualquer preço superior a 6,00, a quantidade que os ofertantes desejam vender é maior que aquela que os consumidores desejam comprar; 2) Para qualquer preço inferior a 6,00 surgirá excesso de demanda, ou seja, a quantidade de demandantes que desejam comprar é maior que os ofertantes que querem vender; 3) O ponto E é único e mostra que a quantidade que os consumidores desejam comprar é a mesma quantidade que os produtores desejam vender. Analisemos as situações 1) O que acontece quando há excesso de demanda? I – Compradores dispõe-se a pagar mais; II – Vendedores percebem a escassez e elevam os preços. 2) O que acontece quando há excesso de oferta? I – Vendedores percebem que não podem vender tudo que desejam e oferecem o produto mais barato; II – Compradores percebem a fartura e querem regatear no preço. 3) O que acontece no ponto de equilíbrio? I – Não existe pressão para alterar o preço Demonstração algébrica de como são determinados o preço e a quantidade de equilíbrio 1) Um determinado bem X possui a seguinte equação de demanda Dx = 300 – 8Px e a da oferta Ox= 48+10Px. Pede-se: a) Qual o preço de equilíbrio do bem X? b) Qual a quantidade de equilíbrio do bem X? Resolução: • Primeiramente deve-se igualar as equações para descobrir o preço de equilíbrio: 300 – 8Px = 48+10Px 300 - 48 = 10Px + 8Px 252 = 18Px Px = 252/18 Px = 14 • Após o encontro do preço pode-se descobrir a quantidade de equilíbrio. Como? Substituindo o preço em qualquer uma das equações: Qx = 48 + 10Px Qx = 48 + 10 ( 14 ) Qx = 188 Logo, O preço de equilíbrio é 14,00 A quantidade de equilíbrio é 188. Interferência do governo no equilíbrio de mercado: O Estado possui instrumentos que possibilita alterar, de alguma forma, o preço de mercado. Mas como? Na fixação de tributos, tarifas, concessão de subsídios, elaboração de critérios para valor de salário mínimo, fixação de preços mínimos para produtos agrícolas ou mesmo no congelamento de preços de bens e salários. Neste sentido, vamos apresentar aqui algumas das principais formas em que afetam diretamente ou indiretamente os preços: • Estabelecimento de impostos Ainda que saibamos que quem recolhe o imposto é a empresa, isso não nos dá certeza de que ela efetivamente paga. Por isso cabe questionar: A quem de fato recai o ônus de pagar o tributo? Aqui estamos considerando tributo como impostos, taxas ou contribuições de melhorias. Desta forma, estes se dividem em: - Impostos indiretos: são os que incidem sobre o consumo ou sobre as vendas. Ex.: Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) e Imposto sobre produtos industrializados (IPI). - Impostos diretos: que os que incidem sobre a renda e patrimônio. Ex.: Imposto territorial Rural (ITR), Imposto de Renda (IR). Entre os impostos indiretos destaca-se: - Imposto específico: neste caso o imposto é fixo, independentemente do valor do bem. Ex.: Para cada unidade de automóvel vendido, recolhe-se de imposto para o governo R$5.000. - Imposto ad valorem: Neste caso há aplicação de uma percentual (alíquota) sobre o valor do bem. Ex.: IPI= 10% do valor do automóvel. No Brasil há uma maior proporção de aplicação de impostos do tipo ad valorem. Quando há um aumento em impostos reflete em aumentos em custos de produção para as empresas. Neste sentido, é uma opção para as empresas repassar o imposto para o consumidor por meio dos preços dos bens e serviços. É importante salientar que o empresário irá repassar, ou não, o ônus do pagamento do tributo a depender do tipo de mercado em que esteja inserido. Por exemplo, caso o produtor esteja incluso em um mercado em que há vários outros no mesmo ramo, ele poderá não repassar o imposto para o consumidor, pois o aumento do preço do bem poderá direcionar o consumidor a outros concorrentes. Mas caso o mercado seja com poucos ou somente um único produtor que oferece o bem ou o serviço, o grau de transferência de imposto será maior. Essa discussão faz parte do tema “incidência tributária”, onde se investiga para quem recai de fato o ônus do imposto. Importante! Lembrem-se que é por meio dos impostos que o Estado mantém serviços de suma importância para a sociedade. Se temos universidade pública, Sistema único de saúde (SUS), Defensoria pública, dentre outros, é por conta do que é arrecadado. Política de preços mínimos da agricultura: Devido a alta volatilidade de preços que os produtos agrícolas pode ter, o governo apresenta uma política que visa proteger o produtor rural, caso o preço de mercado esteja muito baixo. Assim,o governo estipula um preço mínimo antes do plantio e após a colheita o produtor decide se vende para o mercado ou para o governo. Obviamente se o preço de mercado estiver demasiadamente baixo, o produtor irá preferir vender para o governo, mas se o preço de mercado estiver alto, este optará pela venda no mercado. Neste caso o governo tem duas opções para adoção de políticas: 1) Comprar o excedente a um preço mínimo (política de compras); 2) Conceder subsídio aos produtores, deixando-os colocarem no mercado toda a produção, provocando uma diminuição de preços para os consumidores (política de subsídios). Qual o critério de adoção de política por parte do governo? O que será menos oneroso aos cofres públicos. Tabelamento: Esta interferência do governo ocorre, por exemplo, quando: o Estado nota abuso de preços por parte de ofertantes, para controle de bens de importante necessidade e como forma de atenuar processos inflacionários, aplicando congelamento de preços e salários. No caso da contenção da inflação, o congelamento de preços foi uma medida ineficaz, conforme visto em vários planos. Referências bibliográficas: VASCONCELLOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 4.º ed, 332 p.
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