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Redes Fieldbus: Foundation Fieldbus X Profibus PA DEBORAH VIEIRA DE ALENCAR MAIA UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte PPgEE – Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica Campus Universitário - Lagoa Nova - Natal-RN - 59072-970 deborah_maia@yahoo.com.br Abstract. This article destines to make a comparative degree between two nets for industrial automation. The nets in question are Foundation Fieldbus and Profibus PA.But before this comparative degree a general view regarding both is given, approaching its main characteristics. And at a second moment are shown a table with characteristics of each one. Resumo. Este artigo destina-se a fazer um comparativo entre duas redes para automação industrial. As redes em questão são Foundation Fieldbus e Profibus PA. Mas antes deste comparativo é dada uma visão geral a respeito de ambas, abordando suas principais características. E num segundo momento é mostrada uma tabela com características de cada uma. Palavra-chave: Redes para automação industrial, Foundation Fieldbus, Profibus PA. 1. INTRODUÇÃO A instalação e manutenção de sistemas de controle tradicionais implicam em altos custos principalmente quando se deseja ampliar uma aplicação onde são requeridos além dos custos de projeto e equipamento, custos com cabeamento destes equipamentos à unidade central de controle. De forma a minimizar estes custos e aumentar a operacionalidade de uma aplicação introduziu-se o conceito de rede para interligar os vários equipamentos de uma aplicação. A utilização de redes em aplicações industriais prevê um significativo avanço nas seguintes áreas: · Custos de instalação; · Procedimentos de manutenção; · Opções de upgrades; · Informação de controle de qualidade. A opção pela implementação de sistemas de controle baseados em redes, requer um estudo para determinar qual o tipo de rede que possui as maiores vantagens de implementação ao usuário final, que deve buscar uma plataforma de aplicação compatível com o maior número de equipamentos possíveis. As redes industriais são padronizadas sobre 3 níveis de hierarquias, cada qual responsável pela conexão de diferentes tipos de equipamentos com suas próprias características de informação. O nível mais alto, nível de informação da rede, é destinado a um computador central que processa o escalonamento da produção da planta e permite operações de monitoramento estatístico da planta sendo implementado, geralmente, por softwares gerenciais (MIS). O padrão Ethernet operando com o protocolo TCP/IP é o mais comumente utilizado neste nível. O nível intermediário, nível de controle da rede, é a rede central localizada na planta incorporando PLCs, DCSc e PCs. A informação deve trafegar neste nível em tempo real para garantir a atualização dos dados nos softwares que realizam a supervisão da aplicação. O nível mais baixo, nível de controle discreto, se refere geralmente às ligações físicas da rede ou o nível de I/O. Este nível de rede conecta os equipamentos de baixo nível entre as partes físicas e de controle. Neste nível encontram-se os sensores discretos, contadores e blocos de I/O. Assim, classificam-se as redes quanto ao tipo de rede de equipamento e os dados que ela transporta como: · rede Sensorbus - dados no formato de bits; · rede Devicebus - dados no formato de bytes; · rede Fieldbus - dados no formato de pacotes de mensagens. As redes Fieldbus interligam os equipamentos de I/O mais inteligentes e podem cobrir distâncias maiores. Os equipamentos acoplados à rede possuem inteligência para desempenhar funções específicas de controle tais como loops PID, controle de fluxo de informações e processos. Os tempos de transferência podem ser longos, mas a rede deve ser capaz de comunicar-se por vários tipos de dados (discreto, analógico, parâmetros, programas e informações do usuário). Exemplos de redes Fieldbus incluem IEC/ISA SP50, Foundation Fieldbus, Profibus PA e HART. Redes Fieldbus surgiram quando se verificou que apenas automatizar as máquinas de uma linha de produção não era suficiente para garantir uma alta qualidade e produção. O conceito “Fieldbus” compartilha a idéia da descentralização da inteligência, ou seja, a informação não está apenas armazenada num único membro do processo como, por exemplo, o “PC Manager”, mas distribuída em uma rede desde o chão de fábrica até os níveis mais superiores da gerência. 2. VISÃO GERAL DA FOUNDATION FIELDBUS O Fieldbus é um sistema de comunicação digital, serial e bidirecional, que interconecta equipamentos de medição e controle tais como controladores, sensores e atuadores. Na hierarquia dos níveis de rede, o Fieldbus é considerado como o gerenciador de uma LAN constituída de instrumentos usados em controle de processo e aplicações de automação. O Fieldbus constitui o nível mais próximo ao processo dentro da estrutura de comunicações industriais. Ele está baseado em processadores simples e utiliza protocolo mínimo para gerenciar o enlace entre eles, com capacidade de distribuição de controle. Ao contrário dos protocolos de rede proprietários, o Fieldbus não pertence à nenhuma empresa, ou é regulado por um único organismo ou nação. O protocolo Fieldbus foi desenvolvido baseado no padrão ISO/OSI embora não contenha todos os seus níveis. Pode-se em primeira análise dividi-lo em nível físico (“Physical Layer” - que trata das técnicas de interligação dos instrumentos) e níveis de software (“Communication Stack”) que tratam da comunicação digital entre os equipamentos. A transmissão física é feita com corrente de 10 mA a 31,25 kbit/s com carga equivalente a 50 ohm. O Fieldbus Foundation definiu um padrão para Aplicações de Usuário baseados em blocos. Os blocos descrevem características do dispositivo Fieldbus como nome, fabricante e número serial. Os parâmetros de entrada e saída (I/O) das FB podem ser acessados através da rede. A execução de cada função é precisamente agendada. Em uma simples aplicação, existem muitas funções de bloco. As funções de bloco podem ser executadas, precisamente, em certos intervalos de tempo e proporcionar a correta operação do sistema de controle. Com a interoperabilidade, um dispositivo Fieldbus pode ser substituído por um dispositivo similar com maior funcionalidade de um outro fornecedor na mesma rede do Fieldbus, mantendo as características originais. Isto permite aos usuários mesclar dispositivos de campo e sistemas de vários fornecedores. Dispositivos individuais Fieldbus podem também transmitir e receber a informação de multivariáveis, comunicando-se diretamente um com o outro sobre o barramento Fieldbus, permitindo que novos dispositivos sejam adicionados ao barramento sem interromper o controle. A tecnologia Fieldbus ajuda as plantas a manter as exigências de segurança, cada vez mais restritas. Fornecendo operadores com notificação e aviso antecipados de circunstâncias perigosas pendentes e atuais, o Fieldbus permite a ação corretiva antes de uma parada não planejada. As potencialidades de diagnóstico ampliadas da planta reduzem também a necessidade do acesso freqüente às áreas perigosas, minimizando assim os riscos do pessoal no campo. Exemplos de uso de redes Fieldbus controle de temperatura, vazão e pressão de uma coluna de fracionamento. Nota: Não confundir! Fieldbus Foundation - É uma fundação formada por empresas de automação de controle de processos e manufatura para desenvolver um fieldbus simples, aberto, internacional e interoperável. É baseado nas normas IEC e ISA. Foundation Fieldbus - É uma rede local (LAN) para instrumentos, usada em automação de processos e manufatura, com capacidade para distribuir as aplicações de controle através da rede. 3. VISÃO GERAL DA PROFIBUS O Profibus é um padrão aberto de rede de comunicação industrial, utilizado em um amplo espectro de aplicações em automaçãoda manufatura, de processos e predial. Sua total independência de fabricantes e sua padronização são garantidas pelas normas EN50170 e EN50254. Com o Profibus, dispositivos de diferentes fabricantes podem comunicar-se sem a necessidade de qualquer adaptação na interface. O Profibus pode ser usado tanto em aplicações com transmissão de dados em alta velocidade como em tarefas complexas e extensas de comunicação. O padrão Profibus subdivide-se em três famílias: Profibus-FMS, Profibus-DP e Profibus- PA. A primeira família está situada no segundo nível da pirâmide, já as outras duas estão voltadas para o Fieldbus. A Rede Profibus PA é a solução Profibus para a automação de processo. A Rede Profibus PA conecta os sistemas de automação e os sistemas de controle do processo com os instrumentos e atuadores do campo tais como, transmissores de pressão, temperatura e nível do líquido. A Rede Profibus PA permite, por meio de um par de condutores, medir, controlar assim como alimentar os barramento com energia e segurança intrínseca os instrumentos de campo. Com o Profibus PA, é possível para o usuário executar serviços de manutenção conectar ou desconectar dispositivos durante a operação, mesmo em áreas com risco de explosão. O Profibus PA tem sido desenvolvido em cooperação com os usuários da indústria de processo (NAMUR) e preenche os requisitos especiais colocados nas aplicações neste campo. O Profibus PA possui uma característica interessante que é a transmissão intrínseca segura, o que faz do PA uma ótima opção para ambientes classificados, ou seja, ambientes onde existe o perigo de explosão caso ocorra uma faísca elétrica devido a atmosfera estar possivelmente carregada com alguma substância explosiva, como por exemplo numa petroquímica. 4. COMPARATIVO ENTRE AS REDES Neste ponto do artigo é feito um comparativo entre as redes explicitadas acima, Foundation Fieldbus e Profibus PA. Aqui serão abordados aspectos como características físicas das redes como distância, topologia, velocidade; características de performance como tempo de ciclo, protocolos de acesso ao meio físico; confiabilidade, etc. Fieldbus Profibus Topologia Multidrop com dispositivos alimentados pelo barramento Linha, estrela e anel Meio Físico Par trançado Par trançado ou fibra Nº. Máximo de dispositivos 240/segmento, 65000 segmentos 127 nodos Distância máxima 1900 m @ 31,25 Kbps 500 m @ 2,5 Mbps 24 Km (fibra) Velocidade da rede 31,25 Kbps, 1Mbps e 2,5 Mbps 31,25 Kbps Método de comunicação Cliente/servidor, notificação de evento e Publisher/subscriber Mestre/escravo, ponto a ponto Tamanho do pacote de dados 16,6 M objetos/dispositivos 244 bytes Método de arbitragem Escalonador deterministico centralizdo, backup múltiplo Passagem de token Checagem de erro CRC 16 bits HD4 CRC Diagnósticos Diagnóstico remoto e monitoração de rede Diagnóstico da estação, módulos e cabais Tempo de ciclo 256 discretas 16 nodos com 16 I/Os 100 ms @ 31,25Kbps < 1 ms @ 2,5 Mbps Depende da configuração Tempo de ciclo 128 analógicas 16 nodos com 8 I/Os 600 ms @ 31,25 Kbps < 8 ms @ 2,5 Mbps Depende da configuração Transferência de bloco de 128 bytes 1 nodo 36 ms @ 31,25 Kbps < 8 ms @ 2,5 Mbps Não disponível Tabela 1. Comparativo Fondation Fieldbus X Profibus PA 5. CONCLUSÃO A tecnologia da informação tem sido determinante no desenvolvimento da tecnologia da automação, alterou hierarquias e estruturas no ambiente dos escritórios e chegou ao ambiente industrial nos seus mais diversos setores, desde as indústrias de processo e manufatura até prédios e sistemas logísticos. A capacidade de comunicação entre dispositivos e o uso de mecanismos padronizados, abertos e transparentes são componentes indispensáveis do conceito de automação de hoje. A comunicação vem se expandindo rapidamente no sentido horizontal nos níveis inferiores (field level), assim como no sentido vertical integrando todos os níveis hierárquicos. Então, pelas razões acima explicitadas fica provado e comprovado que qualquer dos tipos de rede Fieldbus escolhida para a implementação do projeto será, sem dúvida alguma, uma ótima escolha para a automatização da empresa. Viu-se pelo comparativo feito que ambas as redes tem características próprias e suprem as necessidades de diversos ambientes. Sendo assim, “mãos à obra!”. 6. REFERÊNCIA 1. Profibus Brasil. http://www.profibus.org.br (Jun. 2003) 2. http://www.edwilson.brturbo.com/dissertacao.p df (Jun. 2003) 3. Componentes para Redes Industriais. http://www.conexel.com.br/weidmuller/Weidm ullerCorporate_arquivos/Catalogo%208%20% 20- %20Componentes%20para%20Redes%20Indu striais.pdf (Jun. 2003) 4. Arquiteturas de sistemas de automação – Uma introdução. http://www.cpdee.ufmg.br/~seixas/PaginaII/Do wnload/DownloadFiles/Arquitetura.pdf (Jun. 2003)
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