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AULA 4 - FARMACOLOGIA HOMEOPÁTICA

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FARMACOLOGIA 
HOMEOPÁTICA
PROF. DSC. ALEX LUCENA
O MODELO HOMEOPÁTICO
Apresenta aspectos filosóficos e científicos.
Ele é filosófico quando considera a força vital responsável pela manutenção da saúde; é científico
quando recomenda experimentação e análise criteriosas nas pesquisas patogenética e clínica.
Apoiado em experimentos científicos, Hahnemann constatou que drogas administradas a indivíduos
sadios provocavam duas fases distintas e sucessivas de sintomas, as quais ele denominou efeitos
primário e secundário.
Toda força que atua sobre a vida, todo medicamento, afeta, em maior ou menor escala, a força vital,
causando certa alteração no estado de saúde do homem por um período maior ou menor. A isto se
chama ação primária. Nossa força vital se esforça para opor sua própria energia a esta ação. Tal ação
oposta faz parte da nossa força de conservação, constituindo uma atividade automática dela,
chamada ação secundária ou reação. (Hahnemann, S 63, 1996)
AÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
A partir da absorção da droga, o efeito primário é imediatamente sentido. Este representa a
propriedade da substância em alterar o meio interno; é a consequência direta (química) da
droga no organismo, capaz de causar os chamados sintomas primários (patogenéticos).
Na tentativa de restabelecer o equilíbrio perdido, o organismo lança mão do efeito
secundário; é a consequência da reação homeostática do organismo, capaz de proporcionar
efeitos secundários (reacionais), opostos aos sintomas primários, com a finalidade de
neutralizá-los.
Efeito primário ou ação primária é a modificação de maior ou menor duração 
provocada por toda substância na saúde do indivíduo.
Efeito secundário ou reação secundária é a reação do próprio organismo ao 
estímulo que o altera.
As primeiras referências à ação dupla e inversa das drogas foram feitas no século
V a.C. por Hipócrates.
Ele enunciou que “a droga não faz a mesma coisa neste instante e no instante
seguinte, agindo de maneira contrária a ela mesma, no mesmo indivíduo, sendo
essas ações opostas uma à outra”.
Como exemplo, referindo-se ao sulfato de sódio, explicou que os purgativos nem
sempre agem como tais, sendo dotados de dupla ação, ora purgando, ora
constipando os intestinos.
A farmacologia clássica permite esclarecer os mecanismos de ação das drogas
responsáveis pelos efeitos primário e secundário.
A farmacodinâmica, área básica da farmacologia, estuda os efeitos bioquímicos
e fisiológicos das drogas e seus mecanismos de ação.
Segundo Goodmann e Gilman, os objetivos da análise da ação das drogas são
identificar o efeito primário que elas provocam no organismo humano,
esclarecer suas interações, a sequência, o campo de ação e os efeitos
completos.
O efeito primário resulta da interação das drogas com componentes celulares
(receptores e células-alvo), alterando as funções orgânicas, estimulando-as (efeito
primário agonista) ou inibindo-as (efeito primário antagonista).
Por meio do efeito primário, as drogas são potencialmente capazes de despertar ou
modificar as funções orgânicas. Todavia, são totalmente incapazes de criá-las.
Já o efeito secundário, chamado pela farmacologia moderna de efeito rebote ou reação
paradoxal do organismo, representa a hiperatividade ou a supersensibilidade aos
agonistas e antagonistas de receptores (drogas) após diminuição do nível crônico de
estimulação do receptor pelo fármaco ou sua completa metabolização (meia-vida).
O efeito secundário é responsável pela dessensibilização dos receptores
(refratariedade), provocando o fenômeno de tolerância às drogas.
Nesse caso, o efeito que acompanha a exposição continuada da droga fica reduzido ou
é totalmente anulado.
Droga é qualquer substância capaz de promover alterações somáticas e funcionais nos
organismos vivos.
As drogas podem ser utilizadas terapeuticamente de duas maneiras: por meio da lei dos
contrários e por meio da lei dos semelhantes.
Para compreender a viabilidade da cura mediante condutas terapêuticas tão antagônicas, é
preciso saber que uma droga é capaz de despertar dois efeitos no organismo: o primário
(drogal) e o secundário (reação orgânica), sendo o segundo oposto ao primeiro, para
neutralizá-lo.
Ex.: droga adrenalina. Se a injetarmos no tecido subcutâneo de um indivíduo haverá
vasoconstrição, aumento da pressão sanguínea e do batimento cardíaco. É a manifestação
do efeito primário.
O organismo aciona seus mecanismos homeostáticos endógenos produzindo acetilcolina,
por meio das glândulas suprarrenais. Essa substância provoca vasodilatação, diminuição da
pressão sanguínea e do batimento cardíaco. É a manifestação do efeito secundário. Esse
mecanismo, conhecido como feedback, compensa os estresses para manter a homeostase
orgânica.
A ação primária é imediatamente sentida nas doses elevadas. Quando a droga atinge
baixo limiar sanguíneo ou é eliminada, a reação secundária (efeito rebote) é manifesta.
Sua intensidade em geral é maior e de sentido oposto ao da ação primária que a droga
produz.
A cafeína, por exemplo, em sua dose usual, quando utilizamos o café como bebida,
apresenta ação primária estimulante. À medida que essa substância é eliminada do
organismo, a reação secundária passa a ser notada por um estado de sonolência e
desânimo.
Desse modo, ao contrário do que muitos pensam, o indivíduo viciado em café
apresenta-se mais sonolento com o passar do tempo, pois, apesar de a cafeína tirar o
sono por seu efeito estimulante (primário), estimula-o por seu efeito depressor
(secundário).
Ou seja, quanto mais o indivíduo ficar estimulado pela ingestão de café, mais sonolento
ficará quando a cafeína não exercer mais sua ação direta e primária no organismo após
sua eliminação.
Para manter o estado de vigília, o indivíduo tem de ingerir mais café, em um círculo
vicioso.
Determinada droga de meia-vida curta terá ação imediata. À medida que o paciente ingere
novas doses da droga, torna-se evidente o efeito rebote após a suspensão abrupta da droga.
Entretanto, uma droga de meia-vida longa, com excreção lenta, produzirá o efeito rebote mais
tardiamente, desde que ocorra sua suspensão abrupta.
Os toxicômanos fornecem exemplos preciosos da ação dupla e inversa das drogas. No usuário de
ópio, na fase primária de excitação, observamos os seguintes sintomas, entre outros: diminuição
da excitabilidade nervosa, abolição da dor, sonolência e estado particular de sonho.
Na fase secundária de reação orgânica, notamos os seguintes sintomas: irritabilidade excessiva,
dores espasmódicas, insônia, superexcitação mental.
O quadro proporcionado pela reação secundária do organismo às drogas que viciam
é muito desagradável, levando o indivíduo à ingestão de novas doses.
Para o organismo antagonizar os efeitos produzidos pela ação primária, tem de agir
mais fortemente por meio de seus efeitos secundários.
Para manter os sintomas primários, que lhe proporcionam o “bem-estar”
passageiro, o viciado vai aumentando gradativamente a dose (tolerância) até que
uma dose fortíssima (overdose), de caráter letal, promova a inibição dos centros
nervosos, com consequentes coma e morte.
FARMACOLOGIA DOS CONTRÁRIOS
Com base na constatação de que uma droga é capaz de despertar dois efeitos no
organismo, Hipócrates assumiu duas linhas específicas de tratamento: a lei dos
contrários e a lei dos semelhantes.
Para ele, era conveniente “sempre tratar, pelos contrários ou pelos semelhantes,
qualquer que fosse o mal e de onde ele viesse”.
A medicina alopática emprega a lei dos contrários para o tratamento de seus
pacientes.
Hahnemann fez referência a quatro diferentes maneiras de medicar:
1. Alopática.
2. Enantiopática.
3. Homeopática.
4. Isopática.
O método alopático, do grego allo, diferente; e pathos, sofrimento, tende a desenvolver no
homem sadio sintomas diferentes em relação àqueles apresentados pela doença a ser curada.
Ex.: prescrever antibióticos ou antiparasitários.
O método enantiopático, do grego enantios, contrário, oposto; e pathos, sofrimento, produz no
homemsadio efeitos contrários (antipáticos) àqueles apresentados pelo doente. Ex.:
antitérmicos ou antiácidos.
O método homeopático, do grego homoios, semelhante; e pathos, sofrimento, faz uso de
substâncias que produzem no homem sadio sintomas semelhantes àqueles apresentados pelo
doente. Ex.: tratar cardiopatias com digitalina e metrorragias com ergotina.
O método isopático, do grego isos, o mesmo; e pathos, sofrimento, é o método terapêutico que
promove o tratamento da doença pelo mesmo princípio infeccioso que a produziu. Ex.: vacinas
ou agentes dessensibilizantes.
Entretanto, a medicina convencional, apesar de utilizar os quatro métodos
terapêuticos referidos por Hahnemann, ainda que de maneira inconsciente, é
chamada erroneamente de medicina “alopática”.
Neste livro, adotamos o termo alopatia como sinônimo de enantiopatia, em
decorrência de seu uso tradicional.
Vejamos, a seguir, um exemplo de tratamento pela lei dos contrários de paciente
que apresenta indisposição, sonolência, fadiga e bradicardia como sintomas.
Ele receberá uma droga produtora de efeitos estimulantes, primários, para neutralizar
esses sintomas.
Enquanto a concentração da droga permanecer alta no sangue, o paciente se sentirá
“curado”.
Entretanto, para retornar à homeostase inicial, o organismo reagirá ao estímulo que a
droga provocou, produzindo efeitos opostos, depressores, secundários.
Quando essa droga for eliminada do organismo, o paciente voltará a sentir aqueles
sintomas, porém mais fortes, pois o organismo produziu efeitos depressores contra a
ação estimulante que a droga proporcionou em seu efeito primário
Para evitar esse efeito rebote (reação secundária) e manter a concentração
sanguínea da droga em patamar suficiente para produzir o efeito estimulante
(ação primária), o paciente receberá, periodicamente, novas doses da droga.
Suponhamos que os sintomas apresentados por esse paciente fossem
relacionados a uma depressão causada pela perda de um filho muito querido.
Ao receber a droga estimulante os sintomas seriam extintos, mas a causa do
problema não. A não aceitação dos fatos da vida exigirá a continuidade do
tratamento enantiopático.
Se o paciente optar por interromper o tratamento, seu estado se agravará em
função do efeito rebote, cujos sintomas são semelhantes aos provocados pela
depressão.
Com isso, o paciente retomará o tratamento. Com o uso prolongado da droga,
ele se tornará dependente.
No início do tratamento ele apresentava estado depressivo; agora tem de
combater dois problemas: a doença e a dependência química.
Relacionando o efeito rebote ao efeito de abstinência (dependência física à droga), encontramos
na literatura farmacológica moderna inúmeras constatações da manifestação da reação
secundária:
As explicações para os efeitos observados com a abstinência da droga, discutidos agora,
refletem algumas implicações importantes para a dependência das drogas.
Os sinais e sintomas de uma verdadeira abstinência da droga são, em geral, exatamente opostos
aos efeitos agudos desta, de modo que drogas estimulantes podem provocar depressão e
lassitude por ocasião da retirada, enquanto ansiolíticos podem causar ansiedade grave.
Hahnemann combateu o método terapêutico dos contrários por julgá-lo
prejudicial aos doentes.
Afirmou que, após uma pequena pausa promovida pelos medicamentos
alopáticos, a doença piora. Isso porque o efeito primário, promovido pela ação
do medicamento paliativo, induz à manifestação de um efeito secundário do
organismo semelhante à doença.
Nos livros clássicos de farmacologia encontramos vários exemplos de
intensificação dos sintomas da doença após descontinuação ou suspensão
abrupta de medicamentos.
Todavia, o efeito rebote, que é apenas a reação secundária de Hahnemann, é
tido como um efeito indesejável, sendo muito pouco estudado.
Como exemplo evidente da observação do efeito rebote (secundário) após a
suspensão da droga, apresentamos, a seguir, alguns relatos experimentais desse
fenômeno, citados por Teixeira (1998, 1999), em indivíduos submetidos a
tratamento farmacológico clássico e referendados no United States
Pharmacopeia Dispensing Information (USPDI) e no American Hospital
Formulary Service (AHES).
❖Bloqueadores beta-adrenérgicos (atenolol, propranolol, timolol etc.)
❖Indicação terapêutica: arritmia ventricular.
❖Efeito rebote: batimentos cardíacos rápidos ou irregulares. A suspensão brusca pode causar taquicardia
ventricular. (USPDI, 1996, p. 579)
❖Nitratos
❖Indicação terapêutica: hipertensão arterial.
❖Efeito rebote: pacientes que consomem nitroglicerina cronicamente relatam efeito rebote nos 
parâmetros hemodinâmicos após a suspensão da droga. (AHFS, p. 959).
❖Dopamina
❖Indicação terapêutica: hipotensão aguda.
❖Efeito rebote: hipotensão arterial. (USPDI, 1994, p. 1234; AHFS, p. 620)
❖Barbitúricos
❖Indicação terapêutica: ansiedade, tensão e apreensão.
❖Efeito rebote: ansiedade, nervosismo e inquietude. (USPDI, 1996, p. 511)
❖Benzodiazepínicos
❖ Indicação terapêutica: crise convulsiva.
❖Efeito rebote: convulsões. (USPDI, 1996, p. 542; AHES, p. 1129) 
❖Haloperidol
❖ Indicação terapêutica: distúrbios psicóticos.
❖Efeito rebote: exacerbação dos sintomas psicóticos. (USPDI, 1996, p. 1593; AHEFS, p. 1205)
❖Codeina
❖Indicação terapêutica: tratamento da dor.
❖Efeito rebote: dores generalizadas. (USPDI, 1996, p. 2216; AHFS, p. 1069)
❖Cafeína
❖Indicação terapêutica: tratamento das cefaleias vasculares; coadjuvante da analgesia.
❖Efeito rebote: dor de cabeça; aumento da sensibilidade ao tato ou à dor. (USPDI, p. 683; 
AHES, p. 1235)
❖Corticosteroides - via nasal (beclometasona, dexametasona)
❖Indicação terapêutica: estados alérgicos e inflamatórios nasais (p. ex., rinite).
❖Efeito rebote: congestão nasal contínua, aumento não habitual de espirros, ardor, secura ou
outra irritação no interior do nariz. (USPDI, 1996, p. 942; AHES, 1546)
❖Paracetamol
❖Indicação terapêutica: tratamento da febre.
❖Efeito rebote: febre inexplicável. (USPDI, 1996, p. 3; AHFS, p. 1104)
FARMACOLOGIA DOS SEMELHANTES
Para Hahnemann, o verdadeiro e sólido método de cura está no emprego da lei dos
semelhantes.
Com a administração de uma droga capaz de provocar no homem sadio sintomas
semelhantes aos que se deseja curar no doente, o organismo, por meio da reação
secundária, reagirá contra a doença artificial provocada pela droga, semelhante à
doença natural, eliminando-a e promovendo o equilíbrio orgânico.
Se os médicos tivessem sido capazes de refletir sobre esses tristes resultados do
emprego de medicamentos antagônicos, teriam, então, há muito tempo descoberto a
grande verdade: que é justamente no oposto de tal tratamento antipático dos sintomas
da doença que deve ser encontrado o verdadeiro e sólido método da cura.
Eles teriam percebido que, assim como uma ação medicamentosa antagônica (medicamento
empregado de modo antipático) tem alívio apenas temporário, agravando-se sempre após sua
ação, o procedimento oposto, o emprego homeopático dos medicamentos, de acordo com a
semelhança dos sintomas, deveria, necessariamente, realizar uma cura duradoura e perfeita se,
nesse processo, o oposto de suas grandes doses, as doses mais diminutas fossem empregadas
[...]. (Hahnemann, $ 61, 1996)
Vejamos, a seguir, um exemplo de tratamento pela lei dos semelhantes de paciente portador
dos mesmos sinais e sintomas apresentados pelo doente do exemplo anterior (indisposição,
sonolência, fadiga e bradicardia).
Ele receberá uma droga que produzirá efeitos depressores, primários, exatamente para
estimular o organismo a reagir contra esses sintomas.
Enquanto a concentração da droga permanecer alta no sangue o paciente se
sentirá muito pior, pela soma dos sintomas naturais relacionados à doença com
os sintomas artificiais provocados pela droga (agravação homeopática).
Entretanto, para manter a homeostase, o organismo reagirá à depressão que a
droga provocou, produzindo efeitos estimulantes secundários.
Quando a droga depressora for eliminada, o pacientese sentirá melhor, pois o
organismo produziu efeitos estimulantes contra a ação depressora que a droga
proporcionou em seu efeito primário.
No início de sua carreira como homeopata, Hahnemann não utilizava
medicamentos diluídos e potencializados.
Ele empregava drogas em concentrações elevadas, o que ocasionava a referida
agravação inicial dos sintomas.
Atualmente, a cura por meio da terapêutica dos semelhantes pode ser explicada
com o conceito de homeostase - tendência que os organismos vivos apresentam
de manter um estado de equilíbrio interno, apesar das variações do meio
ambiente externo.
Sob a ação de estresses internos e externos, o sistema nervoso pode modular o sistema
imunoendócrino, por meio dos nervos e das glândulas.
Cada hormônio da glândula pituitária posterior está sob o controle neuroendócrino do
hipotálamo.
Sua secreção pode ser influenciada por estímulos vindos de outras glândulas
distribuídas pelo corpo e por influências ambientais, ritmos do sono, estresse físico e
emocional.
Cada um desses hormônios tem efeito direto ou indireto na resposta imunológica e
vice-versa.
Por outro lado, o sistema imunológico gera sinais que são captados para alterar a atividade do
sistema nervoso central, proporcionando resposta modulatória neuro endócrina e sinais
nervosos autonômicos, promovendo uma regulação em feedback sobre a sua própria atividade.
Essa comunicação provocada pelo sistema nervoso central proporciona uma melhora do sistema
imunológico.
Desse modo, existe uma vasta rede de comunicação pela qual o organismo age como um ser
bio-psíquico-mental, por meio da fisiologia integrativa patrocinada pelo sistema
neuroimunoendócrino.
Hahnemann atribuía à força vital o papel de manter o equilíbrio entre estes três níveis
dinâmicos: físico, emocional e mental.
O exemplo mais esclarecedor da neuroimunomodulação é demonstrado pela ativação
da secreção da glândula suprarrenal, que ocorre em resposta a estímulos inflamatórios.
Quando o organismo reage a uma agressão aos tecidos, ele o faz por meio de células de
defesa, fatores quimiotáticos e mediadores químicos acionados pela comunicação entre
os sistemas nervoso, endócrino e imunológico.
O resultado dessa complexa resposta é a inflamação. Com esses dois exemplos
procuramos atualizar a visão de como a força vital opera no controle da homeostase
orgânica.
A ENERGIA MEDICAMENTOSA
Para evitar a agravação dos sintomas, a homeopatia emprega medicamentos diluídos e 
potencializados por meio do processo de dinamização.
Dessa forma, é rara a ocorrência de sintomas primários perceptíveis, a não ser em 
indivíduos suscetíveis. 
O medicamento dinamizado é o estímulo necessário para despertar a reação vital. 
Com a diluição da droga, a agravação é controlada; e com a potencialização, a reação 
orgânica é estimulada ainda mais no sentido da cura.
O principal entrave para explicar cientificamente o fenômeno homeopático está nas
diluições elevadas empregadas nos medicamentos homeopáticos.
Sabemos que o efeito farmacológico aumenta com a concentração da droga.
Todavia, com o processo de dinamização, ou seja, com o emprego de doses mínimas
potencializadas, até mesmo na ausência de moléculas da droga original, ocorre uma
ação farmacológica de sinal contrário, a reação secundária.
Como explicar a ação homeopática de substâncias ausentes em uma solução?
Esta questão é difícil de ser respondida com o conhecimento científico atual.
Todavia, não podemos descartar a existência de um fenômeno reprodutível.
Essa reprodutibilidade vem sendo demonstrada por meio de experimentos biológicos e
divulgada em artigos publicados em revistas indexadas, livros e conferências.
Entre essas pesquisas, citamos os trabalhos de Youbicier (J. Int. Immunotherapy, 1993),
Endler (Veterinary and Human Toxicology, 1995) e Bastide (Signals and Images, 1997).
O medicamento dinamizado, semelhante à enfermidade potencializada, faz o
efeito primário passar despercebido, a não ser nos indivíduos suscetíveis;
entretanto, desperta o efeito secundário do organismo. Essa é a razão de seu
uso.
A concentração de um medicamento homeopático é proporcional a 100-n molar, sendo 
n o grau de dinamização (diluições sucessivas, seguidas de agitações).
O limite de Avogadro é superado quando n > 12, ou seja, a partir de uma diluição 100-12 
não há mais moléculas da droga original. 
Desse modo, a ação do medicamento homeopático não depende da presença de 
moléculas da droga. 
Todavia, existe uma “informação”, algum tipo desconhecido de energia, uma vez que os 
organismos vivos reagem a ela. 
À energia produzida pelas agitações deve ser a responsável pela transferência 
das informações medicamentosas à solução.
Atualmente existem duas linhas de pesquisa que tentam explicar o fenômeno 
das ultradiluições homeopáticas: a hipótese molecular e a não molecular. 
A primeira linha busca associar aos medicamentos homeopáticos alterações 
estruturais nas moléculas do solvente (tamanho e ângulo).
Demangeat (1992), empregando técnicas de ressonância nuclear magnética, observou que as
moléculas da água dos medicamentos homeopáticos apresentavam alterações em seus
tamanhos e ângulos.
Giudice (1988), Lobyshev (1999) e Lo (2000), empregando técnicas de espectroscopia de
infravermelho e Raman, descreveram modificações na auto-organização das moléculas da água
após o processo de dinamização, originando quase cristais, formados por ligações de hidrogênio
entre as moléculas da água (clusters).
Esses e outros trabalhos mostram, de modo experimental, que o soluto impõe a estruturação de
clusters; campos elétricos, correntes elétricas, ultrassons e agitações alteram as propriedades da
água, originando-os; seu tamanho e geometria são responsáveis por modificações das
propriedades físico-químicas da água (condutividade elétrica, pressão de vapor, tensão
superficial etc.).
Campos magnéticos enfraquecem e quebram as ligações
de hidrogênio destruindo os clusters, os quais se aderem
fortemente às superfícies sólidas. Temperaturas
superiores a 60°C os degradam.
Apesar das evidências experimentais e dos relatos sobre
as alterações do comportamento da água após ser
submetida ao processo de dinamização, não há resultado
cientificamente conclusivo sobre o mecanismo de ação
dos medicamentos homeopáticos.
A segunda linha baseia-se na ideia de que a informação contida em uma substância
exerce papel de significante biológico capaz de gerar modificações fisiológicas, após sua
interpretação pelo organismo (teoria dos significados corporais), de acordo com Bastide
(1997) e Zacharias e Zacharias (1997).
A palavra “informação” é usada com base na observação experimental de que
propriedades físico-químicas de uma substância podem ser transmitidas nas
dinamizações.
Segundo a teoria dos significados corporais, sistemas em interação podem trocar
informação não molecular.
Os organismos vivos são capazes de intercambiar informação com o mundo exterior, 
sendo que essa informação, ao circular em seu interior, permite trocas em cada nível. 
À informação não existe sem três elementos fundamentais: a matriz da informação, a 
mediadora da informação e o receptor da informação. 
O organismo vivo atua como um sistema aberto que ressoa com os acontecimentos 
provenientes do ambiente externo que tenham sentido para ele.
Dessa forma, enquanto o insumo ativo é a matriz da informação, a água (clusterizada) é 
sua mediadora. O doente, por sua vez, é o receptor sensível, capaz de ler e traduzir a 
informação.
Essa linha de pesquisa permite a comparação de resultados experimentais.
As hipóteses molecular e não molecular oferecem caminhos teóricos para a construção de
modelos conceituais que possam explicar o mecanismo de ação dos medicamentos
homeopáticos.
Esses modelos devem considerar a capacidade de auto-organização das moléculas da água
diante de uma informação passada pelo processo de dinamização, bem como a capacidade dos
corpos vivos de interpretá-la.
À maneira pela qual essa informaçãoinfluencia a formação dos clusters e age terapeuticamente
sobre os organismos vivos é uma questão fundamental que se vem tentando esclarecer.
O filósofo Friedrich Nietzsche diz que frente ao desconhecido o primeiro instinto
humano é: “qualquer explicação é preferível a falta de explicação”.
Por isso, os céticos comodistas passaram séculos dizendo para si mesmos que a
ultradiluição é impossível, buscam o alívio, pois o desconhecido é perigoso.
Excluem o imprevisto das possibilidades e, pior, impedem a sua investigação.
Um livro de farmacologia convencional (Rang – Dale) muito utilizado pelos alunos de medicina
ilustra bem já em seu primeiro capítulo essa postura preconceituosa frente à farmacologia
homeopática:
“O sistema (da Homeopatia) rapidamente desviou-se para o absurdo: por exemplo, Hahnemann
recomendou o uso de diluições de 1: 1060, equivalente a uma molécula na órbita de Netuno”.
Para a farmacologia clássica, entender a ação dos medicamentos é estudar “interações químicas
convencionais entre fármacos e tecidos”.
Para a Homeopatia, entender a ação dos remédios é observar aquilo que provocam na
totalidade (mental-geral-físico) do sujeito.
A pergunta que sempre se fez é: - Será possível que a água, na qual a substância 
foi diluída, possa produzir efeitos farmacológicos mesmo na ausência da 
substância?
Hahnemann respondeu à mesma questão nestes termos: “Algo que de fato 
ocorre deve ao menos ser possível”.
Para o bom cientista, primeiro vêm os fatos e depois as explicações. E o fato é 
este: há 200 anos os homeopatas observam curas e patogenesias 
desencadeadas por medicamentos ultradiluídos. 
Lei de Arndt e Schultz