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10. FEROMÔNIOS - São substâncias químicas utilizadas na comunicação entre indivíduos da mesma espécie. - O termo feromônio é derivado do grego, sendo a palavra composta de duas outras: "pherein"= carregar e "hormon"= estimular (=mensageiro químico). - A comunicação através de feromônios é essencial à sobrevivência e propagação da maioria das espécies de insetos. Essencial entre os grupos sociais, tais como abelhas, formigas e cupins cuja organização da colônia exige a divisão do trabalho. - Comunicação associada à aproximação dos sexos, defesa, alimentação, etc. - A secreção do feromônio não é necessária ocorrer em glândulas definidas; uma excreção cuticular pode também ser um feromônio. DEFINIÇÕES - Semioquímicos: todas as substâncias químicas que envolvem a comunicação entre os seres vivos. Dividem-se em: aleloquímicos - interação interespecífica feromônios - interação intraespecífica - Os Aleloquímicos dividem-se em: 1) Cairomônios - quando a substância beneficia o receptor. Ex. Cardiochiles sp. (Hymenoptera) é atraído por secreções mandibulares da lagarta de Heliothis virescens; o Trichogramma evanescens é atraído pelo tricosano presente nos ovos de Helicoverpa zea. 2) Alomônios - quando a substância química beneficia o emissor. Ex. Pentatomídeos (percevejo maria fedida) apresentam glândulas que liberam substâncias repelentes. Formigas da família Formicidae liberam o ácido fórmico para expulsar outras espécies ou predadores. 3) Sinomônios - quando as substâncias químicas trazem benefício mútuo. Ex. Ao serem picadas pelo pulgão Brevicoryne brassicae, as crucíferas liberam o isotiocianato de alila que atrai o parasitóide de pulgões, Diaretiella rapae. 4) Apneumônio - quanto as substâncias liberadas por matéria morta atraem parasitóides. 10.2 PRINCIPAIS GRUPOS DE FEROMÔNIOS - sexuais - marcadores de trilha - alarme, agregação, etc.. 10.2.1 FEROMÔNIOS SEXUAIS - São substâncias químicas liberadas por indivíduo para a atração de indivíduos do sexo oposto, com propósito de reprodução. - Freqüentemente, as fêmeas é que liberam os feromônios sexuais. Portanto, são duvidosos as chances de controle utilizando o feromônio do macho (curta distância). Com exceção do Anthonomus grandis (bicudo do algodoeiro), onde o feromônio sexual produzido pelo macho é mais potente que aquele produzido pela fêmea. - Os feromônios sexuais já foram demonstrados em centenas de insetos de diferentes Ordens ( Lepidoptera, Hymenoptera, Coleoptera, Diptera, etc.). Em muitos casos a natureza química das substâncias já é conhecida). 10.2.1.1 NATUREZA QUÍMICA DOS FEROMÔNIOS SEXUAIS LEPIDOPTERA 1) Bombyx mori (bicho da seda) - primeiro feromônio sexual cuja natureza química foi isolada e identificada quimicamnete (1955), pelos alemães. CH3(CH2)CH = CHCH = CH(CH2)8CH2OH (BOMBICOL: atraente sexual) = álcool de cadeia longa: é produzido pelas fêmeas através de glândulas laterais do último segmento do abdome. A fêmea retrai e expõe as glândulas laterais regulando a soltura do atraente. - 10-12 g/cm3 desse feromônio é capaz de estimular machos. 2) Pectinophora gossypiella (éster acetato) (CH3(CH2)2(2C = CH(CH2)CH = CH(CH2)3CH2OCCH3 Grapholita molesta (mariposa do pêssego e figueira) Trichoplusia ni (lagarta medideira da soja= éster acetato) B) COLEOPTERA Diabrotica unidecimpuctata Acanthoscelides obtectus (caruncho do feijão) 3) Tenebrio molitor = tanto a fêmea como o macho produz os feromônios sexuais específicos no último segmento abdominal. C) HYMENOPTERA Apis mellifera (derivado do ác. carboxílico com um radical cetona) CH3C (CH2)5CH = CHCOOH - O extrato mandibular da rainha não é apenas para atrair os zangões sexualmente, mas também para estabilizar os enxames de abelha, atraindo operárias na colônia. 10.2.2 FEROMÔNIOS DE AGREGAÇÃO - São substâncias químicas que um vez liberadas numa área (local) resultam no influxo de indivíduos para a mesma área. - Substâncias produzidas por machos e fêmeass, e que também são atraídos por ambos os sexos. - Substâncias associadas à atração para um local adequado em termos de alimentação (adaptação). - Feromônios muito estudados no caso de besouros da família Scolitidae (broca da seca da mangueira). - Feromônio estrategicamente liberado no lúmen do proctódeo (fezes) - Gênero Ips versus árvores do olmo ("elm tree) na Inglaterra. 10.2.3 FEROMÔNIOS MARCADORES DE TRILHA - Substâncias químicas cuja função é marcar uma trilha (caminho, pista) entre o local de alimentação e a colméia ou ninho. Típico de insetos sociais. - Ex. Bombus sp. (mamangava) - produz o feromônio marcador de trilha através das glândulas mandibulares. CH2=C-CH2-CH2-CH2CHCOCHO (hidroxicitronelal =aldeído) - Feromônios marcadores de trilha são muito comuns em formigas. Ex. Formica rufa utiliza o ácido fórmico como marcador de trilha. - as abelhas são atraídas pelos membros da mesma espécie, mas não da mesma colméia. O odor é produzido pelas glândulas de Nassanoff situadas no abdome. É digno de nota que em Bombus sp., os órgãos abdominais soltam o atraente sexual e glândulas mandibulares o feromônio marcador de trilha; em Apis mellifera a substância marcadora de trilha é solta pela glândula abdominal, e a glândula mandibular é responsável pelo feromônio sexual. 10.2.4 FEROMÔNIOS DE ALARME - Resultado de uma mistura de substâncias. Os soldados de dois gêneros de Termitidae secretam produtos defensivos que são fortificados com terpenos, sendo que estes funcionam como feromônios de alarme. - Presentes em insetos que dão ferroadas como abelhas, vespas, etc., que quando o fazem, injetam junto com o veneno uma substância que serve de alarme para os espécimens. - Substâncias químicas utilizadas para alarmar indivíduos de mesma espécie para a presença de inimigos naturais. - Também comuns em insetos sociais. Ex. Apis - glândula produtora do feromônio de alarme está associada à base do ferrão (glândula diferente da glândula de veneno). Os zangões e a rainha de Apis mellifera não produzem o feromônio de alarme, por outro lado, tanto as operárias como as rainhas de espécies de Vespas, produzem este feromônio, embora a rainha não participe da defesa do ninho. - Em vespídeos, a glândula de veneno contém substâncias que atuam como feromônio de alarme. - Em muitos insetos o feromônio de alarme é produzido por glândulas presentes na cabeça. - Em pulgões, o feromônio de alarme é liberado através dos sifúnculos. - Em Formicinae, os membros do gênero Formica, os feromônios de alarme parecem ser produzidos na Glândula de Dufour. O conteúdo desta glândula é secretado em mistura com veneno rico em ácido fórmico. - Portanto, os feromônios de alarme são os menos específicos dos feromônios. NATUREZ QUÍMICA DOS FEROMÔNIOS DE ALARME Apis mellifera - 2-heptanona Trigona sp. - 2 - nonanona Atta sp. - 4-metil-3-heptanona Cupins (Drepanotermes sp.) - limonemo 10.3 EMPREGO DOS FEROMÔNIOS A) MONITORAMENTO - No manejo de pragas, o monitoramento é usado para detectar a presença ou a ausência de uma espécie de praga para medir o aumento ou a diminuição da população entre gerações, e como tentativa de medir a população em relação ao dano potencial, o que contribuiria para a determinação da época de aplicação de medidas de controle na cultura. B) COLETA MASSAL OU ANIQUILAÇÃO DE MACHOS - Consiste na captura de insetos (90 a 95% dos machos) por meio de um sistema de armadilhas, contendo feromônios, capaz de remover um número significante de indivíduos, reduzindo a população a níveis econonicamente aceitáveis. C) CONFUNDIMENTO - Consiste na impregnação da área com feromônios sintéticos, visando o rompimento do sistema normal de comunicação entre os indivíduos, reduzindo a probabilidade de encontros e/ou agregação dos sexos e, consequentemente, de acasalamentos. Isto ocorre devido:a) adaptação sensorial e habituação do sistema nervoso central dos insetos; b) mascaramento da pluma do feromônio natural e c) desvio da pluma natural através da formação de trilhas alternativas.
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