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Roteiro de Estudos_ Questão Social e Serviço Social

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL – EaD
ESTUDO DIRIGIDO: QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL
Este roteiro de estudos dirigido, apresenta as principais ideias trabalhadas nas aulas, mas isto não significa que este deve seu ser o único material a ser estudado para as provas, também é preciso assistir às vídeo-aulas e ler o material para impressão. 
Vamos lá!
· Os séculos XIV e XV são marcados pela ascendência da burguesia, que concentrava nas mãos tanto o poder político, quanto econômico. Nesta fase, há uma crescente necessidade de mão de obra. 
· A formação da classe trabalhadora vimos os principais fatores:
· Substituição do modo de produção manufatureiro pelo industrial.
· Deslocando os camponeses para a cidade.
· A classe empobrecida de camponeses, pequenos produtores e artesãos destituídos de meios de produção para sobreviver foi compelida a vender sua força de trabalho às fábricas\indústrias nas cidades. 
· A demanda contínua de mão de obra para atender a crescente produção fabril leva a uma concentração operária que passa a viver ao redor das fábricas. Sobre as condições de vida destes trabalhadores, temos – Salários baixos, condições de trabalho insalubres e inseguras, moradias em péssimas condições ou a falta das mesmas, alimentação insuficiente, saúde debilitada, precarização da qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias. 
· O progresso do Capitalismo no século XVIII ( ) ... que enchia de entusiasmo os donos do capital, ocultava uma dura realidade: se fizera às custas da exploração da classe trabalhadora, cujo processo de pauperização caminhara com a mesma intensidade em que se dera a concentraçao da riqueza nas mãos burguesas. (Martinelli, pg 42). Neste sentido, se constituiu como processo de pauperização da classe trabalhadora. – 12 a 16h de trabalho diárias, condições de trabalho insalubres e inseguras, moradias precárias e insuficientes, saúde fragilizada, famílias com recursos mínimos para se sustentar.
· A revolução Industrial (inicialmente na Inglaterra, no século XVIII e na Alemanha no início do século XIX) é considerada um dos fenômenos históricos que transformou o modo como os homens se organizam em sociedade. Estas transformações envolvem a Substituição do modo de produção manufatureiro pelo industrial; movimentação dos trabalhadores do campo para as cidades; transformação de artesãos e camponeses em assalariados industriais; submissão dos trabalhadores aos donos dos meios de produção; condições de trabalho inseguras e insalubres; qualidade de vida precária dos assalariados.
· A questão social é um fenômeno histórico característico da expansão do capitalismo. Maria Lúcia Martinelli, em seu livro: Serviço Social: identidade e alienação, considera questão social como o amplo espectro de problemas sociais que decorrem da instauração e da expansão da industrialização capitalista. É a expressão concreta das contradições entre o capital e o trabalho no interior do processo de industrialização capitalista’. (MARTINELLI, 2010, p.63). Marilda Iamamoto entende questão social como: “o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura [...]” (IAMAMOTO, 2010, p.27).
· No século XIX (1869), em Londres, surge a Sociedade de Organização da Caridade com a responsabilidade pela prática da assistência pública.
· Neste período os trabalhadores e a organização dos sindicatos fortaleciam-se para lutar contra as precárias condições de trabalho e de vida. A burguesia, preocupada em coibir estas iniciativas, alia-se ao Estado e a Igreja. Formam um grande bloco reacionário e coercitivo que objetivava conter as manifestações da classe trabalhadora. O resultado concreto dessa união foi a Sociedade de Organização da Caridade.
· O Serviço Social enquanto profissão tem suas raízes nas contradições e expressões sociais inerentes ao capitalismo, na Inglaterra, em 1869. O surgimento do Serviço Social se dá com a criação da Sociedade de Organização da Caridade, estratégia de controle social utilizada pela burguesia para conter as manifestações e as lutas dos trabalhadores e, desta forma, manter a ordem social.
· A racionalização da prática da assistência se consolida, de fato, no final do século XIX, momento em que os trabalhadores ingleses estavam mais articulados e organizados na defesa da causa operária. A Sociedade de Organização da Caridade se ocupou em promover a organização das atividades da assistência com o propósito de controle social e estratégia pra conter a ameaça que a força política do movimento dos trabalhadores representava. 
· No contexto da profissionalização da assistência é substancial a influência de Mary Richmond como a pioneira em pensar a sistematização desta prática. Sua concepção sobre a questão social não divergia da concepção burguesa de que a pobreza e os problemas a ela associados eram uma questão de caráter. Sendo assim, Mary Richmond, “concebia a tarefa assistencial como integradora e reformadora do caráter” (MARTINELLI, 2010, p.106).
· É no decorrer do desenvolvimento da sociedade capitalista que o Serviço Social alicerça-se como especialização do trabalho. A institucionalização do serviço social como profissão decorre da sistematização das práticas filantrópicas, mas com o decorrer do tempo o Estado também assume a responsabilidade para com situações decorrentes da desigualdade social e a assistência passa ser praticada também no âmbito das políticas públicas. Sendo assim, vale lembrar que no cotidiano do trabalho os assistentes sociais atuam com as mais diversas expressões da questão social, na área da saúde, na assistência social, na área habitacional, na educação, no sócio jurídico, etc. (IMAMOTO, 2010)
· É no decorrer do desenvolvimento da sociedade capitalista que o Serviço Social alicerça-se como especialização do trabalho. A partir da relação de compra e venda da força de trabalho, o produto do trabalho do assistente social é o serviço prestado, o atendimento, o encaminhamento e o resultado dessas ações. (GUERRA, 2011)
· No cotidiano do trabalho os assistentes sociais atuam com as mais diversas expressões da questão social. 
· Na a área da assistência estão as situações decorrentes do desemprego e baixa renda, dificuldades de acesso à alimentação, situações de violência de natureza diversa, situações de risco enfrentadas por crianças e idosos, etc...
· Na área da saúde as expressões da questão social se manifestam na falta de leito hospitalares, na dificuldade de acesso a medicamentos, nas dificuldades de prevenção de diversas doenças, etc...
· Na educação há o analfabetismo e suas implicações, a dificuldade de acesso à profissionalização que afeta as oportunidades de trabalho e a geração de renda.
· Na área habitacional a inexistência de programas habitacionais que supram o atendimento do contingente de famílias de baixa renda e atendam suas necessidades de moradia digna. Habitações precárias e inseguras em áreas de risco, insalubres, sem saneamento, distantes do trabalho, etc...
· No Brasil as prática filantrópicas influenciaram fortemente a constituição do Serviço Social. O significado da palavra “filantropia”, de origem grega, (philos: amor, antropos: homem), está relacionada ao amor do ser humano por outros seres humanos, ou seja, amor pela humanidade. Como sugere Mestriner (2011), “no mais restrito, constitui-se no sentimento, na preocupação do favorecido com o outro que nada tem, portanto, no gesto voluntarista, sem intenção de lucro, de apropriação de qualquer bem”. (MESTRINER, 2011, p.14)
· Até o final do século XIX a escravidão era a forma como se produzia grande parte da riqueza do Brasil
· A escravidão - até o final do século XIX a escravidão era a forma como se produzia grande parte da riqueza do país. Nesse período as precárias condições de vida e de trabalho da população negra escrava (condições de moradia\ senzalas, o tratamento a eles dispensado (exaustivas horas de trabalhos, castigos, surras) eram a forma mais gritante de expressão da questão social. 
· Como a aboliçãoda escravatura se deu: a Lei Áurea em 1888 liberta os escravos, mas não garante nenhuma estabilidade ou condições de subsistência para os libertos. Coloca-os em situação de desemprego, sem moradias e sem condições de manutenção de suas necessidades básicas. (RODRIGUES; RODRIGUES; CASTRO; SILVA. 2014). Portanto, é possível afirmar que nesta forma de organização social estão as raízes da pobreza e do racismo.
· No Brasil, após 1889, o advento da transição Monarquia/República provoca mudanças no contexto político, social e econômico do pais. 
· A questão social se apresenta como produto da implantação do modo de produção capitalista industrial, mas com profundas marcas/heranças de uma desigualdade social historicamente produzida pela escravidão;
· concentração dos meios de produção em uma pequena parcela da sociedade - terras, indústrias, recursos naturais; 
· com a abolição da escravatura se institui o trabalho assalariado como forma de regime de trabalho; 
· grande parte dos fazendeiros nega-se a pagar pelo trabalho de ex-escravos, deixando essa população à margem do trabalho assalariado, e emprega imigrantes para o trabalho nas indústrias e nas fazendas de café.
· A extinção da escravidão e a regulamentação do trabalho assalariado provocam dois agravantes nas questões sociais brasileiras. 
· A situação de desemprego dos ex-escravos, uma vez que muitos fazendeiros se recusaram em pagar pelo trabalho dos mesmos;
· O aumento do contingente populacional que a imigração trouxe para o país para trabalhar na indústria e nas fazendas de café
· O Serviço Social apresenta uma trajetória histórica de vinculação com as instituições filantrópicas. Mas, há uma distinção entre a denominação genérica para assistência enquanto caridade e a Assistência Social. De acordo com Mestriner (2011), a Assistência Social pressupõe uma prática institucionalizada, que pode ocorrer tanto no setor público como no privado, desde que seja realizada a partir de um viés teórico, que decorra de estudos para sua efetivação.
· Durante décadas no Brasil a Assistência Social esteve sob responsabilidade de instituições não governamentais/sem fins lucrativos. Isto significa que durante muito tempo a Assistência Social era exercida na forma de doação de auxílio, de benesses e de favor, sendo que a atenção do Estado estava voltada ao apoio de organizações civis que prestavam serviços sociais de acordo com sua capacidade e/ou limitações e não de acordo com a demanda apresentada. Ainda, inexistia nessa relação o caráter de direito que a Política de Assistência Social atualmente estabelece, com o dever do Estado de garantir meios para a efetivação de tal direito. 
· “O terceiro setor não é um termo neutro, ele tem nacionalidade. É de procedência norte americana, contexto onde associativismo e voluntariado fazem parte de uma cultura política e cívica baseada no individualismo liberal”. O termo “terceiro setor” é construído com base num recorte social que atribui funções a esferas: o Estado (primeiro setor), o mercado (segundo setor) e a sociedade civil (terceiro setor), isolando a participação que cada um deles tem sobre a realidade social, pois, “é como se o 'político' pertencesse à esfera estatal, o 'econômico' ao âmbito do mercado e o 'social' remetesse apenas à sociedade civil, num conceito reducionista” (MONTAÑO, 2002, P. 53). 
· Com o surgimento das organizações do terceiro setor, o Estado transfere parte de suas responsabilidades para estas instituições, colocando-as à frente das atividades que atendem demandas da questão social. APAEs - Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais. São entidades filantrópicas sem fins lucrativos de direito privado. Atendem Pessoas com Deficiência Intelectual.
· Com o surgimento do terceiro setor o Estado passa a transferir suas responsabilidades com a questão social para este segmento. Isto pode acarretar alterações significativas nas relações de trabalho do Assistente Social.
· :As alterações podem ir desde as modalidades interventivas da ação profissional e condições de trabalho, até a demanda por profissionais especializados. A transferência da responsabilidade estatal com a questão social para o terceiro setor pode implicar, ainda, em uma tendência à redução de campos de trabalho e, consequentemente, de uma redução também na oferta de serviços sociais para o enfrentamento da questão social.
· Se partirmos do pressuposto de que o Estado é responsável por atender demandas da questão social, e que a intervenção estatal é financiada mediante contribuições de toda a sociedade, o Estado torna-se, portanto, um instrumento para a realização e efetivação de ações que se destinem a dar respostas às expressões da questão social. A redução do papel do Estado e de sua responsabilidade para com a questão social ocorre via a terceirização dos serviços que atendem demandas sociais. Desta forma, as instituições sem fins lucrativos são colocadas à frente de grande parte dos serviços prestados à população. 
· Com a redução das ações estatais no trato da questão social, os serviços e atendimentos prestados pelas instituições e organizações sem fins lucrativos, que compõem o terceiro setor, passam a ser primordiais àqueles que carecem de assistência. Toda a demanda social que passa a ser atendida pelas instituições sem fins lucrativos transforma-se, via de regra, em demanda emergencial – isto é, retirada dos seus fundamentos sistêmicos é transformada em demanda imediata, apenas tratada de forma assistencialista – sem constituir direito, sem garantia de permanência e como atividade curativa. ((MONTAÑO, 2002, p. 236).
· A partir de meados da década de cinquenta, com o advento da consolidação do capitalismo monopolista, isto é, com a chegada e instalação de grandes corporações internacionais no Brasil, ocorrem mudanças significativas também nas relações de trabalho. 
· Entre os elementos presentes nesse processo, a flexibilização é apontada como os principais fatores que levam a formação das expressões da questão social no pais. A flexibilização na regulação do regime de trabalho acarreta a precarização nas relações trabalhistas porque permite maior exploração do trabalhador, ao invés de garantir melhores condições de vida e de trabalho.
· Na formação social brasileira, um dos traços típicos do desenvolvimento capitalista consistiu precisamente em que se deu sem realizar as transformações estruturais que, noutras formações (v.g. as experiências euro-ocidentais), constituíram as suas pré-condições. No Brasil, o desenvolvimento capitalista não se operou contra o “atraso”, mas mediante a sua contínua reposição em patamares mais complexos, funcionais e integrados (NETTO, 1996, p. 18)
· A questão social no contexto do desenvolvimento do capitalismo brasileiro assume características singulares, as quais decorrem de dois processos.
· A questão social no contexto do desenvolvimento do capitalismo brasileiro assume características singulares, as quais decorrem do processo de implementação do capitalismo industrial e do acirramento das desigualdades produzidas por este processo. O processo de implementação do capitalismo industrial nos países periféricos, como é o caso do Brasil, acontece em período posterior aos países de capitalismo central, Estados Unidos e Europa.
· Os trabalhadores inseridos no mercado de trabalho, e portanto, empregados (formal e / ou informalmente) não estão isentos dos processos de pauperização. Não tem acesso a saneamento básico, habitação, educação, que determinam, por sua vez, problemas de saúde, assim por diante. (SANTOS, 2012, p. 134).
· A Os anos de 1930 a 1956 foram importantes para a formação do mercado de trabalho no Brasil. Consolida-se a centralidade da indústria na formação de empregos; - Acontece a implantação de uma nova estrutura industrial com base nas indústrias mecânicas, de material elétrico e comunicações, de material de transporte, química e de uma nova indústria metalúrgica; Há o processo migratório campo-cidade, delineando a formação do perfil urbano-industrial do trabalhador brasileiro.Os cinquenta anos de desregulamentação, ao contrário do que se apregoa, não resolveram o problema do mercado de trabalho informal, da falta de competitividade das empresas ou da excessiva conflitualidade das relações entre empregados e empregadores. Pelo contrário (NETO In: MATTOSO e OLIVEIRA (orgs.), 1996, p.331 &340). 
· A flexibilização na regulação do regime de trabalho no Brasil tem um marco histórico, o golpe militar de 1964. A marca mais expressiva desta flexibilização nas relações de trabalho é a precarização das condições de trabalho, representada pela alta rotatividade de mão de obra nos postos de trabalho em detrimento da garantia de estabilidade.
· O “desemprego” faz parte do conjunto de disparidades sociais produzidas pelo modo de produção capitalista e se traduz numa das mais centrais expressões da ‘questão social’” (SANTOS, 2012, p. 171). A noção de desemprego remete à situação do “não trabalho”, expressão inerente ao desenvolvimento do sistema capitalista e à criação do trabalho assalariado.
· A vinculação da noção de desemprego, enquanto não efetivação da venda da força de trabalho pelo trabalhador ao capital, decorre da divisão da sociedade em classes.
· Algumas das estratégias de desenvolvimento implantadas para a promoção da produção industrial com aspecto altamente concentrador de renda e de capital, promovem, “a queda do padrão de vida dos assalariados” (IAMAMOTO 2008, p.82), elevando a desigualdade social já existente no país. A expressão da questão social neste cenário foi o aumento da miséria de grande parte da população trabalhadora, traduzida pelo agravamento da desnutrição, aumento do número de doenças, aumento da taxa de mortalidade infantil e maior número de acidentes de trabalho. Estes aspectos da miséria tornam-se demandas sociais que requerem atendimento pelo Estado e pela sociedade.
· O termo “questão social” foi incorporado no pensamento conservador positivista para tratar da separação entre o econômico e o social, dissociando as questões tipicamente econômicas das “questões sociais”. (MONTAÑO, 2012, p.271). Os problemas sociais associados à pobreza, à miséria, eram tratados como um fenômeno natural e não como decorrentes da estrutura do sistema econômico. Neste contexto, as manifestações decorrentes da pauperização, são vistas como responsabilidade dos indivíduos e grupos (por exemplo: problemas de caráter e de ”vagabundagem”), e não como produto ou consequência da estrutura econômica e social. “Assim, se o problema social (a ‘questão social’) não tem fundamento estrutural, sua solução também não passaria pela transformação do sistema” (MONTAÑO, 2012, p.271).
· O liberalismo clássico concebe a pobreza e a miséria desvinculadas da estrutura econômica e social, uma vez que decorre de um fenômeno natural, onde os indivíduos e grupos pauperizados são responsabilizados pela situação em que se encontram. Primeiramente a pobreza no pensamento burguês estaria vinculada a um déficit educativo (falta de conhecimento das leis “naturais” do mercado e de como agir dentro dele). Em segundo lugar, a pobreza é vista como um problema de planejamento (incapacidade de planejamento orçamentário familiar). Por fim, esse flagelo é visto como problemas de ordem moral‑comportamental (malgasto de recursos, tendência ao ócio, alcoolismo, vadiagem etc.). (MONTAÑO, 2012, p.271).
· A concepção de questão social na perspectiva liberal perpassa pela responsabilização dos indivíduos por sua condição de pobreza, desvinculando suas raízes do processo de desenvolvimento do capitalismo, da exploração do trabalho. Diante do olhar conservador sobre a questão social, o tratamento para com a mesma também perpassa por medidas conservadoras. O tratamento para com a questão social perpassa medidas desenvolvidas a partir de ações filantrópicas e, orientadas pelos valores: moralizador (procurando alterar os aspectos morais do indivíduo) e comportamental (considerando a pobreza e as manifestações da “questão social” como um problema que se expressa em comportamentos, a solução passa por alterar tais comportamentos) [...] A ação é então a educação e a filantropia. Surgem assim os abrigos para “pobres” e as organizações de caridade e filantropia. (MONTAÑO, 2012, p.272)
· O capitalismo monopolista, isto é, a expansão capitalista com base no modelo fordista de produção, vincula a questão social ao mercado e estabelece um novo papel para o Estado. A questão social deixa de ser um problema de caráter dos indivíduos e passa a ser vista como parte do processo de desenvolvimento desse estágio do capitalismo. 
· As expressões da questão social são como “desajustes” na forma de distribuição dos bens e serviços produzidos socialmente. A falta de demanda ou consumidores para estes bens e serviços é causada pela “sobre oferta de força de trabalho não absorvida pela esfera produtiva”, isto é, pessoas desempregadas e, portanto, sem condições de consumir. O Estado intervém nas questões econômicas e sociais como suporte à nova fase de acumulação. Passa a atender tais carências e, ao mesmo tempo, cria condições para a produção e consumo de modo a movimentar o mercado, “incentivando a uma contenção do desemprego ou uma transferência de renda” (seguridade social e políticas sociais)” (MONTAÑO, 2012, p. 275).
· Uma das características centrais do pensamento neoliberal é a defesa de uma intervenção mínima do Estado na área social. A questão social volta a ser considerada como um problema dos indivíduos que padecem de assistência e, portanto, a responsabilidade com o atendimento das demandas sociais retorna às instituições filantrópicas. Isto significa que no neoliberalismo a “autoajuda, a solidariedade local, o benefício e a filantropia substituem o direito constitucional do cidadão de resposta estatal” à questão social (MONTAÑO, 2012, p. 276). Esta estratégia de enfrentamento é muito próxima da concepção liberal clássica (que atribui aos indivíduos a culpa pela sua condição de pobreza), por conceder às instituições filantrópicas a responsabilidade de atendimento às demandas.
· A questão social constitui objeto de pesquisa e intervenção do Serviço Social. Os assistentes sociais atuam na questão social em suas mais diversas expressões, constituindo-se a base da profissão. No entanto, a questão social não se configura objeto privativo do Serviço Social, na medida que outras profissões atuam no seu enfrentamento. Ou seja, sendo a questão social um conjunto de expressões das desigualdades sociais produzidas pelo modo de produção capitalista, ela se apresenta também como demanda às mais diversas profissões. A questão do objeto profissional deve ser inserida num quadro teórico-prático, não pode ser entendida de forma isolada. No contexto do paradigma da correlação de forças, o objeto profissional do serviço social se define como empoderamento, fortalecimento do sujeito, individual ou coletivo, na sua relação de cidadania [...] (FALEIROS, 1999 apud, MACHADO, 2016 p.04)
Bons estudos, e boa prova! 
Att, 
Tutoria Central!

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