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Curso Ênfase Mpf e Juiz Federal 2015 - Direito Administrativo - 369 páginas

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(
Direito Administrativo
)
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CUR50
ENFA5E
)
 (
Direito Administrativo
Aula 1
)
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Súmula vinculante 42-STF
DIREITO ADMINISTRATIVO
 (
SÚMULA VINCULANTE 42-STF:
É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
)SERVIDORES PÚBLICOS
Aprovada pelo Plenário do STF em 12/03/2015.
Conversão da súmula 681 do STF
A conclusão exposta nesta SV 40 já era prevista em uma súmula "comum" do STF, a súmula 681 do STF (de 24/09/2003) e que tem a mesma redação.
Por iniciativa do Min. Ricardo Lewandowski, atual Presidente da Corte, o Plenário do STF tem convertido em súmulas vinculantes algumas súmulas "comuns" com o objetivo de agilizar os processos e pacificar os temas. Essa súmula 681 foi uma das escolhidas e por isso sua redação foi transformada em súmula vinculante.
Remuneração de servidores vinculada a índices de correção monetária
Na época em que a inflação era ainda mais alta do que está atualmente, alguns Estados e Municípios, com boa intenção, editaram leis prevendo que a remuneração de seus servidores seria automaticamente reajustada de acordo com índices oficiais de correção monetária fornecidos por órgãos e entidades federais. Veja o seguinte exemplo concreto:
Lei Estadual n. °9.061/90 (Rio Grande do Sul):
Art. 6° - Os vencimentos dos quadros de Pessoal do Estado de que trata o art. 1° desta Lei serão reajustados nos meses de maio e julho de 1990.
§ 1° Quando o índice oficial da inflação correspondente aos meses de março e de maio for superior a 20%, serão concedidas antecipações dos reajustes referidos no "caput", nos meses de abril e de junho, respectivamente, que representarão a diferença entre aquele índice e o aludido percentual.
Vale ressaltar que o índice "oficial' de inflação é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é produzido pelo IBGE (fundação federal). Desse modo, o IPCA, por ser calculado pelo IBGE, é considerado um índice federal de correção monetária.
A previsão dessas Leis (como a acima mencionada) é constitucional?
NÃO. O STF entendeu que é INCONSTITUCIONAL a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
Violação à autonomia dos entes
Os Estados-membros e os Municípios são autônomos (art. 18 da CF/88).
Como entes autônomos, eles devem ter a liberdade de organizar seus órgãos públicos e respectivos servidores, fixando, inclusive, a remuneração de tais agentes.
Se a lei estadual ou municipal prevê que a remuneração dos servidores estaduais ou municipais ficará vinculada (atrelada) a índices federais de correção monetária, isso significa que, em última análise, quem terá o poder de reajustar ou não os vencimentos dos servidores estaduais ou municipais será a União. Dessa feita, isso retira do Poder Legislativo estadual ou municipal a autonomia de definir os reajustes dos servidores.
Se a lei estadual/municipal diz que os vencimentos dos servidores serão reajustados sempre que for reajustado o IPCA, na verdade, quem estará aumentando ou não a remuneração dos servidores estaduais/municipais será o IBGE (e não o respectivo ente).
Art. 37, XIII, da CF/88
Além disso, o STF também afirma que essa vinculação viola o art. 37, XIII, da CF/88:
Art. 37 (...)
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
Nova Súmula Vinculante 43 do STF comentadasegunda-feira, 27 de abril de 2015
O STF recentemente aprovou algumas novas súmulas vinculantes.
Confira abaixo:
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
STF. Plenário. Aprovada em 08/04/2015 (Info 780).
Conversão da súmula 685 do STF
A conclusão exposta nesta SV 43 já era prevista em uma súmula “comum” do STF, a súmula 685 do STF (de 24/09/2003) e que tem a mesma redação.
O Plenário do STF tem convertido em súmulas vinculantes algumas súmulas “comuns” com o objetivo de agilizar os processos e pacificar os temas. Essa foi uma das escolhidas.
Provimento
Provimento é o ato pelo qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu titular (Hely Lopes Meirelles). Existem duas formas de provimento: originário e derivado.
Ascensão funcional
O que a SV 43 do STF proíbe é a chamada ascensão funcional (também conhecida como acesso ou transposição). A ascensão funcional é a progressão funcional do servidor público entre cargos de carreiras distintas.
Ocorre quando o servidor é promovido para um cargo melhor, sendo este, no entanto, integrante de uma carreira diferente.
A ascensão funcional era extremamente comum antes da CF/88. Quando o servidor chegava ao último nível de uma carreira, ele ascendia para o primeiro nível de carreira diversa (e superior) sem necessidade de concurso público.
Ex.1: o indivíduo é servidor público e ocupa o cargo de técnico judiciário; a lei previa que, se ele chegasse à última classe de técnico judiciário, poderia ser promovido à analista judiciário.
Ex.2: o agente de polícia de último nível tornava-se delegado de polícia de nível inicial.
Antes da CF/88, somente se exigia o concurso público para o ato da primeira investidura.
A ascensão funcional é compatível com a CF/88?
NÃO. A promoção do servidor por ascensão funcional constitui uma forma de “provimento derivado vertical”, ou seja, a pessoa assume um outro cargo (provimento) em virtude de já ocupar um anterior (ou seja, derivado do primeiro), subindo no nível funcional para um cargo melhor (vertical).
A ascensão funcional é inconstitucional porque a CF/88 afirma que a pessoa somente pode assumir um cargo público após aprovação em concurso público (art. 37, II), salvo as hipóteses excepcionais previstas no texto constitucional. Desse modo, a ascensão viola o princípio do concurso público.
Veja esta ementa bem elucidativa:
(...) O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de banir o acesso ou ascensão, que constitui forma de provimento de cargo em carreira diversa daquela para a qual o servidor ingressou no serviço público. (...) STF. 2a Turma. RE 602795AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 16/03/2010).
A SV 43-STF veda a promoção no serviço público?
NÃO. A SV 43-STF não veda a promoção, desde que seja na mesma carreira.
A promoção é a passagem (desenvolvimento funcional) do servidor público de um cargo para outro melhor, tudo dentro da mesma carreira. Ex.: a Lei prevê que a carreira de Defensor Público é dividida em 3 classes; a pessoa ingressa como Defensor Público de 3a classe e, após determinado tempo e cumpridos certos requisitos, poderá ser promovida, por antiguidade e merecimento, alternadamente, a Defensor Público de 2a classe e depois a Defensor Público de 1 a classe.
A promoção é constitucional, não sendo proibida pela SV 43-STF.
Pode-se dizer que a A SV 43-STF proíbe todas as formas de provimento vertical?
NÃO. Vamos com calma. Existem duas formas de provimento: originário e derivado.
1) Provimento originário: ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse qualquer vínculo anterior com o Estado. Ex.: João prestou concurso público e foi aprovado para o cargo de técnico judiciário do TRF, sendo nomeado. Trata-se de um provimento originário. Alguns anos depois, João fez novo concurso público e foi aprovado, desta vez, para analista judiciário do TRF. Ao ser nomeado para o cargo de analista, houve novo provimento originário, uma vez que seu vínculo não decorreu do anterior.
2) Provimento derivado: provimento derivado ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público em virtude do fato de ter um vínculo anterior com aAdministração Pública. O preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior entre o servidor e o Poder Público.
Existem, por sua vez, três espécies de provimento derivado:
2.1) Provimento derivado vertical: ocorre quando o servidor muda para um cargo melhor.
Há dois exemplos de provimento derivado vertical:
· a ascensão funcional (transposição/acesso) e;
· a promoção.
A ascensão funcional, como vimos, é inconstitucional, sendo proibida pela SV 43-STF. Assim, atualmente, a única hipótese permitida de provimento derivado vertical é a promoção.
2.2) Provimento derivado horizontal: ocorre quando o servidor muda para outro cargo com atribuições, responsabilidades e remuneração semelhantes. É o caso da readaptação (art. 24 da Lei n° 8.112/90).
3) Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servidor havia se desligado do serviço público e retorna em virtude do vínculo anterior. Exs.: reintegração, recondução, aproveitamento e reversão.
Desse modo, concluindo, a SV 43-STF não proíbe todas as formas de provimento derivado. Na verdade, ela só veda uma espécie de provimento derivado vertical, que é a ascensão funcional.
Nova Súmula Vinculante 44 do STF comentada
segunda-feira, 27 de abril de 2015
O STF recentemente aprovou algumas novas súmulas vinculantes.
Confira abaixo:
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
STF. Plenário. Aprovada em 08/04/2015 (Info 780).
Conversão da súmula 686 do STF
A conclusão exposta nesta SV 43 já era prevista em uma súmula “comum” do STF, a súmula 686 do STF (de 24/09/2003) e que tem a mesma redação.
O Plenário do STF tem convertido em súmulas vinculantes algumas súmulas “comuns” com o objetivo de agilizar os processos e pacificar os temas. Essa foi uma das escolhidas.
É válida a realização de exame psicotécnico em concursos públicos?
SIM. O STF afirma que é admitida a realização de exame psicotécnico em concursos públicos, desde que a lei da carreira preveja expressamente esse teste como um dos requisitos para acesso ao cargo.
Princípio da legalidade
O fundamento principal da súmula é o princípio da legalidade, aplicável aos concursos públicos, nos termos do art. 37, I da CF/88. Confira:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
O mencionado art. 37, I afirma claramente que os requisitos de acesso a cargos, empregos e funções sejam previstos em lei. Assim, as exigências contidas no edital do concurso público devem ter previsão na lei. Em outras palavras, o edital não pode fixar exigências que não tenham amparo legal.
Requisitos do exame psicotécnico
Além da previsão em lei, o STJ e o STF exige outros requisitos à validade do teste psicotécnico. Cuidado, portanto, porque a redação da SV 44-STF é “incompleta” em relação ao atual cenário da jurisprudência.
Assim, para que seja válido em concursos públicos, o exame psicotécnico deverá cumprir os seguintes requisitos:
a) o exame precisa estar previsto em lei e no edital;
b) deverão ser adotados critérios objetivos no teste;
c) deverá haver a possibilidade de o candidato prejudicado apresentar recurso contra o resultado.
Nesse sentido: STF. Plenário. AI 758.533-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010; STJ. 2a Turma. AgRg no REsp 1404261/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/02/2014.
Início do prazo para mandado de segurança contra reprovação em exame psicotécnico
Se um candidato é eliminado no exame psicotécnico, o termo inicial do prazo decadencial para que ele impetre mandado de segurança é a data da publicação do resultado do teste e não a data da publicação do edital do certame (STJ. 2a Turma. AgRg no AREsp 202.442-RO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 9/10/2012).
Se o exame psicotécnico for anulado por falta de previsão legal, o que acontece?
O candidato reprovado neste teste deverá ser considerado aprovado.
Se o exame psicotécnico for anulado por ser subjetivo (faltar-lhe objetividade), o que acontece?
O candidato reprovado neste teste deverá ser submetido a novo exame, desta vez adotando-se critérios objetivos (STJ AgRg no REsp 1437941/DF). Assim, uma vez anulado o exame psicotécnico por falta de objetividade, o candidato beneficiado com a decisão não pode prosseguir na disputa sem se submeter a novo exame, não sendo válida a nomeação e a posse efetuadas sob essa hipótese, sob pena de malferimento aos princípios da isonomia e da legalidade (STJ AgRg no AgRg no AREsp 566.853/SP).
 (
Súmula 525-STJ
) (
DIREITO ADMINISTRATIVO
) (
PERSONALIDADE JUDICIÁRIA
Personalidade judiciária das Câmaras de Vereadores
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.
STJ. 1
â
 Seção. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015.
) (
Capacidade de ser parte
Um dos pressupostos de existência do processo é a capacidade de ser parte.
Diz-se que alguém tem "capacidade de ser parte" quando possui a aptidão (a possibilidade) de ser autor ou réu em qualquer processo.
Em regra, pode ser parte qualquer sujeito que tenha personalidade jurídica, podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica.
Personalidade judiciária
Existem alguns sujeitos que não têm personalidade jurídica (civil), mas que podem ser parte. Nesse caso, dizemos que gozam de personalidade judiciária.
Exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunais de Justiça, Tribunais de Contas, Procon, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, nascituro, massa falida, comunidade indígena.
A Câmara Municipal e a Assembleia Legislativa
Tanto a Câmara Municipal (Câmara de Vereadores) como a Assembleia Legislativa possuem natureza jurídica de órgão público. Os órgãos integram a estrutura do Estado e, por isso, não têm personalidade jurídica própria.
Apesar de não terem personalidade jurídica, a Câmara Municipal e a Assembleia Legislativa possuem personalidade judiciária.
A personalidade judiciária da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa é ampla? Elas podem atuar em juízo em qualquer caso?
NÃO. Elas até podem atuar em juízo, mas apenas para defender os seus direitos institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão.
Exemplo concreto: a Câmara dos Vereadores de determinada localidade ajuizou ação contra a União pedindo que esta liberasse os repasses do Fundo de Participação do Município (FPM) que tinham sido retidos. A Câmara possui legitimidade ativa para essa demanda?
NÃO. Para se aferir se a Câmara de Vereadores tem legitimação ativa, é necessário analisar se a pretensão deduzida em juízo está, ou não, relacionada a interesses e prerrogativas institucionais do órgão.
Para o STJ, uma ação pedindo a liberação de FPM é uma pretensão de interesse apenas patrimonial do Município e que, portanto, não está relacionado com a defesa de prerrogativa institucional da Câmara Municipal. Não se trata de um direito institucional da Câmara (STJ. Turma. REsp 1.429.322-AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 20/2/2014. Info 537).
)
 (
Resumindo
A Câmara de Vereadores, por ser um órgão, não possui personalidade jurídica (não é pessoa jurídica). Apesar de não ter personalidade jurídica (civil), a Câmara pode ser parte em algumas causas judiciais em virtude de gozar de personalidade judiciária. No entanto, essa personalidade judiciária não é ampla e ela só pode demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais (aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão).
Exercícios:
(Juiz TJAM 2013 FGV) Todo aquele que possui personalidade jurídica tem capacidadede ser parte, mas
nem toda capacidade de ser parte decorre da personalidade jurídica. (
)
(Juiz TJAM 2013 FGV) Alguns órgãos públicos que embora não possuam personalidade jurídica, mas
possuem personalidade judiciária, podem, excepcionalmente, demandar em juízo para defender seus direitos institucionais. (
)
(DPE/RR 2013 CESPE) A assembleia legislativa estadual, por se caracterizar como órgão público
desprovido de personalidade jurídica, não pode ingressar em juízo em defesa de prerrogativas institucionais concernentes à sua organização e ao seu funcionamento. (
)
Gabarito: 1) C / 2) C / 3) E
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CUR50
ENFA5E
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Direito Administrativo
Aula 1
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)
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Assuntos tratados:
1° Horário.
S Intervenção do estado no direito de propriedade / Desapropriação / Espécies / Conceito / Natureza jurídica / Pressupostos / Objeto / Elementos / Momento consumativo / Competência / Indenização
2° Horário.
S Desapropriação indireta / Desapropriações derivadas / Procedimento da desapropriação / Direito de extensão
3° Horário.
S Retrocesssão / Desapropriação social ERRATA
Prezado(a) Aluno(a),
No presente resumo restou identificado uma pequena omissão.
O tópico Desapropriação social, página 21, deve ser acrescido.
Bons estudos.
Atenciosamente,
Coordenação da Monitoria.
1° horário
1. Intervenção do estado no direito de propriedade
Os pressupostos genéricos da intervenção do Estado no direito de propriedade são: a função social e o argumento jurídico.
O direito a propriedade precisa atender a função social. A CRFB traz as diretrizes básicas nos art. 182, §2° para a propriedade urbana e art. 186, caput para propriedade rural.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. [...]
 (
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CUR50
ENFA5E
)O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
§ 2° - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
O argumento jurídico para alguns doutrinadores será o domínio iminente e para outros o poder de polícia. No primeiro, encontra fundamento na soberania estatal, poder exercido pelo Estado abrangendo todos os bens que se encontram situados em seu território. O segundo a Administração estaria restringindo, limitando ou, até mesmo, suprimindo o direito individual da propriedade em benefício da coletividade, nos termos do art. 78 do CTN.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
1.1. Desapropriação
1.1.1 Espécies
	Desapropriação comum ou ordinária
	Direta: utilidade pública (Decreto-lei n° 3.365/41), necessidade pública (Decreto-lei n° 3.365/41) e interesse social (Lei n° 4.132/62).
	
	Indireta: art. 35 do Decreto-lei n° 3.365/41
	Desapropriação
	Urbanizatória sancionatória - art. 182, §4°, III da CRFB.
	Extraordinária
	Reforma agrária: art. 184, caput e §3° da CRFB, Lei n° 8.629/93 e LC 76/93.
	
	Punitiva - art. 243 da CRFB e Lei n° 8.257/91
	Desapropriação social: art. 1228, §4° CC
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Observação: A desapropriação ordinária envolve a indenização prévia justa e em dinheiro (art. 5°, XXIV da CRFB), por outro lado a desapropriação urbanizatória prevê a indenização paga por títulos da dívida pública. Já a punitiva não envolve o pagamento de indenização.
Art. 5°, [...] XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Art. 182, [...]§ 4° - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de %produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
1.1.2. Conceito
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
O conceito de desapropriação envolve quatro perspectivas: procedimento de direito público, direito potestativo do Estado, intervenção supressiva do direito de propriedade, forma de aquisição originária da propriedade.
A desapropriação é o instituto de direito público que se consubstancia em procedimento administrativo pelo qual o poder público, as autarquias ou as entidades delegadas, autorizadas por lei ou contrato exercem direito potestativo, adquirindo para si de forma originária, bens de pessoa física ou jurídica por razão de utilidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização.
1.1.3. Natureza jurídica
A natureza jurídica da desapropriação será de procedimento administrativo.
1.1.4. Pressupostos
Os pressupostos da desapropriação são os conceitos jurídicos indeterminados:necessidade pública, utilidade pública, interesse social.
Entende-se por necessidade pública a situação de emergência, utilidade pública envolve a conveniência e oportunidade, e o interesse social visa atender a sociedade.
1.1.5. Objeto
O bem para ser expropriado deve ter valor econômico e ser infungível.
Questão de concurso - 9° Concurso - Tribunal Regional Federal 35 Região
30. Acerca do instituto da desapropriação é correto afirmar-se que:
a) não pode ser considerada como hipótese de utilidade pública, para fins de desapropriação, o funcionamento dos meios de transporte coletivo, pois essa atividade é geralmente objeto de contrato de permissão.
b) na hipótese de falecimento do expropriado, durante a ação expropriatória, o juiz determinará a suspensão do processo nos termos da lei processual civil.
c) é permitida a desapropriação do espaço aéreo, se dela resultar prejuízo patrimonial ao proprietário do solo.
d) a desapropriação por interesse social deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente dentro de 5 (cinco) anos, contados da data da expedição do decreto, findos os quais este caducará.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Resposta: c
> Comentários:
Alternativa "a": Errada. O art. 5°, j do Decreto-lei n° 3.365/41.
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública: [...] j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
Alternativa "b": Errada. Art. 21 do Decreto-Lei n° 3.365/41.
Art. 21. A instância não se interrompe. No caso de falecimento do réu, ou perda de sua capacidade civil, o juiz, logo que disso tenha conhecimento, nomeará curador à lide, ate que se lhe habilite o interessado.
Parágrafo único. Os atos praticados da data do falecimento ou perda da capacidade à investidura do curador à lide poderão ser ratificados ou impugnados por ele, ou pelo representante do espólio, ou do incapaz.
Alternativa "c": Correta. O espaço aéreo e o subsolo são passíveis de desapropriação, desde que gerem prejuízo patrimonial ao proprietário.
Alternativa "d": Errada. O prazo pelo art. 3° do Decreto-Lei n° 3.365/41 por interesse social.
Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.
Observaçãoi: Moeda histórica pode ser desapropriada, pois são infungíveis e detêm valor econômico. A moeda corrente, por sua vez não poderá ser alvo de desapropriação.
Observação2: Pode ser desapropriado somente o aspecto patrimonial dos direitos personalíssimos.
Observação3: O art. 185 da CRFB impede a desapropriação da pequena e média propriedade rural e a propriedade produtiva.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Observação4: As pessoas jurídicas não podem ser desapropriadas. Todavia, suas ações, quotas e bens poderão.
Observação5: As margens dos rios navegáveis não são desapropriáveis.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Súmula n° 479 / STF - As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.
1.1.6. Elementos
Os elementos da desapropriação são:
(i) discricionariedade;
(ii) onerosidade;
(iii) compulsoriedade; e
(iv) originariedade.
O art.2°, §2° do Decreto-Lei n° 3365/41 admite a desapropriação de bens públicos, desde que observada hierarquia por interesse, isto é, o ente federativo que detém o interesse de maior relevância prevalece sobre os demais. Dessa forma, o interesse nacional se sobrepõe ao regional e ao local.
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
Questão de concurso - 10° concurso - Tribunal Regional Federal 15 Região
47. Ao processo pelo qual um bem público de uso comum transforma-se em bem dominical, chama-se:
a) desafetação.
b) tombamento.
c) tredestinação.
d) desapropriação.
Resposta: a
1.1.7. Momento consumativo
O momento consumativo da desapropriação não é tema pacífico. Há três correntes que disputam o tema:
a) registro da sentença
 (
a
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)O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
b) trânsito em julgado na sentença de desapropriação
c) pagamento da indenização.
Questão de concurso - 5° concurso - Tribunal Regional Federal - 55 Região
16. Nos termos da legislação vigente no Brasil, um bem expropriado, uma vez incorporado à Fazenda Pública:
a) não pode ser objeto de reivindicação, devendo a situação resolver-se em perdas e danos.
b) pode ser objeto de reivindicação, desde que fundada em título constituído há mais de vinte anos.
c) pode ser objeto de reivindicação, desde que fundada em nulidade do título pelo qual o expropriado era considerado proprietário do bem.
d) pode ser objeto de reivindicação, desde que fundada em previsão de preferência legal para aquisição do bem.
e) pode ser objeto de reivindicação, desde que fundada em nulidade do processo de desapropriação.
Resposta: a
> Comentário:
Vide art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
1.1.8. Competência
A competência para legislar sobre desapropriação será da União, segundo o art. 22, II da CRFB.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...]
II - desapropriação;
A competência para emitir ato declaratório de desapropriação será da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, nos termos do art. 2° do Decreto-Lei n° 3.365/41.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
A desapropriação para fins de reforma agrária, somente pode ser realizada pela
União.
A desapropriação urbanizatória sancionatória, por sua vez, somente pode ser realizada pelo Município, pelo art. 8°, caput do Estatuto da Cidade.
Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
O DNIT na forma do art. 14 do Decreto-Lei n° 512/69 pode declarar desapropriação de imóveis para a construção de rodovias.
Art. 14. O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, por ato de seu Diretor-Geral, declarará a utilidade pública de bem ou propriedade, para efeito de desapropriação e afetação a fins rodoviários, e a qualquer tempo, poderá requisitar o ingresso de agente do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, em propriedadepública ou privada, para efetivação de estudos que visem à implantação de estradas ou obras auxiliares, observado o dever de preservação do bem e de indenizar as perdas e danos decorrentes da requisição.
A ANEEL também pode desapropriar nos termos do art. 10 da Lei n° 9.074/95.
Art. 10. Cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, declarar a utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição de servidão administrativa, das áreas necessárias à implantação de instalações de concessionários, permissionários e autorizados de energia elétrica.
A execução da desapropriação será da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, acrescidos de outros entes, como empresas públicas, sociedades de economias mistas, autarquias, fundações, concessionárias e delegatárias de serviços públicos, nos termos do art. 3° do Decreto-Lei n° 3.365/41.
Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.
Questão de concurso - 15° Concurso - Tribunal Regional Federal - 4^ Região
75. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
I. De acordo com a Constituição Federal, a competência para legislar sobre desapropriação é concorrente entre os entes federativos.
II. É devida indenização ao expropriado correspondente aos danos ocasionados aos elementos que compõem o fundo de comércio pela desapropriação do imóvel.
III. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de inadmitir a indenizabilidade das matas e revestimentos florestais que recobrem áreas dominiais privadas, sob o fundamento de que sua preservação decorre de mera limitação administrativa imposta pelo poder público.
IV. Não há prazo legal para o município proceder ao adequado aproveitamento do imóvel desapropriado em razão de não cumprimento de sua função social.
(a) Está correta apenas a assertiva II.
(b) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
(c) Estão corretas apenas as assertivas III e IV.
(d) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
(e) Nenhuma assertiva está correta.
Resposta: a
>Comentários:
Alternativa I: Errada.
Alternativa II: Correta.
Alternativa III: Errada. Art. 15-A, §3° do Decreto-Lei n° 3.365/41.
Art. 15-A, [...] § 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem assim às ações que visem a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros sobre o valor fixado na sentença.
Alternativa IV: Errada. Art.8°, §4° do Estatuto da Cidade.
Art. 8°, [...] § 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.
1.1.9. Indenização
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A indenização é regra na desapropriação, segundo o art. 5°, XXIV da CRFB que estabelece que ela seja prévia, justa e em dinheiro.
Hely Lopes Meirelles assevera que a indenização deve ser paga antes da imissão na posse, mas a maioria da doutrina entende que o momento será a transferência do domínio.
O pagamento em dinheiro sofre mitigação nas hipóteses de desapropriação urbanizatória, art. 182, §4°, III da CRFB e será paga por títulos da dívida pública.
A indenização justa evita a diminuição patrimonial do proprietário. Calculada através do valor de mercado determinado por perícia, acrescido de juros moratórios e compensatórios. Outros valores estão no art. 25, parágrafo único do Decreto-Lei n° 3.365/41.
Art. 25. O principal e os acessórios serão computados em parcelas autônomas. Parágrafo único. O juiz poderá arbitrar quantia módica para desmonte e transporte de maquinismos instalados e em funcionamento.
2° horário
Questão de concurso - 12° Concurso - Tribunal Regional Federal - 1° Região
54. Na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
a) não subsiste orientação anterior à Constituição de 1988 de que só a perda da propriedade, ao final da ação de desapropriação - e, não a imissão provisória na posse do imóvel - está compreendida na garantia da justa e prévia indenização;
b) subsiste, no regime da Constituição Federal de 1988, a jurisprudência firmada sob a égide das Constituições anteriores, assentando que só a perda da propriedade, no final da ação de desapropriação - e não a imissão provisória na posse do imóvel - está compreendida na garantia da justa e prévia indenização;
c) a primeira alternativa não só é correta, como está revogado o art. 15 do Dec.lei 3.365/45, que admite, em casos de urgência, a imissão provisória na posse do bem expropriado sem a necessidade do pagamento prévio e integral da indenização;
d) a primeira alternativa não só é correta, como está revogado o art. 15 do Dec.lei 3.365/41 e, tendo-se consumado a imissão provisória na posse sem o
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
cumprimento do pressuposto da avaliação judicial prévia, deve-se corrigir a falha mediante laudo pericial e depósito posterior.
Resposta: b
> Comentários:
Alternativa "a": Errado. A justa indenização ocorre quando há perda da propriedade.
Alternativa "b": Correto
Alternativa "c": Errada. O art. 15 não está revogado.
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na posse dos bens;
§ 1° A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao imposto predial;
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido;
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior;
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.
Alternativa "d": Errada.
Questão de concurso - 14° Concurso - Tribunal Regional Federal - 4° Região
80. Assinale a alternativa INCORRETA em matéria de desapropriação.
a) Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
b) Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão na posse, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
c) Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios são sempre fixados em 12% (doze por cento) ao ano a partir da ocupação.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
d) A base de cálculo de honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
e) Nas ações de desapropriação, incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamentecorrigidas.
Resposta: c
> Comentários:
Alternativa "a" e "b": Corretas. Art. 15-A do Decreto-Lei n° 3.365/41.
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos.
§ 1o Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente sofrida pelo proprietário.
§ 2o Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero.
Alternativa "c": Errada.
Alternativa "d": Correta. Art. 27, §1° da Lei de Desapropriação.
Art. 27, [...] § 1° A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 4o do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais).
Alternativa "e": Correta.
1.1.10. Desapropriação indireta
O art. 35 da Lei de Desapropriação versa sobre o tema.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
A natureza jurídica da desapropriação indireta é alvo de divergência doutrinária. Para uma primeira corrente, trata-se de esbulho possessório, uma segunda corrente tempera a primeira, por entender ser esbulho passível de
 (
a
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)O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
reintegração do bem, ainda não afetado (Maria Sylvia Zanella Di Pietro); e para a corrente dominante seria a desapropriação meramente irregular.
1.1.11. Desapropriações derivadas
A desapropriação poderá abranger a área contígua e por áreas valorizadas extraordinariamente, nos termos do art. 4° da Lei das Desapropriações. A primeira visa facilitação da execução da obra e o expropriante não pode revender o bem, contudo a segunda o expropriante irá revender o bem para amortizar o custo da obra.
Art. 4o A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.
1.1.12. Procedimento da desapropriação
O procedimento é bifásico: fase declaratória e fase executória.
A fase declaratória inicia o procedimento expropriatório, individualiza o bem expropriado e marca o início de caducidade para que a Administração inicie a fase executória, conforme art. 10 da Lei das Desapropriações.
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público.
Os efeitos da declaração são: limita o direito de construir (súmula n° 23 do STF), estabelece regime de benfeitorias (art. 26, §1° da Lei das Desapropriações) e cria o direito de penetração (art. 7° da Lei das Desapropriações).
Súmula n° 23 / STF - Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada.
Art. 26, [...] § 1° Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando feitas com autorização do expropriante.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Art. 7° Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial.
Àquele que for molestado por excesso ou abuso de poder, cabe indenização por perdas e danos, sem prejuízo da ação penal.
Questão de concurso - 13° concurso - Tribunal Regional Federal - 4° Região
23. Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta.
I. A declaração de utilidade pública que antecede a desapropriação guarda por si mesma o condão de transferir a propriedade do futuro expropriado ao Estado, em razão do que se deve inibir a realização das benfeitorias.
II. O licenciamento para realização de obras na área expropriada não pode ser negado; todavia, a Administração não será obrigada a indenizá-las quando efetivada a desapropriação.
III. A declaração de utilidade pública não pode perdurar indefinidamente, havendo prazo de caducidade a ser respeitado, mesmo que subsista o interesse público na expropriação do bem.
IV. Caso seja alienado ^o imóvel à incorporadora imobiliária antes de concluído o processo expropriatório, tal ato jurídico padecerá de vício insanável, não guardando sequer existência no universo jurídico.
a) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
b) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas II e IV.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
Resposta: b
> Comentários:
Alternativa "I": Errada. A desapropriação não transfere a propriedade e é instituído um sistema especial
Alternativa "II": Correta.
Alternativa "III": Correta.
Alternativa "IV": Errada.
A fase executória pode se esgotar na via administrativa ("desapropriação amigável") ou ser ajuizada uma ação de desapropriação.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A primeira característica é a imissão antecipada na posse, que corresponde a uma antecipação dos efeitos da tutela pretendida, art. 15, § 1° do Decreto-Lei 3.365/41.
O âmbito de defesa é limitado, nos termos do art. 20 da Lei das Desapropriações.
Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta.
O expropriado ignorado é tratado no art. 18 da Lei das Desapropriações, prevendo a prevalência do interesse público.
Art. 18. A citação far-se-á por edital se o citando não for conhecido, ou estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no estrangeiro, o que dois oficiais do juízo certificarão.
O poder público pode desistir da desapropriação, até o momento primeiro valor que o expropriado, vide o art. 33, §2° da Lei das Desapropriações.
Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença, à disposição do juiz da causa, é considerado pagamento prévio da indenização.
§ 2° O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido no art. 34.
Questão de concurso - 8° Concurso - Tribunal Regional Federal - 35 Região
20) Quanto à desapropriação por utilidade pública, pode-se afirmar que:
a) o poder expropriante não poderá valer-sedo procedimento expropriatório para constituir servidão.
b) os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, somente poderão ser objeto de reivindicação se fundada esta em nulidade absoluta do processo de desapropriação.
c) a contestação do expropriado somente poderá versar sobre impugnação do preço.
d) aquele cujo bem for prejudicado extraordinariamente em sua destinação econômica pela desapropriação de área contígua terá direito a reclamar perdas e danos do expropriante.
Resposta: d
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
> Comentários:
Alternativa "a": Errada.
Alternativa "b": Errada. Art. 35 da Lei das Desapropriações.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
Alternativa "c": Errada.
Alternativa "d": Correta. Vide art. 37 da lei das desapropriações.
Art. 37. Aquele cujo bem for prejudicado extraordinariamente em sua destinação econômica pela desapropriação de áreas contíguas terá direito a reclamar perdas e danos do expropriante.
1.1.13. Direito de Extensão
O direito de extensão foi inserido pelo Decreto Federal n° 4.956/1903. O CC/16 também disciplinou o tema. Contudo, o Decreto-lei n° 3.365/41 é silente.
O tema retornou no art. 4° da LC n° 76/93.
Art. 4° Intentada a desapropriação parcial, o proprietário poderá requerer, na contestação, a desapropriação de todo o imóvel, quando a área remanescente ficar:
I - reduzida a superfície inferior à da pequena propriedade rural; ou
II - prejudicada substancialmente em suas condições de exploração econômica, caso seja o seu valor inferior ao da parte desapropriada.
Questão de Concurso - 12° Concurso - Tribunal Regional Federal - 1° Região
53. O direito de extensão, na desapropriação, refere-se:
a) à possibilidade de a desapropriação abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra;
b) à possibilidade de desapropriação de zonas que se valorizem extraordinariamente em consequência do serviço implantado, para efeito de revenda pelo expropriante;
c) à desapropriação para fins de ampliação de distritos industriais e atividades correlatas;
 (
a
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d) ao prejuízo extraordinário na destinação econômica do bem, em razão da desapropriação parcial ou de áreas contíguas, ensejando, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública, reclamação de perdas e danos e, na desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, requerimento para que a área remanescente também seja desapropriada.
Resposta: d
> Comentários:
Alternativa "a": Errado.
Alternativa "b": Errado.
Alternativa "c": Errado.
Alternativa "d": Correta.
3° horário
1.1.14. Retrocessão
A retrocessão encontra fundamento no art. 35 da Lei das Desapropriações e art. 519 do CC.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
O tema é alvo de divergência. Para uma primeira corrente, adotada pelo STF e STJ a retrocessão é direito real e o antigo proprietário poderá readquirir o bem diante vício na destinação do bem. Outros entendem tratar de direito pessoal, cabendo apenas indenização.
Questão de concurso - 5° concurso - Tribunal Regional Federal - 15 Região
40. A obrigação imposta ao expropriante, de oferecer o bem ao expropriado, mediante devolução do valor da indenização, caso não utilizado no interesse,
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necessidade ou utilidade públicos motivadores da desapropriação, denomina-se:
a) retrovenda:
b) resgate;
c) retrocessão;
d) investidura.
Resposta: c
A tredestinação é aquela na qual há mudança da finalidade específica daquele bem, em sede de desapropriação. A tresdestinação não enseja retrocessão.
A desdestinação é espécie da tredestinação, ou seja, um bem afetado a uso especial será destinado a particulares.
Questão de concurso - 8° concurso - Tribunal Regional Eleitoral - 15 Região
32. O Município de Anápolis expropriou o terreno onde seria instalada nova fábrica da Coca Cola, objetivando construir um novo espaço de lazer aos seus munícipes. Passados mais de dois anos, com a eleição e posse do novo prefeito, este resolveu mudar completamente o projeto original e construiu no local um grande aterro sanitário. Essa alteração de finalidade caracteriza:
a) retrocessão, tendo o expropriado direito à recuperação do bem;
b) simples mudança do objeto específico da desapropriação, incapaz de ensejar direito a reaquisição do bem;
c) retrocessão, assistindo ao expropriado complementação de pagamento, a título de perdas e danos;
d) transformação da desapropriação direta em indireta.
Resposta: b
Questão de concurso - 8° concurso -Tribunal Regional Federal - 15 Região
31. Em matéria de desapropriação por interesse social não é acertado afirmar que:
a) para fins de reforma agrária, a indenização da terra nua se fará mediante pagamento em títulos públicos, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis em no máximo 20 anos;
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
b) o Ministério Público intervirá, obrigatoriamente, após manifestação das partes, antes de cada decisão no feito expropriatório, em qualquer instância;
c) havendo dúvida quanto ao domínio, o valor da indenização ficará depositado à disposição do juízo até que os interessados resolvam seus conflitos em ações próprias;
d) as benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias serão indenizadas em dinheiro, somente após o trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.
Resposta: d
> Comentário:
Alternativa "d": Errada. Vide art. 5°, §1° da Lei n° 8.629/93.
Art. 5° A desapropriação por interesse social, aplicável ao imóvel rural que não cumpra sua função social, importa prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária.
§ 1° As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
Questão de concurso - 25° concurso - Ministério Público Federal
11. EM RELAÇÃO À DESAPROPRIAÇÃO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
a) toda desapropriação pressupõe, nos termos da Constituição, justa e prévia indenização, ressalvada a desapropriação urbanística sancionatória, que tem natureza punitiva e confiscatória;
b) são inexpropriáveis, em qualquer hipótese, ações, cotas ou direitos representativos do capital de empresas cujo funcionamento esteja sujeito a autorização do poder público federal;
c) não há direito de retrocessão quando, apesar de recebida uma destinação diversa daquela indicada no ato declaratório de interesse social, o bem expropriado é utilizado para realização de outra finalidade pública, configurando-se, assim, a chamada tredestinação lícita;
d) os juros moratórios, tanto na desapropriação direta como na desapropriação indireta se contam desde o trânsito em julgado da sentença.
Resposta: c
Questão de concurso - 7° Concurso - Tribunal Regional Federal - 55Região
Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue os itens a seguir.
 (
a
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
38 - Em face da tredestinação, é possível a retrocessão do bem aos herdeiros, uma vez que, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a retrocessão tem natureza de direito real.
Resposta: Errado.
39 - Caso a desapropriação do imóvel tivesse ocorrido em razão do cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, não haveria a necessidade de ato declaratório de utilidade pública, necessidade pública ou interesse social, podendo a destinação do imóvel desapropriado para fins de construção de interligação entre duas rodovias federais ser definida no âmbito da ação judicial própria.
Resposta: Errado.
Questão de concurso - 9° Concurso - Tribunal Regional Federal - 1° Região
27. Em se tratando de desapropriação para fins de reforma agrária é incorreto afirmar:
a) são insuscetíveis de desapropriação a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra.
b) a propriedade produtiva é também insuscetível de expropriação, desde que sejam cumpridos os requisitos legais relativos a sua função social, salvo se possuir extensão superior a dez mil hectares, hipótese em que, mesmo sendo produtiva, se constituirá em latifúndio não excepcionado no texto constitucional.
c) a indenização relativa à terra nua será prévia, muito embora representada por títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos.
d) as benfeitorias necessárias serão sempre indenizadas em dinheiro.
Resposta: b
Questão de concurso - 23° Concurso - Ministério Público Federal
25. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) A desapropriação por utilidade pública deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente dentro de dois anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará;
 (
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C U R 5 O
ENFA5E
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b) Na hipótese de desapropriação por interesse social o prazo de caducidade é de cinco anos a partir da decretação da medida, sendo que, decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração;
c) Podem os Estados e Municípios desapropriar imóveis rurais para fins de utilidade pública não, porém para fins de reforma agrária, privativa da União;
d) Por ser forma de originária de aquisição de propriedade, não ficam sub- rogados no valor pago a título de indenização, quaisquer ônus ou direitos reais que recaiam sobre o bem expropriado.
Resposta: c
1.15. Desapropriação social
O art. 1228, §4° do CC trata da desapropriação social.
Art. 1228, [...]
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
Essa nova modalidade de aquisição da propriedade visa beneficiar uma coletividade de possuidores. A natureza do instituto é mista podendo ser considerado usucapião onerosa ou desapropriação social.
As características da desapropriação social são:
i) posse ininterrupta e de boa-fé;
ii) por mais de cinco anos;
iii) de considerável número de pessoas;
iv) realização de obras e serviços;
v) indenização.
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Assuntos tratados:
1° Horário.
S Bens públicos / Bibliografia / Principais temas / Conceito / Classificação / Regime jurídico / Características / Formas de aquisição dos bens públicos / Gestão dos bens públicos / Forma de uso
2° Horário.
S Formas de uso privativo dos bens públicos / Autorização de uso de bem público / Permissão de uso de bem público / Concessão de uso de bem público / Concessão de direito real de uso / concessão de uso para fins de moradia / Concessão florestal / Cessão de uso
3° Horário.
S Instrumentos próprios de alienação de bens público / Espécies de bens públicos
1° horário
1. Bens públicos
1.1. Bibliografia
> CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas.
1.2. Principais temas
· Classificação;
· Titularidade dos bens;
· Formas de uso privativo dos bens públicos;
· Decreto Lei n° 9.760/46 e Lei n° 9.636/98.
1.3. Conceito
O conceito de bem público está presente no art. 98 do CC.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
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A doutrina tradicional define bem público como aquele pertencente a pessoa jurídica de direito público ou afetado a prestação de serviço público. Todavia, a doutrina moderna, José dos Santos Carvalho Filho e Lúcia Valle Figueiredo, entende que os bens das pessoas administrativas privadas (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado), devem ser caracterizados como bens privados, mesmo que na extinção dessas pessoas o patrimônio retorne as pessoas de direito público.
A Lei n° 11.284/06 trouxe exceção ao conceito de bem público estabelecido no CC. A lei considera como florestas públicas (bens públicos) aquelas localizadas nos entes públicos e nas entidades da administração indireta, sem fazer distinção entre as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado. Sua ratio legis é a ampliação protetiva dos ecossistemas e da biodiversidade.
Observação: O domínio iminente é o poder político que deflui da soberania e permite ao Estado submeter a sua vontade os bens situados em seu território.
Domínio iminente engloba o domínio público e sujeitam os bens públicos em sentido amplo, privados e os bens adéspotas (ou res nullius).
Afetação ou consagração é a destinação de determinado bem a prestação do serviço público. Tanto a afetação, quanto a desafetação podem ocorrer de forma expressa, através de uma lei ou ato administrativo; ou tácita, por meio do fato jurídico.
Todavia, não se admite a desafetação por desuso, ou seja, se pessoa jurídica deixar de usar determinado bem não significa que houve a perda do caráter público.
1.4. Classificação
A. Quanto à titularidade
Os bens podem pertencer à União (art. 20 da CRFB), Estados (art. 26 da CRFB) e Municípios.
Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenhama
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sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
· - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1° - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2° - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
B. Quanto à destinação.
Há três espécies: bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais.
a) Uso comum do povo: são aqueles destinados ao uso indiscriminado por qualquer um do povo.
Com relação a eles, inexistem privilégios ou exclusividade para qualquer pessoa, o que não afasta regulamentação pelo Poder Público para o seu uso.
O uso desses bens pode ser gratuito ou oneroso, nos termos do art. 103 da CC. Exemplo: mares, ruas e praças em circunstâncias normais.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
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b) Uso especial: consiste em bens usados como estabelecimento dos entes públicos ou destinados a execução de serviço público. Exemplo: museus, hospitais e universidades.
Observaçãoi: As terras ocupadas pelos índios são consideradas bens de uso especial, pois se destinam a preservação da cultura indígena.
Observação2: Os cemitérios públicos também são bens de uso especial. Cemitério é atividade que envolve interesse local e, por isso, de competência municipal.
O STF já declarou a inconstitucionalidade de norma de Constituição Estadual e de lei estadual, nas quais era prevista gratuidade de sepultamento e procedimentos a ele necessários em favor de desempregados e de pessoas reconhecidamente pobres.
c) Bens dominicais ou bens do patrimônio administrativo disponível: O
conceito é dado por exclusão, porque nessa categoria se situam todos os bens que não se caracterizem como de uso comum do povo ou de uso especial.
Há quem utilize bens dominicais e bens dominiais como sinônimos, e há quem diferencia, entendendo que dominiais se refereririam a domínio, e englobaria todos os bens públicos.
O CC define bens dominicais de forma pouco precisa no art. 99 do CC.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
1.5. Regime jurídico
A. Imprescritibilidade
Os bens públicos são imprescritíveis, conforme art. 102 do CC. Assim, eles não se sujeitam a usucapião, segundo súmula n° 340 do STF.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Súmula n° 340 / STF - Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
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Consequentemente, o Estado sempre poderá formular pretensão reintegratória, ainda que a ocupação em área de domínio público se estenda por longo período, sendo equivocada a alegação de omissão administrativa.
Além disso, não são indenizáveis as acessões e benfeitorias realizadas sem a autorização do ente público, consoante art. 90 do Decreto Lei n° 9.760/46.
Art. 90. As benfeitorias necessárias só serão indenizáveis pela União, quando o S.P.U. tiver sido notificado da realização das mesmas dentro de 120 (cento e vinte) dias contados da sua execução.
O poder público pode adquirir bens por usucapião, embora não possa ter seus bens usucapidos.
A imprescritibilidade é absoluta, inexistindo exceções.
Observação: O Estatuto da Terra (Lei n° 4.504/64) prevê o instituto da legitimação de posse, que consiste em transferência voluntária de posse com caráter social. Ela ocorre, cumpridos os seguintes requisitos:
a. Área de, no máximo, 100	ha;
b. Moradia permanente;
c. Cultivo da terra;
d. A pessoa não pode ter outra propriedade rural.
Ele não se confunde com a usucapião.
A Lei n° 11.977/09 (Programa Minha Casa, Minha Vida) no art. 60, caput realizou uma atecnia legislativa. Na hipótese, inexiste usucapião, na verdade, ocorre aquisição de propriedade decorrente de autorização legislativa.
Art. 60. Sem prejuízo dos direitos decorrentes da posse exercida anteriormente, o detentor do título de legitimação de posse, após 5 (cinco) anos de seu registro, poderá requerer ao oficial de registro de imóveis a conversão desse título em registro de propriedade, tendo em vista sua aquisição por usucapião, nos termos do art. 183 da Constituição Federal.
B) Impenhorabilidade
A impenhorabilidade é absoluta e decorre do sistema de precatórios, nos termos do art. 100 da CRFB.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos
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respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Para alguns autores, a não onerabilidade (impossibilidade de estabelecimento de direitos reais em favor de terceiros) - em âmbito constitucional é decorrente do próprio sistema de precatórios; em âmbito legal, consequência do disposto no código civil, segundo o qual só aquele que pode alienar poderá hipotecar, dar em anticrese ou empenhar. Qualquer estipulação nesse sentido seria nula.
C) Inalienabilidade relativa ou alienabilidade condicionada
A previsão também está no art. 100 e 101do CC. Assim, é preciso a prévia desafetação dos bens de uso comum e bens de uso especial para que ocorra a alienação.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
A alienação de bem móvel deve atender a algumas etapas: prévia avaliação, comprovação que a alienação é de interesse público e licitação do bem.
Além dos requisitos acima, a alienação de bens imóveis possui algumas peculiaridades:
a. se o bem pertencer a administração direta, autarquia ou fundação será necessária autorização legislativa. E, no caso de imóvel da União, além da autorização legislativa, é necessária autorização do Presidente da República atendendo ao art. 23 da Lei n° 9.636/98.
b. Para imóveis, a licitação atende ao disposto na Lei n° 8.666/93. É necessária licitação, na modalidade concorrência dispensada em alguns casos: a) dação em pagamento; b) doação; c) permuta; d) investidura; e) venda a outro órgão da Administração etc.
Art. 23. A alienação de bens imóveis da União dependerá de autorização, mediante ato do Presidente da República, e será sempre precedida de parecer da SPU quanto à sua oportunidade e conveniência.
§ 1o A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social em manter o imóvel no domínio da União, nem inconveniência quanto à preservação ambiental e à defesa nacional, no desaparecimento do vínculo de propriedade.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
§ 2o A competência para autorizar a alienação poderá ser delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a subdelegação.
No que tange à regularização fundiária de áreas federais da Amazônia legal, destaca-se que a dispensa alcança a alienação e a concessão de direito real de uso.
O STF examinando situações de regularização fundiária legitimou leis estaduais que previam a alienação direta de áreas aos respectivos ocupantes, considerando tratar-se de hipótese de inexigibilidade de licitação, já que ausente a competitividade.
É possível a realização de leilão para a alienação de bens da Administração Pública, nos termos dos art. 17 e 19 da Lei n° 8.666/93.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: [...]
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.
A lei permitiu a doação apenas para entidades administrativas (com exceção do previsto nas alíneas f, h e i do art. 17, I - referentes a programas habitacionais do governo e programas de regularização fundiária).
No julgamento da ADI 927-3, o STF entendeu que a União extrapolou sua competência legislativa para a edição de normas, ao regular os bens de outras unidades federativas no art. 17, inciso II, "b" e "c" (doação de bem imóvel e permuta de bem móvel). Assim, o Supremo deu interpretação conforme a tais dispositivos, decidindo que somente se aplicam em âmbito federal.
ADI 927-3 / STF
CONSTITUCIONAL. LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA. Lei n. 8.666, de 21.06.93. I. - Interpretação conforme dada ao art. 17, I, "b" (doação de bem imóvel) e art. 17, II, "b" (permuta de bem movel), para esclarecer que a vedação tem aplicação no âmbito da União Federal, apenas. Identico entendimento em relação ao art. 17, I, "c" e par. 1. do art. 17. Vencido o Relator, nesta parte. II. - Cautelar deferida, em parte.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
Há exceções no que tange ao regime de inalienabilidade relativa, exemplo art. 225, §5° da CRFB.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 5° - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
Questão de concurso - Tribunal Regional Federal 2^ Região - 2009
Assinale a opção correta acerca dos bens públicos
a) São bens do domínio público do Estado considerados afetados a uma finalidade pública os de uso comum do povo e os dominicais.
b) Em execução de título executivo judicial na qual a União tenha sido condenada a pagar valor elevado, o exequente pode requerer ao juiz a penhora de bem da executada, desde que não tenha destinação pública.
c) Os bens de uso comum que têm como característica a inalienabilidade absoluta são imprescritíveis
d) O bem imóvel dominical da União pode ser alienado, desde que se demonstre interesse público e haja prévia avaliação, autorização legislativa e regular procedimento licitatório.
e) a utilização de uma rua, durante 24 horas, pela comunidade, para a comemoração de festejos regionais, caracteriza uso normal de bem público.
Resp.: d
Questão de concurso- Ministério Público Federal - 2012
Assinale o item verdadeiro
a) os bens de uso comum do povo são, por suas características e destinação, titularizados pelas pessoas políticas, não podendo ser geridos por pessoas da administração pública indireta;
b) as terras tradicionalmente ocupadas por inddígenas são bens de uso comum do povo, inalienáveis, imprescritíveis e indisponíveis, só podendo ter sua destinação alterada mediante autorização prévia do Congresso Nacional;
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
c) Os terrenos de marinha são bens dominicais são bens dominicais, podendo ser, nessa condição, objeto de ocupação por particulares, mediante pagamento de prestação anual calculada com base no valor do domínio pleno do bem.
d) os bens públicos de uso especial destinam-se à prestação de serviços públicos ou à satisfação de necessidades internas da Administração, não podendo ser, em qualquer hipótese, consumidos por particulares.
Resp.: c
Questão de concurso - Tribunal Regional Federal - 15 Região - 2013
Bens públicos não podem ser desapropriados, razão pela qual a União, estados e municípios não podem desapropriar bens pertencentes a qualquer ente federativo.
Resp.: Errado
Questão de concurso - Tribunal Regional Federal - 4^ Região - 2010
O ajuizamento de ação contra o foreiro, na qual se pretende usucapião do domínio útil do bem, não viola a regra de que os bens públicos não se adquirem por usucapião, prevista no artigo 183, § 3°, da Constituição Federal.
Resp.: Certo
1.6. Forma de aquisição dos bens públicos
A. Contratual
A aquisição contratual se procede por normas de direito privado, porém derrogadas em alguns aspectos por regras públicas. É necessária licitação, prévia dotação

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