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Os Desafios do Crescimento do Uso da Tecnologia BIM Sobre o Olhar da Educação Universitária Brasileira

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2
UNIVERSIDADE CEUMA
CEUMA IMPERATRIZ
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DOUGLAS SEREJO DA SILVA
OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO DO USO DA TECNOLOGIA BIM SOBRE O OLHAR DA EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA
IMPERATRIZ – MA
2018
DOUGLAS SEREJO DA SILVA
OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO DO USO DA TECNOLOGIA BIM SOBRE O OLHAR DA EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade CEUMA.
Orientador: Profª. Mª: Maria Alexandra Estrela
Coordenador: Prof. Dr. Alberto Colombo
IMPERATRIZ – MA
2018
DOUGLAS SEREJO DA SILVA
OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO DO USO DA TECNOLOGIA BIM SOBRE O OLHAR DA EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade CEUMA, submetido à Banca Examinadora composta pelos professores:
BANCA EXAMINADORA:
Orientador:		_____________________________________________
Profª Mª: Maria Alexandra Estrela
Membro:			_____________________________________________
Profº. Dr. Fausto Lucena de Oliveira
Membro:			_____________________________________________
Profª. Mª: Claudia Meira
Julgado em: ______/_______/_______
Conceito: ________________________
Dedico este trabalho a 
meus pais Deusival e Lauraci
por estarem me apoiando em
a toda decisão por mim tomada.
AGRADECIMENTOS
Aos pesquisadores que detiveram uma gama de conhecimentos na qual pude desenvolver este trabalho.
A querida professora Maria Alexandra, pela orientação e apoio para continuar com a pesquisa.
A meus colegas de turma, que através da união desenvolvemos melhor os conhecimentos adquiridos.
A meus familiares que me oferecem de todo o afeto e sentimento, onde posso estar sempre contando com a ajuda.
A meus amigos que sempre me apoiam nas tomadas de decisão por mim proferidas e me aconselham com coisas, para mim, pertinentes.
A minha amada Jaíne Pereira, que é minha fonte de energia e motivação, da qual sem ela não haveria razão de todos os esforços na elaboração deste trabalho, minha melhor conselheira e guia.
A meus pais, que são meu alicerce, por sempre me ajudar em todas as dificuldades, por me orientar nos desafios que a vida propõe, por me motivar e me dar forças para buscar ser sempre o melhor como pessoa, por me educar e ter me dado a vontade de continuar sempre estudando, por servir de exemplo de honra e glória demonstrando que tudo pode ser conquistado a medida em que se vencem os obstáculos. 
​
"O desejo de conquistar é realmente muito natural e comum; e, sempre que os homens conseguem satisfazê-lo, são louvados, nunca censurados; mas, quando não conseguem e querem satisfazê-lo de qualquer modo, é que estão em erro, e são merecedores de censura."
Nicolau Maquiavel
RESUMO
Essa pesquisa investiga o ensino de BIM (Building Information Modeling) nas instituições de ensino superior do Brasil e exterior, que, a partir de pesquisas e a análise dos dados conceituais pode-se definir o real embasamento dessa nova metodologia da construção civil. A pesquisa demonstra que a integração do ensino de BIM nas instituições é válida e que seu método construtivo já está deixando de ser uma possibilidade para então ser a realidade de muitos engenheiros empreendedores e arquitetos, contudo, o novo paradigma da construção se insere de maneira lenta e muitas construtoras ainda não se adequaram as novas tendências que se refere o BIM. Com base nisso, questiona-se a não inserção do modelo BIM nas ementas curriculares dos acadêmicos, bem como, se devido ao não conhecimento da ferramenta nas práticas escolares há o desleixo para com a mesma no setor mercadológico, acarretando assim a baixa integração do Brasil as novas tendências tecnológicas da construção civil.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino; Construção Civil; BIM: Building Information Modeling (Modelagem da Informação da Construção); Projetos.
ABSTRACT
This research investigate the teaching of BIM (construction information Modeling) in the institutions of higher education in Brazil and abroad, which, from research and the analysis of conceptual data can be defined the real foundation of the new methodology of Construction. The research shows that an integration of BIM teaching in the institutions is valid and its constructive method is no longer a possibility for then to be the reality of many enterprising engineers and architects, however, the new paradigm of construction is inserted slowly and many builders still not fit as new trends that refer to BIM. Based on this, it is questioned the non-insertion of the BIM model in the academic curriculum, as well as, if due to the lack of knowledge of the tool in the school practices there is the neglect to the same in the market sector, thus causing the low Integration of Brazil as new technological trends of civil construction.
PALAVRAS-CHAVE: Teaching; Civil Construction; BIM: Building Information Modeling; Projects.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Modelo BIM	16
Figura 2 - Análise de Choque (Clash Detection)	18
Figura 3 - Gráfico comparativo entre o processo tradicional de desenvolvimento de projetos (CAD) e o processo BIM.	22
Figura 4 - Procedimento para desenvolvimento do Plano de Execução do Projeto BIM	40
LISTA DE ABREVIATURAS
	AEC
	Arquitetura, Engenharia e Construção
	AIA
	American Institute of Archtects
	BDI
	Benefícios e Despesas Indiretas
	BIM
	Building Information Modeling ou Building Information Model (Modelagem da Informação da Construção)
	CAD
	Computer Aided Design
	ERP
	Enterprise Resource Planning / Planejamento de Recursos Corporativos
	LOD
	Level of Developemento (Nível de Desenvolvimento)
	MEP
	Mechanical, Eletrical and Pumbling
	IFC
	Industry Foundation Classes (Classes 
	IGES
	Initial Graphics Exchange Specification / Especificação inicial dos Gráficos Exchange
Sumário
1	INTRODUÇÃO	11
2	CONCEPÇÃO TEÓRICA	12
2.2.	CONCEITO BIM	13
2.2.1.	Nomenclatura	13
2.2.2.	Definição	14
2.2.3.	Parametrização	17
2.2.4.	Interoperabilidade	18
3	BIM NO CONTEXTO EDUCACIONAL	21
3.2.	PARADIGMA BRASILEIRO	21
3.3.	BIM NO BRASIL	24
3.3.1.	Didáticas e Curriculum	27
3.4.	BIM NO EXTERIOR	30
3.4.1.	Levels of Development	31
4	OS DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE BIM NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS	34
5	TENDÊNCIAS	41
6	CONSIDERAÇÕES FINAIS	44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	46
ANEXOS	49
INTRODUÇÃO
O ramo da construção civil e engenharia está sempre se atualizando à medida em que novas tecnologias vêm sendo criadas para os profissionais da área. O BIM (Building Information Modeling) é uma ferramenta que se encontra há bastante tempo no mercado, porém, é vista contemporaneamente como inovação no mercado brasileiro e, devido a isso, a sua inclusão no âmbito profissional se fixa a passos lentos. Diante disso, o novo paradigma da construção civil não deve ser desprezado nas Academias Brasileiras, onde há a formação dos futuros profissionais e criadores de novas metodologias de BIM para que sejam fundamentadas no futuro profissional e, assim, trazer benefícios para o setor da construção. 
Por isso, o real embasamento dessa pesquisa é demonstrar que não será de efetiva potencialidade o uso dessa tecnologia se apenas pequena parte dos acadêmicos concluem a faculdade com esse conhecimento pré-estabelecido. Esclarecer a importância do BIM ainda no âmbito acadêmico é crucial para a formação profissional do discente.
O objetivo deste trabalho envolve em conhecer, por meio da literaturas, as dificuldade ou desafios para se aderir BIM nas universidades brasileiras, onde tais benefícios trazidos pelo BIM afetam a construção civil, e também inovam a maneira de se projetar, por isso, busca-se entender o motivo pelo qual o BIM ainda não está definitivo nas grades curriculares dos discentes em Arquitetura, Engenharia Civil.
A pesquisa visa demonstrar as causas pelas quais as instituiçõesde ensino estão relutantes na não abordagem de BIM em sua didática e as condições atuais sobre a formação universitária do aluno em Engenharia Civil e Arquitetura sobre o uso da plataforma BIM no cenário nacional, considerando a Resolução CES/CNE nº 11 (MEC, 2002). 
Com isso, para explorar o contexto do BIM nas instituições de ensino, deve-se primeiramente conhece-lo, buscando entendimento de suas interpretações e conceitos, que variam em relação a algumas pessoas, bem como entender seus recursos e potenciais, que é a parametrização e a interoperabilidade, que define o que “o BIM pode fazer” para a construção civil e seus empreendimentos. Com isso, busca-se entender a condição do BIM no contexto nacional, sob o olhar educacional e profissional dos atuantes de BIM, analisando instituições que já adotaram a plataforma em um curso de graduação e então observar seus resultados dos processos e das respostas pelos docentes e discentes. Explora-se também o âmbito de BIM no contexto educacional estrangeiro e quais protocolos de adoção de BIM foram elaborados para que a disseminação da plataforma se desse em suas universidades.
Com olhar futurista, esse trabalho também visa as tendências que os autores das pesquisas acham sobre o que se espera da utilização do BIM no mundo, entendendo as mudanças significativas que o BIM introduz e os impactos que a tecnologia acarreta.
A tecnologia BIM evolui constantemente e a cada trabalho desenvolvido. Gestores, engenheiros, arquitetos e atuantes de construtoras reconhecem o BIM como o futuro da construção civil, garantindo maior confiabilidade, organização e qualidade nos projetos desenvolvidos. 
CONCEPÇÃO TEÓRICA
Todo contexto histórico, significado de palavras, estudos de caso, entre outras, se encontram no livro “Manual de BIM”, de Eastman, Telcholz, Sacks e Liston (2014), publicado em Outubro de 2013, e se encontra, sem dúvidas, como uma das melhores referências internacionais no que diz respeito ao conteúdo da modelagem da informação, sendo preferível a leitura pioneira para os novos usuários de BIM no mundo. Sua obra nos conta os princípios do BIM, bem como suas definições e utilizações, seu surgimento e tendências para o futuro.
O surgimento do BIM se deu paralelamente com a produção dos primeiros softwares comerciais de desenho arquitetônico, na década de 70, contudo com as restrições de processamento dos computadores, que na época não eram potentes o suficiente para calcular o largo número de informações em uma obra, houve-se então a bem-sucedida implantação da plataforma Computer Aided Design / Projeto Auxiliado por Computador, (CAD) que compreende-se por desenhos computadorizados sem a real concepção do design da construção, apenas desenhos com atribuições técnicas legíveis por cada profissional da área. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
A modelagem da informação continuará a se desenvolver, uma vez que é considerada melhorias para o futuro da tecnologia da construção. É tendência que o “BIM está ajudando a tornar economicamente viável e globalizada a pré-fabricação de elementos e componentes de edifícios cada vez mais complexos.” (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014).
CONCEITO BIM
Para melhor compreensão do conceito BIM, procura-se entender a origem etimológica das palavras constituintes da sigla. Logo após, surge uma breve definição acerca da nomenclatura, contudo, o contexto ainda é breve, visto que nem sempre é entendível para os profissionais do ramo de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). Logo, dividiu-se em tópicos as explicações acerca de BIM, bem como as possíveis definições de seus recursos.
Nomenclatura
Por se tratar de palavras de origem estrangeira, o entendimento fica comprometido pois, se trata de algo incipiente no Brasil, a explicação precisa ser contextualizada na maioria das vezes. Segundo Checcucci (2014), BIM pode ser caracterizado seguindo 3 formas, são elas:
Building Information Model: Sendo o produto, ou seja, o modelo, a representação digital;
Modelagem BIM ou Building Information Modelling: Como a palavra inglesa no gerúndio condiz “Modelling” advém de modelando, ou seja, como um processo colaborativo e integrado, e;
Gerenciamento da informação da construção ou Building Information Management: Que trata da organização e do controle do processo empresarial relacionado com a edificação através do uso das informações existentes no modelo digital. 
Checcucci, em sua nota de rodapé da página 21 de sua tese, explica como utilizou a nomenclatura de BIM, e, em sua explicação demonstrou que o termo BIM designa-se para a língua de origem, do inglês Building Information Modeling / Model com sua utilização usualmente adotada no Brasil no artigo masculino, “o BIM”, tanto para representar um substantivo masculino (modelo, paradigma), quanto para representar um substantivo feminino (ferramenta, modelagem), no caso do Brasil, ambos os gêneros podem ser adotados.
A colocação de Checcucci é bastante pertinente, uma vez que no Brasil é mais decorrente da fala do artigo masculino do termo, se pronunciando comumente como “o modelo BIM” ou “projeto em BIM”, onde já se torna compreendido que se trata da elaboração de projetos multidisciplinares parametrizados e cooperativista, 	que serão explicados no próximo item.
Com isso, podemos então especular a definição do nome BIM, mas, ainda é importante frisar que se trata de um conceito e não de um software, ou algo cuja definição é explicita.
Definição
“BIM não é uma coisa ou um tipo de software, mas uma atividade humana que envolve amplas mudanças de processos na indústria da construção.” (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014). Por se tratar de um conceito, não existe apropriadamente um significado que norteia o BIM, contudo, seu conceito abrange uma gama de recurso (ferramentas) que causam paradigmas no Brasil sobre sua implantação e eficiência no trabalho de projetos civis.
A maioria das interpretações visam que as potencialidades do BIM são limitadas apenas no que diz respeito a modelos tridimensionais, porém, isso não condiz com a realidade, além de gerar os modelos 3D, o BIM trabalha paralelamente com o 2D podendo inclusive gerar as pranchas dos projetos (RIBEIRO e PEREIRA, 2015). Além disso, a modelagem da informação da construção, como o nome convém, se trata da real concepção da construção (modelo) ainda na fase de projeto, por meio computacional (informação).
Sua plataforma também auxilia aos usuários a questões de planejamentos e de gestão da construção, bem como a orçamentação do empreendimento até mesmo a Eficiência Energética e a Análise de Choques (Clash Analysis ou Clash Detection) do projeto vigente. Esses são nomeados os “nD”, onde o “n” indica o número da dimensão do recurso, que condiz com a característica do mesmo. (CHECCUCCI, 2014).
A autora Checcucci (2014, p. 77), nos mostra, em forma de tópicos, a definição de BIM em seu ponto de vista, o que de fato ele é e o que possui para os seus usuários, menciona os LOD’s[footnoteRef:1], suas permissões para o melhor desenvolvimento do trabalho e o que o modelo BIM acarreta para a edificação final. E, com essa referência, pode-se obter uma parcela da magnitude em que o BIM é colocado para os atuantes de AEC. Segue então a imagem explicativa: [1: Level of Development / Nível de Desenvolvimento (LOD), que será melhor abordado no item: 3.4.1] 
Figura 1 - Modelo BIM
Fonte: (CHECCUCCI, 2014, p. 77)
Parametrização
Catelani (2016), em seu artigo explana que parametrização “São reações automáticas que contribuem para a garantia da consistência e da integridade das soluções projetadas, e também de toda a documentação do projeto (desenhos, detalhes, tabelas), [...]”. (CATELANI, 2016).
 O modelo paramétrico possui objetos com atribuições e representações próprias, associados a dados e regras. Ele não se trata apenas de um desenho, mas sim de uma geometria integrada, em que qualquer alteração feita em uma das vistas será modificada em todas as demais, e é automaticamente alterado quando há qualquer mudança em elementos associados ao objeto. (BASTO e JÚNIOR,2016; EASTMAN, et al., 2014; COSTA, 2013 apud. MELO, 2014; CHECCUCCI, 2014)
Pondo em exemplos práticos, a parametrização permite fazer mudanças na geometria, e também nas informações, da modelagem, uma vez que incutem ser necessárias no projeto, por exemplo, uma porta representada em perspectiva 3D, com a parametrização, a mesma pode ser representada com a folha aberta ou fechada, mais alta ou mais baixa, com granito ou sem, e, não somente na geometria mas também nas informações do modelo, como o tipo do material da bancada da cozinha, ou o fluxo em litros por segundo (L/s) de água em uma equipamento hidráulico.
“O modelo BIM, além de ser paramétrico é relacional. Isto quer dizer que seus objetos se relacionam entre si, interferindo-se mutuamente.” (CHECCUCCI, 2014). Importante frisar que o relacionamento se dá pela classe instituída no modelo, onde uma “porta” estará sujeira aos seus critérios como: alocada na parede com altura e largura definíveis, assim como a classe “janelas” também se aloca nas paredes definindo altura, largura e altura de peitoril, essa relação também é visualizada nas classes como “telhados”, onde as paredes podem se conectar aos tetos formando os oitões[footnoteRef:2] na arquitetura. [2: “Oitão” ou “Frontão” é a porção triangular de alvenaria por cima do forro que sustenta o telhado.] 
Desse modo, ampliar a parede do quarto, automaticamente alterará o valor da área interna, e por consequência o piso seguirá a parede automaticamente, dados estes que são também tabelados e quantificados, poupando o tempo do projetista.
Interoperabilidade
A interoperabilidade no BIM se consiste em compartilhamento dos dados entre sistemas multidisciplinares, onde são gerenciados por equipes de projetos que por sua vez elaboram os projetos complementares e os analisa. Isso sucinta em menos erros na compatibilização de projetos, sendo que a transparência entre os sistemas e a visualização tridimensional auxiliam na identificação de erros.
Por se tratarem, às vezes, de projetos de grande magnitude, fica extremamente complexo a identificação de colisões físicas no modelo, é então nesta ocasião que também entra a plataforma BIM e a análise de colisão (Clash Detection), como assim é exemplificado na figura abaixo:
Figura 2 - Análise de Choque (Clash Detection)
Fonte: (CATELANI, 2016)
Na figura pode-se notar a interferência física entre dois sistemas de tubulação, identificadas automaticamente pelo software BIM, logo, como são identificadas ainda na fase de projeto, as informações são encaminhadas para a análise técnica para então encontrar uma resolução viável da problemática.
A interoperabilidade identifica a necessidade de passar dados entre aplicações, e para múltiplas aplicações contribuírem em conjunto com o trabalho a fazer. A interoperabilidade elimina a necessidade de replicar a entrada de dados que ja foram gerados e facilita fluxos de trabalho suaves e automação. Da mesma forma que arquitetura e construção são atividades colaborativas, as ferramentas que as apoiam também são. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
A Interoperabilidade também propõe uma colaboração com outros softwares, uma vez que toda informação é armazenada em forma de dados. Intercambiar os dados para um domínio público foi proposta da NASA que gastava muito dinheiro com traduções, portanto, entrando em contato com as companhias de software, surgiu o formato IGES - Initial Graphics Exchange Specification	(Especificação inicial dos Gráficos Exchange), que apesar de existir há bastante tempo, ainda é utilizado amplamente pelas comunidades de projetos de engenharia. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
Existem outros formatos de intercambio público que se aplicam no âmbito da AEC, nesse aspecto, um dos formatos de intercambio cujo reconhecimento é de nível internacional é o IFC. “O IFC, Industry Foundation Classes, é o formato de dados neutro atualmente mais desenvolvido. Criado pelo consórcio BuildingSMART International, objetiva permitir a representação de toda a edificação em um modelo numérico.”. (CHECCUCCI, 2014). Eastman também reforça quando diz que:
Somente o IFC e o CIS/2 (para aço) são padrões públicos e internacional­ mente reconhecidos atualmente. Assim, o modelo de dados IFC provavelmente se tornara o padrão internacional para intercâmbio de dados e integração dentro das industrias de construção de edificações. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
É com essa linguagem de dados que é possível transferir um modelo para outra pessoa tornando tudo mais prático, independentemente do software utilizado, dessa forma o arquiteto pode transferir seu projeto para o engenheiro calculista e o mesmo elaborar a estrutura da arquitetura e então o mesmo projeto ser encaminhado para a equipe de planejamento e gestão para seguir com a construção.
E, além desses quesitos em interoperabilidade, o BIM também possui colaboração com o que será posto em realidade, ou seja, a construção. O trabalho cooperativo que traspassa o âmbito eletrônico e coloca-se nos canteiros de obras são nomeados os “nD’s”, pelo o qual o “n” é substituído pelo valor da dimensão, assim como Campestrini (2015, p. 31) em sua obra “Entendendo o BIM” nos explica que “Quanto mais dimensões tiver o modelo, maiores serão os tipos de informações possíveis de serem modeladas a partir deles, tornando as tomadas de decisão mais complexas e acertadas.” 
Vale ressaltar que cada dimensão do BIM necessita da presença do profissional habilitado para operá-la. Nesse contexto Campestrini e colaboradores, (2015) identificam as dimensões de acordo com seu número da seguinte forma (CAMPESTRINI, GARRIDO, et al., 2015):
Modelagem 3D e Compatibilização de Projetos: Trata-se da modelagem 3D, já mencionadas nesta pesquisa, onde todas as informações da construção são colocadas, bem como a visualização do projeto tridimensional e bidimensional, ou seja, nas pranchas de projeto e a compatibilização dos projetos complementares;
Planejamento 4D: É exclusivamente após a modelagem da informação que se trabalha com o planejamento e gestão da obra, nesta parte se informa o prazo de construção e a duração de cada atividade, a quantidade de pessoas necessárias para o levante da obra;
Orçamentos e Medições 5D: Designa-se ao custeio da obra, sobre materiais, mão-de-obra, Benefícios e Despesas Indiretas (BDI), podendo extrair informações sobre a curva ABC por exemplo;
Operação e Manutenção da Edificação 6D: É utilizado com a etapa da construção já finalizada e deseja-se obter informações da edificação, onde o mesmo, recebe informações acerca da validade dos materiais, da manutenção, do consumo de água e energia elétrica, e outros.
Colaborar é contribuir com as melhores soluções para um objetivo compartilhado, obtendo-se o melhor de cada um dos profissionais envolvidos em um projeto. Esse termo difere de cooperar, onde todos contribuem com seus esforços, sendo a meta comum atingida pela soma dos objetivos de cada envolvido. Sob o ponto de vista do BIM, a colaboração precisa de gestão da informação, pois é por meio da informação que há interação entre os profissionais. (CAMPESTRINI, GARRIDO, et al., 2015).
Já Eastman (2014), contempla também em sua obra a dimensão: Eficiência Energética 7D. Essa dimensão trata-se da sustentabilidade, como os novos edifícios estão tendendo a serem mais “verdes” o BIM pode analisar os impactos ambientais ainda na fase de projeto, bem como o estudo solar e a ventilação do edifício. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014).
Portanto, é visível a importância do BIM nas universidades brasileiras, não somente para mencionar o BIM como tendência, mas sim como o futuro da construção civil, e, Arquitetos e Engenheiros devem estar a preparados para as novidades que o mundo se adere.
BIM NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Devido à grande exigência mercadológica de projetos complexos e inovadores, e com o avanço tecnológico computacional e informativo, as empresas precisam seguir essa realidade, e, os profissionais de AEC devem estar atentos às tendências inovadoras da construção civil que refletemsobre o futuro da humanidade.
Para ser falado sobre a importância de BIM no setor da educação, necessita-se fazer um comparativo sobre os modelos de projetos usados atualmente, e também, ser mencionadas as dificuldades/desafios que há para a implantação desse novo paradigma que é a plataforma BIM. (ver tópico 4).
PARADIGMA BRASILEIRO
O Computer Aided Design (CAD) surgiu para facilitar o trabalho de arquitetos, engenheiros e projetistas na elaboração de desenhos técnicos, cujo há décadas atrás o convencional se tratava de desenhos elaborados na prancheta com lápis e réguas. Assim como o CAD sofreu resistência em sua adoção pelos projetistas, por ser caro e exigir potentes computadores na época e ser criticado pelos grupos mais conservadores, está sendo com o BIM, e a mudança de paradigmas. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
Contudo, os próprios criadores do CAD já pensavam em projetar com os artifícios que o BIM traz. “As ferramentas BIM atuais são a realização de uma visão que tem sido predita por muitos, há pelo menos duas décadas.” (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014). Entretanto, como fora mencionado no tópico 2 desta pesquisa, o mesmo não tinha condições de ser implantado devido à restrição computacional da época.
E, mesmo com os benefícios trazidos pelo BIM pesquisas demonstram que ainda é prática entre os engenheiros, arquitetos e projetistas a utilização da plataforma CAD, que se resumem em desenhos com auxílio computadorizado e muitas vezes não condizem com os processos construtivos adequados para se postar na construção. Ainda assim, o BIM é considerado um paradigma no Brasil e sua incorporação, inclusive no setor da educação, é vista em passos lentos. Assunto a ser tratado com mais abordagem no próximo tópico.
Figura 3 - Gráfico comparativo entre o processo tradicional de desenvolvimento de projetos (CAD) e o processo BIM.
Fonte: (CATELANI, 2016)
O gráfico de Catelani (2016) demonstra uma comparação do método convencional (CAD) ao processo BIM. Há duas zonas no gráfico que indicam: A parte esquerda do gráfico com fundo em azul, (refere-se a antes do início das obras) é a fase onde estão as análises de engenharia, ou seja, soluções construtivas, pesquisas e desenvolvimento do projeto. Nessa fase há a possibilidade de redução de custos e definir racionalizações. E, a segunda zona da parte direita do gráfico com fundo rosa (refere-se a após o início das obras) que, foca na gestão de suprimentos de materiais e a logística, onde, hipoteticamente numa situação ideal, as tomadas de decisão terão sido tomadas e congeladas. O gráfico também demonstra o nível de esforço em cada etapa do desenvolvimento do projeto. (CATELANI, 2016)
Podemos ver no gráfico, que é extremamente dispendioso o custo com alteração do projeto (linha magenta), e que a elaboração do projeto em BIM (linha amarela) é mais trabalhoso devido a sua grande complexidade, diferentemente do CAD (linha azul), que seu maior de nível de esforço se dá na fase de construção, pois a incompatibilização de projetos ou a não colaboração com os sistemas possa vir a acarretar maiores problemas.
Segundo Godoy, Cardoso e Borges (2013), o BIM constitui-se numa mudança de paradigma entre apresentar a informação sobre a construção a ser executada e representar essa informação. Esse paradigma permite que todas as informações de um empreendimento, desde a fase de concepção até a de desconstrução, sejam representadas por meio de um modelo digital criado pelo conjunto de dados agregados referentes às especialidades de cada profissional envolvido no ciclo de vida da edificação (SANTOS; BARISON, 2011). Desse modo, o BIM pode contribuir para solucionar a fragmentação das informações, que resulta em problemas como falta de compatibilidade entre os projetos de arquitetura e engenharia, perda de documentos e baixa produtividade. GODOY, CARDOSO E BORGES; SANTOS; BARISON apud. BASTO e JÚNIOR, 2016). 
Em muitos casos, há desaproveitamento do uso de softwares BIM, pois, a plataforma gera as visualizações do edifício em perspectivas tridimensionais, e por isso, o usuário do software acaba limitando-o apenas a essa função. “É preciso que o trabalho com BIM se estenda para além da pura manipulação mecânica de um ou mais programas.” (CHECCUCCI, 2014). Em função disso, as faculdades precisam investir em formação profissional. Assim também afirma Campestrini e colaboradores dizendo:
Os primeiros usos do BIM têm se dado no mercado como uma ferramenta para a compatibilização espacial do projeto. Assim facilmente é possível identificar que BIM está sendo usado apenas como uma ferramenta no processo de desenvolvimento de projetos tradicional (aquele processo segmentado em anteprojeto, projeto básico e projeto executivo), e não exatamente como um novo processo de desenvolvimento de projetos por inteiro. (CAMPESTRINI, GARRIDO, et al., 2015, p. 7)
O novo paradigma da construção civil não deve ser desprezado no âmbito escolar, onde se recriam, na academia, as novas metodologias de BIM para que sejam fundamentadas no futuro profissional e, assim, trazer benefícios para o setor da construção.
“Acredita-se que o BIM seja a nova tecnologia que irá contribuir tanto para o ensino de projeto de edificações quanto para o melhor desempenho do processo de projetos, minimizando erros, principalmente em obras.” (MENEZES, et al., [S.d]). 
Diante de todo o exposto, denota-se que trabalhar o tema BIM nas faculdades de engenharia civil e arquitetura, com componentes diversos no Curriculum é vantajoso por se tratar de uma formação mais consistente. Pois a interdisciplinaridade favorece ao discente um maior conhecimento acerca da construção, possibilitando a execução de projetos civis com mais qualidade. Por isso, Menezes diz que:
A confirmação ou não desta hipótese, a partir do mapeamento proposto, poderá subsidiar desdobramentos para futuras pesquisas, testando as mudanças metodológicas de ensino de projeto de edificações, à luz das teorias contemporâneas, com uso da tecnologia BIM, em oficinas experimentais, disciplinas optativas ou cursos de extensão. (MENEZES, et al., [S.d]).
BIM NO BRASIL
Segundo a tese de Checcucci (2014), os primeiros relatos sobre BIM nas universidades brasileiras se deu por Vicent na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, onde o foco se tratava da modelagem paramétrica e colaborativa, e com isso, Vicent exploravas os conceitos e experiencias do BIM. Também relata a primeira experiencia multidisciplinar, no trabalho de Ruschel e Guimarães Filho, onde os autores discutem sobre o fator tempo (4D) nos projetos no curso de graduação em Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da FEC/UNICAMP. 
E, em pesquisas feitas por Ruschel e Guimarães Filho que estão contidas na tese de Checcucci (2014), além das universidades mencionadas por Ceccucci, identificou-se as seguintes universidades implantando BIM em sua didática de ensino: 
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Centro Universitário Barão de Mauá (CBM)
Nessas experiências, foram focadas as práticas de modelagem paramétrica em projetos arquitetônicos com elaboração de custos e simulações 4D. Houve um aumento de produtividade no quesito documento final e de compatibilização, contudo as experiências de nível mais avançado são escassas. (RUSCHEL, ANDRADE e MORAIS, 2013). Desse modo, confirma-se a fala de Ribeiro e Pereira ao afirmarem que “[...] as experiências acadêmicas que abordam o BIM são novas e baseadas em pedagogias ainda não consolidadas.” (RIBEIRO e PEREIRA, 2015)
Ainda na tese de Cecchucci ela menciona sua própria experiência vivenciada no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (FAUFBA), onde foi coordenado pelo professor Arivaldo Leão com auxílio de colaboradores, na disciplina de Informática e Desenho II, a estratégia de trabalhar o BIM de forma integral em diferentes componentes curriculares do curso (CHECCUCCI, 2014). Em específico a disciplina de Informática e Desenho II, destacou-se que:
Foi ministrada no sextosemestre com foco específico no uso de BIM em projetos arquitetônico, envolvendo assuntos de importância como interoperabilidade, modelagem paramétrica, CAD, nD, templates, bibliotecas de componentes e famílias, entre outros;
Com elaboração de exercícios serviu de base para familiarização com o software e aos processos, seguindo normas da ABNT objetivando a construção de um edifício;
Com o exercício final foi possível a análise dos variados problemas referentes a criação do modelo BIM;
Mesmo com a resistência de adesão do software por parte de alguns alunos, devido a ao longo de sua formação, observou-se que a resistência foi reduzindo;
Devido ao não entendimento do paradigma ficou evidente a resistência do BIM como novo processo, contudo a em sua aplicação o entendimento do paradigma foi se esclarecendo e, com isso, despertou-se aos alunos a vontade de continuar estudando BIM ao longo do curso e de sua carreira.
O processo vivido por Ceccucci, na FAUFBA, de adesão do BIM na Universidade, obteve resultados já esperados por parte de alguns discentes, por se tratar de uma quebra de paradigma, nem sempre alguns profissionais estão preparados para a mudança, contudo, ao perceber os benefícios que as tecnologias renovadoras trazem, percebe-se que o futuro da construção é a evolução, e por isso, faz-se obrigatória a renovação dos conhecimentos.
Nas instituições de Ensino, o BIM deve ser lecionado de forma cognitiva e natural, com uso das ferramentas de visualização e comunicação (mídia), com o apoio de todas as unidades curriculares do curso, e, com o uso de modelos para serem explorados, afim de testar os conhecimentos específicos de cada disciplina como arquitetura, hidráulica, estruturas, orçamentos, gestão e planejamento, sustentabilidade, entre outros. A percepção natural da importância do aprendizado do BIM terá de emergir dos alunos, bem como os investimentos necessários, mas, devidamente enquadrados e motivados pelos docentes. (LINO, AZENHA e LOURENÇO, 2012)
Nas instituições de ensino, todo o recurso, desde que bem implantado pela instituição, é válido para agregar valor ao conhecimento do discente, logo, o benefício é notado a medida em que sua interação com o BIM cresce, sendo assim, uma evolução natural passando pelas disciplinas que regem BIM.
Mesmo com as poucas experiências “[...] deve-se procurar formar o estudante para além do modelador BIM (formação básica), abrangendo também a capacitação intermediária e avançada (analista e gestor BIM) [...]” (CHECCUCCI, 2014, p. 86). Os casos contados na tese de Checcucci estão sendo exploradas por pesquisadores e futuramente estaremos com ideias consolidadas para a inserção do BIM na academia.
Explanando em dados quantitativos, em seu artigo, Pereira e Ribeiro (2014) fazem uma investigação a respeito da capacitação no uso de BIM, de modo a conhecer pesquisas que abordam essa questão e as possibilidades de inserção integrada nas disciplinas de graduação de Engenharia Civil e Arquitetura no Brasil. Para isso os autores desenvolveram um questionário que foi respondido por 48 professores de universidades brasileiras públicas e privadas. Em seus resultados constataram que mais da metade desses docentes (62%) possui mais de 10 anos de docência, e se encontram nas áreas de atuação: Construção Civil (35%), Estruturas (25%), Hidráulica, Saneamento e Meio Ambiente (19%), Transportes (11%), Geotecnia (6%) e Arquitetura e Urbanismo (4%). 
Em continuação, dentre esses profissionais, apenas 27% utilizam da plataforma BIM em sua atividade docente, e desses, 83% utilizam a plataforma BIM há menos de 5 anos. E, um fator importante a ser mencionado, contido também nas pesquisas de Ribeiro e Pereira, é a questão da colocação do BIM nas Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Engenharia Civil, que está na Resolução CES/CNE de nº 11 (MEC, 2002 apud. RIBEIRO e PEREIRA, 2015), em sua pesquisa, 48% dos professores entrevistados dizem que BIM deve ser implantado no núcleo de conteúdos específicos; 41% no núcleo de conteúdos profissionalizantes; e 10% em conteúdos básicos, e, alguns professores implementam que a plataforma deve ser implantada em mais de um momento do curso, outrem concorda que deva ser mencionado apenas com caráter informativo. (RIBEIRO e PEREIRA, 2015)
Com os recentes dados extraídos de Ribeiro e Pereira, pode-se perceber a precariedade da plataforma perante os docentes que são a principal fonte informativa e incentivadores dos discentes, contudo, os relatos denotam uma evolução nas discussões sobre o tema nas universidades.
Didáticas e Curriculum
Diante do exposto, vale o questionamento: Onde incutir BIM na grade curricular? Esse questionamento se torna um dos desafios para se incluir BIM no âmbito acadêmico, além de ser difícil para o docente sua incorporação ao seu curriculum por se tratar de algo inovador. Contudo Checcucci (2014), em sua tese, nos relata sobre 4 categorias afim de buscar identificar os componentes curriculares em um curso de graduação, onde o BIM pode ser discutido e trabalho. São elas (CHECCUCCI, 2014): 
A primeira categoria analisa a relação entre o componente curricular e o paradigma BIM, identificando se existe uma interface clara com o tema; se pode existir alguma interface, a depender do foco que o professor dê à disciplina; ou se não se visualiza nenhuma interface com BIM; 
A segunda categoria analisa que conteúdo da modelagem podem ser trabalhados na disciplina, dentre eles: colaboração; interoperabilidade; coordenação; modelagem geométrica tridimensional; parametrização; orientação a objetos; ciclo de vida da edificação; semântica do modelo; visualização; e simulação; 
A terceira categoria analisa que etapas do ciclo de vida da edificação podem ser discutidas: estudo de viabilidade; projeto; planejamento da construção; construção; uso e manutenção; e demolição ou requalificação; e, 
A última categoria se aprofunda na etapa de projeto da edificação, avaliando que disciplinas de projetos podem ser trabalhadas no componente curricular: arquitetura; elétrica; hidráulica; estrutura; ar condicionado; outras disciplinas.
Além de Checcucci, Barison e Santos classificou em 3 níveis as competências alcançáveis que o discente pode estar almejando alcançar. São elas (BARISON e SANTOS, 2011):
Nível 1 - Introdutório: Objetiva aprender a utilização das ferramentas BIM, com enfoque no modelo a ser desenvolvido, com exercícios e atividades, podendo ser lecionado por palestras, workshops e laboratórios, não necessitando propriamente dos conhecimentos em CAD ou linguagem de programação.
Nível 2 - Intermediário: Objetiva um aprendizado mais analista acerca do BIM, melhorando suas competências como Modelador BIM, focando em conhecer os sistemas do modelo, bem como as funcionalidades sobre as famílias na ferramenta BIM. Subdividindo em grupos, cada aluno assume um papel para elaboração das atividades que são multidisciplinares, assim, o aluno compreende sobre os processos de cada etapa. Nesse nível o aluno também pode compreender acerca de sustentabilidade, identificando problemáticas entre o modelo e o projeto real.
Nível 3 - Avançado: Objetiva os conhecimentos acerca da interoperabilidade e compartilhamento do modelo BIM, bem como o gerenciamento BIM nos escritórios de AEC. Nesse nível os professores não possuem um controle sobre as tomadas de decisão dos alunos, e com isso, desenvolveriam um modelo mais complexo para apresentação, simulando uma contratação real.
Ainda não há métodos consolidados ou oficializados da correta implantação de BIM no currículo do docente, sendo muitas vezes apenas o fator de contratação, a “afinidade” que o profissional possui com a plataforma. Contudo, essa visão está se alterando com advento de cursos de pós-graduação para os profissionais de AEC.
Além das universidades citadas, algumas instituições de ensino, mais voltadas para pós-graduação, estão oferecendo cursos de BIM. “A formação continuada do engenheiro deve ser pensada, através da oferta de cursos de pós-graduação nos quais possam ser aprofundadosconteúdos sobre BIM e trabalhadas questões que não foram discutidas na graduação.” (CHECCUCCI, 2014). Perante isso, atualmente, instituições como IPOG, UTFPR, Grupo AJ, ISITEC, INBEC, entre outros, oferecem o título de especialista em “Master BIM”, gerando oportunidades para os graduados em Engenharia Civil, ou Arquitetura, a se aderirem ao âmbito da complexidade do BIM mais preparados para poderem desenvolver seus projetos e futuros empreendimentos com mais segurança.
Um fator de suma importância a se comentar e que está voltando ao Poder Público Brasileiro, é o recente Decreto de nº 9.377 de 17 de maio de 2018 que instituiu, pelo Presidente da República, Michel Temer, a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modeling, no qual menciona a criação de um Comitê Gestor (o CG-BIM), e possui a finalidade de promover um ambiente adequado para a difusão da plataforma no país. (BRASIL. SENADO FEDERAL, 2018).
Essa iniciativa é de grande valia, pois significa um avanço, não somente tecnológico, mas conceitual e cultural na indústria da construção civil, quebrando paradigmas que “sustentam a construção civil”, com isso, visa-se a melhoria na questão produtiva, econômica e também reduzindo o índice de corrupção nas construções. Visa-se também, uma melhoria nas relações com o exterior, visto que as ferramentas são colaborativas.
BIM NO EXTERIOR
Uma vez analisada as questões Brasileiras de desenvolvimento do BIM nas universidades, um olhar para o exterior é pertinente pois universidades estrangeiras podem servir de modelo para então aderir no meio acadêmico nacional. Essa sessão da pesquisa visa analisar, por bibliografias, a situação do BIM nas universidades estrangeiras.
Assim, Checcucci (2014) citou Sacks e Barack (2010), com sua tradução própria, afirmando que mesmo em países com altos índices de utilização de BIM, como a Finlândia, a formação dos Engenheiros e Arquitetos, ainda se baseia nas plataformas de desenho e não nas de modelagem, o que de fato é uma barreira para a adoção das tecnologias nas empresas de AEC. (CHECCUCCI, 2014). Além disso, Ribeiro e Pereira (2015) cita a pesquisa de Sabongi (2009) afirmando que:
Apenas 9% das escolas de construção norte-americanas abordam o ensino de BIM nos Cursos de graduação, tendo como principais entraves: a falta de tempo ou recursos para remodelação dos currículos, bem como a falta de estrutura das Universidades e professores preparados, com materiais específicos relacionados ao ensino da tecnologia. (SABONGI, 2009, apud. RIBEIRO e PEREIRA, 2015; BARISON e SANTOS, 2011)
A instituição Americana pioneira a adotar BIM, por volta de 2006 a 2009, foi o Georgia Institute of Technology, onde suas pesquisas iniciaram nos anos 90, sendo a primeira nos cursos de Arquitetura, logo, ao decorrer dos anos o número de disciplinas sobre BIM veio aumentando não somente nessa instituição, mas em várias escolas, principalmente no ano de 2010. (BARISON e SANTOS, 2011)	
Diante desta evolução do BIM nas Universidades Americanas, Ruschel e colaboradores (2013) citaram Succar (2009) que percebeu que o BIM não ocorre de maneira instantânea, mas ao longo de processos que o autor definiu por estágios de desenvolvimento e adoção. A seguir a lista dos estágios de desenvolvimentos (SUCCAR, 2009 apud. RUSCHEL, ANDRADE e MORAIS, 2013):	
1. Neste primeiro estágio, aprofunda-se na modelagem paramétrica, que se baseia na modelagem dos objetos, ou seja, geometrias tridimensionais e documentados. Essa modelagem é feita em uma única disciplina, com o uso de uma ferramenta BIM específica. Pode haver uma falsa ideologia de que BIM se trata apenas de uma tecnologia, visto que o investimento inicial seria a infraestrutura e a software;
No segundo estágio de desenvolvimento, a prioridade se encontra no compartilhamento multidisciplinar do modelo entre uma ou mais fases do projeto. Nesse estágio envolve-se duas ou mais disciplinas diferentes, como arquitetura, estrutura, elétrica ou hidráulica. É o estágio cuja caracterização é a colaboração dos modelos e retorna resultados com a quarta dimensão (4D, tempo e planejamento da obra) e quinta dimensão (5D, custos da obra), e por consequência a melhoria informativa do modelo. Além de, por ser intercooperativo, é de maior validade a análise de conflitos (Clash Detection). Neste ponto do estágio, observa-se que é necessária uma mudança cultural, de processos e de equipes da empresa com a adoção do BIM; 
No terceiro estágio, concepção, construção e operação do modelo são o foco para o progresso do empreendimento. Nesse estágio há uma profunda análise nos estágios iniciais do projeto, e, por meio da rede, é compartilhada e integrada. “[...] é uma abordagem de desenvolvimento de projeto que agrega pessoas, sistemas, estruturas organizacionais e práticas num processo intensamente colaborativo.” (RUSCHEL, ANDRADE e MORAIS, 2013). 
Esses estágios desenvolvidos por Succar (2009) dão também a previsão de uma empresa que emprega BIM em sua estrutura. Não obstante dessa perspectiva também existem os Levels of Development / Níveis de Desenvolvimento (LOD), mencionados no item 2.2.2, que serão melhor abordados no item a seguir.
Levels of Development
Os LOD’s, mencionados no item 2.2.2, foram criados pela empresa Graphisoft e incorporado a um modelo de documento oficinal do American Institute of Archtects (AIA) nomeado de “Document E202 – 2008: Building Information Modeling Protocol Exhibit”, que, no documento indica o responsável pelo modelo BIM em suas devidas fases de projeto, além de definir os profissionais autorizados a usá-lo, suas funções em cada fase e também quem irá gerenciá-lo ou deter da posse após do modelo concluído. (CHECCUCCI, 2014)
É importante mencionar que este é um protocolo de caráter estrangeiro, não havendo nenhuma contextualização ou regulamentação em solo brasileiro por órgãos governamentais.
Então, segue abaixo os LOD’s (BEDRICK, 2008 apud. CHECCUCCI, 2014):
1. LOD100 – equivale aos estudos de massa, com uma primeira aproximação da indicação de área, altura, volume, localização e disposição do empreendimento no terreno, além de dados não geométricos; 
1. LOD200 – os elementos são modelados de forma ainda não definitiva nem detalhada e informações não geométricas também podem ser utilizadas. O modelo pode ser utilizado para apresentar um estudo preliminar do projeto ao cliente;
1. LOD300 – neste nível de desenvolvimento os elementos devem ter geometria detalhada e precisão em termos de especificações, quantidades, dimensões e formatos. O modelo deve possuir informações completas sobre todos os elementos e sistemas da edificação (todas as disciplinas), permitindo a realização de compatibilização e clash detection (identificação de conflitos entre componentes). O modelo permite a extração de informações suficientes para elaboração do anteprojeto da edificação;
1. LOD400 – este nível de desenvolvimento objetiva a fabricação da edificação e de seus componentes, equivalendo ao projeto executivo da obra, com seus detalhes e especificações minuciosas. O modelo permite a extração de quantitativos e auxilia na elaboração de cronograma e orçamento precisos; 
1. LOD500 – este nível de desenvolvimento do modelo representa a edificação tal qual foi construída (as-built). O modelo neste LOD servirá como base para as fases posteriores, de uso e manutenção da edificação
Para melhor entendimento, Checcucci elaborou uma tabela explicativa, usando como exemplo uma “parede” modelada nos diferentes níveis de desenvolvimento, e com isso, podemos obter uma idealização prática de como se trata a evolução do ensino americano acerca de BIM, uma vez que, a formação do engenheiro civil abrange várias áreas do conhecimento. Segue então a tabela abaixo (CHECCUCCI, 2014):
Tabela 1 - "Parede" modelada nos diferentes níveis de desenvolvimento do modelo.
	
Nível de Desenvolvimento
	Uso do Modelo
	Informação Inserida no Modelo
	LOD 100
	· Estudos de massa
	
Parede não modelada.
Custo e outras informações podem ser obtidos pelo conjunto da massa da edificação.LOD 200
	· Desenvolvimento do projeto
	
Modelo de parede genérica, com uma espessura média estipulada. 
Propriedades de custo, classe de transmissão de som, isolamento térmico pode ser incluído de forma aproximada
	LOD 300
	· Compatibilização, Clash detection.
· Anteprojeto da edificação
	
Criação de um tipo específico de parede, modelado com sua espessura final detalhada e suas camadas componentes.
Propriedades de custo, classe de transmissão de som, isolamento térmico pode ser especificado.
	LOD 400
	
· Instalação e construção das peças
· Projeto Executivo e detalhamento
	Detalhes de fabricação são inseridos onde for necessário
	LOD 500
	· Manutenção
	
A parede instalada na edificação é modelada
Fonte: Adaptado de BEDRICK, (2008) apud. CHECCUCCI, (2014)
A tabela nos mostra que um modelo em BIM, seja uma parede ou qualquer outro elemento da construção, pode ser detalhado com informações de custo, fabricante, propriedades específicas, entre outros, além de ser posto na construção em si com previsão de manutenção e energética.
Diante dessas perspectivas do BIM no Brasil e exterior pode-se notar que as metodologias, níveis de conhecimento e critérios para adoção na grade curricular não são tão distintas entre si, sendo a maior diferença entre elas a nomenclatura usada para diferenciação.
OS DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE BIM NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
Notoriamente a utilização da tecnologia BIM se encontra muito baixa no território brasileiro, entretanto, o mercado está exigindo cada vez mais do profissional das áreas de AEC, embora os mesmos não estejam preparados para o futuro que abrange as tecnologias inovadoras, principalmente as tecnologias voltadas para o segmento de projetos. Com base nisso, as metodologias educativas praticadas nas instituições de ensino, devem ser revistas e analisadas a medida que novos procedimentos de elaboração de projetos vêm sendo renovados.
Com o constante crescimento da adoção do BIM pelas empresas do mercado da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC), as Escolas de Arquitetura e Engenharia Civil tem buscado implementar disciplinas na graduação para expor os alunos aos desafios do desenvolvimento do projeto paramétrico e colaborativo. (RIBEIRO e PEREIRA, 2015)
Contudo, não é prático a implantação de um novo paradigma, onde muitos ainda não possuem o mínimo de conhecimento acerca do assunto, existem fatores que interferem na mudança, não é simples a mudança do habitual para novos setores desconhecidos, para muitos é tratado como risco. (LINO, 2012) listou dificuldades eminentes em que as instituições de ensino podem considerar quando as mesmas quiserem atualizar seus ensinamentos acerca dos projetos, são essas:
· Investimento: a necessidade de um investimento inicial com a aquisição de um novo software bem como com a sua amortização, com custos adicionais de aprendizagem inicial;
· Curva de aprendizagem lenta: além da natural complexidade do software e das múltiplas opções que este apresenta, talvez seja na alteração de conceitos e no novo modo de olhar para o modelo, que se exige mais investimento pessoal; 
· Envolvimento da equipe: ainda é escassa, no nosso país, a proliferação desta metodologia entre equipas que conseguem o envolvimento de todos os projetistas. Assim, ao se reduzir logo à partida, o âmbito possível de uma das maiores potencialidades do BIM que é a interação colaborativa, a qual permite lidar com alterações e com incompatibilidades entre especialidades de modo imediato, está-se, naturalmente, a contribuir para a redução da sua relevância e do retorno do investimento; 
· Interoperabilidade: caso seja necessária a comunicação entre entidades que usam diferentes plataformas tecnológicas, a exportação/importação entre sistemas ainda não é isenta de falhas; 
· Responsabilização/autoridade: a necessidade de definir explicitamente novos modos de comunicar e partilhar o modelo entre os diversos projetistas e entre estes e o construtor, passará por uma contratualização que, baseada na confiança e delegação, permita a partilha, sem comprometer os direitos de autor e a responsabilização de cada interveniente.
Com essas informações, fica claro a dificuldade imposta para o brasileiro ampliar seus conhecimentos sobre o modelo BIM, entretanto, as dificuldades não regem somente a esses pontos. Segundo Birx (2006) apud. Menezes et. al. [S.d.] a minoria utiliza BIM por haver muitos desafios para os profissionais da área, uma vez, que predominam os “Cadistas” no mercado e a falta da própria qualificação dos profissionais de BIM também é fator integrante na baixa demanda de profissionais da Modelagem da Informação.
Porém, não se faz necessário o aprendizado inicial em CAD para se dar início aos conhecimentos da plataforma BIM, é necessário o conhecimento técnico de métodos construtivos para poder aplica-los nos projetos, assim como no CAD também é preciso, entretanto, a utilização da plataforma CAD como ferramenta de desenho técnico não é fator de elevada importância no que abrange os conceitos BIM. Então, a priori é o aprendizado dos conceitos BIM, para logo após serem aprendidas as técnicas de desenho e modelagem.
É fato que os desenhos e modelos geométricos em CAD, em muitos casos, não estão mais sendo suficientes para a representação e o gerenciamento dos projetos de empreendimentos que se tornam cada vez mais complexos. Isso se deve porque os documentos são desenvolvidos de forma independente e são apresentados separadamente, em grande parte por profissionais projetistas de especialidades distintas em escritórios que não compartilham as informações de seus projetos durante o desenvolvimento. (INFOCOMM..., 2011 apud. BASTO e JÚNIOR, 2016).
Basto e Júnior (2016) ainda completam informando que “Além disso, esses documentos excluem uma série de informações como orçamentos, cronogramas, especificações de materiais, entre outros.” (INFOCOMM..., 2011 apud. BASTO e JÚNIOR, 2016).
Embora o CAD, seja uma plataforma antiga aos olhos do BIM ela é a metodologia pioneira dos desenhos arquitetônicos e se tornou o paradigma que envolve a construção civil até os tempos atuais, o seu ensino não deve ser esquecido nas universidades, pelo contrário, ainda existem inúmeros escritórios de projeto que utilizam essa plataforma. 
O uso de um software como ferramenta, não garante pleno sucesso em determinada área, principalmente quando rege a construções, contudo o bom conhecimento do software também contribui para uma melhor elaboração dos projetos, e na disseminação do conhecimento dele adquirido. Com isso Godoy e colaboradores (2013) citam Ibrahim (2007) informando que outro desafio está na manipulação desses softwares.
De uma forma geral, a falta de conhecimento das potencialidades de um programa é uma grande questão. Mesmo com softwares conhecidos com o AutoCad isso ocorre. Poucos profissionais são capazes de customizar esses programas, escrever macros, ou fazer uso de recursos mais “sofisticados”. Com a tecnologia BIM essa questão se torna vital, pois são programas ainda mais difíceis de manipular (IBRAHIM, 2007 apud. GODOY, CARDOSO e BORGES, 2013)
Como fora mencionado nessa pesquisa, o uso de uma ferramenta BIM acaba por se resumir apenas em modelagem 3D muitas vezes, e o motivo pelo qual essa limitação ocorre é justamente pelo “mal-uso” do software, ou pela própria limitação do projetista ao usá-lo, pois, não teve ensino adequado para sua utilização, sendo então, na maioria das vezes, aprendido de maneira independente.
Outra mudança que pode causar desafios inicialmente é a forma como são estabelecidas as relações entre os profissionais de AEC. Estes devem trabalhar de forma colaborativa e integrada, e não desempenhar suas funções independentemente. Para isso devem ser definidas estratégias de compartilhamento de informações e reuniões para discussão do andamento do trabalho. (AZHAR, 2011; EASTMAN et al., 2011 apud. BASTO e JÚNIOR, 2016)
O trabalho colaborativo deve iniciar já nas universidades, entre os professores de diferentes disciplinas que utilizamBIM como metodologia de ensino, contudo, com a tecnologia BIM, podem existir avanços reais no universo da construção civil, mas também inadequações quando contraposta ao processo contemporâneo de ensino e de concepção de projeto.
A implementação do BIM nas universidades brasileiras possui desafios, uma vez que existem vários fatores que podem intervir na sua incumbência, além das já mencionadas Basto e Júnior (2016) mencionam a mudança cultural e aos investimentos na compra, manutenção e aperfeiçoamento das licenças dos softwares BIM, que são mais caros do que os da plataforma CAD. “É importante destacar também que os custos envolvidos na formação de pessoal e na construção de bibliotecas para a construção dos modelos são expressivos na fase de implantação do BIM.” (BASTO e JÚNIOR, 2016). O autor entende que ao decorrer dos anos a realidade atual dos custos altos e da constante necessidade da atualização dos softwares acabaria por ser mais significativo, onde esses investimentos se estendem ao aumento do desempenho do hardware, que precisam manter o desempenho durante a utilização, ou seja, devem suportar a grande quantidade de informações que o empreendimento possuirá. 
Assim, mudanças culturais entre os próprios professores devem ser implantadas para que o BIM cresça nas universidades, pois o corpo docente ainda é relutante sobre esse novo paradigma. Assim como fomenta Checcucci (2014) em sua tese: 
Ainda não se atingiu o objetivo desejado de trabalhar com BIM em todas as disciplinas nas quais o paradigma pode ser adotado, no entanto o caminho está traçado. A tarefa que se impõe neste momento é a formação em BIM dos professores que ministram outras disciplinas, que não são do núcleo d Desenho e Representação, de forma que eles possam ir integrando BIM a outros conteúdos do curso. (CHECCUCCI, 2014)
É então onde entra o paradigma, pois o mercado não implementa BIM por não possuir mão de obra qualificada, em contraposto está a academia que não implementa BIM na grade curricular pois o mercado não exige BIM, ou seja, há uma controvérsia.
Contudo para ambos os lados, o custo para a implementação de BIM é caro, ainda que há a falta de profissionais treinados, protocolos de interoperabilidade, equipamentos, entre outros. Fatores esses que dificultam a expansão do sistema e da biblioteca se torna inadequada para o modo de construir brasileiro.
Diversas dificuldades para inserir BIM no currículo podem ser identificadas, dentre elas: falta de professores capacitados; falta de interação entre diferentes departamentos, dificultando o trabalho interdisciplinar e colaborativo; falta de infraestrutura; o custo da tecnologia; a falta de tempo ou recursos para desenvolver um novo currículo; de espaço na matriz para incluir novas matérias; dificuldades na compreensão dos conceitos envolvidos com o paradigma, no aprendizado e uso dos programas; o mau entendimento dos processos BIM; a falta de bibliografia e tutoriais específicos; e de regras estabelecidas pelos órgãos de validação de cursos.(KYMMELL, 2008; BARISON; SANTOS, 2010b; 2011b; 2011c; BECERIKGERBER; GERBER; KU, 2011; MOLAVI; SHAPOORIAN, 2012). Sacks e Pikas (2013) apud. CHECCUCCI, 2014)
A autora ainda afirma dizendo “que a maior dificuldade provavelmente tem a ver com questões organizacionais: ensinar BIM requer grande coordenação entre professores, currículos e universidades.” (CHECCUCCI, 2014). O que de fato isso é visto nas universidades Brasileiras.
Outro ponto não menos importante a ser mencionado está na obra de Eastman (2014), quando o mesmo fala sobre a realidade acerca dos projetistas no mercado. Ele fala:
Os interesses econômicos distintos de projetistas e empreiteiros são outra possível barreira. Nos modelos de negócios da construção, apenas uma pequena parte dos benefícios econômicos do BIM contabilizam para os projetistas. Os maiores lucros irão para empreiteiros e proprietários. Ainda não existe um mecanismo para recompensar projetistas que fornecem modelos ricos de informação. Apesar disso, os desenvolvedores de BIM atendem especificamente aos profissionais de projeto. Embora o desenvolvimento de softwares BIM exija alto capital, desenvolvedores terão de assumir o risco comercial de desenvolver sofisticadas ferramentas para empreiteiros da construção. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
A fala de Eastman (2014) nos remete a reflexão da realidade brasileira para os profissionais de AEC, essa afirmativa desestimula o profissional a se atualizar buscando novos conhecimentos ou métodos melhores para projetar, ou até mesmo o estudante que visa entrar na área de projetos, diante disso, cabe a academia fomentar o uso do BIM, para que no futuro o profissional esteja apto a atender as exigências da construção civil. E, com relação ao mercado, Godoy e colaboradores (2013), dizem:
Para além das justificativas atreladas ao capital, o dinamismo do mercado e a complexidade cada vez maior dos produtos gerados fazem com que o uso de ferramentas computacionais compatíveis se torne cada vez mais importante. Paralelamente, ainda há que se considerar o maior grau de especialização nas diferentes áreas de projeto; a formação de equipes localizadas em diferentes lugares e; o crescente número de soluções tecnológicas agregadas às edificações. (GODOY, CARDOSO e BORGES, 2013)
Diante do explanado, percebe-se que não há a verdadeira valoração do serviço quando a ferramenta BIM não é utilizada de maneira correta, portanto, é necessária a implementação do BIM nas instituições de ensino, e, com isso, Checcucci (2014), diante de suas pesquisas, elaborou uma estratégia que explana uma ideia para inserir BIM em um curso de graduação e quais devidas decisões devem ser tomadas. Assim então, ela explana (CHECCUCCI, 2014):
1. Inicialmente, devem ser analisadas as possíveis dificuldades que o curso pode ter para trabalhar com a modelagem, como a falta de professores, laboratórios, bibliografias de referência, espaço na matriz curricular, etc.
Deve ser definido qual o nível de formação o curso deseja fomentar e promover - desde uma formação básica e introdutória sobre o tema até o aprofundamento em uma ou mais áreas que tenham interface com o BIM. Em consonância com a formação que se deseja, devem ser pensadas as competências que os alunos devem desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes a serem trabalhados no curso. 
A estratégia de organização do currículo é outra questão que deve ser avaliada: se BIM será discutido de forma integrada a diversos componentes curriculares ao longo da formação do estudante, ou se serão criadas disciplinas específicas sobre o tema. 
O método de ensino-aprendizagem a ser utilizado no curso também deve ser definido. Métodos de aprendizagem ativa, que lidam com o desenvolvimento de competências, além da construção de conhecimentos e estimulam a autonomia do estudante mostram-se mais adequados para se trabalhar com o tema. No entanto, se adotados estes métodos, provavelmente deverão ser previstos cursos de formação de docentes. Se adotados métodos tradicionais de ensino, devem ser discutidas estratégias para desenvolver as competências necessárias para a formação do profissional com formação em BIM. 
As atividades que serão propostas aos estudantes, assim como os critérios para avaliação da inserção de BIM no curso são outras questões que devem ser analisadas. 
Essa é uma possível estratégia de adesão do BIM em um curso criado por Checcucci (2014) e ela ainda completa dizendo que cada instituição necessita elaborar um planejamento prévio, considerando todos os fatores aqui então já citados, relevando a real necessidade e a capacidade de investimento, levando em consideração também, o tempo que será dedicado para a definição dos métodos de trabalho, recursos didáticos, entre outros. (CHECCUCCI, 2014)
Outra estratégia explorada nas pesquisas de Basto e Júnior (2016) está na Figura 4, que demonstra de forma mais sucinta o procedimento pelo qual a execução de BIM na instituição de ensino deve passar.
Figura 4 - Procedimento para desenvolvimento doPlano de Execução do Projeto BIM
Fonte: CIRG (COMPUTER..., 2011 apud. BASTO e JÚNIOR, 2016)
Ambas estruturas são válidas, uma vez que, o que definirá a adoção ou não da metodologia escolhida pela instituição de ensino, é o aluno que se permitir aprender da plataforma BIM, e quebrantar paradigmas advindos de tempos passados. 
Então, Checcucci (2014) em suas pesquisas, listou sete desafios para o engenheiro civil deste século que são: (CHECCUCCI, 2014).
1. A proliferação da Informação;
Desenvolvimento tecnológico multidisciplinar;
A economia global;
Meio ambiente com espécies em extinção;
Responsabilidade social emergente;
Estruturas corporativas participativas e;
Mudanças rápidas.
O BIM se apresenta em vários destes desafios característicos e para supera-los necessita-se de muitos estudos, onde cabe a instituição de ensino desenvolver a melhor estratégia para que o discente consiga encontrar meios de superar os desafios, não apenas encontrando novas modalidades de projetos tridimensionais, assim como Ribeiro e Pereira (2015) dizem.
Portanto, no sentido de desenvolver uma estratégia de ensino, as Universidades estão procurando, à medida que o uso da tecnologia BIM se difunde, alguma forma de inseri-la dentro do contexto acadêmico, buscando entender o papel do BIM e de que maneira este sistema vem enunciando na maneira de se projetar; ou seja, não limitar o seu uso como apenas um “pacote de softwares", mas também como um exercício de colaboração, sustentabilidade e gestão dos recursos. (RIBEIRO e PEREIRA, 2015)
Diante do explanado, os desafios que regem o BIM são diversos, principalmente quando impostos as universidades ou instituições de ensino, e, mesmo com o incentivo governamental, depende somente do caráter cultural e motivacional dos docentes para fomentar o crescimento do BIM, assim como cabe aos discentes enriquecer seus conhecimentos sobre a plataforma e aplicar no âmbito comercial, para que então o Brasil possa se tornar um exemplo do uso do BIM em seus projetos e nas construções.
TENDÊNCIAS
O BIM surgiu para suprir as dificuldades de se projetar. Engenharia, Arquitetura e a Construção estão evoluindo a cada dia, com a inclusão de novos materiais, softwares mais sofisticados e construções mais complexas. 
Um dos motivos pelo qual uma empresa implanta BIM, além dos benefícios acerca da economia nos projetos e na edificação, praticidade na modelação e na documentação dos projetos, é a valorização sobre o trabalho, onde projetistas, fabricantes e construtores são pessoas que possuem um intelecto diferenciado e adepto a novas tendências, assim, com o BIM, o empreendimento se torna mais acessível, claro e confiável para o empreendedor.
Como futuro, será possível utilizar modelos para extrair informações de manutenção da edificação, de consumo de energia elétrica, de conforto e desempenho das edificações, e entre outras possibilidades ainda desconhecidas, mesmo ainda na fase de projetos E, assim, quanto mais informação sobre uma edificação for utilizada durante o seu desenvolvimento, melhor tende a ser o projeto final. (CAMPESTRINI, GARRIDO, et al., 2015)
Vale mencionar também que a estratégia de disseminação do BIM, pelo Decreto nº 9.377, citado anteriormente, visa a criação de uma biblioteca digital de famílias, como diz no Artigo 2º, inciso VII, e isso fomentará ainda mais o comercio nacional, pois, no futuro será preciso contratar modeladores BIM, onde os fabricantes de produtos para a construção estão começando a fornecer seus catálogos em 3D. Produtos tão diversos quanto conectores de armaduras para concreto, janelas e muitos outros, de fabricantes específicos, podem ser baixados como objetos 3D de diversos sites online, e inseridos parametricamente em modelos de edifícios.
Conforme o BIM torna­se onipresente, projetistas vão preferir especificar pro­ dutos que ofereçam informação em formato eletrônico a ser inserida diretamente no modelo, incluindo referencias via link com os catálogos dos fornecedores, listas de preço, etc. Catálogos de produtos eletrônicos rudimentares disponíveis atualmente vão evoluir para especificações sofisticadas e inteligentes, incluindo informação que permita analises estruturais, térmicas, Iuminicas, de conformidade com o LEED e outros tipos, além dos dados utilizados para especificar e pesquisar produtos. (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014)
Mesmo com o BIM em sua fase formativa, no contexto global, muitas tecnologias estão sendo criadas a medida em que hardwares estão cada vez mais evoluídos. É o caso da criação do modelo geométrico 3D na forma de nuvem de pontos, que consiste em um scanner 3D por onde emana lasers para fazer a varredura de uma edificação, e então repassar os dados gráficos para um software, assim já previa Eastman, (2014) em sua fala “Novas tecnologias de levantamentos baseadas em leituras a laser com nuvem de pontos, oferecem uma nova e valiosa técnica para capturar as condições como construídas.” (EASTMAN, TEICHOLZ, et al., 2014). Em suma, as edificações são passadas para modelos gráficos tridimensionais de maneira mais rápida e prática.
Ainda com caráter tecnológico, mas também ligado aos processos, Eastman, (2014) elabora uma lista com tendências que se implantarão no futuro das construções. São elas:
Tendências da tecnologia 
· A verificação automática de conformidade e construtibilidade utilizando modelos de edifícios está se tornando disponível comercialmente. 
· As principais ferramentas BIM estão ganhando funcionalidades e integrando capacidades de outros produtos, proporcionando plataformas ainda mais ricas para o uso. 
· Fabricantes de softwares estão expandindo seus escopos e fornecendo ferramentas BIM para disciplines específicas. 
· Fabricantes de produtos para a construção estão começando a disponibilizar catálogos 3D. 
· Ferramentas BIM com funcionalidades para gerenciamento de construções estão se tornando cada vez mais disponíveis. 
· O BIM está incentivando a globalização da pré-fabricação de elementos e subsistemas de edifícios, que se tornam cada vez mais complexos.
Tendências do processo 
· Proprietários estão demandando o BIM e modificando os termos contratuais para viabilizar seu uso. 
· Novas habilidades e papéis estão sendo desenvolvidos.
· Em uma pesquisa recente, 25% dos escritórios de arquitetura americanos relataram utilizar ferramentas BIM para "modelagem inteligente".
· Implementações piloto bem-sucedidas estão levando a adoção mais generalizada por parte de empreiteiros pioneiros.
· Os benefícios de executor uma prática integrada de projeto é largamente reconhecida.
· Construtoras estão implementando sofisticados sistemas ERP[footnoteRef:3]. [3: ERP: Enterprise Resource Planning / Planejamento de Recursos Corporativos] 
· Iniciativas de padronização estão ganhando folego.
· Edifícios verdes são cada vez mais solicitados pelos clientes.
· Ferramentas BIM e 4D estão se tornando comuns nos escritórios dos canteiros construção. 
Essas tendências, além de serem desafios para os gestores e operadores de BIM, é também a certeza de um processo mais colaborativo, prático e assertivo na construção, uma vez que a real tendência para o BIM é que ele seja obrigatório nos setores público e privado, podendo gerar um impacto positivo para clientes e futuros empreendimentos, contudo, não agrada aos despreparados para essa inovação no mercado da construção civil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Building Information Modeling é realidade na construção civil desde a década de 70, contudo nos escritórios de engenharia e construção, essa realidade ainda se insere vagarosamente, pois ainda há vários paradigmas que impedem a sua inclusão, inclusive nas salas de aula. Seu conceito ainda é difundido e devido a sua complexidade sua exploração termina sendo posta de lado, onde, os paradigmas tomam posse do mercado, o BIM tenta superar a todos os entraves demonstrando tendências beneficentes para a construção civil. 
O proposto trabalho explorou as condições do BIM nas instituições de ensino, demonstrando as dificuldades ou desafios que opõemem sua inclusão no ensino e didática escolar, e, com base nas pesquisas bibliográficas chegou-se ao objetivo desse trabalho, que é demonstrar a condição do BIM no setor educacional, onde obteve-se o resultado de que sua inclusão é crescente, porém de maneira lenta. 
Esta pesquisa de caráter bibliográfico retornou o resultado de que há vários desafios que interferem na adoção de BIM nas universidades, que vão desde a busca por profissionais capacitados à estruturação da instituição de ensino, além do quesito cultural que está incutido num paradigma que interfere nas novas maneiras de ensino de projetos e gestão de obras nos cursos de engenharia civil e arquitetura. Entretanto, ao decorrer dos anos, este cenário está mudando a medida em que novas pesquisas vêm sendo elaboradas, e um novo posicionamento dos profissionais que se graduarão com BIM em suas grades curriculares, optam pela área da docência, inovando assim os métodos de ensino e didática das instituições de ensino.
Este trabalho, junto as bibliografias analisadas, apoia o ensino de BIM como um tema fundamental para formação do Engenheiro Civil, sendo fator de ponderação para futuras contratações pelas empresas de AEC, com isso, as Universidades devem estar de adaptando, alinhando a demanda por conhecimentos exigidas pelo mercado de trabalho com a estrutura física, docentes, discentes e uma nova grade curricular para que possa formar futuros profissionais capacitados a alcançar tais objetivos.
Futuramente, essa pesquisa pode evoluir para várias áreas, uma vez que o BIM envolve inúmeras disciplinas e sistemas para estudos ou casos de pesquisa, desde uma análise estrutural de um edifício modelado em uma instituição de ensino a uma análise de eficiência energética de um edifício a ser construído. Bem como acredita-se que este trabalho venha a subsidiar novas pesquisas na área acadêmica, fomentando maior conhecimento sobre o BIM e agregando valor nas construções brasileiras.
Acredita-se também, que o BIM será fator gerador de vínculos empregatícios onde setores da AEC precisarão de modeladores, analistas, desenvolvedores, facilitadores, consultores e gestores de BIM para pôr seus produtos em um catálogo digital 3D, ou seus empreendimentos, informando todos os detalhes de seus produtos e divulga-los na internet, ampliando assim o fluxo econômico nacional. 
 
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