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Aula 03: Índices Físicos Docente: Mariana Ramos Chrusciak, M.Sc. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I mariana.chrusciak@ufrr.br marychrusciak@gmail.com Elementos constituintes de um solo O solo é um material constituído por um conjunto de partículas sólidas, deixando entre si vazios que podem estar parcial ou totalmente preenchido pela água. É no caso mais geral um sistema disperso formado por três fases: sólida (partículas sólidas), liquida (água) e gasosa (ar). Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Ww Ws WT VT Elementos constituintes de um solo Fase Sólida: caracterizada pelo seu tamanho, forma, distribuição e composição mineralógica dos grãos. Fase Gasosa: Fase composta geralmente pelo ar do solo em contato com a atmosfera, podendo também apresentar-se na forma oclusa (bolhas de ar no interior da fase água). A fase gasosa é importante em problemas de deformação de solos e é bem mais compressível que as fases sólida e líquida. Fase Liquida: composta em sua maior parte pela água, podendo conter solutos e outros fluidos imiscíveis. Pode-se dizer que a água se apresenta de diferentes formas no solo, sendo, contudo extremamente difícil se isolar os estados em que a água se apresenta em seu interior. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Elementos constituintes de um solo Água Livre: Preenche os vazios dos solos. Pode estar em equilíbrio hidrostático ou fluir sob a ação da gravidade ou de outros gradientes de energia. Água Capilar: É a água que se encontra presa às partículas do solo por meio de forças capilares. Esta se eleva pelos interstícios capilares formados pelas partículas sólidas, devido a ação das tensões superficiais nos contatos ar-água-sólidos, oriundas a partir da superfície livre da água. Água Adsorvida (adesiva): É uma película de água que adere às partículas dos solos finos devido a ação de forças elétricas desbalanceadas na superfície dos argilo-minerais. Está submetida a grande pressões, comportando-se como sólido na vizinhança da partícula de solo. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Elementos constituintes de um solo Água de Constituição: É a água presente na própria composição química das partículas sólidas. Não é retirada utilizando-se os processos de secagem tradicionais. Ex: Montmorilonita (OH)4 Si2 Al4 O20 nH2O. Água Higroscópica: Água que o solo possui quando em equilíbrio com a umidade atmosférica e a temperatura ambiente. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Elementos constituintes de um solo Fases dos Solos Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil FASE SÓLIDA → esqueleto mineral • partículas minerais e orgânicas FASE LÍQUIDA → poros • água molecular • água adsorvida • água capilar • água livre • água higroscópica FASE GASOSA → poros • ar Os índices físicos são relações entre as diversas fases (sólidos, água e ar) do solo, em termos de massas e volumes, caracterizando assim suas condições físicas. CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Fases do solo Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil Estrutura floculada mt,Vt = vazios + sólidos Vazios: água (mw, Vw) + ar (mar, Var) Material sólido = partículas de solo (ms, Vs) Ar Água Sólidos mar mw ms mt Vs Vw Var Vt VV CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases As relações apresentadas a seguir constituem uma parte essencial da Mecânica dos Solos e são básicas para a maioria dos cálculos desta ciência. Relação entre pesos a) Teor de umidade (w , h) Relação entre o peso da água e o peso dos sólidos. O teor de umidade pode assumir o valor de 0% para solos secos (Ww = 0) até valores superiores a 100% em solos orgânicos. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases Relação entre volumes b) Índice de vazios (e): É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume dos sólidos (Vs), existente em igual volume de solo. Este índice tem como finalidade indicar a variação volumétrica do solo ao longo do tempo, tem-se: O índice de vazios será medido por um número natural e deverá ser, obrigatoriamente, maior do que zero em seu limite inferior, enquanto não há um limite superior bem definido, dependendo da estrutura do solo. Valores comuns: 0,4 a 1 (areias), 0,3 a 1,5 (argilas) e para argilas moles e/ou orgânicas: e > 3 Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil 100. s V V V e CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases Relação entre volumes c) Porosidade (n): É a relação entre o volume dos vazios (Vv) e o volume total (Vt) da amostra, tem-se: A porosidade é expressa em porcentagem, e o seu intervalo de variação é entre 0 e 100%. Das equações apresentadas mais adiante podemos expressar a porosidade em função do índice de vazios e vice versa, através das equações apresentadas abaixo: Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil 100. t V V V n e e n 1 n n e 1 CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases Relação entre volumes d) Grau de Saturação (S): É definido da seguinte forma: Vw – Volume de água Vv – Volume de vazios S é normalmente expresso em porcentagem, indicando que porcentagem do volume total de vazios contém água. 0 S 100% Se S= 0 % - o solo está completamente seco S= 100% - os vazios do solo estão completamente cheios de água Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil %100x V V S v w CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases Relação entre pesos e volumes e) Peso específico natural de um solo: f) Peso específico aparente de um solo: g) Peso específico saturado de um solo: Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil t t V W t s d V W t sat sat V W CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases Relação entre pesos e volumes h) Peso específico dos sólidos de um solo: i) Peso específico da água: j) Peso específico submerso de um solo: Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil s s s V W w w w V W wsatsub CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações das fases Relação entre pesos e volumes k) Densidade relativa dos grãos ( G ): l) Compacidade de solos granulares Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil w sG CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Valores típicos Valores Típicos de peso específico (kN/m3) para diferentes tipos de solos. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil Tipo de Solo sat d sub Areia e Pedregulhos 19 - 24 15 - 23 10 - 13 Siltes e Argilas 14 - 21 6 - 18 4 - 11 Silte Orgânicos e Argilas 13 - 18 5 - 15 3 - 8 Turfas 10 - 11 1 - 3 0 - 1 CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Valores típicos Valores Típicos de peso específico (kN/m3)para diferentes tipos de solos. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Relações Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Exemplos Exemplo 1: Uma amostra indeformada de solo foi recebida no laboratório. Com ela realizaram-se os seguintes ensaios: teor de umidade; massa específica dos grãos e massa específica natural do solo. Pede-se para determinarestes índices. a) Teor de umidade Tomou-se uma amostra que, junto com a cápsula em que foi colocada, pesava 119,92 g. Essa amostra permaneceu numa estufa a 105oC até constância do peso ( por cerca de 18 horas), após o que o conjunto solo seco mais cápsula pesava 109,05 g. A massa da cápsula, chamada “tara”, era cerca de 34,43 g. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 ufrr Nota W = Págua/ Psolo seco Págua = P solo úmido -`Psolo seco ufrr Nota Umidade é expressa em porcentagem Exemplos Exemplo 1: Uma amostra indeformada de solo foi recebida no laboratório. Com ela realizaram-se os seguintes ensaios: teor de umidade; massa específica dos grãos e massa específica natural do solo. Pede-se para determinar estes índices. b) Massa específica dos grãos Para o ensaio, tomou-se uma amostra com 72,54 g no seu estado natural. Depois de imersa n’água de um dia para o outro e agitada num dispersor mecânico por 20 min, foi colocada num picnômetro e submetida a vácuo por 20 min, para eliminar as bolhas de ar. A seguir, o picnômetro foi enchido com água deaerada até a linha demarcatória. Esse conjunto apresentou uma massa de 749,43 g. A temperatura da água foi medida, acusando 21oC, e para esta temperatura uma calibração prévia indicava que o picnômetro cheio de água até a linha demarcatória pesava 708,07 g. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 ufrr Nota Pesp seco=Densidade x Pesp agua D = P solo seco/(P solo seco - P pic+agua - P pic+solo+água) Exemplos Exemplo 1: Uma amostra indeformada de solo foi recebida no laboratório. Com ela realizaram-se os seguintes ensaios: teor de umidade; massa específica dos grãos e massa específica natural do solo. Pede-se para determinar estes índices. c) Massa específica natural do solo Moldou-se um corpo de prova cilíndrico do solo, com 3,57 cm de diâmetro e 9 cm de altura, que apresentou uma massa de 173,74 g. Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3 Exemplos Exemplo 2: A partir da mesma amostra indeformada de solo recebida no laboratório, determine os índices físicos correntes. a) Peso específico aparente seco b) Índice de vazios c) Grau de saturação d) Peso específico saturado e) porosidade Universidade Federal de Roraima Departamento de Engenharia Civil CIV-10 – Mecânica dos Solos I Aula 3
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