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DISCIPLINA: Fundamentos de Climatologia PROFESSORA: Daisy Beserra Lucena UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS E-mail: daisyblucena@gmail.com UNIDADE 8 – Sistema de Observação – Desde os tempos mais remotos, o homem tem se preocupado em observar os diferentes elementos do clima, como a precipitação, temperatura e umidade, entre outros. Para o alcance de diagnósticos e prognósticos da atmosfera faz-se necessário um sistema global de observações meteorológicas, o qual deverá promover a exploração da atmosfera tanto a nível superficial como nos níveis superiores da mesma, além de realizar medições em intervalos de tempo suficientemente curtos para permitir o monitoramento da origem e do desenvolvimento dos fenômenos meteorológicos. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) Introdução 02 Profa. Daisy Lucena A rede do INMET é a maior rede de estações meteorológicas no Brasil, mas não é a única existente, outros órgãos operacionais possuem redes de observações, como: - Força Aérea Brasileira; - Marinha do Brasil; - Secretaria de Estado; - Instituições de Ensino e Pesquisa; - Empresas Públicas, para-Estatais e Privadas; Tais redes atuam isoladamente, ou no sistema de cooperação. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mantém o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climatológicos e trabalha de forma associada ao INMET. Introdução 03 Profa. Daisy Lucena Uma estação meteorológica é um local onde são coletados dados para análise do tempo meteorológico. Encontram-se equipadas com aparelhos de medição das variáveis (elementos e fatores) do clima. Os seus dados são utilizados ainda para a previsão do tempo. Em nossos dias, por meio de programas de computador, integram-se os dados coletados, permitindo a sua apresentação. Estações Meteorológicas 04 Profa. Daisy Lucena A análise da evolução do estado prevalecente do tempo pode ser feita de algumas maneiras maneiras: numérica, gráfica e estatística. Estações Meteorológicas 05 Profa. Daisy Lucena NUMÉRICA os dados sinóticos disponíveis são eletronicamente processados, utilizando programas computacionais capazes de encontrar soluções numéricas para o complexo sistema de equações de prognóstico, que descreve a evolução temporal e espacial do comportamento físico da atmosfera. GRÁFICA observações sinóticas são plotadas sobre mapas geográficos. O objetivo é produzir, a partir de uma carta sinótica de uma situação existente. ESTATÍSTICA baseia-se em métodos estatísticos, particularmente, correlação e regressão. Previsão numérica Estações Meteorológicas 06 Cartas sinóticas Estações Meteorológicas 07 Profa. Daisy Lucena Profa. Daisy Lucena AS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS PODEM SER: Estações meteorológicas de superfície convencional Estações meteorológicas de superfície automática Estações meteorológicas de altitude consiste em procedimentos sistemáticos e padronizados, visando à obtenção de informações quanti e qualitativas referente aos parâmetros meteorológicos, capazes de caracterizar o estado instantâneo da atmosfera. Radiossondagens – informações de parâmetros meteorológicos em vários níveis atmosféricos. Radar e Satélites Sistemas especiais: - balões cativos - torres micrometeorológicas - aviões instrumentados Estações Meteorológicas 08 As estações meteorológicas de superfície podem ser classificadas de acordo com: finalidade sistema de coleta dos dados. complexidade em termos do número de elementos meteorológicos observados. Profa. Daisy Lucena Estações Meteorológicas 09 QUANTO À FINALIDADE DAS OBSERVAÇÕES Existem vários tipos de estações meteorológicas de superfície, dependendo da sua finalidade. Entre elas tem-se: ESTAÇÕES SINÓTICAS: são ligadas ao sistema nacional e mundial de previsão de tempo, destinadas a essa finalidade com observações em horários convencionados de leitura (0:00, 6:00, 12:00, 18:00h - GMT), com envio rápido dos dados para os órgãos responsáveis pela previsão. ESTAÇÕES CLIMATOLÓGICAS: elas têm o objetivo de caracterizar o clima de uma região (após um histórico mínimo de 30 anos). A estação sinótica também é uma estação climatológica. ESTAÇÕES AERONÁUTICAS: são destinadas à coleta de informações necessárias à segurança do transporte aeronáutico. Normalmente instaladas em aeroportos. Profa. Daisy Lucena Estações Meteorológicas 10 QUANTO À FINALIDADE DAS OBSERVAÇÕES ESTAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS: objetivam coletar dados meteorológicos de interesse às atividades agrícolas (influencia do tempo sobre as culturas, além de realizar observações que determinam o crescimento e desenvolvimento das culturas) e que por isso realizam algumas observações não encontradas em outros tipos de estação, como temperatura do solo e evaporação. POSTOS PLUVIOMÉTRICOS: são destinados à coleta de chuvas para manejo de recursos hídricos. Profa. Daisy Lucena Estações Meteorológicas 11 QUANTO AO SISTEMA DE COLETA DE DADOS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS CONVENCIONAIS (EMC): a EMC é o tipo de estação que exige a presença diária do observador meteorológico para coleta dos dados. Os equipamentos que constam de uma EMC são normalmente de leitura direta. Ainda tem-se as variáveis que são decorrentes da observação visual. ESTAÇÃO METEOROLÓGICA AUTOMÁTICA (EMA): a EMA é o tipo de estação que tem a coleta de dados totalmente automatizada. Nela os sensores operam com princípios que permitem a emissão de sinais elétricos, que são captados por um sistema de aquisição de dados (datalogger), possibilitando o armazenamento e o processamento informatizado dos dados. Apresenta como principal vantagem o registro contínuo de todos os elementos, com aquisição e saída dos dados em intervalos que o usuário pode programar (por exemplo, aquisição a cada segundo e armazenamento das médias a cada 15 minutos). Profa. Daisy Lucena Estações Meteorológicas 12 PRIMEIRA CLASSE: são aquelas que possuem instrumentos para medida de todos os elementos meteorológicos, possibilitando caracterização detalhada das condições meteorológicas do local. SEGUNDA CLASSE: são aquelas que não medem a pressão atmosférica (barômetro ou barógrafo), a velocidade e a direção dos ventos (anemômetro ou anemógrafo), e a irradiância solar global (actinógrafo ou radiômetro); porém, possibilitam caracterização dos principais elementos para fins agrometeorológicos. TERCEIRA CLASSE: também conhecida como estações termo- pluviométricas, por medir apenas a temperatura do ar (máxima e mínima) e a chuva. É normalmente utilizada em propriedades agrícolas, com a finalidade de monitorar o balanço hídrico do solo . QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS OBSERVADOS Profa. Daisy Lucena Estações Meteorológicas 13 As observações de superfície são procedimentos sistemáticos e padronizados pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) no que diz respeito ao: tipo de equipamento; às técnicas de calibração; à aferição e aos ajustes; ao manuseio; a procedimentos observacionais; aos horários de observação; ao tratamento dos dados; às correções; às estimativas; à transmissão; e ao uso operacional. Tais medidas visam à obtenção de informações qualitativas e quantitativas referentes aos parâmetros meteorológicos capazes de serem comparadas e de caracterizarem plenamente o estado instantâneo da atmosfera. Profa. Daisy Lucena Estações Meteorológicas 14 O local escolhido para instalação da estação meteorológica, seja ela convencional ou automática, deve ser representativo da área para onde as observações serão destinadas. Normalmente, tomam-se as seguintes precauções ao escolher a área: evitar condições extremasde relevo; a área deve ser bem exposta, tendo longos horizontes, especialmente no sentido leste-oeste, para que não tenha barreiras que impeçam a incidência da radiação solar ou que modifiquem o vento; distante de cursos d’água, pois modificam o balanço de energia; evitar proximidade de maciços florestais, árvores isoladas e construções de alvenaria, que possam projetar sombra na área da estação ou interferir nas condições atmosféricas locais; área deve ser plana e de fácil acesso (com solo representativo da região, que não acumulem água de deve ser gramada a fim de minimizar o efeito das diferentes texturas); o acesso da estação deve ser voltado para o sul. ESCOLHA DO LOCAL Profa. Daisy Lucena Instalação – Estação Meteorológica 15 MONTAGEM A área que os aparelhos devem ocupar deve ser tal que evite o sombreamento ou interferência de um equipamento sobre outro. A estação deve ser cercada a fim de evitar animais na área. A tela deve ser de arame galvanizado com malha de 5cm e 1,5m de altura (OMM). O terreno deve ser plano, gramado e bem drenado. Junto a estação deve existir uma casa de alvenaria que tem por finalidade conter os instrumentos de medida de pressão, além do rádio amador. Profa. Daisy Lucena Instalação – Estação Meteorológica 16 LOCALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS A finalidade é que um instrumento não interfira na medição do outro. Na porção norte devem ficar os instrumentos que não podem ser sombreados como o heliógrafo, actinógrafo, geotermômetros, tanques de evaporação, pluviômetros e evapotranspirômetros. Na porção central deve ser instalado o abrigo meteorológico, o qual deve ter a porta voltada para o sul. Na porção sul devem ser instalados os aparelhos mais altos como, por exemplo, o anemômetro. Profa. Daisy Lucena Instalação – Estação Meteorológica 17 CUIDADOS GERAIS A grama deve ser cortada periodicamente a fim de se manter a 10 cm evitando-se o sombreamento de equipamentos. Os equipamentos devem ser calibrados periodicamente. Cercas e mourões devem ser pintados de branco e as portas da estação e do abrigo devem ser mantidas fechadas. Profa. Daisy Lucena Instalação – Estação Meteorológica 18 Profa. Daisy Lucena Esquema de uma Estação Climatológica principal destacando a disposição dos instrumentos. Estação Meteorológica 19 Estação Meteorológica Profa. Daisy Lucena 20 Imagem obtida na internet ABRIGO METEOROLÓGICO: tem por finalidade manter os instrumentos secos, livres da precipitação e insolação. Descrição – caixa de teto duplo, parede de venezianas com porta também de venezianas que deve estar na direção sul. Deve ser de madeira e pintado de branco. Instrumentos – termômetro de máxima, mínima, evaporímetro de piche, psicrômetro, termohigrômetro Instalação - terreno plano, coberto de grama rasteira. A base deve ficara altura de 1,20m do solo. Deve ser nivelado sobre um cavalete ou pilar de alvenaria. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 21 Estação climatológica convencional Abrigo meteorológico Profa. Daisy Lucena Instrumentos 22 Profa. Daisy Lucena Instrumentos Medidas diretas 23 Maneiras correta (A) e incorretas (B e C) de efetuar a leitura de um termômetro convencional. Nas situações B e C há erro de paralax. Muitos dos instrumentos de leitura direta são termômetros (ou precisam ler o dado numa escala) e nestes casos deve-se ter o cuidado de evitar erros de paralaxe, pois a escala e a coluna não se encontram no mesmo plano. Instrumentos 24 TERMÔMETRO DE MÁXIMA: é um termômetro de mercúrio (elemento sensor) instalado na posição horizontal com pequena inclinação a favor do bulbo, no interior do abrigo. Possui um estrangulamento na base do capilar de tal forma que o mercúrio consiga vencê-la quando se dilata pelo aumento da temperatura, mas não consegue retornar ao bulbo quando a temperatura diminui, assim a coluna de mercúrio permanece indicando o ponto máximo alcançado, ou seja, a temperatura máxima. Como a temperatura máxima ocorre, em geral, entre 14:00 e 16:00 horas, a leitura será feita à noite (21:00 h). Após a leitura o termômetro deve ser convenientemente “sacudido” pelo operador para promover o retorno do mercúrio ao bulbo, ao nível da temperatura ambiente. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 25 TERMÔMETRO DE MÍNIMA: tem como elemento sensor álcool, possuindo um pequeno bastão de vidro (lembra um pequeno alfinete) na coluna capilar, dentro do álcool. O termômetro fica instalado no abrigo, na posição horizontal. Quando o álcool se contrai com o abaixamento da temperatura, estando o bastão de vidro encostado no menisco (interface álcool-ar), este (o bastão) é arrastado na direção do bulbo do termômetro pelo efeito da tensão superficial. Quando o álcool se dilata pelo aumento da temperatura, o bastão permanece agora imóvel, marcando a menor temperatura ocorrida no período. Após a leitura, que é realizada às 9:00 h, o termômetro deverá ser inclinado com o bulbo para cima para que o bastão permaneça junto ao menisco. Mesmo procedimento deverá ser realizado na leitura das 15:00 h para assegurar que a leitura da mínima da próxima noite, não seja perdida. A leitura da temperatura mínima deve ser feita, portanto, sempre no bastão de vidro no lado oposto ao bulbo do termômetro. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 26 Posição do termômetro de máxima (superior) e mínima (inferior) Profa. Daisy Lucena Instrumentos 27 Além do termômetro de temperatura mínima do ar, em muitas estações pode ser encontrado também o termômetro da temperatura mínima de relva. Este termômetro, com o mesmo princípio de funcionamento anteriormente citado é colocado cerca de 5 cm da superfície gramada apoiada em um suporte. Como a temperatura de mínima de relva ocorre pela madrugada ou pelas primeiras horas da manhã, normalmente, este termômetro é recolhido pela manhã para não sofrer danos por dilatação devido aos raios solares. Ainda é colocado em algum ponto da estação protegido da incidência direta dos raios solares da manhã. Este ponto pode ser ao lado do tanque classe A . Profa. Daisy Lucena Instrumentos 28 PSICRÔMETRO: é um conjunto de dois termômetros de mercúrio, simples (sem estrangulamento) instalados no abrigo, na posição vertical, sendo que um dos termômetros tem seu bulbo envolto por uma “gase” ou cadarço de algodão que se encontra em um recipiente contendo água, de tal forma que, devido à ascensão capilar da água, o bulbo é mantido sempre úmido. Este termômetro é denominado termômetro de bulbo úmido e o outro termômetro de bulbo seco. Estando o ar não saturado, ocorrerá evaporação da água a partir do bulbo úmido. Como a evaporação é um processo que consome energia, esta energia será retirada do sistema onde esta o bulbo, fazendo com que o termômetro apresente temperatura menor que o termômetro de bulbo seco. Esta diferença psicrométrica será tanto maior quanto menor for a umidade relativa do ar. Assim, a leitura do psicrômetro nos da condições para quantificarmos o vapor d'água presente na atmosfera. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 29 O psicrômetro pode aspirado e não-aspirado sendo o segundo um psicrômetro que fornece uma leitura mais rápida se comparado ao primeiro. A velocidade do ar a ser aspirado não deve ser inferior a 5 m.s-1 e eventualmente pode ser necessário aplicar correções às leituras termométricas para compensar pequenas imperfeições de fabricação. São ditas correções instrumentais e, quando existem, constam do certificado de calibragem do psicrômetro, fornecido pelo fabricante. Psicrômetro não-aspirado Psicrômetro aspirado Instrumentos 30 EVAPORÍMETRO DE PICHÊ (ATMÔMETRO): é constituído de um tubo de vidro, fechado na extremidade superior, com cerca de 30cm de comprimento e 1,5cm de diâmetro, instaladodependurado dentro do abrigo e com a extremidade inferior fechada por um disco de papel de filtro fixado por uma presilha. O tubo é graduado em mm, de tal forma que a água evaporada a partir do papel de filtro poderá ser medida pela diferença de leitura de um dia para outro. Mede a evaporação da água à sombra, também chamado poder evaporante do ar à sombra. As leituras são realizadas às 9:00h e a quantidade de água evaporada é determinada pela diferença entre duas leituras consecutivas. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 31 Atmômetro de Pichê Profa. Daisy Lucena Instrumentos 32 Aparelhos dentro do abrigo meteorológico Profa. Daisy Lucena Instrumentos 33 TANQUE CLASSE A: é um tanque de aço inoxidável de chapa galvanizada, com dimensões aproximadas de 25 cm de altura e 1,20 m de diâmetro instalado sobre um estrado de madeira com 15 cm de altura. O tanque recebe água até cerca de 5 a 7 cm da borda superior. Possui ainda um poço tranquilizador e um micrômetro de gancho para se efetuar as leituras de água. A leitura é realizada às 9:00 h e a evaporação calculada em altura de lâmina d'água (mm) por diferença entre duas leituras consecutivas (mm em altura de lâmina d'água = l.m-2)(*). Normalmente é instalado ao lado do tanque classe A um anemômetro totalizador de canecas, a 0,5 m acima do solo. (*) altura de lâmina d'água é normalmente expressa em mm. É a unidade mais usual para expressar a quantidade de água precipitada, armazenada e, ou evaporada no sistema solo-planta-atmosfera. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 34 Profa. Daisy Lucena Instrumentos 35 PLUVIÔMETRO: Consiste de uma superfície de captação da água da chuva com área conhecida, semelhante a um funil, com recipiente para armazenamento e torneira para esgotar e medir a água armazenada. A área de coleta deve ficar a mais ou menos 1,5 m acima da superfície. Expressando o volume (V) da água da chuva em litro e a área da coleta (A) em m2, tem-se que, a altura de lâmina d'água (h) formada será: A medição pode ser feita com a utilização de uma proveta graduada de acordo com a área de coleta ou fazendo-se a devida transformação para que o resultado seja expresso em mm ou l.m-2. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 36 Esquema de instalação do pluviômetro Pluviômetro Profa. Daisy Lucena Instrumentos 37 BATERIA DE GEOTERMÔMETROS: com a finalidade de medir a temperatura do solo nas profundidades de 2, 5, 10, 30, 50 cm e, também, costuma existir outro termômetro a 100 cm de profundidade. São termômetros de mercúrio instalados em solo nu, dispostos no sentido oeste-leste da menor pra maior profundidade. Esquema da instalação dos geotermômetros Bateria de geotermômetros Profa. Daisy Lucena Instrumentos 38 BATERIA DE EVAPOTRANSPIRÔMETROS: ou também chamados lisímetros de drenagem, é constituída de três caixas de cimento amianto enterradas no solo, com pelo menos 0,54m² de área, cada uma com um tubo de drenagem conduzindo à um fosso de observação. A caixa é preenchida inicialmente com brita, areia grossa e com o solo representativo do local. Na superfície deve ser plantada grama, assim como em toda a Estação. A medida da evapotranspiração se dá pelo balanço entre a água fornecida por irrigação e drenagem, dado em altura da lamina d'água (mm). Profa. Daisy Lucena Instrumentos 39 CATAVENTO DE WILD: este instrumento mede a direção e a força do vento. A força do vento é dado pelo ângulo de deflexão que a placa retangular móvel forma com a vertical, quando voltada para a direção de vento. A leitura da força do vento é feita sobre uma escala formada por sete pinos colocados sobre um arco de metal. Os valores de força do vento podem ser transformados em velocidade instantânea do vento, a partir da seguinte relação: Profa. Daisy Lucena Instrumentos 40 BARÔMETRO DE MERCÚRIO: mede pressão atmosférica, localizado no escritório EMC. Utiliza o principio de Torricelli, com valor expresso em mmHg ou mbar. Os barômetros de mercúrio são constituídos de um tubo de vidro, com cerca de 90 cm de comprimento, cuja extremidade aberta está situada no interior de um recipiente (a cuba, ou cisterna). Quando o instrumento se encontra em perfeitas condições de operação, há vácuo na parte superior do tubo e o mercúrio ocupa sua porção inferior e grande parte da cuba. O tubo de vidro é protegido por um cilindro de metal, acoplado à cuba e dotado de um visor, através do qual pode ser vista a extremidade da coluna de mercúrio, o menisco. Gravadas no cilindro, junto ao visor, há uma escala graduada em milibares e outra em milímetros (inteiros). As frações são obtidas com o auxílio de um nônio, ou Vernier, cuja posição pode ser ajustada (através de uma cremalheira) de modo a tangenciar o menisco, permitindo efetuar leituras com aproximação de décimos. Finalmente, um termômetro encontra-se acoplado ao corpo do instrumento. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 41 Profa. Daisy Lucena Instrumentos 42 a) Esquema de um barômetro de mercúrio b) Barômetro de mercúrio a) b) A leitura dos barômetros deve ser iniciada pela determinação da temperatura. Depois, acionando-se o nônio de modo que sua base tangencie o menisco, efetua-se a leitura barométrica propriamente dita. Às leituras barométricas são normalmente aplicadas três correções: correção de temperatura, para ajustar a leitura a 0oC; correção instrumental, visando a compensar eventuais defeitos de fabricação (se existirem) e que consta do certificado de calibragem do instrumento, fornecido pelo fabricante; e correção de gravidade, para contrabalançar a diferença entre o valor local da aceleração da gravidade e aquele usado para confeccionar a escala do instrumento (980,665cm s-2). O resultado, obtido ao se aplicarem essas correções à leitura barométrica, é que constitui a pressão atmosférica real. Profa. Daisy Lucena Instrumentos 43 A maioria dos aparelhos registradores apresenta um tambor para colocação do diagrama, equipado com o mecanismo de relojoaria de tal forma que faça um ciclo por semana (mais comum) ou por dia. Instrumentos Aparelhos registradores Profa. Daisy Lucena 44 TERMOHIGRÓGRAFO: destinado a registrar continuamente a temperatura e umidade relativa do ar, sendo localizado no abrigo. O sensor de umidade relativa é um feixe de fios de cabelo humano, cuja movimentação em função de equilíbrio com a umidade do ar também será transferida para uma pena por um sistema de alavancas. O sensor de temperatura é formado por uma “placa bimetálica” cuja contração ou dilatação devida a variação da temperatura é transferida para uma pena por meio de um sistema de alavancas. Profa. Daisy Lucena 45 Instrumentos O termohigrógrafo, um registrador convencional de temperatura e de umidade do ar Termohigrograma (diagrama) Profa. Daisy Lucena 46 Instrumentos PLUVIÓGRAFO: A água da chuva é coletada e transferida para um recipiente que, ficando mais “pesado”, movimentara a pena, registrando, além da quantidade, a intensidade da chuva. Quando o recipiente enche, será esgotado automaticamente por um mecanismo de sifão. Profa. Daisy Lucena 47 Instrumentos Profa. Daisy Lucena HELIÓGRAFO: Tendo por finalidade o registro de insolação (brilho solar ou numero de horas de sol sem nuvens durante o dia). Não usa tambor de relojoaria, possui uma lente esférica que concentra os raios solares em um ponto diametralmente oposto, queimando uma fita caso não existam nuvens a frente do sol. É instalado cerca de 1,80 m da superfície de tal forma que seu eixo fique paralelo ao eixo terrestre. Para tanto, basta alinhar o eixo do aparelho com a direção N-S verdadeira. O princípio de funcionamento é extremamente simples: o focoluminoso, devido à radiação direta, queima o heliograma em um ponto, que avança com o movimento aparente diário do Sol. Quando uma nuvem oculta o disco solar, a queima é interrompida. O heliograma usado é substituído por um novo diariamente à noite. 48 Instrumentos Diferentes tipos de heliogramas, usados na Região Tropical, mostrando se (à direita) o perfil da concha do heliógrafo com as ranhuras correspondentes. Para determinar a insolação diária, computa-se o tempo correspondente à soma de todos os segmentos queimados ou apenas crestados. Em geral isso é feito comparando-se o heliograma usado com outro novo, da mesma forma. No Brasil, em virtude da variação anual do fotoperíodo, usam-se heliogramas de três formas diferentes curvos longos, de meados de outubro ao final de fevereiro; curvos curtos, entre meados de abril e o final de agosto; e retos, no restante do ano. 49 Instrumentos ANEMÓGRAFO UNIVERSAL: Possui três distintos sensores e quatro penas registradoras (duas para a direção, uma para a "distância percorrida" e a última para a velocidade instantânea). a) Tambor de registros b) Anemógrafo Universal Tem a finalidade de registrar a direção do vento por meio de uma seta ou veleta (apontando para o local de onde vem o vento) velocidade instantânea ou rajada de vento, pelos princípio do tubo de Venturi localizado no eixo da seta e o vento acumulado, por meio das três conchas. Os sensores estão a 10 m de altura da superfície. a) b) 50 Instrumentos BARÓGRAFO ANEROIDE: é localizado no interior do escritório. O sensor é composto por anéis superpostos, que são cápsulas metálicas de parede flexível. A movimentação se dá em função do equilíbrio da pressão interna e externa da cápsula, a qual é transferida para o diagrama por um sistema de alavancas. Barógrafo aneroide. Profa. Daisy Lucena 51 Instrumentos Esquema de um barógrafo mostrando o tambor rotativo Além das observações com o auxilio de aparelhos, algumas dependem unicamente do observador, como: 1- Visibilidade 2- Nebulosidade 3- Ocorrências diversas, como granizo, saraiva, geadas, entre outras. 4- Tipos de nuvens. Profa. Daisy Lucena 52 Instrumentos Observações Visuais SONDAGENS ATMOSFÉRICAS As prospecções aerológicas destinam-se a obter informações sobre à distribuição vertical da pressão, temperatura, umidade e vento (direção e velocidade), com o objetivo de estudar as propriedades físicas da atmosfera, quanto aos aspectos dinâmico, termodinâmico etc. Nessas sondagens são normalmente usados aparelhos denominados RADIOSSONDAS. Uma radiossonda é um pequeno transmissor de rádio, dotado de sensores de pressão, de temperatura e de umidade, que é lançado na atmosfera, conduzido por um balão de borracha, inflado com gás (hidrogênio ou hélio). Conectados sucessivamente, de modo automático, os sensores alteram a freqüência do sinal emitido, em função da variação da pressão, da temperatura e da umidade relativa reinantes em cada nível, à medida em que a radiossonda vai atravessando a atmosfera. Na superfície, um receptor apropriado analisa continuamente os sinais recebidos e transforma aquelas mudanças de freqüência em valores das variáveis observadas. Profa. Daisy Lucena 53 Instrumentos É evidente que o vento desloca o balão, de modo que a radiossonda não sobe verticalmente. Os dados obtidos não se referem, rigorosamente falando, ao perfil da atmosfera. Caso o vento não seja muito forte, porém, o erro cometido não deve ser significativo. As radiossondas alcançam cerca de 30 km de altitude (o limite é determinado pela ruptura do balão). A conversão de pressão em altitude é feita identificando-se as camadas em que a temperatura virtual (deduzida a partir da temperatura e da umidade relativa observada a cada nível) varia linearmente com a altura e integrando-se a equação hipsométrica para cada uma delas. O receptor está acoplado a um microcomputador que efetua todos os cálculos necessários. Profa. Daisy Lucena Instrumentos RADARES METEOROLÓGICOS É uma extraordinária ferramenta para estudos meteorológicos. Utiliza ondas de rádio na detecção de objetos e na medida das distâncias dos mesmos. Para esses fins, o radar é muito superior aos métodos visuais e acústicos. Um radar meteorológico é usado na localização de precipitação, no cálculo de seu movimento, na estimativa de seu tipo (chuva, neve, granizo, etc.) e na previsão de sua intensidade e posição futura. 55 Instrumentos SATELÍTES METEOROLÓGICOS O instrumento de observação mais versátil que o homem dispõe nos dias atuais é o satélite. Dentre os diversos instrumentos que levam a bordo, eles possuem equipamentos de transmissão automática de imagens e elementos sensores. Dentre outras informações, os satélites observam as camadas de nuvens, as distribuições verticais de temperatura e umidade, a temperatura à superfície (mar e terra) e as regiões cobertas de gelo e neve. Profa. Daisy Lucena 56 Instrumentos ESTAÇÃO METEOROLÓGICA AUTOMÁTICA É um importante componente que auxilia nesse processo de dados, são as estações automáticas, pela precisão e transferência de dados em tempo real. A estação meteorológica automática é caracterizada por um conjunto de instrumentos capazes de descrever as condições meteorológicas em tempo real e pode ser instalada dentro da propriedade, nas proximidades de uma área cultivada, por exemplo. Profa. Daisy Lucena 57 Instrumentos As informações meteorológicas/climáticas são extremamente importantes para a agricultura e para a realização de práticas agrícolas. A importância dessa informações relativas ao tempo e ao clima são para fins estratégicos, táticos, ..., enfim tomadas de decisões e planejamento essencial ao desenvolvimento econômico do país, seja na agricultura, geração de energia, controle hídrico, e nas mais diversas atividades econômicas e sociais. Com a internet “inaugurou-se” um período de intensa circulações de informações, o que facilita a propagação de dados meteorológicos e climáticos. O fácil acesso a essas informações permite um melhor conhecimento da dinâmica atmosférica, contribui também para a elaboração de pesquisas. Profa. Daisy Lucena 58 Considerações finais
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