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MODALIDES DE PAGAMENTO

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ADILSON MARQUES
ELLEN WORM
MODALIDADES DE PAGAMENTO
Itajaí
2019
ADILSON MARQUES
ELLEN WORM
MODALIDADES DE PAGAMENTO
Trabalho científico realizado como requisito para a composição da terceira média do curso de Direito Civil – Obrigações, na Universidade do Vale de Itajaí, Escola de Ciências Jurídicas e Sociais, Curso de Direito.
Orientador: Prof. Natan Bem-Hur Braga
Itajaí
2019
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata das diferentes “modalidades de pagamento”. Deve-se destacar esta expressão trata do pagamento latu sensu, já que o pagamento stricto sensu é a forma de satisfação do credor que resulta no cumprimento da obrigação. 
As modalidades de pagamento descritas neste trabalho nada mais são como outras formas de extinção da obrigação que não o pagamento stricto sensu, mas que trazem o mesmo resultado do pagamento stricto sensu sobre as obrigações.
São elas o pagamento em consignação, sub-rogação, dação, novação, compensação, confusão e remissão. Por fim, ainda será alvo de estudo a transação, instrumento que traz muita controvérsia sobre sua natureza jurídica: meio de extinção de obrigações ou instituto equiparado a um contrato.
2. TEORIA DO PAGAMENTO
Pagamento é definido por Gonçalves como o cumprimento ou adimplemento da obrigação. É definido no Código Civil como a realização voluntária da prestação debitória que provém tanto do devedor como de terceiro. Assim, o pagamento é um modo de extinguir a obrigação.
Gagliano ressalta ainda que o pagamento é dividido em três partes: I) Vínculo obrigacional: se não há vínculo entre as partes, não há obrigação a se resolver; II) sujeito ativo: o devedor; III) sujeito passivo: o credor.
As obrigações nascem para serem cumpridas e no exato momento que se cumprem, extinguem-se. O adimplemento é, com efeito, o modo natural da extinção de toda relação obrigacional. 
A extinção de uma obrigação tem como consequência a liberação do devedor. Geralmente a extinção da obrigação se dá com a execução. Satisfeita a prestação, o vínculo deixa de existir. O cumprimento da obrigação por esse modo se chama pagamento. 
Tendo em vista que o vínculo obrigacional ocorre para haver satisfação do interesse do credor, não importa que a obrigação seja cumprida pelo próprio devedor ou por terceiro. Desta forma, deve-se diferenciar satisfação do crédito de adimplemento da obrigação. 
Adimplemento é o exato cumprimento da obrigação pelo devedor. De regra, o interesse do credor atende-se com o cumprimento, pelo devedor, da obrigação, mas pode ser satisfeito do mesmo modo se o terceiro paga a dívida. Neste caso, diz-se que há satisfação do crédito, e não adimplemento propriamente dito, porque o credor obtém o resultado querido ao receber o objeto devido, mas não há estritamente adimplemento porque o terceiro não é devedor, nem está obrigado a pagar. 
Se ocorre adimplemento, a obrigação extingue-se de modo absoluto, mas se o interesse do credor é satisfeito mediante a intervenção pro soluto de terceiro, a extinção se dá de modo relativo, por isso que o devedor continua obrigado, embora em relação a quem satisfez o credor. 
Extingue-se o vínculo entre o devedor e o credor, mas, no mesmo momento, nasce outro que prende aquele ao terceiro-novo credor por haver pago a dívida. Terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome tem direito a reembolsar-se do que pagou, ocorrendo, nessa substituição do credor primitivo, a sub-rogação.
Por outro lado, o interesse do credor pode ser satisfeito pela substituição do objeto da prestação. Mas como a substituição altera o conteúdo da relação obrigacional, só se pode dar com expresso assentimento do credor. Haverá nesse caso adimplemento, sem que se possa dizer que houve propriamente satisfação do crédito, e sim satisfação do credor, como na dação em pagamento.
A conduta do devedor no adimplemento sujeita-se a duas regras gerais: I) o contrato deve ser executado com probidade e de boa-fé; II) no cumprimento da obrigação deve agir com a diligência de bom pai de família. 
A execução da boa-fé refere-se ao fim e as razões que costumam determinar a formação da obrigação contraída, a interpretação das palavras empregadas para a formação da obrigação e ao correto equilíbrio entre os interesses divergentes dos sujeitos da relação obrigacional. 
Em relação ao segundo ponto, quer dizer que, no adimplemento da obrigação, o devedor está adstrito a se comportar com a diligência usual da pessoa que cuida de seus interesses com exação. 
Por fim, deve-se destacar que ao devedor não é lícito oferecer o pagamento em condições mais onerosas do que as estipuladas.
Passa-se agora à exploração das modalidades de pagamento mencionadas na introdução.
3. PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
De acordo com Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho
, pagamento em consignação trata-se “do instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional.”
Esta modalidade de pagamento é uma faculdade do devedor, que não pôde adimplir a obrigação por culpa do devedor ou por outras circunstâncias impeditivas do pagamento, aconselhável em diversas situações, entre outras as previstas no art. 335 do CC pontuadas abaixo: 
a) Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma (inciso I): bem observa Carlos Gonçalves
 que nesta hipótese é “necessário que tenha havido oferta real, efetiva, incumbindo ao autor prová-la, bem como a recusa injustificada do credor. A este incumbe, ao contrário, o ônus de provar a existência de justa causa para a recusa”
b) Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos (inciso II): aplicável na regra geral em que o pagamento deve ser feito no domicílio do devedor.
c) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil (inciso III): no caso de credor incapaz, aplica-se o pagamento em consignação na hipótese do seu representante não se colocar disponível para o pagamento. Já quanto ao credor desconhecido pode ocorrer em situações de morte do credor em que não tenha sido nomeado um inventariante. Por fim, o princípio da razoabilidade é aplicado para abster o credor de arriscar a sua vida para procurar o credor.
d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento (inciso IV): possibilidade de pagamento em consignação na hipótese em que se duas pessoas pleiteiam o pagamento de uma mesma prestação, evitando assim a aplicação da regra de “quem paga mal paga duas vezes” ao credor.
e) se pender litígio sobre o objeto do pagamento (inciso V): esta hipótese é detalhada no art. 344 do CC/02, em que o devedor de obrigação litigiosa, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco caso antecipe-se à manifestação estatal para efetuar o pagamento à um dos litigantes ao invés de realizar o pagamento em consignação.
Esta forma de pagamento está prevista tanto no Código Civil quanto no CPC/15, que inclusive admite o pagamento em consignação em uma fase extrajudicial, conforme destaca-se abaixo: 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
 Deve-se observar que esse procedimento extrajudicial é aplicável somente às obrigaçõespecuniárias, não sendo possível sua aplicação em relações obrigacionais relacionadas com a entrega de coisa. Entretanto, vale destacar que o silêncio do devedor caracterizará a aceitação do depósito, tendo este pagamento força de “coisa julgada”.
Importante ressaltar que pagamento deve ser feito na integralidade, já que o credor não é obrigado a aceitar pagamento parcial. Quanto ao modo, a obrigação deve ser cumprida da mesma maneira como foi concebida originalmente. 
A consignação deve ser feita no lugar do pagamento, sendo certo que se a dívida for quérable, o depósito será feito no domicílio do devedor, que é a regra geral, já se a dívida for portable o depósito deve ser feito no domicílio do credor. Se houver foro de eleição, o depósito deve ser feito no domicílio estabelecido. 
Por fim, se a coisa devida foi imóvel que deva ser entregue no lugar onde se encontra, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la. Esta regra é de suma importância, principalmente no depósito judicial, pois define a competência do juiz para conhecer da ação.
4. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
De acordo com Caldas Aulete
, sub-rogar é o “ato pelo qual se substitui uma pessoa ou coisa em lugar de outra. [...] Ato pelo qual o indivíduo que paga pelo devedor com o consentimento deste, expressamente manifestado ou por fatos donde claramente se deduza, fica investido nos direitos do credor”.
Orlando Gomes
, por sua vez, indica que “dá-se sub-rogação pessoal quando a dívida de alguém é paga por outrem. Pagando-a, o terceiro adquire o crédito. Extingue-se a obrigação, mas o devedor não se libera porque passa a dever a quem a extinguiu, como se o credor houvesse cedido o crédito.”
Ademais, Caio Mário
 observa que “na palavra mesma que exprime o conceito (do latim ‘sub rogare’, ‘sub rogatio’), está contida a ideia de substituição, ou seja, o fato de uma pessoa tomar o lugar da outra, assumindo a sua posição e a sua situação”.
Apesar da sub-rogação assemelhar-se à cessão de crédito, subordinando-se às regras que a disciplinam, não se confundem, já que a sub-rogação pressupõe pagamento ao credor, enquanto a cessão de crédito ocorre antes que o pagamento seja feito.
Ocorre sub-rogação pessoal quando um terceiro paga ou empresta o necessário para que o devedor quite a sua obrigação, transferindo os direitos e, eventualmente, as garantias do credor originário para o terceiro sub-rogado. Existem duas espécies de sub-rogação: legal e convencional.
A sub-rogação legal ocorre nos casos previstos no art. 346 do Código Civil, os quais estão elencados abaixo:
a) Em favor do credor que paga a dívida do devedor comum (inciso I): se duas ou mais pessoas são credoras do mesmo devedor, ocorrerá a sub-rogação legal se qualquer dos sujeitos ativos pagar ao credor preferencial o valor devido;
b) Em favor do adquirente do imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado do direito sobre o imóvel (inciso II): Em razão do direito de sequela, o adquirente de bem hipotecado pode efetuar o pagamento da dívida garantida pelo imóvel. Nesse caso, embora extinta a garantia a real, o solvens assumirá a titularidade do credor original na obrigação
c) Em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte (inciso III): ocorre quando um terceiro, juridicamente interessado no cumprimento da obrigação (fiador, avalista ou devedor solidário) paga a dívida, ficando assim sub-rogado nos direitos do credor. Importante ressaltar que o interesse deve ser jurídico, caso contrário o terceiro terá o direito de se reembolsar, mas não se sub-rogará aos direitos do credor. 
Já a sub-rogação convencional resulta do acordo de vontades entre credor e o terceiro que paga sem ser interessado. De acordo com Orlando Gomes
, verificam-se duas variantes na sub-rogação convencional:
A primeira abre-se quando o credor, ao receber a dívida paga por terceiro, expressamente lhe transfere todos os seus direitos; a segunda, quando o terceiro empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar sub-rogado nos direitos de credor satisfeito.
Quanto ao consentimento do credor, não é necessário na sub-rogação legal e na sub-rogação convencional que se realiza pela vontade do devedor, ou seja, quando terceiro empresta ao devedor a quantia necessária para solver a dívida. Entretanto, na sub-rogação convencional em que a dívida é paga por terceiros, o consentimento do credor é imprescindível, que se materializa através da quitação dada ao terceiro que lhe paga.
Como resultado, existem dois efeitos da sub-rogação: o efeito liberatório, pela extinção do débito em relação ao credor original, e o efeito translativo, pela transferência da relação obrigacional para o novo credor.
5. DAÇÃO EM PAGAMENTO
Dação em pagamento (datio in solutum) consiste na substituição do objeto da prestação por outra coisa diversa com a aquiescência do credor, sendo assim considerado um meio supletivo do pagamento. Não basta que o credor aceite outra coisa, é necessário que o credor receba a coisa como pagamento, até porque, por princípio, este não estaria obrigado a receber coisa diversa da que fora pactuada, conforme versa o art. 313 do Código Civil.
Um dos requisitos da dação é a entrega de coisa diversa da devida, ou seja, que a obrigação seja extinta com a entrega de coisa que não seja a res debita. Neste tema, Orlando Gomes
 pontua que “o que caracteriza a dação em pagamento é essa substituição”. Por isso, não se verifica nas obrigações alternativas, visto que, nestas, as diversas prestações estão in obligatione, nem nas obrigações facultativas, pois a prestação que está in facultate solutiones, embora possa substituir a que se encontra in obligatione, já foi estipulada como suscetível de ser objeto do pagamento.
Outro requisito da dação é a existência de uma dívida vencida, visto que ninguém pode pretender solver uma dívida que não seja existente e exigível. Caso seja acordado entre o credor e o devedor uma modificação do conteúdo do crédito antes do vencimento, não será caracterizado por dação em pagamento, mas tão somente uma alteração da prestação convencionada.
Caso a prestação devida seja substituída por um título de crédito, a transferência importa cessão. Porém, não se pode confundir a dação in solutum, que tem como objetivo de solver imediatamente a obrigação, com a dação pro solvendo, que tem como objetivo facilitar o cumprimento da obrigação. Neste cenário a remessa de um cheque não constitui dação em pagamento pois não produz o efeito da extinção do crédito, trata-se simplesmente de um meio facilitador do cumprimento da obrigação.
Por fim, a dação em pagamento rege-se pelas regras do contrato de compra e venda, uma vez que se o credor consentir em receber coisa que não seja dinheiro, o mesmo a adquire como se a comprara, configurando-se um contrato translativo.
6. NOVAÇÃO
Novação é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la. Nota-se que esta substituição e extinção da obrigação ocorre por meio de uma estipulação negocial entre as partes.
Desta forma, toda a novação tem natureza jurídica negocial. Ou seja, nunca poderá ser imposta por lei, dependendo sempre de uma convenção firmada entre os sujeitos da relação obrigacional. 
Os requisitos para que ocorra a novação são os seguintes:
a) Existência de uma obrigação anterior (obligatio novanda): só é possível efetuar a novação se existir uma obrigação anterior a ser novada. A obrigação a ser novada deve ser válida, ou em outras palavras, o objeto de novação não pode ser uma obrigação nula. Entretanto, pode ser uma obrigação anulável, já que se o ato anulável pode ser confirmado, nada impede que a relação obrigacional aí compreendida seja extinta, e substituída por outra, por meio da novação. 
b) Criação de uma nova obrigação, substancialmente diversa da primeira (aliquid novi): a novação consiste na convenção pactuada entre os sujeitos da relaçãoobrigacional, no sentido de criarem uma nova obrigação, destinada a substituir e extinguir a anterior. Sendo assim, a criação de uma “obrigação nova” é requisito fundamental para a caracterização da novação. Além disto, é necessário que exista uma diversidade substancial entre a obrigação antiga e a nova. Não há novação quando ocorrem apenas acréscimos ou ajustes secundários na dívida. 
c) Ânimo de novar (animus novandi): para a novação ocorra é indispensável que as partes tenham a intenção de novar. Ao aceitar a novação, o credor renuncia o crédito e os direitos acessórios que o acompanham. Entretanto, o animus novandi pode ser tácito, conforme prevê o art. 361 do CC/2002, que o ânimo de novar terá de ser expresso ou tácito, mas há de ser inequívoco.
Neste tema, para prevenir dúvidas sobre o animus novandi tácito, as partes costumam declarar que a estipulação não implica em novação, evitando assim o efeito novatório.
A doutrina aponta três espécies de novação: objetiva, subjetiva ou mista. 
A novação objetiva ocorre quando o devedor contrai uma nova dívida com o credor para extinguir e substituir a dívida anterior. Esta espécie de novação exige acordo das partes sobre a extinção da dívida e constituição da nova que a substitua. A mudança na obrigação pode ser: a) no objeto principal da obrigação; b) em sua natureza; c) na causa jurídica.
A novação subjetiva ocorre quando novo devedor sucede ao antigo (novação passiva), ou quando novo credor sucede ao antigo (novação ativa). Neste caso, a substituição do devedor pode ocorrer através da expromissão, quando ocorre a substituição do devedor por um terceiro (ad promissor), independentemente de sua vontade. 
A substituição do devedor pode, ainda, ocorrer por delegação novatória, quando o antigo devedor (delegante) indica o novo devedor (delegado) que é aceito pelo credor (delegatório), sendo necessário que o credor tenha o ânimo de novar para que se dê a extinção da dívida antiga.
Ademais, a novação subjetiva do credor ocorre quando o antigo credor renuncia seu crédito para dar lugar ao novo credor, surgindo uma nova dívida através de um novo vínculo, de comum acordo entre as três partes: antigo credor, novo credor e devedor.
Por fim, a novação subjetiva mista se verifica quando ambos os sujeitos da relação obrigacional são substituídos. Ou seja, realizada a novação, extinguem-se todos os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. 
Em relação à fiança, se o fiador não consentir na novação, estará liberado. O mesmo ocorre com a garantia real, que só se manterá após a novação com a anuência expressa do garantidor. 
Caso ocorra novação entre o credor e um dos devedores solidários, o ato só será eficaz em face do devedor que novou, ou seja, somente o devedor que haja participado desse ato suportará as suas consequências, liberando os demais devedores.
Por fim, no caso de solidariedade ativa, Sílvio De Salvo Venosa
 explica o seguinte: 
Em se tratando de solidariedade ativa, uma vez ocorrida a novação, extingue-se a dívida. A novação é meio de cumprimento. Segue-se o princípio geral da solidariedade ativa. Feita a novação por um dos credores solidários, os demais credores que não participaram do ato se entenderão com o credor operante, de acordo com os princípios da extinção da solidariedade ativa.
Passa-se agora às considerações em relação à compensação.
7. COMPENSAÇÃO
Compensação é uma forma de extinção de uma obrigação em que seus titulares são, reciprocamente, credores e devedores, de modo a extinguir as obrigações mútuas até o limite da existência do crédito recíproco, remanescendo, se houver, o saldo em favor do maior credor, conforme versa o art. 368 do CC/02, veja-se: “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”.
Em outras palavras, compensação é um instrumento previsto para pessoas que tenham dívidas reciprocas, possibilitando o encontro dessas dívidas, com a finalidade de extingui-las, até a concorrente quantia. 
Existem três espécies de compensação: legal, judicial e voluntária. 
A compensação legal ocorre quando entre as mesmas pessoas, existam: 
a) Dívidas recíprocas que se originem em títulos diversos: simultaneidade de dívidas com inversão dos sujeitos em seus polos. Importante que estas dívidas se originem de contratos distintos, ainda que do mesmo tipo;
b) Dívidas homogêneas, líquidas e exigíveis: só é possível realizar a compensação caso as dívidas forem fungíveis, forem reduzidas a valor econômico e que sejam vencidas, caso contrário resultaria em uma antecipação injustificada do pagamento.
A compensação judicial se consuma quando uma das dívidas recíprocas não é líquida, uma vez que somente o juiz tem poder para determinar sua liquidação.
Por fim, a compensação voluntária ocorre através da manifestação de vontade das partes em situações em que faltam um mais dos pressupostos de homogeneidade, liquidez e exigibilidade das dívidas recíprocas. 
Entretanto, como bem pontua Orlando Gomes
:
Não se permite compensação em prejuízo de direitos de terceiros. Se o devedor nada opõe à cessão que o credor fizer a terceiro, não pode opor ao cessionário a compensação, a menos que não tenha sido notificado da cessão. Pela mesma razão, se o devedor se tornar credor do seu credor depois de penhorado o crédito deste, não pode opor a compensação ao exequente.
As hipóteses de inadmissibilidade de compensação são:
a) Exclusão convencional: manifestação expressa e livre da vontade pode, por sua autonomia, afastar o instituto da compensação, desde que seja resultante da renúncia prévia de um dos devedores.
b) Exclusão legal: o art. 373 do CC/2002 prevê situações em que não é admissível a compensação: a) a dívida proveniente de esbulho, roubo ou furto; b) a dívida oriunda de comodato, depósito, ou alimentos; c) a dívida cujo objeto seja impenhorável.
A compensação tem efeito liberatório do devedor. Por sua natureza, desobriga ao mesmo tempo dois devedores, extinguindo as dívidas recíprocas através de seu instrumento. 
8. CONFUSÃO
A extinção do crédito através da confusão ocorre quando as qualidades de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa, ou seja, a confusão é um modo satisfatório de extinção, parcial ou total, das obrigações. O efeito da confusão (definitiva) é a extinção do crédito, com a extinção como consequência lógica de seus acessórios.
A confusão ocorre quando o devedor passa a ser o titular do direito de crédito, baseado na sucessão, operando-se tanto em mortis causa quanto em inter vivos. 
Normalmente a confusão ocorre em sucessão hereditária, entretanto pode ocorrer ato inter vivos, pelo casamento em regime de comunhão universal de bens entre credor e devedor ou até mesmo por doação, cessão de crédito, sub-rogação. A revogação da confusão pode ocorrer por diferentes causas, sendo a mais comum a renúncia à herança.
9. REMISSÃO
Remissão de dívida é a faculdade dada ao credor que, por sua autoridade, pode perdoar a dívida, extinguindo assim o crédito. De acordo com Orlando Gomes
, “para a doutrina alemã, requer acordo entre o credor e o devedor. Por conseguinte, tem natureza contratual. Seria um contrato liberatório. Todavia, facilita-se sua estipulação ao se admitir largamente a aceitação tácita. Basta que o devedor não se oponha, dentro de certo prazo, à declaração do credor, significando o silêncio que aceita o perdão.”
Ou seja, a remissão da dívida, que deve ser aceita pelo devedor para extinção da obrigação, admite que esta aceitação seja tácita, sendo primordial em qualquer situação que tal remissão não traga prejuízo à terceiros, sob pena de caracterizar fraude a credores, como prevê o art. 158 do CC/2002.
Desta forma, a remissão só é admitida quando realizada através de pessoas solventes, já que quem está em dificuldades financeiras não pode perdoar seus devedores, afinal estaria prejudicando seus próprios credores.
A remissão de dívida pode ser realizada a título gratuito ou a título oneroso.Na maioria dos casos de remissão a título gratuito é originado por conta da doação. Entretanto, a remissão não tem necessariamente causa donandi, já que é possível a remissão a título oneroso.
Remissão a título oneroso funda-se numa transação pela qual o credor renuncia a um crédito inseguro ou litigioso em função de alguma contrapartida oferecida pelo devedor, modalidade esta admitida sob forma contratual.
Vale ressaltar que a remissão pode ainda ser total ou parcial, neste último caso aplicando este instrumento em parte da dívida ou na dispensa dos juros, além de admitir a modalidade expressa ou tácita, onde pode-se ilustrar esta modalidade através da devolução do título de crédito.
Por fim, vale ressaltar que não se pode confundir remissão e renúncia, já que renúncia é o gênero enquanto remissão é uma espécie, apesar da equivalência de ambas com relação aos efeitos jurídicos gerados.
A remissão traz como efeito fundamental a extinção do crédito e, consequentemente, seus acessórios e garantias. 
10. TRANSAÇÃO
A transação é negócio jurídico onde os interessados previnem ou terminam litígio mediante concessões recíprocas.
A obrigatoriedade da transação flui do acordo de vontades expedido com o fito de extinguir as relações obrigacionais controvertidas anteriormente.
Daí justifica-se o não se admitir retratação unilateral da transação que, conforme o artigo 849, caput do Código Civil, diz que “só se anula por dolo, coação ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa”.
Humberto Theodoro Júnior ressalta que a transação é irretratável unilateralmente mesmo que ainda não tenha sido homologado o acordo em juízo.
Homologada por sentença a transação, esta passa a revestir-se de título executivo judicial e, para sua eventual desconstituição, será necessária a ação anulatória prevista no artigo 486 do CPC/15. E, não há ação rescisória exceto quando a referida sentença também apreciar o mérito do negócio jurídico, deixando ser meramente homologatória.
São elementos constitutivos da transação:
a) o acordo das partes, posto que é negócio jurídico bilateral atendendo-se aos requisitos de validade principalmente quanto à capacidade dos transigentes e a legitimação, bem como a outorga de poderes especiais quando realizada por mandatário (art. 661, § 1º do Código Civil).
b) a existência de relações jurídicas controvertidas, ou seja, haver razoável dúvida. A incerteza que encontra caracterização na existência das pretensões das partes é algo inerente ao instituto.
c) exige-se a reciprocidade das concessões.
Por essa razão é nula a transação a respeito de litígio já decidido por sentença que transitou em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores ou quando por título ulteriormente descoberto se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação (art. 850, CC).
Mas, se por qualquer motivo for inválida, ainda que a nulidade venha a atingir apenas algumas das suas cláusulas, não opera com força liberatória, restaurando-se as obrigações e restituindo-se às partes o direito de perseguir em juízo tudo o que o título lhes assegurava.
A transação é ato indivisível e de interpretação restrita. Fala-se que a transação é um contrato bilateral, comutativo e oneroso. 
A transação restringe-se aos direitos patrimoniais de caráter privado, mas não podem as partes transigir quanto aos direitos não-patrimoniais, tais como os de família puros, envolvendo legitimidade de filho, validade de casamento, pátrio poder, alimentos.
É insuscetível de transação, nula, a que se fizer objetivando a terminação do litígio encerrado por sentença transitada em julgado, se dela não tinham ciência alguma os transatores. 
Contudo, entende-se que, se os interessados tinham conhecimento da sentença e mesmo assim a realizaram, é válida, pois conscientemente reabriram a questão.
Gisele Leite escreve que “Uma das peculiaridades da transação é sua invisibilidade, só deve ser considerada como um todo, sem a possibilidade de seu fracionamento, (art. 848, caput, CC). Portanto, sendo nula quaisquer de suas cláusulas, a transação será tida como nula também.
Entretanto, se versar sobre diversos direitos contestados, independentes de si, o fato de não prevalecer em relação a um, não prejudicará os demais. Assim, admite-se a validade de certas cláusulas da transação quando atestada a sua autonomia em relação à invalidada cláusula.
O mesmo ocorre quanto à indivisibilidade da interpretação da transação, devendo esta ser restritiva. O artigo 843 do CC explicita que é um contrato consensual e que se consuma pelo consenso na sua celebração, mesmo que haja execução diferida.
É contrato casual, que tem a causa, elemento do negócio jurídico, como razão determinante da vontade.
À luz do artigo 842 do Código Civil, o negócio poderá se fazer por escritura pública como forma obrigatória: “Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz”.
Como tal interpreta-se restritivamente, não se transmitindo direitos, mas declarando-se ou reconhecendo-se obrigações (artigo 843).
A transação não aproveita, nem prejudica, senão aos que nela intervierem ainda que diga respeito a coisa indivisível, e, concluída entre credor e devedor, vem a desonerar o fiador, que cumpre uma obrigação acessória. Se ocorrer entre um dos credores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos codevedores, pois a solidariedade forma uma obrigação única.
Outra característica é sua natureza declaratória, pois apenas certifica a existência de certos direitos e situações jurídicas.
No caso de haver evicção, o art. 845 do CC dispõe que “Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos”. Seu parágrafo único ainda afirma que “Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo”.
11. CONCLUSÃO
Por meio da pesquisa realizada, pode-se verificar que as obrigações nascem para serem cumpridas e no exato momento que se cumprem, extinguem-se. O adimplemento é, com efeito, o modo natural da extinção de toda relação obrigacional.
Sendo assim, pode-se concluir que a obrigação é extinta quando a prestação é cumprida, seja por meio do pagamento ou pelos outros meios indiretos abordados no decorrer do trabalho, a exemplo da novação, sub-rogação, compensação etc, os quais tem como efeito a liberação do devedor.
A elaboração do trabalho propiciou, portanto, uma percepção ampla e mais clara da teoria do pagamento, bem como dos efeitos das obrigações e das modalidades de pagamento, os quais são de suma importância tanto no âmbito acadêmico, como no âmbito profissional e pessoal do operador do Direito. 
Por fim, reitera-se que mesmo que este trabalho se encerre aqui, seu conteúdo ainda pode ser amplamente desenvolvido, uma vez que os temas abordados estão presentes no cotidiano e sempre podem ser desenvolvidas novas teses a seu respeito. 
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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� AULETE, Caldas. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. v. 5, p. 4780.
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� GOMES, Orlando. Obrigações. Forense. p. 112 e 113. Edição do Kindle.
� VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil — Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 2. ed. [S.l.]. p. 295.
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