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Macro Insper/21 - Senhoriagem_e_Imposto_Inflacionário.pdf Senhoriagem e Imposto Inflacionário Macroeconomia Anpec Senhoriagem e Imposto Inflacionário A senhoriagem é o ganho de poder de compra que o governo obtém através da expansão da base monetária. O imposto inflacionário é a perda de poder de compra da quantidade de moeda física que ocorre na presença de inflação (o termo é empregado no contexto em que a inflação é causada por expansão monetária). Senhoriagem e Imposto Inflacionário Rigorosamente, a senhoriagem é o ganho de poder de compra que o governo obtém através da expansão da base monetária menos os custos de imprimir as notas e cunhar as moedas. Como esses custos de emissão são pequenos, geralmente define-se senhoriagem simplesmente como o ganho de poder de compra obtido pelo governo com a emissão monetária. Senhoriagem e Imposto Inflacionário A senhoriagem é o ganho de poder de compra que o governo obtém através da expansão da base monetária: Obs: Para simplificar vamos supor que M = B, ou seja, m=1 t t m t t t tt t t t tt t tt t P M g P M M MM S M M P MM P MM P M S 1 11 Senhoriagem e Imposto Inflacionário A senhoriagem é o ganho de poder de compra que o governo obtém através da expansão da base monetária: t t tt P M M M P M SENHORIAGEM EXPANSÃO MONETARIA SALDOS MONETÁRIOS REAIS Senhoriagem e Imposto Inflacionário Ex. vamos trabalhar com a senhoriagem em termos do PIB, assim divida a equação anterior por Y (renda mensal) Suponha que o governo tenha uma déficit real de 10% do PIB. Se ele financiar o déficit emitindo moeda, então a senhoriagem também tem que ser de 10% do PIB. Se os saldos monetários reais representam 2 meses de renda, então a expansão monetária deve ser igual a 5% do PIB. Y PM M M Y PM // Senhoriagem e Imposto Inflacionário O imposto inflacionário é a perda de poder de compra da quantidade de moeda que ocorre na presença de inflação: O conceito de moeda empregado na análise é o de moeda manual, onde não são incluídos os depósitos à vista. 1 t t t t P M P M II Senhoriagem e Imposto Inflacionário O imposto inflacionário é a perda de poder de compra da moeda que ocorre na presença de inflação: 11 1 1 )1( t t t t t t t t P M P M P M P M II Senhoriagem e Imposto Inflacionário Se a taxa de inflação for pequena, o termo (taxa de inflação / (1 + taxa de inflação)) pode ser bem aproximado pela própria taxa de inflação. O imposto inflacionário pode ser representado por: t t t t P M P M II 1 Senhoriagem e Imposto Inflacionário A inflação pode ser encarada como um imposto sobre os saldos monetários reais. A alíquota é e a base de tributação é t t P M II P M Senhoriagem e Imposto Inflacionário A senhoriagem será igual ao imposto inflacionário apenas no caso em que a taxa de expansão da base monetária (ou taxa de crescimento de M1, já que M1 é igual ao multiplicador vezes a base monetária) for igual à taxa de crescimento dos preços: t t t t m P M II P M gS Senhoriagem e Imposto Inflacionário O governo pode obter receitas de senhoriagem mesmo que o imposto inflacionário seja zero. Se a taxa de crescimento da oferta de moeda for igual à taxa de crescimento do produto real, a inflação será zero, o imposto inflacionário será zero e mesmo assim o governo obterá receitas de senhoriagem. 0 0 II S Senhoriagem e Imposto Inflacionário 1111 1111 t t t t t t t t tttt tttt Y Y P P V V M M YPVM YPVM Encontrando uma relação entre as taxas de crescimento da oferta de moeda, dos preços e do produto, a partir da equação quantitativa: Senhoriagem e Imposto Inflacionário yyvmvm yvm t t t t t t t t gggggg ggg Y Y P P V V M M 11 )1)(1()1)(1( 1111 Supondo velocidade constante, temos: Note que essa é relação de demanda agregada que já havia sido derivada, anteriormente quando falamos de Curva de Phillips ym gg Senhoriagem e Imposto Inflacionário Se a taxa de expansão monetária for igual à taxa de crescimento do produto, a taxa de inflação é zero. A senhoriagem é positiva, mas o imposto inflacionário é zero. 0 ym gg 0 0 t t t t m P M II P M gS Senhoriagem e Crescimento da moeda Empiricamente, observa-se que as receitas de senhoriagem aumentam com o aumento da taxa de crescimento da oferta de moeda, mas não indefinidamente. A partir de certo nível da taxa de crescimento da oferta de moeda, acréscimos na taxa de expansão monetária reduzem as receitas de senhoriagem. Inflação e Demanda de moeda Os diagramas a seguir ilustram a evolução da taxa de inflação e dos saldos monetários reais na Hungria entre os anos de 1922 e 1924, período de hiperinflação. Inflação e Demanda de moeda Durante esse período, a inflação passa de praticamente zero para cerca de 70% ao ano, em alguns meses. A explicação para esse aumento na taxa de crescimento dos preços é o aumento da taxa de crescimento da oferta de moeda. Podemos então comparar a evolução da taxa de crescimento da oferta de moeda (inflação) com a evolução dos saldos monetários reais (M/P) e perceber uma relação inversa: aumentos na taxa de crescimento da oferta de moeda estão em geral associados à diminuições nos saldos monetários reais. Inflação e Demanda de moeda Na medida que há um aumento da taxa de crescimento da oferta de moeda, os saldos monetários reais tendem a diminuir. Uma explicação para esse resultado é que a demanda por moeda depende também da taxa de inflação esperada. Quando a inflação esperada aumenta, se torna mais custoso reter moeda, levando as pessoas a reduzirem seus saldos monetários reais. Inflação e Demanda de moeda Ex. Com inflação de 100% ao mês, a moeda manual mantida por um mês perde metade de seu valor real. Assim, os pagamentos de salários tendem a se tornar mais frequentes e as pessoas correm para gastar logo o seu salário para evitar a perda de valor da moeda. Alem disso, o escambo se torna mais frequente, bem como a utilização de outras moedas, por exemplo, o dólar. Inflação e Demanda de moeda Em suma, O crescimento da oferta de moeda em demasia gera uma inflação maior atual e esperada, o que leva as pessoas a tentarem se livrar da moeda, gerando uma perda maior ainda de seu valor (inflação). Assim, os preços sobem mais do que os saldos monetários nominais, diminuindo os saldos monetários reais. Hiperinflação e Crescimento da Moeda Demanda real por moeda Vamos reescrever a nossa LM em termos de taxa de juros real e inflação esperada Os saldos monetarios reais dependem da renda real (Y), da taxa de juros real e da inflação esperada. )( erLY P M Demanda real por moeda Durante uma hiperinflação, sofre alterações muito maiores do que Y e r, de modo que podemos considerar essas duas constantes. Assim, a medida que cresce a posse de moeda se torna cada vez mais onerosa, reduzindo os saldos monetários reais. )( erLY P M e e Expansão constante de moeda Expansão constante de moeda Suponhamos que o governo escolha uma taxa constante de expansão monetária. Quanto de senhoriagem ele pode obter? Suponha que o crescimento do produto seja zero. Se a expansão monetária for constante, a inflação e a inflação esperada também serão constantes e iguais. M Me Expansão constante de moeda Se substituirmos a inflação esperada na LM temos Se substituirmos os saldos reais na equação de senhoriagem temos )( M M rLY P M )( M M rLY M M msenhoriage Expansão constante de moeda Assim a expansão monetária tem dois efeitos opostos sobre a senhoriagem. Suponha um aumento na expansão monetária 1) Dados os saldos monetários reais , aumenta a senhoriagem. 2) Mas um diminui a demanda por saldos monetários reais. )( M M rLY M M msenhoriage M M M M )/( PM Expansão constante de moeda Resumindo os dois efeitos 1) 2) P M P M rL M M ee )( P M M M Máxima Senhoriagem Assim o efeito líquido de um aumento na expansão monetária sobre a senhoriagem é ambiguo. A relação entre a taxa de crescimento da oferta de moeda (igual à inflação no equilíbrio) e as receitas de senhoriagem pode ser representada através de uma curva de Laffer (em homenagem ao economista que apresentou a relação entre receitas tributárias e alíquota de impostos). Máxima Senhoriagem Modelo de Cagan Phillip Cagan, em 1956, verificou que, nas hiperinflações, a demanda por moeda (ou saldos monetários reais) diminuía exponencialmente com aumentos na taxa de inflação esperada. No seu modelo, onde c e a são constantes. Assim, as receitas de senhoriagem do governo podiam atingir um nível máximo. Tentativas da autoridade fiscal de aumentar ainda mais as receitas de senhoriagem resultariam em diminuição de receitas no equilíbrio de longo prazo. )exp( eac P M Modelo de Cagan O nível máximo de senhoriagem depende da sensibilidade da demanda por moeda em relação à inflação esperada. Quanto maior essa sensibilidade, menor será a senhoriagem máxima que o governo poderá obter no equilíbrio. ( No modelo de Cagan é a cte a) Se a sensibilidade da demanda de moeda em relação à inflação esperada for muito alta, então um pequeno aumento na inflação (esperada) já faz com que os agentes queiram se livrar fortemente da moeda, diminuindo muito os seus saldos reais, de maneira que a senhoriagem (imposto inflacionário) obtida diminui. Aumento do Deficit Déficit e Inflação crescente: Suponha que um governo queira financiar um aumento do deficit via emissao de moeda. Pode levar algum tempo para que a inflação corrente e esperada se ajustem, assim como os saldos monetários reais das pessoas. Portanto, aumentando a expansão de moeda o suficiente, qualquer governo poderá gerar no curto prazo qualquer quantidade de senhoriagem que quiser, bem acima daquele maximo no gráfico. Aumento do Deficit Mas com o tempo , o governo precisará aumentar cada vez mais a expansão monetária para gerar a mesma quantidade de senhoriagem, o que levará a uma aceleração da inflação. Além disso, a medida que a inflação torna-se muito alta, o déficit orçamentário costuma piorar, pois se os impostos são arrecadados com base na renda nominal passada, cai a arrecadação real (efeito Oliveira-Tanzi), o que pode fazer com que o governo precise aumentar mais ainda a expansão monetária MMdeficit / Macro Insper/02 - Balanço_de_Pagamentos.pdf Balanço de Pagamentos Curso da Anpec - Macroeconomia Estrutura do Balanço de Pagamentos Contabilização Curso da Anpec - Macroeconomia Balanço de Pagamentos - Definições O Balanço de Pagamentos é o registro sistemático das transações entre residentes e não residentes de um país durante determinado período de tempo. Balanço de Pagamentos - Definições A “residência” de um indivíduo é o país onde ocorre sua participação na produção e absorção de bens e serviços. Principais residentes: Pessoas que vivem permanentemente no país (inclusive estrangeiros com residência fixa); Pessoas temporariamente fora do país em viagens de negócios ou turismo; Pessoas jurídicas sediadas no país, inclusive filiais de empresas estrangeiras. Balanço de Pagamentos - Fontes A principal fonte de informação utilizada pelo Banco Central para a compilação do Balanço de Pagamentos é o contrato de compra e venda de moeda estrangeira, denominado contrato de câmbio. Em cada contrato existe um campo a ser preenchido o motivo da entrada ou da saída de recursos. Balanço de Pagamentos - Fontes No Brasil, os métodos contábeis utilizados pelo Banco Central para registrar as transações com o exterior seguem o Manual de Balanço de Pagamentos do FMI, que está em sua quinta versão (MBP5). Apesar do Banco Central adotar o MBP5 desde 2001, só no exame da ANPEC de 2012 que essas modificações passaram a ser consideradas. Livro Bibliografia “Macroeconomia” Mario Henrique Simonsen e Rubens Penha Cysne. 4.Edição, Editora Atlas, 2009. Cap. 2. Estrutura do Balanço de Pagamentos A estrutura do Balanço de Pagamentos é dividida em três partes: Conta de Transações Correntes Movimento de Capitais Autônomos Movimento de Capitais Compensatórios Estrutura do Balanço de Pagamentos I) Conta Corrente: I.1) Balanço de Bens e Serviços I.2) Balanço de Rendas I.3) Transferências Unilaterais Correntes Estrutura do Balanço de Pagamentos I.1) O Balanço de Bens e Serviços é composto por : I.1.1) Balança Comercial Exportações (mercadorias)(FOB) Importações (mercadorias)(FOB) Importações são contabilizadas com sinal negativo (débito) , e as exportações sinal positivo (crédito). FOB – Free on board, não inclui Fretes e Seguros. Estrutura do Balanço de Pagamentos I.1.2) Balança de Serviços Viagens Internacionais Transportes Seguros Serviços Governamentais Serviços Financeiros Royalties e Licenças . . . Serviços Diversos Estrutura do Balanço de Pagamentos I.1.2) Balança de Serviços Os pagamentos ao exterior são contabilizados com sinal negativo (débito), e os recebimentos com sinal positivo (crédito). Estrutura do Balanço de Pagamentos Exemplos de Serviços : Pagamentos de gastos de turismo no exterior; ex. refeição em um restaurante na França. Pagamentos de um seguro de saúde internacional ao fazer intercambio; Pagamentos por serviços de encomendas internacionais, frete da encomenda de um livro na Amazon. Estrutura do Balanço de Pagamentos Exemplos de Serviços : Aluguel de equipamentos do exterior; ex. uma clinica de estética aluga uma maquina de depilação do exterior, Pagamentos de assistência técnica; Pagamento de direitos autorais (livro de macroeconomia); Serviços governamentais; ex. gastos com embaixadas, consulados, representações no exterior, etc.... Estrutura do Balanço de Pagamentos I.2) Balança de Rendas Salários e Ordenados Lucros e Dividendos Juros Demais itens de Rendas Estrutura do Balanço de Pagamentos I.2) Balança de Rendas Transações relativas à remuneração dos fatores de produção (capital e trabalho). Quando se trata de fatores de propriedade de não residentes usados na produção interna de bens e serviços, tais itens são lançados a débito. Simetricamente, quando se trata de fatores de propriedade de residentes usados na produção de bens e serviços de outros países, tais itens são lançados a crédito. Estrutura do Balanço de Pagamentos I.3) Transferências Unilaterais Correntes (ou Donativos) São pagamentos e recebimentos sem contrapartida de serviços. Exemplos: Doações entre países, de moeda ou mercadorias; Remessas de não residentes para suas famílias nos países de origem. Reparações de guerra. Estrutura do Balanço de Pagamentos I) Saldo em Conta Corrente = I.1 ) Saldo da Balança de Bens e Serviços + I.2) Saldo da Balança de Rendas + I.3) Saldo de Transferências Unilaterais Correntes Estrutura do Balanço de Pagamentos II) Conta Total de Capital: II.1) Capitais Autônomos II.2) Erros e Omissões II.3) Capitais Compensatórios Estrutura do Balanço de Pagamentos II.1) Capitais Autônomos (ou Conta Capital e Financeira) II.1.1) Conta Capital Transferências de Capital II.1.2) Conta Financeira Investimentos Diretos Investimentos em Carteira Ações, Títulos de Renda fixa, Derivativos Demais Investimentos Empréstimos, Amortizações, Financiamentos e Créditos Comerciais Estrutura do Balanço de Pagamentos II.1) Capitais Autônomos (ou Conta Capital e Financeira) Entradas e saídas de capitais voluntários (não tem por objetivo principal o financiamento do balanço de pagamentos). • Transferência de capital consiste no perdão de uma dívida ou na transferência de propriedade de algum ativo, sem contrapartida de bens e serviços. Investimentos diretos compreendem a participação no capital (aquisição/subscrição/ aumento de capital de empresas) e os empréstimos intercompanhia. Estrutura do Balanço de Pagamentos II.1) Capitais Autônomos (ou Conta Capital e Financeira) • Os ingressos de Investimentos Diretos, Investimentos em Carteira e Demais Investimentos são contabilizados com sinal positivo (crédito). • Amortizações pagas ao exterior são contabilizados com sinal negativo (débito). Estrutura do Balanço de Pagamentos II.2) Erros e Omissões As estatísticas do balanço de pagamentos em geral são computadas com imperfeições, que não permitem uma contabilização rigorosa dentro do principio das partidas dobradas. Assim, esta rubrica é anexada ao subtotal dado pelas transações correntes mais capitais autônomos, de forma que se tenha o saldo total do balanço de pagamentos. Estrutura do Balanço de Pagamentos Saldo Total do Balanço de Pagamentos = (I) Saldo da Conta Corrente + (II.1) Saldo de Capitais Autônomos + (II.2) Erros e Omissões Estrutura do Balanço de Pagamentos II.3) Capitais Compensatórios II.3.1) Reservas (ou Contas de Caixa) Haveres no exterior Ouro Monetário Direitos Especiais de Saque (DES) Posição de Reservas no FMI II.3.2) Empréstimos de Regularização (FMI, Banco Mundial) II.3.3) Atrasados Estrutura do Balanço de Pagamentos II.3.1) Reservas (ou conta de caixa) As contas de caixa registram o movimento dos meios de pagamento internacionais à disposição do país (reservas). Haveres no Exterior – Estoque de moedas estrangeiras e de títulos externos de curto prazo, com liquidez imediata, em poder do Banco Central. Ouro, DES e reservas no FMI - referem-se a liquidez internacional a disposição dos residentes. Por definição contábil, um aumento das reservas entra com um valor negativo na conta de capitais compensatórios. Balanço de Pagamentos - Contabilização Na contabilização do Balanço de Pagamentos, utilizamos o método das partidas dobradas: um crédito em determinada conta deve corresponder a um débito em outra conta e vice-versa. Balanço de Pagamentos - Contabilização Estrutura do Balanço de Pagamentos A B Suponha uma linha imaginária que divida o Balanço de Pagamentos em duas partes quaisquer A e B. Dada a sistemática de lançamentos contábeis, o saldo da parte A do balanço será igual ao negativo do saldo da parte B Balanço de Pagamentos - Contabilização Exemplos de lançamentos: O país exporta equipamentos no valor de US$ 50 milhões: crédito na conta de “Exportações” e débito na conta “Haveres no Exterior” (reservas). O país paga ao exterior US$ 5 milhões em fretes: débito na conta “Transportes” e crédito na conta “Haveres no Exterior”. Balanço de Pagamentos - Contabilização Uma montadora alemã investe US$ 100 milhões na construção de uma fábrica no Paraná: crédito na conta “Investimentos Diretos” e débito na conta “Haveres no Exterior”. O Brasil paga US$ 50 milhões em amortizações da dívida externa: débito na conta “Amortizações” e crédito na conta “Haveres no Exterior”. Balanço de Pagamentos - Contabilização O Brasil paga em ouro monetário a amortização de um empréstimo externo: débito na conta “Amortizações” e crédito na conta “Ouro monetário” (reservas). Balanço de Pagamentos - Contabilização Quando as transações não são liquidadas em moeda, não há impacto no saldo do Balanço de Pagamentos. Exemplo: Um país recebe do exterior doações em medicamentos: débito na conta “Importações” e crédito na conta “Transferências Unilaterais Correntes”. Um país importa equipamentos com financiamento externo: débito de “Importações” e crédito em “Empréstimos”. I) Conta corrente (I.1 + I.2 + I.3) I.1) Balança de Bens e Serviços I.1.1) Balança comercial (FOB) Exportações Importações I.1.2) Serviços Viagens internacionais Transportes Seguros etc… I.2) Rendas Salarios e Ordenados Lucros e Dividendos Juros Demais Itens de renda I.3) Transferências unilaterais II) Conta Total de Capital (II.1 +II.2) II.1) Capitais Autônomos II.1.1) Conta de Capital Transferencias de Capital II.1.2) Conta Financeira Investimentos Diretos Investimentos em carteira Demais Investimentos II.2) Erros e omissões Saldo Total do B.P. (I + II) II.3) Capitais Compensatórios Reservas Empréstimos de regularização Atrasados Balanço de pagamentos – Estrutura geral Balanço de Pagamentos – Tópicos Especiais Atrasados Se um empréstimo vence e não é pago, debita-se a conta “Amortizações” (como se pago fosse) e credita-se a conta “Atrasados”. Quando o empréstimo for efetivamente pago, debita-se a conta “Atrasados ” e credita-se a conta “Haveres no Exterior”. Balanço de Pagamentos – Tópicos Especiais Lucros reinvestidos Lucros de residentes reinvestidos internamente devem ser contabilizados como se os recursos deixassem o país e depois voltassem. O saldo líquido das duas operações equivale a um débito na conta de “Lucros” e a um crédito na conta de “Investimentos Diretos”. Balanço de Pagamentos – Tópicos Especiais Variações de reservas não decorrentes de transações entre residentes e não residentes As contas de caixa podem variar na prática não apenas em função das transações entre residentes e não residentes , mas também em função das compras de ouro (pelo Banco Central) no mercado interno, ou da valorização ou desvalorização de ativos (reservas em moeda estrangeira). Entretanto, de acordo com as normas do FMI para a quinta versão do manual de balanço de pagamentos (MBP5), este tipo de fato contábil não é mais contabilizado no balanço de pagamentos. Balanço de Pagamentos – Tópicos Especiais Investimento Direto sem Cobertura Cambial “Ingressam no país, sob a forma de investimento direto sem cobertura cambial, 20 milhões de dólares em equipamentos”. Neste caso, a transação não foi liquidada em moeda estrangeira, portanto, não há alteração nas reservas, nem no saldo do BP. Assim, credita-se a conta “Investimento Direto” e debita-se a conta de “Importações”. Balanço de Pagamentos Saldo em Transações Correntes + Saldo dos Capitais Autônomos (mais Erros e Omissões) ______________________________________ Saldo do Balanço de Pagamentos + Saldo dos Capitais Compensatórios (reservas) _____________________________________ Zero Balanço de Pagamentos T = saldo em conta corrente K = saldo da conta total de capital KA = saldo da conta de capitais autônomos mais o saldo da conta de erros e omissões. KC = saldo da conta de capitais compensatórios B = saldo total do balanço de pagamentos T + K = T + KA + KC = 0 ou T = - K Balanço de Pagamentos Se um país apresenta déficit em transações correntes seu Balanço de Pagamentos irá fechar ou com a entrada de capitais autônomos, ou com a entrada de capitais compensatórios (empréstimos do FMI, atrasados – que são empréstimos forçados - ou diminuição das reservas). Balanço de Pagamentos Alternativamente, a conta de capitais compensatórios é igual ao saldo total do balanço de pagamentos (B) com o sinal trocado. B+ KC = T + KA + KC = 0 ou KC = - B Exercício de lançamentos contábeis a) O país importa, pagando a vista, mercadorias no valor de 350 M US$. b) O país importa carros no valor de 50 M US$ financiados a prazo longo. c) Ingressam no país, sob a forma de investimento direto, 20 M US$ em equipamentos, sem cobertura cambial (sem uso de moeda). d) O país exporta, recebendo a vista, 400 M US$ em mercadorias. e) O país paga ao exterior, a vista , 50 M US$ de fretes. f) remetem-se para o exterior, em dinheiro, 10 M US$ de lucros de companhias estrangeiras, 20 M US$ de juros e 30 M US$ de dolares de amortizações. g) O país recebe 10 M US$ de donativos sob a forma de mercadorias. h) país recebe em moeda um emprestimo compensatorio do FMI de 30 M US$, para ajudar na regularizaçã do deficit no balanco de pagamentos. Operação a b c d e f g h Total exportações 400 400 importações -350 -50 -20 -10 -430 fretes -50 -50 lucros -10 -10 juros -20 -20 donativos 10 10 investimentos 20 20 financiamentos 50 50 amortizações -30 -30 emprestimos FMI 30 30 haveres no exterior 350 -400 50 60 -30 30 Balanço de Pagamentos Transferência Líquida de Recursos Hiato de Recursos Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) Passivo Externo Líquido Balanço de Pagamentos Transferência Líquida de Recursos O saldo do balanço de bens e serviços é usualmente conhecido como “ transferencia líquida de recursos ao exterior”. Transferência Líquida de Recursos para o Exterior = Saldo da Balança Comercial + Saldo da Balança de Serviços Balanço de Pagamentos Transferência Líquida de Recursos As exportações de bens e serviços indicam o que o país produz e é enviado para fora de suas fronteiras. As importações de bens e serviços indicam o que o resto do mundo produz para ser absorvido pelo país. A diferença entre esses saldos representa, então, a Transferência Líquida de Recursos ao Exterior. Balanço de Pagamentos MXGICPIB Valor da Produção de Bens e Serviços Absorção 0 0 TLREGICPIB TLREGICPIB TLRE = exportações líquidas de bens e serviços Balanço de Pagamentos Transferência Líquida de Recursos PIB = C + I + G + X – M PIB – (C + I + G) = X – M = TLRE (C + I + G) = valor da produção doméstica absorvida por residentes + valor da produção do resto do mundo absorvida por residentes. PIB – (C + I + G) = Valor total da produção doméstica – (valor da produção doméstica absorvida por residentes + valor da produção do resto do mundo absorvida por residentes). Balanço de Pagamentos Transferência Líquida de Recursos X = PIB – (Cd + Id + Gd ) = Valor total da produção doméstica – valor da produção doméstica absorvida por residentes M = valor da produção do resto do mundo absorvida por residentes. TLRE = X - M Balanço de Pagamentos Hiato de Recursos A Transferência Líquida de Recursos com o sinal trocado é denominada hiato de recursos, e indica o excesso que o país absorve sobre aquilo que produz. 0,0 0,0 hiatoTLREGICPIB hiatoTLREGICPIB Balanço de Pagamentos Renda Líquida Enviada ao Exterior A renda líquida recebida (+) ou enviada (-) ao exterior é, por definição, o saldo da conta de rendas mais o saldo de transferências unilaterais correntes. Balanço de Pagamentos Renda Líquida Enviada ao Exterior Se o Saldo da Balança de Rendas + TU > 0, então: Renda Recebida do Exterior (RRE) > Renda Enviada ao Exterior (REE) Renda Líquida Recebida do Exterior = RRE – REE > 0 Renda Líquida Enviada ao Exterior = REE – RRE < 0 Balanço de Pagamentos Renda Líquida Enviada ao Exterior Se o Saldo da Balança de Rendas + TU < 0, então: Renda Recebida do Exterior (RRE) < Renda Enviada ao Exterior (REE) Renda Líquida Recebida do Exterior = RRE – REE < 0 Renda Líquida Enviada ao Exterior = REE – RRE > 0 Balanço de Pagamentos Saldo do Balanço de Transações Correntes = Transferência líquida de recursos ao exterior (saldo do balanço de bens e serviços) + Renda líquida recebida do exterior (saldo da conta de rendas mais a conta de donativos) Passivo Externo Líquido Passivo Externo Líquido = Saldo devedor dos empréstimos contraídos pelo país no exterior – Saldo credor dos empréstimos concedidos pelo país ao exterior + Estoque de capitais estrangeiros de risco investidos no país – Estoque de capitais nacionais de risco investidos no exterior + Saldo líquido dos títulos representativos de investimentos em carteira e derivativos emitidos por residentes no país e de posse de residentes no exterior – Saldo das reservas internacionais (Haveres Líquidos no Exterior , Ouro Monetário, DES e Posição de Reservas no FMI). Passivo Externo Líquido A grosso modo, o Passivo Externo Líquido de uma país é o quanto ele deve (dívida líquida e capital líquido instalado no país) menos o quanto ele tem de reservas. Capital instalado - Uma fabrica da GM cuja propriedade é da GM americana é um passivo para o Brasil, porque teoricamente, ela pode pegar a fabrica (maquinas,equipamentos e instalações) e levar embora do Brasil a qualquer momento. Um déficit em transações correntes significa aumento do Passivo Externo Líquido. Passivo Externo Líquido Exemplo 1: Saldo da Balança de Transações Correntes = - 100 Saldo do Movimento de Capitais Autônomos = 0 Saldo do Movimento de Capitais Compensatórios = + 100 (Diminuição de Reservas) Variação no Passivo Externo Líquido = + 100 Passivo Externo Líquido Exemplo 2: Saldo da Balança de Transações Correntes = - 100 Saldo do Movimento de Capitais Autônomos = + 200 Saldo do Movimento de Capitais Compensatórios = -100 (Aumento de Reservas) Variação no Passivo Externo Líquido = + 100 Passivo Externo Líquido Exemplo 3: Saldo da Balança de Transações Correntes = - 100 Saldo do Movimento de Capitais Autônomos = + 50 Saldo do Movimento de Capitais Compensatórios = + 50 (Diminuição de Reservas) Variação no Passivo Externo Líquido = + 100 Passivo Externo Líquido Exemplo 4: Saldo da Balança de Transações Correntes = - 100 Saldo do Movimento de Capitais Autônomos = - 500 Saldo do Movimento de Capitais Compensatórios = + 600 (Diminuição de Reservas) Variação no Passivo Externo Líquido = + 100 Balanço de Pagamentos do Brasil em 2010 US$ (milhões) Balança Comercial 20.221 Serviços e rendas -70.373 Transferencias Unilaterais Correntes 2.787 Saldo de Transações Correntes -47.364 Conta Capital e Financeira 99.661 Erros e Omissões -3.196 Saldo da Conta Total de Capital 96.465 Saldo do Balanço de Pagamentos 49.101 Macro Insper/16 - Consumo.pdf TEORIAS DE CONSUMO Curso da Anpec - Macroeconomia Teorias de Consumo Teoria do Ciclo de Vida, de Franco Modigliani e Richard Brumberg. Teoria da Renda Permanente, de Milton Friedman. Ambas as teorias foram baseadas na teoria do comportamento do consumidor de Irving Fisher, do final dos anos 20. Veremos também o modelo de consumo em dois periodos. Teoria de consumo keynesiana A primeira função de consumo agregado da macroeconomia é a função consumo keynesiana: é o consumo autônomo é a propensão marginal a consumir )(10 DYccC 0c 1c )10( 1 c )0( 0 c Teoria de consumo keynesiana Para Keynes, o consumo é função da renda pessoal disponível (a renda menos os impostos diretos mais as transferências do setor público). Nos anos 40, alguns estudos com séries de curto prazo de produção e consumo nos EUA mostraram que a função consumo keynesiana se adequava bem à realidade. O aumento da renda era acompanhado de aumentos no consumo, mas os aumentos do consumo eram menores do que os aumentos de renda. Teoria de consumo keynesiana Dados de orçamentos familiares indicavam que famílias com renda mais alta consumiam mais, mas também indicavam que o aumento do consumo era menor do que o aumento da renda. Teoria de consumo keynesiana A função consumo keynesiana também previa que a propensão média a consumir da renda disponível (consumo / renda disponível) diminuiria a medida que a renda disponível aumentasse. Esse resultado também era encontrado nas séries de curto prazo. 1 0 10 )( c Y c Y C Y Ycc Y C DD D D D Teoria de consumo keynesiana Como o consumo autônomo é constante, um aumento de renda disponível seria acompanhado de um aumento menos do que proporcional do consumo. Se a renda disponível crescesse 10%, por exemplo, o consumo aumentaria em 5%. 1 0 10 )( c Y c Y C Y Ycc Y C DD D D D PMEC decrescente ou cte? Em 1946, Simon Kuznets apresentou um trabalho com estimativas inéditas do PIB e de consumo das famílias nos EUA de 1869 até aquela data. Com os dados de Kuznets, foi possível verificar que a propensão média a consumir da renda disponível havia permanecido constante no longo prazo, um resultado que contrariava a previsão da teoria keynesiana. Os dados revelaram que, no longo prazo, os aumentos do consumo eram proporcionais aos aumentos de renda. PMEC decrescente ou cte? Os resultados de Kuznets sugeriram que existiam problemas na especificação da função consumo keynesiana. Os economistas ficaram intrigados. Por que a propensão média a consumir diminuía a medida que a renda aumentava no curto prazo (ou aumentava quando a renda diminuía no curto prazo) mas permanecia constante no longo prazo? Quais eram os problemas de especificação na função consumo keynesiana? A falta de conciliação entre teoria e realidade motivou a pesquisa subsequente na área de consumo. PMEC decrescente ou cte? Nos anos 50 duas teorias surgiram para explicar o fato da propensão média a consumir ser declinante com aumentos de renda no curto prazo e constante no longo prazo: a teoria do ciclo de vida de Modigliani e a teoria da renda permanente de Milton Friedman. Ambas as teorias foram baseadas na teoria do comportamento do consumidor de Irving Fisher. Modelo de 2 períodos As predições da teoria de Fisher sobre o comportamento do consumidor podem ser sintetizadas nos resultados de um modelo de escolha intertemporal de dois períodos. Modelo de 2 períodos No modelo, o problema do indivíduo é: r y y r c c ts ccccUMax 11 .. )10(loglog),( 2 1 2 1 2121 Modelo de 2 períodos 1c é o consumo do indivíduo no primeiro período. é o consumo do indivíduo no segundo período. é a renda do indivíduo no primeiro período. é a renda do indivíduo no segundo período. 2c 1y 2y Modelo de 2 períodos é a taxa de juros real. é o fator de desconto intertemporal. r Modelo de 2 períodos O consumo no presente (período 1) e no futuro (período 2) são as variáveis endógenas no modelo. Na solução, isole o consumo futuro na restrição orçamentária e substitua o resultado na função de utilidade. Encontre o valor do consumo presente maximizando a função de utilidade e o consumo futuro usando a restrição orçamentária. Modelo de 2 períodos Resolução do modelo: ])1)(log[(log)( loglog),( )1)(( 11 21111 2121 2112 2 1 2 1 yrcyccU ccccU yrcyc r y y r c c Modelo de 2 períodos Resolução do modelo: ])1)([( )1(1 0 ])1)([( )1)(1(1)( ])1)(log[(log)( 2111 21111 1 21111 yrcy r c yrcy r cdc cdU yrcyccU Modelo de 2 períodos Resolução do modelo: 211 2111 2111 2111 )1()1)(1( )1()1()1( )1)(()1( ])1)([( )1(1 yyrrc yyrcrrc yrcyrc yrcy r c Modelo de 2 períodos Resolução do modelo: r y yc yyrrc 11 1 )1()1)(1( 2 11 211 Modelo de 2 períodos Substituindo o consumo presente na restrição orçamentária, encontramos o consumo futuro: 212 2 12 )1( 1 1 )1( 1 yyrc r y yrc Modelo de 2 períodos Um aumento da renda no primeiro período aumenta o consumo no primeiro período e no segundo período. O indivíduo maximiza a utilidade total suavizando o consumo. Pela mesma razão, um aumento da renda futura gera aumentos de consumo nos dois períodos. O indivíduo transfere uma parte do consumo do futuro para o presente, poupando menos ou tomando recursos emprestados. Modelo de 2 períodos Um aumento do fator de desconto intertemporal significa que o agente está mais paciente ou está valorizando mais o consumo futuro. O consumo futuro aumenta e o consumo presente diminui. Modelo de 2 períodos Um aumento da taxa de juros real torna o consumo presente mais caro em termos do consumo futuro. Com uma taxa de juros real mais alta, consumir no presente significa abrir mão de um acréscimo ainda maior de consumo no futuro. O indivíduo substitui consumo presente por consumo futuro (efeito substituição). Modelo de 2 períodos A relação entre consumo e taxa de juros real na teoria econômica, na verdade, é ambígua. A função de utilidade utilizada nesse modelo permite que seja capturado apenas o efeito substituição. Modelo de 2 períodos Mas existe também um efeito renda: o aumento da taxa de juros real amplia o fluxo de renda dos credores e reduz o fluxo de renda dos devedores. O efeito de um aumento da taxa de juros sobre o consumo presente depende também do impacto das trasferências de renda que ocorrem entre os dois grupos sobre o consumo. Para maiores detalhes ver pág 343 e 344 do Livro do Mankiw. Consumo, taxa de juros e desconto intertemporal Note que a utilidade é maximizada quando a TMGS = (1 + r) )1( / /1 )( )( 11 1 1 )1( 1 1 2 2 1 2 1 2 11 2 12 r c c c c cU cU r y yc r y yrc Consumo, taxa de juros e desconto intertemporal 12 12 12 1 2 1)1( 1)1( 1)1( )1( ccrcaso ccrcaso ccrcaso r c c Consumo, taxa de juros e desconto intertemporal O fator de desconto pode ser expresso em termos de uma taxa de desconto intertemporal. O aumento da taxa de desconto intertemporal significa uma redução do fator de desconto. O indivíduo valoriza menos o consumo futuro. onde é a taxa de desconto intertemporal. 0, 1 1 Consumo, taxa de juros e desconto intertemporal Podemos expressar o consumo nos dois períodos em termos da taxa de desconto intertemporal. Os resultados são: 212 2 11 )1( 2 1 12 1 yyrc r y yc Consumo, taxa de juros e desconto intertemporal Uma taxa de juros real positiva contribui para que o consumo futuro seja maior do que o consumo presente. A existência de uma taxa de desconto intertemporal positiva contribui para que o individuo valorize mais o consumo presente do que o consumo futuro, ou seja, ele é impaciente. Quando a taxa de juros real é igual à taxa de desconto intertemporal, ou analogamente, quando beta(1+r) = 1, esses dois efeitos contrários se anulam e o consumo é igual nos dois períodos. Há uma perfeita suavização do consumo. Teoria da renda permanente De acordo com a teoria da renda permanente de Milton Friedman, o consumo depende dos recursos da vida toda do indivíduo, e não apenas da renda corrente. Aumentos temporários de renda geram pequenos aumentos no consumo, por conta da suavização. Aumentos permanentes de renda geram aumentos mais significativos do consumo. Aumentos na renda futura esperada também elevam o consumo hoje. Teoria da renda permanente A renda permanente é um nível de renda constante cujo valor presente é igual ao valor presente dos recursos da vida toda do indivíduo. Em outras palavras, é a renda que o indivíduo pode gastar a cada período de modo que seu consumo seja constante, mesmo que a renda tenha variações ao longo de sua vida. Teoria da renda permanente Exemplo: cálculo da renda permanente no modelo com dois períodos: Neste caso, o individuo consome exatamente yp nos dois períodos. Note que, se a taxa de juros real for igual à zero, a renda permanente é a média dos rendimentos do individuo. c r y y r r y r y y r y y p p p 12 1 11 2 1 2 1 Teoria da renda permanente Não por acaso, este resultado pode ser derivado do resultado do modelo de de dois períodos quando delta = r. Verifique! Teoria da renda permanente Um outro resultado da teoria é que apenas aumentos não antecipados na renda da data t geram aumentos do consumo na data t. Aumentos já antecipados produzem mudanças no consumo no momento em que são antecipados, mas não no momento em que ocorrem. Ao contrario da hipotese do ciclo de vida, que afirma que a renda registra um padrão regular ao longo da vida, a hipotese da renda permanente destaca que a renda varia de acordo com um componente aleatorio. Teoria da renda permanente Friedman define renda transitória como um desvio da renda corrente em relação ao nível permanente: A média da renda transitória é zero. pT YYY Teoria da renda permanente Exemplo de aumento na renda permanente: aumento de salario de US$ 10.000 ao ano. Neste caso o consumo annual deve aumentar em US$ 10.000. Exemplo de aumento na renda transitoria: ganhar na loteria US$ 10.000. Neste caso, se o consumidor esperar viver mais 50 anos o consumo anual deve aumentar em US$ 200. (supondo taxa de juros zero.) Teoria da renda permanente No caso de perfeita suavização do consumo, o consumo em cada período é igual à renda permanente. No entanto, Friedman concluiu que devemos considerar a função de consumo como aproximadamente: pt YC Teoria da renda permanente Com perfeita suavização (o principal caso discutido pela teoria), a constante alfa é igual a um. O agente, ao consumir a renda permanente em cada período, esgota os recursos da vida toda no último período de consumo. Aumentos transitórios de renda geram pequenos aumentos na renda e pequenas mudanças no consumo, enquanto aumentos permanentes de renda geram mudanças no consumo mais significativas. r Teoria da renda permanente No entanto, agentes com taxa de desconto intertemporal maior do que a taxa de juros real consomem mais do que a renda permanente nos períodos iniciais e menos do que a renda permanente nos períodos finais. O contrário vale para agentes com taxa de desconto intertemporal menor do que a taxa de juros real. Essa discussão pode ser facilmente verificada com os resultados do modelo de dois períodos. r r PMEC Friedman, argumentou que as oscilações de ano para ano na renda são dominadas pela renda transitoria, assim anos de alta renda devem ser anos de baixa PMeC. Y Y Y C p PMEC Entretanto, de uma decada para outra, a variação da renda é oriunda do componente permanente, logo a PMeC tende a ser aproximadamente constante, como observado por Fisher. Y Y Y C p PMEC A teoria da renda permanente de Friedman explica o fato da propensão média a consumir ser função inversa da renda no curto prazo e constante no longo prazo. No curto prazo, as mudanças na renda são de natureza temporária e produzem pouco efeito sobre a renda permanente e o consumo. Por exemplo, um aumento de 2% na renda do primeiro período, produzirá um aumento de ordem bem menor na renda permanente e no consumo. Curto prazo No curto prazo predominam variações temporárias na renda, que são resultado de choques de demanda ou choques de oferta temporários. Os choques de demanda, por exemplo, causam um desvio temporário do produto em relação ao nível natural, que perdura enquanto não houver o completo ajustamento dos preços. Aumentos (reduções) na renda são acompanhados de pequenos aumentos (reduções) na renda permanente e no consumo. A propensão média a consumir varia inversamente com a renda. Longo prazo No longo prazo, as variações na renda são permanentes. Nenhum indivíduo, por exemplo, perceberá uma variação na renda num horizonte de 30 anos como algo temporário. Nesse caso, os aumentos de renda são acompanhados de mudanças significativas no consumo, resultado que contribui para a manutenção de uma propensão média a consumir relativamente estável no longo prazo. Consumo e renda tendem a crescer na mesma proporção, mantendo inalterada a propensão média a consumir. A teoria do ciclo de vida Hipóteses: Agentes maximizadores de utilidade O consumo é função dos recursos da vida toda A renda varia de modo sistemático ao longo do horizonte de vida das pessoas: Renda é baixa no início da carreira. Atinge um ápice na metade do horizonte de vida. Declina na época da aposentadoria. A teoria do ciclo de vida A poupança permite aos agentes transferir consumo do período onde a renda é alta para o período onde a renda é baixa, e assim maximizar a utilidade. A teoria do ciclo de vida Nas duas teorias existe um agente que utiliza os recursos da vida toda para maximimizar um fluxo de utilidade que depende do consumo. O consumidor típico nas duas teorias é aquele que maximiza a utilidade mantendo o consumo constante ao longo do tempo. Nessas teorias, os indivíduos querem suavizar o consumo ao longo da vida. A teoria do ciclo de vida O consumo nas duas teorias aparece como função não apenas da renda disponível corrente (como no caso da teoria keynesiana de consumo), mas em função dos recursos da vida toda do indivíduo. O consumo depende da renda corrente e também das expectativas quanto aos rendimentos futuros. A teoria do ciclo de vida A diferença entre as duas teorias é que a teoria do ciclo de vida leva em conta o fato da renda do indivíduo variar de modo sistemático ao longo do horizonte de vida. A renda é baixa no início da carreira (ou época da juventude), atinge um ápice na meia idade e declina na aposentadoria. Na teoria de Modigliani, a poupança do indivíduo depende do ciclo de vida. Na teoria de Friedman não há nenhuma hipótese sobre o comportamento da renda ao longo do horizonte de vida. A teoria do ciclo de vida renda tempo Comportamento típico da renda ao longo da vida (Modigliani) A teoria do ciclo de vida Para um indivíduo típico, que suaviza o consumo, a poupança depende do ciclo de vida. Os individuos poupam na meia idade, quando a renda é máxima, para manterem o mesmo padrão de vida na velhice, quando a renda é mais baixa. Os jovens possuem expectativa de renda mais alta no futuro, logo gastam mais do que ganham contraindo dívidas (por exemplo, os jovens financiam estudos de graduação, financiam a compra de bens e as viagens ao exterior). A teoria do ciclo de vida Renda, consumo tempo consumo renda A teoria do ciclo de vida De acordo com a teoria do ciclo de vida, a poupança (renda menos consumo) depende da posição ocupada pelo indivíduo no ciclo de vida. Com a hipótese de consumo constante e renda variável ao longo do horizonte de vida, teremos em geral: Jovens em início de carreira com renda baixa e poupança negativa; A teoria do ciclo de vida Indivíduos de meia idade com poupança positiva para o pagamento de dívidas contraídas na juventude e para garantir o mesmo padrão de consumo na fase de aposentadoria; Aposentados com poupança negativa. A teoria do ciclo de vida Por exemplo, considere um indivíduo que espere viver por mais T anos, tenha uma riqueza correspondente W e espere receber a renda Y até se aposentar, daqui a R anos. Os recursos do consumidor ao longo da vida W+RY devem ser divididos entre os T anos de vida que lhe restam. Assim, TRYWC /)( A teoria do ciclo de vida Podemos escrever a função consumo como Assim, alpha é a propensão marginal a consumir da riqueza e beta é a propensão marginal a consumir da renda. YWC YTRWTC )/()/1( A teoria do ciclo de vida Supondo que o individuo espera viver por mais 50 anos e trabalhar durante 30 anos temos que YWC 6,002,0 A teoria do ciclo de vida Nesse modelo, a propensão media (PMEC) a consumir é Como a riqueza não varia proporcionalmente à renda de pessoa para pessoa ou de ano para ano, olhando para dados entre indivíduos ou em períodos curtos de tempo devemos constatar que uma alta renda corresponde a uma baixa PMEC. )/(/ YWYC A teoria do ciclo de vida Nesse modelo, a propensão media (PMEC) a consumir é No entanto, ao longo de extensos períodos de tempo, a riqueza e a renda crescem juntas, de modo que a PMEC tende a ser constante. )/(/ YWYC Caso Particular O diagrama seguinte mostra a evolução da riqueza e a poupança durante o ciclo de vida, em um caso particular, supondo um estoque inicial de ativos igual a zero e renda constante; Caso Particular Consumo Renda Poupança Riqueza Despoupança Tempo Início da aposentadoria Restrições ao crédito Restrições ao crédito, no entanto, podem fazer com que as predições da teoria não sejam verificadas. Aumentos na renda futura esperada podem não alterar o consumo presente se o indivíduo não tiver acesso ao mercado de empréstimos. Por exemplo, se o jovem não puder tomar emprestado quando ganha pouco. Restrições ao crédito Assim, restrições ao crédito podem fazer com que o individuo consuma de acordo com a sua renda (e riqueza) corrente, e não de acordo com os recursos da vida toda, impedindo a suavização do consumo. Assim, a presença de restrições ao crédito enfraquece a teoria do ciclo de vida (e também a teoria da renda permanente). Macro Insper/19 - Inconsistencia PM.pdf Inconsistencia Temporal da Política Monetária: Regras X Discricionariedade Em relação à política econômica, o governo deve seguir um conjunto de regras ou agir de forma discricionária dependendo da situação? Regras - os formuladores devem anunciar antecipadamente qual será a resposta da política econômica em cada caso, sem provocar surpresas nos agentes. Discricionária – Os formuladores identificam determinada situação e decidem a maneira mais adequada de agir sobre ela. Política econômica Para os monetaristas, o Banco Central deve manter a oferta de moeda monetária crescendo a um ritmo estável, por exemplo, 3% ao ano. Esse é um tipo de regra passiva, pois não tenta atuar sobre os ciclos econômicos. Eles acreditam que as oscilações na oferta monetária são responsáveis pela maioria das grandes oscilações da economia. Um crescimento lento e constante da oferta de moeda geraria preços estáveis e baixa oscilação do produto e do emprego. Regras Entretanto, o crescimento estável da oferta de moeda só estabiliza a demanda agregada se a velocidade da moeda for estável, o que não acontece quando a economia passa por choques, tais como deslocamentos na demanda de moeda (não relacionados com o aumento da renda), que fazem com que a velocidade passe a ser instável. No caso de um aumento inesperado na demanda de moeda, por exemplo, o banco central deveria aumentar a oferta de moeda para acomodar o choque, mas ele está preso na regra. Regras Outro tipo de regra é a meta de inflação. Neste caso o banco central anuncia uma meta para a taxa de inflação e então ele ajusta a oferta de moeda ( ou os juros) para atingir a meta. Esse é um tipo de regra ativa. A meta da inflação isola a economia das variações na velocidade da moeda, além de ter a vantagem política de ser fácil explicar para a população. Regras Regra de Taylor (1993) 1) a taxa nominal de juros deve aumentar mais do que a razão de um para um com a inflação, de maneira que a taxa de juros real aumente. 2) A taxa de juros deve aumentar quando o produto está acima do potencial Regras )ln(ln ttttt YYcbai Chamando de a taxa de juros real que prevaleceria caso E assumindo que ela seja constante ao longo do tempo temos que onde Regras )ln(ln)( * ttttt YYcbri tt YY r bar /)(* Assim, o Banco Central deve aumentar a taxa de juros acima da taxa de equilíbrio de longo prazo quando a inflação exceder a meta e quando o produto estiver acima do potencial. Taylor argumenta que b = c = 0,5 e gera uma boa descrição da política monetária do FED desde que o mesmo passou a usar a taxa de juros como o principal instrumento de controle da inflação (1985). Regras )ln(ln)( * ttttt YYcbri %2* r Uma maneira de interpretar a Regra de Taylor é como um complemento ( e não um substituto) para a meta de inflação. O estabelecimento de metas de inflação oferece um plano para o banco central no médio prazo, mas não restringe rigidamente suas decisões de política econômica de mês para mês. A regra de Taylor pode ser um bom procedimento operacional de curto prazo para se alcançar uma meta de inflação de médio prazo. Regras Em uma artigo famoso, Kydland & Prescott (1977) mostraram que a inabilidade dos policymakers de se comprometerem com uma taxa de inflação baixa pode gerar uma inflação excessiva apesar da ausência do trade-off de longo prazo. Se a inflação esperada é baixa, o custo de gerar uma inflação um pouco maior é baixo. Então os policymakers vão ter um incentivo de perseguir políticas expansionistas de maneira a fazer com que o desemprego fique temporariamente abaixo do natural (produto acima do potencial). Inconsistência Temporal da Política Monetária Mas ao saber disso o publico não irá esperar de fato uma inflação baixa. O resultado final é que a possibilidade dos policymakers de fazerem uma política discricionária resulta em uma inflação adicional sem que haja nenhum aumento de produto. Inconsistência Temporal da Política Monetária Suponha uma curva de Phillips que descreve o trade-off entre inflação e desemprego. Inflação acima da esperada gera um desemprego abaixo do nível natural. Inconsistência Temporal da Política Monetária )( en auu Suponha que o Banco Central escolha a taxa de inflação da economia. Na verdade ele controla a oferta de moeda e esta determina a inflação. O Banco Central, pensando no bem estar das pessoas, acredita que a inflação acima de um determinado valor é custosa, e que o custo marginal da inflação cresce quando a inflação aumenta. Da mesma maneira, o Banco Central aprecia baixos índices de desemprego. Assim, podemos determinar uma função de perda de bem estar Inconsistência Temporal da Política Monetária 22 )( buL Em que b representa o quanto o Banco Central não aprecia inflação comparativamente ao desemprego. O objetivo do banco central é que a perda seja a menor possível. Considere duas maneiras de conduzir a política monetária: 1) Regra 2) Discricionária Inconsistência Temporal da Política Monetária 1) Na regra o Banco Central se compromete com um nível determinado de inflação. Enquanto os agentes privados acreditarem que o banco central está comprometido com essa regra , o nível de inflação esperado será o nível que o Banco Central está comprometido em produzir. Inconsistência Temporal da Política Monetária Neste caso, como a inflação esperada é igual à inflação real o desemprego é igual ao natural. Substituindo na função perda temos que Logo a inflação que minimiza a função perda é Inconsistência Temporal da Política Monetária n e uu nuu 22 )( buL n * 2) Considere agora o caso da política discricionária. Neste caso o Banco Central escolhe a taxa de inflação tomando a inflação esperada como dada. Com base no poder discricionário, temos • Os agentes privados formam suas próprias expectativas sobre a inflação • O Banco Central escolhe então a taxa de inflação. • Com base na inflação esperada e na inflação real, o desemprego passa a ser determinado. Inconsistência Temporal da Política Monetária Substituindo a Curva de Phillips na função perda do banco central temos que Logo a inflação que minimiza a função perda é dada por Inconsistência Temporal da Política Monetária 22 ][)]([ bauL en ba baau en 2 2 Contudo, como os agentes privados são racionais, eles compreendem o objetivo do Banco Central, e vão esperar que a taxa de inflação que ele vai escolher é exatamente essa. Assim, no equilíbrio temos que , logo Inconsistência Temporal da Política Monetária ba baau en 2 2 e nu b a * Neste caso, quanto mais o Banco Central se preocupar com a inflação (b) menor a inflação de equilíbrio e quanto maior o trade-off inflação – desemprego (a) maior a inflação de equilibrio. Inconsistência Temporal da Política Monetária nu b a * Neste caso também, como a inflação esperada é igual à inflação real o desemprego é igual ao natural. Inconsistência Temporal da Política Monetária n e uu Compare agora o resultado da política discricionária ótima com o resultado da regra. Regra Discricionária Nos dois casos o desemprego se encontra no nível natural, mas no caso da política discricionária, a inflação é maior do que no caso da regra. Inconsistência Temporal da Política Monetária nu b a * * Assim, a política econômica discricionária ideal é pior do que a política econômica sob uma regra ideal. Neste caso, chamamos o termo de viés inflacionário. Inconsistência Temporal da Política Monetária nu b a Esse viés ocorre exatamente por causa do fato de que a taxa de desemprego desejada pela sociedade é menor do que a taxa de desemprego natural. Isto pode ocorrer, por exemplo, pelo fato de haver impostos distorcivos sobre o trabalho, de maneira que as pessoas trabalham menos do que gostariam caso não houvessem impostos, de maneira que o produto potencial é permanentemente menor. Inconsistência Temporal da Política Monetária Assim, o Banco Central, pensando no bem estar dos agentes, tem um incentivo para escolher uma taxa de desemprego menor que a natural, inflacionando a economia. Note que, de acordo com a função perda, a taxa desejada pela sociedade é zero. Inconsistência Temporal da Política Monetária 22 )()0( buL O resultado final é que a possibilidade dos policymakers de fazerem uma política discricionária resulta em uma inflação adicional sem que haja nenhum aumento de produto. Assim, é melhor para o Banco Central “amarrar suas próprias mãos” , ou seja, seguir uma regra clara, pois assim ele gera um resultado melhor. Inconsistência Temporal da Política Monetária nuu Entretanto, existe a possibilidade de o Banco Central com poder discricionário reduzir o viés inflacionário, ou seja, conseguir uma inflação próxima da inflação do caso de regras. Inconsistência Temporal da Política Monetária Se ele for muito avesso à inflação, ou seja, se b na função perda for muito elevado, o viés inflacionário pode ser bastante reduzido. Assim, a solução seria escolher um dirigente do Banco Central que é considerado pelos agentes econômicos como muito preocupado (austero) com a inflação. Inconsistência Temporal da Política Monetária nu b a Anpec 2010 – questao 9 Anpec 2010 – questao 9 Anpec 2010 – questao 9 Macro Insper/01 - Contas_Nacionais.pdf CONTAS NACIONAIS Curso da Anpec - Macroeconomia CONTAS NACIONAIS Objetivo das contas nacionais: aferir o valor em unidades monetárias dos principais agregados, durante um determinado período de tempo. Quanto a economia produz? Quanto a economia consome? Quanto a economia investe? Como o investimento é financiado? Quais as remunerações dos fatores de produção? CONTAS NACIONAIS A contabilidade nacional desenvolve-se a partir de sete conceitos básicos: Produto Renda Consumo Poupança Investimento Absorção Despesa PRODUTO Produto é o valor da produção de bens e serviços de uma economia, durante determinado período de tempo. Considera-se para o cálculo do produto apenas os bens e serviços finais – bens e serviços que não são usados na produção de nenhum outro bem ou serviço - para evitar dupla contagem. Ex: Minério de ferro usado na produção de aço não é computado no produto. PRODUTO Produto - Somatória do valor dos bens finais produzidos ),...,3,2,1( 1 nifinaisserviçosebensi ibemdoquantidadeQ ibemdopreçoP QPproduto i i i n i i PRODUTO Suponha que o pais só produza banana e pão. Neste caso, Produto = preço da banana X quantidade de banana + preço do pão X quantidade de pão. PRODUTO Existe um procedimento alternativo para se contabilizar o produto, que não pela soma direta dos bens e serviços finais produzidos. Valor adicionado - Este procedimento contabiliza o valor que foi adicionado em cada etapa produtiva ao valor dos bens intermediarios. PRODUTO Por ex. Suponha que um país só produza pão Neste caso o produto e a soma do valor adicionado na producao de trigo, farinha e pão, ou seja, 10+5+5=20 Produto Valor do produto Insumo intermediário Valor adicionado Trigo 10 0 10 Farinha 15 10 5 Pão 20 15 5 RENDA O conceito de renda é o de remuneração dos fatores de produção. Inclui-se na renda: Salários (remuneração do trabalho) Juros (remuneração do capital de empréstimo) Lucros (remuneração do capital de risco) Aluguéis (remuneração do capital físico) RENDA Para evitar dupla contagem, só incluímos na renda os juros e alugueis pagos a pessoas físicas. Os juros e aluguéis pagos as pessoas jurídicas já são contabilizados nos lucros. CONSUMO O Consumo corresponde ao valor de bens e serviços adquiridos pelos indivíduos para a satisfação de seus desejos. O Consumo do Governo corresponde ao valor dos bens e serviços que o governo coloca à disposição da população. Exemplos: educação gratuita, serviços de policiamento e serviços médicos. POUPANÇA e INVESTIMENTO Poupança : renda não consumida. Investimento: acréscimo no estoque de capital fixo mais variações nos estoques . ABSORÇÃO Absorção: Consumo (público e privado) + Investimento (público e privado). Numa economia fechada absorção = produto. Numa economia aberta se as exportações são maiores (menores) que as importações o produto é maior (menor) que a absorção. DESPESA A despesa corresponde aos destinos do produto: consumo, investimento e exportações menos importações. IDENTIDADES Duas identidades fundamentais: PRODUTO = RENDA = DESPESA POUPANÇA = INVESTIMENTO PIB MENSURAÇÃO DO PIB Podemos mensurar o PIB através de 3 óticas: Ótica da Produção Ótica da Renda Ótica da Demanda ou Despesa PIB PIB = PRODUTO INTERNO BRUTO PIB pela ótica da produção: O PIB é o valor dos bens e serviços finais produzidos em uma economia durante um determinado período. O PIB é a soma do valor adicionado na economia em um dado período. As duas formas de mensuração são equivalentes. PIB PIB pela ótica da renda: O PIB é a soma de toda a renda gerada na economia em um determinado período. PIB PIB pela ótica da demanda ou despesa: O PIB é a soma dos itens de despesa de uma economia em um determinado período. PIB PIB PELA ÓTICA DA DEMANDA OU DESPESA Onde: C = Consumo Pessoal (Consumo das Famílias) I = Investimento (Público e Privado) G = Consumo do Governo X = Exportações de bens e serviços M = Importações de bens e serviços PIB = C + I + G + X - M INVESTIMENTO Onde: FBCF = Formação Bruta de Capital Fixo VE = Variação de Estoques Obs.: Formação Bruta de Capital = FBCF + VE INVESTIMENTO = FBCF + VE PIB Por que subtraimos as importações no cálculo do PIB? PIB Porque C , I e G incluem bens e serviços produzidos no exterior, além dos bens e serviços produzidos domesticamente. Seja Cf = Consumo de bens e serviços produzidos no exterior If = Investimento de bens e serviços produzidos no exterior Gf = Consumo do Governo de bens e serviços produzidos no exterior Cd = Consumo de bens e serviços produzidos domesticamente Id = Investimento de bens e serviços produzidos domesticamente Gd = Consumo do Governo de bens e serviços produzidos domesticamente PIB C = Cd + Cf I = Id + If G = Gd + Gf PIB = Cd + Id + Gd + X = (C – Cf) + (I – If) + (G – Gf) + X = C + I + G + X – (Cf + If +Gf) = C + I + G + X – M EXEMPLO 1 Considere uma economia composta por duas empresas: Mineradora (Empresa 1) Receitas de vendas $ 100 Despesas $ 80 Salários $ 80 Lucro $ 20 Siderúrgica (Empresa 2) Receita de vendas $ 210 Despesas $170 Salários $ 70 Compra de minério de ferro $ 100 Lucro $ 40 EXEMPLO 1 Mineradora (Empresa 1) Siderúrgica (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Compra de minério de ferro PIB pela ótica da produção: valor dos bens e serviços finais produzidos em uma economia durante um determinado período. Bens e serviços finais = $ 210 = PIB EXEMPLO 1 PIB pela ótica da produção: soma do valor adicionado na economia em um dado período. Valor adicionado = Valor da produção – Consumo de bens intermediários. Valor adicionado = $ 100 + ($ 210 - $ 100) = $ 210 = PIB Mineradora (Empresa 1) Siderúrgica (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Compra de minério de ferro EXEMPLO 1 PIB pela ótica da renda: soma de toda a renda gerada na economia em um determinado período. Renda gerada = Renda do Trabalho + Renda do Capital (Lucro) = ($80 + $70) + ($20 + $40) = $ 210 = PIB . Mineradora (Empresa 1) Siderúrgica (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Compra de minério de ferro EXEMPLO 2 Vejamos um exemplo com impostos, em que parte do valor adicionado no âmbito das empresas é transferido ao governo. EXEMPLO 2 Receitas de vendas $ 110 Receita de vendas $ 220 Despesas $ 90 Despesas $190 Impostos $ 10 Impostos $ 10 Salários $ 80 Salários $ 70 $ 110 Lucro $ 20 Lucro $ 30 Compra de minerio O PIB é o valor dos bens e serviços finais produzidos em uma economia durante um determinado período. Bens e serviços finais = $ 220 = PIB . EXEMPLO 2 O PIB é a soma do valor adicionado na economia em um dado período. Valor adicionado = Valor da produção – Consumo de bens intermediários. Valor adicionado = $ 110 + ($ 220 - $ 110) = $ 220 = PIB . Receitas de vendas $ 110 Receita de vendas $ 220 Despesas $ 90 Despesas $190 Impostos $ 10 Impostos $ 10 Salários $ 80 Salários $ 70 $ 110 Lucro $ 20 Lucro $ 30 Compra de minerio EXEMPLO 2 O PIB é a soma de toda a renda gerada na economia em um determinado período. Renda gerada = Renda do Trabalho + Renda do Capital (Lucro) + Impostos (Renda do Governo) = $150 + $50 + $20 = $ 220 = PIB . Receitas de vendas $ 110 Receita de vendas $ 220 Despesas $ 90 Despesas $190 Impostos $ 10 Impostos $ 10 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de minerio$ 110 Lucro $ 20 Lucro $ 30 EXEMPLO 3 Vejamos um exemplo com receitas de aluguel (a mineradora aluga maquinário para a siderúrgica) e variação de estoques (em que parte da produção de aço não é vendida e parte da produção de minério de ferro não é usada para a produção de aço). EXEMPLO 3 Mineradora Receita de vendas de minério de ferro $ 900 Receitas de aluguel $ 100 Despesas: Salários $ 500 Lucros $ 500 EXEMPLO 3 Siderúrgica Receita de vendas de aço $ 1900 Variação de estoques de aço $ 100 Variação de estoques de minério de ferro $ 100 Despesas: Aluguéis $ 100 Compra de minério de ferro $ 900 Salários $ 500 Lucros $ ? EXEMPLO 3 PIB da economia: Soma do valor dos bens e serviços finais: = Receitas de vendas de aço + variação do estoque de aço + variação do estoque de minério de ferro = 1900 + 100 + 100 = 2100 EXEMPLO 3 PIB da economia: Soma dos valores adicionados: Valor adicionado pela mineradora = valor da produção – consumo de bens intermediários = 900 + 100 - 0 = 1000 EXEMPLO 3 PIB da economia: Soma dos valores adicionados: Valor adicionado da siderúrgica = valor da produção – consumo de bens e serviços intermediários. = 2000 - (100 + (900 – 100) = 1100 EXEMPLO 3 PIB da economia: Soma dos valores adicionados: Valor adicionado da siderúrgica + valor adicionado da mineradora = 1100 + 1000 = 2100 EXEMPLO 3 Lucro da siderúrgica: Lucro Bruto = Venda de Bens e Serviços – Compra de Bens e Serviços (inclui também aluguéis e salários) + Investimento Bruto Lucro Bruto = 1900 – 900 – 100 – 500 + 200 = 600 EXEMPLO 3 PIB da economia Soma das rendas = salários da mineradora + lucro da mineradora + salários da siderúrgica + lucro da siderúrgica = 500 + 500 + 500 + 600 = 2100 PIB DO BRASIL Sistema de Contas Nacionais do IBGE, dados preliminares para 2010, em milhões de reais. Fonte: www.ipeadata.gov.br PIB C I G X M nominal 3.674.964 2.226.056 707.414 778.013 409.868 446.386 % PIB 61% 19% 21% 11% 12% RENDA PIB PELA ÓTICA DA RENDA PIB = Renda Pessoal Disponível + Renda Disponível Bruta das Empresas + Renda Líquida do Governo + Renda Líquida Enviada ao Exterior RENDA RENDA PESSOAL DISPONÍVEL Renda Pessoal Disponível = Salários + Juros pagos aos indivíduos + aluguéis pagos aos indivíduos + lucros distribuídos aos indivíduos + transferências do governo aos indivíduos – impostos diretos RENDA Transferências do governo aos indivíduos = aposentadorias, pensões, seguro-desemprego, juros da dívida pública interna, etc.. Impostos diretos = impostos que incidem sobre renda e patrimônio. Ex.: Imposto de renda, IPTU, etc.. RENDA RENDA DISPONÍVEL BRUTA DAS EMPRESAS Renda Disponível Bruta das Empresas = lucros retidos + depreciações RENDA RENDA LÍQUIDA DO GOVERNO Renda Líquida do Governo = Impostos diretos dos indivíduos + impostos diretos das empresas + impostos indiretos + outras receitas correntes líquidas do governo – transferências do governo aos indivíduos – transferências do governo às empresas - subsídios RENDA Outras receitas correntes líquidas do governo = aluguéis e dividendos recebidos pelo governo – juros da dívida pública externa. RENDA IMPORTANTE: Tanto os juros da dívida interna como da dívida externa não são considerados como prestação efetiva de serviços, portanto não adicionam valor ao PIB. Isso porque considera-se que o Governo não se endivida para investir em atividades lucrativas, mas apenas para cobrir o seu déficit orçamentário. RENDA RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLEE) Renda Líquida Enviada ao Exterior = Renda Enviada ao Exterior – Renda Recebida do Exterior GOVERNO SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE = POUPANÇA DO GOVERNO Obs. o Governo pode ter déficit mesmo com uma poupança positiva. SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE = RENDA LÍQUIDA DO GOVERNO – CONSUMO DO GOVERNO GOVERNO SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE = RECEITAS CORRENTES – GASTOS CORRENTES GOVERNO RECEITAS CORRENTES DO GOVERNO RECEITAS CORRENTES DO GOVERNO = IMPOSTOS DIRETOS + IMPOSTOS INDIRETOS + OUTRAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS GOVERNO GASTOS CORRENTES DO GOVERNO GASTOS CORRENTES DO GOVERNO = CONSUMO DO GOVERNO + TRANSFERÊNCIAS (ÀS EMPRESAS E AOS INDIVÍDUOS) + SUBSÍDIOS GOVERNO SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE = RECEITAS CORRENTES (IMPOSTOS DIRETOS + IMPOSTOS INDIRETOS + OUTRAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS) – GASTOS CORRENTES (CONSUMO DO GOVERNO + TRANSFERÊNCIAS (ÀS EMPRESAS E AOS INDIVÍDUOS) + SUBSÍDIOS) GOVERNO DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL DÉFICIT PÚBLICO = INVESTIMENTO DO GOVERNO – SALDO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE GOVERNO DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL DÉFICIT PÚBLICO = INVESTIMENTO DO GOVERNO – (RLG – CONSUMO DO GOVERNO) GOVERNO DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL DÉFICIT PÚBLICO = INVESTIMENTO DO GOVERNO – (IMPOSTOS DIRETOS + IMPOSTOS INDIRETOS + OUTRAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS –TRANSFERÊNCIAS – SUBSÍDIOS – CONSUMO DO GOVERNO) DÉFICIT DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL DÉFICIT PÚBLICO = INVESTIMENTO DO GOVERNO + CONSUMO DO GOVERNO + TRANSFERÊNCIAS + + SUBSÍDIOS – IMPOSTOS DIRETOS – IMPOSTOS INDIRETOS – OUTRAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS DÉFICIT DÉFICIT PÚBLICO PRIMÁRIO Nas transferências do governo, retiramos os pagamentos de juros da dívida pública interna. Em outras receitas correntes líquidas, retiramos pagamentos de juros da dívida pública externa. DÉFICIT DÉFICIT PÚBLICO PRIMÁRIO = INVESTIMENTO DO GOVERNO + CONSUMO DO GOVERNO + TRANSFERÊNCIAS (NÃO INCLUI JUROS) + SUBSÍDIOS – IMPOSTOS DIRETOS – IMPOSTOS INDIRETOS – OUTRAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS (NÃO INCLUI JUROS) DÉFICIT DÉFICIT PÚBLICO REAL = INVESTIMENTO DO GOVERNO + CONSUMO DO GOVERNO + TRANSFERÊNCIAS (INCLUI APENAS JUROS REAIS)+ SUBSÍDIOS – IMPOSTOS DIRETOS – IMPOSTOS INDIRETOS – IMPOSTO INFLACIONÁRIO - OUTRAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS (INCLUI APENAS JUROS REAIS) DÉFICIT DÉFICIT PÚBLICO OPERACIONAL = DÉFICIT PÚBLICO REAL + IMPOSTO INFLACIONÁRIO O déficit operacional inclui apenas juros reais em transferências e juros reais em outras receitas correntes líquidas, não inclui o imposto inflacionário como fonte de receita do governo (aumentamos o déficit operacional somando o imposto inflacionário ao déficit real). ECONOMIA ABERTA POUPANÇA EXTERNA POUPANÇA EXTERNA = DÉFICIT NA BALANÇA DE TRANSAÇÕES CORRENTES ECONOMIA ABERTA IDENTIDADE POUPANÇA = INVESTIMENTO NUMA ECONOMIA ABERTA PIB PELA ÓTICA DA DEMANDA: PIB = C + I + G + X – M IDENTIDADE DE ALOCAÇÃO DA RENDA (PIB PELA ÓTICA DA RENDA): PIB = RPD + RDBE + RLG + RLEE ECONOMIA ABERTA IDENTIDADE POUPANÇA = INVESTIMENTO NUMA ECONOMIA ABERTA IDENTIDADE DE ALOCAÇÃO DA RENDA (PIB PELA ÓTICA DA RENDA): PIB = RPD + RDBE + RLG + RLEE RPD = CONSUMO PESSOAL (C) + POUPANÇA PESSOAL RDBE = LUCROS RETIDOS + DEPRECIAÇÕES ECONOMIA ABERTA IDENTIDADE POUPANÇA = INVESTIMENTO NUMA ECONOMIA ABERTA IDENTIDADE DE ALOCAÇÃO DA RENDA (PIB PELA ÓTICA DA RENDA): PIB = RPD + RDBE + RLG + RLEE PIB = C + POUPANÇA PESSOAL + LUCROS RETIDOS + DEPRECIAÇÕES+ RLG + RLEE ECONOMIA ABERTA IDENTIDADE POUPANÇA = INVESTIMENTO NUMA ECONOMIA ABERTA PIB = C + POUPANÇA PESSOAL + LUCROS RETIDOS + DEPRECIAÇÕES + RLG + RLEE PIB = C + S + RLG + RLEE ONDE S = POUPANÇA BRUTA DO SETOR PRIVADO (POUPANÇA PESSOAL + LUCROS RETIDOS + DEPRECIAÇÕES) ECONOMIA ABERTA Igualando as duas identidades, temos: C + I + G + X - M = C + S + RLG + RLEE I = S + (RLG – G) + RLEE – (X - M) ((RLG - G) = Poupança do Governo) ( (X – M) - RLEE = - Poupança Externa) ( RLEE - (X - M)= + Poupança Externa) ECONOMIA ABERTA Como RLEE – (X – M) = Saldo da Balança de Transações Correntes com sinal trocado = Poupança Externa, temos: I = POUPANÇA PRIVADA + POUPANÇA DO GOVERNO + POUPANÇA EXTERNA PRODUTO PIB A PREÇOS DE MERCADO = DESPESA INTERNA BRUTA = RENDA INTERNA BRUTA PRODUTO PIB A CUSTO DE FATORES (PIBCF) PIBCF = PIB A PREÇOS DE MERCADO – IMPOSTOS INDIRETOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS Equivale ao valor da produção de bens e serviços finais que é destinado a remunerar os fatores de produção. PRODUTO PRODUTO INTERNO LÍQUIDO (PIL) PIL = PIB - DEPRECIAÇÃO PRODUTO PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) PNB = PIB - RLEE PNB = PIB – Renda Enviada ao Exterior (REE) + Renda Recebida do Exterior (RRE) REE = Renda gerada por fatores de produção de propriedade de não residentes, que operam dentro do território nacional. RRE = Renda gerada por fatores de produção de propriedade de residentes, que operam no resto do mundo. PRODUTO PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) PNB = PIB – (REE – RRE) PNB = PIB - RLEE Equivale à renda gerada por fatores de produção de propriedade de residentes, que operam dentro do território nacional e no resto do mundo. PRODUTO PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) Ex. os lucros de uma fabrica brasileira de propriedade britânica são contabilizados no PIB do Brasil, mas fazem parte do PNB da Grã- Bretanha. Para calcular o PNB do Brasil devemos subtrair de seu PIB os serviços que o capital britânico fornece para ele. De maneira análoga, para calcular o PNB da Grã-Bretanha devemos adicionar ao seu PIB os serviços que o capital britânico fornece para o Brasil. Conceitos adicionais (pág. 33 Manual de Macro da USP) RENDA NACIONAL = PNL A CUSTO DE FATORES (PNLCF) RENDA PESSOAL = RENDA NACIONAL - LUCROS RETIDOS PELAS EMPRESAS - IMPOSTOS DIRETOS SOBRE AS EMPRESAS - OUTRAS RECEITAS DO GOVERNO + TRANSFERENCIAS DO GOVERNO AS EMPRESAS + TRANSFERENCIAS DO GOVERNO AS FAMÍLIAS OU RENDA PESSOAL= RENDA PESSOAL DISPONÍVEL + IMPOSTOS DIRETOS SOBRE AS FAMÍLIAS SISTEMA DE 5 CONTAS NACIONAIS Sistema de contas obedece a dois princípios: a) Equilíbrio interno de cada conta Total de créditos igual ao total de débitos b) Equilíbrio externo do sistema Cada lançamento devedor de uma conta corresponde a igual lançamento credor em outra SISTEMA DE 5 CONTAS NACIONAIS Supomos, para simplificar, que o Governo contrate uma empresa sem fins lucrativos para pagar seus funcionários e conduzir todas as suas transações com o exterior. As receita de vendas dessa empresa fictícia é igual ao total dos salários dos funcionários públicos. A empresa repassa integralmente suas receitas para seus funcionários a título de salários. O lucro da empresa é zero, e o valor adicionado igual
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