Buscar

Planejamento e Controle de Produção na Alvenaria Estrutural

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO NA 
ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
Felipe Augusto Clivatti 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2014 
 
 
 
1 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO NA 
ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Felipe Augusto Clivatti 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em 
Engenharia Civil, área de concentração Construção Civil, da 
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito 
parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Drº Gihad Mohamad 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2014 
 
 
2 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
Universidade Federal de Santa Maria 
Centro de Tecnologia 
Curso de Graduação em Engenharia Civil 
 
 
 
A comissão examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de 
Conclusão de Curso 
 
 
 
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO NA 
ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
Elaborado por 
Felipe Augusto Clivatti 
 
 
 
Como requisito parcial para a obtenção do grau de 
Engenheiro Civil 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
Profº Drº Gihad Mohamad 
(Presidente/Orientador) 
 
 
Profª Drª Larissa Degliuomini Kirchhof 
 
 
Profº Drº Rogerio Cattelan Antocheves de Lima 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, 18 de julho de 2014 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha família pelo 
apoio e amor incondicional. 
 
 
 
4 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço aos meus pais Aldecir e Tânia pela demonstração de caráter, 
dedicação e outras tantas qualidades nas quais sempre pude me espelhar. 
 
Agradeço a todos os familiares, em especial a minha irmã Julia pela 
compreensão nos momentos em que não pude estar presente. 
 
Agradeço ao professor e orientador Gihad Mohamad pelo tempo dedicado, 
conselhos e incentivo na realização deste trabalho. 
 
Agradeço a minha namorada Emanuelly Casal Bortoluzzi por todo incentivo, 
paciência e auxílio na formatação deste trabalho. 
 
Agradeço aos amigos que estiveram sempre ao meu lado dando apoio e 
tornando mais amena esta jornada. 
 
Agradeço aos colegas da UFSM que sempre proporcionaram momentos de 
descontração e incentivo nos momentos mais difíceis desta etapa. 
 
Agradeço a construtora De Marco e Orso que me permitiu a realização deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
RESUMO 
 
CLIVATTI, F. A. Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural. 
2014. Trabalho de Diplomação (Graduação em Engenharia Civil) – Centro de 
Tecnologia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 
 
Este trabalho versa sobre influência do planejamento e controle de produção no que 
diz respeito à produtividade da execução em alvenaria estrutural, a qual possui 
técnicas construtivas e componentes diferentes em relação a alvenaria 
convencional. Será realizada a coleta de dados para análise de produção, em uma 
edificação que utiliza o método de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos. O 
levantamento de dados foi realizado em dois pavimentos distintos da mesma obra, 
sendo que no primeiro pavimento foram coletados dados de produtividade através 
da forma de execução adotada pela empresa, enquanto no segundo pavimento, 
foram implantadas filosofias e planejamentos baseados nos dados obtidos no 
primeiro pavimento, para que através da modificação de alguns processos 
construtivos como melhor distribuição de materiais na laje e melhor 
dimensionamento nas equipes de assentamento de blocos, possibilitem a 
maximização da produção. Estes dados serão utilizados como embasamento do 
quanto um planejamento prévio, ao ser seguido rigorosamente e executado de 
maneira correta quando aliado a um controle de produção durante a execução dos 
serviços, podem afetar positivamente o desempenho final das equipes de trabalho 
envolvidas. Como resultado do replanejamento aplicado no segundo pavimento, 
houve uma diminuição no tempo de execução da alvenaria e o aumento na 
produtividade dos profissionais envolvidos, demonstrando assim através do controle 
de produção, o êxito do planejamento implantado. 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Alvenaria Estrutural, Produtividade, Controle de produção. 
 
 
6 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Tipos mais utilizados de blocos estruturais cerâmicos ............................... 19 
Figura 2: Tipos mais utilizados de blocos estruturais de concreto. ........................... 20 
Figura 3: Argamassa de assentamento .................................................................... 21 
Figura 4: Ferragens utilizadas na alvenaria estrutural ............................................... 23 
Figura 5: Levantamento da primeira fiada ................................................................. 26 
Figura 6: Elevação dos cantos da alvenaria em forma de escadinha ...................... 27 
Figura 7: Grauteamento de uma célula vertical ........................................................ 28 
Figura 8: Grauteamento de uma contra-verga. ......................................................... 28 
Figura 9: Passagem das tubulações elétricas .......................................................... 29 
Figura 10: Dimensão Horizontal do Processo de Planejamento .............................. 32 
Figura 11: Torre de alvenaria, parte frontal .............................................................. 41 
Figura 12: Abrangência do estudo da produtividade ................................................ 42 
Figura 13: Projeto da alvenaria estrutural da obra em estudo .................................. 49 
Figura 14: Layout da obra. ........................................................................................ 50 
Figura 15: Caminhão com guindaste hidráulico para levantamento de material no 
pavimento ................................................................................................................. 52 
Figura 16: Canaleta, utilizada para fazer a execução da alvenaria do primeiro 
pavimento ................................................................................................................. 53 
Figura 17: Palheta, utilizada na execução do segundo pavimento ........................... 57 
Figura 18: Comparação entre os índices de produtividade (Hh/m²) .......................... 62 
Figura 19: Comparação entre os índices de produtividade (m²/pedreiro/dia) ............ 63 
Figura 20: Comparação entre o tempo de execução dos dois pavimentos. .............. 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Ferramentas utilizadas para execução da alvenaria estrutural....... 30 
Quadro 2: Planejamento semanal de tarefas................................................... 36 
Quadro 3: Alternância na quantidade de pedreiros no primeiro pavimento..... 58 
Quadro 4: Índices de produtividade do primeiro pavimento............................. 59 
Quadro 5: Tabela de composição de preço para orçamento........................... 59 
Quadro 6: Índices de produtividade do segundo pavimento............................ 60 
Quadro 7: Fatores implementados para cada pavimento................................ 618 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 
1.1. Contextualização inicial ................................................................................ 10 
1.2. Objetivo geral ................................................................................................ 11 
 1.3. Objetivos específicos.................................................................................... 11 
 1.4. Justificativa.................................................................................................... 11 
 1.5. Pressuposto .................................................................................................. 12 
 1.6. Delimitações ................................................................................................. 12 
 1.7. Limitações ......................................................................................................12 
 1.8. Delineamento ................................................................................................ 13 
 2. MÉTODO CONSTRUTIVO DE ALVENARIA ESTRUTURAL .............................. 14 
2.1. Conceito do método...................................................................................... 14 
2.2. Vantagens e desvantagens da alvenaria estrutural ................................... 15 
 2.2.1. Vantagens do método............................................................................15 
 2.2.2. Desvantagens do método......................................................................17 
 2.3. Componentes da alvenaria estrutural.........................................................18 
 2.3.1. Unidades da alvenaria estrutural...........................................................18 
 2.3.2. Argamassa de assentamento............................................................... 20 
 2.3.3. Graute................................................................................................... 22 
 2.3.4. Armaduras ........................................................................................... 23 
 2.4 Processo de execução................................................................................. 24 
 2.4.1. Marcação da primeira fiada.................................................................. 24 
 2.4.2. Elevação da alvenaria ......................................................................... 26 
 2.4.3. Grauteamento ...................................................................................... 27 
 2.4.4. Instalações ........................................................................................... 28 
 2.5. Equipamentos e ferramentas..................................................................... 29 
3. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO............................................ 31 
3.1. Definição...................................................................................................... 31 
 3.2. Dimensões do planejamento .................................................................... 31 
 3.2.1. Dimensão horizontal ............................................................................ 32 
 3.2.2. Dimensão vertical ............................................................................... 33 
 
 
 
9 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
3.2.2.1. Planejamento de longo prazo ................................................ 34 
 3.2.2.2. Planejamento de médio prazo ............................................... 34 
 3.2.2.3. Planejamento de curto prazo ................................................. 35 
 3.3. Produtividade ............................................................................................... 36 
 3.4. O conceito da lean construction ................................................................ 38 
4. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ................................................................ 40 
 4.1. Descrição da obra ........................................................................................ 40 
 4.2. Ferramentas de controle de avaliação de produtividade ......................... 41 
 4.3. Planejamento de execução ......................................................................... 46 
 4.3.1. Execução da alvenaria do primeiro pavimento .................................... 47 
 4.3.1.1. Equipe de execução da alvenaria estrutural .......................... 47 
 4.3.1.2. Planejamento de ataque à alvenaria ...................................... 48 
 4.3.1.3. Abastecimento de materiais ................................................... 49 
4.3.1.4. Execução do graute ............................................................... 52 
 4.3.1.5. Ferramentas utilizadas para execução da alvenaria .............. 53 
 4.3.2. Execução do segundo pavimento modificando o planejamento .......... 54 
 4.3.2.1. Dimensionando a equipe de execução da alvenaria .............. 54 
 4.3.2.2. Planejamento de ataque à alvenaria ....................................... 55 
 4.3.2.3. Abastecimento de materiais .................................................... 55 
 4.3.2.4. Execução do graute ................................................................. 56 
 4.3.2.5. Ferramentas utilizadas para execução da alvenaria ............... 56 
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................... 58 
 5.1. Resultados obtidos no primeiro pavimento................................................ 58 
 5.2. Resultados obtidos no segundo pavimento .............................................. 60 
 5.3. Comparação dos resultados entre os dois pavimentos ........................... 61 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 65 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Contextualização inicial 
 
 A utilização de alvenaria estrutural na área da construção civil está se 
tornando uma opção cada vez mais frequente. Trata-se de um processo construtivo 
onde se pode observar algumas vantagens em relação à alvenaria convencional, 
como menor tempo de execução, economia das equipes de aço e de fôrmas e 
algumas desvantagens como a impossibilidade de alteração do projeto arquitetônico 
após sua execução. 
 Os componentes utilizados para fazer o levantamento da alvenaria são os 
blocos estruturais, armaduras, argamassa de assentamento e graute. Dentro das 
etapas construtivas que englobam a marcação e levantamento da alvenaria, deve-se 
destacar o grauteamento, que faz parte da etapa de elevação da alvenaria e 
necessita de grande atenção devido a sua importância no aumento da resistência à 
compressão da edificação. Estes processos executivos ligados a um planejamento 
prévio demonstram inúmeras vantagens. 
 O planejamento é de grande impacto no desempenho da produção no que diz 
respeito a construção civil, tendo em vista que são inúmeros os benefícios trazidos 
devido a um plano inicial, como o menor desperdício de materiais, maior eficácia no 
tempo de execução e um melhor gerenciamento em torno de toda obra. 
 A função de produção está tendo um papel cada vez mais estratégico na 
determinação de competitividade entre as empresas construtoras, assim como em 
todo o setor relacionado à construção. Portanto, o planejamento e controle de 
produção tem papel de grande importância no desenvolvimento deste setor, visando 
sempre o aumento da qualidade e produtividade(FORMOSO et al., 1999). 
 Almeida (1990) afirma que “está exaustivamente comprovado que, em 
qualquer projeto, as etapas de concepção e planejamento, têm peso decisivo no 
desenvolvimento de fases sequentes e no resultado final”. 
 Segundo Varalla (2003), planejar é um processo de previsão de decisões que 
envolvem o estabelecimento de metas e a definição dos recursos necessários para 
atingi-las, e controlar é acompanhar o que foi planejado, de forma a subsidiar a 
tomada de decisões apropriadas. Sendo assim, é notório que planejamento e 
controle são atividades essenciais em qualquer ramo de atividade econômica. 
11 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 A ausência de um planejamento prévio pode interferir diretamente na 
produtividade do empreendimento, atrapalhando cronogramas e trazendo 
dificuldades administrativas e financeiras para a empresa. 
 
 
1.2. Objetivo geral 
 
 Este trabalho tem como objetivo geral o planejamento e controle de produção 
de um empreendimento executado em alvenaria estrutural em Erechim-RS. 
 
 
1.3 . Objetivos específicos 
 
 a) Realizar o levantamento de dados de produtividade e controle de produção 
 em relação a primeira laje da obra em estudo considerando tempo de ciclo; 
 
 b) Propor novos parâmetros para maximizar a produtividade da execução 
 de alvenaria estrutural para o próximo pavimento, utilizando os dados 
 levantados na primeira laje como parâmetros de estudo; 
 
 c) Realizar o levantamento de dados de produtividade e controle de produção 
 da segunda laje utilizando os mesmos parâmetros da primeira laje; 
 
 d) Comparar os resultados e observar se o planejamento obteve o resultado 
 esperado com a maximização da produtividade. 
 
 
1.4. Justificativa 
 
 Tendo em vista o constante crescimento econômico na área de construção 
civil do Brasil nos últimos anos, um número maior de empresas dispostas a entrar 
nesse mercado aparecem constantemente. Portanto, é importante para as empresas 
que já estão no mercado, conseguir aliar maior produtividade para a execução dos 
serviços com maior qualidade final da obra, o que é um grande desafio, 
12 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
considerando que os prazos são cada vez menores e a exigência de qualidade está 
cada dia maior. Para atender aos itens citados anteriormente, existem algumas 
ferramentas de estudo que se fazem necessárias nos dias atuais, as quais analisam 
a produtividade dos serviços executados, e com isso encontram-se caminhos para 
aumentar a eficiência da empresa. Um planejamento deve ser realizado 
previamente, para que haja um plano a ser seguido no início da execução. Durante a 
execução é importante que ocorra o controle de produção, por meio de um método 
de acompanhamento de produtividade, para que, sejam diagnosticadas falhas no 
planejamento, e com isso realizar o rearranjo do mesmo. Devido a isso, surge a 
necessidade de estudos na área de produtividade, para que as empresas possam 
ter sucesso nos seus empreendimentos, atendendo aos prazos e sem o desperdício 
de materiais que levaria a prejuízos. 
 
 
1.5. Pressuposto 
 
 O trabalho possui o pressuposto de que o empreendimento em estudo não 
está apresentando os índices de produtividade esperados pela empresa. 
 
 
1.6. Delimitações 
 
 O trabalho delimita-se ao estudo de uma obra residencial composto por uma 
torre de quatro pavimentos, sendo executada em alvenaria estrutural utilizando 
blocos cerâmicos. 
 
 
1.7. Limitações 
 
 O trabalho limita-se: 
 
 a) ao estudo de produtividade na execução de paredes estruturais utilizando 
 blocos cerâmicos em uma obra residencial; 
 
13 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 b) a restrição de fatores influenciadores de produtividade, restringindo-se as 
 condições climáticas, área de abertura produzida, falta de profissionais, falta 
 de materiais. 
 
 
1.8. Delineamento 
 
 O delineamento do trabalho será realizados nas seguintes etapas: 
 
 a) pesquisa bibliográfica; 
 
 b) definição dos indicadores a serem utilizados para fazer a análise da 
 produtividade; 
 
 c) levantamento de dados; 
 
 d) análise, avaliação e comparação dos resultados; 
 
 e) conclusões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
2. MÉTODO CONSTRUTIVO DE ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 Neste capítulo será apresentada a alvenaria estrutural como método 
construtivo, suas fases construtivas, suas vantagens e desvantagens, ferramentas 
utilizadas e seus componentes. Com isso, pode-se ter um maior embasamento 
teórico para ser aplicado no planejamento e controle da produção da alvenaria 
estrutural. 
 
2.1. Conceito do método 
 
 A alvenaria estrutural é um sistema com alto grau de racionalização que vem 
se firmando no mercado devido aos vários benefícios obtidos na escolha deste 
método construtivo. Este sistema unifica etapas da obra, resultando em uma 
construção com maior rapidez, economia, menos desperdícios e com alto padrão de 
qualidade (ROMAN et al., 1999). De acordo com Santos (1998), a racionalização 
construtiva pode ser apontada como solução dos resultados insatisfatórios 
encontrados pelas empresas na área de construção civil. 
 De acordo com Roman et. al. (1999), alvenaria estrutural é um sistema 
construtivo em que as paredes e as lajes portantes de carga funcionam 
estruturalmente, substituindo tanto pilares quanto as vigas utilizados nos processos 
construtivos convencionais, sendo dimensionado segundo métodos de cálculos 
racionais e de confiabilidade determinável. As paredes, ao mesmo tempo, funcionam 
tanto na parte estrutural quanto na parte de vedação, o que proporciona maior 
simplicidade construtiva. 
 Segundo Manzione (2007, p. 13) este sistema exige grande integração de 
projetos, mantendo o foco na produção e sendo responsável por organizar todos os 
outros subsistemas da edificação. Se utilizado em seu contexto pleno, este sistema 
pode gerar grande economia e várias vantagens na execução da obra. 
 Tendo em vista os benefícios de tempo reduzido de construção e também em 
relação ao custo final da obra, alguns cuidados devem ser tomados. O controle de 
materiais, a resistência do bloco estrutural, assim como a qualidade na execução 
são de suma importância para se obter a desejada resistência que suportará a carga 
da edificação. 
15 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 De acordo com Ramalho e Corrêa (2003, p. 9-10) os benefícios são muitos, 
principalmente no que diz respeito ao aspecto econômico em relação ao sistema 
convencional, porém deve-se observar alguns detalhes da edificação a ser 
executada, que se não forem levados em consideração, acarretará em um processo 
de valor superior ao método convencional. Para os autores, os fatores que devem 
ser levados em consideração são: 
 
 a) altura da edificação: tendo em vista os parâmetros brasileiros, pode-se 
 afirmar que esse método é viável a edificações com um número máximo de 
 15 ou 16 pavimentos. Acima deste limite, deve ser feito um processo de 
 grauteamento generalizado, pois os blocos encontrados no mercado não 
 possuem resistência à compressão necessária para a execução, tornando a 
 obra muito onerosa; 
 
b) arranjo arquitetônico: para arranjos arquitetônicos que fogem dos padrões 
usuais, a situação pode ser melhor, ou bem pior. É importante que seja 
considerada a densidade de paredes estruturais por m² de pavimento. Um 
bom indicativo seria 0,5 a 0,7 m? de paredes estruturais por m² de pavimento. 
Se não extrapolar esses limites, a densidade pode ser considerada usual e 
seu dimensionamento irá refletir tal condição; 
 
c) tipo de uso: deve-se ressaltar que para edificações residenciais de alto 
padrão ou comerciais, onde são necessáriosgrandes vãos livres, este método 
construtivo não é recomendado. A melhor aplicação deste sistema construtivo 
se dá para edifícios de padrões médio ou baixo, onde não existam vãos 
relativamente grandes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
2.2. Vantagens e desvantagens da alvenaria estrutural 
 
2.2.1. Vantagens do método 
 
 Algumas vantagens já foram identificadas anteriormente como a rapidez de 
execução, a economia gerada em relação ao sistema de concreto armado, a 
facilidade construtiva e também a racionalização entre os processos. 
 Ramalho e Corrêa (2003, p. 10-11) citam as principais vantagens da utilização 
do método construtivo de alvenaria estrutural em relação ao sistema convencional 
de concreto armado: 
 
 a) economia de fôrmas: quando existem, as fôrmas se limitam às que se 
 fazem necessárias para a concretagem das lajes. São, portanto, fôrmas lisas, 
 baratas e de grande reaproveitamento; 
 
 b) redução significativa nos revestimentos: por utilizar-se blocos de qualidade 
 controlada e pelo controle maior na execução, a redução dos revestimentos é 
 muito significativa. Usualmente o revestimento interno é feito com uma 
 camada de gesso aplicada diretamente sobra a superfície dos blocos. No 
 caso dos azulejos, eles também podem ser colados diretamente sobre os 
 blocos; 
 
 c) redução nos desperdícios de material e mão de obra: o fato das paredes 
 não admitirem intervenções posteriores significativas, como rasgos ou 
 aberturas para a colocação de instalações hidráulicas e elétricas, é uma 
 importante causa da eliminação de desperdícios. Assim, o que poderia ser 
 encarado como uma desvantagem, na verdade implica a virtual eliminação 
 da possibilidade de improvisações, que encarecem significativamente o preço 
 de uma construção; 
 
d) redução do número de especialidades: deixam de ser necessários 
profissionais como armadores e carpinteiros; 
 
17 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
e) flexibilidade no ritmo de execução da obra: se as lajes forem pré-moldadas, 
o ritmo da obra estará desvinculado do tempo de cura que deve ser 
respeitado no caso das peças de concreto armado. 
 
 Dos itens apresentados, pode-se perceber que, em termos gerais, a principal 
vantagem da utilização da alvenaria estrutural sustenta-se em uma maior 
racionalidade no sistema de execução, reduzindo-se o consumo e disperdício de 
materiais que usualmente se verificam em obras de concreto armado convencional. 
 Roman (1999, p.20) ainda lembra que “este sistema [...] permite 
detalhamentos estéticos bastante atraentes, com variadas formas, texturas e cores, 
oferecendo boas possibilidades arquitetônicas e estruturais. [...]”. 
 
 
2.2.2. Desvantagens do método 
 
 Apesar de trazer vários benefícios, são identificados alguns pontos 
considerados negativos em relação ao método convencional. Ramalho e Corrêa 
(2003) apontam as principais desvantagens do método: 
 
a) A dificuldade de se adaptar a arquitetura para um novo uso: tendo as 
paredes funções estruturais na edificação, não é possível realizar rearranjos 
arquitetônicos futuros, pois tecnicamente isso poderá afetar a segurança da 
obra. É vista como desvantagem pois não pode atender a necessidades 
futuras dos usuários. 
 
b) Interferência entre projetos de arquitetura/estruturas/instalações: devido ao 
fato de impossibilidade de fazer furos nas paredes sem um controle 
minucioso, interfere de forma direta nos projetos de instalações elétricas e 
hidráulicas. Uma saída encontrada para essa interferência é o uso de shaft, 
que melhora a união entre os projetos sem a necessidade de furar os blocos. 
 
c) A necessidade de uma mão de obra bem qualificada: levando em 
consideração o alto grau exigido na execução de alvenaria estrutural, a 
equipe responsável pelo levantamento da estrutura deve possuir qualificação 
18 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
e treinamento, tanto para os processos de execução quanto no domínio das 
ferramentas adequadas, podendo gerar custos e maior demanda de tempo 
para a empresa. Caso a equipe não possua qualificação, as chances de 
falhas que possam comprometer a estrutura aumentam substancialmente. 
 
 
2.3. Componentes da alvenaria estrutural 
 
Definidos pela NBR 10837/89, os componentes básicos empregados na alvenaria 
estrutural são: 
 a) unidades (blocos estruturais); 
 b) argamassa de assentamento; 
 c) graute; 
 d) armadura. 
 
 Sendo assim, é denominado elemento quando existir a união de um ou mais 
componentes utilizados na alvenaria estrutural (GROHMANN, 2006). Os 
componentes serão descritos nos itens a seguir. 
 
 
2.3.1. Unidades da alvenaria estrutural 
 
 Os blocos ou tijolos estruturais são considerados como componentes mais 
importantes na execução de edificações utilizando alvenaria estrutural. São eles os 
maiores responsáveis pela resistência à compressão da estrutura, além de 
determinar a técnica da coordenação modular nos projetos. Segundo Ramalho e 
Corrêa (2003), os blocos de alvenaria estrutural podem ser tanto vazados quanto 
maciços, denominados blocos e tijolos, respectivamente. Podem ser compostos de 
variados tipos de materiais, porém os mais usuais no Brasil são os blocos de 
concreto, cerâmicos e sílico-calcário. 
 
Muitos métodos de cálculo de alvenaria estrutural baseiam-se nos valores 
das resistências dos componentes para estabelecer a verificação da 
resistência das paredes, utilizando correlações de resistências entre blocos- 
19 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
paredes ou blocos prismas para estabelecerem a capacidade última de 
cálculo do elemento estrutural, como é o caso da Norma Britânica 
(LOGULLO, 2006, p. 22). 
 
 As aplicações das unidades da alvenaria estrutural podem ser classificadas 
como estrutural e de vedação. Alguns limites em relação a resistência característica 
à compressão do bloco devem ser obedecidos para atender a necessidade da 
estrutura da edificação. A NBR 6136:2006 demostra os seguintes limites para blocos 
de concreto: 
 
Bloco classe A > 6 MPa: utilizados em elementos acima ou abaixo do nível do solo; 
Bloco classe B > 4 MPa: utilizado em elementos acima do nível do solo; 
Bloco classe C > 3 MPa: utilizado em elementos acima do nível do solo; 
Bloco classe D > 2 MPa: não possuem função estrutural. 
 
 Na prática, os blocos de concreto somente podem ser utilizados se 
obedecerem à resistência característica mínima de 4,5 MPa. No que diz respeito aos 
blocos cerâmicos a resistência característica é considerada a partir de 3,0 Mpa (NBR 
15270-2, 2005). As imagens 1 e 2 demonstram os blocos estruturais cerâmicos e de 
concreto mais utilizados, respectivamente. 
 
 
Figura 1: Tipos mais utilizados de blocos estruturais cerâmicos 
20 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
(Disponível em http://www.cicalcasas.com.br) 
 
 
Figura 2: Tipos mais utilizados de blocos estruturais de concreto (PAVERTECH, 2014) 
 
 
2.3.2. Argamassa de assentamento 
 
 É o componente que faz a ligação entre os blocos, a qual tem a função de 
evitar pontos de concentrações de tensões, tendo em sua composição cimento, 
água, cal e agregado miúdo, também podendo apresentar adições que melhoram o 
desempenho de determinadas propriedades (figura 3). 
A argamassa de assentamento possui as funções básicas de solidarizar as 
unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de 
alvenaria, absorver as pequenas deformações e prevenir a entrada de água 
e vento nas edificações (RAMALHO E CORRÊA, 2003, p.7). 
 
 
 
 
21 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 
Figura 3: Argamassa de assentamento (Disponível em: 
http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html)Por ser o ligante que integra a alvenaria estrutural, deve obedecer alguns 
aspectos para obter eficácia no método. A argamassa deve ser resistente, com 
grande duração além de atender propriedades elásticas e também possuir 
trabalhabilidade, que é de suma importância no que diz respeito à produção. Para se 
atender aos requisitos de produtividade e a correta forma de execução de alvenaria, 
a argamassa deve possuir algumas características e propriedades específicas: 
 
 a) a trabalhabilidade é necessária para garantir um bom assentamento da 
 argamassa no bloco estrutural, deve ter aderência nas superfícies verticais 
 quando espalhada e não ocorrer escorrimento quando as camadas 
 subsequentes forem levantadas (ROMAN et. al., 1999, p. 26); 
 
 b) retenção da água deve ser observada principalmente quando os blocos 
 estruturais forem muito porosos, com isso a água que deveria ter a função de 
 hidratar o cimento acaba sendo transmitida para o bloco, fazendo com que 
 ocorra o endurecimento da argamassa sendo prejudicial aos assentamentos 
 seguintes (ROMAN et. al., 1999, p. 26). Oliveira (1992, p. 29) afirma que “a 
 não retenção adequada de água pela argamassa, prejudicará a durabilidade e 
 estanqueidade da parede”; 
 
 c) tempo de endurecimento acontece em função da reação química entre o 
 cimento e a água. O endurecimento não pode ocorrer de forma muito rápida, 
 pois gera problemas na execução, como no próprio assentamento de blocos, 
 e também não pode se dar de forma muito lenta, pois prejudica a produção 
 gerando tempos em que os assentadores devem esperar até a argamassa ter 
22 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
 atingido o endurecimento necessário para a continuidade da execução. A 
 temperatura e o grau de homogeneidade da argamassa também podem 
 influenciar o tempo de endurecimento (ROMAN et. al., 1999, p.27); 
 
 d) aderência é a principal característica de uma boa argamassa segundo 
 Roman et. al., (1999, p.27), pois ela possui a capacidade de absorver os 
 esforços de cisalhamento e de tração sem seu rompimento; 
 
 e) resistência à compressão tem como principais funções distribuir as tensões 
 de maneira uniforme e ser resistente o suficiente para que possa suportar os 
 esforços submetidos pela estrutura. Porém, o acréscimo de cimento para 
 deixar o traço da argamassa mais forte não implica necessariamente em um 
 ganho de resistência na estrutura. Se a argamassa exceder a resistência dos 
 blocos, podem ocorrer fissuras (ROMAN et. al., 1999, p.27-28). 
 
 
2.3.3. Graute 
 
 O graute pode ser definido como o elemento utilizado para o preenchimento 
de algumas células dos blocos, vergas e contra-vergas, para fazer união da 
alvenaria à armadura e também para a concretagem das canaletas. O 
preenchimento dos vazios dos blocos tem a mesma função dos pilares na alvenaria 
convencional, os quais são ausentes nesse tipo de edificações, aumentando assim a 
capacidade portante da edificação (MANZIONE, 2007). 
 Para Manzione (2007), o graute é um microconcreto com alta plasticidade, 
que possui como principal função o aumento da resistência à compressão da 
parede, através do aumento da seção transversal do bloco. Se combinado com 
armaduras, o graute também aumenta a resistência à tração da estrutura. 
 Para Roman et al. (1999) “o graute é usado para preencher os vazios dos 
blocos quando se deseja aumentar a resistência à compressão da alvenaria sem 
aumentar a resistência do bloco”. O graute tem em sua composição os seguintes 
componentes: cimento, água, agregado miúdo e cal hidratada, ou outra adição que 
possa ser utilizada para conferir trabalhabilidade e que retenha água para melhor 
hidratação. Seu preparo deve sempre ser feito em betoneira. 
23 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 Levando em consideração o tempo utilizado para fazer os grautes, do ponto 
de vista econômico e de produtividade, é interessante ter uma equipe unicamente 
para fazer essa etapa da execução, pois pode ocasionar uma quebra de produção 
da alvenaria devido aos cuidados que devem ser tomados para fazer o 
grauteamento, como limpeza e inspeção das células e o adensamento do graute. 
 
 
2.3.4. Armaduras 
 
 Segundo Ramalho e Corrêa (2003, p.8), as barras de aço usadas na alvenaria 
estrutural são as mesmas usadas nas estruturas de concreto armado, porém com a 
diferença que nesse caso sempre estarem envolvidas por graute. Ainda na mesma 
direção, Oliveira (1992) afirma que a armadura tem como funções o travamento da 
estrutura, o combate à retração, auxiliar a alvenaria na compressão e de aumentar a 
resistência em relação aos esforços de tração. Também podem ser utilizados os 
grampos que são elementos de amarração das paredes, sendo colocadas nas juntas 
das argamassas de assentamento, que auxilia na geração uniforme de tensões, 
evitando assim futuras patologias. A figura 4 mostra as ferragens utilizadas na 
alvenaria estrutural. 
 
 
Figura 4: Ferragens utilizadas na alvenaria estrutural 
24 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
2.4. Processo de execução 
 
 O processo de execução é dividido em várias etapas, onde cada etapa tem 
sua importância e também seus cuidados necessários para chegar na qualidade de 
execução desejada e sem falhas. De uma forma geral, a construção de alvenaria 
estrutural apresenta um segmento de fases que sempre obedecem a mesma 
sequência construtiva: 
 
 a) Marcação da primeira fiada; 
 
 b) Elevação de alvenaria; 
 
 c) Grauteamento; 
 
 d) Instalações. 
 
2.4.1. Marcação da primeira fiada 
 
 A primeira fiada do assentamento de blocos tem grande importância na 
execução da alvenaria estrutural (figura 5), pois ela tende a receber todos os 
pavimentos seguintes. A marcação deve ocorrer de forma correta tendo como base 
o projeto da edificação. A seguir serão descritas as principais etapas para a 
marcação da primeira fiada: 
 
 a) limpeza e organização: é importante manter a laje sem poeira para a 
 melhor fixação da base e também retirar os materiais soltos para facilitar a 
 marcação e a conferência. 
 
 b) esquadro e nível: deve ser verificado o esquadro do pavimento através das 
 diferenças entre as diagonais de um retângulo. Em seguida, utiliza-se o nível 
 a laser para encontrar o ponto mais elevado da laje e então, nesse ponto, 
 deve-se assentar um bloco como referência de nível (MANZIONE, 2007); 
 
25 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 c) marcação dos eixos: os eixos devem ser locados com a utilização de um fio 
 traçante como referência, a partir do projeto da primeira fiada (MANZIONE, 
 2007); 
 
 d) assentamento dos blocos estratégicos: depois de ter os blocos de 
 referência de nível e também os eixos de locação, podem ser assentados os 
 blocos considerados estratégicos na laje, após isso, fazer a conferência do 
 esquadro entre eles (MANZIONE, 2007); 
 
 e) umedecimento da superfície: os locais da laje onde serão assentados os 
 blocos da primeira fiada, deverão ser umedecidos para ter melhor aderência 
 no assentamento (MANZIONE, 2007); 
 
 f) espalhamento da argamassa: a argamassa deve ser espalhada na laje com 
 o auxílio de uma colher de pedreiro, em toda área dos blocos sobre a base 
 (MANZIONE, 2007); 
 
 g) assentamento dos blocos da primeira fiada: deve-se fixar os esticadores de 
 linhas na cabeça dos blocos para obter o alinhamento e nivelamento da 
 primeira fiada. Em seguida executa-se o assentamento com o auxílio de 
 régua prumo-técnica. Os blocos que receberão o graute devem estar com as 
 janelas de inspeção para limpeza e com o corte realizado previamente 
 (MANZIONE, 2007); 
 
26 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
 
Figura 5: Levantamento da primeira fiada 
 
 
2.4.2. Elevação da alvenariaDepois da marcação da primeira fiada, inicia-se o levantamento da alvenaria. 
Nessa etapa deve-se sempre manter algumas características fundamentais como o 
alinhamento, o nível e o prumo. As juntas verticais devem ser totalmente 
preenchidas com argamassa para garantir a transferência de tensões de bloco para 
bloco além de melhorar o desempenho acústico de uma peça para outra da 
edificação. 
 Nos cantos das paredes estruturais, ocorrem os pontos de concentrações de 
tensões e por isso deve ser dada muita atenção a esses pontos. A melhor forma de 
amarração é em escadinha por gerar uma melhor distribuição de tensões. A forma 
em castelinho deve ser evitada (MANZIONE 2007). A figura 6 demonstra a elevação 
dos cantos em forma de escadinha. 
 
27 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 
Figura 6: Elevação dos cantos da alvenaria em forma de escadinha 
 
 
2.4.3. Grauteamento 
 
 Segundo Manzione (2007 p. 102) é recomendado que o grauteamento seja 
feito em duas etapas, a primeira na sétima fiada e a segunda na altura da última 
fiada. Esse procedimento irá ajudar a diminuir os vazios que possam ficar no graute 
vertical dos blocos. 
 Segundo os procedimentos utilizados pela empresa realizadora do 
empreendimento, é necessária a limpeza interna do bloco onde será recebido o 
graute Deve-se retirar pela janela de inspeção todo excesso de argamassa que 
possa ter sido derrubada durante o assentamento dos blocos. Caso não seja 
retirada poderá ocorrer à obstrução no ponto de graute. Em seguida, deve-se lançar 
água para a finalização da limpeza, além de saciar a sucção da cerâmica, afim de 
melhorar a aderência. A janela de inspeção deve ser fechada antes do 
grauteamento. A figura 7 demonstra o grauteamento de uma célula vertical. 
 Da mesma forma, seguindo os procedimentos da empresa, à concretagem 
das canaletas presentes nas vergas e contra-vergas de janelas e portas (figura 8), 
deverá ser realizada, quando o levantamento chega na altura das mesmas. A 
continuação do assentamento só poderá ser feita após o grauteamento dessas 
canaletas para evitar desestabilização da fiada superior ao graute. 
28 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
 
Figura 7: Grauteamento de uma célula vertical Figura 8: Grauteamento de uma contra-verga 
 
 
2.4.4. Instalações 
 
 De acordo com Manzione (2007), as instalações nas edificações têm grande 
impacto na produção da alvenaria, geram baixa produtividade, ociosidade da mão de 
obra, além da possibilidade de causar patologias. O mesmo autor ainda afirma que: 
 
Como as paredes em alvenaria estrutural não podem ser quebradas, o 
caminhamento de todas as tubulações deve ser previsto em projeto. A 
premissa principal de projeto deverá ser a ausência de vínculos físicos entre 
as instalações e a obra civil, por isso. Tanto os projetos de instalações 
elétrica quanto de hidráulica, devem prever shafts horizontais e verticais 
para o caminhamento das instalações, sem interferência com alvenaria. 
 
 Como ideia geral, a passagem das tubulações elétricas deverá ser feita na 
direção vertical (figura 9), aproveitando os blocos vazados para passagem das 
mangueiras e não permitindo que sejam feitos cortes horizontais para a ligação de 
pontos. A passagem das tubulações deverá ser feita com os blocos já assentados, 
sendo recomendado que seja feito por eletricistas para não retirar os pedreiros do 
levantamento, pois isso criaria uma nova etapa de trabalho e com isso a produção 
do assentamento diminuiria (MANZIONE, 2007). 
 Em relação à passagem das tubulações hidráulicas Manzione (2007), afirma 
que é um processo mais difícil em relação às tubulações elétricas, pois não se 
podem embutir tubulações com a passagem de fluidos em paredes com função 
estrutural. O ideal é realizar a passagem dessas tubulações por meio de shafts e 
29 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
forros falsos para facilidade de execução, além de resultar em economia de 
prumadas, e com isso, economia de materiais e mão de obra. Uma grande 
vantagem observada ao utilizar shafts é a possibilidade de trabalhar com kits 
hidráulicos pré-fabricados, que ajudam a reduzir o custo da mão de obra, além de 
facilitar tanto o controle de consumo dos materiais como a qualidade do serviço 
(MANZIONE, 2007). 
 
 
Figura 9: Passagem das tubulações elétricas 
 
 
2.5. Equipamentos e ferramentas 
 
 A maioria das ferramentas utilizadas usualmente no levantamento 
convencional, também são utilizadas na execução de alvenaria estrutural, porém 
existem ferramentas adicionais apropriadas para este sistema que podem aumentar 
a produtividade consideravelmente como a palheta, canaleta ou bisnaga, que são 
utilizadas para distribuir os cordões de argamassa sobre os blocos (MONTEIRO e 
SANTOS, 2010). A seguir o quadro 1 demonstra as ferramentas e equipamentos 
utilizados em empreendimentos que utilizam o método construtivo de alvenaria 
estrutural: 
 
 
 
 
30 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
Quadro 1: Ferramentas utilizadas para execução da alvenaria estrutural 
Ferramentas e Equipamentos 
Uso na execução de alvenaria 
Serviços de 
Marcação 
Serviços de 
Elevação 
Colher de pedreiro x x 
Palheta, canaleta ou bisnaga x 
Esticador de linha x x 
Fio traçador de linha x 
Caixote para argamassa e suporte x x 
Trena de 5m e 30m x x 
Nível à laser x 
Régua prumo/nível ≥ 1,2m x x 
Esquadro (60x80x100) cm x 
Escantilhão ou régua de 
marcação 
x x 
Carrinho especial - transporte de 
blocos 
x x 
Andaimes x 
EPI´s x x 
Fonte: ABCP, 2004 
 
 Dentre as ferramentas de assentamento dos blocos, pode-se destacar a 
palheta e a bisnaga. De acordo com Manzione (2007) a palheta é um instrumento 
utilizado para a aplicação da argamassa nas paredes longitudinais dos blocos 
estruturais e apresenta elevados índices de produção, se utilizado de maneira 
correta. Segundo o mesmo autor, a bisnaga é recomendada apenas para o 
assentamento vertical dos blocos, esta tarefa pode representar um ganho em 
relação à produção, pois esta tarefa pode ser feita pelo ajudante, enquanto o 
pedreiro concentra-se apenas na elevação da parede. 
 Quanto ao caixote para argamassa e seu suporte, as paredes devem ser 
perpendiculares entre si para que as ferramentas utilizadas para o assentamento 
(canaleta ou palheta) possam ser empregadas de forma mais rápida e eficiente. O 
material do caixote não deve ser poroso para não permitir a saída de água da 
argamassa, pois isso levaria a perda de suas propriedades (ABCP, 2004). 
 
 
31 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
3. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO 
 
3.1. Definição 
 
 O planejamento tem por definição a determinação das atividades que devem 
ser realizadas, tendo a prescrição de como cada trabalho deve ser desempenhado 
para tirar o máximo de produtividade da etapa que está sendo realizada, a 
sequência de tempo de execução, além da quantidade de recursos necessários para 
a finalização dos serviços. Deve ser realizado um estudo prévio no início da 
construção, objetivando produzir diretrizes que irão governar os processos (LAUFER 
e COHENCA, 1990). 
 O planejamento do processo construtivo é uma tarefa de alta complexidade e 
envolve um grande número de atividades, estando submetido a restrições 
conflitantes como tempo, custo, disponibilidade de recursos e espaço (FORMOSO et 
al., 1999). Os mesmos autores ainda afirmam que devido ao aumento da 
competitividade de mercado, os clientes estão gerando novas exigências e limitando 
a disponibilidade financeira para a construção de empreendimentos. Antigamente, 
desperdícios, perda de materiais, retrabalhos, baixa produção, atraso de prazos e 
baixa qualidade já eram levadosem consideração no momento de fazer o 
planejamento do empreendimento, ao invés de procurar solução para estes 
problemas. Nos últimos tempos, as indústrias estão sofrendo reestruturações 
administrativas, e passando a dar importância ao fluxo de materiais, serviços e mão 
de obra. Porém, a construção civil ainda está atrasada em relação a esse contexto 
(VIEIRA, 2006). 
 
 
3.2. Dimensões do planejamento 
 
 Para melhor compreender o processo de planejamento e controle de 
produção, existem duas dimensões básicas para que o mesmos sejam 
representados: horizontal e vertical. A dimensão horizontal diz respeito a etapas que 
constituem o processo de planejamento e controle, e a vertical diz respeito a como 
as etapas são ligadas aos diferentes níveis gerenciais da empresa (LAUFER; 
TUCKER, 1987 apud COELHO, 2003). 
32 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
3.2.1. Dimensão horizontal 
 
 O planejamento e Controle de Produção na dimensão horizontal é dividida em 
cinco fases diferentes, conforme é representado pela figura 10 (LAUFER; TUCKER, 
1987 apud COELHO, 2003). 
 
Figura 10: Dimensão Horizontal do Processo de Planejamento (baseado em LAUFER e TUCKER, 
1987 apud Coelho 2003). 
 
 Na primeira fase são definidos os detalhes em relação à obra, os 
procedimentos que serão adotados, a frequência de replanejamento e o grau de 
controle que será utilizado para a execução. Nesta fase também serão definidos os 
responsáveis e os níveis hierárquicos utilizados (FORMOSO et al., 1999). Durante a 
segunda fase será feita a coleta de informações necessárias para se colocar em 
prática o planejamento, fazendo a análise de pranchas, as tecnologias que devem 
ser utilizadas e as especificações técnicas (LAUFER e TUCKER, 1987 apud 
COELHO 2003). A terceira fase deve ser a etapa de maior atenção pois é neste 
momento em que os responsáveis pelo planejamento fazem a formulação dos 
planos, sendo as decisões tomadas em relação aos dados obtidos na etapa anterior 
(FORMOSO et al., 1999). Durante a quarta fase ocorre à difusão de informações, 
esta deverá ser realizada de acordo com as necessidades e objetivos das pessoas 
envolvidas tais como a equipe da obra, projetistas, empreiteiros, departamento da 
empresa e fornecedores (LAUFER e TUCKER, 1987 apud Coelho 2003). Na quinta 
fase são utilizados índices de desempenho para desenvolver um processo de 
33 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
avaliação do planejamento, com a ideia de apontar possíveis falhas e encontrar a 
soluções para fazer a correção destas falhas (BERNARDES, 2001). 
 Fazendo uma análise da figura 10, percebe-se que através da coleta de 
informações do processo que está sendo controlado, existe um ciclo de 
readequação para que se necessário, ocorram ações corretivas (BERNARDES, 
2001). 
 
 
3.2.2. Dimensão vertical 
 
 Para obter os resultados mais satisfatórios possíveis na gestão dos sistemas, 
o planejamento e controle de produção devem ser divididos em níveis hierárquicos. 
Em função disso, os planejadores necessitam executar planos com elevado grau de 
detalhes, prevendo o conjunto de atividades que serão realizadas. Porém, esse 
processo somente terá seus benefícios comprovados, se existir a mínima certeza de 
que os planos levantados sejam colocados em prática. Com a utilização de níveis 
hierárquicos, além de abrir a possibilidade de uma gerência de maior qualidade, 
também aumenta a facilidade de coordenação dos sistemas (NEALE e NEALE, 1986 
apud COELHO, 2003). 
 A dimensão vertical mostra três níveis hierárquicos em que o planejamento e 
o controle de produção podem ser divididos (FORMOSO et al., 1999): 
 
 a) estratégico: nesse nível ocorre a definição dos objetivos e metas em 
 relação à obra relacionada e estratégias para alcançar esses objetivos, como 
 gestão de financiamentos, prazo de entrega do empreendimento e o 
 estabelecimento de parcerias; 
 
 b) tático: ocorre a escolha dos materiais, equipamentos e mão de obra a 
 serem utilizados no empreendimento, e através de planos de gerenciamento 
 desses recursos define-se quais as formas para que sejam cumpridas as 
 metas previamente estabelecidas; 
 
 c) operacional: tem relação com as decisões tomadas em um período de curto 
 prazo. Nesta fase também ocorre a descrição das atividades que serão 
34 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
 realizadas, assim como o tempo de execução das mesmas. Os recursos que 
 serão alocados também serão definidos neste nível. 
 
 Bernardes (2003) salienta que, de acordo com a característica do 
empreendimento, o tempo determinado para a execução da obra, o método e o 
horizonte de planejamento utilizado em cada nível, podem sofrer variações. O 
mesmo autor ainda afirma que o grau de incerteza e a influência do planejamento no 
ambiente de produção estão diretamente relacionados com a definição dos 
horizontes dos planejamentos. 
 Uma das grandes dificuldades encontradas, por quem desenvolve o 
planejamento é manter a consistência hierárquica dos planos. Para que não ocorra 
transposição de funções, é necessário manter a sobreposição das mesmas, sendo 
que cada nível hierárquico deve ter participação distinta, de maior ou menor 
importância nas decisões relacionadas aos outros níveis existentes (LAUFER; 
TUCKER, 1987 apud COELHO, 2003). 
 
 
3.2.2.1. Planejamento de longo prazo 
 
 É um plano destinado a um longo prazo de execução, apresentando baixo 
nível de detalhes. É também conhecido como plano mestre, pois é o primeiro nível 
do planejamento tático. Esse planejamento define alguns aspectos de ritmo e ciclo 
de execução em relação à produção, ao plano de recursos de baixa repetição, assim 
como à composição utilizando um fluxo de caixa mais desenvolvido em relação ao 
obtido quando o empreendimento se iniciou (FORMOSO et al., 1999). Este plano 
também é destinado aos níveis de alta gerência da empresa empreendedora, de 
modo que a mesma acompanhe o ritmo da execução do empreendimento 
(TOMMELEIN; BALLARD, 1997 apud BERNARDES, 2001). 
 
 
3.2.2.2. Planejamento de médio prazo 
 
 O segundo nível de planejamento tático é definido como planejamento de 
médio prazo, tem por objetivo vincular as atividades do plano de curto prazo e as 
35 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
atividades do plano mestre. Por possuir um caráter móvel, tem denominação de 
Look Ahead Planning. Nessa etapa de planejamento, criada a partir do plano mestre, 
serão destinadas para as diferentes equipes de execução, atividades descritas e 
detalhadas em pacotes de trabalho por zoneamento previamente estabelecido 
(FORMOSO et al., 1999). 
 Esse plano pode ser considerado como um item de essencial importância 
para melhorar a eficiência do plano de curto prazo, e com isso, reduzir os custos de 
produção e a duração das atividades (BALLARD, 1997 apud BERNARDES, 2001). 
Bernardes (2001) ainda afirma que a explicação disso se dá em função de ser 
através do plano de médio prazo em que serão analisados os fluxos de trabalho, 
tendo em vista uma sequência para reduzir serviços que não irão agregar valor na 
produção. 
 As programações dos serviços, a exclusão de restrições que possam impedir 
o desenvolvimento dos serviços a serem executados e a disponibilidade dos 
recursos necessários para a execução dos trabalhos devem ser considerados nesse 
nível de planejamento. Os recursos destinados à execução e às restrições que 
possam existir deverão ser demonstrados antes que se inicie essa etapa, afim de 
evitar atrasos na programação previamente estipulada (TOMMELEIN e BALLARD, 
1997 apud BERNARDES, 2001). 
 
 
3.2.2.3. Planejamento de curto prazo 
 
 O planejamento de curto prazo, também conhecido como planejamento 
operacional, geralmente é realizado utilizando ciclos semanais e tem como objetivo 
direcionara execução do empreendimento. Neste planejamento deve ocorrer 
fundamentalmente um grande comprometimento por parte das equipes de 
execução, em relação ao que foi previamente programado (FORMOSO et al., 1999). 
 No quadro 2 está representada a programação semanal de tarefas 
envolvendo um plano de curto prazo. Nela são descritos os pacotes de trabalho que 
devem ser executados durante a semana, a quantidade de funcionários para a 
realização dos trabalhos durante o dia indicado, além dos trabalhos foram 
executados como o esperado ou se houve alguma atividade não cumprida, 
apontando as causas de não ter sido atingido o objetivo proposto (BERNARDES, 
36 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
2001). Existe também uma lista de tarefas reservas, sendo atividades com menor 
grau de importância, caso ocorra a impossibilidade de execução de algum dos 
trabalhos, ou que alguma equipe tenha produção acima do planejado (FORMOSO et 
al., 1999). Esse procedimento tem por objetivo cumprir a programação através da 
elaboração de planos que possam ser alcançados, protegendo assim a 
produtividade dos efeitos da incerteza (BALLARD; HOWELL, 1997 apud 
BERNARDES, 2001). 
 Deve ser realizado o acompanhamento dos objetivos propostos no 
planejamento de curto prazo. Depois da programação elaborada, já é possível 
calcular o indicadores de Percentagem de Planos Concluídos (PPC), levando em 
consideração a razão entre o número de pacotes de trabalhos terminados e pacotes 
programados (BERNARDES, 2001). O indicador PPC mostra a eficácia obtida pelo 
planejamento desenvolvido. Outra avaliação tem como referência as atividades 
programadas que não tiveram seu cumprimento, tendo por objetivo identificar as 
causas da não execução desses serviços. 
 
PROGRAMAÇÃO SEMANAL DE TAREFAS 
Semana 16/06 a 20/06 Mestre: Irineu Engenheiro: Eduardo 
Tarefa S T Q Q S OK Problemas 
Montagem das formas 3º pavimento 8 8 8 
 
X OK 
Desforma 2º pavimento 
 
2 2 2 X OK 
Alvenaria 3º pavimento 
 
3 3 3 
 
 
Falta de material 
Reboco pavimento térreo 2 2 2 2 2 X OK 
PPC = 3/4 = 75% 
Tarefas reservas: 
Preparação das armaduras do 4º pavimento 
Colocação das armaduras do 4º pavimento 
Quadro 2: Planejamento semanal de tarefas (baseado em 
BALLARD; HOWELL, 1997 apud BERNARDES, 2001) 
 
 
3.3. Produtividade 
 
 O indicador de produtividade corresponde à quantidade de trabalhos 
executados, considerando o tempo utilizado para sua realização. Como exemplo, a 
37 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
quantidade de metros quadrados de levantamento de alvenaria, levando em 
consideração o número de operários e o tempo utilizado para a execução do serviço 
(RAMOS, 2001). 
 Para obter êxito na implementação de um empreendimento, existe a 
dependência de alguns fatores do processo construtivo. Podem ser fatores ligados 
ao gerenciamento e planejamento do projeto ou à produção e interface projeto-
produção (POZZOBON, 2003). Segundo Alvarenga (2000 apud POZZOBON, 2003) 
os seguintes fatores que podem interferir na produtividade são: 
 
a) concepção de projetos utilizando características padronizadas, 
coordenação modular, entre outras, tendo em vista uma maior rapidez e com 
isso trazendo menor custo e maior qualidade. A coordenação modular 
introduz a aplicação dos métodos executivos de maneira racional e com isso 
com ganhos de produção (RAMOS, 2001); 
 
b) elaboração, definição e divulgação de métodos que tenham a capacidade 
de melhorar a produtividade e a verificação do entendimento em relação à 
obra; 
 
c) planejamento e programação levam em consideração características em 
relação ao tipo de obra, se é particular ou pública, de maneira que a empresa 
consiga fazer uma adaptação de serviços para cada ocasião. No 
planejamento e programação deve ocorrer a formatação do canteiro de obra 
para que as atividades realizadas no mesmo sejam otimizadas; 
 
d) controle sistêmico das etapas de produção, deve ser levado em 
consideração o projeto em questão assim como o empreendimento 
executado; 
 
e) controle da qualidade do produto final, observando o desempenho durante 
a sua construção; 
 
f) gerenciamento de projeto é utilizado para que se possa fazer a verificação 
de desempenho durante a execução do empreendimento e não somente na 
38 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
etapa de projeto, levando em consideração a tecnologia que será empregada 
como os materiais, máquinas, equipamentos e ferramentas. É de grande 
importância a utilização de ferramentas e procedimentos de execução que 
maximizem o desempenho de produção (RAMOS, 2001); 
 
g) gerenciamento de informações, levando em consideração a velocidade e 
forma de como é distribuída a informação, de forma que as soluções relativas 
ao planejamento determinado possam ser executadas no menor tempo 
possível; 
 
h) conhecimento da mão de obra, onde devem ser observadas as 
qualificações de cada equipe, sabendo onde será feito o melhor uso da 
mesma, e com isso, ganhando em qualidade e enriquecimento da própria 
mão de obra; 
 
i) gerenciamento de produção, onde deve ser feito o treinamento para que 
ocorra maior fidelidade entre o projeto e a execução, tendo em vista, maior 
consciência da mão-de-obra quanto às características do sistema, fazendo 
com que ocorra o aumento na produtividade; 
 
j) incentivos, pois com a motivação da mão-de-obra poderá ocorrer um ganho 
significativo de produção, tendo em vista que o ser humano possui 
necessidades inerentes a sua própria formação. 
 
 
3.4. O conceito da LEAN CONSTRUCTION 
 
 A Lean Constriction demonstra uma forma conceitual que visa a diminuição 
de perdas e desperdícios, e pode trazer para a empresa que à emprega, benefícios 
e melhorias em termos de eficácia dos processos que envolvem a produção. Essa 
nova forma de gerenciar a produção teve início com os japoneses da empresa 
automobilística Toyota e, naturalmente adotado em vários setores industriais 
incluindo a construção civil, tendo como maior inovação a maneira como estende os 
processos produtivos. Os princípios desse método, podem ser implementados na 
39 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
execução através do planejamento e do controle de produção (KOSKELA, 1992 
apud BERNARDES, 2001). 
 Tradicionalmente, o método de produção utilizado era denominado 
conversão ou transformação. O sistema que envolvia a produção era realizado com 
a conversão de matérias-primas em produtos e o mesmo era dividido em 
subprocessos. Em relação ao custo dos subprocessos, é diretamente relacionado 
com o valor dos processos, que é associado ao custo da matéria-prima utilizada 
Porém esse método apresenta falhas por não considerar os fluxos físicos 
(KOSKELA, 1992 apud BERNARDES, 2001). 
 Segundo Koskela (1992 apud BERNARDES, 2001), esta novidade na 
maneira de gerenciar a produção, com a utilização do Lean Construction, é 
executado através de atividades de conversão e de fluxo. O mesmo autor ainda 
afirma que apesar de serem as atividades de conversão que dão valor ao produto e 
a mão de obra, o gerenciamento do fluxo de materiais e os equipamentos tem 
grande importância no que diz respeito ao planejamento e controle de produção e na 
melhoria dos processos produtivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
4. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 
 
 Neste capítulo serão demonstradas formas de controle para avaliar a 
eficiência do planejamento em relação a produtividade na execução de alvenaria 
estrutural. Serão primeiramente apresentados dados da edificação em estudo. Em 
seguida serão demonstrados os métodos tradicionais para avaliação de 
produtividade e o método escolhido para a execução dessaavaliação. 
Posteriormente, serão apresentados os métodos executivos utilizados em cada uma 
das duas lajes estudadas, para obter os dados referentes à avaliação de produção 
de cada uma, demonstrando as diferenças da execução sem planejamento e com 
planejamento. 
 
 
4.1. Descrição da obra 
 
 A descrição da obra tem por objetivo facilitar a análise da produção, assim 
como informar dados importantes e necessários para melhor gerenciá-la. A obra 
está localizada no município de Erechim – RS, assim como a construtora 
responsável por sua execução denominada De Marco e Orso. 
 A obra é constituída de um edifício residencial formado por 5 pavimentos, 
sendo 3 deles, pavimentos tipo, com 4 apartamentos por pavimento, 1 pavimento de 
garagem (subsolo) e 1 pavimento com salão de festas. 
 Todos os apartamentos são iguais, possuindo 47,5 m² de área privativa sendo 
dividido em 2 dormitórios, cozinha, sala de estar, sacada, banheiro social e área de 
serviço. Cada apartamento tem direito a uma vaga de garagem a qual está 
localizada no subsolo e não possui levantamento de alvenaria. O salão de festas 
fica no último pavimento e tem área de 32,8 m², com um banheiro social. 
 A edificação é construída em sua totalidade em alvenaria estrutural utilizando 
blocos cerâmicos com largura de 14 cm e resistência de 6 MPa, e as lajes são 
concretadas com concreto usinado com resistência definida de acordo com o projeto 
estrutural. A argamassa de assentamento é feita in loco assim como o graute, e 
devido a isso, o controle deve ser rigoroso para que não ocorra a perda de nenhuma 
propriedade desses componentes durante a execução. 
41 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 Por se tratar de uma edificação com apenas uma torre (figura 11), a central de 
toda produção fica em cima da laje que está sendo executada a alvenaria. A central 
de produção de argamassa e graute giram em torno da betoneira posicionada em 
local estratégico para alcançar a maior produtividade possível. Os cortes das janelas 
de inspeção assim como dos blocos que receberão as caixas elétricas também são 
executados em cima da laje em que está sendo feito o levantamento de alvenaria. O 
equipamento de transporte horizontal para o abastecimento de materiais, como 
blocos e argamassa, é o caminhão com guindaste hidráulico, e o guincho utilizado 
para materiais como areia e brita para o transporte vertical, são utilizados os carros 
transportadores manuais que, apesar de causarem perdas de blocos, são mais 
produtivos em relação ao transporte manual. 
 
 
Figura 11: Torre de alvenaria, parte frontal 
 
 
4.2. Ferramentas de controle e avaliação de produtividade 
 
 A medição do desempenho dos processos tem fundamental importância no 
que diz respeito à gestão de qualidade, pois são fornecidos aos gestores 
informações para o melhor planejamento e organização, em relação a tomadas de 
decisões, controle dos sistemas e melhoria contínua da qualidade, gerando 
42 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
indicadores que retratam a qualidade de produtividade e o acompanhamento do 
desempenho com demonstração de melhorias de forma mais clara (OLIVEIRA et al. 
1995). 
 Segundo Souza (2000), produtividade é a eficiência de fazer a transformação 
de recursos de entrada em saída em um sistema produtivo. Com a aplicação dessa 
definição nos sistemas de execução de obras na construção civil, elas poderiam ser 
feitas sob diferentes abordagens, sendo assim, dependendo do tipo de recurso de 
entrada e sua transformação, seria possível fazer um avaliação de produtividade 
sobre os diferentes pontos de vista (SOUZA, 2000 p.422): 
 
 a) Físico: quando é avaliada a utilização de mão de obra, de materiais ou 
 equipamentos utilizados; 
 
 b) Financeiro: quando é considerada a quantia de montante necessária; 
 
 c) Social: quando o esforço da sociedade se torna um recurso. 
 
 
Figura 12: Abrangência do estudo da produtividade (SOUZA, 2000, pg. 2) 
 
Na mesma linha, Oliveira et al. (2005) demonstra: 
 
43 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
 a) Visibilidade: é a medição com o objetivo de informar o atual desempenho 
 do produção. É realizada quando os sistemas da empresa ainda não tem um 
 controle, identificando possíveis melhorias; 
 
 b) Controle: é a medição realizada depois de definidos padrões de 
 desempenho, portanto, quando for identificado alguma mudança em relação 
 aos padrões pré-definidos, deve-se indicar os problemas e em seguida propor 
 soluções; 
 
 c) melhoria: é a medição que permite verificar o quanto as ações realizadas 
 podem impactar, levando em consideração metas de desempenho 
 estabelecidas inicialmente. 
 
 Para Souza (2000, p.2), “[...] a forma mais direta de se medir a produtividade 
diz respeito à quantificação da mão de obra necessária (expressa em homens-hora 
demandados) para se produzir uma unidade da saída em estudo”. O próprio autor 
aconselha utilizar o indicador razão unitária de produção (RUP), que é calculada 
através da razão entre as entradas e saídas. Segundo o mesmo autor, fazer uma 
uniformização do cálculo da RUP, é necessário para que seja feito o uso de regras 
para mensuração de entrada e saída, além de considerar o tempo a que o 
levantamento feito se refere. 
 No momento em que uma empresa decide pela utilização de indicadores de 
desempenho, esta deve avaliar criteriosamente os sistemas analisados, certificando-
se de que os mesmos sejam realmente o motivo pela queda de produtividade ou que 
se faça necessário uma melhoria de desempenho. Esses indicadores de 
desempenho devem seguir lado a lado com o planejamento e os objetivos da 
empresa, sendo obtidos através de resultados controláveis dos sistemas. A 
participação de todas as partes envolvidas de alguma forma por estes indicadores, 
tem grande importância para que haja um resultado correto (Oliveira et al.,2005). 
 Souza (2000) afirma que alguns aspectos podem ser considerados em 
relação à produtividade. No que se refere às entradas, o cálculo considerando o 
número de homens-hora demandados é fruto da multiplicação de homens 
envolvidos pelo período de tempo do serviço realizado. Em relação as saídas, 
podem ser consideradas de maneira bruta ou líquida. O período de estudo, quando 
44 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
se está analisando a produtividade , pode variar de um determinado dia, assim como 
pode representar um período de longa duração. O mesmo autor ainda faz algumas 
considerações de variáveis que possam levar à alteração dos valores de 
produtividade em uma mesma situação, as quais serão citadas a seguir: 
 a) equipe considerada: Por meio do cálculo da RUP, deve-se considerar 
 somente pedreiros que fazem o assentamento de tijolos, toda a mão de 
 obra no pavimento em que está ocorrendo a execução e a equipe global, 
 onde está incluso o próprio encarregado pela análise da produtividade sendo 
 adicionado a mão de obra que não está presente no local da execução; 
 
 b) tempo de dedicação ao serviço: durante a execução do trabalho, além da 
 carga horária normal, podem ser feitas horas extras por conta de bonificações 
 por produção, da mesma forma em que determinado período algum 
 trabalhador pode estar indisponível para execução de sua função, portanto 
 esses tempos ociosos podem ser descontados do cálculo da RUP; 
 
 c) mensuração de saídas: a alvenaria executada pode ser mensurada, ou 
 seja, contemplar-se a área física gerada ou adicionar à área líquida da 
 alvenaria, uma outra quantidade relacionada à dificuldade de produção (por 
 exemplo, no que diz respeito a quantidades mensuradas para pagamento 
 de subempreiteiros, para vãos pequenos, pode-se fazer a leitura da área 
 fechada da alvenaria, isto é, sem descontar o vão presente), chegando- se à 
 área consideradabruta da alvenaria; 
 
 d) período de estudo da produtividade: dentre as formas de analisar o 
 período de produtividade, pode-se observar um determinado dia de serviço, 
 como se pode citar o desempenho verificado durante toda a duração do 
 trabalho. 
 
 Na obra analisada, foram aplicadas algumas estratégias construtivas e de 
planejamento, que foram avaliadas através de indicadores de produtividade. Foram 
analisadas a execução de dois pavimentos, desde o início até o final da execução, 
utilizando alvenaria estrutural. Primeiramente, foi analisada a laje do primeiro 
45 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
pavimento, onde foram medidos os índices de produtividade com as próprias 
técnicas de levantamento já utilizadas pela empresa responsável pela execução, 
que serão descritas na sequência do trabalho. Terminada a primeira análise, foram 
encontrados pontos onde, com o planejamento adequado, poderia haver um 
aumento de produção sem ter impactos em relação a custos ou contratação de mais 
equipes de serviço. Para fazer o índice de produtividade, foram coletados dados de 
número de operários, horas trabalhadas pelos operários e a quantidade de m² de 
alvenaria assentada por dia. 
 Depois de fazer o levantamento da quantidade de horas trabalhadas pelos 
profissionais, m² de alvenaria no pavimento e tempo de execução, foram gerados 
dados de dois índices de produtividade analisando a quantidade de alvenaria 
levantada por dia. Para fazer o cálculo, foram utilizadas as seguintes fórmulas: 
 
 
Índice de produtividade = Hh/QAt (fórmula 1) 
 
 
Onde: 
Hh = Quantidade de horas-homens trabalhadas, são levados em consideração todos 
os pedreiros que executam o serviço multiplicado pela quantidade de horas 
trabalhadas por cada um; 
QAt = Quantidade total de alvenaria executada no pavimento, descontando-se os 
vãos. 
 
 
Índice de produtividade = QS/QE/t (fórmula 2) 
 
 
Onde: 
QS = Quantidade de serviço do projeto na execução da alvenaria em um 
determinado tempo; 
QE = Média do número de pedreiros que realizaram a etapa; 
t = período de tempo necessário para realizar o serviço. 
 
46 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
 Os indicadores obtidos dizem respeito à produção média da equipe levando 
em consideração todos os dias trabalhados no pavimento. No primeiro índice gerado 
foi levado em consideração o tempo necessário que um determinado número de 
pedreiros leva para realizar a execução de um lote de alvenaria, sendo que quanto 
menor o índice, maior será a produtividade. O segundo índice leva em consideração 
a quantidade de serviço de projeto da alvenaria realizado em um determinado 
período de tempo e pela média de pedreiros na execução da etapa. Quanto maior 
for este indicador, melhor é a produção. Após o término da coleta de dados da 
primeira laje, foram aplicados métodos de planejamento e controle para ser obtido 
um acréscimo de produção. Após, serão aplicados novamente os índices de 
produtividade na execução da segunda laje para com isso ter um embasamento 
prático, se o planejamento deu resultado positivo ou negativo através da 
comparação entre as duas lajes. 
 
 
4.3. Planejamento de execução 
 
 A forma mais eficiente de aliar produtividade satisfatória, alta qualidade e 
baixo custo, se dá através de planejamento e organização. Avaliar os componentes 
envolvidos na execução do serviço se torna cada vez mais importante, pois 
conseguindo unir os objetivos citados anteriormente, poderá representar muitos 
benefícios, como diminuir as perdas para a empresa que está executando o 
empreendimento. Quando se analisa um sistema, as atividades que não possuem 
produtividade satisfatória devem ser diminuídas, ou preferencialmente substituídas 
por atividades que tragam maximização da produção, e esses parâmetros somente 
serão obtidos através do planejamento e controle da execução. 
 A seguir será apresentado a escolha do planejamento de execução de cada 
uma das duas etapas deste estudo, ou seja, as escolhas construtivas em relação a 
ferramentas, dimensionamento de equipes e layout da obra de cada uma das duas 
lajes, sendo que entre a finalização da primeira laje e o início da segunda, foi 
realizado um estudo de como maximizar a execução de alvenaria estrutural na obra 
em questão. 
 
47 
 
Felipe Augusto Clivatti. Trabalho de conclusão de curso. CT/UFSM, 2014 
4.3.1. Execução da alvenaria do primeiro pavimento 
 
 Para a execução do primeiro pavimento foi seguido o modelo de 
planejamento tradicional desenvolvido pela empresa no que trata da execução de 
edificações utilizando alvenaria estrutural de blocos cerâmicos como método 
construtivo. Em seguida serão apresentados os parâmetros utilizados para a 
execução do empreendimento em estudo. 
 
 
 4.3.1.1. Equipe de execução da alvenaria estrutural 
 
 O dimensionamento adequado da equipe de execução de serviços é de 
grande valor para melhoria da produtividade e qualidade de execução do trabalho a 
ser realizado. Algumas características a respeito da mão de obra escolhida devem 
ser levadas em consideração, como a experiência em relação ao método construtivo 
adotado pela empresa, sua forma de pagamento, a tecnologia empregada, 
equipamentos utilizados e a descrição de prazos para a finalização da execução. 
 A equipe escolhida para a execução da obra em estudo é terceirizada, 
possuindo 6 pedreiros, 2 serventes e 1 mestre de obra. A mesma equipe já foi 
utilizada para a execução de mais 3 empreendimentos da empresa, utilizando o 
mesmo método construtivo de alvenaria estrutural. Portanto, a equipe já possui 
experiência necessária para maximizar a produtividade. 
 Pelo fato de existirem outras necessidades da obra, além do levantamento de 
alvenaria, a empresa já estipulava uma alternância do número de profissionais 
responsáveis pela execução do assentamento de blocos, sendo que a própria 
empresa já era ciente de que dimensionando a equipe dessa forma, haveria 
variância na produtividade e alternaria o ciclo de produção cada vez que fosse 
alterado o número de profissionais. 
 O processo construtivo da alvenaria estrutural envolve várias etapas de 
execução, como levantamento de paredes e grauteamento. Por disponibilizar de 
uma única equipe de serviço, os profissionais responsáveis pelo levantamento 
também participavam de todas as demais etapas construtivas, desde a marcação da 
primeira fiada até o último graute a ser realizado, perdendo assim, a continuidade do 
serviço e causando diminuição na produtividade do levantamento de alvenaria. 
48 
 
Planejamento e controle de produção na alvenaria estrutural 
 A obra em estudo possui 383,36 m² de área de alvenaria para ser executada. 
A empresa informou que procura trabalhar com uma produção média por pedreiro de 
10 m²/dia. Sabendo da alternância da quantidade de pedreiros que executam a 
alvenaria, não foi possível estimar um prazo para o término da mesma. O número de 
serventes variava em relação ao número de pedreiros, segundo o planejamento da 
empresa. Para cada três pedreiros é necessário um servente, portanto 
provavelmente seria grande a variância também do número de serventes. 
 
 
4.3.1.2. Planejamento de ataque à alvenaria 
 
 A definição de um plano executivo das atividades a serem realizadas é de 
grande importância para atingir a produção desejada. Com o estudo dessa etapa, as 
atividades que não agregam valor a produtividade, podem ser substituídas ou se 
necessárias excluídas, tendo assim um aumento de produção e com isso atingindo 
os objetivos da empresa. Também ter por objetivo manter um padrão de obra 
organizado, tanto em relação aos materiais quanto em relação aos trabalhadores 
envolvidos, proporcionando um ambiente de trabalho mais livre e acessível. A figura 
13 apresentada a seguir, demonstra o projeto da alvenaria da obra em estudo:

Outros materiais