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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SANIDADE E PRODUÇÃO ANIMAL 
 
 
 
 
DAIANE KOSINSKI PAGLIA 
 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DE ADITIVO FITOGÊNICO A BASE DE CARDOL, CARDANOL E 
ÁCIDO RICINOLÉICO NA QUALIDADE FÍSICO - QUÍMICA DO LEITE E NO 
PERFIL BIOQUÍMICO DE VACAS HOLANDESAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XANXERÊ - SC 
2020 
 
 
 
 
DAIANE KOSINSKI PAGLIA 
 
 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DE ADITIVO FITOGÊNICO A BASE DE CARDOL, CARDANOL E 
ÁCIDO RICINOLÉICO NA QUALIDADE FÍSICO - QUÍMICA DO LEITE E NO 
PERFIL BIOQUÍMICO DE VACAS HOLANDESAS 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Mestrado em Sanidade e Produção Animal 
(MSPA), como requisito parcial para 
obtenção do Grau de Mestre pela 
Universidade do Oeste de Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Prof. Dra. Lilian Kolling Girardini 
 
Coorientadora: Prof. Dra. Giovana Camillo 
 
 
 
XANXERÊ- SC 
 2020 
 
 
DAIANE KOSINSKI PAGLIA 
 
 
UTILIZAÇÃO DE ADITIVO FITOGÊNICO A BASE DE CARDOL, CARDANOL E 
ÁCIDO RICINOLÉICO NA QUALIDADE FÍSICO - QUÍMICA DO LEITE E NO 
PERFIL BIOQUÍMICO DE VACAS HOLANDESAS 
 
 
Esta dissertação foi julgada e aprovada como requisito parcial para a obtenção do 
grau de Mestre em Sanidade e Produção Animal no Programa de Mestrado em 
Sanidade e Produção Animal da Universidade do Oeste de Santa Catarina 
 
 
Xanxerê, 27 de Fevereiro de 2020 
________________________________ 
Prof. Dr. Sérgio Abreu Machado 
Coordenador do Programa 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Dra. Lilian Kolling Girardini 
Universidade do Oeste de Santa Catarina 
Orientadora e Presidente da Comissão 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Silvana Giacomini Collet Dra. Fernanda Maria Pazinato 
Universidade do Oeste de Sc Universidade do Oeste de SC 
 
 
RESUMO 
 
Esse estudo teve como objetivo avaliar a eficácia de aditivo fitogênico a base de 
cardol, cardanol e ácido ricinoléico na qualidade físico-química do leite e no perfil 
bioquímico de bovinos da raça Holandês. A pesquisa foi realizada em uma 
propriedade leiteira localizada no município de Abelardo Luz, no Oeste de Santa 
Catarina, onde foram utilizados 19 animais, fêmeas, em fase de lactação, divididos 
em dois grupos: grupo controle (GI) e grupo tratado (GII). O estudo foi dividido em 
duas etapas: Inicialmente, o grupo tratado (GII) recebeu um total de 10g de aditivo 
fitogênico, sendo 5g de manhã e 5g à tarde, juntamente com o concentrado, após a 
ordenha da manhã e da tarde, durante 60 dias. Passado esse período, inverteu-se 
os grupos e procedeu-se o mesmo tratamento por mais 60 dias. Nas duas etapas do 
estudo, nos dias 0,15,30,45 e 60 foram realizadas coletas de leite para análises 
posteriores. Dentre essas, a contagem de bactérias totais, contagem de células 
somáticas, proteína, lactose, ureia, sólidos totais e gordura. Além disso, nos dia 0 e 
60 das duas etapas do estudo, foram coletadas amostras de sangue para a 
determinação do colesterol, aspartato aminotransferase, ureia, creatinina e gama 
glutamil transferase. Os resultados obtidos apresentaram variação estatística 
significativa (p< 0,05%) para os parâmetros de contagem de células somáticas, 
proteína e aspartato aminotransferse. Os demais parâmetros avaliados não sofreram 
influência com o uso do fitogênico. 
 
Palavras-chaves: Aditivo fitogênico, qualidade de leite, perfil bioquímico 
 
ABSTRACT 
 
This study aimed to evaluate the effectiveness of the phytogenic additive (cashew 
nuts and castor beans) on the physicochemical quality of milk and on the biochemical 
profile of Holstein cattle. The research project was carried out in a dairy farm located 
in the municipality of Abelardo Luz, in the west of Santa Catarina. Nineteen dairy 
females were divided into two groups: Control Group (GI) and Treated Group (GII). 
The study was divided into two stages: the first treated group (GII) received a total of 
10g of phytogenic additive, 5g of morning and 5g in the afternoon with concentrate, 
after milking in the morning and afternoon for 60 days. After this period the groups 
were inverted and the group (GI) became the treated group and the group (GII) the 
control group, the GI group treated group received 10 g of phytogenic 5 g in the 
morning and 5 g in the afternoon concentrated at the same times. Over a period of 
60 days. Ten milk collections were carried out at the times 0,15,30,45 and 60 in both 
stages. The analyzes performed were total bacteria count, somatic cell count, 
protein, lactose, urea, total solids and fat. Blood samples were collected on days 0 
and 60 of the two study steps for the determination of cholesterol, aspartate amino 
transferase, urea, and creatinine and gamma glutamyltransferase. The results 
obtained presented significant statistical variation (p <0.05%), between the somatic 
cell count, protein and amino aspartate transfer parameters and the other parameters 
evaluated were not influenced by the use of phytogenic. 
 
Keywords: biochemical profile, milk quality, phytogenic additive 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - a) Contagem Bacteriana Total (UFC/ml) em função dos dias de avaliação 
no leite de fêmeas dos grupos GI (- - -) ou GII (___); b) Contagem de Células 
Somáticas (CCS/ml) em função dos dias de avaliação em fêmeas dos grupos GI (- - 
-) ou GII (___); c) Gordura (%) em função dos dias de avaliação no leite de fêmeas 
dos grupos GI (- - -) ou GII (___); d) Proteína (%)em função dos dias de avaliação no 
leite de fêmeas dos grupos GI (- - -) ou GII (___); e) Lactose (%)em função dos dias 
de avaliação no leite de fêmeas dos grupos GI (- - -) ou GII (___); f) Ureia (mg/dL) 
em função dos dias de avaliação no leite de fêmeas dos grupos GI (- - -) ou GII (___);
 .................................................................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- Análise dos alimentos utilizados na dieta de vacas no período de lactação, 
durante o estudo. ...................................................................................................... 24 
Tabela 2. Médias dos quadrados mínimos e erros-padrão das médias (EPM) e valor 
de P para: contagem bacteriana total (CBT), contagem de células somáticas (CCS), 
gordura, proteína, lactose e ureia em fêmeas Holandesas de Grupo Controle (GI) e 
suplementadas com aditivo fitogênico a base de cardol, cardanol e ácido ricinoléico 
(GII) ........................................................................................................................... 25 
Tabela 3 - Médias dos quadrados mínimos e erros-padrão das médias (EPM) e valor 
de P para: Aspartato Amino-Transferase (AST), ureia, colesterol, Gama-glutamil-
transferase (GGT) e creatinina em fêmeas Holandesas de Grupo Controle (GI) e 
suplementadas com aditivo fitogênico a base de cardol, cardanol e ácido ricinoléico 
(GII) ........................................................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
AST - Aspartato aminotrasferase 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
APCBRH - Associação Paranaense dos Criadores da Raça Holandesa 
CMT - California Mastitis Test 
CCS - Contagem de células somáticas 
FDA – Food and Drug Administration 
FDN - Fibra em Detergente Neutro 
FDA - Fibra em Detergente Ácido 
Ca++- Cálcio 
G - Gramas 
GGT - Gamaglutamiltransferase 
ISO - Internacional Organization of Standardization 
IEC - International Electrotechnical Commission 
IN - Instrução Normativa 
K+- Potássio 
MAPA - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 
MPS - Matéria parcialmente seca 
MS - Matéria seca 
MM - Matéria mineralMg++- Magnésio 
Mg/dL- Miligramas por decilitros 
NDT - Nutrientes digestíveis totais 
NBR - Norma Brasileira Regulamentada 
Na+- Sódio 
PB - Proteína bruta 
% - Porcentagem 
RBQL - Rede Brasileira de Monitoramento da Qualidade de Leite 
UFC - Unidade formadora de Colônia 
U/L - Unidade por Litro 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 11 
2.1 QUALIDADE DO LEITE ................................................................................... 11 
2.1.1 Parâmetros Da Composição Físico-Química Do Leite .................................. 11 
2.1.2 Análises Bioquímicas séricas ........................................................................ 13 
2.1.3 Mastite .......................................................................................................... 14 
2.1.3.1 Diagnóstico e controle das mastites ........................................................... 15 
2.1.3.2 Antimicrobianos no tratamento das mastites.............................................. 16 
2.1.3.3 Resistência bacteriana aos antimicrobianos .............................................. 17 
2.2.1 Composição do aditivo fitogênico .................................................................. 21 
3. CAPÍTULO 1: ARTIGO.................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 29 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 32 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................... 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As mudanças na pecuária leiteira do Brasil sofrem grande influência do mercado 
mundial, ocorridas a partir da abertura do mercado brasileiro para o comércio 
internacional, diante, principalmente, das perspectivas de exportação. Em âmbito mundial 
a produção de leite tem sido crescente, e a participação do Brasil, mesmo que ainda 
modesta, vem mostrando sinais de potencial futuro (CARVALHO; COSTA, 2016). 
A produção de leite cresceu ao longo das últimas décadas, com taxas superiores à 
do Produto Interno Bruto (PIB), denotando que tal comportamento histórico do setor tem 
superado a média da economia brasileira. Entretanto, o cenário econômico atual tem 
imposto desafios gerenciais ao setor produtivo, implicações que repercutem na posição 
competitiva do país frente à exportação de produtos lácteos (CARVALHO; COSTA, 2016). 
No Brasil, o leite é um dos seis produtos mais importantes da agropecuária brasileira, 
sendo essencial no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a 
população desde o início da década de 90. A atividade leiteira tem passado por grandes 
transformações em nosso país, buscando tornar-se competitivo e inovador no mercado 
global, focando na produção em escala com qualidade, agregação de valor e 
industrialização de produtos diferenciados (EMBRAPA, 2018). 
O manejo dos rebanhos utilizando antimicrobianos para diversas finalidades 
tornou-se habitual. Estes compostos são empregados para fins terapêuticos (tratamento 
de infecções em animais que apresentam sinais clínicos); metafiláticos (tratamento de 
animais clinicamente saudáveis que pertençam ao mesmo rebanho ou cercados dos 
animais com sinais clínicos); profiláticos (antimicrobiano aplicado em animais saudáveis 
para a prevenção de doenças) e ainda como melhorador de desempenho (antimicrobiano 
adicionado continuamente à ração para ganho do peso via melhora da conversão 
alimentar) (AARESTRUP, 2005). O emprego de antimicrobianos, principalmente na 
bovinocultura, é essencial para manutenção da saúde animal e sustentabilidade da 
produção. No entanto, há crescentes preocupações globais sobre a resistência a 
antimicrobianos, com implicações severas tanto sobre a saúde animal como sobre a 
saúde pública (FAO, 2016). Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
vem se preocupando com o controle de resíduos e contaminantes em alimentos, 
resultando em constantes pesquisas e desenvolvimento de ferramentas para controle do 
 
10 
 
uso de diversas substâncias (antibióticos, hormônios, pesticidas e parasiticidas) na 
produção animal (BRITO; BRITO, 2003). 
Cresce a importância da segurança alimentar como atributo decisivo no momento 
da compra, com aumento da demanda por produtos sem o uso de antibióticos no sistema 
de produção animal e produzidos sob preceitos ambientais e de bem estar animal. Diante 
das questões econômicas e de saúde pública, existe o crescente interesse científico por 
alternativas aos antimicrobianos. Dentre as diversas opções, os compostos extraídos de 
plantas (fitogênicos), como os óleos essenciais/funcionais têm grande potencial a ser 
explorado, visto sua reconhecida atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e analgésica 
(TEDESCHI et al., 2011). A busca por estes produtos naturais tem se intensificado, 
especialmente após a União Europeia proibir o uso de antibióticos como promotores de 
crescimento na dieta de ruminantes. A melhora no desempenho dos animais tem sido 
pautada, especialmente, na modificação do padrão de fermentação ruminal e do 
metabolismo (TEDESCHI et al., 2011). As plantas produzem vários compostos 
secundários para se protegerem de insetos, animais, fungos ou bactérias. Óleos extraídos 
de determinadas plantas podem interagir com a membrana celular microbiana, inibindo o 
desenvolvimento de algumas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Como resultado 
de tal inibição, a adição de alguns extratos de plantas no rúmen tem resultado em 
aumento na concentração de propionato e redução na concentração de acetato, com 
consequente redução na produção de metano no rúmen (KOHlERTet al., 2000). 
Os extratos de origem fitogênica representam uma nova geração em produtos 
melhoradores da fermentação ruminal. O uso de produtos com composição e controle de 
qualidade garantidos podem resultar em melhorias significativas da digestibilidade e do 
ganho de peso dos animais, com a vantagem de não alterar as caraterísticas 
organolépticas do leite, além da possibilidade de serem usados sem as restrições que 
apresentam os antibióticos (CALSAMIGLIA et al., 2007). 
11 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 QUALIDADE DO LEITE 
 
A qualidade dos produtos alimentares é, atualmente, uma das maiores 
preocupações tanto no ramo de atuação profissional como cientifico, sendo cada vez mais 
necessário aprimorar a qualidade dos alimentos que são destinados ao consumidor, este, 
cada vez mais exigente com os produtos que consome. O Brasil é um importante produtor 
de leite mundial e além da importância econômica, é um alimento natural de grande valor 
nutritivo, com boas concentrações de cálcio, proteínas de alto valor biológico, vitaminas e 
minerais. (COSER et al., 2012). 
Os parâmetros de qualidade do leite de vacas leiteiras são provenientes da 
composição química, características físico-químicas e higiene. Obter leite de qualidade 
adequada ao consumo em termos nutricionais e de segurança do alimento, depende de 
um processo de produção controlado em todas as etapas, desde a formação do rebanho 
até o processamento na usina de beneficiamento. Fatores como manejo, sanidade, 
alimentação, potencial genético pode estar associado a qualidade do leite obtido. 
Contudo, uma das principais causas da queda de qualidade e perdas quantitativas, que 
gera grande prejuízo à pecuária leiteira, é a mastite. Ressalva-se ainda, a importância da 
mastite em relação à saúde pública, devido ao envolvimento de bactériaspatogênicas que 
podem colocar em risco a saúde humana (COSER et al., 2012). 
A produção leiteira no Brasil, movimenta a economia de pequenas cidades, ajuda 
na distribuição de renda e gera empregos permanentes. Em termos de quantidade e 
qualidade do leite produzido por animal, a atividade ainda precisa ser mais produtiva e 
lucrativa (VOLTOLINI et al., 2001). 
 
2.1.1 Parâmetros Da Composição Físico-Química Do Leite 
 
O controle sanitário do leite é fundamental para não haver riscos de contaminação. 
Este, quando recebido na plataforma, deve ser analisado e estar em cumprimento com 
todas as normas regulamentadoras que determinam os padrões de identidade e 
qualidade do leite in natura, além disso, não deve apresentar resíduos de antibióticos, 
deve possuir contagens máximas de CCS, CBT e não apresentar nenhum tipo de 
adulteração em sua composição (MARCÍLIO, 2008). É fundamental que seja realizado o 
12 
 
controle de qualidade do leite por meio de análises físico-químicas e microbiológicas, a 
fim de fornecer os requisitos mínimos de qualidade, devido à importância deste produto 
na alimentação e a sua natureza perecível (PANCOTTO, 2011). 
Os teores de proteína, gordura, lactose, sais minerais e vitaminas determinam a 
qualidade do produto, que por sua vez, é influenciada por fatores como alimentação, 
manejo, genética e raça do animal. Fatores ligados a cada animal, como o período de 
lactação, o escore corporal ou situações de estresse também são importantes na 
qualidade composicional (BRITO e BRITO, 2005). De acordo com as instruções 
normativas (INs) 76 e 77, foram definidos os novos critérios para obtenção de leite de 
qualidade, englobando desde a organização da propriedade, suas instalações e 
equipamentos, até a formação e capacitação dos responsáveis pelas tarefas cotidianas, o 
controle sistemático de mastites entre outros (MAPA, 2018). 
De acordo com a instrução normativa nº 76 de novembro de 2018, as caraterísticas 
de qualidade do leite cru refrigerado ficam aprovados com os regulamentos técnicos. 
Art. 5º O leite cru refrigerado deve atender os seguintes parâmetros físico-
químicos: 
 Teor mínimo de gordura de 3,0g/100g (três gramas por cem gramas); 
 Teor mínimo de proteína total de 2,9g/100g (dois inteiros e nove décimos de 
gramas por cem gramas); 
 Teor mínimo de lactose anidra de 4,3g/100g (quatro inteiros e três décimos de 
gramas por cem gramas); 
 Teor mínimo de sólidos totais de 11,4g/100g (onze inteiros e quatro décimos de 
gramas por cem gramas); (MAPA, 2018). 
 Teor mínimo de sólidos não gordurosos de 8,4g/100g (oito inteiros e quatro 
décimos de gramas por cem gramas); (MAPA, 2018). 
Ainda, o leite cru refrigerado de tanque individual ou de uso comunitário deve 
apresentar médias geométricas trimestrais de Contagem Padrão em Placas de no 
máximo 300.000 UFC/ml (trezentas mil unidades formadoras de colônia por mililitro) e de 
Contagem de Células Somáticas de no máximo 500.000 CCS/ml (quinhentas mil células 
por mililitro). Já o leite cru refrigerado de silo, segundo o art. 8º, deve apresentar limite 
máximo para Contagem Padrão em Placas de até 900.000 UFC/ml (novecentas mil 
unidades formadoras de colônia por mililitro) antes do seu processamento no 
estabelecimento beneficiador. 
13 
 
 
2.1.2 Análises Bioquímicas séricas 
 
A composição bioquímica sanguínea reflete a situação metabólica dos tecidos 
animais, de forma a poder indicar lesões teciduais, transtornos no funcionamento dos 
órgãos, adaptação do animal diante de desafios nutricionais e fisiológicos e desequilíbrios 
metabólicos específicos ou de ordem nutricional (GONZÁLEZ & SCHEFFER 2003). 
A interpretação do perfil bioquímico é complexa e pode ser aplicada tanto a 
rebanhos quanto a indivíduos, devido a mecanismos que controlam o nível sanguíneo de 
vários metabólitos. Além disso, pela grande variação desses níveis em função de fatores 
como raça, idade, estresse, dieta, nível de produção leiteira, manejo, clima e estado 
fisiológico (GONZÁLEZ & SCHEFFER 2003). 
De acordo com SOUZA (1997) entre os inúmeros exames que auxiliam o Médico 
Veterinário em sua atuação como clínico, merecem destaque as provas bioquímicas 
realizadas no soro ou plasma sanguíneo, as quais avaliam o estado funcional do fígado e 
dos rins, sendo fundamentais para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de muitas 
doenças que acometem os referidos órgãos ou que sobre eles repercutem. Contudo, para 
que se possam utilizar tais exames em sua plenitude, faz-se necessário que existam, para 
as diferentes espécies de animais domésticos, valores padrões de referência para os 
vários parâmetros da classe sanguínea. Os padrões considerados normais em bovinos 
são: colesterol 80 a 100 mg/dL, ureia 23 a 58 mg/dL, creatinina 1 a 2 mg/dL, 
gamaglutamiltransferase 6.1 a 17,4 U/L e aspartato aminotrasferase 78 a 132 U/L. 
Alimentos produzidos de maneira inócua cada vez mais têm se tornado o centro 
das atenções, visto a crescente busca por uma alimentação saudável e qualidade de vida. 
Além disso, é notória a conscientização das pessoas em relação ao seu direito de 
consumir produtos seguros à saúde. O leite é um alimento consumido diariamente e, 
desta maneira, deve apresentar condições sanitárias apropriadas, isento de qualquer 
forma de contaminação ou substância estranha. A qualidade higiênica é influenciada por 
diversos fatores, entre eles o estado sanitário do rebanho, manejo dos animais e 
equipamentos utilizados durante a ordenha, presença de microrganismos, resíduos de 
produtos de uso veterinário e odores estranhos. Os antimicrobianos podem ser 
incorporados ao leite de modo acidental pelo tratamento medicamentoso sem respeitar o 
período de carência, ou ainda como adulterantes para evitar a proliferação de microbiota 
contaminante ou deteriorante (SILVA et al. 2013). 
14 
 
 
2.1.3 Mastite 
 
A mastite bovina caracteriza-se como um processo inflamatório da glândula 
mamária que provoca diminuição da produção de leite, despesas veterinárias e com 
medicamentos, perda na qualidade e na produção de leite e o seu descarte durante o 
tratamento, além de perda do animal por ocasião do descarte ou óbito. É uma doença 
multifatorial que apresenta como principais agentes as bactérias (BIRGEL, 2004). A 
ocorrência da mesma está relacionada ao manejo do animal, principalmente durante a 
ordenha, onde este está mais susceptível à exposição aos agentes bacterianos (BIRGEL. 
2004). Ainda, outros fatores podem influenciar como a conformação do úbere e tetos, 
status imunitário dos animais, condições de higiene dos equipamentos de ordenha e no 
momento da ordenha, bem como a higiene pessoal do ordenhador (BIRGEL, 2004). 
Os tetos constituem a primeira barreira física contra a invasão microbiana e, devido 
às características anatômicas e fisiológicas, inibem parcialmente a entrada de 
microrganismos. Agentes que sobrepõem esta barreira inicial necessitam ultrapassar as 
barreiras imunológicas para sobreviver. No entanto, devido à presença de glóbulos de 
gordura e caseína o leite torna-se um meio desfavorável à ação do sistema imune na 
glândula mamária, sendo necessário um rigoroso manejo pré-ordenha, durante e após a 
mesma, para que se previna, ao máximo, a invasão da glândula mamária por agentes 
infecciosos, responsáveis pelos casos de mastite (OLIVEIRA, 2006). 
As mastites classificam-se, de acordo com as manifestações, em clínica e 
subclínica, sendo a subclínica a de maior importância, pois pode permanecer quiescente 
no rebanho sem apresentar alterações macroscópicas no úbere e no leite (MEDEIROS e 
SOUZA, 2009). As principais perdas decorrentes das mastites (entre 70 e 80% das 
perdas totais) são causadas pelas mastites subclínicas, que embora não apresentem 
sinais visíveis, diminuem a síntese do leite, bem como alteram a constituição do mesmo. 
Já os casos clínicos provocam 20 a 30% das perdas (MEDEIROS e SOUZA,2009). 
A forma clínica da mastite apresenta sinais visíveis, enquanto a forma subclínica 
apresenta alterações na composição do leite, bem como aumento na contagem de células 
somáticas (CCS) do leite, podendo esta última, ser diagnosticada por meio de testes 
como California Mastitis Test (CMT) ou por meio da CCS eletrônica, que apresenta 
correlação positiva com a presença de mastite. Portanto, a CCS passou a ser um método 
clássico para interpretar a saúde da glândula mamaria, principalmente quando há 
15 
 
presença de mastite subclínica, e tem sido amplamente utilizada pelos produtores de leite 
(BARBOSA et al.; 2007). 
Os microrganismos patogênicos frequentemente relacionados às infecções da 
glândula mamária em bovinos podem ser divididos em dois grupos: patógenos 
contagiosos e patógenos ambientais. Os principais agentes causadores de mastite 
contagiosa são Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. Como os 
microrganismos contagiosos são bem adaptados à glândula mamária, frequentemente 
ocasionam infecções crônicas com duração de semanas, meses ou até anos (MARTINS 
et al., 2010). A glândula infectada é a principal fonte desses agentes em um rebanho 
leiteiro e a transmissão para quartos mamários não infectados e/ou vacas suscetíveis 
ocorre, principalmente, durante a ordenha, especialmente em animais que de alguma 
forma apresentem baixa imunidade, seja por infecções bacterianas prévias, ou ainda 
infecções virais (BARKEMA et al., 2009). Já os patógenos ambientais penetram na 
glândula mamária a partir de ambientes contaminados, geralmente devido às falhas no 
manejo dos animais e do ambiente, que é a principal fonte de contaminação nestes casos 
(SHUM et al., 2009). As mastites ambientais apresentam como agentes etiológicos 
patógenos como Streptococcus uberis, Escherichia coli, Nocardia spp. dentre outros 
agentes (QUINN et al., 2011). Staphylococcus spp. coagulase negativa é um grupo de 
agentes oportunistas, cuja capacidade de persistir e permanecer em diferentes ambientes 
faz com que causem uma variedade de enfermidades tanto nos animais como no homem. 
Em vacas em lactação, estes agentes eram considerados patógenos secundários no 
desenvolvimento da mastite bovina. No entanto, estudos têm demonstrado a importância 
destes no desenvolvimento da mastite em bovinos e outras espécies como cabras e 
ovelhas. As espécies geralmente isoladas de rebanhos leiteiros são S. chromogenes, S. 
haemolyticus, S. simulans e S. epidermidis (THORBERG et al., 2009; PIESSENS et al., 
2011). 
 
2.1.3.1 Diagnóstico e controle das mastites 
 
Um programa de controle para a mastite bovina é baseado na redução da 
prevalência dos casos contagiosos e no controle e diminuição dos quadros de mastite 
ambiental, uma vez que esta é impossível de ser erradicada pela presença natural dos 
agentes no ambiente dos animais. Esse baseia-se nas medidas de boas práticas de 
produção, dentre as quais podemos citar o monitoramento do rebanho através de dados 
de CCS individual e do tanque, CMT, teste da caneca de fundo escuro, índices de casos 
16 
 
clínicos e subclínicas, perfil microbiológico e resistência aos antibióticos, confrontados 
com os dados gerais do rebanho. 
Outras medidas profiláticas são relacionadas ao conforto térmico e ambiental dos 
animais, higiene na ordenha, do ordenhador, que deve ser treinado para o ofício, limpeza 
correta dos equipamentos de ordenha e instalações, além da manutenção dessas 
conforme as normas internacionais. Ainda, o tratamento dos animais no momento da 
secagem, tratamento imediato dos casos clínicos de mastite sob orientação veterinária, 
bem como o descarte das vacas com infecção crônica e melhoria da genética com 
animais menos predispostos à enfermidade são fundamentais. Práticas estas aliadas à 
nutrição com aporte de todos os nutrientes necessários para a produção, com atenção 
especial às vitaminas A, E, selênio, cobre e betacarotenos que aumentam a resistência 
dos animais frente às mastites (MÜLLER, 2002). Estão disponíveis vacinas que podem 
auxiliar no programa de controle para coliformes e S. aureus reduzindo a incidência e a 
gravidade das mastites (MÜLLER, 2002). 
Imprescindível no controle e considerado padrão ouro é o diagnóstico 
microbiológico, pois gera resultados seguros na identificação dos problemas do rebanho. 
Quando empregado o isolamento do agente, em casos clínicos direciona a terapia a ser 
utilizada, auxilia na decisão do descarte e no tratamento de infecções severas que não 
responderam a tratamentos anteriores. Já o perfil microbiológico do tanque de 
resfriamento fornece uma avaliação da qualidade do leite, o status de saúde do úbere dos 
animais do rebanho e principalmente aponta as alterações relacionadas ao manejo que 
devem ser inseridas em um programa de controle dentro de uma fazenda (BRITO, 2010). 
 
2.1.3.2 Antimicrobianos no tratamento das mastites 
 
O controle das mastites é realizado geralmente com a aplicação de 
antimicrobianos, seja durante a lactação ou ainda no momento da secagem dos animais. 
Muitas vezes os tratamentos são instituídos de forma empírica, sem a identificação dos 
agentes e sem resultados de testes de antibiograma. Entretanto, segundo Mota et al. 
(2012), o uso inadequado de antibióticos e desinfetantes pode promover a resistência das 
bactérias às substâncias usadas no controle da mastite. Os resultados obtidos mostram a 
necessidade da realização periódica de testes de sensibilidade in vitro, pois existem 
variações no perfil de sensibilidade e resistência que podem comprometer o tratamento 
17 
 
do animal bem como os programas de controle da mastite bovina (MEDEIROS et al., 
2009). 
Em virtude da elevada prevalência de mastite, mesmo antes do primeiro parto, uma 
das medidas de controle que pode ser implantada é o tratamento com antibiótico 
intramamário, que visa diminuir o nível de infecção. Os resultados obtidos com o uso de 
antibioticoterapia são a redução do número de quartos infectados e a diminuição de CCS 
das primíparas. Em termos de produção de leite, as novilhas tratadas com antibiótico 
antes do parto produzem mais leite durante a lactação quando comparadas aquelas não 
tratadas, além de apresentarem menor CCS. Os efeitos benéficos em termos de produção 
leiteira aumentada justificam economicamente a aplicação da infusão intramamária de 
antibiótico antes do parto para rebanhos que tenham identificado a ocorrência de mastite 
em novilhas (FONSECA e SANTOS, 2007). Ainda, a terapia da vaca seca com 
antibióticos pode diminuir a prevalência de infecções existentes na secagem e reduzir a 
incidência de novas infecções durante o período seco (LENTS et al., 2007). Segundo 
Sear e Mccaryhy(2003), essa terapia pode eliminar 80 a 100% das infecções por 
Staphylococcus spp. coagulase negativos. 
 
2.1.3.3 Resistência bacteriana aos antimicrobianos 
 
A resistência bacteriana aos antimicrobianos é atualmente um dos grandes 
problemas na medicina veterinária e consequentemente na área da saúde pública, uma 
vez que muitas bactérias antes suscetíveis aos antibióticos usualmente utilizados 
deixaram de responder a essas drogas. Esta resistência é um fenômeno natural, 
resultante da pressão seletiva exercida pelo uso de antibióticos, mas que tem sofrido uma 
expansão acelerada devido à utilização inadequada e indiscriminada destes fármacos, 
existindo uma correlação muito clara entre um maior consumo de antibióticos e níveis 
mais elevados de resistência bacteriana (KOLLEF MH. 2000). Ademais, os resíduos de 
antibióticos no leite podem gerar fenômenos alérgicos em indivíduos sensíveis, 
desencadeando efeitos tóxicos. Por isso, têm-se estimulado a busca por alternativas que 
reduzam tais problemas (FREITAS et al., 2005). Uma das alternativas é a indicação dos 
aditivos fitogênicos, pois os mesmos não deixam resíduos e possuem ação contra vários 
microrganismos dentre eles bactérias, fungose protozoários (BURT, 2004). 
A mastite bovina é a causa mais comum para o uso de antimicrobianos na pecuária 
leiteira (ERSKINE et al., 2004), chegando a representar mais de 40% do total do consumo 
18 
 
nas explorações pecuárias (KORB et al., 2011). Diversos estudos sobre suscetibilidade a 
antimicrobianos de patógenos de mastite bovina demonstraram elevados percentuais de 
resistência, principalmente para Staphylococcus spp. (BRITO et al., 2001; MATEU & 
MARTIN, 2001; OLIVEIRA et al., 2002; MACHADO et al., 2008). Ainda, os 
antimicrobianos utilizados em animais pertencem essencialmente às mesmas classes de 
antimicrobianos utilizados na medicina humana (ARIAS & CARRILHO, 2012), constituindo 
assim, um grande problema do ponto de vista clínico e de saúde pública. A liberação de 
resíduos antimicrobianos no meio ambiente devido ao uso, por vezes indiscriminado, 
destes fármacos no tratamento de animais, pode contribuir para mudanças de populações 
locais de microrganismos, além de favorecer o desenvolvimento de resistência entre 
patógenos, incluindo espécies de importância em medicina humana (AARESTRUP & 
SCHWARZ, 2006). 
As bactérias são capazes de suplantar os efeitos de agentes antimicrobianos por 
meio de uma grande variedade de mecanismos. De maneira geral, as estratégias de 
resistência aos agentes antimicrobianos baseiam-se em modificações ou substituições do 
sítio alvo da droga, inativação enzimática do fármaco e fluxo da droga e redução da 
assimilação. Em termos gerais, a resistência é classificada como intrínseca ou adquirida 
(AARESTRUP & SCHWARZ, 2006). A primeira está relacionada às características 
estruturais ou funcionais das células bacterianas, as quais conferem tolerância a um 
fármaco específico ou classe de antimicrobianos (GUARDABASSI & COURVALIN, 2006). 
A mesma é uma propriedade da espécie ou gênero-específico e resulta de processos 
adaptativos geralmente relacionados à multiplicação bacteriana necessária para a maioria 
das ações antimicrobianas das drogas (WRIGHT, 2005). Complexidade da parede celular 
ou mecanismos de extrusão do fármaco e produção de enzimas que inativam as droga 
são exemplos destes mecanismos de resistência bacteriana (GUARDABASSI & 
COURVALIN, 2006). Por outro lado, a resistência adquirida decorre de alterações no 
genoma bacteriano, as quais podem ocorrer por mutação espontânea (resistência 
endógena) ou transferência horizontal de genes que codificam algum determinante de 
resistência (resistência exógena). A disseminação de genes de resistência para cepas 
sensíveis pode ocorrer por conjugação, por transdução mediada por bacteriófagos ou 
ainda, por transformação (BERGER-BACHI & McCALLUM, 2006). Uma vez que distintos 
genes de resistência são frequentemente agrupados, a transferência horizontal de um 
único elemento genético pode resultar em aquisição de múltiplos genes de resistência 
pelas bactérias receptoras (TAVARES, 2000; GUARDABASSI et al., 2010). Acredita-se 
19 
 
que concentrações subinibitórias de penicilina, por exemplo, estimulam a transferência de 
DNA plasmidial entre espécies (BERGER-BACHI & McCALLUM, 2006). Independente do 
antimicrobiano ou do mecanismo de resistência, a exposição de bactérias a estes agentes 
resulta na seleção de genótipos resistentes, permitindo sua predominância na população 
bacteriana (WRIGHT, 2005). 
 
2.2 ADITIVOS FITOGÊNICOS 
 
A utilização de aditivos fitogênicos na alimentação animal é permitida por serem 
substâncias geralmente reconhecidas como seguras, de acordo com o FDA – Food and 
Drug Admnistration, órgão governamental dos Estados Unidos responsável pelo controle 
dos alimentos. Segundo Burt (2004), por conta de seus aromas, sabor e propriedades 
antissépticas e/ou conservantes estes vem sendo utilizados a séculos. Os aditivos 
fitogênicos são de grande importância como matéria prima para indústrias, na manufatura 
de produtos dos setores de perfumaria, cosmética, farmacêutica, higiene, limpeza, 
alimentícia e bebidas (BAKKALI et al., 2008). São componentes secundários dos 
organismos vegetais e podem ser extraídos mediante destilação a vapor ou extração com 
solventes (PRATA E SAXENA, 2010). 
A ação antioxidante, anti-inflamatória e antimicrobiana observada em grande 
número de substâncias extraídas de plantas confere a estes compostos um potencial 
importante como aditivo alternativo para uso na nutrição animal (CALSAMIGLIA et al., 
2007; BENCHAAR et al., 2008). Dentre os aditivos fitogênicos existentes, o óleo da 
mamona (Ricinus communis L) e líquido da casca de caju (Anacardium occidentale) têm 
sido utilizados de forma combinada na dieta de ruminantes (CONEGLIAN, 2009) e não-
ruminantes, especialmente pela sua ação antimicrobiana (BESS et al., 2012), surgindo 
como potencial substituto aos antibióticos utilizados como promotores de crescimento, 
comumente empregados na nutrição animal nas últimas décadas. Os componentes ativos 
são cardol, cardanol e ácido ricinoléico. Com isso, pesquisas tem investigado o potencial 
desses na manipulação da fermentação ruminal, visando a melhoria na utilização dos 
nutrientes pelos ruminantes (CONEGLIAN 2009). Bactérias Gram-positivas são mais 
susceptíveis às propriedades antibacterianas dos aditivos fitogênicos quando comparadas 
às Gram-negativas, uma vez que estas últimas possuem uma membrana externa que 
contêm lipossacarídeos formando uma superfície hidrofílica. O caráter hidrofílico cria uma 
20 
 
barreira à permeabilidade das substâncias hidrofóbicas, como os óleos (DORMAN; 
DEANS, 2000; BURT, 2004). 
O óleo da casca da castanha de caju (Anacardium occidentale L.) é obtido de uma 
árvore nativa do Brasil que é encontrada em quase todo território nacional, sendo o 
nordeste a região com maior área cultivada, com a maior produção nacional. Esta planta é 
cultivada no leste da África e Índia, maior produtor mundial de castanha de caju e 
responsável por 50% das exportações mundiais do produto (PUREVJAV, 2011). 
Os princípios ativos do óleo de caju são o ácido anacárdico, cardol e cardanol. O 
ácido anacárdico e o cardol têm ação antimicrobiana, o qual funciona como um ionóforo 
monovalente (NAGABHUSA et al., 1995). O cardanol é o composto que se encontra em 
maior quantidade no óleo de caju, com atividade tanto anti-inflamatória quanto 
antioxidante (AMORATTI et al., 2001 e TREVISAN et al., 2005). Foi constatada atividade 
antimicrobiana do ácido anacárdico sobre as bactérias Gram-positivas Streptococcus 
mutans e Staphylococcus aureus (LIMA et al. 2000). Estudos de Kubo et al. (2003) e 
Muroi et al. (2004) também mostraram atividade contra Staphylococcus aureus, sendo 
esta atividade decorrente, em parte, da inibição da atividade de enzimas da cadeia 
respiratória. O líquido da casca da castanha do caju também apresentou atividade 
antioxidante (TREVISAN et al., 2005), atividade anti-tumoral (ITOKAWA et al., 1989) e 
atividade antimicrobiana (KUBO et al., 2003). O cardol e o cardanol são os componentes 
do óleo de caju com ação antimicrobiana. Ambos são compostos fenólicos que funcionam 
como ionóforo monovalente (NAGABHUSA et al., 1995). O cardanol, especificamente, 
tem ação anti-inflamatória e antioxidante (AMORATTI et al., 2001 e TREVISAM et al., 
2006). 
O óleo de mamona (Ricinus communis L.), por sua vez, é extraído de uma planta 
que pertence à família Euphorbiaceae, que engloba um grande número de plantas nativas 
de regiões tropicais. De origem africana, a mamona foi introduzida no Brasil pelos 
portugueses durante a colonização. É uma planta de hábito arbustivo, com diversas 
colorações de caule, folhas e racemos (cachos), podendo ou não possuir cera no caule e 
pecíolo. A mamona apresenta entre 39,6-59,5% de óleo na semente (MACHADO et al., 
2006). O cultivo desta tem grande importância econômica e social principalmente para os 
estados do Nordeste, pela capacidade de produzir em condições de baixa precipitação 
pluviométrica(BELTRÃO et al., 2003). Seu óleo é obtido por prensagem das sementes, 
contém cerca de 90% de ácido ricinoleico, o que confere ao óleo características únicas e 
permite uma ampla utilização na indústria (FERREIRA et al., 2002). O ácido ricinoléico 
21 
 
apresenta função analgésica, anti-inflamatória e possui ação bactericida e citolítica. Ainda, 
estudos preliminares apontam efeitos anticancerígenos atribuídos ao óleo de mamona e a 
ação bactericida se dá principalmente contra bactérias Gram positivas, as quais são 
produtoras de ácido acético, butírico, láctico e hidrogênio e estão presentes em maiores 
proporções no rúmen dos bovinos alimentados com dietas de alto grão (LARA et al., 
2009). Ainda, o ácido ricinoléico é um ácido graxo extraído do óleo de mamona, que 
funciona como ionóforo divalente (VIEIRA et al., 2001) 
 
2.2.1 Composição do aditivo fitogênico 
 
Os princípios ativos do líquido da casca de caju são cardol (15 a 20%) e cardanol 
(75 a 80%). Todos os componentes são caracterizados pela presença de cadeia linear de 
15 carbonos, com variações quanto ao grau de instauração (DORMAN; DEANS, 2000). A 
mamona, por sua vez, tem em sua composição o acido ricinoleico, que contém um grupo 
carboxila no carbono 1, uma dupla ligação no carbono 9 e outra hidroxila no carbono 12 
que conferem a esse composto alta estabilidade e alta viscosidade. (VIEIRA,2001). 
 Bactérias Gram-positivas são mais susceptíveis às propriedades antibacterianas 
dos aditivos fitogênicos do que as Gram-negativas. As bactérias Gram-negativas 
possuem uma membrana externa que contêm lipossacarídeos formando uma superfície 
hidrofílica. O caráter hidrofílico cria uma barreira à permeabilidade das substâncias 
hidrofóbicas, como os óleos fitogênicos (DORMAN; DEANS, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3. CAPÍTULO 1: ARTIGO 
 
UTILIZAÇÃO DE ADITIVO FITOGÊNICO A BASE DE CARDOL, CARDANOL E ÁCIDO RICINOLÉICO NA 
QUALIDADE FÍSICO - QUÍMICA DO LEITE E NO PERFIL BIOQUÍMICO DE VACAS HOLANDESAS 
 
 
USE OF PHYTHOGENIC ADDITIVE BASED ON CARDOL, CARDANOL AND RICINOLEIC ACID IN THE 
PHYSICAL - CHEMICAL QUALITY OF MILK AND IN THE BIOCHEMICAL PROFILE OF DUTCH COWS 
 
AUTORES: DAIANE KOSINSKI PAGLIAI, SILVANA GIACOMINI COLLETII, FERNANDA MARIA PAZINATOIII 
,GIOVANA CAMILOIV, ALAN MIRANDA PRESTESV, ARTHUR VALÉRIO CONYVI, LILIAN KOLLING GIRARDINIVII, 
 
Artigo a ser submetido à revista Pesquisa Veterinária Brasileira (PVB) 
 
Resumo 
 
Esse estudo teve por objetivo avaliar a eficácia dos aditivos fitogênicos de caju e mamona (a base de cardol, 
cardanol e ácido ricinoléico) na qualidade físico química do leite e perfil bioquímico de vacas Holandesas. Foram 
avaliadas 19 animais em uma propriedade localizada no município de Abelardo Luz, Oeste de Santa Catarina. Os 
animais foram divididos em dois grupos, Grupo controle (GI) e Grupo tratado (GII). O grupo tratado (GII), 
recebiam 5g do aditivo fitogênico de manhã e 5g a tarde após a ordenha juntamente com o concentrado, as 
analises do leite eram coletadas entre os momentos 0,15,30,45 e 60 as análises do sangue foram coletadas entre 
os momentos 0 e 60 por um período de 60 dias, após esse período foi invertidos os grupos e o grupo (GI) passou 
a ser o grupo tratado e grupo(GII) controle por mais 60 dias. Nas amostras de leite foram avaliadas contagem de 
células somáticas, contagem bacterianas totais, lactose, ureia, proteína, gordura e sólidos totais. No sangue os 
parâmetros bioquímicos analisados foram ureia plasmática, aspartato aminotranferase, colesterol e 
gamaglutamiltranferase. Os resultados obtidos apresentaram variação estatística significativa (p< 0,05%), entre 
os parâmetros de contagem de células somáticas, proteína e aspartato amino transferse os demais parâmetros 
avaliados não sofreram influencia com o uso do fitogênico. 
Palavras chaves: Aditivos fitogênicos, parâmetros físicos e químicos, parâmetros bioquímicos. 
 
Abstract 
 
This study aimed to evaluate the effectiveness of cashew and castor bean phytogenic additives (based on cardol, 
cardanol, and ricinoleic acid) on the chemical physical quality of milk and biochemical profile of Holstein cows. 
Nineteen animals were evaluated in a property located in the municipality of Abelardo Luz, west of Santa 
Catarina. The animals were divided into two groups, Control Group (GI) and Treated Group (GII). The treated 
group (GII) received 5g of phytogenic additive in the morning and 5g in the afternoon after milking together with 
the concentrate, the milk analyzes were collected between the times 0,15,30,45 and 60 the blood analyzes were 
collected between moments 0 and 60 for a period of 60 days, after this period the groups were inverted and the 
group (GI) became the treated group and the control group (GII) for another 60 days. The milk samples were 
evaluated somatic cell count, total bacterial count, lactose, urea, and protein, fat and total solids. In the blood, the 
biochemical parameters analyzed were plasma urea, aspartate aminotranferase, cholesterol and 
gammaglutamyltranferase. The results obtained presented significant statistical variation (p <0.05%), between 
the somatic cell count, protein and amino aspartate transfer parameters and the other parameters evaluated 
were not influenced by the use of phytogenic. 
Keywords: Phytogenic additives, physical and chemical parameters, biochemical parameters 
_____________________________________________________________________________ 
Mestranda do Programa de Mestrado em Sanidade e Produção Animal, Universidade do Oeste de Santa Catarina 
(UNOESC), Xanxerê, SC, Brasil. 
II Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Unoesc Xanxerê. 
III Biólogo, Técnico de Laboratório. 
IV Professores da Universidade do oeste de Santa Catarina (UNOESC),89820-000 Campus II, Xanxerê, SC, Brasil. * 
E-mail: lilian.kolling@unoesc.edu.br. Autor para correspondência. 
 
 
 
23 
 
 
 
Introdução 
 
A qualidade do leite é definida por parâmetros de composição química, características físico-químicas e 
higiene. Estes parâmetros sofrem influência da alimentação, manejo, genética e raça do animal, bem como 
período de lactação, escore corporal ou situações de estresse (Ver uma referencia). As exigências de qualidade e 
higiene para o leite cru e derivados lácteos são definidas com base em parâmetros estabelecidos para a proteção 
da saúde humana e preservação das propriedades nutritivas desses alimentos. O controle de qualidade e 
sanitário do leite é fundamental para não haver riscos de contaminação. Este pode ser realizado por meio de 
análises físico-químicas e microbiológicas, a fim de fornecer os requisitos mínimos de qualidade, devido à 
importância deste produto na alimentação e a sua natureza perecível (PANCOTTO, 2011). 
A ampla utilização de antimicrobianos na criação de bovinos leiteiros, para diversas finalidades tornou-
se habitual. No entanto, há crescentes preocupações globais sobre a resistência a antimicrobianos, com 
implicações severas tanto sobre a saúde animal como sobre a saúde pública (FAO, 2016). Com isso, cresce a 
importância da segurança alimentar como atributo decisivo no momento da compra, com aumento da demanda 
por produtos sem o uso de antibióticos no sistema de produção animal e produzidos sob preceitos ambientais e 
de bem estar animal. Diante das questões econômicas e de saúde pública, existe o crescente interesse científico 
por alternativas aos antimicrobianos. Dentre as diversas opções, os compostos extraídos de plantas (fitogênicos) 
como os óleos essenciais/funcionais têm grande potencial a ser explorado, visto sua reconhecida atividade 
antimicrobiana, anti-inflamatória e analgésica, bem como melhora no desempenho dos animais, pela modificação 
do padrão de fermentação ruminal e do metabolismo (TEDESCHI et al., 2011). Neste contexto, objetivou-se 
avaliar o efeito da utilização de um aditivo fitogênico a base de cardol, cardanol e ácido ricinoléico na qualidade 
do leite e perfilbioquímicos de vacas leiteiras da raça Holandês. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Localização e delineamento experimental 
 
O estudo foi conduzido em uma propriedade leiteira, com sistema semi-confinado, localizada no 
município de Abelardo Luz, na região Oeste de Santa Catarina. Foram utilizados 19 animais, fêmeas da raça 
Holandesa, em fase de lactação, divididas em dois grupos. O Grupo I (GI) considerado Grupo controle, constituído 
por nove animais e o Grupo II (GII) Grupo tratado, constituído por 10 animais. Dos 19 animais utilizados no 
projeto 08 eram primíparas, 11 multíparas, sendo nove vacas com até 100 dias de lactação, duas com 200 dias de 
lactação e oito acima de 201 dias de lactação. 
Previamente ao início das coletas (30 dias) retirou-se o sal com monensina sódica. O experimento foi 
realizado em duas etapas, sendo que a partir dos 30 dias sem a utilização de monensina, os animais do grupo I 
(controle) receberam a dieta padrão, sem adição de nenhum produto. Os animais pertencentes ao grupo II 
(tratado) passaram a receber 10g (5g pela manhã e 5g a tarde) do aditivo fitogênico, juntamente com o 
concentrado, no momento posterior às ordenhas, por um período de 60 dias. Ao final deste período os animais 
permaneceram 30 dias sem o fornecimento dos aditivos e em seguida deu-se início à segunda etapa, na qual os 
os grupos foram invertidos, ou seja, os animais que pertenciam ao grupo GI passaram a pertencer ao GII e vice-
versa. Novamente, o grupo tratado (GII) passou a receber 10g (5g pela manhã e 5g a tarde) do aditivo fitogênico, 
juntamente com o concentrado, no momento posterior às ordenhas por um período de mais 60 dias, totalizando 
150 dias de experimento. 
Foram realizadas análises quanto aos parâmetros físicos e químicos do leite (CBT, CCS, proteína, 
gordura, lactose, sólidos totais e ureia) e os parâmetros bioquímicos (creatinina, ureia, aspartato 
aminotrasferase, colesterol e gama-glutamil-transferase). Para tanto, seguiu-se um cronograma, no qual as 
amostras de leite foram coletadas nos momentos 0,15, 30, 45 e 60 dias e as amostras de sangue foram coletadas 
nos momentos 0 e 60 dias. 
 
Dieta 
 
A dieta dos animais foi a mesma do inicio ao final do experimento, sendo esta composta de volumoso 
(silagem de milho) oferecido no cocho, 20kg por dia por animal. O concentrado era produzido na propriedade 
com as seguintes proporções de ingredientes: milho em grão (52kg), farelo de soja (32kg), casquinha de soja (9 
kg), sal mineral (5kg), tamponante (1 kg) e ureia (1 kg). Esse era oferecido de acordo com a produção média dos 
animais. A análise bromatológica da alimentação fornecida aos animais está descrita na Tabela 1. 
24 
 
Os animais apresentavam produção de leite média variando de 28 a 35 litros ao dia, recebendo ração 
balanceada, silagem e pastagem de Jiggs. 
 
Tabela 1- Análise dos alimentos utilizados na dieta de vacas no período de lactação, durante o estudo. 
 
Coleta e análises a partir do leite 
 
Nos momentos 0, 15, 30, 45 e aos 60 dias de experimento efetuaram-se as coletas de leite. Essas foram 
realizadas a partir do copo coletor e encaminhadas ao laboratório da Associação Paranaense dos Criadores da 
Raça Holandesa (APCBRH). No local, foram realizadas as análises de contagem de células somáticas (CCS), 
contagem bacteriana total (CPP), ureia, proteína, lactose, gordura e sólidos totais. 
As análises de gordura, ureia, lactose, proteína e sólidos totais foram realizadas pelo método 
Infravermelho, segundo: FIL/IDF, Internacional IDF Standard: 141C:2000. Já a determinação de contagem de 
células somáticas (CCS) e CBT, foi realizada pela técnica de Citometria de Fluxo, recomendado pela IDF Standart 
148-2:2006 (INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION [IDF], 2006) 
 
Coleta e análises a partir do sangue 
 
As amostras de sangue foram coletadas em dois momentos, nos dias 0 e 60 da primeira e segunda etapas 
do experimento. Para tanto, realizou-se a venopunção da veia coccígea e após, as amostras foram submetidas a 
centrifugação a 3.000 g por 10 minutos para obtenção do soro, sendo este posteriormente armazenado em 
microtubos, a -80ºC até o momento das análises. 
As análises bioquímicas foram realizadas no Laboratório de Patologia Clínica da Unoesc Xanxerê através 
de espectrofotometria, com auxílio de espectrofotômetro semi-automático (Bio Plus 2000). Foram avaliadas as 
enzimas aspartato-aminotransferase (AST), gama-glutamil-transferase (GGT) e os metabólitos colesterol, 
creatinina e ureia, através de kits específicos (Labtest Diagnóstica SA, Lagoa Santa, Brasil). O coeficiente de 
variação para cada análise é inferior a 10%. 
 
Análise estatística 
 
Realizou-se análise de variância com medidas repetidas ao longo do tempo através do procedimento 
MIXED do software estatístico SAS (2018) com nível de significância de 5% (p<0,05). 
 
Comissão de ética no uso de animais 
 
O presente trabalho foi aprovado pela Comissão de ética no uso de Animais (CEUA) da Universidade do 
Oeste de Santa Catarina, sob protocolo n° 058/2018. 
 
Resultados e Discussão 
 
Nesse estudo não se observou diferença estatística para CBT (P=0,328), porém, houve uma tendência 
entre tratamentos para CCS (P=0,092), com resultados de 264,460 CCS/ml e 131,290 CCS/ml, para GI e GII, 
respectivamente (Tabela 2 e Figura 1). Essa redução de CCS para o GII pode estar associada ao efeito positivo do 
aditivo fitogênico, juntamente com as boas práticas de higiene na ordenha. Como a CCS é um parâmetro 
diretamente relacionado à saúde da glândula mamária do rebanho, esta influencia diretamente nas 
características organolépticas do leite e derivados, bem como no rendimento industrial para fabricação de 
lácteos e o tempo de prateleira dos produtos finais (SANTOS & FONSECA, 2006). Neste sentido, a utilização de 
aditivo fitogênico pode ser considerada, uma vez que é um produto natural, com atuação semelhante ao ionóforo 
monovalente, tendo também ação anti-inflamatória. Desta forma atua também como um importante incremento 
no controle de células somáticas, o que consequentemente melhora o desempenho dos animais (CALSAMIGLIA, 
2007). 
25 
 
A inclusão do aditivo fitogênico, não teve influência na contagem de bactérias totais nos animais 
avaliados no projeto, conforme figura 1 (Gráfico A). Cabe ressaltar que a contagem de bactérias totais é um 
critério importante que auxilia na avaliação da qualidade higiênico sanitária do leite e na qualidade do produto 
final e está diretamente relacionada à contaminação ambiental, a partir do animal ou do próprio manipulador, 
neste caso por falhas nos procedimentos de manejo (ARCURI et al., 2006). Segundo (Brito & Brito 2004), A 
contagem de bactérias totais , refere-se a contagem do número total de microorganismos aeróbicos, dando um 
resultado em determinada quantidade de bactérias ou unidades formadoras de colônias, permitindo avaliar a 
qualidade do leite desde o momento de ordenha até sua estocagem. 
 
Tabela 2. Médias dos quadrados mínimos e erros-padrão das médias (EPM) e valor de P para: contagem 
bacteriana total (CBT), contagem de células somáticas (CCS), gordura, proteína, lactose e ureia em 
fêmeas Holandesas de Grupo Controle (GI) e suplementadas com aditivo fitogênico a base de cardol, 
cardanol e ácido ricinoléico (GII) 
 
Em relação aos níveis de gordura do leite, não constatou -se diferença significativa entre os grupos 
(p=0,296) (Tabela 2 e Figura 1), mas foi possível observar diferença significativa entre os tratamentos na 
avaliação da proteína, onde os GI e GII tiveram médias de 3,20 e 2,97, respectivamente (Tabela 2). Na Figura 1 
observa-se que o GI teve uma elevação no dia 30, o que pode ter aumentado a média de lactose do grupo, é 
importante ressaltar que a lactose é o constituinte do leite que menos sofre oscilação, e possui alta capacidade 
osmótica. Redução nos teores de lactose pode implicar em menor produção de leite, sendo assim, em 
glândula mamária sadia, quando mais lactose é secretada,mais litros de leite são produzidos.( BOTARO et al., 
2011). Cabe destacar que os dois grupos mantiveram parâmetros mínimos de proteína ao longo do estudo, 
segundo o recomendado pela IN 76 de 2018 (MAPA ,2018). 
A proteína é um dos componentes mais nobres do leite, por apresentar alto valor nutricional tanto pelos 
teores de aminoácidos essenciais, quanto pela sua digestibilidade (GONZÁLEZE, NORO 2011). Este é o 
componente que apresenta menor variação sazonal, entretanto a fase de lactação e idade dos animais impacta 
nos teores de proteína. Pesquisas indicam que os valores de proteína aumentam no decorrer da lactação, sendo 
que vacas com idade superior a sete anos tendem a produzir leite com maiores teores de proteína quando 
comparadas a animais de primeiro parto (LACERDA et al ,2012). O GII obteve valores mais baixos de proteína 
quando comparado com ao GI, e essa redução pode ter correlação com menor número de vacas multíparas nesse 
grupo. VILELA, (2016) relata que a composição da proteína no leite também pode ser afetada pelo estágio da 
lactação, sendo menor nos três primeiros meses e aumentando progressivamente à medida que a lactação 
avança. 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Figura 1 - a) Contagem Bacteriana Total (UFC/ml) em função dos dias de avaliação no leite de fêmeas dos 
grupos GI (- - -) ou GII (___); b) Contagem de Células Somáticas (CCS/ml) em função dos dias de avaliação 
em fêmeas dos grupos GI (- - -) ou GII (___); c) Gordura (%) em função dos dias de avaliação no leite de 
fêmeas dos grupos GI (- - -) ou GII (___); d) Proteína (%)em função dos dias de avaliação no leite de fêmeas 
dos grupos GI (- - -) ou GII (___); e) Lactose (%)em função dos dias de avaliação no leite de fêmeas dos 
grupos GI (- - -) ou GII (___); f) Ureia (mg/dL) em função dos dias de avaliação no leite de fêmeas dos 
grupos GI (- - -) ou GII (___); 
Segundo AIRES, (2011) os teores de gordura do leite diminuem quando as vacas são expostas a estresse 
térmico devido à variação no consumo de forrageiras pelos animais, o que provoca uma alteração na relação 
acetato/propionato, alterando assim a composição do leite. A produção de proteína do leite parece ser mais 
diretamente afetada pela temperatura, pois durante períodos de estresse por calor há redução da síntese de 
proteínas do leite. Geralmente nas regiões temperadas o teor de gordura e proteína do leite podem diminuir, em 
média, 0,4% e 0,2%, respectivamente, no verão, em comparação com os meses de inverno (COLLIER, 2012). 
Cabe ressaltar a influência da CCS em outros parâmetros como gordura e proteína. Em estudo com vacas 
holandesas e mestiças, Gonzalez et al. (2003) encontraram efeito estatisticamente relevante (p<0,01) quando 
comparados os parâmetros de CCS em relação aos teores de proteína e de gordura no leite. Foi observado que 
com o aumento da CCS, ocorreu diminuição no teor de proteína e aumento no de gordura. Já Cunha et al.(2008), 
avaliando vacas de raça holandesa, observaram correlação positiva entre CCS e porcentagens de gordura e de 
proteína do leite. Em contrapartida, Benchaar et al. (2006) não encontraram alteração nas concentrações de 
gordura e proteína, bem como no teor de lactose, de vacas alimentadas com até 10 g/dia de aditivo fitogênico. De 
forma semelhante, Giannenas et al. (2011), também não observaram efeito positivo na adição de aditivo 
27 
 
fitogênico (orégano) na contagem de células somáticas (CCS), que foram significativamente menores nos grupos 
tratados. 
Rez-Yazdii et al. (2014), ao avaliar 32 vacas holandesas, utilizando 2g/vaca/dia de aditivo fitogênicos 
(orégano) durante o período de estresse térmico não observaram nenhum efeito (P> 0,05) na gordura e na 
proteína do leite em relação ao grupo controle, embora identificou-se uma tendência (P = 0,06) para um 
aumento da lactose. Ainda, utilizando o mesmo aditivo do estudo anterior, Benchaar et al. (2006) também não 
observaram alteração nas concentrações de gordura, proteína e no teor de lactose, bem como não houve 
alteração nos teores de gordura com a utilização de 1g/dia de cinamaldeído (BENCHAAR & CHOUINARD, 2009). 
Em contrapartida, Santos et al. (2010), obtiveram aumento no teor de gordura no leite, sem influência no CMS 
(consumo de matéria seca), ao utilizarem 1 g/dia de mistura aditivos fitogênicos (eugenol, acetato de geranil e 
óleo de coentro). 
Para a lactose não houve diferença entre os grupos avaliados (P= 0,784). Diferentemente do que foi 
encontrado neste estudo, Kung et al. (2008), ao utilizar aditivos fitogênicos (caju e mamona), na proporção de 2g 
por dia no concentrado dos animais, observaram aumento no teor de lactose, assim como Petit & Ganon (2011). 
Entretanto, este último avaliou aditivo fitogênico a base de casca de linho. 
A ureia presente no leite não apresentou diferença entre os grupos (P=0,127), assim como se observa na 
tabela 2 e figura 1. Da mesma forma os sólidos totais não diferiram entre GI e GII (Tabela 2). Mesmo não 
apresentando diferença a ureia esteve dentro dos parâmetros considerados normais, no grupo tratado o índice 
chegou a 17,41 (mg/dL), conforme demonstra a tabela 2. Segundo (Grande et al 2010), considera-se normal 
índices em torno de 18 (mg/dL). 
O nitrogênio uréico no leite (NUL) é um indicativo da adequação ou excesso de amônia ruminal em 
relação à energia disponível para o crescimento microbiano no rúmen. Alta quantidade de proteínas disponíveis 
no rúmen em relação às quantidades de carboidratos resulta em altos níveis de NUL (RAJALA- SCHULTZ et al, 
2001). O NUL é uma ferramenta para o monitoramento da nutrição proteica para vacas leiteiras. Em 
propriedades que apresentam altos níveis, pressupõe-se que as vacas não utilizam eficientemente a proteína e, 
ao invés disso, excretam grande quantidade de nitrogênio uréico no leite e na urina. Isto pode estar ocorrendo 
devido ao excesso de proteína, ou à falta de uma boa fonte energética. Quando a uréia no leite está em níveis 
baixos, é um indicativo de que o nitrogênio dietético está sendo bem aproveitado ou existe a deficiência proteica 
na dieta. Nutricionistas podem usar os níveis de NUL para fazer ajustes na dieta (GRANDE et al, 2010). 
A porcentagem de sólidos totais no grupo tratado (GII) está de acordo com a instrução normativa nº 76, 
a qual define um padrão mínimo de 11,40%, uma vez que o GII apresentou 11,99% (p=0,162), embora não tenha 
sido observada diferença estatística quando comparado ao grupo controle (tabela 2). Os sólidos totais 
representam uma das frações importantes nos parâmetros físico–químicos do leite, sendo este parâmetro 
utilizado para aferir a qualidade e composição do leite, resultando em maior valor agregado. 
Na tabela 3 pode-se observar que a adição do aditivo fitogênico foi positivo no parâmetro de 
Aspartato Amino Transferase (AST) (p=0,019), para o qual o GII apresentou parâmetros bioquímicos de 
88,012 U/L, caracterizando os animais como clinicamente saudáveis. O restante dos parâmetros não sofreu 
alteração quando comparados ao grupo controle. A AST é um importante indicativo de perfil metabólico 
energético na prevenção de problemas metabólicos relacionados ao status nutricional dos bovinos, sendo 
que níveis normais indicam saúde dos animais (GONZÀVES E SILVA, 2006). 
 
Tabela 3 - Médias dos quadrados mínimos e erros-padrão das médias (EPM) e valor de P para: Aspartato 
Amino-Transferase (AST), ureia, colesterol, Gama-glutamil-transferase (GGT) e creatinina em fêmeas 
Holandesas de Grupo Controle (GI) e suplementadas com aditivo fitogênico a base de cardol, cardanol e ácido 
ricinoléico (GII) 
 
28 
 
 
Gregory et al. (1999), em um experimento realizado no Brasil, determinaram que os valores normais de 
AST em vacas Jersey são de 33,91 (+10,99) UI/L, enquanto KANECO (1997) cita valores entre 78 e 132 UI/L 
como sendo normais para bovinos, sendo estes semelhantes aos encontrados neste estudo. Santos (1998), 
estudando o efeito do período de lactação sobre a concentração plasmática deAST em vacas holandesas, 
encontrou os seguintes valores em seus respectivos períodos de lactação: 27,78 UI/L (1-28 dias pós-parto), 
28,89U/l (29-56 dias pós-parto), 30,46UI/L (57-140 dias pós-parto), 30,13UI/L (141-280 dias pós-parto) e 26,8 
U/L (período seco). 
Os valores médios de ureia dos animais do GI e GII podem ser observados na Tabela 3. Não houve efeito 
de tratamento e nem de tratamento e tempo, mas os níveis da ureia mantiveram-se dentro do fisiológico para a 
espécie (GREGORY et al., 2004). A determinação da ureia revela informações da atividade metabólica proteica, 
além da relação entre energia: proteína (LÓPEZ et al., 2004). 
 Quanto aos valores de colesterol, creatinina, e gamaglutamiltransferase não houve diferença estatística 
significativa. A média do colesterol do grupo tratado (GII) apresentou 146,21 mg\dL (p=0,413), a creatinina 
1,431 mg\dL (p=0,521), ficando o valor dentro dos padrões legais. Para gamaglutamiltransferase o valor foi 
33,90mg\dL (p=0,521), conforme demonstrado na tabela 03. 
 A creatinina é um composto nitrogenado produzido a partir da fosfocreatina muscular. A quantidade de 
creatinina formada por dia depende da quantidade de creatina no organismo, que por sua vez depende da massa 
muscular. Entretanto, a quantidade de creatinina formada é relativamente constante para determinado 
indivíduo, sendo pouco afetada pela alimentação, principalmente pelo consumo de proteína (KANEKO et al., 
2008). Sendo seus níveis sanguíneos pouco afetados pela dieta, a creatinina é usada como referência para 
corrigir mudanças nas variações de uréia sanguínea. 
O déficit de colesterol ocorre especialmente antes do início da lactação devido à mobilização de gordura, 
como forma de adaptação do organismo animal, pela diminuição no consumo voluntário de matéria seca, 
crescimento fetal e preparação da glândula mamária para lactação (CEBALLOS et al. 2002), além disso, pode 
refletir dieta deficiente de nutrientes energéticos. De acordo com Pogliani (2006), os valores encontrados de 
colesterol até o parto foram inferiores aos de referência (80-120mg/dL), proposto por KANECO et al. (2008) e de 
vacas Holandesas até a primeira semana pós-parto (94,63-146,93mg/dL). 
 A enzima gama glutamiltransferase (GGT) ocorre em todas as células com exceção das células 
musculares. Sua atividade é alta nos rins e no fígado, mas somente a GGT de origem hepática é encontrada no 
plasma O aumento da atividade desta enzima ocorre em afecções hepatobiliares com colestase e quando for 
observado deve-se realizar biopsia para avaliar a intensidade das lesões hepáticas (BORGES ,2008). 
Com isso, observa-se que a adição de aditivos fitogênicos moduladores de fermentação ruminal (cardol, 
cardanol e ácido ricinoléico) não compromete, de forma geral, a qualidade do leite, tendo resultados positivos 
para alguns parâmetros específicos como CCS, proteína e aspartato aminotransferase. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Conclui-se com esse estudo que a utilização do aditivo fitogênico a base de cardol, cardanol e ácido 
ricinoléico diminuiu a contagem de células somáticas no leite de vacas tratadas, melhorou a proteína e diminuiu 
os níveis séricos de Aspartato Amino-Transferase. Os demais parâmetros não foram influenciados pelo uso do 
aditivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
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32 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A qualidade do leite é estimada através da composição físico-química, pois é de 
grande importância identificar animais que produzam leite de melhor qualidade, já que a 
grande parte das indústrias paga pela qualidade da matéria-prima recebida. Os 
parâmetros que são mais pesquisados e que denotam a qualidade do leite, além de 
apresentar uma maior variação, são: gordura, proteína, lactose e células somáticas. 
Assim, pode ser compreendido que a composição centesimal do leite pode ser 
influenciada e variar quanto ao nível de produção, ordem de parto, estádio de lactação, 
raça, alimentação, idade, temperatura ambiental, estação do ano, fatores fisiológicos, 
patológicos, quartos mamários, porção da ordenha e intervalo entre ordenhas ( SILVA DP 
et al. 2013 ). 
A saúde dos bovinos está diretamente ligada à vida produtiva e a produtividade o 
grande potencial produtivo dos animais de elevado grau genético só e a calçado através 
da alimentação e manejo assim a utilização desses aditivos naturais fitogênicos tem a 
função de favorecem a degradação do rumem atuando na população especifica, 
contribuindo na produção e qualidade do leite. Em busca por alternativas naturais para 
manter a saúde do rebanho podemos destacar o uso dos óleo fitogênico e um incremento 
natural onde a principal função desse aditivo natural no rúmen é controlar o ambiente 
ruminal, favorecendo a fermentação, melhorando a digestão e aproveitamento dos 
alimentos que são fornecidos. Este incremento visa a melhora no desempenho produtivo, 
aumentando a produção de sólidos totais no leite. Desempenho as funções semelhantes 
aos aditivos ionoforos, trazendo benefícios ao processo fermentativo no rúmen ou 
mecanismos de proteção à mucosa ruminal e intestinal, favorecendo a digestão e 
absorção dos alimentos, além do benefício ao ambiente e a produção de leite sustentável 
livre de resíduos. (AIRES et al. 2012). 
 
 
 
33 
 
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