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CLIMATOLOGIA Ronei Tiago Stein Aquecimento global e mudanças climáticas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir os impactos antrópicos sobre o meio ambiente. Analisar o aquecimento global no Brasil. Relacionar o impacto do aquecimento global sobre a natureza. Introdução Desde que a vida surgiu, há mais de 3,5 bilhões de anos, os seres vivos vêm se diversificando e se adaptando às mudanças ocorridas em nosso planeta. Essas mudanças sempre foram lentas e graduais, dando tempo para que os seres vivos se adaptassem a elas. A Revolução Industrial, o crescimento urbano desordenado e o apelo do consumo tiveram vários impactos ambientais, principalmente relacio- nados à poluição do ar, das águas e dos solos. Durante séculos, o homem vem retirando do meio ambiente matérias-primas para seu sustento e devolvendo poluição e contaminação. Neste capítulo, você vai estudar os impactos causados ao meio ambiente e discutir as consequências do aquecimento global no Brasil e no mundo. O homem versus o meio ambiente Os efeitos negativos do homem sobre o meio ambiente começaram principal- mente após a Revolução Industrial, quando houve um crescimento inédito na civilização humana e em suas cidades. A partir daí, foram surgindo os grandes centros urbanos. Muitos dos problemas contemporâneos se originaram desse crescimento desordenado e do desenvolvimento de veículos feitos para servir ao estilo de vida desses locais, do trem a vapor ao automóvel, conforme Wall e Waterman (2012). A falta de planejamento adequado, aliada a uma má administração dos centros urbanos, gerou um grande problema socioambiental: cidades precárias e insalubres. Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) apontam que o padrão de vida da população dita privilegiada (que possui boas condições financeiras) incentiva o consumismo e a demanda por alimentos provenientes de cadeias cada vez mais complexas e artificiais, o que gera excesso de poluentes atmosféricos. Dentre as consequências ambientais desse crescimento desordenado, pode-se citar o constante aumento da lista de animais e plantas ameaçadas de extinção. De acordo com o art. 1º da Resolução nº. 001/1986, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, impacto ambiental é [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem diretamente ou indiretamente: a saúde, a segurança, e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota (conjunto de todos seres vivos de um determinado ambiente ou de um determinado período); as condições estéticas e sanitárias ambientais; a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986, documento on-line). A NBR ISO 14.001:2004 (ABNT, 2015, documento on-line) descreve impacto ambiental como “[...] qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização”. De modo geral, impactos ambientais são alterações no ambiente causadas pelo desen- volvimento das atividades humanas no espaço geográfico. Estes podem ser positivos, quando resultam em melhorias para o ambiente, ou negativos, quando essas alterações causam algum risco para o ser humano ou para os recursos naturais encontrados no espaço. Normalmente, o termo impacto ambiental é usado com sentido negativo. O crescimento populacional impulsiona o consumo de recursos naturais, uma vez que, quanto maior o número de habitantes no mundo, maior a de- manda por materiais para a produção industrial, energética e de alimentos. A consequência do desenvolvimento industrial e do consumo de recursos sem priorizar os cuidados com o meio ambiente é a poluição. De acordo com Sánchez (2008), poluição é a introdução, no meio ambiente, de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar negativamente o homem ou outros organismos. Aquecimento global e mudanças climáticas2 Define-se recursos naturais como o conjunto de fatores disponíveis na natureza, que podem ser transformados em riquezas para suprir as necessi- dades ou aspirações de consumo de uma sociedade. Dentre esses recursos, destacam-se os minerais, o solo, a água e o ar. Os recursos naturais podem ser divididos em duas categorias: recursos naturais renováveis — aqueles que, depois de utilizados, ficam disponíveis novamente graças aos ciclos naturais, como a água; recursos naturais não renováveis — aqueles que, uma vez aproveita- dos, não podem ser reutilizados, como o combustível fóssil. Existem situações em que um recurso renovável passa a ser não renovável. Essa con- dição ocorre quando a taxa de utilização supera a máxima capacidade de sustentação do sistema. Por exemplo, um lago pode acabar secando, se a quantidade de água retirada pelo homem for superior à quantidade reposta pela natureza. Toda atividade desenvolvida pelo homem vai resultar em um impacto am- biental, por menor que este seja. O Quadro 1 apresenta alguns dos principais impactos ambientais causados pelas atividades humanas (antrópicas). Fonte: Adaptado de Mota (1999). Atividades Impactos ambientais Desmatamento Alterações climáticas; danos à flora e à fauna; erosão do solo; empobrecimento do solo; assoreamento de recursos hídricos; aumento do escoamento da água; redução de infiltração da água; inundações; redução do equilíbrio térmico e hídrico. Quadro 1. Principais impactos ambientais causados pelas atividades antrópicas (Continua) 3Aquecimento global e mudanças climáticas A extração de recursos naturais sem controle ou planejamento causa dife- rentes impactos ambientais, principalmente negativos. Muitos desses impactos estão relacionados com a atmosfera. Os poluentes mais incidentes na atmosfera, em geral nas grandes metrópoles, estão relacionados à emissão de gases, como o monóxido de carbono, o dióxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre, os hidrocarbonetos e demais partículas, principalmente pelas atividades humanas. A seguir, apresenta-se uma breve descrição desses poluentes. O dióxido de enxofre (SO2) é introduzido na atmosfera por atividades naturais ou humanas, sendo este um dos principais poluentes atmosféricos Fonte: Adaptado de Mota (1999). Atividades Impactos ambientais Movimentos de terra Alterações na drenagem das águas; erosão do solo; assoreamento dos recursos hídricos. Impermeabilização do solo Aumento do escoamento das águas; redução da infiltração da água; problemas de drenagem; inundações. Aterros de rios, riachos, lagoas, entre outros Problemas de drenagem; assoreamento; inundações; prejuízos econômicos e sociais. Destruição dos ecossistemas Danos à fauna e à flora; desfiguração da paisagem; problemas ecológicos; prejuízos às atividades do homem; danos sociais e econômicos. Emissão de resíduos Poluição ambiental: prejuízos à saúde do homem; danos à fauna e à flora; danos materiais; prejuízos às atividades; danos econômicos e sociais. Emissão de gás carbônico, clorofluorcarbono (CFC), metano, entre outros. Alterações de caráter global: efeito estufa (aumento da temperatura; elevação do nível de oceanos; alterações na precipitação; desaparecimento de espécies animais e vegetais); destruição da camada de ozônio (aumento da radiação ultravioleta; riscos à diversidade genética; câncer de pele, catarata). Quadro 1. Principais impactos ambientais causados pelas atividades antrópicas (Continuação) Aquecimento global e mudanças climáticas4 oriundos da queima de combustíveis que contenham enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. Na atmosfera, esse poluente pode ser oxidado, originando ácido sulfúrico (H2SO4), conforme aponta a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2012). Por sua vez, o monóxido de carbono (CO) é um gás incolor e inodoro, o qual resulta da queima incompleta de combustíveisde origem orgânica, combustíveis fósseis, biomassa, entre outros. Geralmente, ele é encontrado em maiores concentrações nas cidades (zonas urbanas), devido à intensa circulação de veículos, ainda conforme a Cetesb (2012). O monóxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são formados durante os processos de combustão, sendo os veículos os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, sob a ação da luz solar, transforma-se em NO2, o qual apresenta papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 causa prejuízos à saúde, como irritação nos olhos, no nariz e na garganta. Já os oxidantes fotoquímicos e o ozônio (O3) são outros exemplos de poluentes. Os oxidantes fotoquímicos são denominados como a mistura de poluentes secundários, formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e os compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar. Os compostos orgânicos voláteis são liberados na queima incompleta e na evaporação de combustíveis e solventes. O principal produto dessa reação é o ozônio, que, por esse motivo, é utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera. Tais poluentes formam a chamada névoa fotoquí- mica, ou “smog fotoquímico”, recebendo esse nome devido à diminuição da visibilidade, de acordo com a Cetesb (2012). Já os hidrocarbonetos (HC) são compostos formados exclusivamente por átomos de carbono e hidrogênio. O petróleo é constituído principalmente de HC, bem como seus derivados, como gás de cozinha, gasolina, querosene e óleo diesel, os quais constituem a maioria dos combustíveis de uso humano, de acordo com Silveira (2011). Por fim, os materiais particulados (MP) não constituem uma espécie química definida, e sim um conjunto de partículas no estado sólido ou líquido, que incluem pós, poeiras, fumaças e aerossóis emitidos para a atmosfera de diversas maneiras, conforme apontam Torres, Rocha e Ribeiro (2008). A seguir, são descritos os principais efeitos dos poluentes na atmosfera. Efeito estufa: em síntese, os gases jogados na atmosfera bloqueiam parte da radiação infravermelha que a Terra devolveria para o espaço; isso provoca o aumento da temperatura e causa o aquecimento global. 5Aquecimento global e mudanças climáticas O dióxido de carbono, principal composto resultante da combustão completa de combustíveis, é o maior responsável por esse efeito. Quando presente em grandes quantidades, o gás carbônico, juntamente com outros poluentes, acaba formando uma espécie de camada na atmosfera (Figura 1). Essa camada de poluentes retém o calor, provocando um aumento na temperatura média, conforme Moreira (2012). Em 1985, foi observada uma dissolução da camada de ozônio (buraco) em cima do Polo Sul, atribuída ao clorofluorcarbono, gás que destrói as moléculas da camada de ozônio, segundo Llorente (2018). Figura 1. O efeito estufa ocasiona o aumento da temperatura terrestre. Fonte: Designua/Shutterstock.com. At mo sfer a Aquecimento global: uma das consequências do efeito estufa é o au- mento da temperatura global, estimado entre 2ºC e 6ºC nos próximos 100 anos. Um aquecimento dessa ordem de grandeza não só vai alterar os climas em nível mundial, como também aumentará o nível médio das águas do mar em, pelo menos, 30 cm, o que poderá interferir na vida de milhões de pessoas que habitam as áreas costeiras mais baixas, conforme aponta Almeida (2007). Chuva ácida: o lançamento de gases na atmosfera, principalmente dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx), a partir de Aquecimento global e mudanças climáticas6 fontes poluidoras do ar, contribui para aumentar a acidez das águas. Esses compostos na atmosfera são transformados em sulfatos e nitratos e, pela combinação com vapor de água, em ácido sulfúrico ou nítrico, os quais provocam as chuvas ácidas, assim entendidas como aquelas cujo pH é inferior a 5,65, segundo Suetônio (1997). Almeida (2007) menciona que, atualmente, vivemos em uma equação que não fecha: um planeta limitado fisicamente, uma população crescente (mais de 7,5 bilhões) e um estilo de vida extrativista (recursos não renováveis) e poluidor (materiais facilmente descartáveis). Essas variáveis determinam um rápido esgotamento de tudo aquilo que nos proporciona vida (água, ar, solo, fauna e flora) e qualidade de vida (petróleo, minerais, energia, espaço, dentre outros). Aquecimento global O aquecimento global deverá mudar as características climáticas de diversas regiões do planeta nos próximos anos. Os cientistas preveem um aumento da temperatura média nos próximos 50 anos, entre 4º e 5ºC, o que vai resultar em diversos impactos ambientais. Em território nacional, nas últimas décadas, as ações predatórias do latifúndio, as toneladas de resíduos lançadas por ano na atmosfera e o acúmulo de partículas de fuligem no ar oriundos de queimadas vêm comprometendo o ecossistema, conforme aponta Ayoade (2007). Mas, quais serão as reais consequências do aquecimento global? Na ver- dade, essa é uma pergunta que a humanidade ainda busca responder. Nos últimos 100 anos, a temperatura global aumentou em média 1,5ºC, o que é muito significativo para as caracterizações climáticas locais, de acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007). Atualmente, os cientistas já confirmaram as ocorrências listadas a seguir: diminuição da cobertura do gelo ártico desde 1978 (Figura 2); surgimento de enormes fendas na geleira de Wordie, na Antártica, também a partir do final dos anos 1970; recuo das geleiras de algumas áreas montanhosas do mundo; queda no oceano de um pedaço de gelo de cerca de 4.200 km², des- membrado da geleira de Larsen, na Antártida; intensificação de eventos climáticos extremos em muitas partes do globo. 7Aquecimento global e mudanças climáticas Figura 2. O aquecimento global provoca o derretimento de geleiras na Terra. Fonte: Bernhard Staehli/Shutterstock.com. Os efeitos nocivos ao clima do planeta podem ser maiores ou menores, dependendo das medidas que o ser humano tomar atualmente e nos próximos anos com relação à emissão de gases poluentes, segundo Barry e Chorley (2013). Para diminuir os efeitos do aquecimento global, a humanidade precisa urgentemente tomar certas medidas, como diminuir o desmatamento e, prin- cipalmente, a emissão de gases gerados pela queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo (gasolina e diesel) e o carvão mineral. Isso implica em mudar o modo de vida e o sistema de consumo. Isso afetaria todo o sistema de produção em que estamos inseridos. Os índices de emissões de gases dependem da natureza do combustível. Conforme Brito (2005), os gases mais conhecidos originados pela queima desses combustíveis e com os limites definidos pela legislação são o monóxido de carbono (CO), os hidrocarbonetos (HC), os óxidos de nitrogênio (NOx) e os óxidos de enxofre (SOx). Aquecimento global e mudanças climáticas8 Derivados de petróleo, como gasolina e óleo diesel, continuam sendo os combustíveis predominantes utilizados nos meios de transportes. No caso do Brasil, além do diesel e da gasolina, temos o etanol, utilizado tanto como combustível exclusivo quanto misturado a derivados de petróleo. Há uma expansão no uso do gás natural veicular, principalmente em veículos leves de uso intensivo (táxis e frotas cativas) em grandes centros urbanos. No caso do Brasil, apesar do tímido uso de energia mais renovável, nossa matriz de transportes continua sendo rodoviária, mais poluente e mais cara, sem incen- tivos aos modais ferroviário e hidroviário. Entre 1980 e 2009, com projeções para o período entre 2010 e 2020, foi realizada uma pesquisa sobre emissões veiculares no Brasil, pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (BRASIL, 2012). Esse estudo indicou que, até 2020, ainda haverá um crescimento na frota veicular. Em 2009, os carros movidos à gasolina foram responsáveis por 71% das emissõesde CO, enquanto o etanol foi responsável por 18%. Estima-se que, em 2020, 47% das emissões de CO serão de carros movidos à gasolina, e 33%, dos movidos a etanol. A quantidade e o tipo de poluente emitido dependem do tipo de combustível utilizado, do tipo de motor, da regularidade de manutenção e do modo que o veículo é conduzido. Os veículos podem emitir hidrocarbonetos, mesmo se inoperantes, pela evaporação do combustível, pelo respiro do tanque e no sistema de carburação do motor. Veículos mais novos, com tecnologias como catalisadores e injeção eletrônica de combustível, têm uma emissão insignifi- cante. Mas, ainda assim, toneladas desses poluentes são geradas diariamente nas grandes cidades, conforme aponta Manzoli (2009). Para Manzoli (2009), a grande maioria dos poluentes lançados na atmosfera por veículos automotores é devido à combustão incompleta do combustível. A combustão incompleta, somada ao uso de combustível de forma ineficiente, decorrente de proporções inadequadas de ar e combustível fornecidas ao motor, contribuem para a presença de monóxido de carbono nos produtos da combustão. Quando a combustão é completa, todo o combustível é convertido em dióxido de carbono e água. Impactos no Brasil O Brasil se insere de forma diferenciada no perfi l futuro do clima do planeta. O país possui uma baixa taxa de emissão global de GEE (veja o box Fique Atento). Almeida (2007) e WWF ([20--]) mencionam que somente 30% de nossa emissão de carbono na atmosfera emerge da queima de combustíveis fósseis, enquanto 70% é causada pela mudança no uso do solo — ou seja, por 9Aquecimento global e mudanças climáticas desmatamentos e queimadas. Isso coloca o Brasil como o 4º país do mundo que mais contribui para o aquecimento global, perdendo apenas para a China, os Estados Unidos e a Índia. GEE é a sigla para gases do efeito estufa, ou seja, gases que absorvem uma parte dos raios do sol e os redistribuem em forma de radiação na atmosfera, aquecendo o planeta, em um fenômeno chamado efeito estufa. Em 2000, o desmatamento e as queimadas na Floresta Amazônica adicio- naram à atmosfera cerca de 200 milhões de toneladas de CO2/ano, contra 95 milhões provenientes da queima de combustíveis fósseis. Os dados se referem a um período em que as taxas de desmatamento anual oscilavam em torno de 17.000 km²/ano, de acordo com Almeida (2007). Em 2018, houve um aumento de 13,7% no desmatamento da Amazônia, no período de agosto de 2017 a julho de 2018, quando comparado com o mesmo ciclo anual anterior. Para se ter uma ideia, o total de vegetação removido foi de 7.900 km², uma área equivalente a mais de cinco vezes a capital de São Paulo. Esse é o maior desmatamento da história, superando a marca de 12.911 km² devastada entre o período de 2007/2008, o que era considerado o nível mais alto de desmatamento (ESTADÃO CONTEÚDOS, 2018). Além do carbono liberado para a atmosfera, a Amazônia deixa de efetuar o equilíbrio térmico e hídrico em toda a américa do Sul, acentuando os desequilíbrios, principalmente na região Sul do Brasil. Para o Brasil, as previsões apontam que, na pior das hipóteses, o aumento de temperatura deve ser de até 4ºC no interior do país e de até 3ºC na costa, até 2050. Quanto às chuvas, os cientistas preveem uma diminuição do seu volume. Assim, o aquecimento global causaria no Brasil, de acordo com Steinke (2012) e Barry e Chorley (2013), os efeitos listados a seguir. Aquecimento global e mudanças climáticas10 Aumento da temperatura em todas as regiões, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Alterações nas estações do ano, com pouca diferenciação entre elas. Aumento na quantidade e intensidade de tufões e furacões nas regiões litorâneas dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com o aumento do nível de água dos oceanos, muitas cidades litorâ- neas teriam construções invadidas pela água, sendo a única solução a construção de barreiras. Algumas ilhas brasileiras, como a de Marajó, poderiam ter parte do território submerso. Aumento das secas no semiárido nordestino, com possibilidade de a região se transformar em um deserto. Aumento das chuvas e tempestades, principalmente em cidades da região Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro. Ecossistemas poderão ser afetados, com diminuição significativa da flora e da fauna. Aumento de patogenias/epidemias transmitidas por mosquitos, como dengue, sarampo, dentre outras, visto que o aquecimento global inter- fere no ciclo de vida desses insetos, que, devido ao calor, acabam não “hibernando” e se proliferam muito rapidamente. Além disso, o aquecimento global tende a aumentar a frequência com que El Niño e La Niña ocorrem. O El Niño se caracteriza pelo aquecimento acima da média das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical (próximo à linha do Equador). Isso provoca mudanças nas correntes oceânicas e maior formação de nuvens na região equatorial. O fenômeno provoca alterações no clima em todo o planeta, com a ocorrência de mais precipitações em algumas regiões, e de seca, em outras. Já o fenômeno La Niña se desenvolve a partir do resfriamento excepcional das águas do Oceano Pacífico. O fenômeno acontece em períodos que variam entre 2 e 7 anos e possui duração de apro- ximadamente um ano. Marengo (2007) ressalta que impactos dos fenômenos El Niño e La Niña têm sido observados nas regiões do país, mais intensamente nas regiões Norte, Nordeste (secas durante El Niño) e Sul do Brasil (secas durante La Niña e excesso de chuva e enchentes durante El Niño). Se o El Niño aumentar em frequência ou intensidade no futuro, o Brasil ficará exposto a secas ou enchentes e ondas de calor mais frequentes. Porém, a incerteza sobre se essas mudanças acontecerão ainda é grande, e alguns extremos do clima podem acontecer independentemente da presença de El Niño ou La Niña. 11Aquecimento global e mudanças climáticas O aquecimento das águas superficiais no Pacífico interfere no regime de ventos sobre toda a região equatorial do Pacífico (Figura 3). As nuvens que normalmente produzem chuvas abundantes na parte oeste do Oceano Pacífico, nas vizinhanças da Indonésia, deslocam-se para leste, para o Pacífico Central, e, posteriormente, para a costa oeste da América do Sul, trazendo as chuvas ao deserto peruano. A mudança de posição das chuvas no Pacífico provoca alterações nas condições climáticas de várias regiões continentais ao redor do planeta, devido à grande quantidade de energia envolvida no processo de formação da chuva. Grandes secas na Índia, no Nordeste do Brasil, na Austrália, na Indonésia e na África podem ser decorrentes do fenômeno, assim como algumas enchentes no Sul e no Sudeste do Brasil, no Peru, no Equador e no meio-oeste dos Estados Unidos. Em algumas áreas, observam-se temperaturas mais elevadas do que o normal (como é o caso das regiões central e sudeste do Brasil, durante a estação de inverno), enquanto, em outras regiões do globo, ocorre frio e neve em excesso, conforme aponta Marengo (2007). Figura 3. O El Niño provoca o aquecimento das águas superficiais do Pacífico, junto à região equatorial da costa oeste da América do Sul. Fonte: Designua/Shutterstock.com. Austrália América do Sul Ano de El Niño Ventos equatoriais reúnem “piscinas” de água morna, que se movem em direção ao oeste Ventos de leste enfraquecem. Água morna se move para o leste Inverno mais quente Água fria ao longo da costa sul-americana Ano normal Austrália América do Sul Aquecimento global e mudanças climáticas12 No Brasil, tem-se alguns exemplos das consequências do aquecimento global, como a seca da Amazônia em 2005, as secas no Sul do Brasil em 2004, 2005 e 2006, e a seca no estado de São Paulo entre os anos de 2014 e 2016. Mas também existem impactos relacionados a alterações na biodiversidade, ao aumento no nível do mar, à saúde, à agricultura e à geração de energia hidrelétrica. Com relação à geração de energia, emalgumas regiões, ocorre a diminuição das chuvas e, consequentemente, a diminuição da vazão nos recursos hídricos, afetando o nível dos reservatórios e aumentando o custo da energia. Impacto do aquecimento global na natureza Infelizmente, as ações humanas desenfreadas estão contribuindo para acelerar o aquecimento global, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis, ocasionando o aumento da temperatura no globo terrestre nas últimas décadas. O século XX foi considerado o mais quente dos últimos 500 anos. Alguns pesquisadores afi rmam que o aumento da temperatura, provocado pelo efeito estufa, provoca o derretimento das calotas polares, o que causa o aumento do nível dos mares e, em um futuro não muito distante, pode causar, inclusive, o desaparecimento de cidades litorâneas. Estima-se que, anualmente, são despejados na atmosfera cerca de 5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), que, como vimos, é o principal gás causador do efeito estufa. Em nível de comparação, no início do século XX, eram lançados cerca de 60 milhões de toneladas desse gás anualmente na atmosfera. Com isso, a temperatura do planeta Terra aumentou cerca de 1,5°C nos últimos 170 anos. Estima-se que um aumento de 4ºC na temperatura global, causado pelo efeito estufa e o aquecimento global, poderá provocar a extinção de milhares de espécies de animais e vegetais no planeta, segundo Barry e Chorley (2013). As consequências do aquecimento global ainda estão sendo estudadas. Não se sabe com exatidão se realmente as premissas poderão se confirmar. Outra consequência do aquecimento global é a proliferação de patogenias, colocando em risco a saúde humana e de animais. É previsível um aumento de doenças como malária e cólera, sendo que as sociedades mais pobres e menos desenvolvidas seriam as mais vulneráveis a tais problemas. Almeida (2007) 13Aquecimento global e mudanças climáticas ressalta que a habilidade das pessoas em se adaptar às mudanças climáticas depende de fatores como riqueza, tecnologia, infraestrutura e acesso aos recursos naturais. As sociedades mais pobres do mundo dependem muito mais de recursos hídricos e agrícolas, sendo justamente elas que mais deverão sofrer os efeitos das mudanças do clima. Entre as consequências do aquecimento global, é possível destacar as listadas a seguir, com base em Almeida (2007). Derretimento das calotas polares, acarretando um aumento no nível dos oceanos, causando inundações em cidades litorâneas. Mudança nos regimes de chuva, podendo diminuir os índices pluvio- métricos em algumas regiões drasticamente e, em outras, ocasionar um aumento excessivo. Doenças típicas de regiões tropicais podem se estender para regiões em que não eram encontradas, devido ao aumento da temperatura. A agricultura mundial poderá ser drasticamente afetada, pois ela de- pende do clima. Caso o clima mude, regiões que atualmente são propícias para a prática poderão se tornar áridas. Adoecimento da população das grandes cidades, pois, com o aumento do efeito estufa, as temperaturas vão subir, provocando efeitos na saúde da população. Interferência na energia: países como o Brasil, que possui a energia hidrelétrica como a maior fonte de energia, poderão sofrer com a falta de chuvas, acarretando menos água nos reservatórios. Extinção de espécies de animais e vegetais, devido ao aquecimento. Um exemplo é o urso polar, que está perdendo seu habitat. Desertificação, pois terras ocupadas por campos e florestas poderão virar desertos. Ocorrência de grandes incêndios, pois, com o aquecimento da Terra, os grandes incêndios florestais vão se tornar cada vez mais comuns, sendo seu combate cada vez mais difícil. Elevação do nível de muitos rios, ocasionando inundações de cidades localizadas à beira dos mesmos, e, em casos mais extremos, ocasionando inundações em barragens e hidrelétricas. Intensificação de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña. Alteração do gradiente de temperatura das correntes marinhas, como a Corrente do Golfo. Aumento dos fenômenos climáticos extremos, como furacões, ciclones, tornados, tufões, entre outros. Aquecimento global e mudanças climáticas14 Os impactos ambientais relacionados ao aquecimento global podem ocorrer no ciclo hidrológico, na circulação atmosférica, no nível do mar, no derretimento da neve e do gelo, na vegetação e na fauna, conforme Mendonça e Danni-Oliveira (2007). As mudanças previstas no ciclo hidrológico devem considerar as interações complexas entre os aumentos na temperatura superficial e troposfé rica, que afetam as taxas de evaporação e a capacidade da atmosfera de reter calor, as alterações na fase da precipitação (neve ou chuva), as mudanças nos padrões de convecção atmosférica e as modificações na circulação da escala sinótica para global. O quadro geral de evolução das condições hidrológicas ao longo do século XXI, segundo Barry e Chorley (2013), apresenta as características elencadas a seguir. Ciclo hidrológico global mais vigoroso. Secas e/ou enchentes mais severas em alguns locais e menos severas em outros. Aumento nas intensidades da precipitação, possivelmente com chuvas extremas. Efeitos hidrológicos das mudanças climáticas maiores em áreas secas do que em áreas úmidas. Aumento geral na evaporação. Aumento na variabilidade das descargas dos rios, junto com a elevação da pluviosidade. Antecipação no escoamento máximo causado pelo derretimento de neve na primavera, à medida que a temperatura aumenta. Declínios maiores nos níveis da á gua em lagos em regiões secas, devido à evaporação elevada. Ciclones tropicais mais intensos (ponto ainda controverso neste momento). Os mecanismos que influenciam o nível do mar globalmente são complexos e atuam em um amplo espectro de escalas temporais. Em escalas de milhões de anos, devemos considerar questões como a tectônica de placas, que altera a forma e o tamanho das bacias oceânicas, e os efeitos da erosão, que lenta- 15Aquecimento global e mudanças climáticas mente as preenchem com sedimentos. Avançando para escalas de milhares a dezenas de milhares de anos, sabemos que, após o último máximo glacial, o nível do mar aumentou rapidamente, à medida que os grandes mantos de gelo da América do Norte e da Europa Setentrional derreteram. Há 6.000 anos, por volta do máximo térmico do holoceno, o nível do mar havia subido por volta de 120 metros em relação à menor posição glacial. O ní vel do mar se estabilizou ao redor de 2.000 a 3.000 anos atrás, e não mudou significativamente até́ o final do século XIX, quando, à medida que o clima aquecia, começou a subir lentamente, conforme Barry e Chorley (2013). Um indicador claro das mudanças climáticas é o encolhimento do gelo marinho no Oceano Ártico e na Antártida. Por meio de registros de satélite que começaram a ser feitos em 1979, percebe-se que a extensão do gelo apre- sentou significativas tendências de redução em todos os meses, mas maiores em setembro (o final da estação de derretimento), somando aproximadamente 10% por década. O ritmo da perda de gelo no verão parece ter acelerado desde a virada do século XXI. Espera-se que um aumento na concentração de CO2 promova o crescimento da vegetação global, podendo atingir um limite de saturação. Todavia, o desma- tamento diminui a capacidade da biosfera de agir como sumidouro de carbono. Um aumento prolongado de apenas 1°C causaria alterações consideráveis no crescimento, na regeneração e na extensão geográfica das espécies arbóreas. As espécies migram de forma lenta, mas, em um determinado ponto, amplas á reas florestadas podem mudar para novos tipos de vegetação. Estima-se que 33% da área florestada atual poderiam ser afetados, com até́ 65% da zona boreal estando sujeitos às mudanças, de acordo com Barry e Chorley (2013). Almeida (2007) ressalta que o aumento da população mundial, ao longo da história, exige áreas cadavez maiores, visando à produção de alimentos e a técnicas de cultivo que aumentem a produtividade da terra. As florestas cedem lugar a imensas lavouras, espécies de animais e vegetais são domesti- cadas, sendo muitas extintas, e outras, por perderem seus predadores naturais, multiplicam-se aceleradamente. Produtos químicos não biodegradáveis são usados em larga escala para aumentar a produtividade e evitar que lavouras sejam invadidas por predadores, matando, dessa forma, microrganismos de- compositores, insetos e aves, reduzindo a fertilidade da terra. Sem mencionar a poluição dos recursos hídricos, causando a contaminação dos próprios alimen- tos. Todas as variáveis citadas acabam contribuindo direta ou indiretamente para a emissão de gases tóxicos para a atmosfera e o aumento do efeito estufa, alterando o clima em todo o Planeta. Aquecimento global e mudanças climáticas16 Segundo Oliveira (2008), o aquecimento global, a redução da camada de ozônio, a salinização e desertificação de áreas, a perda de biodiversidade e a qualidade da água de mananciais, dentre outros diversos impactos ambientais, são efeitos do acúmulo dos impactos das mais diversas ações humanas ao longo dos séculos. Isso porque não foi dada importância às enormes quantidades de gases lançados na atmosfera, aos poluentes lançados nos recursos hídricos, aos desmatamentos e queimadas, à caça predatória, ao uso de agrotóxicos, entre outras práticas nocivas, não havendo uma real avaliação dos impactos ambientais, os quais atualmente vêm assolando a saúde do planeta Terra. Percebe-se, portanto, que o modo de vida nesse sistema, em que o capital, a produção e o lucro prevalecem, leva ao comportamento nocivo que destrói as possibilidades de regeneração dos recursos naturais do planeta. Ao mesmo tempo, nossa concepção de progresso e ciência estabelecem que o homem é um ser superior e tem, assim, o aval de destruição e uso de todos os recursos possíveis. Não se percebe o planeta como um sistema, sendo o ser humano parte dele, mas prevalece o sistema cartesiano, particionado, fomentando a separação entre o homem e a natureza, tolhendo a consciência da interdepen- dência. Isso poderia ser sustentável? ABNT. NBR ISO 14.001: Sistemas de gestão ambiental – requisitos com orientação para uso. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: https://www.ipen.br/biblioteca/slr/cel/N3127. pdf. Acesso em: 6 ago. 2019. ALMEIDA, D. H. C. Mudanças climáticas: premissas e situação futura. São Paulo: LCTE Editora, 2007. AYOADE, J. O. 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