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PSICOLOGIA JURÍDICA-AULA 4 - PSICOLOGIA DO DELITO

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MATÉRIA: PSICOLOGIA JURÍDICA (F.4)
1. PSICOLOGIA DO DELITO
CONCEITO PSICOLÓGICO DO ATO DELITUOSO
Segundo Emilio Mira y Lopez, para o jurista um DELITO é todo ato (positivo ou negativo) de caráter voluntário, que transgride as normas estabelecidas pela legislação do Estado, enquadrando-se na qualificação da lei penal. 
Para o filósofo, um delito é todo ato que não se ajusta aos princípios da ÉTICA.
E para o psicólogo, este não se preocupou em estabelecer um critério para definir ato delituoso, mas está preocupado com a tarefa de compreender os delitos, descobrindo sua motivação.
No campo da PSICOLOGIA CRIMINOLÓGICA, no entanto, a Psicologia elabora um conceito psicológico do ato delituoso, independente do jurista e não se identificando totalmente com o filósofo.
A moderna tendência de incluir a Psicologia à biologia geral, faz com que o Psicologia Jurídica conceba um conceito de delito na cadeia das ações pessoais, entendendo que o que constitui o motivo da atuação jurídica não representa mais do que um episódio na vida psíquica do indivíduo, quer significante ou insignificante.
Para a Psicologia, não é possível julgar um delito sem compreendê-lo e para isso é necessário não só conhecer os antecedentes da situação, mas também o valor de todos os fatores determinantes da reação pessoal.
Este é o trabalho do psicólogo jurídico, fazer com que se compreenda o delito e as características psicológicas do indivíduo e os antecedentes da situação. 
Os delitos aparentemente iguais e determinados pelas mesmas circunstâncias externas, podem, no entanto, ter uma significação inteiramente distintas e, por consequência, ser julgados e condenados de um modo completamente diferentes (Mira y Lopez).
Os penalistas ainda discutem se tem que apenar de acordo com os resultados ou com a intenção do ato delituoso, mas a indagação que a Psicologia faz é por que não se aplica a pena de acordo com a motivação psicológica do indivíduo.
Ademais, para a Psicologia a sanção jurídica não pode ser somente concebida sob o estrito campo do “castigo” (caráter retributivo da pena) e não deve ser uma vingança que a sociedade toma contra o indivíduo que a ofendeu, mas um recurso por meio do qual o indivíduo recobre posteriormente a normalidade de sua conduta. 
Os penalistas mais modernos vão ao encontro desta ideia, procurando implementar a teoria psicológica da ação penal, trazendo utilidade para a ação penal.
Para o psicólogo, portanto, o delito é um episódio incidental; para o jurista é, via de regra, o tema central de sua atuação. 
O que importa para a Psicologia Jurídica do Delito é a consciência moral do indivíduo e não o fato criminoso em si.
Conclusão: considerando o delito sob o ponto de vista psicológico conclui-se que sua execução não é o fato principal, mas é a consequência lógica do conflito dos fatores e forças que determinam a prática do delito pelo indivíduo. 
Ou seja, os mecanismos psicológicos intervêm na execução dos atos legais que fazem o indivíduo chegar ao ponto de praticar um delito.
Para isso, levar-se-á em conta alguns aspectos psicológicos relevantes na execução do delito:
a) A constituição corporal
b) O temperamento
c) A inteligência
d) O caráter
e) A experiência anterior
f) A situação externa desencadeante
g) O modo de percepção da situação por parte do delinquente
h) O fator de reprovação da sociedade
Estes fatores podem comportar-se, em cada caso, de modo diverso, de maneira positiva ou negativa, a depender de favorecer ou impedir um comportamento, somando ou contrapondo-se, formando o que Mira y Lopez chamou de “complexos determinantes” da ação delituosa. 
A partir daí, segundo este autor, é que podemos começara ver o quão complicado é o problema do julgamento e da conduta humana. E só agora podemos ter uma ideia de quão deficientemente se procede ainda nas questões forenses, na maioria dos casos.

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