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Aula 08 - Princípios, Convenções e Normas Contábeis

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83
8ºAula
Princípios, convenções e normas 
contábeis
Olá pessoal, estamos de volta para nossa última 
aula. Nós já falamos sobre o patrimônio, o plano 
de contas, razonetes, demonstrações, atos e fatos 
administrativos da escrituração contábil, dentre outros. 
Nesta aula vamos aprofundar conhecimentos em torno 
dos princípios, convenções e normas da Contabilidade. 
Saibam que os Princípios estabelecem uma 
relação com as diretrizes mais gerais e as Convenções 
aos procedimentos que restringem a aplicação 
dos Princípios. Ao passo que os Princípios e as 
Convenções fundamentam e justificam a ação, as 
Normas as guiam na prática. Nesta aula, portanto, 
vamos discutir estes Princípios e Convenções, 
destacando a importância de cada um.
Muito bem caros(as) acadêmicos(as), a partir 
de agora iremos enfatizar estes assuntos e fazer 
descobertas importantes que colocaremos em 
prática no desenvolvimento profissional. 
Vamos lá?! 
Boa aula!
Contabilidade I
84
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• entender de forma clara e objetiva sobre os 
princípios e convenções contábeis;
• conhecer os aspectos conceituais sobre 
terminologias próprias da Contabilidade;
• identificar temas importantes relacionados 
aos princípios e convenções contábeis.
1 - Levantamento teórico dos princípios contábeis
2 - Compreendendo as convenções contábeis
3 - As normas da contabilidade
Seções de estudo
1 - Levantamento teórico dos 
princípios contábeis
Como se sabe, conforme foram surgindo 
as necessidades de controle, a Contabilidade foi 
gerando instrumentos para registrar os fatos que 
alteram o patrimônio de uma empresa. 
Figura 1: Evolução do ensino da Contabilidade 
no Brasil
Evolução
do ensino da 
Contabilidade
no Brasil
(6) Séc. XX Pós-
graduação Stricto sensu 
- Década de 70 -
(4) Séc. XX Curso 
profi ssionalizante - 
Década de 20 -
(3) Séc. XX Ensino 
comercial 
- 1ª década -
(2) Séc. XIX Inst. 
Comercial - RJ - Década 
de 50 -
(2) Séc. XIX Aulas de 
comércio - 1890 -
(1) Séc. XIX Aulas de 
comércio - 1890 -
Mas, quando surgiram estes princípios aqui no Brasil?
Fonte: Os autores
Na história da Contabilidade, algumas vezes, 
emergiram dúvidas quanto ao melhor critério 
de registro de algumas transações. Por isso, 
os primeiros contadores tiveram que escolher 
determinadas opções, que ao longo do tempo 
foram sendo adotadas pelos demais profissionais, 
considerando-as como regras, que passaram a ser 
seguidas e aceitas por todos. A essas regras básicas 
aceitas denominamos Princípios Contábeis.
Princípios Fundamentais de Contabilidade 
manifestam, neste caso, as regras em que se 
firmam toda a estrutura teórica para a escrituração 
e análise contábil.
O objetivo dos princípios é garantir a 
comparação e a integridade das Demonstrações 
Contábeis e, por isso, são homologados por órgãos 
internacionais de contabilidade. No Brasil, além da 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também 
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), com 
a elaboração do Instituto Brasileiro de Contadores 
(IBRACON). Eles permitem a você ter uma 
razoável garantia de que a empresa e a administração 
utilizaram critérios uniformes em relação às demais 
empresas brasileiras e ao restante do mundo. Sem 
os princípios contábeis, seria uma grande confusão, 
pois cada empresa adotaria o seu critério e seria 
impossível fazer qualquer comparação entre elas.
No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade 
disciplinou os Princípios em dezesseis itens através 
da Resolução nº 530, de 23/10/1981. Porém, 
devido à evolução contínua da Ciência Contábil 
e a necessidade de atualização destes Princípios, 
a Resolução nº 750, de 29/12/1993, reduziu-os a 
sete, entretanto, não restringiu os conceitos antes 
enunciados.
1.1 – Os princípios fundamentais 
da contabilidade
Devido à complexidade do tema, faremos uma 
iniciação breve do assunto, procurando demonstrar 
de forma prática como os Princípios devem ser 
utilizados pelo profissional contábil.
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são: 
• Princípio da Entidade;
• Princípio da Continuidade;
• Princípio da Oportunidade;
• Princípio do Registro pelo Valor Original;
• Princípio da Atualização Monetária;
• Princípio da Competência;
• Princípio da Prudência.
Princípio da Entidade
85
Conceito
Entidade é qualquer pessoa (física ou jurídica) que 
possui patrimônio. 
Segundo o Princípio da Entidade, a 
Contabilidade é realizada para as entidades, como 
pessoas distintas dos sócios ou proprietários. Dessa 
forma, o Princípio declara a autonomia patrimonial, 
no sentido de que o patrimônio de uma entidade 
não se confunde com aqueles de seus sócios ou 
proprietários. 
Segundo a Resolução CFC nº 750, de 29 de 
Dezembro de 1993, Art. 4º: 
O Princípio da ENTIDADE reconhece o 
Patrimônio como objeto da Contabilidade 
e afi rma a autonomia patrimonial, a 
necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos 
patrimônios existentes, independentemente 
de pertencer a uma pessoa, um conjunto 
de pessoas, uma sociedade ou instituição 
de qualquer natureza ou fi nalidade, com ou 
sem fi ns lucrativos. Por consequência, nesta 
acepção, o patrimônio não se confunde com 
aquele dos seus sócios ou proprietários, no 
caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo Único – O PATRIMÔNIO 
pertence à ENTIDADE, mas a recíproca 
não é verdadeira. A soma ou agregação 
contábil dos patrimônios autônomos não 
resulta em nova ENTIDADE, mas numa 
unidade de natureza econômico-contábil.
Exemplo: José possui uma mercearia, mas 
mantém no Banco ABC apenas uma conta, em seu 
nome. Ele depositou R$ 5.000,00 nessa conta, dos 
quais R$ 1.500,00 são dele, como pessoa física e o 
resto pertence a sua empresa. Utilizar o Princípio da 
Entidade quer dizer que as transações da entidade são 
separadas das de seus sócios ou proprietários. Logo, 
nem José deve lançar mão, para fins particulares, do 
dinheiro de sua mercearia, nem vice-versa. O ideal, 
quando possível, é que a distinção seja formalizada, 
ou seja, aberta uma conta para o José e outra para a 
sua mercearia.
Princípio da Continuidade 
O Princípio da Continuidade diz que a 
empresa deve ser avaliada e, consequentemente, ser 
escriturada, na hipótese de que a entidade nunca irá se 
extinguir. Este é um Princípio muito utilizado pelos 
que defendem os custos históricos, argumentando 
que se os valores de realização não interessam, 
porque a entidade permanecerá funcionando, nesse 
caso devemos preferir o custo original.
Quando um empreendimento está em condições 
de prosseguir com suas operações, estimam-se seus 
ativos a valor de entrada, ou seja, seu custo. Os 
valores de entrada são mais apropriados que os de 
saída, porque são mais objetivos e não registram 
ganhos ainda não realizados.
Uma empresa em processo de extinção é tratada, 
pela contabilidade, de maneira distinta. Quando se 
percebe que a entidade não tem condições de prosseguir 
com sua existência, passam a interessar os valores de 
realização do Ativo e de liquidação do Passivo. 
Os ativos são estimados pelo seu valor de 
saída, ou seja, seu valor de mercado, que é a 
expectativa futura de recebimentos, fundamentada 
no seu preço de venda. Contudo, a suspensão 
das atividades pode promover efeitos na utilidade 
de determinados ativos, com a perda, até mesmo 
integral, de seu valor. Isto pode acontecer, por 
exemplo, com máquinas que estão em desuso. 
Alguns ativos intangíveis, como marcas, patentes e 
fundos de comércio, só têm valor, na maioria dos 
casos, se existe continuidade no fluxo operacional 
da entidade. Como o CFC trata estes Princípios?!
Segundo a Resolução CFC nº 750, de 29 de 
Dezembro de 1993, Art. 5º: 
A CONTINUIDADE ou não da 
ENTIDADE, bem como sua vida 
defi nida ou provável, devem ser 
consideradas quando da classifi cação 
e avaliação das mutações patrimoniais, 
quantitativas e qualitativas.
§ 1º - A CONTINUIDADE infl uencia 
o valor econômico dos ativos e, em 
muitos CASOS, O VALOR OU 
O VENCIMENTOdos passivos, 
especialmente quando a extinção da 
ENTIDADE tem prazo determinado, 
previsto ou previsível.
§ 2º – A observância do Princípio da 
CONTINUIDADE é indispensável 
à correta aplicação do Princípio da 
COMPETÊNCIA, por efeito de se 
relacionar diretamente à quantifi cação 
dos componentes patrimoniais e à 
formação do resultado, e de constituir 
dado importante para aferir a capacidade 
futura de geração de resultado. 
Exemplo: Vamos tomar como exemplo a 
Empresa Para Sempre. Ela adquiriu seu ponto 
Contabilidade I
86
de funcionamento por R$ 40.000,00 e comprou 
um veículo no valor de R$ 15.000,00. Observa-se 
que esses bens foram registrados pelo seu valor 
de compra, conhecido como custo original. Nove 
meses mais tarde, a empresa quebrou e ficou mais 
um mês parada. No momento em que liquidou seus 
ativos, o ponto de funcionamento havia perdido o 
valor, por isso, não conseguiu ser vendido. O veículo 
foi vendido por R$ 13.000,00. Neste caso, podemos 
perceber que o valor de realização foi menor do que 
o custo original.
Princípio da Oportunidade
O Conselho Federal de Contabilidade, segundo 
o art. 6º, da Resolução CFC, nº 750/1993, ressalta 
que o Princípio da Oportunidade refere-se, 
“simultaneamente, à tempestividade e à integridade 
do registro do patrimônio e das suas mutações, 
determinando que este seja feito de imediato e com 
a extensão correta, independentemente das causas 
que as originaram”. Assim, prossegue:
Parágrafo Único – Como resultado 
da observância do Princípio da 
OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o 
registro das variações patrimoniais deve 
ser feito mesmo na hipótese de somente 
existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos 
quantitativos e qualitativos, contemplando 
os aspectos físicos e monetários;
III - o registro deve ensejar o 
reconhecimento universal das variações 
ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, 
em um período de tempo determinado, 
base necessária para gerar informações 
úteis ao processo decisório da gestão.
Observem que a percepção, o registro e 
o relato de todas as mutações ocorridas no 
patrimônio de uma entidade, no momento em que 
elas acontecerem, são exigências desse princípio, 
sendo ele o esteio absolutamente necessário à 
fidedignidade das informações sobre o patrimônio 
da entidade, referentes a um determinado ciclo e 
com a utilização de quaisquer comportamentos 
técnicos. Importante: Registro de todos os fatos 
ocorrido na empresa.
Princípio do Registro pelo Valor Original
O Princípio do Registro pelo Valor Original, 
como o próprio nome já diz, dispõe que os 
componentes patrimoniais devem ser registrados 
pelos valores originais das operações.
Todavia, somente esta definição é muita vaga, 
vamos aprofundar um pouco mais este assunto, 
fundamentando as definições com a base e o amparo 
legal do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
Assim, temos no art. 7º, da Resolução CFC, nº 
750/1993, que: 
[...] os componentes do patrimônio devem 
ser registrados pelos valores originais 
das transações com o mundo exterior, 
expressos a valor presente na moeda do 
País, que serão mantidos na avaliação 
das variações patrimoniais posteriores, 
inclusive quando confi gurarem agregações 
ou decomposições no interior da entidade. 
Esse princípio fixa que quando um ativo é adquirido, 
ele deve ser contabilizado pelo valor histórico, ou seja, 
pelo valor de sua compra ou aquisição dos insumos 
para fabricá-lo, conforme abaixo:
Produtos Insumos Valor Contábil+ =
Ainda em relação ao Princípio do Registro do 
Valor Original temos que:
Parágrafo Único – Do Princípio do Registro do 
Valor Original resulta:
I – a avaliação dos componentes 
patrimoniais deve ser feita com base 
nos valores de entrada, considerando-
se como tais os resultantes do consenso 
com os agentes externos ou da imposição 
destes;
II – uma vez integrados no patrimônio, o 
bem, o direito ou obrigação não poderão 
ter alterados seus valores intrínsecos, 
admitindo-se, tão somente, sua 
decomposição em elementos e/ou sua 
agregação, parcial ou integral, a outros 
elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido 
enquanto o componente permanecer 
como parte do patrimônio, inclusive 
quando a saída deste;
IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO 
MONETÁRIA e do REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL são compatíveis 
entre si e complementares, dado que 
o primeiro apenas atualiza e mantém 
atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradução 
87
do valor dos componentes patrimoniais 
constitui imperativo de homogeneização 
quantitativa do mesmo.
Exemplo: Antônio compra uma bicicleta 
por R$ 1.000,00, mas pretende revendê-la por R$ 
1.500,00. Devido ao Princípio do Registro pelo 
Valor Original, o contador de Antônio vai lançar na 
contabilidade o valor da compra. 
A base de toda e qualquer contabilização 
relacionadas ao uso desse ativo parte do preço pago 
por esse ativo (incorporado nos registros contábeis), 
acrescidos dos desembolsos que ocorreram para colocar 
o ativo em questão em condição de venda ou, ainda, pelo 
custo dos insumos utilizados em sua fabricação. 
Dessa forma, uma mercadoria que teve seu 
custo no valor de R$ 500,00, mas que para ser 
colocada em situação de venda vai precisar de um 
desembolso de R$ 10,00 relativo a frete, tem o dever 
de ser contabilizada no ativo pelo valor de R$ 510,00.
 
Princípio da Atualização Monetária
A Resolução do Conselho Federal de 
Contabilidade, art. 8º, nº 750/93, estabelece que “os 
efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros 
contábeis por meio do ajustamento da expressão 
formal dos valores dos componentes patrimoniais”. 
A ciência contábil tem conhecimento que, 
apesar de admitida de maneira geral como medida 
de valor, a moeda não representa unidade invariável 
em termos do poder aquisitivo. Dessa forma, o 
princípio em questão parte da observação de que 
a moeda é volúvel e que os valores, nela sendo 
expressos, tem por obrigação fazer o reajuste para 
um valor que possa sempre representar com maior 
proximidade da realidade.
A Resolução do Conselho Federal de 
Contabilidade, art. 8º, nº 750/93, ressalta que:
Parágrafo Único – São resultantes da 
adoção do Princípio da Atualização 
Monetária:
I – A moeda, embora aceita 
universalmente como medida de valor, 
não representa unidade constante em 
termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio 
possa manter os valores das transações 
originais (art. 7º), é necessário atualizar 
sua expressão formal em moeda 
nacional, a fi m de que permaneçam 
substantivamente corretos os valores 
dos componentes patrimoniais e, por 
consequência, o do Patrimônio Líquido;
III – a atualização monetária não 
representa nova avaliação, mas, tão-
somente, o ajustamento dos valores 
originais para determinada data, mediante 
a aplicação de indexadores ou outros 
elementos aptos a traduzir a variação do 
poder aquisitivo da moeda nacional em 
um dado período.
Exemplo: Podemos ter como exemplo o 
aluguel de uma casa. No primeiro contrato o 
valor do aluguel é de R$ 750,00 depois de um ano 
há um reajuste para R$ 850,00. Outro exemplo 
característico é o fato de comprarmos dois quilos 
de carne com R$ 10,00 nesse ano, sendo que no ano 
que vem vamos conseguir comprar apenas um quilo 
de carne com esse montante de dinheiro. 
Quando com um mesmo valor em dinheiro 
compramos menos mercadorias, podemos dizer 
que houve uma queda no poder aquisitivo da 
moeda, por outro lado, quando compramos mais 
mercadorias com o mesmo valor nominal, dizemos 
que aumentou o poder aquisitivo da moeda.
Um padrão, para ser entendido como tal, não 
pode sofrer mudanças em sua essência. Como praxe, 
o Princípio considera o real como uma unidade-
padrão de medição, da mesma maneira que o metro, 
o quilo ou outras medidas físicas. Para certificar a 
moeda é uniforme, como padrão de mensuração, 
elege-se uma data-base para exprimir todas as contas 
dasdemonstrações contábeis que foram publicadas, 
ou seja, a data do Balanço Patrimonial.
Princípio da Competência
Esse princípio é baseado no regime de 
competência. Existem dois regimes contábeis que 
registram as receitas e as despesas:
Regime de Caixa: o registro contábil 
é executado no momento da efetivação do 
pagamento ou recebimento.
Regime de Competência: o registro 
contábil é executado no momento que ocorre, 
mesmo não existindo a efetivação do pagamento 
ou recebimento.
DESPESA RECEITA
Disponível em: <http://tudocontabilizando.blogspot.com.br/2010/09/
contabilidade.html> Acesso em: 03 abr. 2012
Contabilidade I
88
Por ser baseado no Regime de Competência, o 
Princípio estabelece que as receitas e despesas devem 
ser registradas durante o exercício social que ocorreram, 
isto é, determinadas pela data de seu fato gerador e não 
quando existe pagamento ou recebimento.
Na Aula 03 citamos a expressão exercício social 
e agora vamos saber o que significa essa expressão. 
O que é Exercício Social?
Conceito
 Exercício Social é o período separado pela Contabilidade 
para demonstrar a situação patrimonial e fi nanceira de 
uma empresa. Esse período é, geralmente, um ano, e pode 
coincidir com o ano-calendário ou não.
Exemplo: as contas de fornecimento de água 
e energia referentes ao mês de dezembro de X1 da 
empresa Come-Come foram pagas em janeiro de 
X2. Entretanto as despesas foram registradas no 
mês de dezembro de X1. Esse entendimento vem 
do Princípio da Competência que diz que o fato 
gerador é a data que o serviço foi prestado e não a 
data em que irá ocorrer o pagamento desse serviço.
Segundo a Resolução CFC 750, de 29 de 
Dezembro de 1993,
Art. 9º - As receitas e as despesas 
devem ser incluídas na apuração do 
resultado do período em que ocorrerem, 
sempre simultaneamente quando se 
correlacionarem, independentemente de 
recebimento ou pagamento. 
Desse modo, verificamos que: 
§ 1º- O Princípio da COMPETÊNCIA 
determina quando as alterações no 
Ativo ou no Passivo resultam em um 
aumento ou diminuição das mutações 
patrimoniais, resultantes da observância 
do principio da OPORTUNIDADE.
§ 2º – O reconhecimento simultâneo das 
receitas e despesas, quando correlatas, 
é conseqüência natural do respeito ao 
período em que ocorrer sua geração.
§ 3º – As receitas consideram-se realizadas:
I – nas transações com terceiros, 
quando estes efetuarem o pagamento 
ou assumirem compromisso fi rme de 
efetivá-lo, quer pela investidura na 
propriedade de bens anteriormente 
pertencentes à ENTIDADE, quer pela 
fruição de serviços por esta prestados;
II – quando da extinção, parcial ou total, 
de um passivo, qualquer que seja o motivo, 
sem o desaparecimento concomitante de 
um ativo de valor igual ou maior;
III – pela geração natural de novos 
ativos independentemente de 
intervenções de terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações 
e subvenções.
§ 4º – Consideram-se incorridas as despesas:
I - quando deixar de existir o correspondente 
valor ativo, por transferência de sua 
propriedade para terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor 
econômico de um ativo;
III – pelo surgimento de um passivo sem 
o correspondente ativo.
Exemplo: Outro exemplo é a prestação de 
serviços de vigilância. A empresa Security prestou 
serviços no mês de março, porém estes somente 
serão faturados no mês de abril e recebidos no mês 
de junho. Essa receita deve ser contabilizada no 
mês de março, pois devem ser registrados quando 
o serviço é prestado e não quando a NF será fatura 
ou o serviço recebido.
Princípio da Prudência
Segundo o art. 10º, da Resolução nº 750/1993, 
do Conselho Federal de Contabilidade, o Princípio 
da Prudência determina “a adoção do menor valor 
para os componentes do Ativo e do maior para os 
do Passivo, sempre que se apresentem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido”. 
Observem os sete Princípios fundamentais da 
Contabilidade descritos na Resolução do Conselho 
Federal de Contabilidade de nº 750/93 e consagrados 
pela maioria dos autores. Assim, temos que:
§ 1º – O Princípio da PRUDÊNCIA 
impõe a escolha da hipótese de que 
resulte menor patrimônio líquido, quando 
se apresentarem opções igualmente 
aceitáveis diante dos demais Princípios 
Fundamentais de Contabilidade.
 § 2º – Observado o disposto no art. 7º 
- O Princípio da PRUDÊNCIA somente 
se aplica às mutações posteriores, 
constituindo-se ordenamentos 
indispensáveis à correta aplicação do 
Princípio da COMPETÊNCIA.
§ 3º – A aplicação do Princípio da 
PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, 
para defi nição dos valores relativos às 
variações patrimoniais, devem ser feitas 
estimativas que envolvem incertezas de 
grau variável.
89
Art. 11º – A inobservância dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade constitui 
infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 
27º, do Decreto-lei n º 9295, de 27 de maio 
de 1946 e, quando aplicável, ao Código de 
Ética Profi ssional do Contabilista.
Art. 12 º - Revogada a Resolução CFC nº 
530/81; esta Resolução entra em vigor a 
partir de 1º de janeiro de 1994.
Além desses sete princípios, existem outros 
princípios citados por outros autores:
• Princípio do Confronto das Despesas com as 
Receitas e com os Períodos Contábeis;
• Princípio da Periodicidade das 
Demonstrações Contábeis;
• Princípio da Ética e da Legalidade;
• Princípio da Legitimidade dos Registros.
Agora, para continuar a nossa construção do 
conhecimento, na próxima seção vamos falar um 
pouco sobre as Convenções Contábeis.
 2 - Compreendendo as convenções 
contábeis
As convenções são consideradas as restrições 
aos princípios contábeis. São tidas também como 
normas de caráter prático que devem ser seguidas, 
como guias, auxiliando o trabalho do profissional 
contábil. Não são consideradas criadoras de 
definições de critérios contábeis.
2.1 – A classificação das 
convenções contábeis
As Convenções Contábeis são divididas em:
• Convenção da Objetividade;
• Convenção da Materialidade;
• Convenção da Consistência.
Vamos estudar agora cada uma das 
Convenções Contábeis:
Convenção da Objetividade
O contador deve ser extremamente objetivo. 
Para realizar os registros contábeis ele deve sempre 
observar a subjetividade do lançamento contábil, 
baseando-se em elementos objetivos. Qualquer 
valor registrado deve possuir documento hábil que 
avalize seu lançamento, o objeto deve ser suscetível 
de medição e o contador não pode imprimir marca 
pessoal na avaliação do objeto.
Adotar uma atitude objetiva no registro dos 
fatos administrativos é ser neutro e imparcial diante 
da realidade patrimonial da empresa.
Segundo Hendriksen e Van Breda (1999), a 
objetividade tem sido conceituada de maneiras 
distintas por pessoas e contadores diferentes, a saber:
a) mensurações e avaliações de caráter impessoal 
ou que se configuram fora do pensamento da pessoa 
ou pessoas que as estão realizando;
b) mensurações baseadas no consenso 
profissional de experts qualificados;
c) mensurações e avaliações baseadas em 
evidências e documentação verificável;
d) valor da dispersão estatística das 
mensurações de um atributo, quando efetuadas por 
vários pesquisadores.
Em seu primeiro aspecto, não é muito fácil, 
na prática, separar completamente a qualidade 
intrínseca do que está sendo mensurado das 
crenças, mesmo que científicas do pesquisador. 
Assim, afirmamos que o ponto de transferência é 
o mais objetivo para o reconhecimento da receita, 
pois existe um valor de mercado que independe da 
pessoa do avaliador.
Embora isso seja verdadeiro, o pesquisador 
precisa tomar decisões sobre o valor do ativo que está 
sendo dado em troca. Assim, mesmo este sentido de 
objetividade pode conter em si algo de subjetivo.
Quanto ao segundo aspecto, talvez seja 
o que tenha maior peso no estágio atual de 
desenvolvimento da disciplina. Caracteriza-se como 
sentido de objetividade típico de uma disciplina 
praticada por profissionais liberais. Assim,se por 
meio da reunião de vários experts em comitês 
de pesquisa chegar-se a consenso sobre certo 
procedimento ou mensuração, mesmo que tais 
mensurações ou critérios não sejam suportados 
por evidências objetivas (no sentido mais material e 
restrito do termo), ainda assim, por representarem o 
resultado de um processo psicossocial de percepção 
por parte de segmento autorizado da profissão, 
tornam-se objetivos.
No que se refere ao terceiro critério, a ênfase 
consubstancia-se mais na evidência do que na 
Contabilidade I
90
ATENÇÃO !!!
De certa forma, os postulados, princípios e restrições são 
uma variante simplifi cada de tais leis. O ideal, todavia, seria a 
formulação axiomática da teoria da Contabilidade, já tentada 
por raros autores e em vias de aperfeiçoamento, nos estudos 
atuais, rumo a uma explicitação mais adequada.
Voce Sabia?
A sigla PEPS signifi ca Primeiro que Entra, Primeiro que Sai 
e é também conhecida por FIFO, iniciais da frase inglesa 
First In, First Out. Adotando esse critério para valoração dos 
estoques, a empresa atribuirá às mercadorias estocadas os 
custos mais recentes.
A sigla UEPS signifi ca Último que Entra, Primeiro que Sai, e é 
também conhecida por LIFO, iniciais da frase inglesa Last In, First 
Out. Adotando este critério para valoração dos seus estoques, a 
empresa sempre atribuirá às suas mercadorias em estoque os 
custos mais antigos, guardadas as devidas proporções com as 
mercadorias que entraram e saíram do estabelecimento.
Fonte: <http://www.exacon.com.br/ete/cfc/cfc110ces.pdf> 
Acesso em: 31 mar. 2012
mensuração em si. De novo, a receita é reconhecida na 
base da transferência como evidência. De acordo com 
Hendriksen e Van Breda (1999), embora a evidência 
possa ser verificável, a seleção do critério de evidência 
como base pode ser objeto de viés pessoal.
Quanto ao quarto aspecto, a maior ou menor 
objetividade de um critério de mensuração pode ser 
avaliada pelo desvio-padrão em relação à média do 
atributo que está sendo mensurado. Pode acontecer, 
todavia, que o próprio valor da média não retrate 
adequadamente o atributo considerado. 
Por exemplo, consideramos que estamos com 
PEPS, UEPS e média ponderada. 
É possível que um dos três, PEPS, UEPS ou 
média ponderada, revele um menor desvio-padrão 
à média. Isso apenas significa que as mensurações 
são mais verificáveis, mas não necessariamente 
objetivas, cientificamente falando. Pode até ocorrer 
que um critério de mensuração baseado, digamos, 
no custo histórico corrigido, apresente maior 
desvio, mas menor viés. 
Este último é determinado pelo desvio relativo, 
caracterizado pelo procedimento de mensuração 
utilizado e o “verdadeiro” valor da média do 
atributo que está sendo mensurado. Como, 
todavia, o verdadeiro valor da média não pode ser 
determinado, a diferença entre a média estimada 
e a verdadeira precisa ser calculada na base do 
julgamento subjetivo e das relações lógicas entre o 
procedimento de mensuração e o atributo que está 
sendo avaliado.
Frequentemente, na prática, devemos 
contentar-nos com sentidos menos científicos da 
objetividade. É evidente que os comitês de experts, 
antes de emitirem opiniões sobre princípios e 
procedimento contábeis, podem utilizar-se dos 
critérios estatísticos focalizados no quarto sentido 
da objetividade.
Não existem dúvidas, todavia, de que a profissão 
precisa perseguir um sentido de objetividade que 
caracterize de forma mais nítida a Contabilidade 
como uma ciência social.
Nesse aspecto, é importante que os 
relacionamentos entre causas e efeitos dos eventos 
da natureza que afetam os estados patrimoniais 
tenham explicações convincentes e que tais eventos 
possam ser produzidos em ambiente de pesquisa 
social e suas resultantes possam ser previstas.
A Contabilidade, assim, deverá chegar a um 
ponto de sua evolução no qual será possível enunciar 
as “leis” que relacionam causas e efeitos.
Não se questiona, todavia, o sentido mais prático 
e “profissional” atual da objetividade, conforme 
apresentado em seu enunciado. A Contabilidade, em 
igualdade de procedimentos quanto à sua relevância, 
preferirá os que puderem ser suportados por algum 
tipo de evidência considerada objetiva (documentos, 
normas, escritas, consenso profissional etc.).
Convenção da Materialidade
Para evitar desperdício de tempo e dinheiro, a 
Convenção da Materialidade dispõe que devem ser 
registrados na contabilidade apenas os lançamentos 
dignos de atenção e na ocasião oportuna. 
Esta convenção tem muito a ver com a análise 
do custo/benefício da informação. O contador deve, 
a todo o momento, buscar a exatidão numérica no 
lançamento, desde que o custo dessa exatidão venha 
prejudicar a empresa. Valores grandes e relevantes 
devem ter análise muito mais aperfeiçoada do que 
os valores pequenos, que podem ser tratados de 
forma mais simples e resumida.
Assim, verificamos que a restrição da 
Materialidade não pode ser enfocada do ponto de 
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vista apenas interno ou externo. Sem dúvida, no que 
nos concerne, do ponto de vista do usuário externo, 
a avaliação subjetiva do efeito de uma informação 
prestada ou negada, sob a premissa da materialidade 
ou não, é a mais importante.
Porém, não se pode negar que a materialidade 
ou não, é a mais importante. Diríamos, até, que sua 
configuração está relacionada às metas e políticas 
traçadas pela administração da entidade.
Em uma entidade em que as metas são 
estabelecidas em termos amplos e globais, haverá 
uma tendência, por parte do sistema contábil, 
de preocupar-se sempre com a materialidade 
da informação geral perante a evidenciação do 
cumprimento ou não de tais metas. Já em entidades 
cuja administração, por formação, tem o gosto pelo 
detalhe, o sistema contábil tenderá a adequar-se ao 
estilo gerencial.
Não existe um sentido absoluto de materialidade, 
nem é possível fixar critérios numéricos precisos, 
em cada caso, para estabelecer a materialidade ou 
não de uma cifra.
Assim, do ponto de vista do usuário da 
informação contábil, é material a informação ou 
cifra que, se não evidenciada ou mal evidenciada, 
poderia levá-lo a sério erro sobre a avaliação do 
empreendimento e de suas tendências.
Do ponto de vista interno, é material o 
procedimento ou cifra que, se não processada, 
afeta a qualidade e a confiabilidade do sistema de 
informação e mesmo do controle interno.
No entanto, não se pode confundir, a rigor, os 
conceitos de materialidade e de relevância. Algo 
pode ser material quanto ao valor, isoladamente 
considerado, e irrelevante, embora tal condição seja 
rara. Em contrapartida, um valor de certo atributo 
pode ser pequeno em si, mas relevante quanto às 
tendências que possa apontar.
Exemplo do primeiro aspecto: seria a 
publicação do orçamento de capital da entidade 
para os próximos dez anos. Material quanto ao 
vulto das cifras envolvidas, pode ser não relevante 
para alguns usuários.
Exemplo do segundo aspecto: numa análise 
de contas a receber, verifica-se que, em cerca de 15% 
dos casos, apresentam-se pequenos erros. Embora 
o valor dos erros possa ser de pequena monta, o 
fato de se evidenciarem em 15% dos registros pode 
encobrir falhas graves da sistemática e, portanto, 
relevantes do ponto de vista de auditoria e de 
controle interno.
Não é tarefa fácil, na prática, julgar sobre a 
materialidade ou não de uma cifra. Entretanto, 
alguns critérios gerais podem ser tentados:
1. Em relação ao usuário externo, a evidenciação 
ou não de uma cifra e a rígida adoção ou não dos 
princípios contábeis serão mais ou menos materiais 
à medida que se refiram respectivamente:
a) a eventos que refletem tendências do 
empreendimento; ou
b) a eventos não repetitivos, que afetam apenas 
um exercício.
2. As cifras relativas a receitas e despesas 
operacionais, via de regra, são mais materiais, para 
a avaliação de tendência, do que os ganhos e perdas 
ou efeitos de exercício anteriores;
3. As cifras derivantes de mudanças de critérios 
utilizados no passado são materiaiscom relação à 
avaliação do usuário. Na verdade, tal evidenciação 
se torna crítica, em alguns casos;
4. Do ponto de vista interno, os extremos de 
detalhes contábeis usualmente são imateriais para a 
qualificação da informação, como subcontas até o 
quinto grau ou o famoso exemplo de Anthony de 
calcular o custo do uso diário dos lápis dentro da 
empresa, realizando mensurações entre as diferenças 
de comprimento do lápis no dia anterior e no atual. 
Entretanto, materialidade não significa desprezo 
pelo detalhe em si, se este estiver encobrindo 
problemas maiores.
Conquanto a mensuração da materialidade seja 
objeto de estudos mais recentes, tal conceito reservará, 
sempre, uma alta dose de julgamento e de bom senso 
por parte de cada contador, em cada situação.
Convenção da Consistência
A Convenção da Consistência determina que os 
processos contábeis uma vez adotados, não devem 
ser alterados com frequência para não dificultar a 
análise dos demonstrativos contábeis.
Claro que se for necessário uma alteração para 
melhoria e evolução dos processos ela deverá ser 
realizada desde que devidamente evidenciada nas 
notas explicativas e os efeitos dela decorrentes 
devem ser bem avaliados e enunciados.
Contabilidade I
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Essa convenção (também conhecida por 
uniformidade), de grande importância na 
Contabilidade, deve também ser entendida à luz das 
restrições de entendimento por parte dos usuários 
da informação contábil. 
Porém, deve ser entendido que os contadores 
deverão refletir bastante, antes de adotar 
determinado procedimento de avaliação, a fim de 
haver a maior sequência possível de exercícios com a 
utilização dos mesmos procedimentos de avaliação.
Isso significa, contudo, que, mesmo ocorrendo 
mudanças nos cenários ou uma reflexão sobre a 
melhor utilização de outro critério, a Contabilidade 
deva, apenas para não alterar a sequência, deixar de 
introduzir essa melhoria.
Qualquer mudança de procedimento que seja 
material deverá ser claramente evidenciada em 
notas explicativas, e os efeitos dela decorrentes, 
tanto sobre o balanço quanto sobre o resultado, 
devem ser mensurados e bem enunciados.
Como complemento à possibilidade de 
avaliação de tendência, é fundamental que haja 
consistência, também, nos períodos abrangidos 
pelas demonstrações.
Por parte do usuário, deve ser entendido que 
a Contabilidade é uma linguagem especial e que 
nem todos podem, livremente, falar e escrever sem 
o auxílio de um intérprete (um técnico). Por mais 
que se procure preservar a clareza e a consistência 
de procedimentos de um exercício para outro, para 
maior facilidade de acompanhamento por parte 
do usuário, isso não deve servir de pretexto para 
a estagnação na melhoria dos procedimentos, à luz 
das circunstâncias.
Consistência e Materialidade viajam juntas, 
como de resto todos os postulados, princípios 
e convenções. No caso destas, fica mais difícil 
estabelecer regras precisas e matemáticas. Daí a 
importância de uma sólida base teórica do Contador, 
que o habilitará a escolher o melhor conjunto de 
procedimentos em cada circunstância.
Devemos conviver com esse conjunto e aplicá-lo 
da forma mais correta possível, como consequência 
do melhor de nossos esforços, e sempre lembrando 
que a nossa responsabilidade, como profissionais e 
cidadãos, é, antes de mais nada, social.
Assim, vamos continuar a nossa produção de 
conhecimentos, estudando na próxima seção as 
normas da Contabilidade. Vamos lá?
3 - As Normas da Contabilidade
ELMO
ASA
BASTÃO
SERPENTES
→ Pensamento elevado
→ Diligência
→ Investigação
→ Pesquisa 
→ Aplicação
→ Zelo
→ Poder
→ Sabedoria
Disponível em: <http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.
br/2011/09/saudacoes-amarelas.html> Acesso em: 03 abr. 2012.
De acordo com Hilário Franco (2007): 
As normas contábeis são convencionais 
e não fundamentais para o registro de 
fatos e elaboração de demonstrações 
e informações contábeis, devendo 
ser interpretadas como regras 
complementares, obedientes aos 
Princípios Fundamentais e necessárias 
como padrões de conduta ou guias-de-
orientação para o exercício profi ssional. 
O Conselho Federal de Contabilidade, na 
Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 
1993, definiu sobre as Normas Brasileiras de 
Contabilidade, que representam regras objetivas de 
conduta. Segundo essa Resolução: 
Art. 2º As Normas classifi cam-se 
em Profi ssionais e Técnicas, sendo 
enumeradas sequencialmente.
§ 1º As Normas Profi ssionais estabelecem 
regras de exercício profi ssional, 
caracterizando-se pelo prefi xo NBC P.
§ 2º As Normas Técnicas estabelecem 
conceitos doutrinários, regras 
e procedimentos aplicados de 
Contabilidade, caracterizando-se pelo 
prefi xo NBC T.
Caros(as) alunos(as), parabéns por terem chegado 
até aqui. Esses conhecimentos serão muito relevantes à 
sua carreira. Espero, sinceramente, que suas expectativas 
sobre essa disciplina tenham sido alcançadas.
Chegamos, assim, ao final de nossa última 
aula. Espero que agora tenha ficado mais claro o 
entendimento de vocês sobre os princípios, as 
normas e as convenções contábeis. 
93
Ao final de nossa disciplina, podemos afirmar 
que construímos conhecimentos interessantes e 
essenciais para a nossa formação enquanto futuros 
profissionais da área de Administração.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem! Então, para 
encerrar a Aula 08, vamos recordar os 
temas que foram abordados:
1 - Levantamento teórico dos princípios 
contábeis
A ciência contábil se norteia através de 
princípios, que nada mais são que critérios e normas 
de procedimentos a serem seguidos, ou seja, as 
regras em que se firmam toda a estrutura teórica 
para a escrituração e análise contábil. 
O objetivo dos Princípios e Convenções Contábeis, 
portanto, é conseguir a uniformização dos atos e 
fatos administrativos, bem como das demonstrações 
contábeis deles decorrentes, homologados por órgãos 
internacionais de contabilidade.
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade 
são: Princípio da Entidade; Princípio da 
Continuidade; Princípio da Oportunidade; Princípio 
do Registro pelo Valor Original; Princípio da 
Atualização Monetária; Princípio da Competência; 
Princípio da Prudência.
Além desses sete princípios, outros autores 
citam também outros princípios: Princípio do 
Confronto das Despesas com as Receitas e com os 
Períodos Contábeis; Princípio da Periodicidade das 
Demonstrações Contábeis; Princípio da Ética e da 
Legalidade; Princípio da Legitimidade dos Registros.
2 - Compreendendo as Convenções Contábeis
As convenções são consideradas as restrições 
aos princípios contábeis. São tidas também como 
normas de caráter prático que devem ser seguidas, 
como guias, auxiliando o trabalho do profissional 
contábil. As Convenções Contábeis são divididas 
em: Convenção da Objetividade; Convenção da 
Materialidade; Convenção da Consistência.
3 - As Normas da Contabilidade
As Normas Brasileiras de Contabilidade 
representam regras objetivas de conduta, são 
convencionais e não fundamentais para o registro de 
fatos e elaboração de demonstrações e informações 
contábeis, conforme definiu o Conselho Federal de 
Contabilidade, na Resolução CFC nº 751, de 29 de 
dezembro de 1993. 
As Normas da Contabilidade classificam-se em:
• Profissionais - estabelecem regras de exercício 
profissional. 
• Técnicas - estabelecem conceitos doutrinários, 
regras e procedimentos aplicados de Contabilidade.
BRAGA, Hugo Rocha; ALMEIDA, Marcelo 
Cavalcanti. Mudanças Contábeis na Lei Societária – Lei 
11.638, de 28-12-2007. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE. Princípios Fundamentais e 
Normas Brasileiras de Contabilidade: Auditoria e 
Pericia. 3. ed. Brasília: CFC, 2008.
ERNEST & YOUNG e Fipecafi. Manual de 
Normas Internacionais de Contabilidade. 1. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010.
HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, 
Michael F. Teoria da contabilidade. 5. ed. Traduzida por 
Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; José CarlosMarion. 
Contabilidade Comercial: Atualizado conforme Lei 
11638/07 e MP nº 449/08. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
RUSSO, F e OLIVEIRA, N de. Manual Prático de 
Constituição de Empresas. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
SÁ, Antônio Lopes de. Dicionário de contabilidade 
– 9. ed. (rev. e ampl.). São Paulo: Atlas, 1995.
SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. 
História da Contabilidade: Foco na Evolução das Escolas 
do Pensamento Contábil. São Paulo: Atlas, 2008.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - 
Deliberação CVM Nº 29, de 05.02.1986. Disponível 
em: <http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/
atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm>. Acesso 
em: 30 mar. 2012.
Vale a pena
Vale a pena ler
Vale a pena acessar
Contabilidade I
94
Conselho Federal de Contabilidade. Resoluções e 
Pronunciamentos. Brasília: Disponível em: <http://
www.cfc.org.br/>. Acesso em: 30 mar. 2012.
Escrituração Contábil. Disponível em: <http://
www.nfe.fazenda.gov.br>. Acesso em: 30 mar. 2012.
Contabilidade Financeira. Disponível em: <http://
contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/10/
ifrs-no-brasil.html>. Acesso em: 03 abr. 2012.
Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Disponível em: 
<http://www.otoc.pt/pt/a-ordem/comissoes/
historia-da-contabilidade/regulamento/>. Acesso 
em: 03 abr. 2012.
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