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1 LIBERDADE DE IMPRENSA E CENSURA – UM ESTUDO SOBRE A LIMITAÇÃO E ABUSOS DESSE DIREITO NO ATO DOS MINISTROS DO STF EM FACE DA REVISTA CRUSOÉ. Igor Passos Nascimento1 Marcos Vinícius Firmino Fernandes dos Santos2 RESUMO O presente artigo científico propõe discutir a atuação do Supremo Tribunal Federal ante o direito à liberdade de imprensa, quando é impactado por meio das críticas jornalísticas, sociais e políticas. Pretende-se demonstrar aqui que o sentimento de repressão à liberdade algumas vezes está presente no Estado Brasileiro e que quando atua deste modo, limitando irrestritamente direitos outorgados pela constituição, a democracia se expõe à ruína e o povo está sujeito a retroceder em relação à evolução dos seus direitos. A discussão sobre a extensão das liberdades e garantias no direito brasileiro é objeto de importantes debates sociais, contribuindo na formação intelectual dos indivíduos, sendo fundamental ressaltar que a presença dessa discussão a respeito dos direitos individuais, solidificam o Estado Democrático de Direito, uma vez que envolve a sociedade, o direito e o Estado em sua relação plúrima. Palavras-chave: Direito Constitucional. Liberdade de imprensa. Liberdade de expressão. Constituição. Direitos fundamentais. 1 Graduando em Direito pela Faculdade brasileira MULTIVIX – Vitória. 2 Graduando em Direito pela Faculdade Brasileira MULTIVIX – Vitória. 2 ABSTRACT This scientific article proposes to discuss the performance of the Federal Supreme Court before the right to freedom of the press, when it is impacted through journalistic, social and political criticism. It’s intended to demonstrate here that the feeling of repression of freedom is sometimes present in the Brazilian State and that when acting in this way, unrestrictedly limiting rights granted by the constitution, democracy exposes itself to ruin and the people are subject to regress in relation to the evolution of their rights. The discussion about the extension of liberties and guarantees on brazillian law is an object of important social debates that contribute to the intellectual formation of individuals, being fundamental to emphasize that the presence of such discussion regarding individual rights consolidate the Democratic State of Law, once it envolves the society, the law and the State in their plural relationship. Key-words: Constitucional law. Freedom of the press. Freedom of the expression. Constitution. Rigths fundamental. 1 INTRODUÇÃO O tema do presente trabalho de conclusão de curso surgiu da necessidade de se demonstrar a importância das liberdades garantidas constitucionalmente, a liberdade de expressão e de imprensa, que ajudam na estabilização da democracia, concretizam o acesso à informação e a transparência dos entes públicos. Em tempos de grande turbulência política, é importante discutir o tema que envolve todo cidadão, que concordando ou não, tem direito à liberdade aqui falada e deve respeitar, os que a exercem de forma expressiva. É importante especificar que será estudada uma atuação autoritária do Supremo Tribunal Federal em um caso específico, que fere princípios constitucionais de 3 liberdades concedidas para informação da população, ato que transparece um abuso de poder e tem como consequência diminuir a força de atuação da imprensa interferindo indiretamente na liberdade das pessoas, uma vez que a cegueira as limita de terem visões dos diferentes aspectos de mundo e da realidade política. Sobre a responsabilidade do poder público em relação à liberdade de expressão é importante destacar o que Comparato (2004) esclarece sobre a concentração de poder no Estado, nos ensinando que quanto maior a concentração do poder, mais se atribui responsabilidade ao mesmo, ou seja, quando o estado passa a restringir direitos e ser autoritário, sua ética deve ser absoluta, exposto a crítica até mesmo em suas pequenas falhas, respondendo por sua fragilidade quando busca retirar autonomia dos indivíduos. Vale lembrar que, mesmo com críticas internas, o Brasil ainda carrega certa discricionariedade para exercício de suas liberdades, não gozando de tantas restrições políticas e religiosas como países do Oriente Médio. O que acontece é que por vezes o Poder Judiciário é o maior meio de interferência na liberdade constitucionalmente outorgada. Nesse sentido, podemos dizer que estamos cercados em muitas das vezes por decisões que não trazem o exato sentido de liberdade de imprensa da Constituição, sendo confirmado do mesmo modo por Simão e Rodovalho (2017) confirmando a tese que por vezes a proteção do Estado, principalmente no que tange à atuação do poder judiciário, traz decisões contraditórias em relação aos direitos fundamentais que parecem em primeiro momento estados ditatoriais, diferindo do modelo constitucional pátrio. Essa discrepância será exposta pelas divergências entre normas, exemplificada pelo caso que será explorado como problema, em que, em meio a denúncias de corrupção do presidente do Supremo Tribunal Federal, outro resolverá censurar revista e site que divulgaram a matéria. Importante entender porque precisamos defender e lutar pela proteção da liberdade de expressão e liberdade de imprensa, segundo Simão e Rodovalho (2017) elas fundamentam e instrumentalizam melhoria na sociedade, contribuindo com a busca 4 do conhecimento e por via disso, estando propícios a alcançar a verdade, além disso, a democracia está estabilizada nestes dois direitos, contribuindo com as mudanças positivas na sociedade, vez que sem liberdade e divergências não há evolução. Mesmo trazendo como fundamento que esta liberdade contribui para o conhecimento da verdade, precisa ser reconhecido que por vezes o objeto desconhecido da liberdade são mentiras, violação aos direitos humanos e ocorrência de crimes. E devido a isso deve-se pautar pela proporcionalidade na resolução dos conflitos existente entre a hierarquia de direitos fundamentais como forma de equilibrar as relações sociais. Porém, é sabido que muitas questões de debate público se tornam perigosas armadilhas no meio da sociedade, constituindo uma dúvida se as mesmas devem ou não ser evitadas. Sarlet e Molinário (2012) trazem um ensinamento que a verdade, ou simplesmente os fatos, devem ser ditos, seja para o bem, seja para o mal, sem desejar com isso um maniqueísmo, pelo contrário, a imoralidade se encontra em inverdades e na omissão. Além disso, vale ressaltar que a sociedade também tem seus meios próprios de repressão –não sugerindo aqui meios violentos de combate-, afastando discurso violento, ou que interfira no direito do próximo por coações sociais, sem a necessidade de manifestação do Estado. O importante no meio da liberdade, é a diversidade de discurso como forma de construção de debates, garantindo as pessoas expressarem suas opiniões, demonstrarem seus sofrimento e anseios, para assim se desenvolverem como pessoas possuidoras de direito. Mesmo na esteira do perigo, Simão e Rodovalho (2017) sabiamente discernem que a ofensa à liberdade de expressão é uma gravidade enorme, punindo a sociedade como um todo, o que pode impedir o seu progresso e desenvolvimento, uma vez que os maiores desastres da humanidade foram por medidas extremamente restritivas, ou seja, traz uma lembrança história causando um descrédito as relações humanas. Pelos motivos expostos, faz-se necessário a abordagem e aprofundamento do assunto que será de grande proveito para entender as minúcias de um direito tão precioso, que valida as manifestações individuais e profissionais, verificando no caso 5 específico até onde a liberdade outorgada é concedida e como é impactada pelo seu passado restritivo. A justificativa do tema se dá na importante influênciade um processo de produção de informação de forma imparcial como meio de equilíbrio de conflitos sociais. Entretanto, mesmo com tamanha relevância de uma imprensa livre para estabilização da democracia e equilíbrio social, o direito previsto na constituição por muitas vezes é violado, casos que podem ser verificados em episódios recentes envolvendo um dos tribunais mais importantes do país que buscam repelir a atuação profissional da imprensa, limitando fatos legitimados por processos judiciais, trazendo, deste modo, a necessidade de estudo do assunto. Este artigo limitou-se em verificar como a restrição de direitos fundamentais, em especial o direito à liberdade de imprensa e liberdade de expressão, podem afetar o progresso do país, demonstrando retrocesso social tendo como referência a atuação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal no inquérito 4781 DF. O problema do presente artigo consiste em saber como a prática da censura impacta na garantia da liberdade de imprensa e liberdade de expressão e a forma correta de reprimir os excessos e abusos do uso desses direitos Constitucionais. A metodologia utilizada foi baseada no método indutivo, o qual é definido por Marconi e Lakatos (2003) como um processo que se apresenta através de dados específicos constatados que levem a concluir uma verdade geral ou universal, não exposta no conteúdo material analisado. Segundo os autores o processo de indução não tem a finalidade de extrair uma conclusão verdadeira, mas sim conclusões prováveis. Deste modo, pode se dizer que a pesquisa buscou apresentar o caso estudado, verificando as suas nuances que podem levar a uma conclusão provável do que foi a medida processual adotada pelo tribunal. A pesquisa foi baseada em revisões bibliográficas de livros e artigos, análise de legislações, busca por instrumentos jurídico-normativos, tudo isso como forma de obter um conteúdo preciso acerca da importância do tema. 6 2 REMISSÃO HISTÓRICA DA LIBERDADE DE IMPRENSA Estamos em constante evolução acerca de receber diversas informações, seja por televisão, rádio, revistas, internet e outros meios. O meio mais comum de receber informações e divulgá-las passou a ser a internet com o avanço da tecnologia. A força de expor e formar opiniões por meio da informação é fundamentada em dois direitos fundamentais e de matéria Constitucional, o direito à liberdade de expressão e o direito à liberdade de imprensa. Os direitos da liberdade de imprensa e de expressão, até serem reconhecidos como direitos fundamentais, ou seja, garantidos pela constituição, passaram por muitos obstáculos. Nessa esteira, é importante fazermos aqui uma breve menção aos períodos históricos que decorreram anteriormente à liberdade atual, para podermos entender do ponto de onde saímos, o impacto disso nos dias de hoje, e a perspectiva de onde podemos chegar. Nas palavras de João Pedro Zambianchi Caetano, podemos absorver o conhecimento acerca do período conhecido como Estado Novo, segundo o qual “Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, as liberdades foram dizimadas do povo brasileiro, com base na Constituição chamada de Polaca imposta pelo ditador. ” (2016, s/p). Vemos que as liberdades são algo que geram muitas discussões ao longo do tempo, e que antigamente o povo já era prejudicado com a restrição das liberdades, o que aconteceu e acontece também nos dias atuais de forma semelhante com a atuação horrenda do STF no caso da revista, que é o objeto desse estudo. É importante relatar também o período do regime militar, que por um lado fora um importante período para restabelecimento da ordem pública no determinado momento, por outro limitou alguns direitos e instituiu algumas restrições à imprensa, nesse diapasão, vejamos: 7 Com a entrada em vigor da Constituição de 1967, e a implementação do Regime Militar, as repressões se tornaram ainda mais severas, ganhando forças com a instituição do AI 5 e com a Lei nº 5.250/1967, a chamada Lei de Imprensa. (...) Nesse assombroso período, não apenas os pensamentos que contrariavam o governo que receberiam censuras. A partir do momento em que criaram a Censura Prévia, todas as notícias e trabalhos da imprensa deveriam passar por uma análise governamental antes de ser publicadas para só então o cidadão brasileiro conseguir acesso à determinada notícia. (CAETANO, 2016, s/p). No mesmo sentido, explica MARTINS: No decorrer do governo militar, entretanto, as empresas noticiosas entraram em conflito com os governantes, que buscavam cercear a veiculação de informações de cunho contrário às atividades ou aos interesses governamentais. O grande marco da relação entre Estado e imprensa foi o Ato Institucional n. 5, editado em 13 de dezembro de 1968. Tal ato autorizava a censura à imprensa, à música, ao teatro e ao cinema. (MARTINS, 2016, s/p). Por esse histórico de evolução quanto às repressões e as atuais garantias outorgadas pela Constituição Federal de 1988, não se pode permitir um retrocesso como ocorreu no caso da revista Crusoé no inquérito 7481 DF, a liberdade de imprensa deve ser garantida pelo Estado como fim de evolução dele e forma de garantia da constituição. 3 DIREITO FUNDAMENTAL DE LIBERDADE DE IMPRENSA VERSUS LIBERDADE DE EXPRESSÃO No artigo 5º da Constituição Federal é previsto um longo rol de direitos e garantias fundamentais, nele se encontrando duas liberdades muito confundidas por carregarem similaridade, porém sua diferenciação e discernimento é muito importante para que não possamos minimizar nenhum aspecto de ambas. (BRASIL, 1988) A liberdade de expressão é prevista no inciso IV do referido artigo constitucional, que diz: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” (BRASIL, 1988). Vemos que é uma descrição um pouco abstrata, o que não exclui o fato dela existir, e não deve a constituição especificar conceitos. 8 Para entender melhor essa garantia, podemos ter como referência a conceituação trazida por alguns doutrinadores constitucionais. José Afonso da Silva define a liberdade de expressão, tratada em sua obra como liberdade de opinião, “Trata-se da liberdade de o indivíduo adotar a atitude intelectual de sua escolha: quer um pensamento íntimo, quer seja a tomada de posição pública; liberdade de pensar e dizer o que se crê verdadeiro”. (SILVA, 2005, p.241) Ainda nesse sentido, Manoel Gonçalves filho expõe que : A manifestação mais comum do pensamento é a palavra falada, pela qual alguém se dirige a pessoa ou pessoas presentes para expor o que pensa. Essa liberdade é consagrada pelo art. 5º, IV e V. Na verdade, é ela uma das principais de todas as liberdades humanas por ser a palavra uma das características fundamentais do homem, o meio por que este transmite e recebe as lições da civilização. A liberdade da palavra, todavia, não exclui a responsabilidade pelos abusos sob sua capa cometidos.(FERREIRA FILHO, 2002, p.291). A liberdade de imprensa tem previsão de igual modo no artigo 5º da Constituição Federal, configurada conjuntamente nos incisos IX e XIV que dizem: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; (...) XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; (BRASIL, 1988) Ainda é importante ressaltar a proteção feita pelo artigo 220 da Constitução que assegura a ausência de restrição à comunicação social e aperfeiçoa ainda o inciso IX do artigo 5º ao especificar os tipos de censuras vedadas, nesse sentido segue referido artigo: Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. § 1º Nenhuma lei conterá dispositivoque possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. (BRASIL, 1988) Modernamente a liberdade de imprensa é chamada de liberdade de comunicação social, tendo um conceito mais amplo que a restrição trazida pelo nome anterior, senão, vejamos: Atualmente, com o advento de novas tecnologias de comunicação, a antiga expressão liberdade de imprensa tornou-se inadequada, pois a liberdade de 9 informação jornalística ou de comunicação social passou a significar não só a atividade em torno da imprensa e seus produtos – jornais, revistas, etc., mas também atividades e produtos originados do rádio, da televisão e, hodiernamente, da internet. (CONCEIÇÃO, 2016, p.441) Partindo desta ideia, José Afonso da Silva conceitua o direito de comunicação social como “(...)conjunto de direitos, formas, processos e veículos, que possibilitam a coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do pensamento e da informação”. (2005, p.243) Esclarecida a conceituação de cada liberdade (de expressão x de imprensa/comunicação) vale ressaltar a diferença das duas, no caso da primeira apresentada, ela está aberta para tudo o que é possível exprimir no mundo, é ampla abrangendo todos os assuntos, sendo liberdade fundamental para a formação social e intelectual das pessoas. A segunda apresentada, está restrita a um papel profissional, sendo fruto de um processo construtivo desembaraçado, sem amarras de censuras, porém, devendo ter muita cautela com os efeitos de propagação, pois liberdade de imprensa não pode ser entendida como espaço para fofocas ou mentiras. 4 LIMITES À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E IMPRENSA E OS MEIOS LEGAIS DE SE DEFENDER DE ABUSOS Liberdade é possibilidade de escolha prevista para que uma pessoa possa escolher se manifestar ou não, sobre o que entender. Contudo, essa liberdade não é absoluta, não pode ferir os direitos de outros, deve ser equilibrada entre a liberdade individual e os direitos coletivos. Sua limitação deve ser medida excepcional, pois sua previsão é de tamanha força normativa que é uma afronta sua restrição arbitrária. Ainda é possível afirmar que “Uma liberdade fundamental só pode ser limitada na medida em que sua restrição 10 signifique a efetivação de outros direitos ou princípios constitucionais”. (TORRES, 2013, p.70). Definido que tal direito não é absoluto, importante é apresentar quais são suas limitações, exceções que restringem seu exercício pleno. A Constituição não deixa clara essas hipóteses, porém é possível extrair de outros direitos fundamentais previstos que quando colocados frente a outros não podem ser suprimidos, pois isto representaria sobreposição de normas hierarquicamente iguais. Entre as primeiras limitações podemos reparar uma central no inciso IV do artigo 5º da Constituição, por ora já descrito, o qual prevê que a liberdade de expressão/manifestação está condicionada à vedação ao anonimato, ou seja, o indivíduo tem que se expor para poder exprimir sua opinião (BRASIL, 1988). A construção legislativa desta redação, foi fundamental, pois do contrário a liberdade de expressão seria uma face da violação moral. Ainda cabe ressaltar um importante limitador da liberdade tratada, a dignidade da pessoa humana, fundamento da república brasileira, previsto no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal. A liberdade de expressão é aquela que não fere a honra, não fere a dignidade, ou seja, não há liberdade para ofender pessoas imotivadamente, expressar ódio contra pessoas, grupos e classes protegidas pela lei. Tal vedação também alcança a imprensa, não devendo ser objeto de opinião jornalísticas inverdades, ofensas e informações sigilosas. Segundo Lourivaldo da Conceição “A liberdade de comunicação social colide com os direitos à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem, quando divulga fatos ou notícias de uma pessoa que possam causar-lhe danos materiais ou morais”. (2016, p.422) Mas a questão a ser pensada é identificar a real violação dos direitos individuais, discernindo qual deve prevalecer, a liberdade de expressão ou os direitos supramencionados. “Para isso deve se analisar caso a caso, não tendo uma forma automática de identificar a primazia e a extensão do que é ou não violação de uma liberdade individual. ” (CONCEIÇÃO, 2016, p.423) 11 Neste sentido, importante lição é a referente aos tipos de verdades que cercam a opinião, servindo essa análise para verificar se, de fato, o que está sendo limitado é a construção de uma ideia sobre o sujeito, que a depender do modo, pode ser facilmente abusado moralmente, ou se é uma construção elaborada de ideias, baseada nos fatores indutivos de conclusão, o que se torna difícil limitar. Para discernimos tal diferença, ficamos com lição de Edilson P. de Farias: O limite interno da veracidade, aplicado ao direito à informação, refere-se à verdade subjetiva e não à verdade objetiva. Vale dizer: no Estado Democrático de Direito, o que se exige do sujeito é um dever de diligência ou apreço pela verdade, no sentido de que seja contactada a fonte dos fatos noticiáveis e verificada a seriedade ou idoneidade da notícia antes de qualquer divulgação. (...) Ademais, a verdade objetiva em si mesma não existe ou pelo menos é desconhecida dos mortais, porquanto a realidade é apreendida por meio de “datos que ella objetivamente muestra a alguém”, ou seja, “la objetividade no está em las cosas; está unicamente em la actitud espiritual del observador”. (FARIAS, 1996, p.136). Outra importante restrição é a prevista na legislação penal que estabelece parte específica de crimes contra a honra protegendo o indivíduo que tem imputado contra si, falsamente, crimes ou fatos vexatórios e injuria que lhe fira a dignidade. Tendo essa previsão status infraconstitucional, questiona-se se a ausência de autorização constitucional tornaria ilegítima em outro meio, por consequência do conflito com o direito fundamental. Ora, não é porque a constituição não previu que não cabe tal previsão, o contrário disso é uma falácia. O direito penal se cuida a tutelar bens tão importantes, cuidando de tratar somente do necessário (princípio da intervenção mínima). Desse modo, não seria a honra um bem fundamental a ser abordado no direito Penal? Com a velocidade de compartilhamento e informações no mundo moderno, tais tipificações se fazem imperativas e necessária a fim de proteger o direito fundamental à honra. (SALGADO; LEITE; SILVA, 2010). Uma das formas de se defender de abusos do uso da liberdade de expressão é o direito de resposta, previsto constitucionalmente e definido como: a contrapartida natural à liberdade de imprensa. Sua função é tentar manter o equilíbrio entre o poder sempre crescente dos meios de comunicação e o pronto e eficaz restabelecimento da verdade, omitida ou comprometida pelo 12 veículo de comunicação social. É meio de desagravo, idôneo e hábil, a fim de que a pessoa física ou jurídica não fique inerme, impossibilitada de restaurar a verdade. (JABUR, 1999, p.223). Dessa forma, após divulgação de algo, em tese, surge para o sujeito passivo da relação jurídica a possibilidade de se manifestar na extensão em que foi agravado. Essa previsão constitucional evita o pré-julgamento das pessoas, principalmente em questões de grande repercussão, assegurando às pessoas a presunção de inocência que lhes é devida sem o trânsito em julgado. Ocorre que por muitas vezes tal direito é ignorado pela própria tendência humana de buscar respostas e acabar sendo parcial, entretanto se tal direito não for naturalmente concedido, a busca ao Poder Judiciário ainda é possível para essa concessão. Ainda sobre possível meio de se defender,temos a presença de uma ação de reparação de natureza cível com fundamento no artigo 5º, inciso x da Constituição Federal, o qual prevê que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. (BRASIL, 1988) Deste modo, além do direito de resposta também é possível uma ação para reprimir os abusos à liberdade concedida na Constituição. O que é necessário ser questionado ao se adotar tais medidas é quando podem ser realmente efetivadas e se têm força para restringir a liberdade de expressão e de imprensa, pois são medidas por vezes subjetivas e difíceis de enfrentarem plenamente as liberdades tão importantes no ordenamento jurídico brasileiro. 13 5 O CASO DA CENSURA À REVISTA CRUSOÉ E SUPOSTO ABUSO DE PODER DOS MINISTROS DO STF Recentemente um episódio tomou a internet e os jornais, “STF censura revista Crusoé e o site antagonista! ”. O episódio da censura à revista e ao site que impactou o mundo jurídico em abril, pareceu demonstrar uma fragilidade brasileira diante de um sistema garantidor de liberdades. A crítica jornalística, fundamentada em processo judicial, o qual é guiado pelo princípio do contraditório e da ampla defesa, parece ter sido capaz de inquietar o Supremo Tribunal Federal, inclusive para limitar a informação e o trabalho da imprensa. Ante a presença de uma matéria que tratava de possível caso de corrupção por parte do então presidente da Corte, alguns dos ministros resolveram, independentemente de manifestação do Ministério Público, instaurar inquérito e arbitrar medidas judiciais. Mais uma vez questiona-se a sua real intenção: proteger os direitos individuais, que posteriormente poderiam ser passíveis de outros meios de impugnação ou retaliar à liberdade de impressa que teria afetado seus membros? Ora, a limitação da liberdade aqui tratada deve ser excepcional, porém a Corte age de maneira arbitrária diante da presença de matéria fundamentada, obrigando a retirada de circulação de parte de uma revista e instauração de inquérito em face dos responsáveis. A pergunta a se fazer é: qual a legitimidade de uma decisão que desrespeita a constituição e não preenche os requisitos legais? O próprio Tribunal tem entendimento corroborando com a indagação. Em 2011 afirmaram que o Estado não dispõe de poder sobre a palavra e crítica jornalística: Arbitrária, desse modo, e inconciliável com a proteção constitucional da informação, a repressão à crítica jornalística, pois o Estado – inclusive seus juízes e tribunais – não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as idéias e sobre as convicções manifestadas pelos profissionais da imprensa (AI no 705.630-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22/3/2011, Segunda Turma, DJE de 6/4/2011).(SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2011, p. 2). Um ponto a se observar é que a intervenção do Poder Judiciário no Brasil é muito grande, atuando por muitas vezes onde os outros Poderes deveriam reger, como nos 14 casos em que atua legislando. No caso específico, como houve medidas contrárias ao que prevê a lei penal, no caso da instauração do inquérito sem manifestação do Ministério Público, questiona-se acerca da existência de abuso de autoridade na atuação dos ministros da Corte. (BRASIL, 1940) Deve ser verificado se foram preenchidos os requisitos que configuram o abuso de autoridade, tal como previsto na lei 4.898/65: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: (...) j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (BRASIL, 1965) Mesmo diante da hipótese legal é importante ressaltar que a caracterização da atuação abusiva por parte do Supremo deve ser cautelosa, pois é deles a responsabilidade de interpretação da Constituição brasileira, e sua estrutura é composta por pessoas de elevada competência e conhecimento jurídico. Fatos que também devem ser considerados é se houve realmente atentado, um ato com objetivo de retaliar o exercício da imprensa, ou se a reportagem havia algo em sua constituição que a tornava ilegal. (BRASIL, 1965). Uma importante observação a ser feita é que com a pressão popular, os ministros responsáveis recuaram em suas posições, declinando dos excessos cometidos. Ou seja, por hora o Tribunal fez papel honroso ao não legitimar a decisão, inclusive por parte do próprio relator. Por esses motivos pede-se cautela ao afirmar que aconteceu ou não abuso de autoridade. Para reafirmar a importância de tal repercussão no país, parte do legislativo federal inclinou-se a representar contra tais fatos sob o argumento de abuso de autoridade e atentado à ordem jurídica Caso se decida pela tipificação da conduta, o órgão carece de atenção, pois o abuso de autoridade deve ser repudiado em qualquer parte do poder público pois tal ato é manifestação de regimes autoritários e não de um Estado Democrático de direito fundamentado em liberdades individuais. 15 6 OUTRAS CONSEQUÊNCIA JURÍDICAS DO INQUERITO 4781 DF Além do possível abuso de autoridade, é também incidental a percepção de outras consequências jurídicas na atuação do STF em sua atuação no inquérito 4781 DF. O ato, se é que podemos dizer processual, ultrapassou a esfera doutrinária e legislativa existente, sendo uma aberração jurídica. Além de violar o direto à liberdade de imprensa, a locomoção dos agentes ficou prejudicada quando a decisão designou dever de intimação aos responsáveis pela veiculação das matérias. Vejamos no trecho da própria decisão: “A Polícia Federal deverá intimar os responsáveis pelo site O Antagonista e pela Revista CRUSOÉ para que prestem depoimentos no prazo de 72 horas. ” (Inq. 4.781 DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, decisão em 13/04/2019) (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2019) Esta decisão contrariou o próprio tribunal em decisões anteriores, como lembra Conserino (2019) acerca do julgamento da ADPF 395/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 7.6.2018 e da ADPF 444/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 7.6.2018. (ADPF-444), os quais preveem a impossibilidade da condução coercitiva de investigados. Ainda conforme Conserino (2019), o ato do Ministro pode ensejar reconhecimento de ato de improbidade administrativa, consoante artigo 11, ‘caput’ e inciso I, da Lei 8.429/92, vez que foi verificada a infringência aos princípios da administração pública, em especial o princípio da legalidade, vez que praticou ato diverso que o descrito na lei, a saber na questão de competência. (BRASIL, 1992) Conserino ainda nos aponta as violações a princípios constitucionais: princípio da impessoalidade (o STF não se confunde com as aspirações de seu presidente), princípio do juiz natural (todo cidadão tem direito a ser julgado por um juiz mediante regras objetivas preexistentes de competência jurisdicional com a garantia de imparcialidade e independência do julgador), princípio da ampla defesa (as pessoas que suportaram as suas casas e/ou domicílios reviradas não tiveram como se defender – inquérito secreto – e seus direitos e garantias individuais foram vilipendiados), princípio da inércia do Judiciário e violação a prerrogativa constitucional de inviolabilidade da casa (houve busca e apreensão sem pedido do Ministério Público), entre outros. (CONSERINO, 2019) 16 Deste modo, já percebemos que a atuação feriu mais que apenas a legislação pátria, alcançou as bases do direito brasileiro, podendo causar muita instabilidade posterior com tal ato. Além de tudo já alegado, podemos ainda falar na possibilidade de incidência de eventual usurpação de função pública, como explica o respeitável Promotor de Justiça mais uma vez: Já que a tarefa investigatória é da Polícia Judiciária e, subsidiariamente, também por decisão do Supremo Tribunal Federal, do Ministério Público, não cabendoao Poder Judiciário realizar atos de investigação, abertos ex officio, em inquérito anômalo, sem a existência de um fato concreto e de investigados definidos, e principalmente sem a participação do dominus litis da ação penal, isto é, do próprio Ministério Público, nos termos do artigo 129, I, da CF. Nessa perspectiva também se enxergou eventual abuso de poder nas diligências investigatórias. (CANSERINO, 2019) Não bastando atingir a imprensa, a população e o direito, tal ato retira a autoridade do Ministério Público nesse modo irregular de atuar, deixando a indagação, quem de fato tem forças para fiscalizar o próprio Estado? Se o estado censura, quem terá forças para censura-lo também? Com o espetáculo de horrores do inquérito 4781 DF, resta a confirmação da necessidade de diminuição da extensão da atuação do Poder Judiciário na restrição dos direito e garantias individuais. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em tempos de discussões importantes sobre política, confusões institucionais, guerra entre Poderes, o Brasil carece que liberdades e garantias sejam o centro da política brasileira, principalmente no que concerne à vida das pessoas. Durante o desenvolvimento da sociedade, o ser humano sempre esteve preocupado com a força disponível do Estado para atuar contra suas liberdades e restringir direitos. 17 Foi a partir desse incômodo com as limitações impostas pelo poder público que nos propusemos a analisar a atuação do Supremo Tribunal Federal em face a crítica jornalística feita em desfavor de um de seus ministros, de forma que pudemos averiguar que a extensa censura praticada no passado ainda tem rastros no presente. Além disso, com a pesquisa foi possível constatar a evolução das liberdades no Estado Brasileiro, pois antigamente a liberdade de expressão era bem restrita, sendo objeto de censura prévia em vários períodos importantes da história, diferente de hoje, que apesar de limitações pontuais, existe uma liberdade bem maior tanto no direito individual quanto no direito profissional. O desenvolvimento da presente pesquisa possibilitou uma análise da necessidade de mudança no que diz respeito a atuação repressiva quanto à liberdade de expressão e imprensa, que apesar delas serem outorgadas pela Constituição, o abuso de poder e o autoritarismo não permitem o tratamento de possíveis excessos da forma correta. Ao analisar informações obtidas por meio de especialistas e doutrinadores no assunto, o ensino obtido é que deve haver atuação mais consciente de forma a autorizar em primeiro momento o amplo exercício das liberdades garantidas, vindo posteriormente, em caso de abusos e ofensas, promover os meios legais de oposição. Por fim, acreditamos que o projeto alcançou a sua finalidade ao buscar entender a atuação do Supremo Tribunal Federal ante a possível prática de censura, concluindo que em determinado momento agiu sim de forma errônea vindo a relembrar momentos históricos repressivos, ficando a recomendação de que o Estado, mais que todos, tenha extrema cautela ao decidir intervir nas garantias constitucionais, como forma de evitar possíveis retrocessos e colapsos a ordem jurídica e social. 18 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIROLI, Flávia. O Jornalismo como Gestor de Consensos: limites do conflito na política e na mídia. CCI Encontro da Compós: Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Comunicação, UFJF, Juiz de Fora – MG, 2012. Disponível em: <www.compos.org.br/data/biblioteca_1837.pdf>. Acesso em 25 set. 2019. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em 10 set. 2019. 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