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LIBERDADE DE IMPRENSA E CENSURA UM ESTUDO SOBRE A LIMITAÇÃO E ABUSOS DESSE DIREITO NO ATO DOS MINISTROS DO STF EM FACE DA REVISTA CRUSOÉ

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1 
 
LIBERDADE DE IMPRENSA E CENSURA – UM ESTUDO SOBRE A LIMITAÇÃO 
E ABUSOS DESSE DIREITO NO ATO DOS MINISTROS DO STF EM FACE DA 
REVISTA CRUSOÉ. 
 
Igor Passos Nascimento1 
Marcos Vinícius Firmino Fernandes dos Santos2 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo científico propõe discutir a atuação do Supremo Tribunal Federal 
ante o direito à liberdade de imprensa, quando é impactado por meio das críticas 
jornalísticas, sociais e políticas. Pretende-se demonstrar aqui que o sentimento de 
repressão à liberdade algumas vezes está presente no Estado Brasileiro e que quando 
atua deste modo, limitando irrestritamente direitos outorgados pela constituição, a 
democracia se expõe à ruína e o povo está sujeito a retroceder em relação à evolução 
dos seus direitos. A discussão sobre a extensão das liberdades e garantias no direito 
brasileiro é objeto de importantes debates sociais, contribuindo na formação 
intelectual dos indivíduos, sendo fundamental ressaltar que a presença dessa 
discussão a respeito dos direitos individuais, solidificam o Estado Democrático de 
Direito, uma vez que envolve a sociedade, o direito e o Estado em sua relação plúrima. 
Palavras-chave: Direito Constitucional. Liberdade de imprensa. Liberdade de 
expressão. Constituição. Direitos fundamentais. 
 
 
 
 
1 Graduando em Direito pela Faculdade brasileira MULTIVIX – Vitória. 
2 Graduando em Direito pela Faculdade Brasileira MULTIVIX – Vitória. 
2 
 
ABSTRACT 
 
This scientific article proposes to discuss the performance of the Federal Supreme 
Court before the right to freedom of the press, when it is impacted through journalistic, 
social and political criticism. It’s intended to demonstrate here that the feeling of 
repression of freedom is sometimes present in the Brazilian State and that when acting 
in this way, unrestrictedly limiting rights granted by the constitution, democracy 
exposes itself to ruin and the people are subject to regress in relation to the evolution 
of their rights. The discussion about the extension of liberties and guarantees on 
brazillian law is an object of important social debates that contribute to the intellectual 
formation of individuals, being fundamental to emphasize that the presence of such 
discussion regarding individual rights consolidate the Democratic State of Law, once it 
envolves the society, the law and the State in their plural relationship. 
Key-words: Constitucional law. Freedom of the press. Freedom of the expression. 
Constitution. Rigths fundamental. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O tema do presente trabalho de conclusão de curso surgiu da necessidade de se 
demonstrar a importância das liberdades garantidas constitucionalmente, a liberdade 
de expressão e de imprensa, que ajudam na estabilização da democracia, 
concretizam o acesso à informação e a transparência dos entes públicos. 
Em tempos de grande turbulência política, é importante discutir o tema que envolve 
todo cidadão, que concordando ou não, tem direito à liberdade aqui falada e deve 
respeitar, os que a exercem de forma expressiva. 
É importante especificar que será estudada uma atuação autoritária do Supremo 
Tribunal Federal em um caso específico, que fere princípios constitucionais de 
3 
 
liberdades concedidas para informação da população, ato que transparece um abuso 
de poder e tem como consequência diminuir a força de atuação da imprensa 
interferindo indiretamente na liberdade das pessoas, uma vez que a cegueira as limita 
de terem visões dos diferentes aspectos de mundo e da realidade política. 
Sobre a responsabilidade do poder público em relação à liberdade de expressão é 
importante destacar o que Comparato (2004) esclarece sobre a concentração de 
poder no Estado, nos ensinando que quanto maior a concentração do poder, mais se 
atribui responsabilidade ao mesmo, ou seja, quando o estado passa a restringir 
direitos e ser autoritário, sua ética deve ser absoluta, exposto a crítica até mesmo em 
suas pequenas falhas, respondendo por sua fragilidade quando busca retirar 
autonomia dos indivíduos. 
Vale lembrar que, mesmo com críticas internas, o Brasil ainda carrega certa 
discricionariedade para exercício de suas liberdades, não gozando de tantas 
restrições políticas e religiosas como países do Oriente Médio. O que acontece é que 
por vezes o Poder Judiciário é o maior meio de interferência na liberdade 
constitucionalmente outorgada. 
Nesse sentido, podemos dizer que estamos cercados em muitas das vezes por 
decisões que não trazem o exato sentido de liberdade de imprensa da Constituição, 
sendo confirmado do mesmo modo por Simão e Rodovalho (2017) confirmando a tese 
que por vezes a proteção do Estado, principalmente no que tange à atuação do poder 
judiciário, traz decisões contraditórias em relação aos direitos fundamentais que 
parecem em primeiro momento estados ditatoriais, diferindo do modelo constitucional 
pátrio. 
Essa discrepância será exposta pelas divergências entre normas, exemplificada pelo 
caso que será explorado como problema, em que, em meio a denúncias de corrupção 
do presidente do Supremo Tribunal Federal, outro resolverá censurar revista e site 
que divulgaram a matéria. 
Importante entender porque precisamos defender e lutar pela proteção da liberdade 
de expressão e liberdade de imprensa, segundo Simão e Rodovalho (2017) elas 
fundamentam e instrumentalizam melhoria na sociedade, contribuindo com a busca 
4 
 
do conhecimento e por via disso, estando propícios a alcançar a verdade, além disso, 
a democracia está estabilizada nestes dois direitos, contribuindo com as mudanças 
positivas na sociedade, vez que sem liberdade e divergências não há evolução. 
Mesmo trazendo como fundamento que esta liberdade contribui para o conhecimento 
da verdade, precisa ser reconhecido que por vezes o objeto desconhecido da 
liberdade são mentiras, violação aos direitos humanos e ocorrência de crimes. E 
devido a isso deve-se pautar pela proporcionalidade na resolução dos conflitos 
existente entre a hierarquia de direitos fundamentais como forma de equilibrar as 
relações sociais. 
Porém, é sabido que muitas questões de debate público se tornam perigosas 
armadilhas no meio da sociedade, constituindo uma dúvida se as mesmas devem ou 
não ser evitadas. Sarlet e Molinário (2012) trazem um ensinamento que a verdade, ou 
simplesmente os fatos, devem ser ditos, seja para o bem, seja para o mal, sem desejar 
com isso um maniqueísmo, pelo contrário, a imoralidade se encontra em inverdades 
e na omissão. Além disso, vale ressaltar que a sociedade também tem seus meios 
próprios de repressão –não sugerindo aqui meios violentos de combate-, afastando 
discurso violento, ou que interfira no direito do próximo por coações sociais, sem a 
necessidade de manifestação do Estado. 
O importante no meio da liberdade, é a diversidade de discurso como forma de 
construção de debates, garantindo as pessoas expressarem suas opiniões, 
demonstrarem seus sofrimento e anseios, para assim se desenvolverem como 
pessoas possuidoras de direito. 
Mesmo na esteira do perigo, Simão e Rodovalho (2017) sabiamente discernem que a 
ofensa à liberdade de expressão é uma gravidade enorme, punindo a sociedade como 
um todo, o que pode impedir o seu progresso e desenvolvimento, uma vez que os 
maiores desastres da humanidade foram por medidas extremamente restritivas, ou 
seja, traz uma lembrança história causando um descrédito as relações humanas. 
Pelos motivos expostos, faz-se necessário a abordagem e aprofundamento do 
assunto que será de grande proveito para entender as minúcias de um direito tão 
precioso, que valida as manifestações individuais e profissionais, verificando no caso 
5 
 
específico até onde a liberdade outorgada é concedida e como é impactada pelo seu 
passado restritivo. 
A justificativa do tema se dá na importante influênciade um processo de produção de 
informação de forma imparcial como meio de equilíbrio de conflitos sociais. Entretanto, 
mesmo com tamanha relevância de uma imprensa livre para estabilização da 
democracia e equilíbrio social, o direito previsto na constituição por muitas vezes é 
violado, casos que podem ser verificados em episódios recentes envolvendo um dos 
tribunais mais importantes do país que buscam repelir a atuação profissional da 
imprensa, limitando fatos legitimados por processos judiciais, trazendo, deste modo, 
a necessidade de estudo do assunto. 
Este artigo limitou-se em verificar como a restrição de direitos fundamentais, em 
especial o direito à liberdade de imprensa e liberdade de expressão, podem afetar o 
progresso do país, demonstrando retrocesso social tendo como referência a atuação 
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal no inquérito 4781 DF. 
O problema do presente artigo consiste em saber como a prática da censura impacta 
na garantia da liberdade de imprensa e liberdade de expressão e a forma correta de 
reprimir os excessos e abusos do uso desses direitos Constitucionais. 
A metodologia utilizada foi baseada no método indutivo, o qual é definido por Marconi 
e Lakatos (2003) como um processo que se apresenta através de dados específicos 
constatados que levem a concluir uma verdade geral ou universal, não exposta no 
conteúdo material analisado. Segundo os autores o processo de indução não tem a 
finalidade de extrair uma conclusão verdadeira, mas sim conclusões prováveis. 
Deste modo, pode se dizer que a pesquisa buscou apresentar o caso estudado, 
verificando as suas nuances que podem levar a uma conclusão provável do que foi a 
medida processual adotada pelo tribunal. 
 A pesquisa foi baseada em revisões bibliográficas de livros e artigos, análise de 
legislações, busca por instrumentos jurídico-normativos, tudo isso como forma de 
obter um conteúdo preciso acerca da importância do tema. 
 
6 
 
2 REMISSÃO HISTÓRICA DA LIBERDADE DE IMPRENSA 
 
Estamos em constante evolução acerca de receber diversas informações, seja por 
televisão, rádio, revistas, internet e outros meios. O meio mais comum de receber 
informações e divulgá-las passou a ser a internet com o avanço da tecnologia. 
A força de expor e formar opiniões por meio da informação é fundamentada em dois 
direitos fundamentais e de matéria Constitucional, o direito à liberdade de expressão 
e o direito à liberdade de imprensa. 
Os direitos da liberdade de imprensa e de expressão, até serem reconhecidos como 
direitos fundamentais, ou seja, garantidos pela constituição, passaram por muitos 
obstáculos. 
Nessa esteira, é importante fazermos aqui uma breve menção aos períodos históricos 
que decorreram anteriormente à liberdade atual, para podermos entender do ponto de 
onde saímos, o impacto disso nos dias de hoje, e a perspectiva de onde podemos 
chegar. 
Nas palavras de João Pedro Zambianchi Caetano, podemos absorver o conhecimento 
acerca do período conhecido como Estado Novo, segundo o qual “Durante o período 
do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, as liberdades foram 
dizimadas do povo brasileiro, com base na Constituição chamada de Polaca imposta 
pelo ditador. ” (2016, s/p). 
Vemos que as liberdades são algo que geram muitas discussões ao longo do tempo, 
e que antigamente o povo já era prejudicado com a restrição das liberdades, o que 
aconteceu e acontece também nos dias atuais de forma semelhante com a atuação 
horrenda do STF no caso da revista, que é o objeto desse estudo. 
É importante relatar também o período do regime militar, que por um lado fora um 
importante período para restabelecimento da ordem pública no determinado 
momento, por outro limitou alguns direitos e instituiu algumas restrições à imprensa, 
nesse diapasão, vejamos: 
7 
 
Com a entrada em vigor da Constituição de 1967, e a implementação do 
Regime Militar, as repressões se tornaram ainda mais severas, ganhando 
forças com a instituição do AI 5 e com a Lei nº 5.250/1967, a chamada Lei de 
Imprensa. 
(...) 
Nesse assombroso período, não apenas os pensamentos que contrariavam 
o governo que receberiam censuras. A partir do momento em que criaram a 
Censura Prévia, todas as notícias e trabalhos da imprensa deveriam passar 
por uma análise governamental antes de ser publicadas para só então o 
cidadão brasileiro conseguir acesso à determinada notícia. (CAETANO, 
2016, s/p). 
No mesmo sentido, explica MARTINS: 
No decorrer do governo militar, entretanto, as empresas noticiosas entraram 
em conflito com os governantes, que buscavam cercear a veiculação de 
informações de cunho contrário às atividades ou aos interesses 
governamentais. O grande marco da relação entre Estado e imprensa foi o 
Ato Institucional n. 5, editado em 13 de dezembro de 1968. Tal ato autorizava 
a censura à imprensa, à música, ao teatro e ao cinema. (MARTINS, 2016, 
s/p). 
Por esse histórico de evolução quanto às repressões e as atuais garantias outorgadas 
pela Constituição Federal de 1988, não se pode permitir um retrocesso como ocorreu 
no caso da revista Crusoé no inquérito 7481 DF, a liberdade de imprensa deve ser 
garantida pelo Estado como fim de evolução dele e forma de garantia da constituição. 
 
 
3 DIREITO FUNDAMENTAL DE LIBERDADE DE IMPRENSA VERSUS LIBERDADE 
DE EXPRESSÃO 
 
No artigo 5º da Constituição Federal é previsto um longo rol de direitos e garantias 
fundamentais, nele se encontrando duas liberdades muito confundidas por 
carregarem similaridade, porém sua diferenciação e discernimento é muito importante 
para que não possamos minimizar nenhum aspecto de ambas. (BRASIL, 1988) 
A liberdade de expressão é prevista no inciso IV do referido artigo constitucional, que 
diz: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” (BRASIL, 
1988). Vemos que é uma descrição um pouco abstrata, o que não exclui o fato dela 
existir, e não deve a constituição especificar conceitos. 
8 
 
Para entender melhor essa garantia, podemos ter como referência a conceituação 
trazida por alguns doutrinadores constitucionais. José Afonso da Silva define a 
liberdade de expressão, tratada em sua obra como liberdade de opinião, “Trata-se da 
liberdade de o indivíduo adotar a atitude intelectual de sua escolha: quer um 
pensamento íntimo, quer seja a tomada de posição pública; liberdade de pensar e 
dizer o que se crê verdadeiro”. (SILVA, 2005, p.241) 
Ainda nesse sentido, Manoel Gonçalves filho expõe que : 
A manifestação mais comum do pensamento é a palavra falada, pela qual 
alguém se dirige a pessoa ou pessoas presentes para expor o que pensa. 
Essa liberdade é consagrada pelo art. 5º, IV e V. Na verdade, é ela uma das 
principais de todas as liberdades humanas por ser a palavra uma das 
características fundamentais do homem, o meio por que este transmite e 
recebe as lições da civilização. A liberdade da palavra, todavia, não exclui a 
responsabilidade pelos abusos sob sua capa cometidos.(FERREIRA FILHO, 
2002, p.291). 
A liberdade de imprensa tem previsão de igual modo no artigo 5º da Constituição 
Federal, configurada conjuntamente nos incisos IX e XIV que dizem: 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
(...) 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional; (BRASIL, 1988) 
Ainda é importante ressaltar a proteção feita pelo artigo 220 da Constitução que 
assegura a ausência de restrição à comunicação social e aperfeiçoa ainda o inciso IX 
do artigo 5º ao especificar os tipos de censuras vedadas, nesse sentido segue referido 
artigo: 
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer 
restrição, observado o disposto nesta Constituição. 
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivoque possa constituir embaraço à plena 
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação 
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e 
artística. (BRASIL, 1988) 
Modernamente a liberdade de imprensa é chamada de liberdade de comunicação 
social, tendo um conceito mais amplo que a restrição trazida pelo nome anterior, 
senão, vejamos: 
Atualmente, com o advento de novas tecnologias de comunicação, a antiga 
expressão liberdade de imprensa tornou-se inadequada, pois a liberdade de 
9 
 
informação jornalística ou de comunicação social passou a significar não só 
a atividade em torno da imprensa e seus produtos – jornais, revistas, etc., 
mas também atividades e produtos originados do rádio, da televisão e, 
hodiernamente, da internet. (CONCEIÇÃO, 2016, p.441) 
Partindo desta ideia, José Afonso da Silva conceitua o direito de comunicação social 
como “(...)conjunto de direitos, formas, processos e veículos, que possibilitam a 
coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do pensamento e da 
informação”. (2005, p.243) 
Esclarecida a conceituação de cada liberdade (de expressão x de 
imprensa/comunicação) vale ressaltar a diferença das duas, no caso da primeira 
apresentada, ela está aberta para tudo o que é possível exprimir no mundo, é ampla 
abrangendo todos os assuntos, sendo liberdade fundamental para a formação social 
e intelectual das pessoas. 
A segunda apresentada, está restrita a um papel profissional, sendo fruto de um 
processo construtivo desembaraçado, sem amarras de censuras, porém, devendo ter 
muita cautela com os efeitos de propagação, pois liberdade de imprensa não pode ser 
entendida como espaço para fofocas ou mentiras. 
 
 
4 LIMITES À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E IMPRENSA E OS MEIOS LEGAIS 
DE SE DEFENDER DE ABUSOS 
 
Liberdade é possibilidade de escolha prevista para que uma pessoa possa escolher 
se manifestar ou não, sobre o que entender. Contudo, essa liberdade não é absoluta, 
não pode ferir os direitos de outros, deve ser equilibrada entre a liberdade individual e 
os direitos coletivos. 
Sua limitação deve ser medida excepcional, pois sua previsão é de tamanha força 
normativa que é uma afronta sua restrição arbitrária. Ainda é possível afirmar que 
“Uma liberdade fundamental só pode ser limitada na medida em que sua restrição 
10 
 
signifique a efetivação de outros direitos ou princípios constitucionais”. (TORRES, 
2013, p.70). 
Definido que tal direito não é absoluto, importante é apresentar quais são suas 
limitações, exceções que restringem seu exercício pleno. A Constituição não deixa 
clara essas hipóteses, porém é possível extrair de outros direitos fundamentais 
previstos que quando colocados frente a outros não podem ser suprimidos, pois isto 
representaria sobreposição de normas hierarquicamente iguais. 
Entre as primeiras limitações podemos reparar uma central no inciso IV do artigo 5º 
da Constituição, por ora já descrito, o qual prevê que a liberdade de 
expressão/manifestação está condicionada à vedação ao anonimato, ou seja, o 
indivíduo tem que se expor para poder exprimir sua opinião (BRASIL, 1988). A 
construção legislativa desta redação, foi fundamental, pois do contrário a liberdade de 
expressão seria uma face da violação moral. 
Ainda cabe ressaltar um importante limitador da liberdade tratada, a dignidade da 
pessoa humana, fundamento da república brasileira, previsto no artigo 1º, inciso III da 
Constituição Federal. A liberdade de expressão é aquela que não fere a honra, não 
fere a dignidade, ou seja, não há liberdade para ofender pessoas imotivadamente, 
expressar ódio contra pessoas, grupos e classes protegidas pela lei. Tal vedação 
também alcança a imprensa, não devendo ser objeto de opinião jornalísticas 
inverdades, ofensas e informações sigilosas. 
Segundo Lourivaldo da Conceição “A liberdade de comunicação social colide com os 
direitos à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem, quando divulga fatos ou 
notícias de uma pessoa que possam causar-lhe danos materiais ou morais”. (2016, 
p.422) 
Mas a questão a ser pensada é identificar a real violação dos direitos individuais, 
discernindo qual deve prevalecer, a liberdade de expressão ou os direitos 
supramencionados. “Para isso deve se analisar caso a caso, não tendo uma forma 
automática de identificar a primazia e a extensão do que é ou não violação de uma 
liberdade individual. ” (CONCEIÇÃO, 2016, p.423) 
11 
 
Neste sentido, importante lição é a referente aos tipos de verdades que cercam a 
opinião, servindo essa análise para verificar se, de fato, o que está sendo limitado é a 
construção de uma ideia sobre o sujeito, que a depender do modo, pode ser facilmente 
abusado moralmente, ou se é uma construção elaborada de ideias, baseada nos 
fatores indutivos de conclusão, o que se torna difícil limitar. 
Para discernimos tal diferença, ficamos com lição de Edilson P. de Farias: 
O limite interno da veracidade, aplicado ao direito à informação, refere-se à 
verdade subjetiva e não à verdade objetiva. Vale dizer: no Estado 
Democrático de Direito, o que se exige do sujeito é um dever de diligência ou 
apreço pela verdade, no sentido de que seja contactada a fonte dos fatos 
noticiáveis e verificada a seriedade ou idoneidade da notícia antes de 
qualquer divulgação. (...) Ademais, a verdade objetiva em si mesma não 
existe ou pelo menos é desconhecida dos mortais, porquanto a realidade é 
apreendida por meio de “datos que ella objetivamente muestra a alguém”, ou 
seja, “la objetividade no está em las cosas; está unicamente em la actitud 
espiritual del observador”. (FARIAS, 1996, p.136). 
Outra importante restrição é a prevista na legislação penal que estabelece parte 
específica de crimes contra a honra protegendo o indivíduo que tem imputado contra 
si, falsamente, crimes ou fatos vexatórios e injuria que lhe fira a dignidade. 
Tendo essa previsão status infraconstitucional, questiona-se se a ausência de 
autorização constitucional tornaria ilegítima em outro meio, por consequência do 
conflito com o direito fundamental. 
Ora, não é porque a constituição não previu que não cabe tal previsão, o contrário 
disso é uma falácia. O direito penal se cuida a tutelar bens tão importantes, cuidando 
de tratar somente do necessário (princípio da intervenção mínima). Desse modo, não 
seria a honra um bem fundamental a ser abordado no direito Penal? Com a velocidade 
de compartilhamento e informações no mundo moderno, tais tipificações se fazem 
imperativas e necessária a fim de proteger o direito fundamental à honra. (SALGADO; 
LEITE; SILVA, 2010). 
Uma das formas de se defender de abusos do uso da liberdade de expressão é o 
direito de resposta, previsto constitucionalmente e definido como: 
a contrapartida natural à liberdade de imprensa. Sua função é tentar manter 
o equilíbrio entre o poder sempre crescente dos meios de comunicação e o 
pronto e eficaz restabelecimento da verdade, omitida ou comprometida pelo 
12 
 
veículo de comunicação social. É meio de desagravo, idôneo e hábil, a fim de 
que a pessoa física ou jurídica não fique inerme, impossibilitada de restaurar 
a verdade. (JABUR, 1999, p.223). 
Dessa forma, após divulgação de algo, em tese, surge para o sujeito passivo da 
relação jurídica a possibilidade de se manifestar na extensão em que foi agravado. 
Essa previsão constitucional evita o pré-julgamento das pessoas, principalmente em 
questões de grande repercussão, assegurando às pessoas a presunção de inocência 
que lhes é devida sem o trânsito em julgado. Ocorre que por muitas vezes tal direito 
é ignorado pela própria tendência humana de buscar respostas e acabar sendo 
parcial, entretanto se tal direito não for naturalmente concedido, a busca ao Poder 
Judiciário ainda é possível para essa concessão. 
Ainda sobre possível meio de se defender,temos a presença de uma ação de 
reparação de natureza cível com fundamento no artigo 5º, inciso x da Constituição 
Federal, o qual prevê que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação”. (BRASIL, 1988) 
Deste modo, além do direito de resposta também é possível uma ação para reprimir 
os abusos à liberdade concedida na Constituição. O que é necessário ser questionado 
ao se adotar tais medidas é quando podem ser realmente efetivadas e se têm força 
para restringir a liberdade de expressão e de imprensa, pois são medidas por vezes 
subjetivas e difíceis de enfrentarem plenamente as liberdades tão importantes no 
ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
5 O CASO DA CENSURA À REVISTA CRUSOÉ E SUPOSTO ABUSO DE PODER 
DOS MINISTROS DO STF 
 
Recentemente um episódio tomou a internet e os jornais, “STF censura revista Crusoé 
e o site antagonista! ”. O episódio da censura à revista e ao site que impactou o mundo 
jurídico em abril, pareceu demonstrar uma fragilidade brasileira diante de um sistema 
garantidor de liberdades. A crítica jornalística, fundamentada em processo judicial, o 
qual é guiado pelo princípio do contraditório e da ampla defesa, parece ter sido capaz 
de inquietar o Supremo Tribunal Federal, inclusive para limitar a informação e o 
trabalho da imprensa. 
Ante a presença de uma matéria que tratava de possível caso de corrupção por parte 
do então presidente da Corte, alguns dos ministros resolveram, independentemente 
de manifestação do Ministério Público, instaurar inquérito e arbitrar medidas judiciais. 
Mais uma vez questiona-se a sua real intenção: proteger os direitos individuais, que 
posteriormente poderiam ser passíveis de outros meios de impugnação ou retaliar à 
liberdade de impressa que teria afetado seus membros? 
Ora, a limitação da liberdade aqui tratada deve ser excepcional, porém a Corte age 
de maneira arbitrária diante da presença de matéria fundamentada, obrigando a 
retirada de circulação de parte de uma revista e instauração de inquérito em face dos 
responsáveis. A pergunta a se fazer é: qual a legitimidade de uma decisão que 
desrespeita a constituição e não preenche os requisitos legais? 
O próprio Tribunal tem entendimento corroborando com a indagação. Em 2011 
afirmaram que o Estado não dispõe de poder sobre a palavra e crítica jornalística: 
Arbitrária, desse modo, e inconciliável com a proteção constitucional da 
informação, a repressão à crítica jornalística, pois o Estado – inclusive seus 
juízes e tribunais – não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as 
idéias e sobre as convicções manifestadas pelos profissionais da imprensa 
(AI no 705.630-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22/3/2011, 
Segunda Turma, DJE de 6/4/2011).(SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2011, 
p. 2). 
Um ponto a se observar é que a intervenção do Poder Judiciário no Brasil é muito 
grande, atuando por muitas vezes onde os outros Poderes deveriam reger, como nos 
14 
 
casos em que atua legislando. No caso específico, como houve medidas contrárias 
ao que prevê a lei penal, no caso da instauração do inquérito sem manifestação do 
Ministério Público, questiona-se acerca da existência de abuso de autoridade na 
atuação dos ministros da Corte. (BRASIL, 1940) 
Deve ser verificado se foram preenchidos os requisitos que configuram o abuso de 
autoridade, tal como previsto na lei 4.898/65: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
(...) 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
(BRASIL, 1965) 
Mesmo diante da hipótese legal é importante ressaltar que a caracterização da 
atuação abusiva por parte do Supremo deve ser cautelosa, pois é deles a 
responsabilidade de interpretação da Constituição brasileira, e sua estrutura é 
composta por pessoas de elevada competência e conhecimento jurídico. 
Fatos que também devem ser considerados é se houve realmente atentado, um ato 
com objetivo de retaliar o exercício da imprensa, ou se a reportagem havia algo em 
sua constituição que a tornava ilegal. (BRASIL, 1965). 
Uma importante observação a ser feita é que com a pressão popular, os ministros 
responsáveis recuaram em suas posições, declinando dos excessos cometidos. Ou 
seja, por hora o Tribunal fez papel honroso ao não legitimar a decisão, inclusive por 
parte do próprio relator. Por esses motivos pede-se cautela ao afirmar que aconteceu 
ou não abuso de autoridade. 
Para reafirmar a importância de tal repercussão no país, parte do legislativo federal 
inclinou-se a representar contra tais fatos sob o argumento de abuso de autoridade e 
atentado à ordem jurídica 
Caso se decida pela tipificação da conduta, o órgão carece de atenção, pois o abuso 
de autoridade deve ser repudiado em qualquer parte do poder público pois tal ato é 
manifestação de regimes autoritários e não de um Estado Democrático de direito 
fundamentado em liberdades individuais. 
 
15 
 
6 OUTRAS CONSEQUÊNCIA JURÍDICAS DO INQUERITO 4781 DF 
 
Além do possível abuso de autoridade, é também incidental a percepção de outras 
consequências jurídicas na atuação do STF em sua atuação no inquérito 4781 DF. O 
ato, se é que podemos dizer processual, ultrapassou a esfera doutrinária e legislativa 
existente, sendo uma aberração jurídica. 
Além de violar o direto à liberdade de imprensa, a locomoção dos agentes ficou 
prejudicada quando a decisão designou dever de intimação aos responsáveis pela 
veiculação das matérias. Vejamos no trecho da própria decisão: “A Polícia Federal 
deverá intimar os responsáveis pelo site O Antagonista e pela Revista CRUSOÉ para 
que prestem depoimentos no prazo de 72 horas. ” (Inq. 4.781 DF, Rel. Min. Alexandre 
de Moraes, decisão em 13/04/2019) (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2019) 
Esta decisão contrariou o próprio tribunal em decisões anteriores, como lembra 
Conserino (2019) acerca do julgamento da ADPF 395/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 7.6.2018 e da ADPF 444/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 
7.6.2018. (ADPF-444), os quais preveem a impossibilidade da condução coercitiva de 
investigados. 
Ainda conforme Conserino (2019), o ato do Ministro pode ensejar reconhecimento de 
ato de improbidade administrativa, consoante artigo 11, ‘caput’ e inciso I, da Lei 
8.429/92, vez que foi verificada a infringência aos princípios da administração pública, 
em especial o princípio da legalidade, vez que praticou ato diverso que o descrito na 
lei, a saber na questão de competência. (BRASIL, 1992) 
Conserino ainda nos aponta as violações a princípios constitucionais: 
princípio da impessoalidade (o STF não se confunde com as aspirações de 
seu presidente), princípio do juiz natural (todo cidadão tem direito a ser 
julgado por um juiz mediante regras objetivas preexistentes de competência 
jurisdicional com a garantia de imparcialidade e independência do julgador), 
princípio da ampla defesa (as pessoas que suportaram as suas casas e/ou 
domicílios reviradas não tiveram como se defender – inquérito secreto – e 
seus direitos e garantias individuais foram vilipendiados), princípio da inércia 
do Judiciário e violação a prerrogativa constitucional de inviolabilidade da 
casa (houve busca e apreensão sem pedido do Ministério Público), entre 
outros. (CONSERINO, 2019) 
16 
 
Deste modo, já percebemos que a atuação feriu mais que apenas a legislação pátria, 
alcançou as bases do direito brasileiro, podendo causar muita instabilidade posterior 
com tal ato. 
Além de tudo já alegado, podemos ainda falar na possibilidade de incidência de 
eventual usurpação de função pública, como explica o respeitável Promotor de Justiça 
mais uma vez: 
Já que a tarefa investigatória é da Polícia Judiciária e, subsidiariamente, 
também por decisão do Supremo Tribunal Federal, do Ministério Público, não 
cabendoao Poder Judiciário realizar atos de investigação, abertos ex officio, 
em inquérito anômalo, sem a existência de um fato concreto e de investigados 
definidos, e principalmente sem a participação do dominus litis da ação penal, 
isto é, do próprio Ministério Público, nos termos do artigo 129, I, da CF. Nessa 
perspectiva também se enxergou eventual abuso de poder nas diligências 
investigatórias. (CANSERINO, 2019) 
Não bastando atingir a imprensa, a população e o direito, tal ato retira a autoridade do 
Ministério Público nesse modo irregular de atuar, deixando a indagação, quem de fato 
tem forças para fiscalizar o próprio Estado? Se o estado censura, quem terá forças 
para censura-lo também? 
Com o espetáculo de horrores do inquérito 4781 DF, resta a confirmação da 
necessidade de diminuição da extensão da atuação do Poder Judiciário na restrição 
dos direito e garantias individuais. 
 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Em tempos de discussões importantes sobre política, confusões institucionais, guerra 
entre Poderes, o Brasil carece que liberdades e garantias sejam o centro da política 
brasileira, principalmente no que concerne à vida das pessoas. 
Durante o desenvolvimento da sociedade, o ser humano sempre esteve preocupado 
com a força disponível do Estado para atuar contra suas liberdades e restringir 
direitos. 
17 
 
Foi a partir desse incômodo com as limitações impostas pelo poder público que nos 
propusemos a analisar a atuação do Supremo Tribunal Federal em face a crítica 
jornalística feita em desfavor de um de seus ministros, de forma que pudemos 
averiguar que a extensa censura praticada no passado ainda tem rastros no presente. 
Além disso, com a pesquisa foi possível constatar a evolução das liberdades no 
Estado Brasileiro, pois antigamente a liberdade de expressão era bem restrita, sendo 
objeto de censura prévia em vários períodos importantes da história, diferente de hoje, 
que apesar de limitações pontuais, existe uma liberdade bem maior tanto no direito 
individual quanto no direito profissional. 
O desenvolvimento da presente pesquisa possibilitou uma análise da necessidade de 
mudança no que diz respeito a atuação repressiva quanto à liberdade de expressão e 
imprensa, que apesar delas serem outorgadas pela Constituição, o abuso de poder e 
o autoritarismo não permitem o tratamento de possíveis excessos da forma correta. 
Ao analisar informações obtidas por meio de especialistas e doutrinadores no assunto, 
o ensino obtido é que deve haver atuação mais consciente de forma a autorizar em 
primeiro momento o amplo exercício das liberdades garantidas, vindo posteriormente, 
em caso de abusos e ofensas, promover os meios legais de oposição. 
Por fim, acreditamos que o projeto alcançou a sua finalidade ao buscar entender a 
atuação do Supremo Tribunal Federal ante a possível prática de censura, concluindo 
que em determinado momento agiu sim de forma errônea vindo a relembrar momentos 
históricos repressivos, ficando a recomendação de que o Estado, mais que todos, 
tenha extrema cautela ao decidir intervir nas garantias constitucionais, como forma de 
evitar possíveis retrocessos e colapsos a ordem jurídica e social. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
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