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Improbidade Administrativa - Lei n 8 42992

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PC-RJ
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PRÉ-edital
DIREITO ADMINISTRATIVO
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI N 8.429/1992
Livro Eletrônico
LISIANE BRITO
Professora de Direito Administrativo, especia-
lista em preparação para concursos públicos. 
Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão 
Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na 
OAB/MG desde 1997. Graduada em direito pela 
Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga expe-
riência como docente, tendo ministrado aulas 
de Direito Administrativo nos principais cursos 
preparatórios do país. Já participou de bancas 
examinadoras e elaboração de questões para 
processos seletivos. Atua como advogada e 
consultora de empresas na área de Licitações 
e Contratos. 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Improbidade Administrativa – Lei n 8.429/1992
Prof.ª Lisiane Brito
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SUMÁRIO
Lei n. 8.429, de 2 de Junho de 1992 .............................................................5
Introdução ................................................................................................5
Conceito ....................................................................................................6
A Improbidade Administrativa no Direito Brasileiro ..........................................7
Base Constitucional da Improbidade ..............................................................9
Autonomia da Responsabilidade Administrativa por Improbidade .....................11
A Lei n. 8.249/1992 ..................................................................................11
O Autor na Ação de Improbidade ................................................................13
O Réu na Ação de Improbidade ..................................................................14
Categorias de Improbidade Administrativa ...................................................15
Atos que Importam em Enriquecimento Ilícito (Art. 9º.) .................................17
Atos que Causam Lesão ao Erário (Art. 10 ) ................................................18
Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação 
Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário – incluído pela Lei Complementar 
n. 257, de 2016 – (Art. 10 -A) ...................................................................20
Atos que atentam contra os Princípios da Administração Pública (Art. 11) .........20
Sanções e Gradação das Penas ...................................................................22
O Princípio da Insignificância e sua Aplicabilidade na LIA ................................24
Medidas Cautelares na LIA .........................................................................25
Afastamento Preventivo do Agente Público ...................................................28
O Processo Judicial ...................................................................................29
Notificação Prévia do Agente Público ...........................................................31
O Recebimento da Petição Inicial ................................................................33
O MP e a Ação de Improbidade ..................................................................33
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Improbidade Administrativa – Lei n 8.429/1992
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Inexistência de Foro Privilegiado .................................................................35
Prescrição................................................................................................36
Questões de Concurso ...............................................................................39
Gabarito ..................................................................................................51
Questões Comentadas ...............................................................................52
Anexo 1. Lei n. 8.429/1992 .......................................................................55
Lei n. 8.429, de 2 de Junho de 1992. ..........................................................55
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Improbidade Administrativa – Lei n 8.429/1992
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LEI N. 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
Introdução
O tema da improbidade administrativa é de grande importância no direito brasi-
leiro, assim como a evolução da jurisprudência nesses últimos anos.
A Constituição traçou um pilar que norteou o legislador infraconstitucional a 
implementar uma lei eficaz – a Lei n. 8.249/1992 (Lei de Improbidade Adminis-
trativa – LIA), que se tornou um marco e também uma grande conquista para a 
sociedade.
O ordenamento jurídico brasileiro, tendo como referência a Constituição da Re-
pública, buscou normas para combater a improbidade administrativa. O professor 
Kyoshi Harada1, ensina que
a improbidade administrativa é um cancro que corrói a administração pública. Pelo seu 
efeito perverso, que afeta a vida da sociedade causando descrédito e revolta contra a 
classe dirigente em geral, acaba por minar os princípios basilares que estruturam o Es-
tado Democrático de Direito.
Prevenir e atacar a corrupção na administração pública e a falta de probidade 
dos agentes públicos é o foco da Lei de Improbidade Administrativa.
A existência da LIA, obviamente, não fez com que fosse extinta a improbidade 
no âmbito da administração pública, mas veio assegurar que o exercício de função 
pública pelo agente público seja realizado em prol do Povo, único e real detentor 
do Poder do Estado.
1 HARADA, Kyoshi. Improbidade Administrativa.
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https://jus.com.br/tudo/improbidade-administrativa
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Conceito
Antes de tentar absorver o conteúdo da LIA devemos buscar o significado do 
termo improbidade.
Discorrendo acerca desse tema, o autor De Plácido e Silva2 diz que
improbidade revela a qualidade do homem que não procede bem, por não ser honesto, 
que age indignamente, por não ter caráter, que não atua com decência, por ser amoral.
Importa ressaltar que não foi tarefa simples para os doutrinadores conceituar 
o ato de improbidade. Ao contrário, essa tarefa já foi causa de discussões doutri-
nárias, já que Constituição não traz uma definição clara, como nos informa José 
Adércio Leite Sampaio3
Releva notar que a Carta Federal não define o que seja (im)probidade administrativa, 
posto que a ela se refira diversas vezes. Entretanto, dispõe que os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, 
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao patrimônio público, na formae grada-
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (CF, art. 37, 4º)
Podemos dizer que a improbidade em geral é, na verdade a qualidade de uma 
ação ímproba, sem honestidade.
Apesar das discussões doutrinárias, podemos encontrar diversos conceitos para 
o ato de improbidade. Vejamos alguns deles:
Entende-se por ato de improbidade má qualidade, imoralidade, malícia. Juridicamente, 
lega-se ao sentido de desonestidade, má fama, incorreção, má conduta, má índole, mau 
caráter. (Luiz Alberto Ferracini4)
2 SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 27ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense. 2006.
3 SAMPAIO, José Adércio Leite. Improbidade Administrativa: 10 anos da Lei n. 8.249/1992. Belo Horizonte: 
Ed. Del Rey. 2002.
4 FERRACINI, Luiz Alberto. Improbidade Administrativa São Paulo: Julex Edições, 1997.
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Improbidade administrativa consiste na ação ou omissão violadora do dever constitucio-
nal de moralidade n exercício da função pública, que acarreta a imposição de sanções 
civis, administrativas e penais, de modo cumulativo ou não, tal como definido em lei 
(Marçal Justen Filho5)
Podemos dizer, então, que improbidade administrativa é o comportamento que 
viola a honestidade e a lealdade esperadas no trato da coisa púbica, seja na con-
dição de agente público ou de parceiro privado. Improbidade administrativa repre-
senta a desconsideração da lealdade objetivamente assumida por quem lida com 
bens e poderes cujo titular último é o povo.
A Improbidade Administrativa no Direito Brasileiro
É interessante ter conhecimento acerca de como a legislação brasileira tra-
tou ao longo dos anos o tema da responsabilidade administrativa da conduta do 
agente público.
1) Em 1941, o Decreto–lei n. 3240 foi uma normas precursoras na disciplina 
desse tema. O artigo 1º dispunha que ficariam sujeitos a sequestro os bens 
de pessoa indiciada por crime de que resulta prejuízo para a fazenda pública, 
ou por crime definido no Livro II, Títulos V, VI e VII do Código Penal, desde 
que resultasse locupletamento ilícito para o indiciado.
2) Em 1946, a Constituição Federal trouxe no art. 141, § 31 a seguinte norma:
“ Art. 141. A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, a segurança individual e 
à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
5 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo., 7ª.ed. Belo Horizonte: Fórum. 2011.
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§ 31 – Não haverá pena de morte, de banimento, de confisco nem de caráter perpétuo. 
São ressalvadas, quanto à pena de morte, as disposições da legislação militar em tempo 
de guerra com país estrangeiro. A lei disporá sobre o sequestro e o perdimento de 
bens, no caso de enriquecimento ilícito, por influência ou com abuso de cargo 
ou função pública, ou de emprego em entidade autárquica
3) Posteriormente, em 1957, a Lei n. 3164/1957 tratou do tema, determinando 
“o sequestro e a perda em favor da Fazenda Pública dos bens adquiridos por 
servidor público, por influência ou abuso de cargo ou função pública, ou de 
emprego em entidade autárquica, sem prejuízo da responsabilidade crimi-
nal em que tenha incorrido”. Essa lei também determinava que ainda que o 
agente fosse absolvido ou fosse extinta a ação criminal, nada impediria que 
fossem incorporados à Fazenda Pública os bens do agente, protegidos os 
direitos de terceiros de boa fé. Por fim, a lei determinava que a Ação seria 
proposta pelo Ministério Público ou qualquer pessoa do povo.
4) Em 1958 veio a Lei n. 3502/58, que regulamentou o sequestro e o perdi-
mento de bens do agente em caso de enriquecimento ilícito por influência ou 
abuso do cargo ou função.
5) No ano de 1965 veio outra Lei importante: A Lei de Ação Popular (Lei 
n. 4717/1965), cujo objetivo era proteger o patrimônio público contra atos 
ilegais e lesivos.
6) Durante os anos de ditadura militar também se operaram mudanças: O AI 
14/69 deu nova redação ao art.153, §11 da Constituição, que determinou o 
seguinte:
Art. 153. A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes;
(...)
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§ 11. Não haverá pena de morte, de prisão perpétua, de banimento, ou confisco, salvo 
nos casos de guerra externa, psicológica adversa, ou revolucionária ou subversiva, nos 
termos que a lei determinar. Esta disporá, também, sobre o perdimento de bens 
por danos causados ao erário, ou no caso de enriquecimento ilícito no exercício 
do cargo, função ou emprego na Administração Pública, direta ou indireta.
7) Chegamos, enfim, à Constituição Federal de 1988, que veio explicitamente 
tratar do combate à improbidade administrativa e exigir uma legislação mais eficaz 
e capaz de combater a ilegalidade, imoralidade no trato da coisa pública.
Base Constitucional da Improbidade
A Constituição Federal de 1988 trouxe ao Estado brasileiro uma visão moderna 
da relação entre o Poder e o Povo. O art. 1º, parágrafo único, da CF aponta clara-
mente quem é o detentor do Poder:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados 
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos:
(...)
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Diante disso, sendo o titular de todo Poder o Povo, quando outorgou o exercí-
cio desse Poder a seus Representantes, determinou que a Administração Pública 
do Estado observasse vários princípios, impondo forte responsabilidade aos atos 
de improbidade.
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Alexandre de Moraes6 trata do tema em sua obra nos seguintes termos:
a finalidade do combate constitucional à improbidade administrativa é evitar que os 
agentes públicos atuem em detrimento do Estado, pois como já salientava Platão, a 
punição e afastamento da vida pública dos agentes corruptos pretende fixar uma regra 
proibitiva, de que os servidores públicos não se deixem ‘induzir por preço nenhum a agir 
em detrimento dos interessesdo Estado’
O combate à improbidade administrativa está previsto no artigo 37, parágrafo 
4º, da Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao 
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível...
Por outro lado, a própria CF/88 definiu como crime de responsabilidade do Pre-
sidente da República a prática de ato que viole a probidade administrativa:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que aten-
tem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
(...)
V – a probidade na administração;
Com isso a Constituição de 1988 lançou as bases para a responsabilização ad-
ministrativa da improbidade, com fundamento constitucional.
6 MORAES, Alexandre. Direito constitucional administrativo. São Paulo: Editora Atlas.
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Autonomia da Responsabilidade Administrativa por Improbidade
O Texto Constitucional estabeleceu uma autonomia da responsabilidade por ato 
de improbidade administrativa, que se apoia na sistemática de princípios funda-
mentais, do tratamento da coisa pública, ou seja, o agir em exercício de função 
pública é manter uma atuação em nome da sociedade, em prol do titular do Poder 
do Estado, o Povo. A consequência direta disso é que a atuação pública deve se 
pautar na transparência, prestação de contas e responsabilidade.
Isso justifica a enumeração de direitos e garantias fundamentais no art. 5º da 
CF/88, dentre os quais o direito do cidadão de exigir a proteção, por via de Ação 
Popular, contra a prática de ato lesivo ao patrimônio público, englobando o patri-
mônio histórico, cultural e ainda o meio ambiente.
Assim, a Constituição deu uma clara autonomia à responsabilidade por ato de 
improbidade, vedando a prática de improbidade administrativa e abrindo caminho 
para a Lei n. 8.429/1992.
A Lei n. 8.249/1992
A Lei de Improbidade Administrativa é um marco legal de grande importância 
para a responsabilização de ato de improbidade administrativa.
Após a regulamentação do texto constitucional trazida pela LIA, passou-se a 
punir não somente as condutas que causem lesão ao erário, mas também o enri-
quecimento ilícito e aquelas que afrontem os princípios que regem a Administração 
Pública. A moralidade e a legalidade encontraram reforço eficaz na imposição da 
conduta correta ao agente público, principalmente pelo que dispõe seu art. 11.
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Vale a pena ver a lição de Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves12 a respeito 
do artigo 11 da LIA7:
A leitura do caput do dispositivo denota claramente que a improbidade poderá estar 
consubstanciada com a violação aos princípios da legalidade e da imparcialidade (im-
pessoalidade), o mesmo ocorrendo com a inobservância dos valores de honestidade e 
lealdade às instituições, derivações diretas do princípio da moralidade. A moralidade, 
por sua vez, concentra o sumo de todos os valores extraídos dos princípios regentes 
da atividade estatal, o que permite dizer que a tipologia constante do art. 11 da Lei n. 
8.249/1992 a todos alcança, ainda que advenham de princípios implícitos no sistema. 
Evidentemente, o rol de princípios constante do art. 11 é meramente exemplificativo, 
pois não seria dado ao legislador infraconstitucional restringir ou suprimir aqueles pre-
vistos na Constituição.
É importante salientar que a jurisprudência também já consolidou entendimen-
to da necessidade de conduta de má-fé para que se configure um ato improbo. 
Nesse sentido, observou o Ministro Luiz Fux8:
É cediço que a má-fé é premissa do ato ilegal e ímprobo. Consectariamente, a ilegalida-
de só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os princípios 
constitucionais da Administração Pública coadjuvados pela má-fé do administrador. A 
improbidade administrativa, mais que um ato ilegal, deve traduzir, necessariamente, a 
falta de boa-fé, a desonestidade.
Com efeito, a Lei n. 8.429/1992 estabelece que não é necessária a ocorrência 
de dano patrimonial, bastando que se violem os princípios da Administração para 
dar ensejo à aplicação da norma, em determinada conduta.
Passamos agora a uma análise dos principais pontos da LIA.
7 GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 6ª ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2011.
8 STJ - REsp n. 480.387-SP
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O Autor na Ação de Improbidade
Os autores da Ação de improbidade, nos termos da Lei n. 8429/1992, podem 
ser:
•	 a pessoa jurídica efetivamente afetada pelo ato (sujeito passivo que sofre o 
ato ímprobo)
•	 O Ministério Público.
Vejamos o que diz o art. 17 da LIA:
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Públi-
co ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida 
cautelar.
O art. 1º, em seu caput e parágrafo único, é claro ao elencar essas pessoas ju-
rídicas que podem ser autores:
a) administração direta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal, dos Municípios, de Território;
b) administração indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
c) empresa incorporada ao patrimônio público;
d) entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
e) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou 
da receita anual.
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Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou 
não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios,de Território, de empresa incor-
porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade 
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incenti-
vo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio 
o erário haja concorrido ou concorra com menos 
O Réu na Ação de Improbidade
O réu na Ação Judicial é o sujeito que pratica o ato ímprobo. A lei determina que 
será o agente público, que age com ou sem a cooperação de terceiro.
A LIA trata do agente público de forma ampla, disciplinou em artigos diferentes 
o agente público (art. 2º) e o terceiro (art. 3º).
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele 
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Com essa sistemática de separação, a LIA definiu quem é o agente público e 
quem será considerado o terceiro.
O sujeito ativo (quem praticou o ato ímprobo) está previsto no art. 2º da LIA. É 
qualquer agente público, ou seja, qualquer pessoa que exerça ainda que transito-
riamente ou sem remuneração, por força de eleição, nomeação, designação, con-
tratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato ou cargo nas 
entidades que figuram como sujeito passivo do ato de improbidade administrativa.
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Improbidade Administrativa – Lei n 8.429/1992
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Interessante que a LIA determina no art. 3º que as suas disposições são apli-
cáveis àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para 
a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta 
ou indireta.
Categorias de Improbidade Administrativa
ATENÇÃO, aluno(a)!
No dia 30/12/2016 foi promulgada e publicada a Lei Complementar n. 157, que 
alterou as regras sobre o Imposto Sobre Serviços (ISS).
Para nosso estudo, entretanto, interessam as importantes mudanças providas na 
Lei n. 8.429/1992, pois a LC n. 157/2016 acrescentou uma nova categoria de im-
probidade às três existentes, estabelecendo novas sanções e ampliando a legitimi-
dade ativa para a propositura da Ação Judicial.
Objetivamente, a LC n. 157/2016 promoveu a inclusão de três dispositivos na Lei 
n. 8.429/1992:
• Art. 12-A;
• inciso IV no art. 12;
• § 13º no art. 17.
Antes de ser promulgada a LC n. 157/2016, a LIA previa três categorias de atos de 
improbidade administrativa:
• Art. 9º: Atos que importam enriquecimento ilícito do agente público ou de 
terceiros.
• Art. 10: Atos que causam danos ao erário.
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• Art. 11: Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública.
A nova lei criou mais uma categoria:
• Art. 10-A: Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou 
Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Com o acréscimo do art. 10-A, a conduta descrita na Lei Complementar n. 157/2016 
impõe ao agente público, ao descumprir a regra do percentual mínimo de 2% para 
alíquota do ISS, as sanções previstas no novo inciso IV do art. 12 da LIA.
Outra inovação promovida pela LC n. 157/2016 na Lei n. 8.429/1992 foi a inclusão 
de mais um legitimado à propositura da Ação de Improbidade: o município ou Dis-
trito Federal, que podem ajuizar a ação contra seus agentes que tenham concedido 
o benefício fiscal ou incentivo em desconformidade com a lei. É o que estabelece o 
novo § 13º do art. 17.
O legislador, da LC n. 157/2016, ao promover essas alterações, certamente se ins-
pirou na decisão proferida pelo STF no julgamento da ADPF 190.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento, considerou inconstitucional lei do mu-
nicípio de Poá (SP), que reduzia a base de cálculo do Imposto sobre Serviços de 
Qualquer Natureza (ISSQN).
Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 190, o governo 
do Distrito Federal argumentou que a referida lei configurava medida de “guerra 
fiscal”, prejudicando a arrecadação dos demais entes federados.
O STF entendeu que quando a legislação municipal trata de base de cálculo do 
tributo, está incorrendo em tema de competência da União, além de afrontar di-
retamente o artigo 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), 
segundo o qual a alíquota mínima do ISSQN é de 2%.
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Pois bem, caro(a) aluno(a), 
Com essas alterações, a Lei n. 8.429/1992 apresenta os atos de improbidade 
em quatro categorias:
Atos que Importam em Enriquecimento Ilícito (Art. 9º)
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito 
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, 
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta 
lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra 
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, per-
muta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades 
referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, per-
muta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço 
inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-
terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a 
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, 
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,para fazer 
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-
viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou 
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do 
patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessora-
mento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante 
a atividade;
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IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba 
pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para 
omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.
Atos que Causam Lesão ao Erário (Art. 10) 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer 
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º 
desta lei, e notadamente:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio parti-
cular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 
1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de 
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qual-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades 
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patri-
mônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de 
serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço 
superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares 
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração 
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; 
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regula-
mento;
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X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz 
respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de 
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer 
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor públi-
co, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de ser-
viços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na 
lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação 
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
ticular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe-
ridos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, 
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, 
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade 
privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais 
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX – frustrar a licitude de processo seletivo para celebração de parcerias da adminis-
tração pública com entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente
XX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades 
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma 
para a sua aplicação irregular.
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Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Conces-
são ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário 
– incluído pela Lei Complementar n. 257, de 2016 – (Art. 10 -A) 
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para 
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem 
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003
Atos que atentam contra os Princípios da Administração Pú-
blica (Art. 11)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, 
na regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato oucircunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que 
deva permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva 
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mer-
cadoria, bem ou serviço.
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas 
de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. 
Embora a lei tenha classificado os atos em quatro categorias, isso não significa 
que se trata de espécies rigidamente separadas, pois há uma conexão entre os 
artigos. É fácil perceber que os arts. 9º, 10 e 11, nos respectivos caputs permitem 
enquadrar diversas situações de fato. Os incisos dos artigos, por outro lado, trazem 
condutas especificas, sem, entretanto, haver uma restrição entre incisos e caput, 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp116.htm#art8a
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que se complementam e não se excluem. Percebe-se uma autonomia funcional e 
complementar, pois os tipos específicos dos incisos não esgotam a possibilidade de 
enquadramento de condutas ímprobas.
Isso leva a uma possibilidade muito ampla de enquadramento de ilícitos que po-
dem ser praticados e dá ao judiciário uma função importante na aplicação da LIA.
A improbidade administrativa disciplinada pela LIA exige como elemento sub-
jetivo, para que se possa enquadrar uma conduta como tal, o dolo ou a culpa do 
sujeito ativo. A violação dos princípios da Administração Pública, por exemplo, pode 
caracterizar improbidade administrativa do agente público ou de terceiro, desde 
que exista a culpa ou dolo e má-fé, conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
O enquadramento na lei de improbidade exige culpa ou dolo por parte do sujeito ati-
vo. Mesmo quando algum ato ilegal seja praticado, é preciso verificar se houve culpa 
ou dolo, se houve um mínimo de má-fé que revele realmente a presença de um com-
portamento desonesto. (...) Por isso mesmo, a aplicação da lei de improbidade exige 
bom-senso, pesquisa da intenção do agente, sob pena de sobrecarregar-se inutilmente 
o Judiciário com questões irrelevantes, que podem ser adequadamente resolvidas na 
própria esfera administrativa. A própria severidade das sanções previstas na Constitui-
ção está a demonstrar que o objetivo foi o de punir infrações que tenham um mínimo 
de gravidade, por apresentarem consequências danosas para o patrimônio público (em 
sentido amplo), ou propiciarem benefícios indevidos para o agente ou para terceiros. A 
aplicação das medidas previstas na lei exige a observância do princípio da razoabilidade, 
sob seu aspecto de proporcionalidade entre meios e fins.
Cabe relembrar que o STJ fixou jurisprudência no sentido de, para que se possa 
identificar a conduta do agente público como típica, é necessário que se encontre o 
elemento subjetivo, consubstanciado no dolo para os tipos previstos nos artigos 9º 
e 11 e, ao menos, pela culpa, nas hipóteses do artigo 10.9
9 STJ – Resp 1193160/RS e precedentes: Resp 1130198/RR, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 
15/12/2010; EREsp 479.812/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, DJe 27/9/2010; REsp 
1149427/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9/9/2010; EREsp 875.163/RS, Rel. Ministro Mauro 
Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 30/6/2010; REsp 414.697/RO, Rel. Ministro Herman Benjamin, 
Segunda Turma, DJe 16/9/2010
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Cabe ressaltar que, falando-se de responsabilidade do agente público, temos 
uma responsabilidade subjetiva com fundamento na Constituição de 1988.
Não podemos separar a conduta da necessidade de adequá-la ao tipo legal e 
também reconhecer a culpa ou dolo do agente. A responsabilidade subjetiva é ine-
rente à improbidade administrativa, sendo exigíveis o dolo e a culpa grave, embora 
isso não esteja explícito na Lei de Improbidade. Na verdade isso é decorrência da 
interpretação do texto constitucional, que consagra a responsabilidade subjetiva 
dos agentes públicos em geral, nas ações regressivas. Portanto, a improbidade 
administrativa envolve, de modo necessário, a prática de condutas gravemente 
culposas ou dolosas, não se admitindo responsabilidade objetiva.
Sanções e Gradação das Penas
Quando se aborda as penas da Lei de improbidade, é interessante verificar a 
imposição feita pelo § 4º do art. 37 da Constituição de 1988, no sentido de se es-
tabelecer uma gradação para as sanções relativas a tais atos, o que impõe que se 
observa uma simetria coerente e razoável.
Por isso o art. 12 da LIA previu as penas que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente de acordo com a gravidade do fato.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na 
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a 
gravidade do fato: (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
nio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão 
dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o 
valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
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https://jus.com.br/tudo/penas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12120.htm#art1
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II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função 
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil 
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou rece-
ber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da fun-
ção pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa 
civil deaté cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de 
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, 
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de três anos.
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos 
políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do bene-
fício financeiro ou tributário concedido.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a exten-
são do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Importante ressaltar que a pena de multa será calculada sobre o montante que 
o Município ou DF deixou de arrecadar, podendo chegar a três vezes esse valor!
As sanções da Lei n. 8.249/1992 não são, obrigatoriamente, aplicadas de forma 
cumulativa e devemos guardar uma relação com os princípios da proporcionalidade 
e da razoabilidade, considerando que a quantidade de atos de improbidade pre-
vistos e a quantidade de sanções a eles impostas levam à conclusão de que, para 
fixar as penas, o julgador deverá dosá-las, levando em conta a extensão do dano 
causado, a gravidade da conduta e a intensidade do elemento subjetivo do agente.
Assim, na aplicação das penas previstas no art. 12 da Lei n. 8.249/1992, deve 
ser analisado o caso concreto, observando-se os princípios da razoabilidade, pro-
porcionalidade e adequação.
Vejamos um julgado nesse sentido:
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A aplicação das sanções da Lei n. 8.249/1992 deve ocorrer à luz do princípio da propor-
cionalidade, de modo a evitar sanções desarrazoadas em relação ao ato ilícito praticado, 
sem, contudo, privilegiar a impunidade. Para decidir pela cominação isolada ou conjunta 
das penas previstas no artigo 12 e incisos, da Lei de Improbidade Administrativa, deve o 
magistrado atentar para as circunstâncias peculiares do caso concreto, avaliando a gra-
vidade da conduta, a medida da lesão ao erário, o histórico funcional do agente público 
etc. (STJ - REsp 300184/SP – Rel. Min. Franciulli Netto).
É importante também destacar que a responsabilidade por improbidade admi-
nistrativa é autônoma, no sentido de que o agente público pode responder também 
nas instâncias penais, civis e administrativas, além de ser punido nas penas do art. 
12 da LIA.
O Princípio da Insignificância e sua Aplicabilidade na LIA
O princípio da insignificância não se aplica em Ações de Improbidade Adminis-
trativa, pelo fato de o bem jurídico protegido ser a moralidade pública.
O que se busca punir é a prática de um ato que atenta contra o princípio cons-
titucional da moralidade administrativa. Por isso não há como se falar em insigni-
ficância de moralidade. O princípio da insignificância é incompatível com o sistema 
da Lei n. 8.429/1992, sobretudo com o artigo 11, que cuida dos princípios da ad-
ministração pública.
Como vimos no tópico anterior, a LIA tem por fim impor sanções aos agentes 
públicos incursos em atos de improbidade nos casos em que há enriquecimento 
ilícito ou prejuízo ao erário, também em caso de atos de improbidade decorrentes 
de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário ou ainda 
em atos que atentem contra os princípios da Administração Pública. É impossível 
imaginar a aplicação do princípio da insignificância nesses casos!
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O legislador desejou punir todo e qualquer ato ímprobo, do menor ao maior, 
não concedendo ao judiciário a capacidade de escolher insignificância na conduta 
ímproba.
Medidas Cautelares na LIA
A concessão de medida liminar na Ação Civil Pública ajuizada para punir os atos 
de improbidade se justifica no sentido de que é indispensável que se garanta a efe-
tividade da Ação. A medida cautelar possui requisitos próprios, como o “fumus boni 
iuris” (a “fumaça do bom direito) “periculum in mora” (risco da demora)
José Frederico Marques10 ensina que:
a ameaça de lesão grave e de difícil reparação é o periculum in mora. Se a ameaça não 
existe, ou se o risco da dilação processual não se refere à lesão grave, __ não cabe me-
dida cautelar. Igualmente será esta inadmissível, se o ato lesivo, apesar de grave, for 
de fácil reparação (...)
O fumus boni iuris é outro pressuposto da tutela cautelar, razão pela qual, quando se 
pede uma antecipação provisória do resultado final do processo, deve haver uma pre-
tensão provável, como objeto indireto ou mediato do processo cautela.
Na LIA, são três as espécies de providências cautelares cabíveis nas ações de 
improbidade administrativa são:
1) a decretação da indisponibilidade dos bens do agente e terceiros envolvidos 
(art. 7º da LIA);
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito 
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
10 Manual de direito processual civil, vol. IV. São Paulo. Saraiva
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2) o sequestro dos bens do agente público ou de terceiro que tenha enriquecido 
ilicitamente ou causado danos ao patrimônio público (art. 16 da LIA), inclu-
sive de contas bancárias e aplicações financeiras no Brasil ou no exterior, de 
forma a garantir o ressarcimento dos danos ou o efetivo perdimento dos bens 
ilicitamente acrescidos aos seus patrimônios (artigos 5º, 6º e 16 da LIA)
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, 
do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro benefi-
ciário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao 
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a 
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicita-
mente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 
825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, 
contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos ter-
mos da lei e dos tratados internacionais.
3) o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, 
sem prejuízo de sua remuneração, quando a medida se fizer necessária para 
a instrução processual (art. 20 da LIA).
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivamcom o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar 
o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem preju-
ízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Pode ocorrer, ainda a alienação antecipada dos bens, para preservação do valor 
patrimonial.
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Evidentemente essas medidas devem ser apreciadas dentro do poder de cau-
tela do juiz, diante da verificação de elementos de provas que sustentem o pedido 
e a decisão.
A indisponibilidade de bens não se confunde com o sequestro dos bens!
O sequestro retira a posse dos bens do indiciado, enquanto a indisponibilidade 
não retira, pois permanece o indiciado na posse de seus bens, na gerência, na ad-
ministração, só não podendo se desfazer deles.
A medida cautelar para indisponibilidade de bens, de que trata o art. 7º, pa-
rágrafo único da Lei n. 8.429/1992, exige fortes indícios de responsabilidade do 
agente, em especial nas condutas que causem dano ao Erário.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito 
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre 
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-
nial resultante do enriquecimento ilícito.
Pode ainda haver a venda antecipada dos bens, mediante determinação do Ma-
gistrado, a pedido da parte autora, a fim de preservar os valores correspondentes 
aos bens apreendidos, caso sejam eles sujeitos à depreciação, desvalorização ou 
descaracterização pelo tempo ou pelo simples envelhecimento inevitável.
O afastamento do agente público, por suas peculiaridades, será apreciado em 
tópico específico.
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Afastamento Preventivo do Agente Público
A doutrina e jurisprudência têm entendimento de que, por envolver matéria 
que interfere diretamente no princípio da separação dos poderes, esse afasta-
mento deve ser aplicado nos estritos termos do art. 20, parágrafo único, da Lei 
n.º 8.429/92:
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam 
com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar 
o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem preju-
ízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
O art. 20 determina que a perda da função só se efetivará com o trânsito em 
julgado da sentença condenatória, sendo esta a regra. A exceção está no parágrafo 
único do artigo, que autoriza o afastamento liminar do agente público, desde que a 
medida se faça necessária à instrução processual.
O afastamento preventivo é uma exceção tanto na LIA, como em todo o orde-
namento constitucional, o qual se ampara nos princípios da presunção de inocência 
e na garantia de direitos fundamentais do indivíduo, dentre outros.
Essa medida deve ser aplicada com cautela e dentro dos restritos casos de neces-
sidade. Não basta a alegada necessidade de defesa do interesse público, pois o que 
fundamenta o afastamento cautelar é o fato de tal medida ser necessária à instrução 
processual, ou seja quando a manutenção do agente no cargo cria obstáculos.
Só é cabível o afastamento quando exista fundada incompatibilidade entre a 
ação do agente e a condução imparcial da coleta de provas relativas a eventuais 
atos de improbidade administrativa.
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Quanto ao prazo de afastamento, não há previsão na LIA, devendo o Magistra-
do fixar o prazo razoável, dentro das peculiaridades da causa e a fim de assegurar 
a instrução.
O Processo Judicial
Antes do processo judicial propriamente dito, a LIA prevê, nos artigos 14 a 16, 
um procedimento administrativo que servirá de base para o processo judicial.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente 
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbi-
dade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qua-
lificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das 
provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamenta-
do, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição 
não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata 
apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na for-
ma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se 
tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal 
ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prá-
tica de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a re-
querimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao 
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a 
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicita-
mente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 
825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, 
contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos ter-
mos da lei e dos tratados internacionais.
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Na esfera judicial, o processo, disciplinado no art. 17 e 18 da LIA, será proposto 
pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, sendo vedada a tran-
sação, acordo ou conciliação. A atuação do Ministério Público é obrigatória nessa 
Ação, seja como parte ou como fiscal da lei, sob pena de nulidade do processo.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Públi-
co ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida 
cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.
( …)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoria-
mente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Outra inovação promovida pela LC n. 157/2016 na Lei n. 8.429/1992 foi a 
inclusão de mais um legitimado à propositura da Ação de Improbidade: O Municí-
pio ou Distrito Federal, que podem ajuizar a ação contra seus agentes que tenham 
concedido o benefício fiscal ou incentivo em desconformidade com a lei. Vejamos o 
que estabelece o § 13º do art. 17:
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o 
ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º 
do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído 
pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
A legitimação passiva (capacidade de ser réu) é do agente público e de todos 
aqueles que tenham concorrido para a prática do ato de improbidade administrati-
va ou dele se beneficiado, ainda que sejam terceiros desprovidos da qualidade de 
agente público.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp116.htm#art8a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp157.htm#art4
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A petição inicial será instruída com documentos que contenham indícios suficien-
tes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossi-
bilidade de apresentação de qualquer dos documentos, (art. 17, §6º.), sendo nesse 
caso a fase instrutória mais extensa.
Art. 17
(…)
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios su-
ficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impos-
sibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, 
inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
A petição inicial deve conter:
1) a narrativa dos atos de improbidade imputados ao agente público requerido 
e seu enquadramento;
2) a demonstração da existência da improbidade administrativa arrolada na inicial;
3) as provas já disponíveis (pré-constituídas) sobre a veracidade dos fatos ale-
gados e
4) o pedido, arrolando todas as sanções pretendidas, uma vez que a petição 
inicial fixa os limites do litígio e a sentença não pode ser de natureza diversa 
do pedido, ultra ou extra petita.
Notificação Prévia do Agente Público
Um aspecto sui generis do procedimento judicial na LIA é a previsão de notifica-
ção do requerido (art. 17, §7º) antes mesmo que o juiz aceite a causa e promova 
sua citação.
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§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notifica-
ção do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com 
documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
A lei estabelece dois momentos processuais diversos, quais sejam: a notificação 
do acusado, estando a inicial em devida forma e, em momento posterior à citação, 
quando recebida a inicial.
Art. 17
(…)
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento
Assim, a lei fixou uma fase preliminar ao recebimento da inicial, em que o juiz 
recebe uma manifestação escrita do acusado e, só após essa manifestação, decide 
se recebe ou não a petição inicial. Essa medida visa prevenir Ações implausíveis.
Sobre isso, vejamos o que diz Waldo Fazzio Júnior11:
A prestação de informações prevista no art. 17, § 7º, da Lei n. 8.249/1992 tem por 
fito evitar o trâmite de ações de improbidade administrativa destituídas de um mínimo 
de fundamento ou temerárias. Se, efetivamente, improcede a pretensão do Ministério 
Público ou da pessoa jurídica, o réu tem, aqui, a primeira oportunidade para obstar o 
recebimento de petição inicial.
A função da notificação é dar ciência da ação ao representado e permitir sua 
manifestação, que poderá ser instruída com documentos e justificações.
A notificação do art. 17, §7º, é obrigatória, mas sua ausência só importa em 
nulidade se houver comprovação de prejuízo.
11 Atos de improbidade administrativa: doutrina, legislação e jurisprudência. São Paulo: Atlas.
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O Recebimento da Petição Inicial
Tendo sido feita a notificação do acusado e decorrido o prazo de manifestação, o 
Juiz deverá proferir decisão fundamentada declarando se rejeitará a ação (art. 17, 
§8º) ou se receberá a inicial (art. 17, §9º), hipótese em que citará o réu.
Em primeiro plano, o juiz analisa se estão presentes ou não os requisitos 
para a petição inicial, e não a existência ou não dos atos de improbidade impu-
tados ao réu, pois essa matéria já entra no mérito, que só será analisado após 
a instrução processual.
A decisão que aceita o processamento de uma ação dessa natureza se ampara 
em indícios da ocorrência de improbidade. Nessa fase processual, o juiz deve dar 
prioridade ao interesse público, o que evidentemente ocorre como o desenvolvi-
mento do processo.
A rejeição de uma ação que se volta para a proteção do patrimônio público e da 
moralidade administrativa é um fato excepcional, que somente pode ocorrer diante 
da total inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da ina-
dequação da via eleita.
O MP e a Ação de Improbidade
Sempre que se pensa em Ação de Improbidade vem à mente a atuação do Mi-
nistério Público, que foi incumbido pela Constituição Federal de proteger o patrimô-
nio público e social, o meio ambiente e outros interesses difusos e coletivos.
A LIA deu ao Ministério Público uma enorme responsabilidade, mas não foi a pri-
meira lei a dar legitimidade ao MP para a defesa do patrimônio ou moralidade pú-
blicos.Já antes da Lei n. 8.429/92, o MP tinha legitimidade para instaurar inquérito 
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civil público ou promover ação civil pública para apurar enriquecimento ilícito de 
agente públicos, bem como para promover a defesa judicial de qualquer interesse 
coletivo ou difuso.
Coube à Constituição indicar a forma processual da atuação do MP, conforme 
se depreende do inc. III do art. 129, que aponta a função institucional do Minis-
tério Público de “promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção 
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos 
e coletivos”.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(…)
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio 
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
O inquérito civil é um procedimento administrativo investigatório, a cargo do 
Ministério Público. Visa a coleta de elementos que sirvam de base à propositura de 
uma futura ação civil pública, ou seja, para que o MP identifique se há ou não uma 
situação em que a lei exige sua iniciativa para a propositura de uma Ação. Por ser 
preparatório, e pelo fato de não ter litigantes nem caráter punitivo, não é assegu-
rado nesse procedimento o contraditório e ampla defesa.
Somente mais adiante, já na ação civil pública, é que esses direitos constitucio-
nais serão exercidos amplamente. A investigação e as provas colhidas no inquérito 
civil não podem ser desprezadas e serão confrontadas com os princípios do contra-
ditório e ampla defesa no curso da Ação Civil Pública.
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Inexistência de Foro Privilegiado
Não há foro privilegiado em Ações de improbidade administrativa. Para que pos-
samos compreender algumas situações peculiares sobre esse tema é necessário que 
façamos uma breve análise dos agentes públicos, frente à ação de improbidade.
A expressão “agente público”, citada no art. 2º da Lei de improbidade tem uma co-
notação genérica, compreendendo inclusive os “agentes políticos” que, embora inte-
grem o “arcabouço constitucional do Estado” são espécies do gênero agente público.
Sabemos que o agente público responde civil, penal e administrativamente pelo 
exercício irregular de suas atribuições. Assim, caso venha a cometer um ato ilícito 
no exercício da função pública, estará sujeito à responsabilização nas esferas cvil, 
administrativa, penal e, em determinados casos, política.
O art. 37, §4º, da Constituição Federal elenca as sanções por ato de improbida-
de administrativa e ao mesmo tempo deixa expresso que tais sanções não obstam 
o ajuizamento “da ação penal cabível”, o que deixa claro a natureza civil da citada 
ação de improbidade administrativa.
Art. 37
(…)
§ 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao 
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Por outro lado, o artigo 12, caput, da Lei n. 8.249/1992, estabelece que
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na 
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às cominações 
nela descritas.
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Diante desse quadro não há como ignorar que o agente público, inclusive o políti-
co, está sujeito tanto às sanções penais (crimes de responsabilidade) como àquelas 
previstas na Lei de Improbidade Administrativa, desde que sua conduta, obviamen-
te, se enquadre nas hipóteses descritas nas respectivas legislações pertinentes.
Mas é importante ressaltar que a LIA não se aplica a agentes políticos que come-
tam atos que se configurem em improbidade e também crimes de responsabilidade. 
Isso porque esses agentes têm foro criminal privilegiado por prerrogativa de função. 
Desta forma os agentes elencados no art. 102, I, “c”, da CF/88, devem ser julgados 
pelo STF e os elencados no art. 105, I, “a”, da CF/88, devem ser julgados pelo STJ.
Por outro lado, o STJ, já decidiu que
… ex-prefeito não se enquadra dentre aquelas autoridades que estão submetidas à Lei 
n. 1.079/1950, que dispõe sobre os crimes de responsabilidade, podendo responder por 
seus atos na via da ação civil pública de improbidade administrativa (REsp. 764.836/SP, 
Rel. p/acórdão Min. FRANCISCO FALCÃO, j. 19/02/2008).
Assim, a ação de improbidade administrativa possui natureza civil, não havendo 
falar-se em prerrogativa de foro, exceto nos casos restritos que a Constituição já fixou.
Prescrição
O art. 23 da Lei de Improbidade Administrativa cuida da prescrição no art. 23.
Vejamos:
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser 
propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou 
de função de confiança;
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares pu-
níveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo 
ou emprego.
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Para os detentores de mandato, cargo em comissão ou função de confiança 
(inciso I), o prazo é de cinco anos, contado a partir do término do mandato ou do 
exercício do cargo em comissão ou função de confiança, ou seja, quando o agente 
público se desvincula do mandato, cargo ou função exercida, tem início a contagem 
do prazo prescricional.
Para os servidores públicos efetivos ou empregados públicos, a LIA remete aos 
respectivos estatutos, quanto aos prazos prescricionais para as faltas disciplinares 
punidas com a demissão. Desta forma, deve-se pesquisar em cada estatuto dos 
servidores (se federal, estadual ou municipal, civil ou militar) os prazos prescricio-
nais fixados pela lei para as faltas disciplinares punidas com a demissão.
O início da contagem do prazo prescricional corresponde ao momento no qual o 
legitimado para propor a ação toma conhecimento do ato de improbidade.
O art. 23 da Lei n. 8.249/1992 tem aplicação restrita às sanções previstas no 
art. 12 da lei, exceto na pretensão de ressarcimento por prejuízo causado ao erário.
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser

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