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CARACTERISTICAS_ACUSTICAS_DA_ALVENARIA_ESTRUTURAL

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CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DA ALVENARIA ESTRUTURAL
Conference Paper · January 2018
DOI: 10.17648/sobrac-87105
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Alessandra Haas
Universidade Federal de Santa Maria
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CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DA ALVENARIA ESTRUTURAL 
Haas, Alessandra1; Santos, Joaquim C. P.2; Santos, Jorge L. P.3 
 (1) Universidade Federal de Santa Maria, alessandra_arqeurb@hotmail.com. 
(2) Universidade Federal de Santa Maria, joaquimpizzutti@hotmail.com. 
(3) Universidade Federal de Santa Maria, jorgepizzuti@gmail.com. 
RESUMO 
As exigências da norma de desempenho NBR 15575:2013 buscam qualificar as construções em nível 
nacional quanto ao seu desempenho, trazendo requisitos mínimos a serem atendidos pelas novas 
edificações. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo principal conhecer as características dos 
blocos utilizados em alvenaria estrutural, quanto ao desempenho na isolação sonora, através de ensaios 
realizados em laboratório conforme especificações da NBR 15575-4:2013. Diferentes tipos de blocos 
estruturais de concreto e cerâmico, de diversos tamanhos e resistências, com espessuras de 
revestimento variáveis, foram utilizados na construção das vedações ensaiadas. E os resultados do 
índice de redução sonora ponderado (Rw) foram comparados com a lei da massa experimental para 
elementos de estrutura monolítica conforme ISO 15712-1:2005. Concluindo-se que, vedações em 
blocos de concreto por serem mais "pesadas" chegam a valores de Rw entre 49 e 51 dB, ficando 2,5 dB 
acima do esperado pela lei da massa, e têm o desempenho satisfatório junto à norma de desempenho, 
já vedações em blocos cerâmicos são mais "leves" e têm valores de Rw entre 41 e 43 dB, estando 3 dB 
abaixo do esperado pela lei da massa e muitas vezes não atendem os requisitos mínimos da norma de 
desempenho. 
Palavras-chave: desempenho acústico, alvenaria estrutural, isolamento sonoro. 
ABSTRACT 
The requirements of performance standard NBR 15575: 2013 seek to qualify buildings at a national 
level for their performance, bringing minimum requirements to be met by new buildings. Therefore, 
the main objective of this work is to know the characteristics of the blocks used in structural masonry, 
regarding the performance in sound insulation, through laboratory tests according to NBR 15575-4: 
2013. Different types of concrete and ceramic structural blocks, of different sizes and strength, with 
variable coating thickness, were used in the construction of the tested seals. And the results of the 
weighted sound reduction index (Rw) were compared with the experimental mass law for elements of 
monolithic structure according to ISO 15712-1: 2005. In conclusion, concrete block fences because 
they are more "heavier" reach Rw values between 49 and 51 dB, being 2,5 dB higher than the expected 
by the law of mass, and have satisfactory performance along with the performance standard, since 
ceramic tile seals are "lighter" and have Rw values between 41 and 43 dB, being 3 dB below that 
expected by the law of mass and often do not meet the minimum requirements of the performance 
standard. 
Keywords: acoustic performance, structural masonry, sound insulation. 
 
 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
1. INTRODUÇÃO 
Em meio à expansão da construção civil encontra-se em ascensão a técnica construtiva em 
alvenaria estrutural, muito utilizada na região central do Rio Grande do Sul, que traz como 
principais características a racionalização, economia e rapidez na execução. Em paralelo às 
técnicas e avanços da construção civil têm-se as exigências da norma de desempenho NBR 
15575:2013. 
A norma em questão é relativamente recente, e procura qualificar as construções em nível 
nacional quanto ao seu desempenho, sendo assim, traz requisitos mínimos a serem atendidos 
pelas novas edificações. Essa norma se fez necessária no momento que o critério de conforto 
nas habitações foi substituído pela diminuição de custos em prol da lucratividade máxima, 
bem como pelo surgimento de novos materiais e técnicas que permitem reduzir a espessura 
dos elementos construtivos, agilizando e facilitando sua construção, desse modo a norma 
procura garantir qualidade de vida aos ocupantes das habitações. 
Portanto, o presente trabalho estuda o comportamento das vedações verticais com blocos 
estruturais de concreto e cerâmicos quanto ao desempenho na isolação sonora, utilizando 
ensaios realizados em laboratório, conforme recomendações da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) NBR 15575-4: 2013 [1], com intenção de comparar o desempenho 
desse tipo de vedação com os critérios apontados pela norma, visando atender os requisitos 
quanto ao desempenho acústico. 
A norma apresenta os requisitos e critérios para verificação do isolamento acústico para 
vedações entre: exterior e interior, unidades autônomas e áreas comuns e unidades autônomas 
adjacentes. Traz os níveis mínimos (M) para cada requisito, que devem ser atendidos. 
Também considera possibilidade de melhorias na qualidade da edificação, assim tem valores 
para nível intermediário (I) e superior (S). Os valores de índice de redução sonora ponderado 
(Rw) de referência para ensaios realizados em laboratório em componentes, elementos e 
sistemas construtivos utilizados para fachadas são apresentados na Tabela 1, e para sistema de 
vedação entre ambientes na Tabela 2. 
Tabela 1: Índice de redução sonora ponderado, Rw, de fachadas. 
Classe de ruído Localização da habitação 
Rw 
dBa 
Nível de desempenho 
I 
Habitação localizada distante de fontes de 
ruído intenso de qualquer natureza. 
≥ 25 Mínimo 
≥ 30 Intermediário 
≥ 35 Superior 
II 
Habitação localizada emáreas sujeitas a 
situações de ruído não enquadráveis nas 
classes I e III. 
≥ 30 Mínimo 
≥ 35 Intermediário 
≥ 40 Superior 
III 
Habitação sujeita a ruído intenso de meios de 
transporte e de outras naturezas, desde que 
esteja de acordo com a legislação. 
≥ 35 Mínimo 
≥ 40 Intermediário 
≥ 45 Superior 
NOTA Os valores de desempenho de isolamento acústico medidos em campo (DnT,w e D2m,nT,w) tipicamente 
são inferiores aos obtidos em laboratório (Rw), A diferença entre estes resultados depende das condições de 
contorno e execução dos sistemas (ver ISO 15712 e EM 12354). 
a Rw com valores aproximados 
Fonte: ABNT NBR 15575-4:2013, anexo F, tabela F.11, pg. 58. 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
Tabela 2: Índice de redução sonora ponderado, Rw, de componentes construtivos utilizados nas vedações entre 
ambientes. 
Elemento 
Rw 
dBa 
Nível de desempenho 
Parede de unidades habitacionais autônomas (parede de 
geminação), nas condições onde não haja ambiente dormitório 
45 a 49 Mínimo 
50 a 54 Intermediário 
≥ 55 Superior 
Parede de unidades habitacionais autônomas (parede de 
geminação), no caso de pelo menos um dos ambientes ser 
dormitório 
50 a 54 Mínimo 
55 a 59 Intermediário 
≥ 60 Superior 
Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas 
comuns de transito eventual, como corredores e escadaria nos 
pavimentos 
45 a 49 Mínimo 
50 a 54 Intermediário 
≥ 55 Superior 
Paredes cegas de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e 
áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadaria dos 
pavimentos 
35 a 39 Mínimo 
40 a 44 Intermediário 
≥ 45 Superior 
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de 
permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas, 
como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de 
jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias 
coletivas 
50 a 54 Mínimo 
55 a 59 Intermediário 
≥ 60 Superior 
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo 
hall 
45 a 49 Mínimo 
50 a 54 Intermediário 
≥ 55 Superior 
NOTA Os valores de desempenho de isolamento acústico medidos em campo (DnT,w e D2m,nT,w) tipicamente 
são inferiores aos obtidos em laboratório (Rw), A diferença entre estes resultados depende das condições de 
contorno e execução dos sistemas (ver ISO 15712 e EM 12354). 
a Rw com valores aproximados 
Fonte: ABNT NBR 15575-4:2013, anexo F, tabela F.12, pg. 59. 
2. METODOLOGIA 
O local utilizado para realização dos testes foi o laboratório da Universidade Federal de Santa 
Maria (UFSM), constituído de duas câmaras adjacentes, de recepção com 60 m³, e de emissão 
com 67 m³, separadas por um pórtico de concreto com 0,55 m de largura com dimensões de 
4,10 m de comprimento e 3,20 m de altura isolado do restante da estrutura por junta de 2 cm, 
totalizando uma área de 13,12 m² a qual é utilizada para construção da amostra a ser testada. 
As paredes e lajes das câmaras são construídas em concreto armado com 30 cm de espessura, 
apoiadas sobre isoladores de neopreme que desconectam as câmaras da base estrutural. As 
superfícies das câmaras não são paralelas para que se obtenha um campo difuso. As portas de 
acesso em ambas às câmaras são duplas em aço maciço de 12,5 mm com dimensões de 1,50 x 
2,50 m, vedadas com borracha em seu contorno, garantindo estanqueidade no seu fechamento. 
A Figura 1 ilustra a planta baixa e corte das mesmas. 
Os equipamentos utilizados durante a medição foram: caixa acústica dodecaédrica (OMNI 
12); amplificador 01 dB (AMPLI 12); calibrador de nível sonoro (Brüel & Kjaer); medidor de 
nível sonoro (Metravib); microfone capacitivo (GRAS); pré-amplificador de microfone 01 dB 
(Metravib); termo-higrôbarometro digital (instruterm); e Software 01dB (dBBati Building 
acoustics versão 5.3) 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
 
Figura 1: Planta baixa e corte longitudinal das câmaras. Fonte: Autores. 
As vedações foram construídas no pórtico entre as câmaras, com dimensão de 4,12x3,20 
metros, onde os blocos foram assentados com argamassa estrutural de 4 Mpa e as juntas 
vertical e horizontal de 1 cm preenchidas com argamassa. Para os revestimento interno e 
externo empregou-se argamassa com traço 1:2:8 (cimento:cal:areia), tendo-se diversas 
espessuras, fato que altera a espessura final da parede e, juntamente com as diferentes 
resistências dos blocos, vem a resultar em paredes com distintos valores de massa por unidade 
de área. 
Os ensaios foram realizados para vedações executadas com diferentes tipos de blocos 
estruturais, em concreto e cerâmico, com diferentes tamanhos e fbk, conforme Tabela 3. 
Tabela 3: Tipologia de blocos 
Material Bloco Dimensões Tamanho fbk (MPa) 
C
O
N
C
R
E
T
O
 
 
14x19x39 
4 
10 
C
E
R
Â
M
IC
O
 
 
14x19x29 7 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
 
10 
 
15 
 
18 
 
19x19x29 
7 
 
15 
 
Os procedimentos para os ensaios e tratamento dos dados realizaram-se conforme 
estabelecido pela NBR 15575-4:2013, onde os procedimentos para testes em laboratório são 
especificados pela ISO 10140-2:2010 [2]. O tratamento dos dados se dá conforme 
especificado pela ISO 717-1 [3], através da comparação da curva de referência normatizada 
com os dados obtidos nos ensaios, obtendo-se assim a classificação de um número único para 
Rw. O gráfico para análise dos resultados baseou-se na ISO 15712-1:2005 [4], onde o Rw para 
elementos de estrutura monolítica é dado em função da massa por unidade de área (kg/m²), 
calculado através dos valores de banda de oitava de acordo com a ISO 717-1. 
3. RESULTADOS 
As tabelas de resultados dos ensaios estão divididas pelos tamanhos dos blocos e espessura 
dos revestimentos, nelas constam as seguintes informações: número do ensaio, fbk do bloco, 
espessura dos revestimentos interno e externo, espessura final da parede, massa por unidade 
de área da parede e o índice de redução sonora ponderada Rw. Os resultados apresentados 
foram divididos pelo tipo do material dos blocos. 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
3.1 Paredes em blocos de concreto 
Na Figura 2 tem-se a comparação entre os resultados encontrados para cada tipologia de 
vedação testada, considerando o índice de redução sonora (R) nos diferentes comprimentos de 
onda. 
 
Figura 2: Índice de redução sonora por frequência 
Observa-se que as amostras apresentam instabilidades de isolamento sonoro nas baixas 
frequências (100 Hz a 250 Hz) relacionadas aos grandes desvios padrões das medições 
sonoras inerentes a essas frequências que se situam na zona de amortecimento molecular. Nas 
frequências superiores a 250 Hz as paredes se comportam seguindo aproximadamente a lei da 
massa teórica. Na Figura 3 tem-se a comparação dos resultados de índice de redução sonora 
ponderado (Rw) obtidos nos ensaios com os resultados esperados pela lei da massa teórica. 
 
Figura 3: Comparação do Rw do ensaio com resultados esperados pela lei da massa teórica. 
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1 000 1 250 1 600 2 000 2 500 3 150 4 000 5 000
1 41,7 39,5 39,3 39,7 39,8 40,4 40,8 45,1 46,1 47,9 50,3 52,4 54,7 56,1 55,6 58,9 62,2 65,2
2 33 33,8 37,4 40,4 38,8 41,3 42,2 46,5 47,6 49 50,9 53,3 55,2 57,3 56,7 59,2 62,5 64,8
3 39,1 35,5 37,2 41,7 38,3 41 41,5 43,9 44,7 48,6 49,6 51,2 54,5 55,9 55,4 57,6 59,6
4 44,5 42,1 37,8 38 37,2 38,3 43,4 45,9 47,6 49 51,6 53,8 57 59 58,3 57,6 57,6
5 41,9 43,2 37,2 39,6 39,4 40,5 43,5 45,8 49,7 51,9 52,9 54,6 58,1 61,1 60,3 61,4 64,6
30
40
50
60
70
Ín
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R
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Frequência - f (Hz)
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
Verifica-se que as amostras têm um desempenho acima do esperado e previsto pela lei da 
massa experimental. Percebem-se performancesde isolamento sonoro na ordem de 2,5 dB 
acima das estimativas teóricas. Portanto, conclui-se que paredes executadas com estes blocos, 
atingem Rw ≥50 dB quando a massa por superfície situa-se acima de 240 kg/m
2. 
A Tabela 4 apresenta os resultados do índice de redução sonora (Rw) para as tipologias de 
vedações em blocos de concreto ensaiadas. 
Tabela 4: Ensaios para paredes com blocos de concreto 
Ensaio Bloco 
fbk 
(MPa) 
Revestimento e Espessura Final (cm) Massa 
Kg/m² 
Rw 
Externo Interno 
1 
1
4
x
1
9
x
3
9
 
4 
 
 
226 49 
2 4 
 
 
249 50 
3 4 
 
 
231 49 
4 10 
 
 
222 49 
5 10 
 
 
243 51 
 
3.2 Paredes com blocos cerâmicos 
Na Figura 4 tem-se a comparação entre os resultados encontrados para cada tipologia de 
vedação testada, considerando o índice de redução sonora (R) nos diferentes comprimentos de 
onda. 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
 
Figura 4: Comparação dos resultados para paredes com blocos cerâmicos. 
É possível verificar que o material cerâmico "canta", ressoa molecularmente nas diferentes 
frequências abaixo de 500 Hz, oferecendo um isolamento sonoro abaixo do esperado nestas 
frequências. A partir de 500 Hz é que estes parâmetros começam a fornecer um desempenho 
crescente conforme o esperado. Na Figura 5 tem-se a comparação dos resultados de índice de 
redução sonora ponderado (Rw) obtidos nos ensaios com os resultados esperados pela lei da 
massa teórica. 
 
Figura 5: Comparação do Rw do ensaio com resultados esperados pela lei da massa teórica 
Percebe-se que os desempenhos das paredes ficam abaixo do esperado e previsto pela lei da 
massa experimental. Pode-se associar esse comportamento ao fato das vedações estruturais 
em blocos cerâmicos serem "leves", isto é, não têm massa por superfície (kg/m2) necessária 
para atingirem o desempenho mínimo de isolamento sonoro definido pela Norma Brasileira 
na maioria das situações. Nesse caso espera-se um desvio negativo na ordem de 3 dB. 
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1 000 1 250 1 600 2 000 2 500 3 150 4 000 5 000
1 35,3 34,4 38,2 36,3 36,6 33,7 33 35,4 35,7 36,8 39,1 42 43,6 44,6 47,1 51,7 54,5 57,7
2 33,8 39,3 38,6 35,1 34,2 32,6 34,6 35,5 36,3 38,3 42,3 45 47,2 48,3 49,6 53,3 55,1 58
3 33,5 36,2 37,2 36,5 34 34 34,9 36 37,2 39,7 42,1 45,5 47,4 48,6 50,6 53,1 55,8 62,6
4 37,5 37 37,9 33,1 33,8 34,3 35,1 36,4 36,9 38,2 41,9 44,3 47,8 48,8 49,8 54,5 57,4 60
5 37,7 39,9 41,5 37,6 34,8 36,7 37,1 37,4 39,7 42,5 45,3 47,1 45,1 51,1 53,2 57,9 60,9
6 39,8 40,8 40,9 35,6 32,2 34,4 34,8 35,1 36,6 39 41,9 44,7 47,3 50,2 50,3 54,2 55,3
7 36,6 41,1 38,8 36,3 34,6 34,6 34,3 36,1 36,7 39,6 42,3 44,4 47 50 49,7 53,9 55,4 59,2
8 37,8 35,2 39,5 37,1 34,8 32,9 33,3 37,1 37 38,6 40,7 44,5 47,5 47,7 47,1 53,1 54,8 53,3
9 31,3 31,9 38,6 38,9 38,4 34,3 32,7 36,7 38,5 40,3 42,5 46,5 48 51,2 51,3 54,1 57,3
30
40
50
60
70
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)
Frequência - f (Hz)
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
A Tabela 5 apresenta os modelos de vedação em blocos cerâmicos ensaiados e os resultados 
obtidos para o índice de redução sonora ponderado (Rw). 
Tabela 5: Ensaios para paredes com blocos cerâmicos 
Ensaio Bloco 
fbk 
(MPa) 
Revestimento e Espessura Final (cm) Massa 
(kg/m²) 
Rw 
Externo Interno 
1 
1
4
x
1
9
x
3
9
 
7 
 
 
177 40 
2 7 
 
 
181 41 
3 7 
 
 
202 42 
4 10 
 
 
197 41 
5 10 
 
 
229 43 
6 15 
 
 
198 
41 
 
7 18 
 
 
217 42 
8 
1
9
x
1
9
x
2
9
 
7 
 
 
196 41 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
http://dx.doi.org/10.17648/sobrac-87105
9 15 
 
 
231 42 
 
4. CONCLUSÃO 
A NBR 15575-4 classifica as vedações em: fachadas e entre ambiente de unidades autônomas. 
Para medições em laboratório o desempenho das vedações de fachadas considera a classe de 
ruído do entorno (classe I, II, e III), onde o pior cenário, classe III considera ≥45 dB para 
nível superior. Já o desempenho para vedações entre ambientes está relacionado ao tipo de 
ambiente adjacente, onde os piores cenários são aqueles com ambientes tipo dormitório, e 
ambientes de áreas comuns com permanência de pessoas, que consideram ≥60 dB para nível 
superior. Assim as vedações em blocos de concreto analisadas nesse estudo, com resultados 
de Rw de 49 á 51 dB, para fachadas atingem nível de desempenho superior em todas as classes 
de ruído, porém entre ambientes nos piores cenários chegam somente ao nível mínimo e em 
outros casos podem atingir níveis intermediários. Já vedações em blocos cerâmicos analisadas 
nesse estudo, com resultados de Rw de 40 á 43 dB, para fachadas no pior cenário atingem o 
nível intermediário, e entre ambientes não atingem o nível mínimo, exceto para vedações 
entre ambientes sem dormitório e com áreas comuns de trânsito eventual quando chegam ao 
nível intermediário, ou seja, os blocos cerâmicos em alguns cenários não atingem nível 
mínimo de desempenho especificado pela norma para ensaios em laboratório. 
E comparando os resultados encontrados com os esperados pela lei da massa teórica, 
percebemos que as vedações em blocos de concreto por serem mais "pesadas", têm o 
desempenho melhor, em relação às vedações de blocos cerâmicos que são mais "leves", 
afetando diretamente os resultados. Por fim tem-se como hipótese que ao aumentar o valor de 
massa por unidade de área através do preenchimento das cavidades maiores dos blocos 
cerâmicos ter-se-ia uma melhora significativa nos resultados. 
REFERÊNCIAS 
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-4: 2013 - Edificações habitacionais 
– Desempenho, Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas. Brasil, 2013. 63p. 
[2] INTERNATIONAL STANDARD. ISO 10140-2: 2010 - Acoustics - Laboratory measurement of sound 
insulation of building elements - part 2: measurement of airborne sound insulation. Switzerland, 2010. 13p. 
[3] __. ISO 717-1: 2013 - Acoustics - Rating of sound insulation in building elements - part 1: airborne sound 
insulation. Switzerland, 2013. 18p. 
[4] __. ISO 15712-1:2005 - Building acoustics - Estimation of acoustic performance of buildings from the 
performance of elements - Part 1: Airborne sound insulation between rooms. Switzerland, 2005. 
DOI: 10.17648/sobrac-87105
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