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Instalações Elétricas de Baixa Tensão 83 17 – O PROJETO ELÉTRICO E SUAS ETAPAS Projetar uma instalação elétrica para qualquer tipo de prédio ou local consiste essencialmente em selecionar, dimensionar e localizar, de maneira racional, os equipamentos e outros componentes necessários a fim de proporcionar, de modo seguro e efetivo, a transferência de energia elétrica desde uma fonte até os pontos de utilização. As etapas que devem ser seguidas num projeto de instalações elétricas prediais, válidas, em princípio, para qualquer tipo de prédio (residencial, comercial, industrial etc.), são as seguintes: a) Análise inicial; b) Fornecimento de energia normal; c) Quantificação da instalação; d) Esquema básico da instalação; e) Seleção e dimensionamento dos componentes; f) Especificação e contagem dos componentes. a) Análise inicial: Etapa preliminar do projeto de instalações elétricas de qualquer prédio, constituindo em colher os dados básicos para a execução do trabalho. 1. Estudo, com cliente e/ou arquiteto, de todos os desenhos constantes do projeto de arquitetura – plantas, cortes, detalhes importantes etc. 2. Análise dos outros sistemas a serem implantados no local (hidráulico, tubulações, ar condicionado etc.) e das características elétricas dos equipamentos de utilização previstos. 3. Tipos de linhas elétricas a utilizar. 4. Setores ou equipamentos que necessitam de energia de substituição. 5. Resistividade. 6. Iluminação de emergência. 7. Localização da entrada de energia. b) Fornecimento de energia normal: Etapa que consiste na determinação das condições em que o prédio será alimentado com energia elétrica. 1. Tensões de fornecimento. 2. Esquema de aterramento. 3. Padrão de entrada e medição a ser utilizada. 4. Nível de curto-circuito no ponto de entrega de energia. c) Quantificação da instalação: Etapa em que se determina a potência instalada e a demanda (Tabela da Estimativa de \Carga). 1. Marcação dos pontos de luz (em planta). 2. Marcação dos pontos de tomadas de corrente e outros pontos de utilização (em planta). 3. Divisão da instalação em circuitos (Tabela da Divisão dos Circuitos Terminais). 4. Cálculo da potência instalada e da demanda (potência de alimentação). d) Esquema básico da instalação: Etapa que resultará em um esquema unifilar, onde estarão indicados os componentes principais da instalação e suas interligações elétricas. e) Seleção e dimensionamento dos componentes: Etapa que seleciona e dimensiona todos os componentes que fazem parte do projeto elétrico, desde a proteção até os condutores. f) Especificação e contagem dos componentes: Etapa responsável pela especificação técnica dos componentes e contagem dos mesmos. Instalações Elétricas de Baixa Tensão 84 18 – ESTIMATIVA DE CARGA 18.1 – Iluminação: 1. No caso de residências e apartamentos, nos quais, em geral, se emprega a iluminação incandescente, não há necessidade da elaboração de um projeto luminotécnico. Eventualmente são previstas arandelas nas paredes ou sancas de luz indireta. Para a determinação das cargas de iluminação pode ser adotado o seguinte critério: a) Em cômodos ou dependências com área ≤ 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA. b) Em cômodos ou dependências com área > 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros (NBR 5410). 2. No caso de escritório, estabelecimento comercial e industrial, não se dispensa o projeto de iluminação (projeto luminotécnico), principalmente se a iluminação for fluorescente ou a vapor de mercúrio (ex. fábricas, armazéns, pátios de armazenamento etc.). 18.2 – Pontos de Tomada: Os aparelhos eletrodomésticos e as máquinas de escritório são normalmente alimentados por tomadas de corrente. As tomadas podem ser divididas em duas categorias: A) TOMADAS DE USO GERAL (TUG´s): Nelas são ligados aparelhos portáteis como ventiladores, aspiradores de pó, liquidificadores, batedeiras, televisores, cd players etc. B) TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUE´s): Alimentam aparelhos fixos ou estacionários, que embora possam ser removidos trabalham sempre num determinado local. É o caso das máquinas de lavar roupa, aparelhos de ar condicionado etc. No caso do chuveiro elétrico consideramos como sendo um ponto de uso específico, pois se trata de um ponto de ligação direta, ou seja, é uma conexão sem o uso de plugue e tomada. O projetista escolherá criteriosamente os locais onde devem ser previstas as tomadas de uso específico, e deverá prever o número de tomadas de uso geral que assegure conforto ao usuário. Existem tabelas que indicam as potências nominais de aparelhos eletrodomésticos e que se precisa conhecer para a elaboração da lista de carga. 18.3 – Número Mínimo de Pontos de Tomada de Uso Geral (TUG´s): 1. Residenciais (casas e apartamentos): a) Cômodo ou dependência com área ≤ 6 m2, pelo menos 01 tomada. b) Cômodo ou dependência com área > 6 m2, pelo menos 01 tomada para cada 5 m ou fração de perímetro, uniformemente distribuídas. c) Banheiros, 01 tomada próximo ao lavatório (pia). d) Cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias, 01 tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro, e acima da bancada da pia devem ser previstas, no mínimo, 02 tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos. e) Despensa, varandas, garagens e sótãos, 01 tomada no mínimo. Instalações Elétricas de Baixa Tensão 85 2. Comerciais: a) Escritórios com área ≤ 40 m2, 01 tomada para cada 3 m ou fração de perímetro, ou 01 tomada para cada 4 m2 ou fração de área (adota-se o critério que conduzir ao maior número de tomadas). b) Escritórios com área > 40 m2, 10 tomadas para os primeiros 40 m2, acrescentando-se 01 tomada para cada 10 m2 ou fração de área restante. c) Lojas, 01 tomada para cada 30 m2 ou fração, não computadas as tomadas destinadas a lâmpadas, vitrines e demonstração de aparelhos. 18.4 – Potência a prever nas Tomadas: 1. Tomadas de Uso Específico (TUE´s). Adota-se a potência nominal (de entrada) do aparelho a ser usado (Tabela 18-1). As tomadas de uso específico devem ser instaladas no máximo a 1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado. 2. Tomadas de Uso Geral (TUG´s) (valores mínimos). a) Instalações Residenciais: • Em banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço: � ≤ 6 tomadas 600 VA para as 03 primeiras e 100 VA para as demais. � > 6 tomadas 600 VA para as 02 primeiras e 100 VA para as demais. • Outros cômodos ou dependências: 100 VA por tomada. b) Instalações Comerciais: • 200 VA por tomada. Tabela 18-1 – Potências nominais típicas de aparelhos eletrodomésticos, segundo recomendações da concessionária COSERN (sempre que possível utilizar informações dos fabricantes). Equipamento Potência (Watt) Aparelho de Som 20 Aspirador de pó 1.000 Aquecedor de água 4.000 a 8.000 Barbeador elétrico 60 Batedeira 100 a 300 Bebedouro 160 Cafeteira elétrica 725 Centrífuga 300 Chuveiro elétrico 3.800 Circulador de ar 100 Ar cond. 7.000 BTU 900 Ar cond. 8.500 BTU 1.300 Ar cond. 10.000 BTU 1.400 Ar cond. 12.000 BTU 1.600 Ar cond. 18.000 BTU 2.600 Ar cond. 21.000 BTU 2.800 Ar cond. 30.000 BTU 3.600 Enceradeira 330 Espremedor de frutas 140 Exaustor doméstico 300 Faca elétrica 750 Ferro elétrico 1.000 Ferro de solda 100 Fogão residencial 9.150 Equipamento Potência (Watt) Forno microondas 1.320 Mini-forno elétrico 900 Freezer 200 a 400 Furadeira 360 Geladeira doméstica 260 Liquidificador 290 Lixadeira 1.700 Máquina de costura 86 Máquina de lavar louça 1.700 Máquina de lavar roupa 450 Microcomputador + Impressora 650 Moedor de alimentos 330 Multiprocessador 400 Pipoqueira 1.000 Rádio relógio 5 Rádio toca-fitas 16 Sauna 5.000 Secador de roupa 890 Secadorde cabelos 500 a 1.200 Televisor 75 a 300 Torradeira 500 a 1.200 Ventilador portátil 60 a 100 Videocassete 35 Instalações Elétricas de Baixa Tensão 86 Instalações Elétricas de Baixa Tensão 87 19 – O QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO E SEU DIAGRAMA UNIFILAR Um quadro de distribuição pode ser entendido como o “coração” de uma instalação elétrica, já que distribui energia elétrica por toda a edificação e acomoda os dispositivos de proteção dos diversos circuitos elétricos. 19.1 – Quantidade de Circuitos Elétricos Antes da especificação técnica (tensão nominal, corrente nominal, capacidade de curto-circuito e grau de proteção – segundo a NBR 6808), propriamente dita, de um quadro de distribuição, é preciso dimensioná-lo, começando pela quantidade de circuitos que ele deverá acomodar – e obtendo-se, com essa informação, uma primeira idéia das dimensões e do tipo de quadro. A quantidade de circuitos de uma instalação elétrica depende, entre outros fatores, de sua potência instalada, da potência unitária das cargas a serem alimentadas, dos critérios adotados na distribuição dos pontos, do maior ou menor “conforto elétrico” previsto, do grau de flexibilidade que se pretende e da reserva assumida visando futuras necessidades (crescimento da carga). A NBR 5410 oferece um bom ponto de partida para essa definição. É verdade que o posicionamento da norma, sobre quantidade de circuitos, se afigura bem mais explícito no campo das instalações elétricas residenciais. Aliás, ela oferece aí várias regras que podem ser encaradas como o receituário mínimo da instalação. Mas a utilidade desses critérios, sobretudo pela lição conceitual que encerram, se estende muito além do domínio residencial. 19.2 – Capacidade de Reserva dos Quadros Em seu artigo 6.5.9.2, a NBR 5410 estipula que todo quadro de distribuição, não importa se geral ou de um setor da instalação, deve ser especificado com capacidade de reserva (espaço), que permita ampliações futuras, compatíveis com a quantidade e tipo de circuitos efetivamente previstos inicialmente. Esta previsão de reserva deve obedecer aos seguintes critérios: a) Quadros com até 6 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 2 circuitos; b) Quadros de 7 a 12 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 3 circuitos; c) Quadros de 13 a 30 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 4 circuitos; d) Quadros acima de 30 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 15% dos circuitos. A norma frisa que a capacidade de reserva por ela indicada deverá ser considerada no cálculo do circuito de distribuição que alimenta o quadro em questão. 19.3 – Localização do Quadro de Distribuição O quadro de distribuição (QD) ou quadro de luz (QL) deve ser colocado: 1. Em locais de fácil acesso. Exemplo: cozinha, área de serviço e corredores. 2. E ... de preferência, o mais próximo possível do medidor. 3. Ou ... em locais onde haja maior concentração de cargas com potências elevadas, como por exemplo: cozinhas, áreas de serviço, banheiros e ambientes onde possam existir aparelhos de ar condicionado. ATENÇÃO: � Nos cômodos como cozinha e áreas de serviço, observar para que a instalação do QD ou QL não atrapalhe a colocação de armários. A sugestão para a sua instalação é atrás de portas, desde que não seja porta de correr. � O QD ou QL não deverá ser instalado em locais onde existe a possibilidade de, por determinados períodos, ficarem fechados com chave ou ser de alguma forma impossibilitado o acesso, como por exemplo: quartos, sótãos, depósitos, porões e banheiros. Fig. 19-1 – Quadro elétrico contendo dispositivos de proteção e barramentos de neutro e de terra. 19.4 – Partes Componentes de um Quadro de Distribuição • Dispositivo de proteção ger • Barramentos de interligação das fases; • Dispositivos de proteção dos circuitos terminais; • Barramento de neutro; • Barramento de terra • Estrutura: composta de caixa metálica, chapa de montagem dos component tampa (espelho) e sobretampa. Instalações Elétricas de Baixa Tensão Quadro elétrico contendo dispositivos de proteção e barramentos de neutro e de terra. Partes Componentes de um Quadro de Distribuição Dispositivo de proteção geral (DDR ou IDR+DTM); Barramentos de interligação das fases; Dispositivos de proteção dos circuitos terminais; Barramento de neutro; terra (condutores de proteção PE); Estrutura: composta de caixa metálica, chapa de montagem dos component tampa (espelho) e sobretampa. Instalações Elétricas de Baixa Tensão 88 Quadro elétrico contendo dispositivos de proteção e barramentos de neutro e de terra. Estrutura: composta de caixa metálica, chapa de montagem dos componentes, isoladores, Instalações Elétricas de Baixa Tensão 89 Fig. 19-2 – Esquema unifilar de um quadro de distribuição de cargas. Fig. 19-3 – Esquema de montagem do QD, com proteção geral através de Disjuntor DR (3F+1N). Instalações Elétricas de Baixa Tensão 90 Fig. 19-4 – Esquema de montagem do QD, proteção geral com Interruptor DR (3F+1N) e Disjuntor (3F). Fig. 19-5 – Esquema de montagem do QD, com proteção geral através de Disjuntor Termomagnético (3F). Instalações Elétricas de Baixa Tensão 91 20 – DIMENSIONAMENTO DO CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO GERAL 20.1 – Potência Instalada (ou Carga Instalada) A potência instalada (Pinst) ou potência nominal (Pn) de uma instalação elétrica ou de um circuito elétrico é a soma das potências nominais dos equipamentos de utilização (inclusive tomadas de corrente) pertencentes ao mesmo. No projeto de instalações elétricas de baixa tensão de uma residência, a potência instalada pode ser calculada pela fórmula a seguir: Pinst = Piluminação + PTUG´s + PTUE´s. Piluminação – Potência instalada de iluminação. PTUG´s – Potência instalada das tomadas de uso geral. PTUE´s – Potência instalada das tomadas de uso específico. 20.2 – Fator de Demanda O fator de demanda representa uma porcentagem de quanto das potências previstas serão utilizadas simultaneamente no momento de maior solicitação de carga pela instalação. Este fator é utilizado para não superdimensionar os condutores do circuito de alimentação geral, tendo em vista que numa residência nem todas as lâmpadas e tomadas são utilizadas ao mesmo tempo. A experiência do projetista e o conhecimento das circunstâncias que influem no fator de demanda permitirão que seja encontrado um valor aplicável a cada contexto específico de instalação. No caso das instalações elétricas residenciais o valor do fator de demanda pode ser determinado com o auxílio das Tabelas 20-1 (a) e (b). 20.3 – Potência de Demanda (Demanda Provável ou Potência de Alimentação) Na realidade, não se verifica o funcionamento de todos os pontos ativos simultaneamente, de modo que não seria econômico dimensionar os alimentadores do quadro geral (situado no muro) ao quadro terminal (situado dentro da casa), considerando a carga como sendo a soma de todas as potências nominais instaladas. Portanto, considera-se que a potência realmente demandada pela instalação (Pd) seja inferior à potência instalada (Pinst), e a relação entre ambas é designada como fator de demanda, que se representa pela letra g. A potência de demanda (Pd) também é chamada de potência de alimentação (Palim) ou de demanda máxima. No projeto de instalações elétricas de baixa tensão de uma residência, a potência de demanda pode ser calculada pela fórmula a seguir: Pd = (Piluminação + PTUG´s).g1 + PTUE´s .g2. g1 – Fator de demanda para potência de Iluminação e TUG´s. g2 – Fator de demanda para potência de TUE´s. EXEMPLO: Piluminação = 2.440 VA; PTUG´s = 7.900 VA; PTUE´s = 16.480 VA (Nº de TUE´s = 08). Pinst = Piluminação + PTUG´s + PTUE´s = 2.440 VA + 7.900 VA + 16.480 VA. Pinst = 26.820 VA x 0,9 = 24.138 W = 24,14 kW. Pd = (Piluminação + PTUG´s) x g1 +PTUE´s x g2. (Piluminação + PTUG´s) = (2.440 VA x 1,0 + 7.900 VA x 0,8) = 8.760 W, pela tabela 20-1 (a) temos g1 = 0,31. NºTUE´s = 08, pela tabela 20-1 (b) temos g2 = 0,57. Pd = (2.440 VA + 7.900 VA) x 0,31 + 16.480 VA x 0,57 = 10.340 VA x 0,31 + 16.480 VA x 0,57. Pd = 3.205,4 + 9.393,6 = 12.599,0 VA = 12,60 kVA. Instalações Elétricas de Baixa Tensão 92 Tabela 20-1 – Fator de demanda para (a) potências de iluminação + tomadas de uso geral – TUG´s e (b) para tomadas de uso específico – TUE´s em projetos de instalações elétricas residenciais. (a) Iluminação + TUG´s (b) TUE´s 20.4 – Dimensionamento da Proteção Geral, dos Condutores do Ramal de Ligação e dos Eletrodutos da Entrada de Energia dos Consumidores da COSERN Tabela 20-2 – Padrão da COSERN para circuitos alimentadores de instalações elétricas residenciais. CARGA INSTALADA [PInstalada] (kW) DEMANDA PROVÁVEL [PAlimentação] (kVA) RAMAL DE LIGAÇÃO (Cu - mm2) RAMAL DE ENTRADA (Cu - mm2) ELETRODUTO RÍGIDO (mm) PROTEÇÃO [Disjuntor] (A) ATERRAMENTO [Condutor Cu/ Eletroduto PVC] (mm2 / mm) F (N) F (N) PVC / Aço T IP O D E C O N SU M ID O R M on of ás ic o C ≤ 3 — 6 (6) 6 (6) 32 / 25 16 6 / 20 3,1 < C ≤ 6 6 (6) 6 (6) 32 / 25 32 6 / 20 6,1 < C ≤ 8 6 (6) 6 (6) 32 / 25 40 6 / 20 8,1 < C ≤ 10 10 (10) 10 (10) 32 / 25 50 10 / 20 10,1 < C ≤ 15 10 (10) 16 (16) 32 / 25 70 10 / 20 T ri fá si co 15 < C ≤ 75 D ≤ 24 3x10 (10) 3x10 (10) 40 / 32 40 10 / 20 24,1 < D ≤ 36,8 3x10 (10) 3x16 (16) 40 / 32 63 10 / 20 36,9 < D ≤ 42,3 3x16 (16) 3x25 (25) 40 / 32 70 10 / 20 42,4 < D ≤ 48,4 3x35 (35) 3x35 (35) 50 / 40 80 10 / 20 48,5 < D ≤ 60,7 3x35 (35) 3x35 (35) 50 / 40 100 10 / 20 60,8 < D ≤ 75 3x35 (35) 3x50 (50) 50 / 40 125 16 / 20 21 – DIVISÃO DOS CIRCUITOS TERMINAIS A divisão da instalação elétrica em circuitos terminais segue critérios estabelecidos pela NBR 5410. Deve-se procurar dividir os pontos ativos (luz e tomadas) de modo que a carga, isto é, que a potência se distribua, tanto quanto possível, uniformemente entre as fases do circuito alimentador principal, e de modo que os circuitos terminais tenham aproximadamente a mesma potência. Além disso, deve-se atender aos critérios especificados a seguir. 21.1 – Objetivos da Divisão da Instalação em Circuitos A divisão da instalação em circuitos terminais tem os seguintes objetivos: 1. Limitar as conseqüências de uma falta, quando ocorrerá apenas o desligamento do circuito defeituoso; 2. Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção; 3. Evitar os perigos que possam resultar da falha de um circuito único, como no caso de iluminação. Potência (W) g1 0 a 1.000 0,86 1.001 a 2.000 0,75 2.001 a 3.000 0,66 3.001 a 4.000 0,59 4.001 a 5.000 0,52 5.001 a 6.000 0,45 6.001 a 7.000 0,40 7.001 a 8.000 0,35 8.001 a 9.000 0,31 9.001 a 10.000 0,27 Acima de 10.000 0,24 Número de TUE´s g2 Número de TUE´s g2 01 1,00 11 0,49 02 1,00 12 0,48 03 0,84 13 0,46 04 0,76 14 0,45 05 0,70 15 0,44 06 0,65 16 0,43 07 0,60 17 0,41 08 0,57 18-19-20 0,40 09 0,54 21-22-23 0,39 10 0,52 24-25 0,38 Instalações Elétricas de Baixa Tensão 93 Instalações Elétricas de Baixa Tensão 94 21.2 – Critérios para a Divisão da Instalação em Circuitos Terminais � Os circuitos terminais devem ser divididos pela função dos equipamentos que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos distintos para: ILUMINAÇÃO e TOMADAS; � Devem ser previstos circuitos individuais para tomadas de uso geral (TUG´s) da cozinha, copa- cozinha e área de serviço; � Para cada equipamento eletrodoméstico fixo corresponde uma tomada de uso específico (TUE); � Devem ser previstos circuitos independentes para equipamentos de corrente nominal superior a 10 A; � Limitar em 2.200 VA (no caso de 220 V) a potência nominal máxima dos circuitos, exceto para os circuitos exclusivos das TUE´s; � Cada circuito partindo do quadro terminal de distribuição deve sempre que possível ser projetado para corrente de 16 A, podendo chegar a 20 A e, no caso de chuveiros e torneiras elétricas em circuito fase-neutro, para correntes nominais ainda maiores; � Cada circuito deve ter seu próprio condutor neutro; � Cada circuito deve ter seu próprio condutor de proteção (terra); � Sempre que possível, deve-se projetar circuitos independentes para: quartos (ambientes íntimos), salas (ambientes sociais) e cozinhas (dependências de serviço). � Para unidades residenciais, a norma francesa NFC 15-100 recomenda um máximo de 8 pontos para os circuitos terminais de iluminação e de tomadas (adotaremos um máximo de 10 a 12 pontos ativos); � Nas instalações alimentadas com duas ou três fases, as cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maior equilíbrio possível (principalmente durante a utilização dos equipamentos). Observações importantes: � Se os circuitos ficarem muito carregados, os condutores adequados para suas ligações irão resultar em uma seção nominal (bitola) muito grande, dificultando: • a colocação dos condutores dentro dos eletrodutos; • as conexões terminais dos interruptores e das tomadas. � Sempre que possível a seção nominal dos condutores deve ser menor ou igual a 4 mm2. 21.3 – Casos em que o uso de dispositivo diferencial-residual de alta sensibilidade como proteção adicional é obrigatório Deve ser objeto de proteção adicional por dispositivos a corrente diferencial-residual de alta sensibilidade (I∆N ≤ 30 mA): a) os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo banheira ou chuveiro; b) os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação; c) os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos no exterior; d) os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas- cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens; e) os circuitos que, em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de tomada situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, em áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens. Observação: Admite-se a exclusão, na alínea d), dos pontos que alimentem aparelhos de iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50 m. Instalações Elétricas de Baixa Tensão 95 22 – EXEMPLO DE UMA TABELA DE ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL Em um projeto de instalações elétricas, todos os materiais utilizados devem estar especificados tecnicamente e ter suas quantidades definidas. Tabela 22-1 – Relação dos materiais, com seus quantitativos (especificação e contagem). ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL QUANTIDADE Condutor isolado, Cu/PVC, 450/750 V, tipo BWF, com isolação em camada dupla, de acordo com a NBR 6148 (PIRASTIC SUPER ANTIFLAM). 1,5 mm2, isolação preta 150 metros 1,5 mm2, isolação azul-claro 150 metros 2,5 mm2, isolação preta 200 metros 2,5 mm2, isolação azul-claro 200 metros 2,5 mm2, isolação verde ou verde-amarelo 200 metros 4 mm2, isolação preta 30 metros 4 mm2, isolação azul-claro 30 metros 4 mm2, isolação verde ou verde-amarelo 30 metros Eletroduto rígido de PVC, de acordo com a NBR 6150 (barras ou “varas” de 3 metros). 16 (aproximadamente 16 mm ou ½ ”) 96 metros 20 (aproximadamente 20 mm ou ¾ ”) 57 metros 25 (aproximadamente 25 mm ou 1 ”) 15 metros 32 (aproximadamente 32 mm ou 1 ¼ ”) 6 metros Disjuntor termomagnético de acordo com a NBR NM 60898: disjuntores para proteção de sobrecorrentes para instalações domésticas e similares. Monofásico, 10 A (Unipolar) 4 peças Monofásico, 16 A (Unipolar) 7 peças Monofásico, 25 A (Unipolar)2 peças Monofásico, 32 A (Unipolar) 1 peça Trifásico, 40 A (Tripolar) 2 peças Interruptor diferencial-residual com corrente diferencial- residual nominal de atuação igual a 30 mA (I∆∆∆∆N). Trifásico, 40 A (Tetrapolar) 1 peça Equipamento (com espelho) Interruptor de 1 seção (simples), 10 A 7 peças Interruptor de 2 seções (duplo), 10 A 2 peças Interruptor de 3 seções, 10 A 1 peça Interruptor paralelo (three-way), 10 A 4 peças Interruptor intermediário (four-way), 10 A 1 peça Tomada fixa para embutir, bipolar com terra - 10 A/250 V 17 peças Tomada fixa para embutir, bipolar com terra - 20 A/250 V 5 peças Porta-lâmpadas devidamente protegido contra riscos de contatos acidentais com partes vivas. 18 peças Botão de campainha 1 peça Campainha 1 peça Instalações Elétricas de Baixa Tensão 96 23 – EXEMPLO DO PADRÃO DE ENTRADA (INSTALAÇÃO EM MURO) Instalações Elétricas de Baixa Tensão 97 24 – EXEMPLO DE UM PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO 5
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