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Estudo de Caso I

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ESTUDO DE CASO I 
Diego Henrique do Carmo Ferreira, Jéferson Ferronato, Kaynan Maresch 
Universidade Federal do Pampa – Engenharia de Energias– EE UNIPAMPA, CEP 96400-000, Bagé (RS), Brasil 
e-mail: diferr29@hotmail.com, jeferronato@hotmail.com, kaynan_maresch@hotmail.com 
 
Resumo – Esse estudo de caso tem como objetivo 
utilizar os conceitos vistos na disciplina de 
conservação e eficiência energética do curso de 
Engenharia de Energias da Universidade Federal do 
Pampa em duas unidades consumidoras hipotéticas. 
Serão abortados nesse estudo valores de demanda, 
consumo diário energético, fator de carga, tarifas, 
bandeiras tarifárias e afins. Com o objetivo de 
demonstrar como podemos chegar a tais valores e o 
que estes significam. 
 
Palavras-Chave – Estudo de caso, demanda, 
tarifação. 
 
I. INTRODUÇÃO 
A Eficiência energética consiste na forma com 
que desempenhamos um serviço ou atividade utilizando 
a menor quantidade de energia possível, ou seja, 
consiste na relação entre a quantidade de energia 
empregada e aquela disponibilizada para sua realização. 
De acordo com a International Energy 
Efficiency Scorecard publicado na American Council 
for na Energy-Efficient Economy (ACEEE) de 2014 a 
Alemanha vem em primeiro lugar no ranking de 
eficiência energética mundial, seguido pela Itália. O 
Brasil encontra-se no 15º lugar deste ranking, sendo o 
sul americano melhor colocado. 
Anualmente, estima-se que 10% da energia 
gerada no Brasil seja desperdiçada na maioria dos casos 
o maior problema é os aparelhos que utilizamos que são 
de baixa eficiência. Segundo o Centro Brasileiro de 
Informação em eficiência energética (PROCEL), o uso 
de equipamentos mais eficientes e instalações elétricas 
dimensionadas corretamente gerariam uma economia 
de 8,8% no consumo de energia elétrica. 
Com isso, observa-se a grande importância do 
uso consciente de energia, para que possamos aproveitar 
ao máximo um recurso dos recursos vitais no mundo 
atual. 
 
II. PRIMEIRA ETAPA 
A unidade consumidora (UC) para tal estudo de 
caso enquadra-se na classe B3 e pertence a área de 
concessão da Companhia Energética de Pernambuco 
(CE-LESC). Será considera a bandeira tarifária 
vermelha em patamar I para as análises efetuadas e o 
sistema de fornecimento da energia elétrica é trifásico à 
cinco fios. 
A demanda horária diária de tal unidade 
consumidora é representada na tabela 1. 
 
Tabela 1- Demanda por hora da unidade consumidora 
 
O gráfico 1 contém a curva de carga diária desta 
unidade consumidora, que como pode ser observado 
tem seu pico de consumo dentre as 11 e 12 horas. 
 
 
Gráfico 1- Curva de carga diária da UC 
 
 Com tais dados contidos acima foram obtidos 
os valores típicos de demanda diária, demanda máxima, 
consumo diário e o fator de carga diário da UC, tais 
valores estão na tabela 2. 
 
 
Tabela 2- Valores típicos da UC. 
 
Os valores obtidos na tabela 2 podem ser vistos 
no ‘Arquivo I’ que acompanha este relatório, no formato 
.xlsx. Todos os cálculos e formulas utilizadas para esta 
primeira etapa estão neste arquivo como os valores que 
surgiram a decorrer deste relatório quando referente a 
primeira etapa. 
Na tabela 3 consta o custo total diário através da 
modalidade tarifária convencional e da modalidade 
tarifária branca, respeitando os impostos taxados. É 
considerado a modalidade tarifária com menor custo 
diário, assumindo que a curva de carga se repete todos 
os dias, e não leve em conta sábados, domingos e 
feriados durante os cálculos. 
 
 
Tabela 3 – Custos diários. 
 
O custo da tarifa convencional é obtido pela 
multiplicação do consumo pelo valor da tarifa 
convencional da concessionária, já o custo da 
modalidade tarifária branca é o somatório do consumo 
fora de ponta multiplicado pela tarifa fora de ponta, do 
consumo no horário de ponta multiplicado pela tarifa de 
ponta e do consumo em horário intermediário que segue 
a mesma analogia. 
O custo total mensal, respeitando os impostos e 
bandeiras tarifárias estão presentes na tabela 4, foram 
considerados 20 dias úteis, pois não foi levado em conta 
os sábados, domingos e feriados. A modalidade tarifária 
com menor custo diário foi considerada. Os valores de 
encargos e impostos utilizados estão no ‘Arquivo I’, 
sendo que os valores de PIS/PASEP e CONFINS 
considerados foram os do mês de março de 2018. 
 
 
Tabela 4 – Custos mensais totais. 
 
 
 
 
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425
Curva de carga diária da unidade 
consumidora
Demanda diária (kW) 43.64
Demanda média (kW) 1.82
Demanda máxima (kW) 5.23
Fator de carga diário 0.34767368
Consumo diário (kWh) 43.64
Custo diário total modalidade tarifa convencional R$ 20.07
Custo diário total modalidade tarifa branca R$ 18.96
Custos
Modalidade Tarifária Convencional 
Modalidade Tarifária Branca 
R$ 543.15
R$ 499.55
Consumo Mensal Total 
III. SEGUNDA ETAPA 
A UC para tal etapa enquadra-se na classe A2 e 
pertence a área de concessão da Companhia Estadual de 
Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D). Será 
considera a bandeira tarifária vermelha em patamar I, as 
demandas de ponta (P) e fora de ponta (FP) contratadas 
são de 630 kW e 960 kW respectivamente. 
A demanda mensal de tal unidade consumidora 
é representada na tabela 5 e o seu consumo na tabela 6. 
 
Tabela 5 - Demanda mensal da unidade consumidora 
 
 
Tabela 6 - Consumo mensal da unidade consumidora 
 
A partir das informações contidas nas duas 
tabelas anteriores foi possível encontrar os custos anuais 
de tarifa horosazonal (THS) sem encargos e impostos, 
presentes na tabela 7. Os cálculos e valores adicionais 
utilizados para obtenção de tais valores e suas 
respectivas fórmulas podem ser encontradas no arquivo 
em formato .xlsx nomeado de ‘Arquivo II’, 
encaminhado juntamente com o estudo de caso. 
 
 
Tabela 7 – Custo anual total das modalidades horosazonais 
sem encargos e impostos 
 
A modalidade tarifária horosazonal verde tem 
um acréscimo no valor, quando comparada a azul, de 
293,70%. Como pode ser visto há uma colossal 
diferença entre os valores. 
O custo anual total, respeitando os impostos e 
bandeiras tarifárias taxadas pela concessionária, 
considerando a modalidade tarifária de menor custo 
anual, que no caso foi a tarifa horosazonal azul é de R$ 
606,747.35. Lembrando que as taxas e demais cálculos 
estão no ‘Arquivo II’, assim podendo verificar a 
procedência dos resultados e sanar qualquer dúvida 
remanescente. 
 
IV. CONSIDERAÇÕE FINAIS 
A primeira etapa consistia na análise de uma 
unidade consumidora com um consumo 
relativamente baixo, onde foi possível a utilização 
dos conceitos de demanda, consumo averiguar os 
custos mensais desta unidade e aplicação de dois 
tipos de modalidades tarifárias. 
Nesse caso a modalidade tarifária branca se 
mostrou mais rentável do ponto de vista econômico, 
pois a demanda se apresentava maior nos horários 
fora de ponta, o que acarreta uma economia de 
8,73% em relação a modalidade tarifária 
convencional. 
Na segunda etapa a unidade consumidora se 
caracterizava por uma maior demanda, já que 
R$ 389,915.83
R$ 1,145,185.23
Total anual sem considerar encargos e 
impostos
THS Azul
THS Verde
pertencia a classe A2. Analisando as duas 
modalidades tarifárias horosazonais azul e verde, 
ficou evidente que o maior retorno econômico se dá 
na modalidade THS azul. Pois o valor da energia no 
horário de ponta desta tarifa é 325,59% menor 
quando comparada a THS verde, justamente um 
horário que apresenta uma considerável demanda 
junto a UC. Assim, resultando numa economia de 
um pouco mais de 1 milhão de reais anual. 
Não se torna necessário um novo contrato de 
demanda nesse caso, pois acredita-se que a UC 
atingiu um patamar ideal de pagamento do 
fornecimento de energia elétrica.Com isso, nesses dois estudos de caso é possível 
verificar nitidamente a importância de um estudo de 
eficiência e demanda energética de qualquer 
unidade consumidora, para que o consumidor possa 
estar ciente da economia que alguns ajustes 
realizados junto a concessionária podem lhe trazer, 
tornando sua moradia ou empreendimento mais 
rentável. 
 
V. REFERÊNCIAS 
 
https://aceee.org/. Acessado em 20 de abril de 2018, 
às 22:57. 
 
http://www.procelinfo.com.br/. Acessado em 20 de 
abril de 2018 às 23:57. 
 
https://abee.org.br/. Acessado em 22 de abril de 
2018, às 21:01.

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