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CAPITULO 8 INFLACAO E DESEMPREGO

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CAPÍTULO 8
INFLAÇÃO E DESEMPREGO
Fonte: http://empreendedorismorosa.com.br/2014/04/
8.1 O CONCEITO DE INFLAÇÃO
A Inflação é o aumento persistente no nível geral de preços de uma economia. Ela representa uma perda na capacidade de compra da moeda. Para uma economia ser considerada inflacionária, é preciso que o aumento de preços seja generalizado e não apenas de alguns produtos. Aumentos esporádicos ocasionados por sazonalidade também não são suficientes para que se admita que uma economia está em condição inflacionária.
Em uma economia inflacionária, os preços dos bens e serviços se elevam em uma velocidade e proporção superior à renda das famílias. Enquanto um gerente de supermercado pode mudar o preço do seu produto diariamente, bastando apenas substituir a etiqueta com o preço do produto, o salário do consumidor que compra esse produto só é ajustado anualmente. Logo, a comprar da mesma quantidade do produto tem, com o passar do tempo, um peso maior no orçamento do consumidor.
Para exemplificar, consideremos uma família que tenha renda de R$ 3.000,00 mensais. Essa família compra os mesmos produtos e as mesmas quantidades todos os meses. Sua compra em determinado mês custou R$ 600,00. Três meses depois a mesma combinação de produtos custou R$ 750,00. Como a renda da família não aumentou por ainda não ter chegado o momento do reajuste anual. Assim, as compras do supermercado que representavam 20% da renda familiar passaram a representar 25% da renda da família três meses depois. Outra forma de interpretar esse cenário é imaginando que no terceiro mês, a família chegue ao supermercado com R$ 600,00, fatalmente ela não conseguirá comprar a mesma quantidade de produtos que comprou meses antes.
A inflação é um problema universal que quando ocorre causa sérios problemas econômicos, sociais e políticos. Por isso os governos tentam de todas as formas combate-la. E, manter a inflação controlada é sempre uma promessa de campanha para os políticos que concorrem a cargos do poder executivo.
8.2 Os Tipos de Inflação
8.2.1 A Inflação de Demanda
A Inflação de Demanda é ocasionada pelo excesso de demanda em relação à disponibilidade de bens e serviços. Passos e Nogami (2011, p.506) afirmam que esse tipo de inflação pode ser entendido como “dinheiro demais a procura de poucos bens. Ela nada mais é do que uma consequência natural da lei da oferta e procura. Se a procura por determinado produto está muito elevada, o preço do produto será ajustado para cima para que o mercado desse produto se equilibre.
Foi esse tipo de inflação que o Brasil experimentou no final dos anos 70 e durante os anos 80. Como forma de combate à Inflação de Demanda o governo usa: elevação de taxas de juros, controle de crédito, redução de gastos do governo, aumento da carga tributária e, em casos mais extremos, arrocho salarial. Todas essas medidas visam diminuir o nível de consumo da sociedade para que, novamente, a lei da oferta e procura faça sua parte e os empreendedores baixem os preços dos bens e serviços
8.2.2 A Inflação de Custos
A Inflação de Custos ocorre quando há um aumento no preço dos fatores de produção deixando o custo de produção mais caro. Isso faz com que o empreendedor repasse esse aumento para o consumidor, cobrando um preço mais elevado pelo produto final.
A energia elétrica e o combustível são produtos que quando se elevam tendem a provocar inflação de custos. Pois, a grande maioria dos bens e serviços para serem produzidos dependem desses dois produtos, ou de pelo menos algum deles. Quando sobe o preço da gasolina e do diesel, sobe também o preço dos produtos agrícolas, da carne, pão e etc. Quando se eleva o preço da energia elétrica acontece o mesmo. Por isso que, para evitar que a sociedade seja muito prejudicada pela decisão dos empresários, o aumento de preços desses dois segmentos e de outros que apresentem a mesma característica precisam de prévia autorização do governo.
Para combate-la o governo usa políticas de controle sobre os lucros das empresas, políticas de controle direto sobre os preços e política de rigidez salarial. Como podemos perceber, o salário dos trabalhadores é uma variável inflacionária por dois motivos. Quando o salário dos trabalhadores se eleva eles terão mais dinheiro e pressionarão o preço dos produtos para cima, causando inflação de demanda. Como os trabalhadores são fatores de produção para uma empresa, salários mais elevados representam maiores custos de produção para os empreendedores resultando em inflação de custos.
É por isso que o governo precisa ser bastante cauteloso ao reajustar o salário mínimo anualmente. Pois se o reajuste é muito severo, pode causar inflação e a população não experimentará do ganho real no salário devido à elevação no nível geral de preços. Outra consequência ruim do aumento severo no salário mínimo é o desemprego.
8.2.3 A Inflação Inercial
A Inflação Inercial é causada pelas expectativas dos agentes econômicos. Quando as pessoas convivem com o fenômeno inflacionário por muito tempo, elas passam a adaptar suas expectativas a determinada taxa de inflação incorporando-a em seus contratos. Esse comportamento faz com que a inflação do período seguinte seja sempre superior à inflação do período imediatamente anterior.
Por exemplo, imagine que o nível geral de preços de uma economia venha aumento a uma taxa de 10% durante algum tempo. Os agentes econômicos contarão com um aumento de 10% nos períodos seguintes e incorporarão essa taxa nos contratos e acordos informais firmados, isso fará com que o aumento no nível geral de preços seja superior a 10%.
A Inflação Inercial recebe esse nome em analogia à lei da inércia da física. Essa lei foi proposta por Isaac Newton e diz que “um corpo que está parado tende a ficar parado até que uma força haja sobre ele e, um corpo que está em movimento tende a ficar em movimento até que alguma força haja sobre ele”. Nesse caso o corpo é a inflação e ele está em movimento de aumento, e o comportamento dos agentes econômicos fazem com que ele continue seu movimento de subida até que o governo tome alguma providência para conter esse aumento.
8.2.4 O Sistema de Metas de Inflação do Governo Brasileiro
É impossível eliminar completamente a inflação. Sempre que houver trocas de produtos que tenham valor econômico a inflação se fará presente. Porém, é possível mantê-la controlada em patamares baixos em um nível que ela não traga problemas para a sociedade. Por isso, desde o segundo semestre de 1999 o governo brasileiro implantou o sistema de metas para a inflação.
Esse sistema consiste em estabelecer um teto máximo para a inflação. Esse teto indica que, se a inflação estiver abaixo dele, a população não sofrerá os problemas decorrentes dela. Caso, o índice de inflação ultrapasse o teto da meta, a sociedade começará a sentir os malefícios causados pela inflação.
A meta de inflação é proposta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), através de proposta do Ministro da Fazenda. Cabe ao Banco Central do Brasil executar as políticas necessárias para o cumprimento da meta fixadas e prestar regularmente informações sobre as medidas tomadas para atingi-la. Hoje a meta de inflação é de 6,5% e nós já batemos no teto e os Governo usa o índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPC-A) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir o crescimento da inflação. Por isso já começamos a sentir na pele os problemas ocasionados por ela.
8.3 DESEMPREGO
O desemprego é um dos principais problemas macroeconômicos enfrentados pela sociedade. A exemplo do que acontece com a inflação, o desemprego não pode ser completamente banido. Ele sempre vai existir em alguma taxa. E, para que uma economia funcione com eficiência é importante que ele exista. O que o poder público tenta fazer é deixo em taxas muito reduzidas para que se evite problemas sociais.
O desemprego é um problema muito sério. Porque além de demonstrar que uma economia está sendo ineficiente no uso dos seus recursos produtivos, individualmente ele causasérios problemas psicológicos àqueles que estão na condição de desempregados. Por causa do desemprego, famílias podem ser desfeitas, pessoas entrarem em estado de depressão e, em casos extremos, chegar ao suicídio.
Desta forma é de extrema importância conhecer as causas e os tipos de desempregos para que possamos tomar decisões que evitem que nós estejamos nessa condição ou, estado na condição de desempregado, sair o mais rápido possível dela.
Mas antes de discutirmos as questões do desemprego é preciso compreender alguns conceitos:
· Mercado de Trabalho - Mercado no qual se processa a compra e venda de mão-de-obra.
· População Economicamente Ativa (PEA) – Também conhecida como Força de Trabalho, são os indivíduos que constituem o mercado de trabalho, estando em idade e condições físicas, de saúde e psicológica de ocupar postos de trabalho.
A Taxa de Desemprego de uma sociedade é calculada através da relação percentual das pessoas que tem condições e interesse em ocupar um posto de trabalho, porém não conseguiram vaga em um determinado período de tempo (População Desocupada) pela População Economicamente Ativa.
Sendo:
8.4 Os Tipos de Desemprego
8.4.1 Desemprego Friccional ou Natural
Esse tipo de desemprego está relacionado aos indivíduos que estão desempregados temporariamente. Se enquadram nessa categoria os trabalhadores que estão em processo de mudança voluntária de emprego, aqueles que foram despedidos e estão procura de um novo emprego ou aqueles que acabarão de entrar no mercado de trabalho e estão buscando pela primeira vez ofertar sua capacidade produtiva.
Aquelas pessoas que deixam seus empregos para se dedicar aos estudos visando o processo seletivo para trabalhar em uma repartição pública e os profissionais de nível superior recém formados são bons exemplos do desemprego natural.
Geralmente leva-se um certo tempo para que um profissional que recém concluiu sua graduação consiga se inserir no mercado de trabalho exercendo a função específica de sua formação. Muitas pessoas não têm paciência para aguardar esse tempo a acabam desistindo da profissão, tendo a falsa impressão de que ainda não estão preparados para o mercado de trabalho.
Existem também aqueles profissionais que são dispensados de seus postos de trabalhado por contenção de despesas das empresas, ou até mesmo pela falência delas. Devido a sua capacidade técnica, experiência e disposição para o trabalho, esses profissionais são realocados no mercado de trabalho rapidamente.
8.4.2 Desemprego Estrutural
O Desemprego Estrutural decorre de mudanças estruturais na economia. Avanços tecnológicos ou nos padrões da demanda que tornam obsoletas algumas indústrias e profissões. As mudanças tecnológicas e mudanças nas exigências dos consumidores exigem uma nova qualificação do profissional para desempenhar algumas funções. Essas mudanças eliminam algumas oportunidades de trabalho, ao mesmo tempo que criam outras, para as quais os desempregados ainda não têm qualificação.
A mão-de-obra pode ser classificada como estruturalmente desempregada quando não possui qualificações necessárias para se candidatar às oportunidades de emprego que surgem.
O desemprego estrutural é considerado mais sério quando comparado ao desemprego friccional. Isso porque leva tempo para que os desempregados se capacitem, adquiram novas habilidades e encontrem trabalho. Assim, o problema do desemprego estrutural é mais duradouro.
Fonte: http://geraldopassofundo.blogspot.com.br/2012/05/memoria-x-memoravel.html
Se Você tem mais de 30 anos, provavelmente se recordará da máquina de datilografia. Um exemplo de desemprego estrutural se aplica aos profissionais da datilografia. Existiam pessoas que eram pagas simplesmente para datilografar documento (digitar os documentos em uma máquina rudimentar de edição de texto). Existiam até cursos específicos de datilografia. Com a chegada dos microcomputadores com seus editores de texto bem mais eficientes, as máquinas de datilografia, os professores de datilografia e os datilógrafos se tornaram obsoletos e deixaram de existir, sendo substituídos pelos operadores de computador. A invenção do computador e da internet proporcionou também o surgimento de profissões como Analista de sistemas, Web Desiner entre outras.
8.4.3 Desemprego Sazonal
O Desemprego Sazonal ocorre em função da sazonalidade de determinados tipos de atividade econômica. Geralmente ocorre com a agricultura e turismo. Um exemplo é o setor madeireiro de empresas que operam na região amazônica. No período chuvoso, que compreende o período de outubro a março, as empresas paralisam as atividades de extração de madeira da floresta. Porque as florestas alagadas tornam impraticável essa atividade. Desta forma, os profissionais desse setor são dispensados nesse período e readmitidos assim que as chuvas cessam entre os meses de abril e setembro.
8.4.4 O Desemprego e o Cenário Econômico
Agora que já conhecemos as causas do desemprego, somos capazes de analisar o cenário econômico a nossa volta e perceber e existe uma mudança estrutural na economia em curso e nós precisamos nos adaptar para não termos nossa vaga no mercado de trabalho comprometida. Se estamos desempregados, entender se o que ocorre conosco é o desemprego natural e é uma questão de tempo até encontrar um novo trabalho. Se o estamos desempregados e o setor para o qual prestamos serviços apresenta sazonalidade.
Se há, e sempre há, mudanças estruturais na economia é necessário identifica-las e sempre buscar aprimoramento através de estudos e treinamentos. Fique sempre atento ao portfólio de cursos oferecidos pelo Grupo Athenas Virtual. Esses cursos o ajudarão a está sempre preparado para as mudanças no mercado de trabalho para que você tenha sempre sua vaga garantida devido as suas qualificações.
Se você está desempregado e percebe que o seu desemprego é natural. Tenha paciência e perseverança. Em um curto espaço de tempo você será reinserido(a) no mercado de trabalho.
Se o setor para o qual você presta serviços apresenta sazonalidade, não há motivo para preocupação. Assim que o período de produção voltar você será procurado para reassumir seu posto de trabalho. Aproveite o tempo de descanso para ter momentos de lazer com a família e amigos, ler livros, fazer novos cursos aumentando seu leque de opções no mercado de trabalho e lembre-se sempre de poupar dinheiro para que não falte até que chegue o momento de trabalhar novamente.

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