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Reflexão total da luz A reflexão total da luz é um fenômeno óptico que ocorre quando a luz incide sobre uma superfície com o ângulo-limite L e é completamente refletida. A impressão que temos de ver o asfalto molhado em dias quentes é um exemplo de miragem, uma das consequências da reflexão total da luz Quando a luz incide sobre uma superfície de separação entre dois meios, uma parte dela sofre refração e a outra, reflexão, conforme mostra a figura a seguir: Diagrama demonstrando o comportamento da luz ao incidir sobre a superfície entre dois meios de índices de refração diferentes A figura mostra a reflexão e a refração quando a luz passa de um meio menos refringente para um meio mais refringente, por exemplo, passa do ar para a água. Veja agora o que acontece quando a luz passa do meio mais refringente para outro menos refringente. Podemos considerar como exemplo a luz passando da água para o ar. Observe o que acontece na figura, em que a fonte de luz é colocada embaixo de um aquário com água: A partir do ponto P, a luz é totalmente refletida Observe que todos os raios de luz que atravessam o aquário, nos pontos à esquerda do ponto P, têm uma parte refletida e outra refratada. Mas quando o ângulo entre os raios de luz incidentes e a reta normal à superfície do aquário é igual a L, o ângulo-limite, não ocorre mais a refração, e sim a reflexão total da luz. Veja agora um diagrama representando a reflexão total da luz: A figura mostra que, quando o ângulo de incidência é igual a L, o ângulo de reflexão é 90º O ângulo-limite é definido como o “menor ângulo de incidência da luz em uma superfície de separação entre dois meios a partir dos quais ela é totalmente refletida”. Ele pode ser calculado a partir da lei de Snell-Descartes: n1 . Sen i = n2 . Sen r Sendo: n1 – índice de refração do meio 1; n2 – índice de refração do meio 2; i – ângulo de incidência; r – ângulo de reflexão. No caso da reflexão total da luz, sabemos que n1 < n2, uma vez que esse fenômeno ocorre apenas quando a luz passa de um meio mais refringente para outro menos refringente. Além disso, o ângulo de incidência i é o ângulo-limite L, e o ângulo de reflexão é 90º: i = L e r = 90 Substituindo esses dados na Lei de Snell-Descartes, teremos: n1 . Sen L = n2 . Sen 90º Sen 90º = 1, portanto: n1 . Sen L = n2 . 1 Sen L = n2 n1 Uma consequência da reflexão total da luz é a impressão que temos de que a superfície do asfalto está molhada em dias quentes, fato que caracteriza um tipo de miragem. A luz proveniente do Sol atravessa várias camadas de ar com temperaturas diferentes. O ar que está perto do asfalto é mais quente e, acima dele, existe outra camada de ar com temperatura um pouco menor. Essa diferença de temperatura faz com que o ar tenha densidades diferentes e, consequentemente, as duas camadas terão índices de refração diferentes. Os raios de luz incidem na camada de ar mais quente, passando primeiro pela camada mais fria e com maior índice de refração. Dependendo do ângulo de visão do observador, a luz refletirá na superfície de separação entre essas duas camadas a imagem do céu, dando a impressão de que o asfalto está molhado.
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