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RESUMO LIVRO 2

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INTRODUÇÃO
O psicopedagogo tem um papel fundamental no processo de avaliação e intervenção dos indivíduos portadores das desordens da aprendizagem, pois ele tem o conhecimento tanto da área psicológica quanto da área pedagógica. Precisa ter espírito investigativo e levantar hipóteses. Aplicar testes e avaliar o contexto no qual o indivíduo que apresenta tais dificuldades está inserido poderá auxiliá-lo em seu pleno desenvolvimento.
CAPÍTULO I
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
1.1 – Principais conceitos
A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características, evitando, assim, cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a Psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir por meio das etapas de diagnóstico e tratamento.
1.2 O psicopedagogo
O psicopedagogo é o profissional preparado para atender crianças, adolescentes ou adultos com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.
Na clínica, o psicopedagogo, por meio do diagnóstico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará instrumentos, tais como: provas operatórias (PIAGET), provas projetivas (desenhos), EOCA, anamnese.
O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações diante de algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc. E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais completa estas crianças ou estes adolescentes já tão criticados por não corresponderem às expectativas dos pais e professores.
1.3- As Inteligências Múltiplas e como o cérebro funciona
Para que você entenda melhor o conceito de Inteligências Múltiplas, vou contar um pouco da história dos estudos da inteligência humana. Há cem anos, um cientista chamado Alfred Binet pesquisava a mente humana dissecando cadáveres e constatou que, em algumas pessoas, o lado direito do cérebro era mais desenvolvido que o esquerdo e que, em outras pessoas, acontecia justamente o contrário. Então, acreditava-se que a inteligência humana era um bloco único e que a inteligência era localizada no hemisfério direito ou no esquerdo, dependendo de qual lado fosse mais desenvolvido. Porém, com o avanço tecnológico, com a ressonância magnética e outros aparelhos modernos, iniciou-se uma pesquisa na Universidade de Harvard nos Estados Unidos.
O pesquisador Howard Gardner começou uma pesquisa com crianças de diferentes idades. Colocando-as em um ambiente estimulador e anexando a seus cérebros fios conectados a um computador e a aparelhos utilizados em hospitais, Gardner começou a perceber que, para cada estímulo diferente, uma área do cérebro era trabalhada, pois o computador acusava por meio do mapeamento cerebral da criança. Foi constatado que, para cada área do cérebro, existem diferentes estímulos e, consequentemente, diferentes inteligências que podem ser desenvolvidas por meio destes estímulos, construindo, assim, várias habilidades no indivíduo.
É claro que muitos cientistas contestaram tal teoria (a até hoje contestam). Independentemente de você acreditar que a inteligência é um bloco único ou que as inteligências são múltiplas, você há de convir que esta “Teoria das Inteligências Múltiplas” traz um novo olhar para a educação de crianças, pois hoje você pode ter a exata noção de como trabalhar diversas habilidades na criança, que área do cérebro é responsável por tais habilidades, onde estão localizadas e que tipos de jogos e atividades podem ser propostos para que o cérebro infantil se desenvolva plenamente. Isto para mim tem muita importância, pois verifico, na prática, que crianças altamente estimuladas, sem serem cobradas, são mais felizes e mais capazes de resolver diversas situações.
Observe que, se a inteligência humana fosse inata, ou seja, se cada indivíduo ao nascer trouxesse definido todo o potencial de suas inteligências pela carga genética, somente os que nascessem inteligentes seriam privilegiados. Entretanto, isto não acontece. A inteligência pode ser desenvolvida por meio de estímulos.
Como funciona o cérebro infantil? — A fábrica de ideias:
O cérebro contém milhões de neurônios ligados em paralelo formando redes interneuroniais. Cada neurônio é constituído de uma massa central e de dois tipos de filamentos responsáveis pela formação das redes: axônios, transmissores de eletricidade e dendritos, receptores de impulsos elétricos. Nos pontos onde um axônio encontra um dendrito, há um espaço onde se processam reações químicas: as sinapses. Essas reações são responsáveis pelo aprendizado. Aprender significa fortalecer as sinapses.
De acordo com Gardner (2000), as inteligências múltiplas são sete, podendo se estender a mais.
Inteligência Espacial — aprimoramento da lateralidade e direcionalidade. Há um aperfeiçoamento da coordenação motora e a percepção espacial do seu próprio corpo. jogos que trabalhem noções de direita e esquerda, alto e baixo e esportes como natação e lutas marciais ajudam a desenvolver tal inteligência.
Inteligência Verbal-Linguística — há uma conexão dos circuitos que transformam sons em palavras, O contato com estórias, contos de fadas, palavras novas, conversas estimulantes e um outro idioma auxiliam a desenvolver esta inteligência.
Inteligência Musical — há uma sensibilidade dos movimentos dos dedos da mão esquerda, o que possibilita o contato com violão, violino, harpa, entre outros instrumentos, O contato com diversos tipos de sons e de músicas estimulam esta inteligência.
Inteligência Cinestésico-Corporal — Há uma maturação maior do tato e da visão, possibilitando à criança passar objetos de uma mão para outra, bem como pegá-los com maior facilidade. A dramatização, a mímica e as atividades que estimulem os cinco sentidos auxiliam o desenvolvimento desta inteligência.
Inteligências Interpessoal e Intrapessoal — há uma conexão dos circuitos do sistema límbico, e a criança fica sensível a estímulos externos. Jogos que trabalhem os sentimentos, bem como o contato corporal e a partilha dos sentimentos, como alegria, tristeza e medo, são importantes para que esta inteligência se desenvolva plenamente.
Inteligência Lógico-Matemática — há um primeiro contato com objetos externos que propiciam o raciocínio lógico. Este contato é ampliado posteriormente para vários outros objetos e circunstâncias. Jogos sonoros, desenhos e comparação de tamanhos e proporções aprimoram o raciocínio lógico-matemático.
Inteligência Naturalista — há uma conexão dos circuitos que transformam sons em sensações. Jogos que envolvam a percepção de diferentes temperaturas, movimentos da água, do ar, que englobem elementos da natureza estimulam esta inteligência.
CAPÍTULO II
OS PRINCIPAIS TRANSTORNOS E SÍNDROMES QUE CAUSAM AS DESORDENS DE APRENDIZAGEM
A definição de grande consenso foi apresentada peio Nacional Joint Commitee on Learning Disabilities, em 1988. Esta definição expressa a essência do que podemos entender como dificuldades de aprendizagem sob vários aspectos, educativo, social e outros. É o seguinte: “Dificuldade de Aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se que são devido à disfunção do Sistema Nervoso Central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. Podem existir, junto com as dificuldades de aprendizagem, problemas nas condutas de autorregulação, percepção social e interação social, mas não constituem, por si próprias, uma dificuldade de aprendizagem. Ainda que as dificuldades de aprendizagem possam ocorrer concomitantemente com outras condiçõesincapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardamento mental, transtornos emocionais graves), ou com influências extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instrução inapropriada ou insuficiente), não são o resultado dessas condições ou influências.” (ASSUMPÇÃO JUNIOR, 2003, p, 289)
Neste sentido, as desordens de aprendizagem são de natureza heterogênea e permanecem na vida adulta. Porém, com o diagnóstico e o tratamento corretos, muitos indivíduos conseguem avançar e evoluir em seu desenvolvimento, conseguindo chegar a concluir uma graduação ou pós-graduação, mesmo sendo portador de dislexia ou discalculia.
É importante ressaltar que algumas crianças não são portadoras de nenhuma síndrome ou transtorno e, mesmo assim, apresentam desordens de aprendizagem.
Nestes casos, o diagnóstico correto é fundamental, pois o sucesso das intervenções adequadas tem apresentado grandes possibilidades de mudança na vida destes alunos. Por exemplo, crianças com prejuízos sensoriais, auditivos ou visuais apresentam uma evolução no desempenho escolar quando são tratadas. Crianças com problemas psiquiátricos ou neurológicos que fazem uso de psicofármacos podem ser prejudicadas em sua atenção devido ao efeito dos medicamentos. Crianças com determinadas doenças, como anemia falciforme, SIDA, depressão, diabetes, podem apresentar desordens de aprendizagem. Crianças com famílias desestruturadas, com uso de drogas na família, que sofreram abuso sexual também podem apresentar problemas escolares.
2.1 – Dislexia
A Dislexia abrange principalmente a leitura e a interpretação e os enunciados e os textos. Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculos Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
/ É uma condição hereditária com alterações genéticas neurológicas. Principais sinais são: dificuldade de escrever, inversão de letras, leitura lenta em que pronuncia uma sílaba por vez, troca de fonemas semelhantes (b/p) ou visualmente parecidos (q/p)
· a aprendizagem é normal nas outras disciplinas;
· há atraso de fala;
· há uma imaturidade fonológica;
· há dificuldades para realizar rimas aos quatro anos;
· faz confusões temporal-espaciais, esquema corporal e lateralidade (palavras e conceitos);
· há dificuldades em realizar provas de consciência fonológica;
· há dificuldade para aprender a correspondência letra-som;
· a principal característica é a dificuldade na relação entre letra (grafema) e som (fonema).
Devem-se enfatizar a consciência fonológica, a memória imediata e a percepção visual e auditiva, utilizando ao máximo todos os sentidos, como ler e ouvir enquanto se escreve, pois o indivíduo assimila melhor de forma concreta.
Segundo Parente e Senaha (In: ORTIZ, 2010, 167), os tipos de Dislexia adquirida são:
Dislexia por negligência: a negligência é um distúrbio atencional, no qual o indivíduo apresenta dificuldades em responder a um estímulo contralateral à lesão cerebral. A negligência pode ser somestéica (corporal) ou visual. Nesta última, o indivíduo pode apresentar falhas na leitura, apresentando dificuldade em ler parte dos estímulos verbais (normalmente o que está localizado à esquerda) e é denominado de dislexia de negligência.
Dislexias centrais: “as dislexias centrais apresentam ruptura de um das vias de leitura que pode ocorrer na via perilexical ou na lexical. No primeiro caso, encontram-se as dislexias profunda, fonológica e assemântica;
Dislexia profunda: provém da incapacidade de utilização da via perilexical, apresentando uma falha na via lexical. O indivíduo efetua trocas semânticas.
Dislexia fonológica: é aquela que apresenta uma ruptura na via perilexícal. Os indivíduos não conseguem ler as palavras, mas possuem a via lexical intacta. Apresentam dificuldades de ler “qu”, por exemplo.
Dislexia assemântica: capacidade de leitura de palavras irregulares em voz alta, mesmo sem ter acesso ao sistema semântico.
Dislexia de superfície: capacidade de leitura de neologismos (não palavras) e palavras regulares, mas incapacidade nas irregulares. Por exemplo: ao ler fixo, lê ficho. Outra dificuldade é dar tonicidade correta às palavras, seguindo regras de acentuação, leitura silabada e lentidão na leitura.
2.2 – Disortografia
A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação) ou separação indevida das palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e inversões, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas, como parágrafos, acentuação e pontua ção. A Disortografia consiste em uma escrita, não necessariamente disgráfica, mas com numerosos erros, que se manifesta logo que se tenham adquirido os mecanismos da leitura e da escrita.
Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Uma das causas é as alterações na linguagem: um atraso na aquisição e/ou no desenvolvimento e a utilização da linguagem, com um escasso nível verbal, com pobreza de vocabulário (código restrito), podem facilitar os erros de escrita.
Devido a essas dificuldades, o indivíduo prepara Textos reduzidos e apresenta desinteresse para a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou a grafia. Até o terceiro ano é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação entre fonema e grafema ainda não estão dominadas por completo.
2.3 – Disgrafia 
A Disgrafia é uma alteração da escrita normalmente ligada a problemas perceptivo-motores. Para escrever, é necessário adquirir um certo desenvolvimento: da coordenação visório-motora para que se possam realizar os movimentos finos e precisos que exigem o desenho gráfico das letras; da linguagem, para compreender o paralelismo entre o simbolismo da linguagem oral e da linguagem escrita; da percepção que possibilita a discriminação e a realização dos caracteres em uma situação espacial determinada; cada letra dentro da palavra, das palavras na linha e no conjunto da folha de papel, assim como o sentido direcional de cada grafismo e da escrita em geral.
2.4 - Discalculia
A Discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas que se manifesta fazendo com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, conceitos matemáticos, fórmulas, sequência numéricas, ao realizar contagens, sinais numéricos e até na utilização da Matemática no dia a dia. É degrande importância ressaltar que o distúrbio neurológico que provoca a Discalculia não causa deficiências mentais como algumas pessoas questionam.
Nicasio (1998, p.213) cita Kocs (In: KELLER e SUTTON, 1991, p. 549-572) afirmando que a mesma faz uma diferenciação da Discalculia em seis subtipos. São eles:
1. Discalculia Verbal — dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
2. Discalculia Practognóstica — dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
3. Discalculia Léxica — dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
4. Discalculia Gráfica — dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
5. Discalculia Ideognóstica — dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
6. Discalculia Operacional — dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
2.5 - TDAH
O Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade ou ADD (do inglês: Attention Déficit Disorder) é um transtorno neurológico. Sua origem é genética e seus portadores apresentam uma taxa menor de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e atenção, tendo como consequência a falta de concentração, característica primordial do hiperativo ou do desatento, e o esquecimento daquilo quelhe é pedido.
As causas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade são genéticas uma mutação no gene transportador de dopamina foi encontrado em 55% dos doentes comparado com 8% do grupo de controle. Em uma família com um doente, há 25 a 35% de probabilidade de outros membros afetados, comparado com 3 a 6% na população geral. Dessa forma, o TDAH não é causado por excesso de assistir à televisão, alergias alimentares, excesso de açúcar, famílias disfuncionais, escolas deficitárias.
O TDAH — Déficit de Atenção é uma condição de base orgânica, que tem por principais características dificuldades em manter o foco da atenção, controle da impulsividade e a agitação — que é a hiperatividade. É também chamado de DDA, THDA, TDAHI, entre outras siglas. O que significa ‘base orgânica”? Significa que, nos portadores do TDAH, há uma estrutura cerebral que não “trabalha” como seria esperado. Esta estrutura é chamada de lobo pré-frontal — é uma área do córtex cerebral localizada na parte da frente da cabeça, entre a testa e o meio do crânio. Esta área é formada por milhões de células cerebrais, chamadas neurônios. Quando o córtex pré-frontal tem seu funcionamento comprometido, a pessoa passa a enfrentar muitas dificuldades, entre elas problemas com concentração, memória, hiperatividade e impulsividade.
O TDAH está ligado a problemas com neurotransmissores, corno a dopamina e a noradrenalina. As regiões que estão intimamente associadas ao TDAH quando se estuda o padrão de funcionamento cerebral da distribuição do neurotransmissor dopamina inclui o colículo superior, o tálamo, o lobo parietal, lobo frontal e o giro cingular anterior.
Deste modo, evidencia-se o caráter neurológico de determinados comportamentos evidenciados nos indivíduos que apresentam quadro de TDAH. Cada área do cérebro é responsável por uma determinada atitude e comportamento típico.
O diagnóstico do TDAH
Embora o TDAH geralmente comece a se manifestar por volta dos três anos, o diagnóstico só é feito quando a criança atinge a primeira série, pois é nesta época que ela começa a entrar em um regime de aprendizado onde um padrão de comportamento estruturado é necessário. 
Desatenção ou hiperatividade — para a desatenção, seis ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes de urna maneira desadaptativa por um período de, no mínimo, seis meses.
Hiperatividade ou Impulsividade — para a hiperatividade ou impulsividade, seis ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes de uma maneira desadaptativa por um período de no mínimo seis meses:
Para o TDAH, pode ocorrer a presença de apenas desatenção, apenas hiperatividade ou impulsividade, ou de ambos.
O distúrbio deve começar antes dos sete anos de idade, deve se manifestar em mais de um contexto (na escola e em casa, por exemplo) e deve haver comprometimento significativo do funcionamento social.
O diagnóstico do TDAH não deve ser baseado exclusivamente em listas de sintomas, apenas ter muitos dos sintomas não significa que, necessariamente, alguém tenha o TDAH. Há várias outras causas que podem mimetizar os sintomas do TDAH ou até mesmo ocorrerem simultaneamente a ele, o que é chamado de comorbidade. Por esta razão, é necessário fazer um bom diagnóstico diferencial, uma extensa análise clínica do caso, acompanhada, sempre que necessário, de instrumentos (testes) de avaliação cognitiva, psicológica, neuropsicológica, emocional e/ou comportamental.
Os estimulantes são a categoria de medicamentos mais usada para tratamento do TDAH — Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. No Brasil, a Ritalina é o medicamento mais comum. Ainda há muito desconhecimento e preconceitos sobre o uso de medicação psiquiátrica, especialmente “tarjas pretas”.
A Ritalina é uma droga de perfil seguro. É uma alternativa de curto prazo — seus efeitos são rápidos e de curta duração (duram apenas entre 4 e 6 horas). Quando o tratamento como um todo é baseado apenas em medicação, será necessário tomar a droga por toda a vida. A Ritalina não leva a uma melhora definitiva nos sintomas — ela apenas traz alívio por algumas horas.
Cabe aos profissionais envolvidos com o cliente apresentar um leque de possibilidades, com seus prós, contras, possíveis consequências a curto e longo prazo, para que a melhor escolha possa ser feita.
Os efeitos colaterais mais comuns são: perda de apetite, taquicardia, boca seca. Normalmente estes efeitos são leves e devem desaparecer rapidamente. No caso de crianças com altura inferior à esperada para a idade, com problemas de crescimento ou hormonais, o uso da medicação pode não ser recomendado.
As possibilidades de cura
Não se pode falar em cura do TDAH, como não se fala, por exemplo, em cura do diabetes. É uma condição que pode e deve ser mantida sob controle. O efeito da medicação é provisório, permanece pelo tempo que a substância estiver no organismo. No caso da Ritalina, o efeito de 10mg dura em torno de 4 horas. Quando o efeito do remédio acaba, todos os sintomas retornam. Se a escolha pelo tratamento é baseada exclusivamente em drogas psicoestimulantes (o caso da Ritalina), não há perspectivas em abandonar a droga, ou seja, um tratamento com remédio — Ritalina ou outro, é um tratamento para o resto da vida. A Ritalina possui efeito imediato e muito eficaz. Entretanto, ela não ensina nada à pessoa, quando seu efeito acaba, tudo volta ao estado inicial. Alternativas, como o Neurofeedback, a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e o Coach Comportamental levam a ganhos permanentes, pois envolvem processos de aprendizagem e, desta forma, preparam a pessoa para lidar melhor com as limitações do TDAH ou até mesmo a superá-las.
2.6 – Transtornos Globais do Desenvolvimento
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações não atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo. 
2.6.1 – Autismo
O Autismo é um transtorno global do desenvolvimento. O conceito de transtornos globais de desenvolvimento é descrito como um.
De acordo com Assumpção Junior (2003, p, 268), para o diagnóstico do autismo, pelo DSM-IV (1996), é necessário um total de seis ou mais itens de 1, 2 e 3, estando presentes menos dois itens de 1, um item de 2 e um item de 3.
1) prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por, pelo menos, dois dos seguintes aspectos:
· prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como: contato visual direto, expressão facial, postura corporal e gestos para regular a interação social;
· fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento;
· falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por exemplo, não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse);
· falta de reciprocidade social ou emocional.
2) prejuízos qualitativos na comunicação, manifes tados por, pelos menos, um dos seguintes aspectos:
· atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhado por uma tentativa de compensar por meio de modos alternativos de comunicação, tais como:
· gestos ou mímica);
· em indivíduos com fala adequada, acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversação;
· uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática;
· falta de jogos ou brincadeiras de imitação social variados ou espontâneos, apropriados ao nível de desenvolvimento.
3) padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por, pelosmenos, um dos seguintes aspectos:
· preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco;
· adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais;
· maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, agitar ou torcer mão ou dedos ou movimentos complexos de todo os corpo);
· preocupação persistente com partes de objetos.
2.6.2 – Síndrome de Asperger 
	Esta síndrome foi descrita primeiramente por Asperger, em 1944, sob a designação de “psicopatologia autística”. A Síndrome de Asperger corresponde a uma quadro caracterizado por déficit na sociabilidade, interesses circunscritos, déficit na comunicação.
De acordo com Sanvito (2008, p. 31), em uma ponta, estão indivíduos com deficiência mental séria, cuja única função visível é fazer estranhos movimentos corporais repetitivos. Na outra ponta, estão pessoas com QI normal ou alto, com carreiras profissionais de sucesso e vida doméstica aparentemente normal. Algumas dessas pessoas exibem talentos extraordinários para desenho, cálculo ou tocar instrumento, mesmo tendo um QI baixo.
Há uma incapacidade de compartilhar sentimentos, crenças e conhecimento com outras pessoas. Na síndrome de Asperger, podemos encontrar um alto desempenho para a Música ou a Matemática.
Algumas comorbidades podem estar juntas com a Síndrome de Asperger, como, por exemplo, o déficit de atenção, os problemas de humor (como a depressão e a ansiedade).
São indivíduos que podem apresentar uma linguagem superficialmente corretíssima, mas vivem em seu próprio mundo, com uma socialização deficiente. Por estes motivos, certas dificuldades de aprendizagem podem surgir, exigindo atendimento especializado, como fonoaudiólogo, terapia ocupacional e suporte psicológico, além do psicopedagógico e do médico.
2.6.3 – Transtorno de Rett
	Dentre os transtornos globais do desenvolvimento, o Transtorno de Rett é acompanhado de um nível grave ou profundo de atraso mental.
	Pode ser reconhecida, quando típica, entre 6 e 18 meses de idade, apresentando quadro clínico caracterizado por baixos padrões comuncacionais, uso das mãos e movimentos estereotipados em período de desenvolvimento normal. Gradativamente, observa-se a desaceleração do crescimento cefálico, anomalias da marcha (ataxia/apraxia), convulsões, padrões respiratórios irregulares e escoliose. Acomete indivíduos do sexo feminino. (ASSUMPÇÃO JUNIOR, 2003, p, 270)
2.6.4 – Transtornos Desintegrativos
	Quadro pouco conhecido que implica perda de funções e capacidade previamente adquiridas pela criança, ou seja, há uma clara regressão. Para seu diagnóstico, a perda deve ocorrer após os dois anos de idade e antes dos dez anos.
	2.7 – Sindrome do X Frágil 
	A Síndrome do X frágil é genética. Ocorre em 1 em cada 4.000 meninos nascidos vivos e em 1 em cada 6.000 meninas. Uma de cada 259 mulheres tem a pré-mutação, ou seja, não apresenta qualquer sintoma da doença, mas pode transmitir para seus filhos. Recém-nascidos não apresentam indícios de aparência física que antecipem uma suspeita precoce da síndrome.
	2.8 – Psicoses Infantis
	As psicoses dividem-se em orgânicas e funcionais. Psicoses orgânicas: delírio, demência e síndrome de Korsakoff. Psicoses funcionais: esquizofrenia, psicose maníaco-depressiva.
2.8.1 — Esquizofrenia infantil
	De acordo com os critérios diagnósticos da CID10, a Esquizofrenia está classificada no bloco entre F 20 e F 29, com múltiplos quadros clínicos. Para a psiquiatria norte-americana, a Esquizofrenia seria uma reação e teria como característica central um estado onde o paciente perderia o sentido da realidade, na acepção psicanalítica de um conflito Ego versus realidade.
A Esquizofrenia é, dentre as doenças mentais, a que acarreta mais prejuízos. É um distúrbio do psiquismo e da personalidade, que se manifesta com a consciência lúcida, caracterizado por diversas alterações nas experiências psíquicas nos padrões de pensamento e humor.
	
CAPÍTULO III
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
A avaliação psicopedagógica é a investigação do processo de aprendizagem do indivíduo, visando entender a origem da dificuldade e/ou distúrbio apresentado.
Inclui entrevista contratual com os pais ou os responsáveis pela criança e/ou pelo adolescente, análise do material escolar, aplicação de diferentes modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de competência e dificuldades apresentadas, anamnese, visita à escola (se for o caso) e devolução.
	A avaliação psicopedagógica acontece quando uma família tem como queixa fundamental a dificuldade de um de seus membros diante da sua aprendizagem, sendo, portanto, a aprendizagem e suas relações a porta de entrada para a compreensão do caso que se apresenta.
O diagnóstico psicopedagógico tem por objetivo penetrar na dinâmica familiar, mas mantendo o foco no paciente e em sua queixa.
3.1 – Entrevista contratual
Nesta primeira sessão, você irá explicar como você trabalha, qual o tempo de duração das sessões, o valor de cada sessão, de quantas sessões você precisa para fazer uma avaliação psicopedagógica (no mínimo de 10 a 11 sessões). Colherá também alguns dados, como endereço, telefone dos pais, escola em que estuda a criança, ano de escolaridade, telefone da escola.
3.2 – EFES
Entrevista Familiar Exploratória Situacional — EFES é uma entrevista realizada com a criança e a família. Pode ser realizada primeiramente objetivando compreender: a queixa nas dimensões familiares; as relações e expectativas familiares com relação à aprendizagem e ao terapeuta; a aceitação e o engajamento da família no diagnóstico; realização do contrato; esclarecer o que é um diagnóstico psicopedagógico; criação de um clima de segurança.
É importante que a primeira entrevista com o adolescente os pais estejam presentes, pois isso permitirá que o mesmo exponha sua dificuldade em nível de igualdade com os pais e o terapeuta. A presença do terapeuta possibilita autonomia ao adolescente. Em alguns casos, não se torna necessário dar continuidade ao diagnóstico, pois, nessa entrevista, pais e adolescente entram em consenso para a solução da queixa.
A EFES é desnecessária em alguns casos quando o paciente que procura o atendimento é um adolescente ou adulto. Com adolescentes, após a conversa inicial, o terapeuta deve lançar desafios se ele não se dispuser a conversar espontaneamente, mas, se o paciente for colaborador, deixe em aberto algumas atividades com a utilização de jogos, sem forçara sua participação. Nunca se devem propor problemas matemáticos ou tarefas escolares, pois o que levou o paciente a procurar a terapia foi uma dificuldade escolar, e ele não vai querer deixar evidente o seu “ponto fraco”.
3-3 - EOCA
	
De acordo com Visca (1987, p.72), a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem — EOCA tem uma determinada sequência proposta pelo autor, mas não é uma fórmula rígida, pois pode variar segundo as circunstâncias. É um instrumento simples, mais rico em seus resultados. Três aspectos são importantes na EOCA:
1°) A temática — aquilo que o Sujeito traz, nas formas manifestas e latentes.
2°) A dinâmica — aquilo que o sujeito faz e que não é verbal (gestos, tons de VOZ, postura etc.).
3°) O produto — o que o sujeito apresenta no papel.
3.4 – Testes 
	3.4.1 – Diagnóstico Operatório
	O Diagnóstico Operatório é importante para que se descubra se a criança passou pelo processo de assimilação e acomodação de acordo com o seu nível de desenvolvimento, ou seja, a oportunidade que a criança teve de investigar e para modificar-se, com as implicações posteriores dessas atividades no jogo da imitação, o que leva à constituição de símbolos e imagens.
	- Hipoassimilação: os esquemas de objeto permanecem empobrecidos, bem como a capacidade de coordená-los, o que resulta em um déficit lúdico e na disfunção do papel antecipatório da imaginação criadora.
- Hiperassimilação: pode dar-se uma internalização prematura dos esquemas, com predomínio do lúdico que, ao invés de permitir a antecipaçãode transformações possíveis, desrealiza negativamente o pensamento da criança.
- Hipoacomodação: aparece quando o ritmo da criança não foi respeitado, nem sua necessidade de repetir muitas vezes a mesma experiência.
3.4.2 – Técnicas projetivas
Teste do Desenho
Desenho livre (perguntar o que fez)
Desenho-história (pedir ao cliente que invente histórias sobre os seus desenhos)
Testes do desenho do par educativo
Teste do Desenho da casa
Teste do Desenho: fazendo aquilo que mais gosta de fazer.
Teste da família prospectiva
Teste de visão do futuro
3.4.3 — Teste das frases incompletas
Apresentação de palavras iniciais ou frases para serem completadas.
Hoje eu...
Gosto de...
Meu passatempo preferido é...
Quando crescer, quero ser....
Estou me sentindo...
3.4.4 Teste de associação de palavras
Dentro de uma sacola ou uma caixa, colocam-se várias palavras que tenham a ver com aprendizagem, família, situações cotidianas, sentimentos. O sujeito vai retirando uma palavra por vez e falando o que lhe vem a cabeça sobre esta palavra.
3.4.5 — Testes escolares
Leitura — solicite ao cliente que leia as 20 palavras abaixo:
desenho — balde — fixo — industrialização — paciência — cortesia — gratidão — solidariedade — simplicidade — intelectuais — administrador — pia — interpretar — grampeador — quebramento — ajuizado — cronômetro — repugnante — incompleta — fortificação.
	3.4.6 — Teste da memória
* Memória visual — utilize jogos da memória encontrados no mercado e jogue com seu cliente para verificar com está a memória visual dele.
* Memória auditiva — fale uma sequência de palavras e depois solicite ao cliente que repita.
3.4.7 — Sequência lógica
Apresente uma história que possua somente figuras em forma de quadrinhos, possuindo uma sequência. Misture a sequência e solicite ao cliente que coloque os cartões da história na ordem em que aconteceram.
3.4.8 — Orientação temporal
Faça perguntas relacionadas a tempo.
· Quais são os meses do ano?
· Quais são os dias da semana?
· Que dia do mês é hoje?
· Em que ano nós estamos?
· Se hoje é segunda-feira, quantos dias faltam para chegar domingo?
· A que horas você costuma almoçar? E jantar?
· Lateralidade — jogue o jogo Twister (da Hasbro) com o seu cliente. 
3.5 — Visita à escola
Na visita à escola, você, enquanto psicopedagogo, deve buscar coletar o máximo de informações para concluir seu diagnóstico. Você pode fazer a visita na hora do recreio e observar de longe como a criança se comporta no meio de outros do seu grupo. Posteriormente, deve conversar com a pedagoga da escola ou com a coordenadora pedagógica para a coleta de dados. Se houver possibilidade, converse também com os professores da criança ou do adolescente.
3.6 – Entrevista com os pais (Anamnese)
Desenvolvimento Socioemocional
Sociabilidade
Características Atuais
3.6.1 Entrevista com o cliente (Anamnese/para adolescente ou adulto)
3.7 - Devolução
Devolução é a comunicação verbal feita ao final toda a avaliação em que o terapeuta relata aos pais e ao paciente os resultados obtidos ao longo do diagnóstico. E uma análise da problemática seguida de sínteses integradoras, que devem ser repetidas sempre quesejam acrescentadas novas informações e, de algum modo, arrumando-se novamente a situaçao no sentido da diminuição das resistências.
Organizam-se os dados sobre o paciente em três grandes áreas:
· pedagógica
· cognitiva
· afetivo-social
3.7.1 — Como fazer um informe psicopedagógico?
O fundamental na redação do informe psicopedagógico é adequá-lo ao solicitante e, por isso, jamais se deve redigir a mesma coisa para a tesouraria de uma empresa, uma escola ou para um psicólogo. O nível de profundidade do assunto, o resguardo ético da vida do paciente e sua família devem ser preocupações nesse momento. O informe tem como finalidade resumir as conclusões a que se chegou na busca de respostas às perguntas inicias que motivaram o diagnóstico.
2) Motivo da Avaliação — Encaminhamento
Relatar a queixa na visão da família e da escola. Caracterizar o encaminhamento feito para um diagnóstico psicopedagógico pela escola, pelo pediatra, pelo neurologista, pelo psicólogo etc.
3) Período da avaliação e número de sessões
Ao se definir o período de avaliação, delimita-se a época do ano letivo em que foi feita a mesma, a sua extensão, as interrupções ocorridas e suas causas.
4) Instrumentos usados
5) Análise dos resultados nas diferentes áreas
Na área pedagógica.
Na área cognitivo-comportamental.
Na área afetivo social.
6) Síntese dos Resultados
Fazer uma síntese do que foi analisado no item 5, estabelecendo-se a relação entre as diferentes áreas em função do motivo da avaliação. Esse item é uma reelaboração dos dados e suas interligações de modo que se tenha uma visão global do paciente em face da questão da aprendizagem e/ou da produção escolar e assim formular a hipótese diagnóstica final.
7) Prognóstico
Relata-se a hipótese final sobre o estado futuro do paciente em relação ao momento do diagnóstico. É uma visão condicional, baseada no que poderá acontecer a partir das recomendações e indicações. Se necessário, pode-se fazer referência a indicadores, tais como: atitude altamente colaboradora, riqueza de expressão simbólica, bom nível intelectual, pedido de ajuda expressa nos testes projetivos etc.
8) Recomendações e Indicações
Sintetizar as orientações dadas aos pais e à escola: troca de turma ou de escola, forma de posicionar o paciente em sala de aula, modo de lidar com ele em casa e na escola, reformulação das exigências, atribuição de responsabilidade, revelação de fatos etc. As indicações de atendimento a serem feitos, seja em Psicopedagogia, Fonoaudiologia, Psicoterapia etc.
9) Observações: acréscimo de dados conforme casos específicos
• Exemplos:
• alguns dados da história de vida;
postura do paciente durante a avaliação;
• recorte de sessões ou testagem;
• recorte da dinâmica familiar;
• interferências durante o processo;
• interrupções;
• síntese do sistema escolar; análise mais detalhada do tipo de escola.
3.7.2 — Possíveis encaminhamentos: equipe multiprofissional
Os encaminhamentos são feitos de acordo com o diagnóstico. Muitas vezes, o cliente já chega com uma demanda na clínica psicopedagógica e já está sendo acompanhado por um médico neurologista ou por um psicólogo, por exemplo. E é o próprio profissional que encaminha para o psicopedagogo. Então, a avaliação diagnóstica já tem muitas vezes alguns laudos médicos que respaldam o trabalho do psicopedagogo, mas o caminho é o mesmo, pois o nosso olhar precisa ser neutro, para verificar ou não as hipóteses. Sentar junto, fazer estudos de caso, trocar opiniões é sempre sugerido nestes casos.
A equipe multiprofissional é formada por médicos, em suas diversas especialidades (principalmente neurologia), fonoaudiólogos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, psicopedagogos, arte terapeutas e outros. Estes profissionais deverão atuar com um grupo junto com o cliente e seus familiares.
CAPÍTULO IV
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: O DESPERTAR DAS POTENCIALIDADES
	4.1 — Programa de Inteligências Múltiplas e Valores Humanos
Vários exercícios práticos podem ser desenvolvidos com crianças, adolescentes e até adultos, a fim de desenvolver as inteligências múltiplas e os valores humanos. Este programa difere dos demais devido à quantidade e à forma. Este programa é basicamente composto por jogos e situações desafiadoras, que podem ser desenvolvidas a qualquer tempo e lugar. Se você perceber que deve se deter a um determinado jogo por mais tempo, então o faça, pois só você sabe como está o andamento do indivíduo ou do grupo.
Alguns jogos de estimulação:
1) Prece diária
2) Planejar e preparar
3) O sistema de segurança
4) Medalha do amor
5) Pôster do amor incondicional
6) Confiança cega
7) Tomara que pegue
8) Mochila de capacidades
9) Tapinha nas costas
10) Cartão de visita especial
11) Amuleto da coragem
12) Palavras de mim
13) Ouvir e encontrar
14) Boné de ouvir
15) Passa bambolê
16) Resoluçãode problemas
17) Baralho de sentimentos
18) Prêmio palhaço da semana
19) Curso de caráter
20) Leis morais
21) Teatrinho
22) Dominó
23) Imagens
24) Moedinhas
25) O relógio
26) As fotos
27) Maquete
28) Mímica
4.2 – Programação Neurolin
“O único meio de se descobrir os limites do possível é ir além deles alcançando o impossível.”
Na era da mente, na qual nós estamos atualmente, as mudanças acontecem de forma muito rápida. A tecnologia avança velozmente e a quantidade de informações é avassaladora. A Programação Neurolinguística é um desses caminhos que provocam mudanças.
O cérebro tem uma maneira própria de funcionar, produzindo os pensamentos que você tem. Os seus pensamentos geram os seus comportamentos e sua forma de se comunicar.
Eis alguns passos que você, enquanto psicopedagogo, pode trabalhar com a família da criança ou do adolescente na clínica.
1°) Pense em uma situação difícil com a criança.
2°) Agora, veja um filme sobre a situação e, do seu ponto de vista, revivencie o episódio. 
3°) Agora, reviva a mesma situação, porém do ponto de vista da criança. Veja os filmes da mesma situação, porém agora se coloque no lugar da criança.
4°) Agora, reviva a situação como observador. Como uma pessoa de fora, que não seja você nem a criança, ouça e veja a experiência de um ponto de vista que lhe permita ver tanto você quanto à criança ao mesmo tempo. Faça de conta que você está vendo um filme. Consegue notar algo sobre a maneira como você e criança reagem um ao outro?
5°) Como usar a informação. Você enquanto psicopedagogo deve conduzir para que a família perceba que a situação tem muitos olhares e que pode ser resolvida de várias formas, pois, a partir de agora, dispõe de algumas informações que não percebia antes.
Como se relacionar não verbalmente com a criança?
A maioria dos educadores deseja ter um relacionamento positivo e mais profundo com suas crianças, todavia poucos conseguem isto. Já é comprovado que as pessoas que convivém juntas por um certo período acabam imitando umas as outras em seus gestos, ou seja, não verbalmente. No caso de um bebê, por exemplo, que está na fase de emitir sons, ficará feliz em conversar com alguém que use os mesmos sons e o mesmo ritmo que ele. Se uma criança é tímida, tende a ter uma melhor comunicação com pessoas parecidas, então, você pode criar um relacionamento com ela fingindo ser tímida também. Quando a criança se esconde e você se esconde atrás das mãos, também está imitando-a.
É importante que você possa perceber como as crianças são, pelas fases que estão passando e tentar se comunicar de forma não verbal com elas. Esta forma de comunicação, às vezes, vale mais do que mil palavras e pode ter um impacto muito significativo no relacionamento de vocês.
Uma mudança gradativa — Com o início da comunicação não verbal, a criança pode sentir-se mais receptiva a pequenas mudanças de criança. Se quisermos ajudar a criança a passar para um estado emocional mais calmo ou mais capaz, podemos, primeiro, reproduzir seus movimentos e, depois, lentamente, ir modificando o comportamento dela, levando-a um estado mais criativo e calmo. Deve-se mudar o comportamento em um ritmo que a criança possa acompanhar. 
Como descobrir a intenção positiva na criança ou no adolescente?
Para ser usado quando a criança ou o adolescente se “comporta mal”
1) Antes de mais nada, interrompa o comportamento indesejado tão rápida e calmamente quanto possível.
2) Descubra a intenção positiva do comportamento indesejado. “O que você está tentando fazer? O que você deseja?”
3) Concorde ou reconheça a intenção positiva da criança ou do adolescente. “É importante proteger seus brinquedos.”
4) Ajude a criança ou o adolescente a encontrar outras formas de atingir sua intenção positiva.
Impedirmos o comportamento indesejado, as crianças ou os adolescentes aos poucos passarão a pensar que são “maus” ou “desobedientes”. Sentem-se em conflito, porque só têm duas opções: brigar para conseguir o que querem ou serem “bonzínhos” e perder algo importante para eles. Porém, se os quatro passos usados para descobrir a intenção positiva da criança ou do adolescente forem usados, serão obtidos efeitos a longo prazo, tais como: a criança ou o adolescente se vê como alguém com boas intenções, em vez de uma pessoa “agressiva” ou “má”. Isso ajuda a criar uma autoimagem positiva; a criança ou o adolescente passa a ver as outras crianças ou os adolescentes da mesma forma (mesmo quando fazem coisas que a desagradam, estão agindo com boas intenções); a criança ou o adolescente aprende a pensar automaticamente em soluções alternativas e a usar a sua criatividade sempre que houver um problema.
Como construir a autoimagem da criança ou do adolescente. A conversa entre educadores e crianças e adolescentes é muito importante, pois o indivíduo constrói sua autoimagem partindo das afirmações dos adultos a seu respeito.
Na formação da identidade do indivíduo, se um adulto diz coisas do tipo: “Você é muito agitado”; “Você é muito bruto” ou “Você é muito bagunceiro”, a criança ou o adolescente entenderá que ele é assim, que estas “qualidades” fazem parte da personalidade dele. Ao ouvir isto, a criança ou o adolescente pode até se sentir mal por ser baguriceiro ou agitado, mas, já que se trata de algo que ele é, não pode fazer nada a respeito.
Por isso, muito cuidado ao falar de como a criança ou o adolescente é. Melhor falar de como ele está se comportando. Falar do comportamento é muito mais eficaz, pois você está falando de algo que a criança ou o adolescente está fazendo e não de algo que ele é.
4.3 — Laboratório de Pais — desenvolvendo habilidades
O laboratório de pais tem o objetivo de propiciar a pais, educadores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, assistentes sociais e profissionais de áreas afins a oportunidade de repensar valores e práticas ao lidar com crianças ou adolescentes, bem como trocar experiências positivas e negativas que acontecem no dia a dia.
Questões mais frequentes:
1) Como estabelecer limites
Regras e limites são uns dos temas mais solicitados ultimamente. Gosto muito do sistema minuto. Ele é simples. Consiste em Objetivo — Elogio — Repreensão. O objetivo minuto consiste em simplesmente traçar metas, ou seja, estabelecer prazo para os sonhos. Sente com a criança ou o adolescente e liste os principais objetivos, o que realmente se quer. Comece com coisas simples e fáceis e, conforme for atingindo os objetivos, vá estabelecendo outros junto com a criança ou o adolescente.
Elogie a criança ou o adolescente e diga o quanto você está feliz com ele. Se a criança ou o adolescente for elogiado, ele tenderá a melhorar o seu comportamento, pois um elogio é melhor que uma repreensão. 
2) Como desenvolver a capacidade de atenção das crianças ou dos adolescente em sala de aula?
Acredito muito em uma técnica de Célestin Freinet chamada de Trabalho Diversificado Livre. O TDL consiste em você arrumar a sala de uma maneira na qual, em cada mesa ou grupo de mesas, haverá uma atividade diferente. 
3) Se a idade ideal para se trabalhar Inteligências Múltiplas é na infância, os alunos maiores ou os adultos não teriam a oportunidade de serem trabalhados?
É claro que podem ser trabalhados, mesmo porque desenvolvo maravilhosos trabalhos com adultos em treinamentos de empresas e grupos terapêuticos, porém o resultado leva mais tempo para ser alcançado, e a interiorização se dá em um processo de mudança, pois o adulto já está com sua personalidade e ideias formadas, com suas crenças e paradigmas estabelecidos.
4) Como ter um tipo de relacionamento tranquilo (com respeito) com a criança sem precisar bater ou gritar?
Se houver uma boa conversa todos dos dias (pois a criança deve ser lembrada sempre das regras estabelecidas) e forem usados o objetivo, o elogio e a repreensão minuto, em pouco tempo, você conseguirá um resultado positivo. 
5) Como fazer quando os pais não concordam entre si, ou seja, um diz que não e o outro diz que sim?
Se o casal sentar e estabelecer metas (objetivos), eles terão bem definidos na cabeçadeles o que pode e o que não pode e aí, mesmo que um discorde do outro em algum momento, estará com a consciência tranquila para perceber que o outro fez o melhor que podia naquele momento.
	6) O que fazer quando a criança ou o adolescente tem comportamentos agressivos?
Dar carinho, dedicar e conversar muito ajuda neste processo. Atividades com massinha e argila também são terapêuticas, pois permitem que ele expresse ou externe a sua agressividade de uma outra forma.
7) Como proceder com constantes brigas entre irmãos?
Criar regras para este tipo de situação também é muito vantajoso. Estabeleça o que pode e o que não pode também entre irmãos e coloque em um lugar onde todos vejam e possam ler em um minuto ou um pouco mais. E quem descumprir a regra estará sujeito às sanções (que deverão estar diretamente ligadas ao fato ocorrido). Por exemplo: Pedro jogou um copo de refrigerante no irmão porque este não queria jogar bola com ele. Pedro, então, deverá lavar a camisa do irmão). Isto se chama sanção disciplinar e funciona muito bem em quase todas as ocasiões.
8) Piaget e Emília Ferreiro podem ser trabalhados integradõs a Gardner (Inteligências Múltiplas)?
Não acredito em um trabalho de Inteligências Múltiplas sem a Epistemologia Genética de Piaget e os estudos Linguísticos de Emília Ferreiro.
Tudo pode ser trabalhado em conjunto. Piaget “falou” do comportamento e da cognição do ser humano, Emília “falou” da forma como a criança aprende a ler e a escrever e seus níveis de escrita e Gardner “falou” da estrutura cerebral e de como o cérebro funciona e se relaciona com a inteligência. São assuntos diferentes, porém, se interligam e são importantíssimos para qualquer base educacional. Saber integrar conhecimentos é muito importante para qualquer educador que deseja ser bem-sucedido. Aliar teoria e prática é uma das tarefas mais gratificantes e difíceis, pois a tendência é cair na rotina.
9) Como trabalhar a sexualidade infantil?
Trate com naturalidade o assunto. Se a criança lhe fizer alguma pergunta que você não saiba responder, não enrole e não minta. Diga que não sabe, mas que vai pesquisar sobre o assunto e a conversa com ela depois. Também evite ficar jogando a responsabilidade para outra pessoa. “Ah! Pergunte isso para fulano, ele sabe mais sobre isto...” Se a criança perguntou para você é porque tem um vínculo de confiança estabelecido com você. É muito importante que a resposta seja coerente com a pergunta da criança.
CAPÍTULO V
PREVENINDO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE LEITURA
“A inteligência de uma criança é mu1tipicada quando o educador proporciona a aquisição de conhecimentos e capacidade com alegria e amor.” Bianca Acampora
O conhecimento é o presente mais precioso que você pode dar a uma criança. Dê-lhe isto com a mês ma generosidade com que lhe dá de comer ou beber. Aprender é a maior aventura da vida. O mais importante é que haja diversão ao aprender.
Ensinar uma criança é dar-lhe um presente. Você deve dar à criança a oportunidade de resolver problemas.
5.1 Programa de leitura
Aprender é uma recompensa e não um castigo; é um prazer e não uma obrigação. Por este motivo, ao desenvolver tais programas, evite tudo o que possa destruir a espontaneidade da criança. Se você ao desenvolver qualquer programa não estiver se divertindo com suas crianças, então pare, pois alguma coisa está errada.
O Programa de estímulo à leitura tem como objetivo principal estimular a leitura no ser humano desde a mais tenra idade. A criança irá visualizar palavras com letras grandes. O segredo está exatamente aí.
É importante perceber que o maior problema da educação brasileira é a repetência, e eia se dá geralmente porque os alunos não sabem ler, não sabem interpretar. Seja em que disciplina for. Em uma prova de Matemática, se o aluno não “entende” o enunciado, não desenvolve a questão. Se a criança tem a oportunidade de ler e interpretar desde a mais tenra idade, isto com certeza a beneficiará mais tarde.
O programa de leitura consiste em fichas. Cada ficha contém uma palavra.
Despertar as potencialidades — estimular a leitura:
1) Apresentação do material à criança
2) Trabalhe com estas 15 palavras durante duas semanas e, depois, guarde-as em uma caixa em ordem alfabética e vá apresentando mais outras 15 e assim sucessivamente. 
Etapas do Programa de Leitura:
1- palavras simples.
2- pares de palavras.
3- frase.
4- sentenças.
5- livros.
Você deve segurar as palavras na sua frente, viradas para as crianças, e mostrá-las uma a uma dizendo o que significa. E assim por diante. Exemplo: “Isto quer dizer mamãe”.
2) Na segunda etapa, você pode juntar as palavras já retiradas dos programas. Por exemplo: banana amarela, caminhão azul, cabelo castanho etc. “O modo de fazer” é o mesmo.
Irá apresentar um grupo de cinco frases em três apresentações por sessão. Então, retire duas frases “antigas” e acrescente duas frases “novas” por semana.
4) Na quarta etapa, a criança já será capaz de diferenciar palavras simples. Agora, ela pode lidar com frases inteiras que expressem um pensamento mais completo.
5) Na quinta etapa, você introduzirá os livros. A partir de agora, a criança tem de enfrentar a letra pequena e um grande número de palavras em cada página. Aqui, quanto mais nova for a criança, mais desafiante será a etapa. Finalmente, você conseguiu chegar à etapa mais compensadora.
Idade: de quatro a seis anos — Como fazer?
Ela precisará de pares de palavras, frases e livros bem depressa para reforçar as palavras simples que já foram retiradas do programa e você deve criar a oportunidade para que a criança crie o seu programa de leitura, escolhendo o vocabulário que quer aprender. 
Você tem de partir do território dela e brincar de jogo da leitura. Se já tiver palavras suficientes para fazer um livro, faça-o. Não fique esperando ter muitas palavras simples. 
Ler em voz alta diminui a velocidade da sua leitura e quando a velocidade cai, a compreensão diminui drasticamente. Qualquer coisa que comprometa a velocidade põe em risco o entendimento. (DOMAN, 1999)
Mais uma vez, coloco o quadro proposto por Fernald.
	1) Apresentar as fichas com as 15 palavras (como no processo descrito anteriormente). Sendo apresentadas uma a uma.
2) A criança escreve as 15 palavras uma a uma, contorna-as com o dedo indicador ao mesmo tempo em que vai pronunciando letra por letra, sílaba por sílaba. Repetir até que a criança tenha aprendido estas palavras, utilizando-se da atenção, da percepção e da memória.
3) Posteriormente, as 15 fichas entram em um fichário, em ordem alfabética , organizado pela própria criança, devendo, em seguida, utilizá-la em uma frase e depois em uma história. Assim que foi aprendida essa frase, a palavra é digitada para que a criança leia. Na fase seguinte, a criança olha e lê a palavra, sem precisar traçá-la com o dedo.
4) Na terceira fase, as crianças leem as palavras digitadas ao mesmo tempo em que as dizem oralmente.
5) Aos poucos, novas palavras e frases vão sendo introduzidas. À medida que cada palavra é dita à criança, ela terá de ver, depois dizer, fixá-la e, por último, escrevê-la.
6) A próxima fase é colocar a criança dentro do seu nível escolar, estimulando a velocidade e a compreensão do material lido, trabalhando a leitura e a interpretação em paralelo à escrita.
Você deve estimular a atenção, a discriminação, a codificação, a memória de curto prazo, intermediária e de longo prazo. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho psicopedagógico é ajudar as crianças, auxiliando estas no seu desenvolvimento biopsicossocial e não só acadêmico, pois, quando uma criança evolui em uma área, ela evolui em outras áreas de sua vida e se torna um indivíduo feliz.
A prevenção e a estimulação são melhores que o diagnóstico e a intervenção. Mas infelizmente, atualmente, muitos de nossos estudantes, sejam eles crianças, adolescentes ou adultos, precisam de diagnóstico e acompanhamento psicopedagógico e de outros profissionais, não só por problemas neurológicos mas também por simplesmente não terem tido a oportunidade de seremestimulados na época adequada.
É interessante ressaltar que o bem-estar da criança está intimamente ligado ao bem-estar familiar e da sociedade. O psicopedagogo é peça fundamental neste processo que é a construção de alicerces fortes para os futuros cidadão e cidadãs deste País.
O bom psicopedagogo clínico deve estar semestudando, buscando novos caminhos para o aprendizado, buscando auxiliar o outro na sua jornada. Continue buscando despertar as potencialidades em cada indivíduo que passar por suas mãos. Eles agradecerão. E a humanidade também.

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