Buscar

Slides aula 16

Prévia do material em texto

Teorias acerca dos Direitos Humanos
Teorias
• Há várias teorias desenvolvidas que justificam e esclarecem o
fundamento dos direitos humanos. As mais conhecidas são:
– Teoria jusnaturalista;
– Teoria positivista;
– Teoria moralista ou de Perelman.
Teoria Jusnaturalista
• “fundamenta os direitos humanos em uma ordem superior,
universal, imutável e inderrogável”.
• Por essa teoria, os direitos humanos fundamentais não são
criação dos legisladores, tribunais ou juristas, e,
consequentemente, não podem desaparecer da consciência
dos homens.
Teoria Positivista
• “fundamenta a existência dos direitos humanos na ordem
normativa, enquanto legítima manifestação da soberania
popular”.
• Desta forma, somente seriam direitos humanos fundamentais
aqueles expressamente previstos no ordenamento jurídico
positivado.
Teoria Moralista ou de Perelman
• “encontra a fundamentação dos direitos humanos
fundamentais na própria experiência e consciência moral de
um determinado povo, que acaba por configurar o
denominado espiritus razonables”.
Posicionamento –
Alexandre de Moraes
– As teorias se completam, devendo coexistirem, pois somente à partir da
formação de uma consciência social (teoria de Perelman), baseada
principalmente em valores fixados por uma ordem superior, universal e imutável
(teoria jusnaturalista) é que o legislador ou os tribunais (...) encontram substrato
político e social para reconhecerem a existência de determinados direitos
humanos fundamentais como integrantes do ordenamento jurídico (teoria
positivista).
II) Afirmação histórica dos Direitos 
Humanos
Histórico
• Fábio Konder Comparato relata que a história dos Direitos Humanos
começa nos anos VI a.C. com a criação das primeiras instituições
democráticas em Atenas.
– A democracia Ateniense pode-se dizer o berço dos direitos humanos, não só foi
importante pelo respeito que os gregos tinham as leis, como também pelo
número enorme de instituições de cidadania ativa que fazia com que o povo se
autogovernasse. Havia um grande limite ao poder dos soberanos não só imposto
pela supremacia das leis, mas ainda, por estas instituições de cidadania muito
atuantes na época.
Histórico
• A título exemplificativo, em Atenas verificava-se a atribuição do povo de
eleger seus governantes, bem como a tomada direta de decisões, em
assembleia, das grandes decisões políticas, como, por exemplo, adoção
de novas leis; declaração de guerra; celebração de tratados de paz;
entre outros.
Histórico
• Posteriormente, com a fundação da República Romana e advento do
Império Romano, também se verifica um histórico dos Direitos
Humanos, como, por exemplo, com a necessidade do crivo popular para
que se iniciasse um projeto de lei.
Histórico
• Com o advento da Idade Média e instauração do feudalismo houve o
enfraquecimento do poder político, bem como da participação popular.
• Somente em 1215, com a Magna Carta é que se tem a reconstrução da
unidade política perdida durante a Idade Média.
a) Magna Carta Libertatum, de 1215
• os frequentes fracassos do Rei João “sem terra”, após assumir o trono
inglês (fracasso na tentativa de reconquistar os territórios ingleses;
controvérsia com a Igreja na indicação de Arcebispo; etc), fizeram com
que seus súditos forçassem-no a assinar a Magna Carta que enumerou o
que mais tarde passou a ser considerado de Direitos Humanos.
a) Magna Carta Libertatum, de 1215
• Entre esses Direitos destacam-se:
– o Direito de a Igreja ser livre de qualquer interferência do Governo;
– o Direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem
propriedade, entre inúmeros outros direitos.
• Assim, no ano 1215, em Runnymede, perto de Windsor, o Rei
João Sem Terra outorgou a Magna Carta:
a) Magna Carta Libertatum, de 1215
• 1. Temos resolvido e prometido ante Deus, confirmando a presente Carta
perpetuamente, e para nossos sucessores, que a Igreja da Inglaterra seja livre e
goze de seus direitos em toda sua integridade, permanecendo ilesas suas
liberdades, de modo que resulte a liberdade nas eleições como a mais
indispensável e necessária para a sobredita Igreja da Inglaterra. Por esta razão,
assim o temos concedido e confirmado por nossas simples e espontânea
vontade, antes de nossas discórdias com nossos Barões, e obtivemos a devida
confirmação do Sumo Pontífice Inocêncio III, obrigando-nos à sua observância, e
desejando que nossos herdeiros a guardem e cumpram perpetuamente e com
boa fé.
a) Magna Carta Libertatum, de 1215
• 2. Também concedemos perpetuamente, em nosso nome e no de
nossos sucessores, para todos os homens livres do reino de Inglaterra,
todas as liberdades, cuja continuação se expressam, transmissíveis a
seus descendentes.
a) Magna Carta Libertatum, de 1215
• (...)
• 50. Nossos comerciantes, se não estão publicamente inabilitados, poderão
transitar livremente pelo Reino, entrar, sair, permanecer nele, viajar por mar e
por terra, comprar e vender conforme os antigos costumes, sem que se lhes
imponha qualquer empecilho no exercício de seu tráfico, exceto em tempo de
guerra ou quando pertençam a um país que se ache em guerra conosco.
b) Petição de Direito, de 1628
• Trata-se de um documento feito pelo Parlamento inglês e encaminhado
ao Rei Carlos I como uma declaração de liberdade civil.
• Este documento nasce da rejeição por parte do Parlamento de financiar
a política exterior do rei que era considerada muito impopular.
• Além disso, passou-se a verificar prisões arbitrárias e aprisionamento
daqueles que se opunham às políticas do Rei.
b) Petição de Direito, de 1628
• Foram 4 os princípios enumerados nessa Carta:
– 1) Nenhum tributo pode ser imposto sem o consentimento do Parlamento;
– 2) Nenhum súbdito pode ser encarcerado sem motivo demonstrado;
– 3) Nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos; e
– 4) a Lei Marcial não pode ser usada em tempo de paz:
b) Petição de Direito, de 1628
• I. Os lordes espirituais e temporais e os comuns, reunidos em parlamento,
humildemente lembram ao rei, nosso soberano e senhor, que uma lei feita no
reinado do rei Eduardo I, vulgarmente chamada Statutum de tallagio non
concedendo, declarou e estabeleceu que nenhuma derrama ou tributo (tallage or
aid) seria lançada ou cobrada neste reino pelo rei ou seus herdeiros sem o
consentimento dos arcebispos, bispos, condes, barões, cavaleiros, burgueses e
outros homens livres do povo deste reino; que, por autoridade do Parlamento,
reunido no vigésimo quinto ano do reinado do reinado do rei Eduardo III, foi
decretado e estabelecido que, daí em diante, ninguém poderia ser compelido a fazer
nenhum empréstimo ao rei contra a sua vontade, porque tal empréstimo ofenderia
a razão e as franquias do país;
b) Petição de Direito, de 1628
• II. Por todas estas razões, os lordes espirituais e temporais e os comuns
humildemente imploram a Vossa Majestade que, a partir de agora, ninguém seja
obrigado a contribuir com qualquer dádiva, empréstimo ou benevolence e a pagar
qualquer taxa ou imposto, sem o consentimento de todos, manifestado por ato do
Parlamento; e que ninguém seja chamado a responder ou prestar juramento, ou a
executar algum serviço, ou encarcerado, ou, de uma forma ou de outra molestado ou
inquietado, por causa destes tributos ou da recusa em os pagar; e que nenhum
homem livre fique sob prisão ou detido por qualquer das formas acima indicadas;
c) Habeas Corpus Act, de 1679
• Em 1679, por intermédio deste documento, o instituto do habeas
corpus foi restringido ao direito de locomoção dos indivíduos.
c) Habeas Corpus Act, de 1679
• I - A reclamação ou requerimento escrito de algum indivíduo ou a favor
de algum indivíduo detido ou acusado da prática de um crime (exceto
tratando-se de traição ou felonia, assim declarada no mandato respectivo,
ou de cumplicidade ou de suspeita de cumplicidade, no passado, em
qualquer traição ou felonia, também declarada no mandato, e salvo o caso
de formação de culpa ou incriminação em processo legal), o lorde-
chanceler ou, em tempo de férias,algum juiz dos tribunais superiores,
depois de terem visto cópia do mandato ou o certificado de que a cópia foi
recusada,
c) Habeas Corpus Act, de 1679
• concederão providência de habeas corpus (exceto se o próprio indivíduo
tiver negligenciado, por dois períodos, em pedir a sua libertação) em
benefício do preso, a qual será imediatamente executória perante o
mesmo lorde-chanceler ou o juiz; e, se, afiançável, o indivíduo será solto,
durante a execução da providência (upon the return), comprometendo-se a
comparecer e a responder à acusação no tribunal competente.
• II - A providência será decretada em referência à presente lei e será
assinada por quem a tiver concedido.
d) Bill of Rights, inglês, de 1689
• trata-se da Declaração inglesa de Direitos feita pelo Parlamento inglês.
• Para que o Rei Guilherme e sua mulher fossem coroados reis da
Inglaterra, eles tiveram de aceitar essa Declaração.
d) Bill of Rights, inglês, de 1689
• Os Lordes espirituais e temporais e os membros da Câmara dos Comuns
declaram, desde logo, o seguinte:
• 1. que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para
suspender as leis ou seu cumprimento.
• 2. que, do mesmo modo, é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade
real para dispensar as leis ou o seu cumprimento, como anteriormente
se tem verificado, por meio de uma usurpação notória.
d) Bill of Rights, inglês, de 1689
• (...)
• 4. que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso
do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo
diferentes dos designados por ele próprio.
• (...)
• 10. que não se exigirão fianças exorbitantes, impostos excessivos, nem
se imporão penas demasiado deveras.
e) Bill of Rights, norte-americano, de 1789
• Em 4 de julho de 1776, o Congresso norte-americano aprovou a
Declaração de Independência escrita por Thomas Jefferson.
• Essa Declaração teve dois temas: os direitos individuais e o direito de
revolução.
e) Bill of Rights, norte-americano, de 1789
• Após a Independência norte-americana, em 1787, na Filadélfia é escrita
a Constituição dos Estados Unidos da América a qual foi promulgada em
17 de setembro de 1787.
• Trata-se da mais antiga constituição escrita em vigência no mundo.
e) Bill of Rights, norte-americano, de 1789
• No ano de 1789, foram propostas 10 emendas à Constituição norte-
americana. Essas emendas, após ratificação de três quartos dos estados,
foram aprovadas em entraram em vigor em 15 de dezembro de 1791.
• Elas passaram a ser denominadas de Bill of Rights (Declaração de
Direitos).
• Curiosidade: desde 1789, mais de 10.000 emendas foram propostas, no
entanto, apenas 27 foram aprovadas.
e) Bill of Rights, norte-americano, de 1789
– A Declaração dos Direitos protege a liberdade de expressão, a liberdade de
religião, o direito de guardar e usar armas, a liberdade de assembleia e a
liberdade de petição. Esta também proíbe a busca e a apreensão sem razão
alguma, o castigo cruel e insólito e a auto–inculpação forçada. Entre as proteções
legais que proporciona, a Declaração dos Direitos proíbe que o Congresso faça
qualquer lei em relação ao estabelecimento de religião e proíbe o governo federal
de privar qualquer pessoa da vida, da liberdade ou da propriedade sem os
devidos processos da lei. Em casos de crime federal é requerida uma acusação
formal por um júri de instrução para qualquer ofensa capital, ou crime infame, e a
garantia de um julgamento público rápido com um júri imparcial no distrito em
que o crime ocorreu.
f) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, 
francesa, de 1789
Essa Declaração foi adota pela Assembleia Constituinte Nacional após a
Revolução Francesa, em 1789, que culminou na abolição da monarquia
absoluta e o estabelecimento da primeira República Francesa.
Essa Declaração foi o primeiro passo para a Constituição Francesa que
veio no de 1848. Nessa Declaração se garantiu que todos os cidadãos
devem ter garantidos os direitos de “liberdade, propriedade, segurança
e resistência à opressão”.
f) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, 
francesa, de 1789
• Em consequência, a Assembleia Nacional reconhece e declara
em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes
direitos do Homem e do Cidadão:
– I. Nascem e ficam iguais em direitos. As distinções sociais só podem
ser fundamentadas na utilidade comum.
– II. O fim de toda associação política é a conservação dos direitos
naturais e imprescritíveis ao homem.
f) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, 
francesa, de 1789
– III. O princípio de toda a Soberania reside essencialmente na Nação;
nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade
que não emane diretamente dela.
– IV. A liberdade consiste em poder fazer tudo quanto não incomode o
próximo; assim o exercício dos direitos naturais de cada homem não
tem limites senão nos que asseguram o gozo destes direitos. Estes
limites não podem ser determinados senão pela lei.
f) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, 
francesa, de 1789
– VII. Nenhum homem poder ser acusado, sentenciado, nem preso se
não for nos casos determinados pela lei e segundo as formas que ela
tem prescrito.
– (...)
– IX. Todo homem sendo julgado inocente até quando for declarado
culpado.
– (...)
– XV. A sociedade tem o direito de exigir contas a qualquer agente
público de sua administração.
f) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, 
francesa, de 1789
– XVI. Qualquer sociedade na qual a garantia dos direitos não está em
segurança, nem a separação dos poderes determinada, não tem
constituição.
– XVII. Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém
pode ser dela privado, a não ser quando a necessidade pública,
legalmente reconhecida, o exige evidentemente e sob a condição de
uma justa e anterior indenização.
– (...)
g) Constituição Mexicana de 1917
• Foi promulgada em 5 de fevereiro de 1917.
• Trata-se da primeira Constituição a elevar os direitos
trabalhistas à qualidade de direitos fundamentais.
h) Declaração de Direitos do Povo Trabalhador e 
Explorado, Rússia, 1918
• Trata-se da Declaração por meio da qual se formalizou o
nascimento da União Soviética. Nessa Declaração foram
inseridos direitos fundamentais sociais.
i) Constituição de Weimar, Alemanha, de 1919
• Trata-se da primeira Constituição da República Alemã.
• Foi elaborada e votada na cidade de Weimar pertencente à
Saxônia.
i) Constituição de Weimar, Alemanha, de 1919
• O projeto dessa Constituição foi redigido por Hugo Preuss.
i) Constituição de Weimar, Alemanha, de 1919
• Nessa Constituição, conquanto tenha vigido por breve período
de tempo, foram previstos Direitos civis e políticos, bem como
os Direitos Econômicos e sociais, seguindo, desse modo, as
linhas mestras da Constituição Mexicana de 1917.
i) Constituição de Weimar, Alemanha, de 1919
• Essa Constituição apresentou duas partes: a primeira, na qual
se objetivou a organização do Estado; e a segunda, na qual
foram declarados os direitos e deveres fundamentais.
• O maior destaque nessa constituição foi a consagração dos
direitos trabalhistas, como, por exemplo, a permissão expressa
da liberdade associativa dos trabalhadores.
j) Carta del Lavoro, Itália, de 1927
• Trata-se do Documento elaborado na Itália pelo Partido
Nacional Fascista, de Benito Mussolini, no qual foram
apresentadas as linhas mestras acerca das relações de trabalho
na sociedade.
• A Carta del Lavoro foi a base da Consolidação das Leis
Trabalhistas – CLT (Decreto-Lei 5.452), no Brasil, a qual foi
aprovada em 1º de maio de 1943 por Getúlio Vargas.
j) Carta del Lavoro, Itália, de 1927
• Trata-se do Documento elaborado na Itália pelo Partido
Nacional Fascista, de Benito Mussolini, no qual foram
apresentadas as linhas mestras acerca das relações de trabalho
na sociedade.
j) Carta del Lavoro, Itália, de 1927
• A Carta del Lavoro foi a base da Consolidação das Leis
Trabalhistas – CLT (Decreto-Lei 5.452), no Brasil, a qual foi
aprovada em 1º de maio de 1943 porGetúlio Vargas.

Continue navegando