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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TEORIA- SOLDADO PM BA

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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMAS A SEREM ABORDADOS NAS AULAS: 
 
1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
3. TERCEIRO SETOR/PARAESTATAIS 
4. PODERES ADMINISTRATIVOS 
5. ATOS ADMINISTRATIVOS 
6. AGENTES PÚBLICOS- ESPÉCIES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................... 1 
1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS IMPLÍCITOS .................................................. 4 
1.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobra o interesse 
Privado........................................................................................................................4 
1.2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.............................................5 
2. PRINCÍPIOS EXPRESSOS.....................................................................................6 
2.1. Princípio da Legalidade........................................................................................6 
2.2. Princípio da Impessoalidade.................................................................................6 
2.3. Princípio da Moralidade........................................................................................7 
2.4. Princípio da Publidade..........................................................................................8 
2.5. Princípio da Eficiência...........................................................................................9 
2.6. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa....................................................10 
3. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS.....................................................................................11 
3.1. Princípio da Autotutela........................................................................................11 
3.2. Princípio da Continuidade...................................................................................12 
3.3. Princípio da Razoabilidade..................................................................................13 
3.4. Princípio da Proporcionalidade............................................................................13 
3.5. Princípio da Motivação........................................................................................14 
3.6. Princípio da Segurança Jurídica..........................................................................14 
 
 
 
 
 
 
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META 01 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
 
1. 1 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE 
PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO 
 
PREVISÃO LEGAL: PRINCÍPIO IMPLÍCITO NA CRFB 
 
É aquele através do qual o Estado goza de prerrogativas em face do particular 
para viabilizar o interesse público. Com isso, em havendo necessidade o Estado irá 
restringir o interesse dos particulares para favorecer o interesse da coletividade. 
 
 Dessa forma, quando o interesse da coletividade for comparado com o 
interesse privado, o interesse da coletividade irá se sobrepor. 
 
DICA DO PROFESSOR: No tocante a supremacia, insta salientar que o Novo 
Código de Processo Civil define que a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público 
gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, a 
partir da sua vista dos autos. 
 
 
 
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1.2 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO 
INTERESSE PÚBLICO 
 
PREVISÃO LEGAL: PRINCÍPIO IMPLÍCITO NA CRFB 
 
É aquele que estabelece limitações ao Estado. Significa que o Poder Público 
não poderá dispor do interesse público, pois o interesse público não pertence ao Poder 
Público e sim pertence a coletividade. 
 
Dessa forma, o interesse público será indisponível para evitar o desvio do 
interesse público, e por isso, a Administração Pública sofrerá limitações. O 
ordenamento jurídico estabelece alguns limites ao administrador público para evitar 
que ele se desvincule do interesse público em prol de direitos individuais. 
 
 
DICA DO PROFESSOR: Esse princípio está ligado aos bens públicos, de 
modo que o gestor não pode gastar uma verba do Estado por exemplo como 
se fosse sua, não pode levar o filho para escola com o carro da repartição 
pública, pois não poderá se utilizar dos bens públicos para seu uso pessoal 
porque, os bens públicos são indisponíveis, os agentes públicos não podem 
dispor do interesse da coletividade. 
 
 
 
 
 
 
 
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2. PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA CRFB 
 
2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 37, CAPUT, DA CRFB: 
 
 
 Quando tratamos do princípio da legalidade no Direito Público, significa que o 
Estado só poderá atuar quando houver prévia autorização legal, ou seja, o Estado só 
atua quando a lei permite, (quando a lei estabelece). 
DICA DO PROFESSOR: Cumpre registrar, por cautela, que o princípio da 
legalidade não é restrito à Administração Direta e Indireta e ao Poder 
Executivo, enfim, também vale para os Poderes Judiciário e Legislativo e para 
os particulares, mas com outro enfoque (legalidade constitucional): se uma 
norma não proibir, o particular, dispondo de forma livre de sua vontade, pode 
agir da maneira que melhor entender. 
 
 
2.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 37, §1º, DA CRFB: 
 
Trata-se de um dos princípios mais importantes do Direito administrativo, e que 
para ser melhor compreendido, pode ser dividido em três vertentes: Na primeira 
vertente, o entendimento do princípio da impessoalidade será pautado na atuação do 
 
agente público baseada na “busca dos interesses da coletividade. ” Na segunda 
vertente, ele será entendido sobre a “Ótica do Agente”, atrelado a “Teoria da 
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Imputação Volitiva ou Teoria do Órgão”, onde se perfaz a “Vedação da 
Autopromoção do Agente Público”. Por fim, numa terceira vertente, o princípio está 
lastreado na “Não discriminação”. 
 
DICA DO RPOFESSOR: No tocante a Teoria do Órgão, significa dizer que 
quando o agente público atua, na verdade não é a pessoa do agente que está 
atuando, mas sim é a pessoa jurídica que vincula esse agente que está 
atuando por meio dele. Dessa forma, todos os atos praticados pelo agente 
público serão imputados a pessoa jurídica que esse agente público estiver 
vinculado, é a chamada Teoria da Imputação Volitiva. 
 
 
2.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL:
ART. 37, CAPUT, DA CRFB: 
 
Por esse princípio se entende que a atuação da Administração Pública estará 
pautada nos deveres de: honestidade, moral, ética e boa-fé, no trato com a coisa 
pública, ou seja, no trato com o dinheiro público, não havendo que se falar em 
corrupção no âmbito de uma repartição pública. A ideia aqui, não é de moralidade 
social e sim de uma moralidade jurídica, no trato com a coisa pública. 
 
DICA DO PROFESSOR: A moralidade se perfaz em um conceito jurídico 
indeterminado, onde normalmente a jurisprudência vem aplicando a sua 
violação como vício de legalidade da atuação administrativa. Porém, a 
moralidade deve ser analisada como princípio autônomo, sendo possível a 
retirada de um ato administrativo imoral, ainda que não haja direta violação ao 
princípio da legalidade. 
 
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JURISPRUDÊNCIA: Súmula Vinculante, 13, STF: Vedação ao Nepotismo 
 
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de 
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão 
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública 
direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal”. 
 
É salutar ressaltar, que, a súmula veda a realização das chamadas 
designações recíprocas, ou seja, não se permite que, de forma indireta se garanta 
a nomeação do parente do agente público, por meio de troca de favores ou 
favorecimentos pessoais para parentes de outros agentes. 
 
 
2.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 37, §1º, DA CRFB: 
 
É aquele que pressupõe uma transparência, uma ideia de atuação sigilosa, não 
secreta. Os atos administrativos precisam ser públicos, essa é a regra. Significa que 
os atos administrativos só poderão produzir efeitos em relação a sociedade se forem 
publicizados. 
 
Insta salientar que, o princípio da publicidade não é absoluto, pois a própria 
Constituição ressalva que existe atos administrativos que não necessitam serem 
publicizados, são eles: Os atos administrativos que digam respeito a honra, 
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intimidade, vida privada, ao relevante interesse coletivo e aos imperativos da 
segurança nacional. 
 
DICA DO PROFESSOR: A publicidade dar ênfase a dois critérios no Direito 
Administrativo, a saber: O primeiro critério compreende o princípio da 
publicidade como sendo um requisito de eficácia dos atos administrativos e 
o segundo critério entende que a publicidade serve como forma de controle 
dos atos administrativos pelos particulares. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA: POSSIBILIDADE DE DIVULGAÇÃO DE VENCIMENTOS 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS COM RELAÇÃO NOMINAL: É legítima a 
publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, 
dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos 
e vantagens pecuniárias. 
STF. ARE652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/04/2015. 
 
 
2.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 37, CAPUT, DA CRFB: 
 
Este princípio se tornou expresso com o advento da EC 19/98, e significa que 
a atuação da Administração Pública está pautada na busca por resultados positivos 
com o mínimo de gasto possível. 
 
 Trata-se de uma norma de eficácia plena, ou seja, é uma norma de 
aplicabilidade imediata, não depende, dessa forma, de regulamentação por parte de 
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outra norma. A eficiência não necessita de regulamentação por parte de normas 
infraconstitucionais. 
DICA DO PROFESSOR: A própria Constituição Federal alterada pela EC 19/98, 
define algumas situações de aplicação desse princípio. Por exemplo, o art. 41 
da CF foi alterado pela respectiva emenda, criando a avaliação periódica de 
desempenho dos seus servidores, mesmo depois da aquisição da 
estabilidade, como clara concretização do princípio da eficiência. 
 
2.6 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA 
AMPLA DEFESA 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 5º, LV, CRFB 
 
No tocante ao princípio do contraditório, significa que o particular tem o direito 
de saber o que está acontecendo no processo e de se manifestar acerca do que está 
acontecendo. 
 
No tocante a ampla defesa, a doutrina processual a define como indispensável 
para a concepção de democracia, abarcando o direito de ação e à tutela jurisdicional 
e administrativa para proteção de direitos dos particulares. Ao tratarmos do tema, 
costuma se definir como inerente à ampla defesa o direito à defesa prévia, a 
garantia da defesa técnica e o direito ao duplo grau de julgamento. 
 
DICA DO PROFESSOR: O contraditório permite a participação do interessado 
na condução do feito, tendo o poder de influenciar na decisão a ser proferida, 
concedendo ao julgador a sua visão acerca do tema discutido. 
 
 
 
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3. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
 
3.1 PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA OU 
SINDICABILIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL: SÚMULAS: 473 E 346 DO STF E ART. 53 E 54 DALEI 
9.784/99 
 
É aquele que decorre do poder que a Administração Pública possui de 
autocontrolar seus próprios atos independentemente de provocação. 
 
 A expressão “sindicabilidade”, por si só, revela-nos o conteúdo do princípio. Ser 
sindicável é ser controlável. Enfim, é a faculdade que os órgãos estatais possuem de 
fiscalizarem os atos lesivos ao interesse público, por ilegais, ilegítimos ou ilícitos. 
DICA DO PROFESSOR: Mesmo depois da Administração Pública exercer a 
autotutela e controlar seus próprios atos, qualquer pessoa que se sinta 
prejudicada poderá recorrer ao judiciário! 
 
 
JURISPRUDÊNCIA: Acerca do tema, a Súmula 473 do Supremo Tribunal 
Federal dispõe que a Administração Pública pode anular seus próprios atos 
quando eivados de vícios de ilegalidade e revoga-los por motivo de interesse 
público. É o que se vê, do dispositivo jurisprudencial abaixo exposto: 
Súm. 473, STF. A Administração pode anular seus próprios atos, quando 
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos 
ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
 
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3.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 6º, §3º, II, LEI 8987/95 
 
Por esse princípio, entende-se que, a prestação dos serviços públicos tem que 
ser contínua, não havendo em regra, a interrupção da atividade administrativa por 
parte da Administração Pública. 
 
DICA DO PROFESSOR: Os militares não têm direito de greve e nem de 
sindicalização. Ao passo que, os servidores civis terão direito de greve que 
será exercido nos termos de lei específica! 
 
 
JURISPRUDÊNCIA: A organização jurisprudencial do STF entende, que o
direito de greve do servidor é uma norma de eficácia limitada. Dessa forma, 
enquanto não vier uma norma infraconstitucional regulamentar esse direito, o 
particular terá o direito, mas não poderá exercê-lo. 
 Dessa forma, o STF determinou, ao julgar Mandado de Injunção 
referente à matéria que, enquanto não houver lei específica a regulamentar a 
greve dos servidores, será utilizada a lei geral de greve (Lei 7.783/89) para o 
exercício desse direito. Tal entendimento visa garantir que a omissão 
legislativa não cause prejuízos a direito constitucional e vem sendo reiterado 
pela Suprema Corte. 
 
 
 
 
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3.3 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, VI, DA LEI 9.784/99 
 
Significa que a atuação da Administração Pública deve estar pautada dentro 
dos limites da lei, de forma lícita e razoável, para garantir a satisfação social, limitando-
se dessa forma, a discricionariedade da Administração Pública. 
 
DICA DO PROFESSOR: Todas as vezes que o mérito administrativo 
extrapola os limites da lei, seja por atuação que afronta expresso dispositivo 
legal, seja pela violação ao princípio da razoabilidade, compete ao Judiciário, 
desde que provocado, sanar o vício da conduta Estatal, determinando a 
anulação do ato ilícito. 
 
 
 
3.4 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, VI, DA LEI 9.784/99 
 
Por esse princípio se entende que deverá haver uma adequação entre os atos 
administrativos e os motivos que deram ensejo a pratica desses atos, ou seja, os 
motivos que justificaram a pratica dos atos administrativos devem ser proporcionais e 
adequados aos atos em si. É famosa adequação dos fins com os meios. 
 
DICA DO PROFESSOR: A grande finalidade deste princípio é evitar abusos na 
atuação de agentes públicos, ou seja, impedir que as condutas inadequadas 
dos agentes públicos ultrapassem os limites no que tange à adequação, no 
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desempenho de suas funções em relação aos fatos que ensejaram a conduta 
do Estado. 
 
 
3.5 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, VII E ART. 50 DA LEI 9.784/99 
 
Significa que a Administração Pública tem o dever de fundamentar os atos 
administrativos praticados pelo Estado, de forma que toda vez que o Poder Público 
praticar um ato administrativo, ele tem que demonstrar os motivos que deram ensejo 
a pratica do ato, ou seja, ele tem que demonstrar os motivos que justificaram o 
exercício do ato, para garantir o controle dos atos administrativos pela sociedade. 
 
 
DICA DO PROFESSOR: A motivação é a explicitação dos motivos e ela integra 
a “formalização do ato administrativo”. Ela será feita pela autoridade 
administrativa! 
 
 
 
3.6 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
 
CABIMENTO LEGAL: ART. 2º, XIII DA LEI 9.784/99 
 
Significa que esse princípio proíbe em nome da estabilidade social, a 
INTERPRETAÇÃO RETROATIVA DA LEI, em prejuízo aos administrados. 
 
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Contudo, para esse princípio estará proibida que a nova interpretação retroaja, 
de forma a prejudicar situações previamente consolidadas no ordenamento jurídico. 
 
DICA DO PROFESSOR: De acordo com esse princípio, estará proibida que a 
nova interpretação retroaja, de forma a prejudicar situações previamente 
consolidadas no ordenamento jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
1.CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO..............17 
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA..................................................................18 
2.1.Órgãos Públicos...................................................................................................19 
3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA..............................................................21 
3.1. AUTARQUIAS.....................................................................................................24 
3.1.1. Autarquias Corporativas...................................................................................24 
3.1.2. Agências Reguladoras.....................................................................................25 
3.1.3. Agências Executivas........................................................................................27 
4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS.....................................................................................27 
4.1. Fundações Públicas de Direito Público...............................................................28 
4.2. Fundações Públicas de Direito Privado...............................................................28 
5. EMPRESAS ESTATAIS.........................................................................................29 
5.1. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.......................................29 
6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR...................................................................31 
6.1. Serviço Social Autônomo....................................................................................31 
6.2. Organizações Sociais..........................................................................................32 
6.3. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público........................................33 
6.4. Entidades de Apoio.............................................................................................33 
6.5. Organização da Sociedade Civil.........................................................................34 
 
 
 
 
 
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 META 02 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
1. INTRODUÇÃO 
 O estudo da Organização Administrativa é conhecimento das pessoas que 
fazem parte do Estado, que compõem a estrutura da Administração Pública. 
 Dessa forma, alguns serviços públicos são prestados diretamente pelos 
entes federativos, que são a UNIÃO, ESTADO, DISTRITO FEDERAL e 
MUNICÍPIOS, sem que seja transferida a execução para outros entes. E, para facilitar 
nosso entendimento, vejamos um macete para memorizarmos os entes federativos 
da Administração Pública Direta: 
M U N I C Í P I O 
 
U N I Ã O 
 
D I S T R I T O F E D E R A L 
 
E S T A D O 
 
Todavia, em determinadas situações, as pessoas políticas transferem a 
prestação dos serviços públicos para outras entidades. 
Essa prestação direta feita pelos próprios entes políticos da Administração é 
designada de CENTRALIZAÇÃO ou PRESTAÇÃO CENTRALIZADA DO SERVIÇO. 
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Com isso, estas entidades se denominam ENTES da ADMINISTRAÇÃO DIRETA ou 
ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA. 
 
 Ocorre que, o Estado tem a necessidade de garantir a EFICIÊNCIA e a 
ESPECIALIZAÇÃO, na prestação dos serviços públicos e para tanto cria pessoas 
especializadas e efetua
a transferência da prestação dos serviços públicos. Essa 
transferência na prestação dos serviços públicos para outras pessoas jurídicas 
denomina-se DESCENTRALIZAÇÃO. Isso é feito, porque a transferência à pessoa 
especializada na prestação de determinado serviço garante uma maior eficiência na 
prestação da atividade administrativa. 
 Assim, essa descentralização pode ocorrer de duas formas: 
 Para a própria Administração Pública Indireta: 
A transferência na prestação de serviços públicos, será feita para os entes da 
Administração Indireta que foram criados para esse próprio fim. 
 
 Para Particulares: 
Nesse caso, a descentralização será feita para os particulares mediante 
contratos de concessão e permissão de serviços públicos. 
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA 
PREVISÃO LEGAL: ART. 4º do Decreto-lei 200/1967 
 Podemos entender como Administração Pública Direta, como o conjunto de 
órgãos despersonalizados, que estão atrelados as próprias pessoas jurídicas, com o 
escopo de prestar serviços públicos de forma centralizada, sem transferir essa 
prestação para outrem. 
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DICA DO PROFESSOR: Cumpre registrar, que mesmo quando o Estado não 
descentraliza a prestação do serviço público, ele deve prestar este serviço de 
forma eficiente e para tanto, se especializa internamente. A distribuição 
interna se da por meio da divisão de competência entre os órgãos de uma 
mesma pessoa jurídica, e recebe o nome de DESCONCENTRAÇÃO. 
 
 
 
 
SE LIGA NO MACETE: 
 DESCONCENTRAÇÃO: CRIA ÓRGÃOS 
 
 DESCENTRALIZAÇÃO: CRIA ENTIDADES 
 
 
2.1 ÓRGÃOS PÚBLICOS 
PREVISÃO LEGAL: ART. 1, § 2º, LEI 9.784/99 
 Os órgãos públicos são unidades de atuação que integram uma pessoa 
jurídica responsável. Por sua vez, eles não gozam de PERSONALIDADE JURÍDICA 
PRÓPRIA, pois eles não são titulares de direitos e obrigações 
DICA DO PROFESSOR: TEORIA DO ÓRGÃO, significa que toda vez que os 
órgãos públicos atuam no caso concreto, na verdade não são eles que estão 
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atuando e sim, quem estão atuando são as pessoas jurídicas que vinculam 
esses órgãos. Logo, toda a atuação praticada pelos órgãos públicos, serão 
atribuídas para as pessoas jurídicas que a eles estão vinculadas. 
 
 
 CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
Não obstante os órgãos públicos como estudamos acima, não gozem de 
personalidade jurídica própria, pois não são titulares de direitos e obrigações, 
excepcionalmente, existem EXCEÇÕES. É o caso dos ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
INDEPENDENTES e AUTÔNOMOS, de estatura constitucional, que possuem a 
denominada CAPACIDADE PROCESSUAL ou PERSONALIDADE JUDICIÁRIA, 
que é a possibilidade que esses órgãos possuem para figurar como parte em juízo em 
um processo para a defesa de suas prerrogativas constitucionais. 
 
JURISPRUDÊNCIA: Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 
SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO 
ACÓRDÃO RECORRIDO. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO POR 
CÂMARA MUNICIPAL PARA DISCUTIR RETENÇÃO DE VALORES DO FPM. 
ILEGITIMIDADE ATIVA. 1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, 
obscuridade ou contradição, não fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 
2. A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas 
personalidade judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para 
defender os seus interesses estritamente institucionais, ou seja, aqueles 
relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão, não se 
enquadrando, nesse rol, o interesse patrimonial do ente municipal. Nesse 
sentido: Resp. 1.164.017/PI, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 6.4.2010. 3. Recurso 
especial não provido. 
 
 
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3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
PREVISÃOLEGAL: ART. 37, CF 
 Vimos que em regra os entes federativos da Administração Pública Direta, 
prestam os serviços públicos diretamente sem transferir à sua execução para outras 
pessoas jurídicas. 
 Todavia, o Estado percebe que existe a necessidade de garantir a eficiência e 
a especialidade na prestação dos serviços públicos e para tanto cria pessoas jurídicas 
especializadas na prestação dos serviços públicos e transfere esses serviços para 
essas pessoas jurídicas. 
 Por sua vez, essas pessoas jurídicas que prestarão os serviços públicos de 
forma decentralizada ou por meio de transferência, serão denominadas de 
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLIA INDIRETA ou ENTIDADES DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DESCENTRALIZADA. Vejamos, o teor do art. 37, 
caput da Constituição Federal, abaixo exposto: 
 São entes da Administração Pública Indireta: 
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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES 
_____________________________________________________________________________________ 
 
 As AURTARQUIAS, as FUNDAÇÕES PÚBLICAS, as EMPRESAS 
PÚBLICAS e as SOCIEDADES de ECONOMIA MISTA. 
 
 Antes de começarmos a tratar de cada uma dessas entidades, vejamos um 
macete, onde ajudará a vocês na fixação do tema. Toda vez, que tratarmos das 
entidades da Administração Pública Indireta, temos que lembrar que passamos por 
uma: 
F U N DA Ç Õ E S P Ú B L I C A S 
A U T A R Q U I A S 
S O C I E D A D E D E E C O N O M I A M I S T A 
E M P R E S A P Ú B L I C A 
 Ainda antes de adentrarmos no estudo das entidades que regem a 
Administração Indireta, precisamos, estudar os quatro critérios que serão válidos para 
todos esses entes. Senão vejamos: 
1. Os entes da Administração Pública Indireta gozam de personalidade 
jurídica própria: Significa que esses entes são titulares de direitos e 
obrigações e não se confundem com os entes da Administração Pública Direta 
que os criou. 
 
Assim, em caso de eventual processo judicial, a Ação deverá ser proposta 
contra a pessoa jurídica da Administração Indireta e não em face do ente federativo 
que criou. 
 
2. Criação: A criação de qualquer ente da Administração Pública Indireta será 
feita por meio de uma LEI ESPECÍFICA. 
 
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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES 
_____________________________________________________________________________________ 
 
DICA DO PROFESSOR: A Lei CRIA as AUTARQUIAS e AUTORIZAM a 
CRIAÇÃO, dos demais entes da Administração Indireta, ou seja, Fundações 
Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista! 
 
 
3. Finalidade: Os entes têm a finalidade especificada na própria lei responsável 
pela sua criação. Dessa forma, quando a lei específica cria determinado ente, já 
estabelece a sua finalidade, ou seja, o ente já é criado com a sua finalidade 
especificada na lei. 
4. Controle: Os entes da Administração Indireta são submetidos a um 
CONTROLE pelos entes da Administração Direta, da pessoa especificamente 
à qual são vinculados. 
Esse controle pode ser denominado de “CONTROLE FINALÍSTICO”, porque 
diz respeito a finalidade da entidade. Esse controle recebe outras 
denominações como por exemplo: VINCULAÇÃO, TUTELA 
ADMINISTRATIVA ou ainda SUPERVISÃO MINISTERIAL. 
 
 CONTROLE FINALÍSTICO: Significa que os entes federativos da 
Administração Pública Direta vão verificar se os entes da Administração Pública 
Indireta estão cumprindo a finalidade para a qual foram criados. 
 
 
 
 
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MÓDULO DE DIREITO
ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES 
_____________________________________________________________________________________ 
 
3.1 AUTARQUIAS 
PREVISÃO LEGAL: ART. 5º, I, DECRETO-LEI 200/1967 
 Autarquia, cujo o vocábulo é formado pela junção de duas expressões (autos- 
próprio + arquia- direção), significa uma entidade que se comanda, que tem sua 
própria direção. 
 As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, que desenvolvem 
atividades típicas de Estado de Estado, que gozam de “Poder de Império do 
Estado ou Imperis Estatal”, e possuem o mesmo regime jurídico da Fazenda 
Pública. 
3.1.1 AUTARQUIAS CORPORATIVAS 
 As autarquias corporativas são os conselhos de classe. De acordo com a ADI 
1717 foi declarado inconstitucional o art. 58 da Lei 9649 que estabelecia que os 
conselhos profissionais eram particulares que atuavam na prestação de serviços 
públicos e a decisão do STF deu natureza jurídica de autarquia a esses conselhos, 
com ressalva da OAB. 
DICA DO PROFESSOR: Os conselhos profissionais possuem parafiscalidade, 
ou seja, gozam da possibilidade de cobrança de tributos. 
Além disso, essas autarquias corporativas, atuam no exercício no Poder de 
Polícia, que é atividade típica do Estado, pois eles atuam limitando o exercício 
das liberdades profissionais dos particulares em busca pelo interesse da 
coletividade. 
 
JURISPRUDÊNCIA: Os Conselhos Profissionais para contratarem 
“funcionários”, precisam fazer concurso público, tendo em vista que se tratam 
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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
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de autarquias que exercem uma atividade tipicamente pública (fiscalização do 
exercício profissional), precisam respeitar a regra do artigo 37, II, da CF que 
exige concurso público para a contratação de seus servidores. 
STF: 1ª Turma. MS 28469, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/06/2015. 
STF. 2ª Turma. RE 758168 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/06/2014. 
 
EXCEÇÃO: OAB. O STF decidiu que a OAB, quando vai contratar seus 
empregados, não precisa realizar concurso público. 
STF ADI 3026. 
 
 AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL 
 
3.1.2 AGÊNCIAS REGULADORAS 
 Trata-se de autarquia criada em regime especial para fiscalizar, regular e 
normatizar a prestação de serviços públicos por particulares evitando assim, a busca 
desenfreada pelo lucro dentro do serviço público. Mas, vejam bem, o que que essas 
Agências Reguladoras têm de tão especial, turma? Vamos ver? 
 Tem Poder Normativo: É o poder que a Administração Pública tem de editar 
normas gerais e abstratas dentro dos limites da lei. A Administração Pública 
deve editar atos (resoluções) que obriguem os prestadores de serviços 
públicos, a fim de adequar a prestação de serviço ao interesse público. 
 
 Alcance do Poder Normativo: Os Poderes Normativos destas entidades só 
obrigam o prestador do serviço público, de modo que as Agências Reguladoras 
não podem editar atos que obriguem particulares que não tem relação com a 
prestação do serviço público, só a lei pode obrigar a atuação do particular 
usuário do serviço público. 
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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
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Exemplificando: Vamos imaginar que o INSS baixa uma portaria 
determinando que o pagamento de aposentados e pensionistas se dará 3 vezes por 
mês e a pessoa só pode receber o dinheiro se tiver a senha, o dinheiro e o cartão de 
identificação. 
 
Significa que a normatização que a AGÊNCIA REGULADORA faz atende a 
todos. 
 Nomeação diferenciada dos dirigentes: São nomeados pelo Presidente da 
República com aprovação prévia do Senado Federal, para cumprir um 
mandato certo. 
DICA DO PROFESSOR: Cumprir mandato certo, significa que os dirigentes 
não poderão ser exonerados “ad nutum”, ou seja, sem motivação. 
 
 Quarentena 
 O dirigente ao deixar a Agência Reguladora, deve cumprir um período de 
quarentena. O PERÍODO DE QUARENTENA é um período de 4 meses, no qual o ex 
dirigente, não poderá prestar serviços em nenhuma das empresas reguladas pela 
agência que ele dirigia. 
JURISPRUDÊNCIA: É CONSTITUCIONAL lei estadual que prevê que os 
dirigentes de determinada agência reguladora somente poderão ser 
nomeados após previamente aprovados pela Assembleia Legislativa. 
Todavia, é INCONSTITUCIONAL, a lei estadual que estabelece que os 
dirigentes de agência reguladora somente poderão ser destituídos de seus 
cargos por decisão exclusiva da Assembleia Legislativa, sem qualquer 
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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
TURMA: SOLDADO PM/BA 
TURNO: NOTURNO 
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participação do Governador do Estado. Essa previsão viola o princípio da 
separação de poderes. (Artigo 2º da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 1949/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/09/2014 (Info 759). 
 
 
3.1.3 AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 37, §8º, CF, C/C ART. 51, LEI 9649 
 São autarquias comuns que estão ineficientes e em virtude dessa ineficiência, 
celebra um CONTRATO DE GESTÃO com o MINISTÉRIO SUPERVISOR. 
 
DICA DO PROFESSOR: Ao celebrar o contrato de gestão, a autarquia comum 
ganha status de AGÊNCIA EXECUTIVA, adquirindo vantagens especiais 
(concessão de mais independência e de mais orçamento), mais em troca terá 
que cumprir um plano de reestruturação definido no próprio contrato de 
gestão, ou seja, ficará obediente ao contrato de gestão para que volte a ser 
eficiente. 
 
4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
PREVISÃO LEGAL: ART. 5º, IV, DO DCRETO-LEI 200/1967 
 São pessoas jurídicas formadas pela destinação de um patrimônio. Elas podem 
ser divididas em: FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO e FUNDAÇÕES 
PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO. 
 
 
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4.1 FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO 
 Quando a Fundação é formada pela destinação de um patrimônio público, 
então estamos diante de uma FUNDAÇÃO PÚBLICA. Correspondem, portanto, a 
uma personificação de um patrimônio público e desenvolvem atividades 
complementares as do Estado. 
 
DICA DO PROFESSOR: As FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO, 
possui um regime jurídico de Direito Público e por isso ela tem natureza de 
autarquia e dessa forma essas fundações recebem o no me de AUTARQUIAS 
FUNDACIONAIS. Portanto, tudo o que foi estipulado as autarquias alcançam 
as fundações públicas de Direito Público. 
 
 
4.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO 
 São personificações de um patrimônio privado. 
Exemplificando: Fundação Airton Senna, Fundação Xuxa Meneguel, 
Fundação Bradesco, Fundação Getúlio Vargas, Fundação Carlos Chagas. 
 
DICA DO PROFESSOR: Insta salientar que, as FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE 
DIREITO PRIVADO, recebem o nome de FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS, 
recebendo o mesmo regime das Empresas Estatais. 
 
 
 
 
 
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5. EMPRESAS ESTATAIS 
LEI 13.303/2016: ESTATUTO DAS ESTATAIS 
 
 São pessoas jurídicas criadas por força de autorização legal para ser 
instrumento de ação pelo Estado. Possuem personalidade de Direito Privado, todavia, 
submetem-se, em diversas situações, a regras e princípios de Direito Público, 
derrogadores deste regime privado. 
 As EMPRESAS ESTATAIS,
englobam as EMPRESAS PÚBLICAS e as 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, ambas são sociedades civis ou comerciais, 
que possuem o Estado como controlador acionário e são criadas por meio de 
autorização de lei específica. 
5.1 A EMPRESA PÚBLICA, é a pessoa jurídica de Direito Privado, que possui 
patrimônio próprio e capital exclusivo da União. 
 
Por sua vez, as SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, são pessoas jurídicas 
cuja a criação é autorizada por meio de lei, constituída sob forma de sociedade 
anônima, cujas ações em sua maioria pertencem a entidade pública ou entidade da 
Administração Indireta. 
 REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS 
 Embora as Empresas Estatais não gozem de nenhum tipo de privilégio do 
Estado, embora sigam o regime das empresas privadas, sem nenhum privilégio 
público, elas fazem parte do Estado. Assim, mesmo não gozando de nenhum privilégio 
público, elas se submetem a todas as limitações de Direito Público, porque, essas 
limitações decorrem dos princípios administrativos. 
 
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 FINALIDADES DAS EMPRESAS ESTATAIS 
As empresas estatais são criadas para duas finalidades, quais sejam: São 
criadas para a PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS e para a EXPLORAÇÃO 
DE ATIVIDADE ECONÔMICA. 
 
DICA DO PROFESSOR: Por sua vez, de acordo com o art. 173, da CF, o Estado 
só pode EXPLORAR ATIVIDADE ECONÔMICA, quando for relativo aos 
IMPERATIVOS DA SEGURANÇA NACIONAL, e quando for de RELEVANTE 
INTERESSE COLETIVO. 
 
 
LEI 13.303/2016: ESTATUTO DAS ESTATAIS 
 
Trata-se da lei que estabelece o Estatuto das Estatais, ou seja, das Empresas 
Públicas e das Sociedades de Economia Mista e suas subsidiárias, se mantendo as 
regras anteriormente aplicadas a essas entidades, em relação à organização do 
capita, a formação societária e as finalidades, mas foi criada novas disposições. 
 
Dessa forma, as empresas públicas, de acordo com o artigo 3º da Lei 
13.303/2016, são criadas com o capital 100 % público, e se admite a participação 
societária de qualquer entidade da Administração Pública Direta ou Indireta, porém 
proibindo a participação de particulares e as sociedades de economia mista de acordo 
com o artigo 4º, da Lei 13.303/2016, são aquelas que devem ser criadas sob o regime 
de direito privado e ao contrário das empresas públicas, as sociedades de economia 
mista admitem a participação de particulares desde que o controle das ações dessas 
entidades sejam do Estado. 
 
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MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Insta salientar, que, de acordo com o artigo 2º, §1º da Lei 13.303/2016, 
determina que a lei que autorizar a criação da empresa estatal deverá indicar, de 
forma, clara, a existência de RELEVANTE INTERESSE COLETIVO e o IMPERATIVO 
DA SEGURANÇA NACIONAL. 
 
DICA DO PROFESSOR: A lei exige a criação da estrutura que viabilize o 
controle interno da entidade, inclusive com auditoria interna realizada pelo 
Comitê de Auditoria Estatutário, que será formado por no mínimo 3 e, no 
máximo 5 membros, em sua maioria independentes, sendo que, ao menos um 
desses membros deve ter experiência em assuntos de contabilidade 
societária. 
 
6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR 
(PARAESTATAIS) 
 
Inicialmente, cumpre salientar que as entidades que fazem parte do terceiro 
setor (entes paraestatais) não integram a estrutura administrativa como entes da 
Administração Direta ou Indireta. Em verdade, são particulares em colaboração, sem 
fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado, na prestação de serviços públicos não 
exclusivos. Por atuarem na prestação de serviços, estas entidades recebem 
incentivos do Poder Público. São quatro as espécies de entes do terceiro setor 
tratados no direito brasileiro, a saber. 
 
6.1 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO 
 São as entidades criadas por autorização legal para realização de atividade de 
fomento e capacitação de determinadas categorias profissionais, seja a indústria ou 
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comércio. É o chamado sistema “s” e barca entidades como o SESI, SESC, SENAI, 
etc. São particulares, mas a sua criação depende de lei. 
DICA DO PROFESSOR: Por receberem verba pública, através da cobrança de 
tributos, os entes do serviço social autônomo ficam sujeitos a CONTROLE 
pelo TRIBUNAL DE CONTAS e devem respeitar os princípios inerentes à 
licitação pública para suas contratações. Na verdade, devem realizar 
procedimento simplificado para cobrar seus contratos. Não precisam fazer 
licitação nos moldes da Lei 8666/93. 
 
 
6.2 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) 
 São particulares sem fins lucrativos, criados pela Lei 9637/98, para a prestação 
de serviços públicos não exclusivos de Estado, tais como ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio-ambiente, entre 
outros. 
DICA DO PROFESSOR: O vínculo com o Poder Público é efetivado mediante 
a celebração do CONTRATO DE GESTÃO. Por meio deste contrato, a entidade 
se qualifica como organização social e poderá gozar de todos os privilégios 
referentes a esta qualificação como a dotação orçamentária, cessão de bens 
públicos e cessão de servidores públicos. 
 
Patente, fica evidenciado, que nos termos da Lei de Licitações e Contratos, a 
Lei 8666/93, que será DISPENSADA A LICITAÇÃO para a celebração de contratos 
de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das 
respectivas esferas e governo, para atividades contempladas no contrato de gestão 
(art. 24, XXIV, da Lei 8666/93). 
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6.3 ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO 
(OSCIP) 
 São particulares sem fins lucrativos, constituídos sob o regime jurídico de direito 
privado, sem intuito de lucro, criadas para prestação de serviços públicos não 
exclusivos de Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público. As OSCIP’S, 
foram previstas na Lei 9.790/99 e seguem uma sistemática muito similar à das 
Organizações Sociais. 
Por sua vez, as que tem mais incidência em prova, que não podem se qualificar 
como OSCIP’S, são: As OS, as COOPERATIVAS DE TRABALHO, os SINDICATOS, 
os PARTIDOS POLÍTICOS e as SOCIEDADES EMPRESÁRIAS. 
 
DICA DO PROFESSOR: O vínculo entre estas entidades e o Poder Público é 
obtido por meio da celebração de TERMO DE PARCERIA. O termo permite a 
destinação de valores públicos às instituições privadas, mas não estipulam a 
designação de rubrica orçamentária, ou cessão de servidores não há dispensa 
de licitação expressa em lei e bens públicos. Ademais, não há dispensa de 
licitação expressa em lei. 
DICA DO PROFESSOR: As OSCIP’S, devem licitar para realizarem contratos 
com terceiros. Está sujeito ao CONTROLE FISCAL das suas contas pelo TCU. 
 
 
6.4 ENTIDADES DE APOIO 
 São entidades privadas que atuam ao lado de hospitais e Universidades 
Públicas, auxiliando no exercício da atividade destas entidades, por meio da 
realização de programa de pesquisa e extensão. 
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DICA DO PROFESSOR: As ENTIDADES DE APOIO ou FUNDAÇÕES DE APOIO, 
são pessoas jurídicas de
direito privado, criadas por servidores públicos para 
a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos de Estado, 
mantendo vínculo jurídico com entidades da Administração Direta ou Indireta 
em regra por meio de CONVÊNIO. 
 
 
6.5 NOVIDADE: ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE 
CIVIL (OSC): LEI 13.019/2014 
 
 São entidades privadas sem fins lucrativos, criadas por particulares que atuam 
na prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado. 
DICA DO PROFESSOR: Dessa forma, o que vai fazer com o que essas 
entidades se tornem OSC, é o TERMO DE COLABORAÇÃO ou o TERMO DE 
FOMENTO. 
 
 
Por sua vez, para as contratações, as OSC’S, deverão realizar um processo 
seletivo simplificado via internet. Elas ainda, se submetem a um CONTROLE pelo 
TCU, como também a um CONTROLE DA ENTIDADE sobre o OBJETO e sobre as 
FINANÇAS onde será apresentado: 
 
 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO OBJETO: Esse relatório elaborado pela 
organização da sociedade civil, assinado pelo seu representante legal, contém 
as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de 
metas propostas com os resultados alcançados. 
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 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA: Esse relatório é assinado pelo 
seu representante legal e o contador fica responsável com a descrição das 
despesas e receitas efetivamente realizadas. 
 PRAZO DE ATÉ 90 DIAS + 30 DIAS: Terminado o plano de trabalho, as 
OSC’S, terão até 90 dias prorrogados por mais 30 dias para apresentar os 
relatórios de controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
1.CONCEITO..............................................................................................................37 
1.1. Abuso de Poder...................................................................................................37 
1.1.1 Excesso de Poder.............................................................................................37 
1.1.2. Desvio de Poder...............................................................................................38 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES.......................................................................38 
2.1. Poder Vinculado..................................................................................................39 
2.2. Poder Discricionário............................................................................................39 
2.3. Poder Normativo..................................................................................................39 
2.4. Poder Regulamentar...........................................................................................40 
2.5. Poder Hierárquico................................................................................................41 
2.6. Poder Disciplinar.................................................................................................42 
2.7. PODER DE POLÍCIA..........................................................................................43 
2.7.1. Atributos do Poder de Polícia...........................................................................44 
2.7.2. Prescrição das Sanções de Polícia..................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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META 03 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
 
1. CONCEITO 
 
 
 São prerrogativas ou instrumentos que são concedidos ao Estado para que o 
mesmo, possa alcançar o interesse público, regular suas atribuições e funções 
públicas. 
1.1 ABUSO DE PODER: EXCESSO DE 
PODER E DESVIO DE PODER 
 
 Ocorre que, em algumas situações o Estado exorbita esses poderes 
concedidos a ele, além de seu caráter de instrumentalidade. A isso, no Direito 
Administrativo, se denomina de ABUSO DE PODER. Esse abuso de poder, é gênero 
e mais uma vez, para vocês fixarem, ocorre quando a Administração Pública extrapola 
os instrumentos concedidos a ela para garantir o interesse da coletividade. 
Esse abuso de poder, sofre uma bifurcação em duas espécies diferentes, quais 
sejam: EXCESSO DE PODER E DESVIO DE PODER. Vamos ver cada uma delas, 
turma? 
 O EXCESSO DE PODER, ocorre quando, o agente público atua na busca pelo 
interesse público, porém, atua extrapolando os limites da sua competência 
estabelecida por lei a ele para atuar no caso concreto. Esse excesso, dar ensejo ao 
VÍCIO DE COMPETÊNCIA, que é o vício por meio do qual, o agente público 
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ultrapassa os limites da sua competência dada por lei, porque ele faz mais do que que 
a lei lhe concedeu que fizesse. 
 Todavia, o DESVIO DE PODER, ocorre quando o agente público atua na busca 
pelo interesse público, dentro dos limites da sua competência estabelecida em lei, 
porém, o administrador público atua com finalidades diversas daquelas objetivadas 
ela lei, ou exigido pelo interesse público. Ocorre, então, o que a doutrina chama de 
VÍCIO DE FINALIDADE. 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES 
 
 Os Poderes administrativos podem ser divididos em: Poder Vinculado, Poder 
Discricionário, Poder Normativo, Poder Regulamentar, Poder Hierárquico, Poder 
Disciplinar e Poder de Polícia. Vamos ver cada um deles com atenção, turma? 
2.1 PODER VINCULADO 
 
 É aquele que estabelece que todos os elementos dos atos administrativos 
estão previstos em lei de forma objetiva, de modo que a lei, não confere aos agentes 
públicos uma margem de escolha na sua atuação. Dessa forma, a Administração 
Pública não tem escolha na sua atuação, pois a sua atuação está expressa na lei, 
está vinculada a lei. 
DICA DO PROFESSOR: O agente público não pode escolher a forma de como 
ele vai atuar porque só a lei que vai estabelecer através de critérios objetivos 
a atuação desse agente, sem lhe conferir a possibilidade de escolha no caso 
concreto. 
 
 
 
 
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2.2 PODER DISCRICIONÁRIO 
 
 É aquele através do qual, a Administração Pública tem a possibilidade de 
escolher no caso concreto, dentro dos limites da lei, de acordo com os critérios de 
conveniência e oportunidade, de acordo com o interesse público, a melhor forma de 
sua atuação. 
DICA DO PROFESSOR: A arbitrariedade é a atuação fora dos limites da lei. Em 
razão disso, a discricionariedade não é absoluta, pois deve cumprir a 
finalidade de uma administração transparente e eficiente. 
 
 
 2.3 PODER NORMATIVO 
 
 O Poder Normativo é o poder que a Administração Pública possui para editar 
normas gerais e abstratas dentro dos limites da lei, que tem por escopo conferir a fiel 
execução da lei e ao mesmo tempo, minudenciar o entendimento legal. Insta salientar, 
que essas normas gerais e abstratas que se perfazem os atos normativos 
administrativos, são inferiores a lei. 
DICA DO PROFESSOR: As Agências Reguladoras (autarquias em regime 
especial), por exemplo, podem editar atos normativos em suas áreas de 
atuação. 
 
 
 
 
 
 
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2.4 PODER REGULAMENTAR 
 
 O Poder Regulamentar, é o poder que a Administração Pública possui para 
editar regulamentos para conferir a fiel execução da lei e facilitar o seu entendimento, 
através de decretos regulamentares expedido pelo chefe do Poder Executivo. 
 
No que tange aos Regulamentos e aos Decretos Regulamentares, a doutrina 
comparada os divide em duas espécies, a saber: Regulamento Executivo e 
Regulamento Autônomo. Vamos estudar cada um deles, turma? 
 
 Os Regulamentos Executivos, são aqueles editados para conferir a fiel 
execução da lei e minudenciar o seu entendimento. Insta salientar, que, estes 
regulamentos não podem inovar o ordenamento jurídico, todavia, podem 
complementar a lei. Se inovarem o ordenamento jurídico, haverá violação ao Princípio 
da legalidade. Trata-se, portanto, de atos normativos que complementam os 
dispositivos legais, não trazendo inovação na ordem jurídica, com a criação de direitos 
e obrigações. 
 Já os Regulamentos Autônomos, são aqueles que tem o condão de substituir 
o ordenamento jurídico legal, determinando normas sobre matérias não previstas em 
lei. 
DICA DO PROFESSOR: Cumpre registrar, por cautela, que no Brasil, não se 
admite que se modifique o ordenamento jurídico por meio de atos normativos 
externados através por exemplo de decretos autônomos. Todavia, existem 
duas exceções previstas na Constituição Federal: A primeira exceção, trata-
se, da organização e funcionamento da Administração Federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e 
no caso de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 
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2.5 PODER HIERÁRQUICO 
 
 É o poder que a Administração Pública possui de distribuir internamente as 
suas competências entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica, dentro da 
mesma pessoa jurídica. 
Dessa forma, NÃO existe HIERARQUIA EXTERNA, ou seja, não haverá 
hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes. 
 
Por meio da Hierarquia tem-se a possibilidade de DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO 
de competência. Vamos analisar cada uma desses institutos, turma? 
 
A. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 PREVISÃO LEGAL: ARTS. 11 AO 17, LEI 9784/99 C/C ART. 116, IV, LEI 
8.112/90 C/C SÚM. 510, STF C/C ART. 14, § 3º, LEI 9784/99 
 É um ato administrativo discricionário e precário, no qual um agente público 
legalmente competente estende a sua competência de forma transitória ou temporária 
para outro agente público subordinado ou de mesma hierarquia. 
 Discricionário porque o agente delegante vai analisar se é conveniente ou 
oportuno efetuar a delegação. Precário porque o agente público delegante pode 
revogar a qualquer tempo a delegação e não implica em renúncia de competência. 
 
DICA DO PROFESSOR: A Delegação não é transferência, e sim extensão de 
competência, no qual o agente público delegante que estendeu a sua 
competência, continua competente juntamente com o agente público 
delegado. De modo que, esse agente delegado poderá praticar dessa forma, 
todos os atos que praticava o agente público delegante! 
 
 
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JURISPRUDÊNCIA: A Súmula 510 do Supremo Tribunal Federal, em 
consonância como disposto no artigo 14, §3º, da Lei 9784/99, estabelece que 
a autoridade coatora é o agente que praticou o ato, ainda que o tenha feito por 
delegação. 
 
Cumpre salientar que a lei, expressamente, proíbe a delegação de competência 
em três situações, abaixo transcritas: 
 
 No caso de competência exclusiva, definida em lei; 
 Para decisão de recurso hierárquico; 
 Para edição de atos normativos; 
 AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 PREVISÃO LEGAL: ART. 15, LEI 9784/99 
 A avocação ocorre quando o agente público toma para si a competência de 
outro agente público subordinado ou de hierarquia inferior. 
 
DICA DO PROFESSOR: Na avocação, deve haver subordinação, ou seja, só se 
pode avocar competência do agente público de hierarquia inferior. 
 
 
2.6 PODER DISCIPLINAR 
 
É o poder que a Administração Pública possui de aplicar penalidades ou 
sanções dentro dos limites da lei aos particulares que possuem um VÍNCULO 
ESPECIAL com o Estado, ou seja, aqueles particulares que estão sujeitos a 
DISCIPLINA do Estado, decorrente de HIERARQUIA e de CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS. 
 
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Isto porque, nem toda a aplicação de penalidade decorre do poder 
disciplinar, e sim, pode decorrer da supremacia do interesse público sobre o 
interesse privado, oriunda do Poder de Polícia. 
 
DICA DO PROFESSOR: Nem toda sanção aplicada aos particulares decorre do 
Poder Disciplinar. Decorrerá da Supremacia do Interesse Público sobre o 
Interesse Privado, oriunda do Poder de Polícia. 
 
 
2.7 PODER DE POLÍCIA 
 
PREVISÃO LEGAL: ART. 78, CTN C/C ART. 4º, III, LEI 11079/2004 
 
 É o poder que A Administração Pública tem para restringir direitos e garantias 
individuais e o uso e o gozo da propriedade privada dos particulares para alcançar o 
interesse público. 
 Trata-se do poder de polícia administrativo que possibilita restrições gerais que 
decorrem da supremacia geral do Estado. Ocorre aqui, a supremacia do interesse 
público sobre o interesse privado, onde o Estado na busca de garantir o interesse 
público, ele restringe o exercício de liberdades individuais o uso e o gozo da 
propriedade privada. 
 Delegação dos Atos de Polícia: 
 
 É pacífico o entendimento na doutrina e na jurisprudência que o Poder de 
Polícia não pode ser delegado para particulares, pois dessa forma, ofenderiam o 
equilíbrio entre particulares em geral e colocariam em risco a ordem social. O Poder 
de Polícia, é atividade típica de Estado e só pode ser exercido por pessoas 
jurídicas de direito público da Administração Direta e da Administração Indireta. 
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 Podemos ressaltar então, que o Poder de Polícia é INDELEGÁVEL, para os 
particulares, ou seja para pessoas jurídicas de direito privado. 
 2.7.1 ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
 
 
 
 São atributos do Poder de Polícia a: DISCRICIONARIEDADE, a 
COERCIBILIDADE e a AUTOEXECUTORIEDADE. Vamos ver cada um deles, 
turma? 
 A DISCRICIONARIEDADE, é compreendida como a liberdade estabelecida em 
lei ao administrador para decidir perante o caso concreto e só pode ser reconhecida 
como atributo do Poder de Polícia quando este for entendido em sentido amplo. 
 
 No tocante a COERCIBILIDADE que também pode ser denominada de 
EXIGIBILIDADE, o poder que a Administração Pública tem de exigir as obrigações 
impostas pelo ato de forma coercitiva. 
Dessa forma, não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, 
o Poder Público terá que se valer de MEIOS INDIRETOS DE COERÇÃO, para 
executar indiretamente o ato administrativo desrespeitado. 
 
 Assim, o Estado se utiliza de MEIOS INDIRETOS DE COERÇÃO para fazer 
com que o particular se sinta coagido, para cumprir o ato administrativo. 
Em relação a AUTOEXECUTORIEDADE, é
o poder que a Administração 
Pública tem de exercer os atos administrativos de polícia através de MEIOS DIRETOS 
DE EXECUÇÃO, no qual o Estado cumpre seus próprios atos administrativos que 
foram impostos por ele ao particular INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO 
JUDICIAL. 
 
 
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2.7.2 Prescrição das sanções de Polícia: 
 
O prazo prescricional para a aplicação das sanções de polícia é de 5 anos, de 
acordo com a Lei 9.873/99. Dessa forma, podemos dizer que, a ação punitiva da 
Administração Pública Federal Direta ou Indireta, no exercício do Poder de Polícia, 
objetivando apurar infrações à legislação em vigor, prescreve em cinco anos, a 
CONTAR DA DATA DA PRÁTICA DO ATO, ou, no caso de INFRAÇÃO 
PERMANENTE ou CONTINUADA, DO DIA EM QUE TIVER CESSADO. 
 
DICA DO PROFESSOR: Cumpre ressaltar que a legislação prevê a 
possibilidade de PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE, TRIENAL, diante da inércia 
da Administração Pública no julgamento do processo administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1.CONCEITO............................................................................................................47 
2. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS...................................................47 
2.1. Imperatividade....................................................................................................47 
2.2. Coercibilidade.....................................................................................................47 
2.3. Autoexecutoriedade............................................................................................48 
2.4. Tipicidade............................................................................................................48 
2.5. Presunção de Veracidade e de Legitimidade......................................................48 
3. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS...................................................49 
3.1. Competência.......................................................................................................49 
3.2. Finalidade............................................................................................................51 
3.3. Forma..................................................................................................................52 
3.4. Objeto..................................................................................................................53 
3.5. Motivo..................................................................................................................53 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS............................................54 
5. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.......................................................59 
5.1. Anulação..............................................................................................................60 
5.2. Revogação..........................................................................................................62 
5.3. Cassação............................................................................................................64 
5.4. Caducidade.........................................................................................................64 
5.5. Contraposição ou derrubada...............................................................................64 
 
 
 
 
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META 04 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. CONCEITO: 
 São atos editados no exercício da função administrativa, sob o regime de direito 
público e traduzindo uma manifestação de vontade do Estado. 
2. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO: 
 Temos alguns atributos dos atos administrativos, vejamos: IMPERATIVIDADE, 
EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE, AUTOEXECUTORIEDADE OU 
EXECUTORIEDADE, TIPICIDADE e PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E 
PRESUNÇÃO DE LEGITIIDADE. Vamos ver cada um deles, turma? 
2.1. IMPERATIVIDADE: 
 É o poder que a Administração Pública possui de impor obrigações 
unilateralmente ao particular dentro dos limites da lei, independentemente da 
concordância do particular. 
2.2. EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE: 
 É o poder que a Administração Pública possui de exigir as obrigações 
impostas pelo ato administrativo de forma coercitiva. Dessa forma, não sendo 
cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o Poder Público terá que se 
valendo de MEIOS INDIRETOS DE COERÇÃO, executar indiretamente o ato 
administrativo desrespeitado. 
 
 
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2.3. AUTOEXECUTORIEDADE OU EXECUTORIEDADE: 
 É o poder que a Administração Pública possui de exercer os atos 
administrativos de polícia através de MEIOS DIRETOS DE EXECUÇÃO, no qual o 
Estado cumpre seus próprios atos administrativos que foram impostos por ele ao 
particular INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. 
DICA DO PROFESSOR: A autoexecutoriedade não está presente em todos os 
atos administrativos. Ela decorre de lei ou de uma situação emergencial, onde 
a Administração precisa executar o ato administrativo sob pena de ter um 
prejuízo maior. 
 
2.4. TIPICIDADE: 
 É a exigência de que todo ato administrativo esteja previsto na lei, ou seja, 
corresponda a um tipo legal prévio. Trata-se de decorrência do princípio da legalidade, 
o qual significa que a atuação da Administração Pública está subordinada a lei. 
2.5. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E PRESUNÇAÃO DE 
LEGITIMIDADE: 
 
 PRESUNÇÃO DE VERACIDADE: 
 É aquela que informa que todos os fatos expostos nos atos administrativos, 
presumem-se que são verdadeiros, até que se provem o contrário. 
OBS: A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE, diz respeito a fatos e causa a 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, DOS FATOS ALEGADOS, no ato administrativo. 
 
Logo, o Estado não tem o dever de provar todas as situações fáticas descritas 
no ato administrativo, devendo dessa forma, o particular lesado comprovar a falsidade 
das disposições feitas pela Administração Pública. 
 
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DICA DO PROFESSOR: A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE, enseja uma 
INVERSÃO do ÔNUS DA PROVA, em relação a fatos alegados pela 
Administração Pública. A Administração não precisa provar a verdade do que 
ela diz, é o particular que tem que provar que o que a Administração diz, não 
é verdadeiro. Nesse caso, os fatos alegados pela Administração Pública são 
presumivelmente verdadeiros até que se provem o contrário. 
 
 PRESUNÇÃO DE LEGITIIMIDADE: 
 Trata-se de uma presunção jurídica, na qual até que se prove o contrário, o ato 
administrativo que foi editado está de conformidade com a lei e com o ordenamento 
jurídico. 
 Essa presunção não diz respeito a fatos, diz respeito ao direito. Significa, que 
no momento em que o ato administrativo é praticado ele é considerado legítimo, lícito, 
em conformidade com o ordenamento jurídico, até que se prove o contrário. 
3. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
A) COMPETÊNCIA 
B) FINALIDADE 
C) FORMA 
D) MOTIVO 
E) OBJETO
3.1. COMPETÊNCIA: 
FULCRO: ART. 2º, a, da Lei 4717/65 
 
 Não basta que o ato administrativo seja praticado por um agente público, o 
ato tem que ser praticado por um agente público cujo a lei tenha dado competência 
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para a prática do ato administrativo. O agente público tem que ter competência legal 
para praticar aquela conduta. 
 
Insta salientar, que, o elemento COMPETÊNCIA, é VINCULADO. 
 
 DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: 
 PREVISÃO LEGAL: ARTS. 11 AO 17, LEI 9784/99 C/C ART. 116, IV, LEI 
8.112/90 C/C SÚM. 510, STF C/C ART. 14, § 3º, LEI 9784/99 
 É um ato administrativo discricionário e precário, no qual um agente público 
legalmente competente estende a sua competência de forma transitória ou temporária 
para outro agente público subordinado ou de mesma hierarquia. 
Discricionário porque o agente delegante vai analisar se é conveniente ou 
oportuno efetuar a delegação. Precário porque o agente público delegante pode 
revogar a qualquer tempo a delegação e não implica em renúncia de competência. 
 
DICA DO PROFESSOR: A delegação será feita para agentes de mesma 
hierarquia ou para agentes de hierarquia inferior ou subordinada. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA: A Súmula 510 do Supremo Tribunal Federal, em 
consonância como disposto no art. 14, §3º, da Lei 9.784/99, estabelece que a 
autoridade coatora é o agente que praticou o ato, ainda que o tenha feito por 
delegação. Vejamos, o teor da súmula abaixo exposto expressamente: 
Súmula 510, STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência 
delegada, contra ela cabe o Mandado de Segurança ou a medida judicial. 
 
 
 
 
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 Se A delega competência para B e B pratica o ato, quem responde pelo 
ato? A ou B? 
 
 Nesse caso, quem pratica o ato, responde pelo mesmo, ainda que tenha 
praticado por meio de delegação. O ato praticado por meio de delegação considera-
se praticado pelo agente delegado. 
Cumpre salientar que a lei, expressamente, proíbe a delegação de competência 
em três situações, abaixo transcritas: 
 
 No caso de competência exclusiva, definida em lei; 
 Para decisão de recurso hierárquico; 
 Para edição de atos normativos; 
 
 AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA: 
PREVISÃO LEGAL: ART. 15, LEI 9784/99 
 A avocação ocorre quando o agente público toma para si a competência de 
outro agente público subordinado ou de hierarquia inferior. 
3.2 .FINALIDADE 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “e” da LEI 4717/65 
 
 A finalidade é o escopo do ato administrativo. É tudo aquilo que se busca 
proteger com a prática do ato. 
 
 VÍCIO NO ELEMENTO FINALIDADE: 
 Em algumas situações o Estado exorbita esses poderes concedidos a ele, além 
de seu caráter de instrumentalidade. A isso, no Direito Administrativo, se denomina 
de ABUSO DE PODER. Esse abuso de poder, é gênero e mais uma vez, para vocês 
fixarem, ocorre quando a Administração Pública extrapola os instrumentos concedidos 
a ela para garantir o interesse da coletividade. 
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Esse abuso de poder, sofre uma bifurcação em duas espécies diferentes, quais 
sejam: EXCESSO DE PODER E DESVIO DE PODER. Vamos ver cada uma delas, 
turma? 
 O EXCESSO DE PODER, ocorre quando, o agente público atua na busca pelo 
interesse público, porém, atua extrapolando os limites da sua competência 
estabelecida por lei a ele para atuar no caso concreto. Esse excesso, dar ensejo ao 
VÍCIO DE COMPETÊNCIA, que é o vício por meio do qual, o agente público 
ultrapassa os limites da sua competência dada por lei, porque ele faz mais do que que 
a lei lhe concedeu que fizesse. 
 Todavia, o DESVIO DE PODER, ocorre quando o agente público atua na busca 
pelo interesse público, dentro dos limites da sua competência estabelecida em lei, 
porém, o administrador público atua com finalidades diversas daquelas objetivadas 
ela lei, ou exigido pelo interesse público. Ocorre, então, o que a doutrina chama de 
VÍCIO DE FINALIDADE. 
Cumpre registrar, por cautela, que o elemento FINALIDADE, é VICULADO. 
3.3. FORMA 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “b”, Lei 4717/65 
 A forma é a exteriorização do ato administrativo, determinada por lei. Dessa 
forma, sem a forma, não se pode haver ato. Logo, a ausência de forma, importa a 
inexistência do ato administrativo. 
DICA DO PROFESSOR: De modo geral, a forma é ELEMENTO VINCULADO, 
mesmo nos atos administrativos discricionários, SALVO, se a lei estabelecer 
mais de uma forma possível para o ato ou for silente quanto à forma a ser 
obedecida para a prática de determinado ato administrativo, quando a forma 
será DISCRICIONÁRIA. 
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3.4. OBJETO 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “c”, Lei 4717/65 
 É aquilo que o ato administrativo dispõe, é o efeito causado pelo ato 
administrativo no mundo jurídico. É a pessoa ou coisa a qual o ato recai. 
Exemplificando: Qual o objeto da demissão? A demissão, que é a erda do 
cargo. Qual é o objeto da desapropriação? A desapropriação, que é a perda do bem. 
OBS: Para que o ato administrativo seja VÁLIDO, o OBJETO, deve ser, LÍCITO, 
POSSÍVEL e DETERMINADO ou DETERMINÁVEL. 
3.5. MOTIVO 
PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “d”, Lei 4717/65 
 Os motivos são as razões de fato e de direito que dão ensejo à praticado ato 
administrativo, ou seja, a situação fática que precipita a edição do ato administrativo. 
OBS: O MOTIVO, é elemento do ato administrativo que geralmente possui 
função DISCRICIONÁRIA, observados apenas os limites impostos pela norma, 
ressalvados os atos vinculados, nos quais todos os elementos estão postos na lei de 
forma objetiva. 
 
 MOTIVO # MOTIVAÇÃO 
PREVISÃO LEGAL: ART 2°, VII, LEI 9.784/99 C/C ART. 50, LEI 9.784/99 
 
 Significa que a Administração Pública tem o dever de fundamentar os atos 
administrativos praticados pelo Estado, de forma que toda vez que o Poder Público 
praticar um ato administrativo, ele tem que demonstrar os motivos que deram ensejo 
a pratica do ato, ou seja, ele tem que demonstrar os motivos que justificaram o 
exercício do ato, para garantir o controle dos atos administrativos pela sociedade. 
 
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 MOTIVAÇÃO ALIUNDE 
PREVISÃO LEGAL: ART. 50, §1º, LEI 9.784/99 
 
 O termo ALIUNDE, significa de outro lugar. A MOTIVAÇÃO ALIUNDE, 
ocorre quando um ato é motivado por um ato anterior ou pela motivação do mesmo 
ato anterior que embasou. 
 
 TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: 
 
 Estabelece que os motivos apresentados pela Administração Pública como 
determinantes para a prática do ato administrativo, vinculam esse ato. 
 Dessa forma, mesmo naquelas situações em que o ato não dependa de 
motivação, no momento em que a motivação do ato administrativo for feita, ela passa 
a integrar o ato administrativo, ou seja, no momento em que a motivação for feita e os 
motivos forem apresentados, esses motivos vinculam o ato. 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE: ATOS VINCULADOS E ATOS 
DISCRICIONÁRIOS: 
 
 ATOS DISCRICIONÁRIOS

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