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1 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ DIREITO ADMINISTRATIVO 2 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ TEMAS A SEREM ABORDADOS NAS AULAS: 1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 3. TERCEIRO SETOR/PARAESTATAIS 4. PODERES ADMINISTRATIVOS 5. ATOS ADMINISTRATIVOS 6. AGENTES PÚBLICOS- ESPÉCIES 3 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................... 1 1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS IMPLÍCITOS .................................................. 4 1.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobra o interesse Privado........................................................................................................................4 1.2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.............................................5 2. PRINCÍPIOS EXPRESSOS.....................................................................................6 2.1. Princípio da Legalidade........................................................................................6 2.2. Princípio da Impessoalidade.................................................................................6 2.3. Princípio da Moralidade........................................................................................7 2.4. Princípio da Publidade..........................................................................................8 2.5. Princípio da Eficiência...........................................................................................9 2.6. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa....................................................10 3. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS.....................................................................................11 3.1. Princípio da Autotutela........................................................................................11 3.2. Princípio da Continuidade...................................................................................12 3.3. Princípio da Razoabilidade..................................................................................13 3.4. Princípio da Proporcionalidade............................................................................13 3.5. Princípio da Motivação........................................................................................14 3.6. Princípio da Segurança Jurídica..........................................................................14 4 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ META 01 PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 1. 1 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO PREVISÃO LEGAL: PRINCÍPIO IMPLÍCITO NA CRFB É aquele através do qual o Estado goza de prerrogativas em face do particular para viabilizar o interesse público. Com isso, em havendo necessidade o Estado irá restringir o interesse dos particulares para favorecer o interesse da coletividade. Dessa forma, quando o interesse da coletividade for comparado com o interesse privado, o interesse da coletividade irá se sobrepor. DICA DO PROFESSOR: No tocante a supremacia, insta salientar que o Novo Código de Processo Civil define que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos. 5 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 1.2 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO PREVISÃO LEGAL: PRINCÍPIO IMPLÍCITO NA CRFB É aquele que estabelece limitações ao Estado. Significa que o Poder Público não poderá dispor do interesse público, pois o interesse público não pertence ao Poder Público e sim pertence a coletividade. Dessa forma, o interesse público será indisponível para evitar o desvio do interesse público, e por isso, a Administração Pública sofrerá limitações. O ordenamento jurídico estabelece alguns limites ao administrador público para evitar que ele se desvincule do interesse público em prol de direitos individuais. DICA DO PROFESSOR: Esse princípio está ligado aos bens públicos, de modo que o gestor não pode gastar uma verba do Estado por exemplo como se fosse sua, não pode levar o filho para escola com o carro da repartição pública, pois não poderá se utilizar dos bens públicos para seu uso pessoal porque, os bens públicos são indisponíveis, os agentes públicos não podem dispor do interesse da coletividade. 6 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 2. PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA CRFB 2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 37, CAPUT, DA CRFB: Quando tratamos do princípio da legalidade no Direito Público, significa que o Estado só poderá atuar quando houver prévia autorização legal, ou seja, o Estado só atua quando a lei permite, (quando a lei estabelece). DICA DO PROFESSOR: Cumpre registrar, por cautela, que o princípio da legalidade não é restrito à Administração Direta e Indireta e ao Poder Executivo, enfim, também vale para os Poderes Judiciário e Legislativo e para os particulares, mas com outro enfoque (legalidade constitucional): se uma norma não proibir, o particular, dispondo de forma livre de sua vontade, pode agir da maneira que melhor entender. 2.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 37, §1º, DA CRFB: Trata-se de um dos princípios mais importantes do Direito administrativo, e que para ser melhor compreendido, pode ser dividido em três vertentes: Na primeira vertente, o entendimento do princípio da impessoalidade será pautado na atuação do agente público baseada na “busca dos interesses da coletividade. ” Na segunda vertente, ele será entendido sobre a “Ótica do Agente”, atrelado a “Teoria da 7 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Imputação Volitiva ou Teoria do Órgão”, onde se perfaz a “Vedação da Autopromoção do Agente Público”. Por fim, numa terceira vertente, o princípio está lastreado na “Não discriminação”. DICA DO RPOFESSOR: No tocante a Teoria do Órgão, significa dizer que quando o agente público atua, na verdade não é a pessoa do agente que está atuando, mas sim é a pessoa jurídica que vincula esse agente que está atuando por meio dele. Dessa forma, todos os atos praticados pelo agente público serão imputados a pessoa jurídica que esse agente público estiver vinculado, é a chamada Teoria da Imputação Volitiva. 2.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 37, CAPUT, DA CRFB: Por esse princípio se entende que a atuação da Administração Pública estará pautada nos deveres de: honestidade, moral, ética e boa-fé, no trato com a coisa pública, ou seja, no trato com o dinheiro público, não havendo que se falar em corrupção no âmbito de uma repartição pública. A ideia aqui, não é de moralidade social e sim de uma moralidade jurídica, no trato com a coisa pública. DICA DO PROFESSOR: A moralidade se perfaz em um conceito jurídico indeterminado, onde normalmente a jurisprudência vem aplicando a sua violação como vício de legalidade da atuação administrativa. Porém, a moralidade deve ser analisada como princípio autônomo, sendo possível a retirada de um ato administrativo imoral, ainda que não haja direta violação ao princípio da legalidade. 8 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ JURISPRUDÊNCIA: Súmula Vinculante, 13, STF: Vedação ao Nepotismo “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. É salutar ressaltar, que, a súmula veda a realização das chamadas designações recíprocas, ou seja, não se permite que, de forma indireta se garanta a nomeação do parente do agente público, por meio de troca de favores ou favorecimentos pessoais para parentes de outros agentes. 2.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 37, §1º, DA CRFB: É aquele que pressupõe uma transparência, uma ideia de atuação sigilosa, não secreta. Os atos administrativos precisam ser públicos, essa é a regra. Significa que os atos administrativos só poderão produzir efeitos em relação a sociedade se forem publicizados. Insta salientar que, o princípio da publicidade não é absoluto, pois a própria Constituição ressalva que existe atos administrativos que não necessitam serem publicizados, são eles: Os atos administrativos que digam respeito a honra, 9 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ intimidade, vida privada, ao relevante interesse coletivo e aos imperativos da segurança nacional. DICA DO PROFESSOR: A publicidade dar ênfase a dois critérios no Direito Administrativo, a saber: O primeiro critério compreende o princípio da publicidade como sendo um requisito de eficácia dos atos administrativos e o segundo critério entende que a publicidade serve como forma de controle dos atos administrativos pelos particulares. JURISPRUDÊNCIA: POSSIBILIDADE DE DIVULGAÇÃO DE VENCIMENTOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS COM RELAÇÃO NOMINAL: É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. STF. ARE652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/04/2015. 2.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA PREVISÃO LEGAL: ART. 37, CAPUT, DA CRFB: Este princípio se tornou expresso com o advento da EC 19/98, e significa que a atuação da Administração Pública está pautada na busca por resultados positivos com o mínimo de gasto possível. Trata-se de uma norma de eficácia plena, ou seja, é uma norma de aplicabilidade imediata, não depende, dessa forma, de regulamentação por parte de 10 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ outra norma. A eficiência não necessita de regulamentação por parte de normas infraconstitucionais. DICA DO PROFESSOR: A própria Constituição Federal alterada pela EC 19/98, define algumas situações de aplicação desse princípio. Por exemplo, o art. 41 da CF foi alterado pela respectiva emenda, criando a avaliação periódica de desempenho dos seus servidores, mesmo depois da aquisição da estabilidade, como clara concretização do princípio da eficiência. 2.6 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA PREVISÃO LEGAL: ART. 5º, LV, CRFB No tocante ao princípio do contraditório, significa que o particular tem o direito de saber o que está acontecendo no processo e de se manifestar acerca do que está acontecendo. No tocante a ampla defesa, a doutrina processual a define como indispensável para a concepção de democracia, abarcando o direito de ação e à tutela jurisdicional e administrativa para proteção de direitos dos particulares. Ao tratarmos do tema, costuma se definir como inerente à ampla defesa o direito à defesa prévia, a garantia da defesa técnica e o direito ao duplo grau de julgamento. DICA DO PROFESSOR: O contraditório permite a participação do interessado na condução do feito, tendo o poder de influenciar na decisão a ser proferida, concedendo ao julgador a sua visão acerca do tema discutido. 11 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 3. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 3.1 PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA OU SINDICABILIDADE PREVISÃO LEGAL: SÚMULAS: 473 E 346 DO STF E ART. 53 E 54 DALEI 9.784/99 É aquele que decorre do poder que a Administração Pública possui de autocontrolar seus próprios atos independentemente de provocação. A expressão “sindicabilidade”, por si só, revela-nos o conteúdo do princípio. Ser sindicável é ser controlável. Enfim, é a faculdade que os órgãos estatais possuem de fiscalizarem os atos lesivos ao interesse público, por ilegais, ilegítimos ou ilícitos. DICA DO PROFESSOR: Mesmo depois da Administração Pública exercer a autotutela e controlar seus próprios atos, qualquer pessoa que se sinta prejudicada poderá recorrer ao judiciário! JURISPRUDÊNCIA: Acerca do tema, a Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal dispõe que a Administração Pública pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios de ilegalidade e revoga-los por motivo de interesse público. É o que se vê, do dispositivo jurisprudencial abaixo exposto: Súm. 473, STF. A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 12 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 3.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS PREVISÃO LEGAL: ART. 6º, §3º, II, LEI 8987/95 Por esse princípio, entende-se que, a prestação dos serviços públicos tem que ser contínua, não havendo em regra, a interrupção da atividade administrativa por parte da Administração Pública. DICA DO PROFESSOR: Os militares não têm direito de greve e nem de sindicalização. Ao passo que, os servidores civis terão direito de greve que será exercido nos termos de lei específica! JURISPRUDÊNCIA: A organização jurisprudencial do STF entende, que o direito de greve do servidor é uma norma de eficácia limitada. Dessa forma, enquanto não vier uma norma infraconstitucional regulamentar esse direito, o particular terá o direito, mas não poderá exercê-lo. Dessa forma, o STF determinou, ao julgar Mandado de Injunção referente à matéria que, enquanto não houver lei específica a regulamentar a greve dos servidores, será utilizada a lei geral de greve (Lei 7.783/89) para o exercício desse direito. Tal entendimento visa garantir que a omissão legislativa não cause prejuízos a direito constitucional e vem sendo reiterado pela Suprema Corte. 13 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 3.3 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, VI, DA LEI 9.784/99 Significa que a atuação da Administração Pública deve estar pautada dentro dos limites da lei, de forma lícita e razoável, para garantir a satisfação social, limitando- se dessa forma, a discricionariedade da Administração Pública. DICA DO PROFESSOR: Todas as vezes que o mérito administrativo extrapola os limites da lei, seja por atuação que afronta expresso dispositivo legal, seja pela violação ao princípio da razoabilidade, compete ao Judiciário, desde que provocado, sanar o vício da conduta Estatal, determinando a anulação do ato ilícito. 3.4 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, VI, DA LEI 9.784/99 Por esse princípio se entende que deverá haver uma adequação entre os atos administrativos e os motivos que deram ensejo a pratica desses atos, ou seja, os motivos que justificaram a pratica dos atos administrativos devem ser proporcionais e adequados aos atos em si. É famosa adequação dos fins com os meios. DICA DO PROFESSOR: A grande finalidade deste princípio é evitar abusos na atuação de agentes públicos, ou seja, impedir que as condutas inadequadas dos agentes públicos ultrapassem os limites no que tange à adequação, no 14 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ desempenho de suas funções em relação aos fatos que ensejaram a conduta do Estado. 3.5 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, VII E ART. 50 DA LEI 9.784/99 Significa que a Administração Pública tem o dever de fundamentar os atos administrativos praticados pelo Estado, de forma que toda vez que o Poder Público praticar um ato administrativo, ele tem que demonstrar os motivos que deram ensejo a pratica do ato, ou seja, ele tem que demonstrar os motivos que justificaram o exercício do ato, para garantir o controle dos atos administrativos pela sociedade. DICA DO PROFESSOR: A motivação é a explicitação dos motivos e ela integra a “formalização do ato administrativo”. Ela será feita pela autoridade administrativa! 3.6 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA CABIMENTO LEGAL: ART. 2º, XIII DA LEI 9.784/99 Significa que esse princípio proíbe em nome da estabilidade social, a INTERPRETAÇÃO RETROATIVA DA LEI, em prejuízo aos administrados. 15 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Contudo, para esse princípio estará proibida que a nova interpretação retroaja, de forma a prejudicar situações previamente consolidadas no ordenamento jurídico. DICA DO PROFESSOR: De acordo com esse princípio, estará proibida que a nova interpretação retroaja, de forma a prejudicar situações previamente consolidadas no ordenamento jurídico. 16 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 1.CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO..............17 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA..................................................................18 2.1.Órgãos Públicos...................................................................................................19 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA..............................................................21 3.1. AUTARQUIAS.....................................................................................................24 3.1.1. Autarquias Corporativas...................................................................................24 3.1.2. Agências Reguladoras.....................................................................................25 3.1.3. Agências Executivas........................................................................................27 4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS.....................................................................................27 4.1. Fundações Públicas de Direito Público...............................................................28 4.2. Fundações Públicas de Direito Privado...............................................................28 5. EMPRESAS ESTATAIS.........................................................................................29 5.1. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.......................................29 6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR...................................................................31 6.1. Serviço Social Autônomo....................................................................................31 6.2. Organizações Sociais..........................................................................................32 6.3. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público........................................33 6.4. Entidades de Apoio.............................................................................................33 6.5. Organização da Sociedade Civil.........................................................................34 17 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ META 02 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 1. INTRODUÇÃO O estudo da Organização Administrativa é conhecimento das pessoas que fazem parte do Estado, que compõem a estrutura da Administração Pública. Dessa forma, alguns serviços públicos são prestados diretamente pelos entes federativos, que são a UNIÃO, ESTADO, DISTRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS, sem que seja transferida a execução para outros entes. E, para facilitar nosso entendimento, vejamos um macete para memorizarmos os entes federativos da Administração Pública Direta: M U N I C Í P I O U N I Ã O D I S T R I T O F E D E R A L E S T A D O Todavia, em determinadas situações, as pessoas políticas transferem a prestação dos serviços públicos para outras entidades. Essa prestação direta feita pelos próprios entes políticos da Administração é designada de CENTRALIZAÇÃO ou PRESTAÇÃO CENTRALIZADA DO SERVIÇO. 18 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Com isso, estas entidades se denominam ENTES da ADMINISTRAÇÃO DIRETA ou ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA. Ocorre que, o Estado tem a necessidade de garantir a EFICIÊNCIA e a ESPECIALIZAÇÃO, na prestação dos serviços públicos e para tanto cria pessoas especializadas e efetua a transferência da prestação dos serviços públicos. Essa transferência na prestação dos serviços públicos para outras pessoas jurídicas denomina-se DESCENTRALIZAÇÃO. Isso é feito, porque a transferência à pessoa especializada na prestação de determinado serviço garante uma maior eficiência na prestação da atividade administrativa. Assim, essa descentralização pode ocorrer de duas formas: Para a própria Administração Pública Indireta: A transferência na prestação de serviços públicos, será feita para os entes da Administração Indireta que foram criados para esse próprio fim. Para Particulares: Nesse caso, a descentralização será feita para os particulares mediante contratos de concessão e permissão de serviços públicos. 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA PREVISÃO LEGAL: ART. 4º do Decreto-lei 200/1967 Podemos entender como Administração Pública Direta, como o conjunto de órgãos despersonalizados, que estão atrelados as próprias pessoas jurídicas, com o escopo de prestar serviços públicos de forma centralizada, sem transferir essa prestação para outrem. 19 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ DICA DO PROFESSOR: Cumpre registrar, que mesmo quando o Estado não descentraliza a prestação do serviço público, ele deve prestar este serviço de forma eficiente e para tanto, se especializa internamente. A distribuição interna se da por meio da divisão de competência entre os órgãos de uma mesma pessoa jurídica, e recebe o nome de DESCONCENTRAÇÃO. SE LIGA NO MACETE: DESCONCENTRAÇÃO: CRIA ÓRGÃOS DESCENTRALIZAÇÃO: CRIA ENTIDADES 2.1 ÓRGÃOS PÚBLICOS PREVISÃO LEGAL: ART. 1, § 2º, LEI 9.784/99 Os órgãos públicos são unidades de atuação que integram uma pessoa jurídica responsável. Por sua vez, eles não gozam de PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, pois eles não são titulares de direitos e obrigações DICA DO PROFESSOR: TEORIA DO ÓRGÃO, significa que toda vez que os órgãos públicos atuam no caso concreto, na verdade não são eles que estão 20 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ atuando e sim, quem estão atuando são as pessoas jurídicas que vinculam esses órgãos. Logo, toda a atuação praticada pelos órgãos públicos, serão atribuídas para as pessoas jurídicas que a eles estão vinculadas. CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS Não obstante os órgãos públicos como estudamos acima, não gozem de personalidade jurídica própria, pois não são titulares de direitos e obrigações, excepcionalmente, existem EXCEÇÕES. É o caso dos ÓRGÃOS PÚBLICOS INDEPENDENTES e AUTÔNOMOS, de estatura constitucional, que possuem a denominada CAPACIDADE PROCESSUAL ou PERSONALIDADE JUDICIÁRIA, que é a possibilidade que esses órgãos possuem para figurar como parte em juízo em um processo para a defesa de suas prerrogativas constitucionais. JURISPRUDÊNCIA: Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO POR CÂMARA MUNICIPAL PARA DISCUTIR RETENÇÃO DE VALORES DO FPM. ILEGITIMIDADE ATIVA. 1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 2. A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas personalidade judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para defender os seus interesses estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão, não se enquadrando, nesse rol, o interesse patrimonial do ente municipal. Nesse sentido: Resp. 1.164.017/PI, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 6.4.2010. 3. Recurso especial não provido. 21 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA PREVISÃOLEGAL: ART. 37, CF Vimos que em regra os entes federativos da Administração Pública Direta, prestam os serviços públicos diretamente sem transferir à sua execução para outras pessoas jurídicas. Todavia, o Estado percebe que existe a necessidade de garantir a eficiência e a especialidade na prestação dos serviços públicos e para tanto cria pessoas jurídicas especializadas na prestação dos serviços públicos e transfere esses serviços para essas pessoas jurídicas. Por sua vez, essas pessoas jurídicas que prestarão os serviços públicos de forma decentralizada ou por meio de transferência, serão denominadas de ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLIA INDIRETA ou ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DESCENTRALIZADA. Vejamos, o teor do art. 37, caput da Constituição Federal, abaixo exposto: São entes da Administração Pública Indireta: 22 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ As AURTARQUIAS, as FUNDAÇÕES PÚBLICAS, as EMPRESAS PÚBLICAS e as SOCIEDADES de ECONOMIA MISTA. Antes de começarmos a tratar de cada uma dessas entidades, vejamos um macete, onde ajudará a vocês na fixação do tema. Toda vez, que tratarmos das entidades da Administração Pública Indireta, temos que lembrar que passamos por uma: F U N DA Ç Õ E S P Ú B L I C A S A U T A R Q U I A S S O C I E D A D E D E E C O N O M I A M I S T A E M P R E S A P Ú B L I C A Ainda antes de adentrarmos no estudo das entidades que regem a Administração Indireta, precisamos, estudar os quatro critérios que serão válidos para todos esses entes. Senão vejamos: 1. Os entes da Administração Pública Indireta gozam de personalidade jurídica própria: Significa que esses entes são titulares de direitos e obrigações e não se confundem com os entes da Administração Pública Direta que os criou. Assim, em caso de eventual processo judicial, a Ação deverá ser proposta contra a pessoa jurídica da Administração Indireta e não em face do ente federativo que criou. 2. Criação: A criação de qualquer ente da Administração Pública Indireta será feita por meio de uma LEI ESPECÍFICA. 23 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ DICA DO PROFESSOR: A Lei CRIA as AUTARQUIAS e AUTORIZAM a CRIAÇÃO, dos demais entes da Administração Indireta, ou seja, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista! 3. Finalidade: Os entes têm a finalidade especificada na própria lei responsável pela sua criação. Dessa forma, quando a lei específica cria determinado ente, já estabelece a sua finalidade, ou seja, o ente já é criado com a sua finalidade especificada na lei. 4. Controle: Os entes da Administração Indireta são submetidos a um CONTROLE pelos entes da Administração Direta, da pessoa especificamente à qual são vinculados. Esse controle pode ser denominado de “CONTROLE FINALÍSTICO”, porque diz respeito a finalidade da entidade. Esse controle recebe outras denominações como por exemplo: VINCULAÇÃO, TUTELA ADMINISTRATIVA ou ainda SUPERVISÃO MINISTERIAL. CONTROLE FINALÍSTICO: Significa que os entes federativos da Administração Pública Direta vão verificar se os entes da Administração Pública Indireta estão cumprindo a finalidade para a qual foram criados. 24 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 3.1 AUTARQUIAS PREVISÃO LEGAL: ART. 5º, I, DECRETO-LEI 200/1967 Autarquia, cujo o vocábulo é formado pela junção de duas expressões (autos- próprio + arquia- direção), significa uma entidade que se comanda, que tem sua própria direção. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, que desenvolvem atividades típicas de Estado de Estado, que gozam de “Poder de Império do Estado ou Imperis Estatal”, e possuem o mesmo regime jurídico da Fazenda Pública. 3.1.1 AUTARQUIAS CORPORATIVAS As autarquias corporativas são os conselhos de classe. De acordo com a ADI 1717 foi declarado inconstitucional o art. 58 da Lei 9649 que estabelecia que os conselhos profissionais eram particulares que atuavam na prestação de serviços públicos e a decisão do STF deu natureza jurídica de autarquia a esses conselhos, com ressalva da OAB. DICA DO PROFESSOR: Os conselhos profissionais possuem parafiscalidade, ou seja, gozam da possibilidade de cobrança de tributos. Além disso, essas autarquias corporativas, atuam no exercício no Poder de Polícia, que é atividade típica do Estado, pois eles atuam limitando o exercício das liberdades profissionais dos particulares em busca pelo interesse da coletividade. JURISPRUDÊNCIA: Os Conselhos Profissionais para contratarem “funcionários”, precisam fazer concurso público, tendo em vista que se tratam 25 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ de autarquias que exercem uma atividade tipicamente pública (fiscalização do exercício profissional), precisam respeitar a regra do artigo 37, II, da CF que exige concurso público para a contratação de seus servidores. STF: 1ª Turma. MS 28469, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/06/2015. STF. 2ª Turma. RE 758168 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/06/2014. EXCEÇÃO: OAB. O STF decidiu que a OAB, quando vai contratar seus empregados, não precisa realizar concurso público. STF ADI 3026. AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL 3.1.2 AGÊNCIAS REGULADORAS Trata-se de autarquia criada em regime especial para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos por particulares evitando assim, a busca desenfreada pelo lucro dentro do serviço público. Mas, vejam bem, o que que essas Agências Reguladoras têm de tão especial, turma? Vamos ver? Tem Poder Normativo: É o poder que a Administração Pública tem de editar normas gerais e abstratas dentro dos limites da lei. A Administração Pública deve editar atos (resoluções) que obriguem os prestadores de serviços públicos, a fim de adequar a prestação de serviço ao interesse público. Alcance do Poder Normativo: Os Poderes Normativos destas entidades só obrigam o prestador do serviço público, de modo que as Agências Reguladoras não podem editar atos que obriguem particulares que não tem relação com a prestação do serviço público, só a lei pode obrigar a atuação do particular usuário do serviço público. 26 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Exemplificando: Vamos imaginar que o INSS baixa uma portaria determinando que o pagamento de aposentados e pensionistas se dará 3 vezes por mês e a pessoa só pode receber o dinheiro se tiver a senha, o dinheiro e o cartão de identificação. Significa que a normatização que a AGÊNCIA REGULADORA faz atende a todos. Nomeação diferenciada dos dirigentes: São nomeados pelo Presidente da República com aprovação prévia do Senado Federal, para cumprir um mandato certo. DICA DO PROFESSOR: Cumprir mandato certo, significa que os dirigentes não poderão ser exonerados “ad nutum”, ou seja, sem motivação. Quarentena O dirigente ao deixar a Agência Reguladora, deve cumprir um período de quarentena. O PERÍODO DE QUARENTENA é um período de 4 meses, no qual o ex dirigente, não poderá prestar serviços em nenhuma das empresas reguladas pela agência que ele dirigia. JURISPRUDÊNCIA: É CONSTITUCIONAL lei estadual que prevê que os dirigentes de determinada agência reguladora somente poderão ser nomeados após previamente aprovados pela Assembleia Legislativa. Todavia, é INCONSTITUCIONAL, a lei estadual que estabelece que os dirigentes de agência reguladora somente poderão ser destituídos de seus cargos por decisão exclusiva da Assembleia Legislativa, sem qualquer 27 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ participação do Governador do Estado. Essa previsão viola o princípio da separação de poderes. (Artigo 2º da CF/88). STF. Plenário. ADI 1949/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/09/2014 (Info 759). 3.1.3 AGÊNCIAS EXECUTIVAS PREVISÃO LEGAL: ART. 37, §8º, CF, C/C ART. 51, LEI 9649 São autarquias comuns que estão ineficientes e em virtude dessa ineficiência, celebra um CONTRATO DE GESTÃO com o MINISTÉRIO SUPERVISOR. DICA DO PROFESSOR: Ao celebrar o contrato de gestão, a autarquia comum ganha status de AGÊNCIA EXECUTIVA, adquirindo vantagens especiais (concessão de mais independência e de mais orçamento), mais em troca terá que cumprir um plano de reestruturação definido no próprio contrato de gestão, ou seja, ficará obediente ao contrato de gestão para que volte a ser eficiente. 4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS PREVISÃO LEGAL: ART. 5º, IV, DO DCRETO-LEI 200/1967 São pessoas jurídicas formadas pela destinação de um patrimônio. Elas podem ser divididas em: FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO e FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO. 28 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 4.1 FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO Quando a Fundação é formada pela destinação de um patrimônio público, então estamos diante de uma FUNDAÇÃO PÚBLICA. Correspondem, portanto, a uma personificação de um patrimônio público e desenvolvem atividades complementares as do Estado. DICA DO PROFESSOR: As FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO, possui um regime jurídico de Direito Público e por isso ela tem natureza de autarquia e dessa forma essas fundações recebem o no me de AUTARQUIAS FUNDACIONAIS. Portanto, tudo o que foi estipulado as autarquias alcançam as fundações públicas de Direito Público. 4.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO São personificações de um patrimônio privado. Exemplificando: Fundação Airton Senna, Fundação Xuxa Meneguel, Fundação Bradesco, Fundação Getúlio Vargas, Fundação Carlos Chagas. DICA DO PROFESSOR: Insta salientar que, as FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO, recebem o nome de FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS, recebendo o mesmo regime das Empresas Estatais. 29 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 5. EMPRESAS ESTATAIS LEI 13.303/2016: ESTATUTO DAS ESTATAIS São pessoas jurídicas criadas por força de autorização legal para ser instrumento de ação pelo Estado. Possuem personalidade de Direito Privado, todavia, submetem-se, em diversas situações, a regras e princípios de Direito Público, derrogadores deste regime privado. As EMPRESAS ESTATAIS, englobam as EMPRESAS PÚBLICAS e as SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, ambas são sociedades civis ou comerciais, que possuem o Estado como controlador acionário e são criadas por meio de autorização de lei específica. 5.1 A EMPRESA PÚBLICA, é a pessoa jurídica de Direito Privado, que possui patrimônio próprio e capital exclusivo da União. Por sua vez, as SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, são pessoas jurídicas cuja a criação é autorizada por meio de lei, constituída sob forma de sociedade anônima, cujas ações em sua maioria pertencem a entidade pública ou entidade da Administração Indireta. REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS Embora as Empresas Estatais não gozem de nenhum tipo de privilégio do Estado, embora sigam o regime das empresas privadas, sem nenhum privilégio público, elas fazem parte do Estado. Assim, mesmo não gozando de nenhum privilégio público, elas se submetem a todas as limitações de Direito Público, porque, essas limitações decorrem dos princípios administrativos. 30 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ FINALIDADES DAS EMPRESAS ESTATAIS As empresas estatais são criadas para duas finalidades, quais sejam: São criadas para a PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS e para a EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA. DICA DO PROFESSOR: Por sua vez, de acordo com o art. 173, da CF, o Estado só pode EXPLORAR ATIVIDADE ECONÔMICA, quando for relativo aos IMPERATIVOS DA SEGURANÇA NACIONAL, e quando for de RELEVANTE INTERESSE COLETIVO. LEI 13.303/2016: ESTATUTO DAS ESTATAIS Trata-se da lei que estabelece o Estatuto das Estatais, ou seja, das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista e suas subsidiárias, se mantendo as regras anteriormente aplicadas a essas entidades, em relação à organização do capita, a formação societária e as finalidades, mas foi criada novas disposições. Dessa forma, as empresas públicas, de acordo com o artigo 3º da Lei 13.303/2016, são criadas com o capital 100 % público, e se admite a participação societária de qualquer entidade da Administração Pública Direta ou Indireta, porém proibindo a participação de particulares e as sociedades de economia mista de acordo com o artigo 4º, da Lei 13.303/2016, são aquelas que devem ser criadas sob o regime de direito privado e ao contrário das empresas públicas, as sociedades de economia mista admitem a participação de particulares desde que o controle das ações dessas entidades sejam do Estado. 31 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Insta salientar, que, de acordo com o artigo 2º, §1º da Lei 13.303/2016, determina que a lei que autorizar a criação da empresa estatal deverá indicar, de forma, clara, a existência de RELEVANTE INTERESSE COLETIVO e o IMPERATIVO DA SEGURANÇA NACIONAL. DICA DO PROFESSOR: A lei exige a criação da estrutura que viabilize o controle interno da entidade, inclusive com auditoria interna realizada pelo Comitê de Auditoria Estatutário, que será formado por no mínimo 3 e, no máximo 5 membros, em sua maioria independentes, sendo que, ao menos um desses membros deve ter experiência em assuntos de contabilidade societária. 6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR (PARAESTATAIS) Inicialmente, cumpre salientar que as entidades que fazem parte do terceiro setor (entes paraestatais) não integram a estrutura administrativa como entes da Administração Direta ou Indireta. Em verdade, são particulares em colaboração, sem fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado, na prestação de serviços públicos não exclusivos. Por atuarem na prestação de serviços, estas entidades recebem incentivos do Poder Público. São quatro as espécies de entes do terceiro setor tratados no direito brasileiro, a saber. 6.1 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO São as entidades criadas por autorização legal para realização de atividade de fomento e capacitação de determinadas categorias profissionais, seja a indústria ou 32 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ comércio. É o chamado sistema “s” e barca entidades como o SESI, SESC, SENAI, etc. São particulares, mas a sua criação depende de lei. DICA DO PROFESSOR: Por receberem verba pública, através da cobrança de tributos, os entes do serviço social autônomo ficam sujeitos a CONTROLE pelo TRIBUNAL DE CONTAS e devem respeitar os princípios inerentes à licitação pública para suas contratações. Na verdade, devem realizar procedimento simplificado para cobrar seus contratos. Não precisam fazer licitação nos moldes da Lei 8666/93. 6.2 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) São particulares sem fins lucrativos, criados pela Lei 9637/98, para a prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado, tais como ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio-ambiente, entre outros. DICA DO PROFESSOR: O vínculo com o Poder Público é efetivado mediante a celebração do CONTRATO DE GESTÃO. Por meio deste contrato, a entidade se qualifica como organização social e poderá gozar de todos os privilégios referentes a esta qualificação como a dotação orçamentária, cessão de bens públicos e cessão de servidores públicos. Patente, fica evidenciado, que nos termos da Lei de Licitações e Contratos, a Lei 8666/93, que será DISPENSADA A LICITAÇÃO para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas e governo, para atividades contempladas no contrato de gestão (art. 24, XXIV, da Lei 8666/93). 33 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 6.3 ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) São particulares sem fins lucrativos, constituídos sob o regime jurídico de direito privado, sem intuito de lucro, criadas para prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público. As OSCIP’S, foram previstas na Lei 9.790/99 e seguem uma sistemática muito similar à das Organizações Sociais. Por sua vez, as que tem mais incidência em prova, que não podem se qualificar como OSCIP’S, são: As OS, as COOPERATIVAS DE TRABALHO, os SINDICATOS, os PARTIDOS POLÍTICOS e as SOCIEDADES EMPRESÁRIAS. DICA DO PROFESSOR: O vínculo entre estas entidades e o Poder Público é obtido por meio da celebração de TERMO DE PARCERIA. O termo permite a destinação de valores públicos às instituições privadas, mas não estipulam a designação de rubrica orçamentária, ou cessão de servidores não há dispensa de licitação expressa em lei e bens públicos. Ademais, não há dispensa de licitação expressa em lei. DICA DO PROFESSOR: As OSCIP’S, devem licitar para realizarem contratos com terceiros. Está sujeito ao CONTROLE FISCAL das suas contas pelo TCU. 6.4 ENTIDADES DE APOIO São entidades privadas que atuam ao lado de hospitais e Universidades Públicas, auxiliando no exercício da atividade destas entidades, por meio da realização de programa de pesquisa e extensão. 34 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ DICA DO PROFESSOR: As ENTIDADES DE APOIO ou FUNDAÇÕES DE APOIO, são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por servidores públicos para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos de Estado, mantendo vínculo jurídico com entidades da Administração Direta ou Indireta em regra por meio de CONVÊNIO. 6.5 NOVIDADE: ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (OSC): LEI 13.019/2014 São entidades privadas sem fins lucrativos, criadas por particulares que atuam na prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado. DICA DO PROFESSOR: Dessa forma, o que vai fazer com o que essas entidades se tornem OSC, é o TERMO DE COLABORAÇÃO ou o TERMO DE FOMENTO. Por sua vez, para as contratações, as OSC’S, deverão realizar um processo seletivo simplificado via internet. Elas ainda, se submetem a um CONTROLE pelo TCU, como também a um CONTROLE DA ENTIDADE sobre o OBJETO e sobre as FINANÇAS onde será apresentado: RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO OBJETO: Esse relatório elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo seu representante legal, contém as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas propostas com os resultados alcançados. 35 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ RELATÓRIO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA: Esse relatório é assinado pelo seu representante legal e o contador fica responsável com a descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. PRAZO DE ATÉ 90 DIAS + 30 DIAS: Terminado o plano de trabalho, as OSC’S, terão até 90 dias prorrogados por mais 30 dias para apresentar os relatórios de controle. 36 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ PODERES ADMINISTRATIVOS 1.CONCEITO..............................................................................................................37 1.1. Abuso de Poder...................................................................................................37 1.1.1 Excesso de Poder.............................................................................................37 1.1.2. Desvio de Poder...............................................................................................38 2. CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES.......................................................................38 2.1. Poder Vinculado..................................................................................................39 2.2. Poder Discricionário............................................................................................39 2.3. Poder Normativo..................................................................................................39 2.4. Poder Regulamentar...........................................................................................40 2.5. Poder Hierárquico................................................................................................41 2.6. Poder Disciplinar.................................................................................................42 2.7. PODER DE POLÍCIA..........................................................................................43 2.7.1. Atributos do Poder de Polícia...........................................................................44 2.7.2. Prescrição das Sanções de Polícia..................................................................45 37 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ META 03 PODERES ADMINISTRATIVOS 1. CONCEITO São prerrogativas ou instrumentos que são concedidos ao Estado para que o mesmo, possa alcançar o interesse público, regular suas atribuições e funções públicas. 1.1 ABUSO DE PODER: EXCESSO DE PODER E DESVIO DE PODER Ocorre que, em algumas situações o Estado exorbita esses poderes concedidos a ele, além de seu caráter de instrumentalidade. A isso, no Direito Administrativo, se denomina de ABUSO DE PODER. Esse abuso de poder, é gênero e mais uma vez, para vocês fixarem, ocorre quando a Administração Pública extrapola os instrumentos concedidos a ela para garantir o interesse da coletividade. Esse abuso de poder, sofre uma bifurcação em duas espécies diferentes, quais sejam: EXCESSO DE PODER E DESVIO DE PODER. Vamos ver cada uma delas, turma? O EXCESSO DE PODER, ocorre quando, o agente público atua na busca pelo interesse público, porém, atua extrapolando os limites da sua competência estabelecida por lei a ele para atuar no caso concreto. Esse excesso, dar ensejo ao VÍCIO DE COMPETÊNCIA, que é o vício por meio do qual, o agente público 38 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ ultrapassa os limites da sua competência dada por lei, porque ele faz mais do que que a lei lhe concedeu que fizesse. Todavia, o DESVIO DE PODER, ocorre quando o agente público atua na busca pelo interesse público, dentro dos limites da sua competência estabelecida em lei, porém, o administrador público atua com finalidades diversas daquelas objetivadas ela lei, ou exigido pelo interesse público. Ocorre, então, o que a doutrina chama de VÍCIO DE FINALIDADE. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES Os Poderes administrativos podem ser divididos em: Poder Vinculado, Poder Discricionário, Poder Normativo, Poder Regulamentar, Poder Hierárquico, Poder Disciplinar e Poder de Polícia. Vamos ver cada um deles com atenção, turma? 2.1 PODER VINCULADO É aquele que estabelece que todos os elementos dos atos administrativos estão previstos em lei de forma objetiva, de modo que a lei, não confere aos agentes públicos uma margem de escolha na sua atuação. Dessa forma, a Administração Pública não tem escolha na sua atuação, pois a sua atuação está expressa na lei, está vinculada a lei. DICA DO PROFESSOR: O agente público não pode escolher a forma de como ele vai atuar porque só a lei que vai estabelecer através de critérios objetivos a atuação desse agente, sem lhe conferir a possibilidade de escolha no caso concreto. 39 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 2.2 PODER DISCRICIONÁRIO É aquele através do qual, a Administração Pública tem a possibilidade de escolher no caso concreto, dentro dos limites da lei, de acordo com os critérios de conveniência e oportunidade, de acordo com o interesse público, a melhor forma de sua atuação. DICA DO PROFESSOR: A arbitrariedade é a atuação fora dos limites da lei. Em razão disso, a discricionariedade não é absoluta, pois deve cumprir a finalidade de uma administração transparente e eficiente. 2.3 PODER NORMATIVO O Poder Normativo é o poder que a Administração Pública possui para editar normas gerais e abstratas dentro dos limites da lei, que tem por escopo conferir a fiel execução da lei e ao mesmo tempo, minudenciar o entendimento legal. Insta salientar, que essas normas gerais e abstratas que se perfazem os atos normativos administrativos, são inferiores a lei. DICA DO PROFESSOR: As Agências Reguladoras (autarquias em regime especial), por exemplo, podem editar atos normativos em suas áreas de atuação. 40 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 2.4 PODER REGULAMENTAR O Poder Regulamentar, é o poder que a Administração Pública possui para editar regulamentos para conferir a fiel execução da lei e facilitar o seu entendimento, através de decretos regulamentares expedido pelo chefe do Poder Executivo. No que tange aos Regulamentos e aos Decretos Regulamentares, a doutrina comparada os divide em duas espécies, a saber: Regulamento Executivo e Regulamento Autônomo. Vamos estudar cada um deles, turma? Os Regulamentos Executivos, são aqueles editados para conferir a fiel execução da lei e minudenciar o seu entendimento. Insta salientar, que, estes regulamentos não podem inovar o ordenamento jurídico, todavia, podem complementar a lei. Se inovarem o ordenamento jurídico, haverá violação ao Princípio da legalidade. Trata-se, portanto, de atos normativos que complementam os dispositivos legais, não trazendo inovação na ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações. Já os Regulamentos Autônomos, são aqueles que tem o condão de substituir o ordenamento jurídico legal, determinando normas sobre matérias não previstas em lei. DICA DO PROFESSOR: Cumpre registrar, por cautela, que no Brasil, não se admite que se modifique o ordenamento jurídico por meio de atos normativos externados através por exemplo de decretos autônomos. Todavia, existem duas exceções previstas na Constituição Federal: A primeira exceção, trata- se, da organização e funcionamento da Administração Federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e no caso de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 41 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 2.5 PODER HIERÁRQUICO É o poder que a Administração Pública possui de distribuir internamente as suas competências entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica, dentro da mesma pessoa jurídica. Dessa forma, NÃO existe HIERARQUIA EXTERNA, ou seja, não haverá hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes. Por meio da Hierarquia tem-se a possibilidade de DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO de competência. Vamos analisar cada uma desses institutos, turma? A. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA PREVISÃO LEGAL: ARTS. 11 AO 17, LEI 9784/99 C/C ART. 116, IV, LEI 8.112/90 C/C SÚM. 510, STF C/C ART. 14, § 3º, LEI 9784/99 É um ato administrativo discricionário e precário, no qual um agente público legalmente competente estende a sua competência de forma transitória ou temporária para outro agente público subordinado ou de mesma hierarquia. Discricionário porque o agente delegante vai analisar se é conveniente ou oportuno efetuar a delegação. Precário porque o agente público delegante pode revogar a qualquer tempo a delegação e não implica em renúncia de competência. DICA DO PROFESSOR: A Delegação não é transferência, e sim extensão de competência, no qual o agente público delegante que estendeu a sua competência, continua competente juntamente com o agente público delegado. De modo que, esse agente delegado poderá praticar dessa forma, todos os atos que praticava o agente público delegante! 42 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ JURISPRUDÊNCIA: A Súmula 510 do Supremo Tribunal Federal, em consonância como disposto no artigo 14, §3º, da Lei 9784/99, estabelece que a autoridade coatora é o agente que praticou o ato, ainda que o tenha feito por delegação. Cumpre salientar que a lei, expressamente, proíbe a delegação de competência em três situações, abaixo transcritas: No caso de competência exclusiva, definida em lei; Para decisão de recurso hierárquico; Para edição de atos normativos; AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA PREVISÃO LEGAL: ART. 15, LEI 9784/99 A avocação ocorre quando o agente público toma para si a competência de outro agente público subordinado ou de hierarquia inferior. DICA DO PROFESSOR: Na avocação, deve haver subordinação, ou seja, só se pode avocar competência do agente público de hierarquia inferior. 2.6 PODER DISCIPLINAR É o poder que a Administração Pública possui de aplicar penalidades ou sanções dentro dos limites da lei aos particulares que possuem um VÍNCULO ESPECIAL com o Estado, ou seja, aqueles particulares que estão sujeitos a DISCIPLINA do Estado, decorrente de HIERARQUIA e de CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. 43 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Isto porque, nem toda a aplicação de penalidade decorre do poder disciplinar, e sim, pode decorrer da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, oriunda do Poder de Polícia. DICA DO PROFESSOR: Nem toda sanção aplicada aos particulares decorre do Poder Disciplinar. Decorrerá da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado, oriunda do Poder de Polícia. 2.7 PODER DE POLÍCIA PREVISÃO LEGAL: ART. 78, CTN C/C ART. 4º, III, LEI 11079/2004 É o poder que A Administração Pública tem para restringir direitos e garantias individuais e o uso e o gozo da propriedade privada dos particulares para alcançar o interesse público. Trata-se do poder de polícia administrativo que possibilita restrições gerais que decorrem da supremacia geral do Estado. Ocorre aqui, a supremacia do interesse público sobre o interesse privado, onde o Estado na busca de garantir o interesse público, ele restringe o exercício de liberdades individuais o uso e o gozo da propriedade privada. Delegação dos Atos de Polícia: É pacífico o entendimento na doutrina e na jurisprudência que o Poder de Polícia não pode ser delegado para particulares, pois dessa forma, ofenderiam o equilíbrio entre particulares em geral e colocariam em risco a ordem social. O Poder de Polícia, é atividade típica de Estado e só pode ser exercido por pessoas jurídicas de direito público da Administração Direta e da Administração Indireta. 44 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Podemos ressaltar então, que o Poder de Polícia é INDELEGÁVEL, para os particulares, ou seja para pessoas jurídicas de direito privado. 2.7.1 ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA São atributos do Poder de Polícia a: DISCRICIONARIEDADE, a COERCIBILIDADE e a AUTOEXECUTORIEDADE. Vamos ver cada um deles, turma? A DISCRICIONARIEDADE, é compreendida como a liberdade estabelecida em lei ao administrador para decidir perante o caso concreto e só pode ser reconhecida como atributo do Poder de Polícia quando este for entendido em sentido amplo. No tocante a COERCIBILIDADE que também pode ser denominada de EXIGIBILIDADE, o poder que a Administração Pública tem de exigir as obrigações impostas pelo ato de forma coercitiva. Dessa forma, não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o Poder Público terá que se valer de MEIOS INDIRETOS DE COERÇÃO, para executar indiretamente o ato administrativo desrespeitado. Assim, o Estado se utiliza de MEIOS INDIRETOS DE COERÇÃO para fazer com que o particular se sinta coagido, para cumprir o ato administrativo. Em relação a AUTOEXECUTORIEDADE, é o poder que a Administração Pública tem de exercer os atos administrativos de polícia através de MEIOS DIRETOS DE EXECUÇÃO, no qual o Estado cumpre seus próprios atos administrativos que foram impostos por ele ao particular INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. 45 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 2.7.2 Prescrição das sanções de Polícia: O prazo prescricional para a aplicação das sanções de polícia é de 5 anos, de acordo com a Lei 9.873/99. Dessa forma, podemos dizer que, a ação punitiva da Administração Pública Federal Direta ou Indireta, no exercício do Poder de Polícia, objetivando apurar infrações à legislação em vigor, prescreve em cinco anos, a CONTAR DA DATA DA PRÁTICA DO ATO, ou, no caso de INFRAÇÃO PERMANENTE ou CONTINUADA, DO DIA EM QUE TIVER CESSADO. DICA DO PROFESSOR: Cumpre ressaltar que a legislação prevê a possibilidade de PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE, TRIENAL, diante da inércia da Administração Pública no julgamento do processo administrativo. 46 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ ATOS ADMINISTRATIVOS 1.CONCEITO............................................................................................................47 2. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS...................................................47 2.1. Imperatividade....................................................................................................47 2.2. Coercibilidade.....................................................................................................47 2.3. Autoexecutoriedade............................................................................................48 2.4. Tipicidade............................................................................................................48 2.5. Presunção de Veracidade e de Legitimidade......................................................48 3. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS...................................................49 3.1. Competência.......................................................................................................49 3.2. Finalidade............................................................................................................51 3.3. Forma..................................................................................................................52 3.4. Objeto..................................................................................................................53 3.5. Motivo..................................................................................................................53 4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS............................................54 5. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.......................................................59 5.1. Anulação..............................................................................................................60 5.2. Revogação..........................................................................................................62 5.3. Cassação............................................................................................................64 5.4. Caducidade.........................................................................................................64 5.5. Contraposição ou derrubada...............................................................................64 47 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ META 04 ATOS ADMINISTRATIVOS 1. CONCEITO: São atos editados no exercício da função administrativa, sob o regime de direito público e traduzindo uma manifestação de vontade do Estado. 2. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO: Temos alguns atributos dos atos administrativos, vejamos: IMPERATIVIDADE, EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE, AUTOEXECUTORIEDADE OU EXECUTORIEDADE, TIPICIDADE e PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E PRESUNÇÃO DE LEGITIIDADE. Vamos ver cada um deles, turma? 2.1. IMPERATIVIDADE: É o poder que a Administração Pública possui de impor obrigações unilateralmente ao particular dentro dos limites da lei, independentemente da concordância do particular. 2.2. EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE: É o poder que a Administração Pública possui de exigir as obrigações impostas pelo ato administrativo de forma coercitiva. Dessa forma, não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o Poder Público terá que se valendo de MEIOS INDIRETOS DE COERÇÃO, executar indiretamente o ato administrativo desrespeitado. 48 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 2.3. AUTOEXECUTORIEDADE OU EXECUTORIEDADE: É o poder que a Administração Pública possui de exercer os atos administrativos de polícia através de MEIOS DIRETOS DE EXECUÇÃO, no qual o Estado cumpre seus próprios atos administrativos que foram impostos por ele ao particular INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. DICA DO PROFESSOR: A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos. Ela decorre de lei ou de uma situação emergencial, onde a Administração precisa executar o ato administrativo sob pena de ter um prejuízo maior. 2.4. TIPICIDADE: É a exigência de que todo ato administrativo esteja previsto na lei, ou seja, corresponda a um tipo legal prévio. Trata-se de decorrência do princípio da legalidade, o qual significa que a atuação da Administração Pública está subordinada a lei. 2.5. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E PRESUNÇAÃO DE LEGITIMIDADE: PRESUNÇÃO DE VERACIDADE: É aquela que informa que todos os fatos expostos nos atos administrativos, presumem-se que são verdadeiros, até que se provem o contrário. OBS: A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE, diz respeito a fatos e causa a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, DOS FATOS ALEGADOS, no ato administrativo. Logo, o Estado não tem o dever de provar todas as situações fáticas descritas no ato administrativo, devendo dessa forma, o particular lesado comprovar a falsidade das disposições feitas pela Administração Pública. 49 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ DICA DO PROFESSOR: A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE, enseja uma INVERSÃO do ÔNUS DA PROVA, em relação a fatos alegados pela Administração Pública. A Administração não precisa provar a verdade do que ela diz, é o particular que tem que provar que o que a Administração diz, não é verdadeiro. Nesse caso, os fatos alegados pela Administração Pública são presumivelmente verdadeiros até que se provem o contrário. PRESUNÇÃO DE LEGITIIMIDADE: Trata-se de uma presunção jurídica, na qual até que se prove o contrário, o ato administrativo que foi editado está de conformidade com a lei e com o ordenamento jurídico. Essa presunção não diz respeito a fatos, diz respeito ao direito. Significa, que no momento em que o ato administrativo é praticado ele é considerado legítimo, lícito, em conformidade com o ordenamento jurídico, até que se prove o contrário. 3. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS A) COMPETÊNCIA B) FINALIDADE C) FORMA D) MOTIVO E) OBJETO 3.1. COMPETÊNCIA: FULCRO: ART. 2º, a, da Lei 4717/65 Não basta que o ato administrativo seja praticado por um agente público, o ato tem que ser praticado por um agente público cujo a lei tenha dado competência 50 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ para a prática do ato administrativo. O agente público tem que ter competência legal para praticar aquela conduta. Insta salientar, que, o elemento COMPETÊNCIA, é VINCULADO. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: PREVISÃO LEGAL: ARTS. 11 AO 17, LEI 9784/99 C/C ART. 116, IV, LEI 8.112/90 C/C SÚM. 510, STF C/C ART. 14, § 3º, LEI 9784/99 É um ato administrativo discricionário e precário, no qual um agente público legalmente competente estende a sua competência de forma transitória ou temporária para outro agente público subordinado ou de mesma hierarquia. Discricionário porque o agente delegante vai analisar se é conveniente ou oportuno efetuar a delegação. Precário porque o agente público delegante pode revogar a qualquer tempo a delegação e não implica em renúncia de competência. DICA DO PROFESSOR: A delegação será feita para agentes de mesma hierarquia ou para agentes de hierarquia inferior ou subordinada. JURISPRUDÊNCIA: A Súmula 510 do Supremo Tribunal Federal, em consonância como disposto no art. 14, §3º, da Lei 9.784/99, estabelece que a autoridade coatora é o agente que praticou o ato, ainda que o tenha feito por delegação. Vejamos, o teor da súmula abaixo exposto expressamente: Súmula 510, STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o Mandado de Segurança ou a medida judicial. 51 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Se A delega competência para B e B pratica o ato, quem responde pelo ato? A ou B? Nesse caso, quem pratica o ato, responde pelo mesmo, ainda que tenha praticado por meio de delegação. O ato praticado por meio de delegação considera- se praticado pelo agente delegado. Cumpre salientar que a lei, expressamente, proíbe a delegação de competência em três situações, abaixo transcritas: No caso de competência exclusiva, definida em lei; Para decisão de recurso hierárquico; Para edição de atos normativos; AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA: PREVISÃO LEGAL: ART. 15, LEI 9784/99 A avocação ocorre quando o agente público toma para si a competência de outro agente público subordinado ou de hierarquia inferior. 3.2 .FINALIDADE PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “e” da LEI 4717/65 A finalidade é o escopo do ato administrativo. É tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato. VÍCIO NO ELEMENTO FINALIDADE: Em algumas situações o Estado exorbita esses poderes concedidos a ele, além de seu caráter de instrumentalidade. A isso, no Direito Administrativo, se denomina de ABUSO DE PODER. Esse abuso de poder, é gênero e mais uma vez, para vocês fixarem, ocorre quando a Administração Pública extrapola os instrumentos concedidos a ela para garantir o interesse da coletividade. 52 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ Esse abuso de poder, sofre uma bifurcação em duas espécies diferentes, quais sejam: EXCESSO DE PODER E DESVIO DE PODER. Vamos ver cada uma delas, turma? O EXCESSO DE PODER, ocorre quando, o agente público atua na busca pelo interesse público, porém, atua extrapolando os limites da sua competência estabelecida por lei a ele para atuar no caso concreto. Esse excesso, dar ensejo ao VÍCIO DE COMPETÊNCIA, que é o vício por meio do qual, o agente público ultrapassa os limites da sua competência dada por lei, porque ele faz mais do que que a lei lhe concedeu que fizesse. Todavia, o DESVIO DE PODER, ocorre quando o agente público atua na busca pelo interesse público, dentro dos limites da sua competência estabelecida em lei, porém, o administrador público atua com finalidades diversas daquelas objetivadas ela lei, ou exigido pelo interesse público. Ocorre, então, o que a doutrina chama de VÍCIO DE FINALIDADE. Cumpre registrar, por cautela, que o elemento FINALIDADE, é VICULADO. 3.3. FORMA PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “b”, Lei 4717/65 A forma é a exteriorização do ato administrativo, determinada por lei. Dessa forma, sem a forma, não se pode haver ato. Logo, a ausência de forma, importa a inexistência do ato administrativo. DICA DO PROFESSOR: De modo geral, a forma é ELEMENTO VINCULADO, mesmo nos atos administrativos discricionários, SALVO, se a lei estabelecer mais de uma forma possível para o ato ou for silente quanto à forma a ser obedecida para a prática de determinado ato administrativo, quando a forma será DISCRICIONÁRIA. 53 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ 3.4. OBJETO PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “c”, Lei 4717/65 É aquilo que o ato administrativo dispõe, é o efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico. É a pessoa ou coisa a qual o ato recai. Exemplificando: Qual o objeto da demissão? A demissão, que é a erda do cargo. Qual é o objeto da desapropriação? A desapropriação, que é a perda do bem. OBS: Para que o ato administrativo seja VÁLIDO, o OBJETO, deve ser, LÍCITO, POSSÍVEL e DETERMINADO ou DETERMINÁVEL. 3.5. MOTIVO PREVISÃO LEGAL: ART. 2º, “d”, Lei 4717/65 Os motivos são as razões de fato e de direito que dão ensejo à praticado ato administrativo, ou seja, a situação fática que precipita a edição do ato administrativo. OBS: O MOTIVO, é elemento do ato administrativo que geralmente possui função DISCRICIONÁRIA, observados apenas os limites impostos pela norma, ressalvados os atos vinculados, nos quais todos os elementos estão postos na lei de forma objetiva. MOTIVO # MOTIVAÇÃO PREVISÃO LEGAL: ART 2°, VII, LEI 9.784/99 C/C ART. 50, LEI 9.784/99 Significa que a Administração Pública tem o dever de fundamentar os atos administrativos praticados pelo Estado, de forma que toda vez que o Poder Público praticar um ato administrativo, ele tem que demonstrar os motivos que deram ensejo a pratica do ato, ou seja, ele tem que demonstrar os motivos que justificaram o exercício do ato, para garantir o controle dos atos administrativos pela sociedade. 54 MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TURMA: SOLDADO PM/BA TURNO: NOTURNO PROFESSOR: TARCÍSIO SOARES _____________________________________________________________________________________ MOTIVAÇÃO ALIUNDE PREVISÃO LEGAL: ART. 50, §1º, LEI 9.784/99 O termo ALIUNDE, significa de outro lugar. A MOTIVAÇÃO ALIUNDE, ocorre quando um ato é motivado por um ato anterior ou pela motivação do mesmo ato anterior que embasou. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: Estabelece que os motivos apresentados pela Administração Pública como determinantes para a prática do ato administrativo, vinculam esse ato. Dessa forma, mesmo naquelas situações em que o ato não dependa de motivação, no momento em que a motivação do ato administrativo for feita, ela passa a integrar o ato administrativo, ou seja, no momento em que a motivação for feita e os motivos forem apresentados, esses motivos vinculam o ato. 4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE: ATOS VINCULADOS E ATOS DISCRICIONÁRIOS: ATOS DISCRICIONÁRIOS
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