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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Os pressupostos processuais, reveste-se de grande importância, na medida em que são os elementos imprescritíveis na relação entre o titular do direito violado e o direito que pretende ver ressarcido através duma sentença judicial. Conteúdo presente no código do Processo Civil. Aprovado pelo decreto-lei n° 1/2005 de 27 de Dezembro.
A doutrina de Portugal, Brasil e de Moçambique, usadas nesta monografia foram de grande utilidade, sustentaram e permitiram com que fosse realizada uma abordagem, fazendo comparação entre a realidade de Portugal, Brasil e de Moçambique, com relação a discussão de conceitos e o surgimento no direito, dos pressupostos processuais. É um tema que parece de simples compreensão, mas encerra sobre o mesmo um esforço mental no sentido de adequa-lo a situações práticas, usando uma linguagem acessível e de fácil entendimento.
De modo que, esta Monografia, foi feita no intuito de descrever os requisitos necessários a propositura duma acção judicial, com maior ênfase, para o caso do ordenamento jurídico moçambicano. Os constrangimentos encontrados, referem-se as fontes nacionais. Muita informação limitado ao tema, encontra-se dispersa na internet, razão para a qual o estudo constitui um valor acrescido no contexto processual.
DELIMITAÇÃO DO TEMA 
Esta Monografia de fim de curso tem em vista discutir a questão dos pressupostos processuais e sua relevância jurídica para o prosseguimento da acção em tribunal, invocando no estudo, o princípio da igualdade e o princípio da legalidade no que respeita a relação das partes e o tribunal da causa.
PROBLEMA
A formulação do problema constitui o ponto de partida de toda a pesquisa ou o motor do processo investigativo (Rudio apud Castro, 2005 - pág. 69). É o problema da pesquisa o que dá razão a pesquisa.
Para este estudo a abordagem é feita procurando entender a relação entre pressupostos processuais e a fase de julgamento mas no entanto surge essa necessidade de antes ter em atenção, determinados aspectos que quando não acautelados a petição inicial é devolvida ou indeferida.
É daí que surge, tempestivamente, as questões jurídicas e de ordem oficiosa, de cumprimento obrigatório, na pesquisa deste estudo, sobre como assegurar, a importância de que se reveste a observação criteriosa dos pressupostos processuais?
HIPÓTESE
Segundo Castro (2005 - pág. 23), a função duma hipótese é orientar o pesquisador quanto as soluções que se deve dar importância e não incluir conceitos que dificultam a compreensão.
HIPÓTESE PRINCIPAL
· Pode ser que a não observação dos requisitos, claramente pode levar a que as acções judiciais demandadas sejam indeferidas liminarmente ou sugeridas a sua correcção e observância;
HIPÓTESE SECUNDÁRIA
· Se calhar para que a demanda, observados os requisitos, possa ser validamente apreciado por um tribunal, seja necessário que quem demanda tenha interesse directo em demandar, e a mesma ser dirigida contra alguém que tem interesse directo em contradizer a demanda.
OBJECTIVOS 
É importante que, em qualquer estudo de pesquisa, indicar alguns objectivos. Quanto ao tema proposto, neste trabalho de fim de curso, indicam-se os seguintes objectivos: 
OBJECTIVO GERAL 
· Compreender a relação jurídica entre pressupostos processuais e a fase de julgamento previsto no ordenamento jurídico moçambicano. Com enfoque relativo as partes, a validade e invalidade. Enumerando os aspectos jurídicos relevantes envolvidos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
São objectivos específicos do trabalho, os seguintes: 
· Discutir sobre o contexto do surgimento dos pressupostos processuais no Direito;
· Apontar os requisitos imprescindíveis para que se possa dar como sanadas a exigência dos pressupostos processuais.
JUSTIFICATIVA DO TEMA 
Devido a relevância dos pressupostos processuais numa acção, se revela imperioso, pertinente e oportuno este estudo, na medida que visa contribuir em matéria de direito, interpretando os artigos relativos aos pressupostos processuais presentes no código de processo civil moçambicano. Usando uma linguagem adequada e de fácil compreensão. De modo que, seja útil o seu estudo.
Trata-se de um tema imprescindível na fase inicial do processo, sem o qual dá lugar para que não haja julgamento. Por um lado. E por outro lado, os pressupostos processuais, procuram trazer os factos e as razões de direito para conhecimento das partes e do tribunal, o direito em disputa. De modo que, a informação e divulgação desta figura do direito se afigura necessária o estudo. 
Estas são as razões associadas ao estudo desta Monografia, visto que quando não acautelados, causam impactos prejudiciais sob ponto de vista econômico, social e de convivência, de situação que pode-se evitar. Portanto, é por causa do que se referiu que se pretende discutir nesta Monografia, por se mostrar pertinente este estudo no âmbito do Direito do Processo Civil, e contribuir desta feita para o fortalecimento do mesmo.
METODOLOGIA 
Para a realização do presente estudo será usado o método de pesquisa indutivo como orientador e catalisador, uma vez que este método ajudará na elaboração das hipóteses, que servirão como possíveis respostas ao problema enunciado.
Mas também o método bibliográfico, para permitir consultar o registro dos conteúdos que se pretendem desenvolver e que têm uma relação com o tema da Monografia, que é objecto de estudo nesta pesquisa de fim de curso. Sem pôr de lado outros métodos, como o método comparativo que será usado na avaliação da doutrina. 
Todavia, com o método de pesquisa bibliográfica far-se-á a consulta, principalmente, do código do processo civil, código civil e, sobretudo, a lei como fonte do Direito. Serão considerados outros meios na pesquisa bibliográfica, desde que tenham competência jurídica e científica para o estudo. 
7.1 QUANTO A ABORDAGEM/PROCEDIMENTO
Michel ( 2005 - pág 32 ), defende que a metodologia científica é um caminho que procura a verdade num processo de aquisição de conhecimentos, ou seja, a metodologia é o caminho para se alcançar a verdade num processo de pesquisa.
Para este tema será usada a pesquisa qualitativa. Por ser aquele instrumento que melhor se adequa aos resultados que se pretendem. Estabelece com determinada clareza a linguagem jurídica apropriada para o estudo. Quer para o pesquisador, quer para qualquer cidadão pouco entendedor do direito.
7.2 QUANTO A TÉCNICA DE COLECTA DE DADOS
Segundo Fortes (2006 - pág 48), a técnica possui um tratamento analítico no seu conteúdo. Uma vez que possibilita com que o pesquisador faça anotações importantes e que eventualmente serão usados como fundamentação teórica do tema.
Para materializar este trabalho usar-se-á a análise da legislação. Considerada uma técnica bastante útil para estudos desta natureza por aquilo que se pretende saber da parte do pesquisador. E na presente pesquisa far-se-á um acompanhamento criterioso da legislação vigente e demais leis avulsas, manuais de Direito, revistas, artigos científicos, entre outros, desde que contribuam com alguma sugestão jurídica para o tema.
REVISÃO DA LITERATURA/BIBLIOGRAFIA
Para Lakatos ( 1990 - pág 48 ), a finalidade deste método permite colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que já foi escrito acerca do assunto ou que esteja relacionado, dando espaço para uma análise dos assuntos tratados em manuais, artigos científicos e outros.
Os manuais de Direito existentes são sem dúvida obras científicas que melhor orientam qualquer estudo desta natureza. E existem bastantes obras de Direito que pormenorizam cada situação da sociedade em conformidade com a lei. Obras com conteúdos didácticos, com uma abordagem abrangente, de linguagem jurídica acessível. Porém, está pesquisa vem consolidar em matéria de direito algum valor acrescido, da importância do tema na vertente das partes em tudo o que eventualmente possa ter sido escrito relacionado com o tema. Razão esta que vem trazer uma abordagem diferente e actualizada quanto aos pressupostos processuais presentes no código do processo civil recentementerevistos mas que se pretende que seja alterado pelo facto dos artigos revistos se mostrarem ultrapassados.
CAPÍTULO II
9. CONTEXTO
A concepção dos pressupostos processuais tem origem na obra de Oskar Von Bulow, cujos conceitos vêm sendo repetidos e ajuizados pela doutrina processual. Destacam-se duas tendências na doutrina, a respeito do tema. 
A primeira doutrina inclui nos pressupostos processuais todos os requisitos necessários ao seu nascimento e desenvolvimento do processo. Segundo essa doutrina, os pressupostos processuais podem ser objectivos e subjectivos.
 � Positivos Petição inicial;
Objectivos 
 Citação;
 Regularidade formal.
 Litispendência;
 � Negativos Coisa julgada;
 Perempção.
 Investidura;
 � Juiz Competência;
Subjectivos 
 Imparcialidade.
 Capacidade de ser parte;
 � As partes Capacidade de estar em juízo;
 
 Cpacidade postulatória.
Somente presentes estes requisitos, a relação processual teria condições de se desenvolver validamente, até o provimento final sobre o caso concreto ou ainda sobre a relação material.
A outra doutrina, a segunda, apresenta uma visão mais restritiva dos pressupostos processuais. Seriam estes apenas os requisitos para a constituição de uma relação processual válida, a saber: 
O Pedido;
A capacidade de quem o formula;
Investidura do destinatário.
Nessa visão restrita, estes seriam os requisitos mínimos para a existência de um processo válido, de uma relação jurídica, sem qualquer nexo com a situação de direito material deduzida na demanda. A grande vantagem dessa doutrina consiste exactamente em dar ênfase a autonomia da relação processual diante do direito substancial. Em resumo, para a corrente restritiva, deve-se conceber os pressupostos processuais independentemente da relação material. 
O que pressupõe que a aceitação dos pressupostos no processo, isto é, dos requisitos necessários ao provimento final, atende à perspectiva processual da demanda. Assim, pode-se afirmar que, para emitir o provimento final sobre o caso concreto, o juiz necessita que o processo se desenvolva sem vícios.
A base da argumentação de Bulow encontra-se nas chamadas excepções dilatórias, tanto que o título da sua obra é �Teoria dos pressupostos processuais e das excepções dilatórias�.
O caso do ordenamento jurídico moçambicano, adoptou-se os seguintes requisitos e, estes pressupostos processuais podem ser classificados da seguinte maneira:
 �Personalidade judiciária;
Relativo as partes �Capacidade jurídica;
 �Legitimidade;
 �Patrocínio judiciário obrigatório.
 �Competência internacional;
Relativo ao tribunal
 �Competência interna.
 �Aptidão da petição inicial;
Relativo ao objecto da causa �Não verificação da Litispendência;
 �Caso julgado.
11. CONCEITO JURÍDICO
A doutrina em Moçambique, entende que pressupostos processuais são elementos de cuja verificação depende o dever de o juiz proferir decisão sobre o pedido formulado, concedendo ou indeferindo a providência requerida, ou também, são as condições mínimas consideradas indispensáveis para a partida, garantir uma decisão idónea e uma decisão útil da causa. 
Porém a doutrina em Portugal, avança definindo os pressupostos processuais como aquelas exigências legais cuja inobservância o processo, como relação jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve validamente e em consequência, não alcança o provimento jurisdicional requerido. Enquanto, a doutrina no Brasil, avança e vai mais longe, sustentando que os pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade e as condições de eficácia do procedimento, considerando o acto de formação sucessiva. Pois considera os pressuposto processual como aquilo que precede do acto e se coloca como elemento indispensável para a sua existência jurídica e se distancia dos requisitos visto que estes integram a estrutura do acto e diz respeito à sua validade. Mas deixa uma ressalva sobre os pressupostos processuais, considerando que estes são uma denominação que se deveria reservar apenas aos pressupostos de existência. Sucede que pressupostos processuais é expressão consagrada na doutrina, na lei e na jurisprudência.
12. FUNÇÃO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Os pressupostos processuais definem as condições nas quais o direito subjectivo alegado pelo autor pode obter a tutela jurisdicional. Nesta perspectiva, os pressupostos processuais constituem limites intrínsecos a concessão da tutela jurisdicional e realizam uma função reguladora ou ordenatoria, pois determinam os condicionalismos processuais nos quais essa tutela pode ser concedida a parte requerente.
Mais adiante refere que numa forma processual, como é o caso do processo civil, que é essencialmente um meio jurisdicionalizado para a prossecução da vontade e dos interesses dos particulares, aos pressupostos processuais cabe: 
A importantíssima função de assegurar o equilíbrio de forças e de garantir a igualdade entre as partes, prevenindo que, para o reconhecimento processual de qualquer situação jurídica, alguma das partes possa impor a contra parte sacrifícios desproporcional ou custos evitáveis para a obtenção da tutela judiciária ou esteja aquela contra parte numa situação de desvantagem para conseguir uma adequada tutela jurisdicional e;
Proteger os interesses do autor, reafirmando que a observância da obrigatoriedade só se justifica quando o tribunal concluí, por sua iniciativa e sem recurso, pela inexistência de um desses pressupostos e quando verificados esses condicionalismos, não é possível proferir uma sentença condenatória.
13. CAPACIDADE JURÍDICA E PERSONALIDADE JUDICIÁRIA
13.1 CONCEITO E DIFERENÇA
A doutrina é unânime em considerar que, personalidade e capacidade são institutos essencialmente distintos. Enquanto que personalidade judiciária se refere ao modo de ser da pessoa jurídica, isto é, a qualidade e características que garantem as mais variadas possibilidades de manifestações no mundo que o rodeia, tornando assim um ser único e distinguível dos demais, porém, o conceito de capacidade jurídica trata de atribuir a titularidade de direitos, pretensões, acções e excepções, como também a potencialidade para ser sujeito passivo de deveres, obrigações, acções e excepções, que o qualificam juridicamente. 
Entretanto, o código do processo civil moçambicano, determina, a personalidade judiciária consiste na susceptibilidade de ser parte. E faz coincidir essa figura com a personalidade jurídica, pelo que todas as pessoas, singulares ou colectivas, com personalidade jurídica nos termos da lei substantiva, tem a mesma igualdade, a mesma personalidade judiciária, ou seja podem formular pretensões em juízo, como autor, ou contrariar a pretensão de outrém, como réu.
14. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE EM RELAÇÃO AOS TRIBUNAIS
O princípio da legalidade consagra que todas as decisões judiciais devem estar adstritas ao princípio da legalidade, pois, os tribunais sujeitam-se a lei. Assim, na decisão final, o juiz deve indicar, interpretar e aplicar as normas jurídicas correspondentes aos factos previamente considerados provados.
Este princípio da legalidade é inerente ao Estado de direito, sendo um de seus pressupostos. Não há possibilidade de se separar um do outro, visto que há completa submissão do Estado a lei, é imprescindível para sua caracterização. Assim, existe um poder judiciário, do qual todos são dotados para provocar a actividade jurisdicional do Estado, visando obter um provimento sobre determinada situação concreta. Para o exercíciodesse direito, basta que se narre determinada situação e postule um provimento sobre ela.
15. PRINCÍPIO DA IGUALDADE DAS PARTES EM RELAÇÃO AOS TRIBUNAIS
O princípio da igualdade consiste em tratar de forma igual o que é igual, e de forma diferente o que é diferente, na medida da própria diferença. Em última análise, a igualdade enraíza-se na ideia ou premissa de que todos os seres humanos são iguais quanto à sua dignidade humana e, consequentemente, iguais em todas as dimensões que a dignidade assume na sua vida.
Este princípio na constituição da República de Moçambique, consagra que as partes devem ser colocadas no processo em igualdade de condições, tendo idênticas possibilidade de obter justiça, ou seja, deve haver uma caminhada igual das posições perante o tribunal. Este princípio constitui a manifestação do princípio geral da igualdade das partes. 
Na perspectiva do princípio da igualdade, considera-se uma sociedade justa quando aqueles que são iguais possuem iguais oportunidades. Assim, poderia dizer-se que princípio da igualdade busca um tratamento, seja igual ou desigual, que permita uma equiparação entre todos.
CAPÍTULO III
16. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS RELATIVO AS PARTES
16.1. PERSONALIDADE JUDICIÁRIA
No código do processo civil, a regra de atribuição de personalidade judiciária é o critério da coincidência (vide n° 2 art. 5, CPC), quem tiver personalidade jurídica tem igualmente personalidade judiciária. Pode dizer‐se que esta norma seria dispensável, uma vez que a susceptibilidade de ser parte numa relação jurídica processual já decorre da capacidade jurídica de gozo que genericamente dispõem as pessoas singulares e, em certa medida, também as pessoas colectivas (cfr. art. 67 e 160 CC).A utilidade do pressuposto processual da personalidade judiciária não está, portanto, no estabelecimento do critério da coincidência, mas nas outras situações em que a lei alastra a personalidade judiciária a entes sem personalidade jurídica. No processo civil, essa extensão da personalidade judiciária é feita através do: 
Critério da diferenciação patrimonial e são exemplos, a herança e os patrimónios autónomos semelhantes (cfr. art. 6, CPC), e; 
Através do critério da afectação dos actos que se circunscrevem as sucursais, agências, filiais, delegações ou representações de uma pessoa colectiva (n° 1 e 2, art. 7, CPC)
A conclusão que pode ser aferida deste pressuposto, reside no facto de concluir‐se que a personalidade judiciária pode ser parte legítima numa determinada acção, embora esse atributo, não garanta a legitimidade como sujeito de um determinado litígio processual (Esperança Mealha, personalidade jurídica e legitimidade passiva, pág 7). 
16.2. CAPACIDADE JURÍDICA
A doutrina (Capacidade e Personalidade judiciária, reflexão, pags 45 e ss), avança com diversas concepções acerca da capacidade jurídica. Entende ser fundamental distinguir a capacidade jurídica, separando a capacidade de direitos ou de gozo de direitos, da capacidade de agir ou capacidade de exercício de direitos.
A capacidade de gozo de direitos se traduz naquela susceptibilidade de ser titular de um conjunto de relações jurídicas, que incluem direitos e obrigações, enquanto; 
A capacidade de exercício de direitos representa a aptidão para actuar como pessoa e com autonomia ou através de um representante legal. 
Por outro lado (Tomás Timbane, Lições de Processo Civil I, pág. 202), deve-se entender que, a capacidade de exercício não é apenas, a idoneidade para exercitar direitos ou cumprir obrigações, é também a susceptibilidade de os adquirir e de as assumir, no âmbito da sua capacidade de gozo. Prosseguindo, se refere a capacidade de gozo como um pressuposto da capacidade de exercício, podendo um sujeito de direito ter capacidade de gozo e não ter de exercício. Isto resulta do precentuado no código civil (vide art. 67, CC).
Essa capacidade de exercício ou capacidade de agir possibilita com que o sujeito processual possa actuar na esfera jurídica própria, para produzir consequências jurídicas no conjunto de direitos e obrigações de que é titular. Trata-se, portanto, de uma qualidade jurídica circunstancial e essencialmente convencional. 
Enfim, para que possa ser atribuída capacidade de exercício ou de agir em sede do tribunal, as partes devem gozar de maturidade suficiente para descernir os seus direitos e obrigações. O que pressupõe a aptidão material para cuidar dos próprios interesses e a capacidade de querer.
16.2.1 INCAPACIDADE JUDICIÁRIA
 No código civil, a incapacidade em razão de interdição ou inabilitação obedece, naturalmente, a diferentes pressupostos (Elisabete Ferreira, Incapacidade e responsabilidade civil. Breve reflexão). Desde logo, trata-se neste caso de expedientes de protecção apenas aplicáveis a pessoas maiores de idade, que por algum motivo se vejam incapacitadas de governar a sua vida pessoal e ou os seus bens, embora a lei permita o requerimento e o decretamento da interdição dentro do ano anterior à maioridade, de modo a que a pessoa se encontre juridicamente protegida em tempo útil.
Ao abrigo do regime legal estabelecido no Código Civil (vide art. 138 e ss), podem ser interditos do exercício dos seus direitos todos aqueles que por anomalia psíquica, surdez-mudez ou cegueira se mostrem incapazes de governar as suas pessoas e bens. Decretada a interdição (vide art. 47, CC), o interdito será equiparado ao menor para a maioria dos actos práticados, presumindo-se também a sua inimputabilidade (vide arts. 46 e 47, CP), para efeitos de responsabilidade civil ( vide n° 1 art. 483 CC).
Desde modo, o efeito principal da inabilitação consistirá na designação de um curador, que ficará incumbido de assistir o incapaz na prática de actos de disposição de bens entre vivos (cfr. art. 153, nº 1, CC). Surge assim, um conjunto de actos patrimoniais sujeitos a um regime de assistência. 
Enquanto, o efeito principal da interdição consistirá na negação de capacidade geral de exercício ao incapaz e na nomeação de um tutor, a quem caberá agir enquanto representante do interdito, tudo numa lógica inspirada no modelo pensado para a incapacidade por menoridade (cfr. art. 139 CC). Portanto, pode-se concluir que o incapaz não terá a capacidade jurídica necessária para promover o impulso processual ou responder por actos por si praticados, cabendo está responsabilidade ao seu representante legal, em sentença atribuída pelo tribunal ouvindo o conselho da família (vide n° 1 e 2, art. 143, CC).
16.3. LEGITIMIDADE PROCESSUAL
A legitimidade em sentido processual (Esperança Mealha, personalidade judiciária e legitimidade passiva, pág 8), exprime uma relação entre um determinado sujeito e o objecto do processo. Não é um atributo do sujeito, mas uma qualidade desse sujeito em relação a uma determinada acção com um certo objecto. E esta é avaliada pelo interesse da parte perante o objecto do processo, ou seja pelo seu interesse directo em demandar ou interesse directo em contradizer ( vide n° 1 art. 26, CPC), que se presume existir quando se verifique a titularidade da relação controvertida, tal como é configurada pelo autor (vide n° 3 art. 26, CPC).
No processo civil, a principal problemática em torno da legitimidade tem respeitado a relação controvertida (cfr. arts. 27 e 28, CPC), precisamente, com o intuito de pôr termo à histórica disputa sobre qual a situação ou relação controvertida que deve servir de base na determinação da legitimidade processual ( Pinto, Carlos Alberto de Mota, Teoria geral do Direito Civil, 2005, pág. 195/198). A tese objectivista atende a relação material tal como se apresenta ao tribunal enquanto que a tese subjectivista considera a relação material configurada pelo autor na petição inicial. 
A tendência é no sentido de substituir a concepção complexa da legitimidade por uma concepção simples, reduzindo‐a apenas a um pressuposto processual e distinguindo‐a de outros pressupostos processuais subjectivos relativos às partes. Esta concepção está reflectida no Código de Processo Civil, que trata autonomamentea legitimidade, a personalidade judiciária e a capacidade judiciária.No entanto, de acordo com parte significativa da doutrina e jurisprudência, a legitimidade e o interesse em agir, ou seja, o interesse processual, são pressupostos processuais autónomos, enquanto a legitimidade exprime o interesse na tutela (art. 26, CPC), o interesse em agir exprime a necessidade de tutela jurisdicional e a adequação do meio processual, que pela natureza das coisas, atribuí essa pretensão ao autor (Esperança Mealha, personalidade jurídica e legitimidade passiva, págs 10 e ss). De modo que, o ordenamento jurídico moçambicano distingue a legitimidade , entre: legitimidade singular e legitimidade plural.
16.3.1 Legitimidade singular
Se verifica quando o autor tenha interesse directo em demandar e o réu seja parte legítima tendo interesse directo em contradizer. Mas nem sempre o recurso ao critério geral permite determinar quem é titular do interesse relevante para ser parte legítima. Para colmatar essa lacuna a lei estabelece o critério supletivo de determinação de legitimidade (vide n° 3, art. 26, CPC), entenda-se, os sujeitos da relação controvertida tal como é configurada pelo autor.
16.3.2 Legitimidade plural/litisconsórcio/coligação
A pluralidade de legitimidade pode existir desde a data da propositura da acção, designada, pluralidade originária, ou num momento posterior, conhecida por pluralidade superveniente, se as duas partes originárias se acrescentarem outras na pendência da acção (Tomás Timbane, Lições de Processo Civil I, pág. 205). Enquanto, no litisconsórcio, que também existe uma pluralidade de sujeitos, pode ser voluntário (cfr. art. 27, CPC), quando presume, caso a relação material controvertida diga respeito a várias pessoas, a acção respectiva pode ser proposta por todos ou contra todos os interessados, e necessário (vide art. 28, CPC), quando presume a intervenção legal dos vários interessados e falte qualquer deles é motivo de ilegitimidade. Na coligação, também há pluralidade de partes, pois é permitida a coligação de autores contra um ou vários réus ou demandar contra vários réus, com pedidos diferentes quando os pedidos estejam entre si numa relação de dependência. Mas contrariamente ao litisconsórcio, na coligação ocorre a pluralidade de pedidos (cfr. art. 30, CPC).
16.3.1. ILEGITIMIDADE PROCESSUAL
A ilegitimidade, seja qual for a sua natureza é em regra geral, sanável. Pode ser conhecida pelo juiz, quando seja manifesta, logo no despacho liminar, dando lugar ao indeferimento liminar (cfr. art. 474, CPC), ou em momento posterior que diz respeito ao despacho saneador ou sentença final, dando lugar a absolvição da instância (cfr. art. 288, CPC). Pode ser sanada através da correcção do vício, nos termos previstos no código do processo civil (vide n°2, art. 494, CPC), ou através do incidente da intervenção principal provocada (vide art. 351, CPC). Este pressuposto é considerado excepções dilatórias (cfr. alínea b, n°1, art. 494, CPC).16.4. PATROCÍNIO JUDICIÁRIO OBRIGATÓRIO
O princípio da tutela jurisdicional é um dos princípios gerais do processo civil, o direito de acesso aos tribunais tem dignidade constitucional, encontrando-se consagrado na CRM(n° 1, art. 62, CRM, 2004) e engloba o direito de acção e de defesa, a exercer perante um tribunal independente e imparcial. Atribuindo direitos ( vide n° 2, art. 62, CRM, 2004 ) ao arguido e reserva a este a assistência jurídica e patrocínio judicial.O patrocínio judiciário é em determinadas acções obrigatório, impondo a lei a constituição de advogado (cfr. art. 32 e 33, CPC). Esta obrigatoriedade prende-se com razões técnicas, pois os interesses das partes são melhor acautelados por profissionais, que dispõem de conhecimentos jurídicos que não esta ao alcance dos litigantes, sendo necessário conhecer o Direito aplicável e as regras processuais. 
Nos casos em que a constituição de advogado não é obrigatória podem as partes pleitear por si ou ser representadas por advogados estagiários ou solicitadores( cfr. art. 34, CPC). Os advogados estagiários e solicitadores só podem representar as partes se tiverem sido investidos no poder de o fazer, ou seja, tem que lhes ser conferido um mandato judicial (cfr. art. 35 e 43, CPC). Ainda, em caso de emergência, o patrocínio judiciário pode ser exercido a título de gestão de negócios (cfr. art. 41, CPC). 
No entanto, o mandato conferido no âmbito do patrocínio judiciário é um mandato especial, designado mandato forense, envolve a atribuição de poderes específicos ao mandatário para representar o mandante em todos os actos e termos de um processo principal e respectivos incidentes, mesmo perante tribunais superiores (cfr. art. 36, CPC). Portanto, a doutrina entende que o patrocínio judiciário e a representação forense (Branco, Carolina Inverno, Patrocínio judiciário e representação forense, págs. 1 e 2), procuram garantir aos cidadãos a assistência necessária e adequada para recorrerem aos tribunais, efectivando os princípios da tutela jurisdicional e da igualdade das partes, visto que ao serem representadas por profissionais está assegurado um mínimo de igualdade de armas entre elas.17. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS RELATIVOS AO TRIBUNAL
17.1 COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
No direito moçambicano, a competência dos tribunais está estabelecida no código do Processo Civil (vide art. 65, CPC), sob epígrafe da competência internacional. Assim, permite que os tribunais moçambicanos sejam competentes sempre que se verifiquem algumas das circunstâncias indicadas na regra de competência internacional, bem como sempre que se localize no território nacional alguns dos factores que no plano interno presidem a distribuição em território, da competência entre os tribunais moçambicanos.
De referir que os critérios que atribuem competência internacional aos tribunais moçambicanos podem ser igualmente aplicáveis na determinação da competência dos tribunais estrangeiros, quando se exige para determinados efeitos a presença de circunstâncias que depende da competência internacional dos tribunais nacionais (Tomás Timbane, Lições de Processo Civil, pág. 232 e ss). Para que os tribunais nacionais tenham competência internacional de julgar um litígio, no código do Processo Civil (vide art. 65, CPC), faz-se referência de diversos critérios, designadamente o:
Princípio da coincidência. Este princípio determina que os tribunais tem competência quando a acção deva ser proposta em Mocambique, segundo as regras da competência internacional e competência territorial;
Princípio da causalidade. A acção neste princípio, pode ser proposta num tribunal nacional quando praticado em Moçambique e envolver cidadãos estrangeiros, devido a facilidade da recolha da prova;
Princípio da reciprocidade. Este princípio garante que cidadãos nacionais tenham faculdade de demandarem perante os tribunais contra cidadãos estrangeiros, o mesmo quando envolve tribunais estrangeiros contra os nacionais;
Princípio da necessidade. Quando as acções para as quais é proposta não é competente nenhuma ordem jurídica, para este princípio, a intervenção dos tribunais nacionais torna-se essencial;
Princípio da vontade das partes. As partes neste princípio podem convencionar atribuir competência internacional quando os tribunais nacionais não o tenham. Trata-se do chamado pacto atributivo ou privativo (vide art. 99, CPC).
17.2 COMPETÊNCIA INTERNA
No código do Processo Civil (cfr. art. 67, CPC) e na lei orgânica judicial (cfr. n° 1, art. 32, LOJ), a competência interna divide-se segundo a matéria, a hierarquia, o território, o valor da causa e, em alguns casos, as pessoas.
17.2.1 Competência em razão da matéria
A Constituição da República (vide art. 223, CRM, 2004), consagra os tipos de tribunais com existência legal na República de Moçambique. Com a qualidade de serem órgãos de soberania (cfr. art. 133, CRM, 2004). Como órgãos de soberania que são, os Tribunais visam assegurar as funções jurisdicional que se propõe, sejam, garantir e reforçar a legalidade como instrumento da estabilidadejurídica, garantir o respeito pelas leis, assegurar os direitos e liberdades dos cidadãos, assegurar os interesses jurídicos dos diferentes órgãos e entidades com existência legal, decidir sobre os pleitos, penalizando as violações da legalidade (cfr. art. 212, CRM, 2004). 
D modo que, na República de Moçambique, conta-se com os seguintes Tribunais (cfr. n° 1, art. 223, CRM, 2004 e n° 1, art. 29, LOJ):
Tribunal Supremo;
Tribunais Superiores de Recurso;
Tribunal Administrativo ( Fiscal e Aduaneiro);
Tribunais Judiciais ( de Província e de Distrito).
Dos pressupostos referidos decorre que os tribunais são independentes, quer em relação aos demais poderes, quer na relação entre sí. Portanto, apenas existe uma relação de complementaridade que resulta das diversas atribuições concorrentes para a satisfação das necessidades colectivas. 
17.2.2 Competência em razão da hierarquia
Na República de Moçambique, o Tribunal Supremo é o órgão máximo da administração da justiça (n° 1, art. 225, CRM, 2004), competente para conhecer dos recursos interpostos de decisões proferidas pelos tribunais superiores de recurso e em casos especiais previstos na lei, os recursos interpostos das decisões proferidas em segunda instância pelos tribunais judiciais de província (cfr. n° 2, art. 72, CPC). Portanto, os tribunais encontra-se hierarquizados para efeitos de recurso das suas decisões e de organização do aparelho judicial (cfr. art. 34, LOJ).
É importante diferenciar a hierarquia existente na administração e a hierarquia prevalecente na administração da justiça em Moçambique. Na administração pública a regra de funcionamento caracteriza-se pelo poder de direcção e o dever de obediência hierárquica. Enquanto que na hierarquia judiciária tal obediência não se verifica, pois vigora o princípio constitucional de independência dos juízes, os quais devem obediência, apenas a lei (cfr. n° 1, art. 217, CRM, 2004).
De modo que, compete ao plenário Tribunal Supremo, como tribunal de segunda instância uniformizar a jurisprudência quando no domínio da mesma legislação e sobre uma mesma questão fundamental de direito tenham sido proferidas decisões contraditórias nas várias instâncias do Tribunal Supremo ou nos tribunais superiores de apelação. 
Além de decidir de conflitos de competência e julgar os recursos de decisões proferidas em primeira instância pelas secções do Tribunal Supremo, também pode ordenar que qualquer processo, nos casos específicos, seja julgado em tribunal diverso do legalmente competente (cfr. art. 45, LOJ). Tratando-se de instância única, este tribunal é competente para julgar crimes dos titulares de órgãos de Soberania (cfr. art. 133, CRM, 2004 e art. 46, LOJ). 
O Tribunal Superior de Recurso, como tribunal de segunda instância, em razão da hierarquia, julga recursos das decisões proferidas pelos tribunais judiciais de província e os conflitos de competência destes tribunais judiciais (cfr. art. 62, LOJ). Contudo, como tribunal de primeira instância, pode julgar os processos crimes que sejam arguidos os juízes dos tribunais judiciais e os magistrados do ministério público (cfr. art. 63, LOJ). 
Tratando-se de tribunais judiciais de província, em matéria cível, actuando como tribunais de primeira instância, estes podem conhecer das causas que não seja da competência dos outros tribunais (cfr. art. 73, LOJ). E em segunda instância, estes tribunais podem conhecer dos recursos das decisões dos tribunais judiciais de distrito e dos demais que, por lei, lhe devam ser submetidos (vide art. 74, LOJ). 
Os tribunais de distrito podem ser de primeira classe e de segunda classe. Em primeira classe e em primeira instância, este tribunal em matéria cível, julga questões respeitantes a relações de família e os processos jurisdicional de menores (cfr. art. 84, LOJ), e em segunda classe, em primeira instância, este tribunal é competente para julgar acções cíveis cujo valor não exceda cinquenta vezes o salário mínimo nacional (cfr. art. 85, LOJ). 
De salientar que, os tribunais judiciais de distrito, tanto da primeira como da segunda classe, em segunda instância, julgam os recursos interpostos das decisões proferidas pelos tribunais comunitários e conhecem dos pedidos de habeas corpus que lhes devam ser submetidos (cfr. art. 86, LOJ). E tratando-se dos tribunais fiscal e do tribunal aduaneiro, em razão da hierarquia, para ajuizar o litígio é competente o Tribunal Administrativo e deste quando caber recurso é competente o Plenário do Tribunal Supremo.
17.2.3 Competência em razão do território
As decisões proferidas pelos tribunais nacionais são de cumprimento obrigatório para todos os cidadãos e outras pessoas jurídicas que se encontrem no território da República de Moçambique. Incluindo os cidadãos nacionais ou estrangeiros que se encontrem numa representação diplomática, social, cultural, militar (inclui: embaixadas, consulados, centros sociais e culturais, quartéis militares, e outras instalações), aviões de passageiros ou de particulares, navios de cruzeiro, desde que ostentem os símbolos nacionais da República de Moçambique (vide art. 13, CRM, 2004). 
Portanto, a repartição do poder de julgar faz-se também em função do território. Para tribunais da mesma espécie e do mesmo grau de jurisdição a lei atribuí competência para determinada circunscrição territorial, havendo necessidade de existir um elemento de conexão entre essa área territorial e a causa (Tomás Timbane, Lições de Processo Civil I, pág. 243 a 246). De modo que, a lei elenca alguns factores de conexão, designadamente:
O foro do réu. Correspondente a regra supletiva pelo que sempre que não haja uma disposição concreta que indica o lugar do território nacional onde deva ser proposta a acção, então é competente o tribunal do domicílio do réu (vide art. 82 a 86, CPC);
O foro real ou da situação de bens. Nos termos do qual devem ser propostas no tribunal que tenha competência no local onde os bens estão situados (vide art. 73, CPC);
O foro obrigacional. Segundo a qual as acções destinadas a exigir e cumprimento de obrigação ou de indemnização pelo não cumprimento devem ser propostas no tribunal do domicílio do réu (vide n° 1, art. 772, CC e n° 1, art. 74, CPC).
O foro do autor. De acordo com o qual as acções de divórcio litigioso e de separação litigiosa de pessoas e bens devem ser propostas no tribunal do domicílio ou da residência do autor (vide art. 75, CPC);
O foro hereditário. Consta do código Civil e no código do Processo Civil (vide n° 1, art. 203, CC e 77, CPC);
O foro das providências cautelares. Previsto no código de Processo Civil (vide art. 83, CPC);
O foro por conexão. De acordo com o qual a acção de honorário de mandatários judiciais e para a cobrança de quantias adiantadas do cliente, é o tribunal da causa na qual foi prestado o serviço (n° 1, art. 76, CPC);
O foro das notificações judiciais avulsas. Previsto no código do Processo Civil (vide art. 84 e art. 261, CPC);
O foro da execução. De acordo com o qual é competente para a declaração fundada em sentença condenatória de tribunal de primeira instância do tribunal do lugar em que a causa foi julgada (n° 1, art. 90, CPC), ate que a execução corra por apenso ao processo declarativo.
17.2.4 Competência em razão do valor
A regra para fixação do valor ( cfr. art. 306, CPC) numa acção em que se pretenda obter qualquer quantia certa em dinheiro, o valor requerido, entende-se como o valor da causa, não sendo atendivel qualquer impugnação nem acordo em contrário, mas se pela acção pretender-se obter um benefício diverso, o valor modifica-se:
Passa a ser a quantia em dinheiro equivalente a esse benefício. 
Se verificando que haja cumulação na mesma acção de vários pedidos, a acontecer, entende-se que:
 O valor passa a ser a quantia correspondente a soma dos valores de todos eles.
Quando, como acessório do pedido principal, se pedirem juros, rendas e rendimentos já vencidos e os que se vencerem durante a pendência da causa, na fixação do valor, a lei determina que:
Passa a atender-se somente aos interesses jávencidos.
Tratando-se, do valor da acção determinado pelo valor da coisa. Se a acção tiver por fim fazer valer o direito de propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o valor da causa (cfr. art. 311, CPC). E se tratando de valor das acções sobre o estado das pessoas ou sobre interesses imateriais. As acções sobre o estado de pessoas ou sobre interesses imateriais consideram-se sempre de valor equivalente a 30,000,00 MT, mas admite sempre recurso ( cfr. art. 312, CPC).
Se verificando casos especiais (cfr. art. 307, CPC). , como nas acções de despejo, de alimentos definitivos e nas de contribuição para despesas domésticas ou de prestação de contas. O valor é fixado da seguinte maneira:
De acordo com a renda anual, acrescido das rendas em dívida e da indemnização requerida;
De acordo com o quíntuplo da anuidade correspondente ao pedido;
De acordo com a receita bruta ou da despesa apresentada, se lhe for superior.
De modo que, o valor da causa, em regra, é atribuído desde logo no pedido inicial, valor certo, expresso em moeda legal, o qual representa a utilidade económica imediata do pedido. Podendo, contudo, ser alterado até à decisão final. Do valor a ser atribuído a causa este visa atender o tribunal competente, a forma de processo comum e a relação da causa com a alçada do tribunal (cfr. art. 305, CPC).
No que se refere as alçadas (cfr. art. 38, LOJ) e se refiram a causa para efeitos de aceitação de recurso ordinário das decisões proferidas. Entende-se que a alçada, seja o critério que aferindo o valor da acção, estabelece o valor limite em que da decisão judicial proferida pelo tribunal, não cabe recurso ordinário. Assim o valor da alçada a considerar-se para o efeito de aceitação do recurso é o que vigorar a data da propositura da acção, isto, sem prejuízo da possibilidade de recurso para o Tribunal Supremo. Nomeadamente:
Em matéria cível, a alçada dos tribunais judiciais de província é de valor equivalente a cinquenta vezes o salário mínimo nacional; 
Dos tribunais judiciais de distrito de primeira e segunda classes, é de vinte e cinco e dez vezes o salário mínimo, respectivamente.
18. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS RELATIVOS AO OBJETO DA CAUSA
18.1 APTIDÃO DA PETIÇÃO INICIALA petição inicial é o ponto de partida de qualquer acção proposta em sede do tribunal. É uma das etapas importante no processo. Por meio deste pressuposto, o juiz vai conhecer, pela primeira vez, o teor da acção que está sendo intentada. A petição inicial carrega em si dois pressupostos processuais. O primeiro é o da existência, o autor vai provocar a tutela judicial. Sem petição inicial não há processo.
O segundo diz respeito, a validade. Uma petição inicial considerada apta possibilita com que o processo se desenvolva também de forma apta. E esta deve ser apresentada em forma escrita, impressa ou digitalizado, contendo a data e a assinatura de um advogado. 
Podendo ainda constar: o tribunal onde a acção é proposta e identificar as partes; os nomes; domicílio ou sedes; profissões; local de trabalho; a forma de processo; os factos; as razões; o pedido e declarar o valor da causa (cfr. art. 467, CPC), caso não conste estes requisitos a petição inicial é inepta pode ser por se constatar que a mesma é ininteligível a indicação do pedido, que se verifique que o pedido está em contradição com a causa de pedir, ou se constate que se cumulou pedidos incompatíveis. O réu verificando estas situações pode contestar, interpretando convenientemente a petição inicial (cfr. art. 193, CPC), e dá lugar ao indeferimento liminar (cfr. alínea a, n° 1, art. 474, CPC), se reconhecendo que é inepta, o tribunal pode entender que a petição inicial ocorreu de forma manifestada, excepções dilatórias, mas também, pode alegar a sua posição quando a acção tiver sido proposta fora do tempo.
18.2 Não verificação da Litispendência
As excepções da Litispendência (cfr. arts. 497 e 498, CPC), pressupõem a repetição de uma causa idêntica a outra, ou seja, existindo duas acções em tribunal, com os mesmos sujeitos, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. Nomeadamente:
Quando as partes são as mesmas sob o ponto de vista da sua qualidade jurídica;
Quando numa e noutra causa se pretende obter o mesmo efeito jurídico;
Quando a pretensão deduzida nas duas acções proceder do mesmo facto jurídico.
Verificando-se a litispendência, está deve ser deduzida na acção proposta em segundo lugar. Considera-se proposta em segundo lugar a acção para a qual o réu foi citado posteriormente em relação a primeira citação do réu. Todavia, se em ambas as acções a citação tiver sido feita no mesmo dia, na mesma hora e no mesmo lugar em que se encontre ambos sujeitos, a ordem das acções é determinada pela ordem de entrada das respectivas petições iniciais na secretaria do tribunal (cfr. art. 499, CPC).
É importante ressaltar que ocorrendo a Litispendência, esta só pode ser alegada antes da discussão do mérito da acção. Ou seja, para evitar a análise do mérito por juízes diferentes. Depois do julgamento não se pode alegar a Litispendência. Entende-se que está figura seja uma excepção dilatória (cfr. alínea g, n° 1, art. 494, CPC). 
18.3 CASO JULGADO
O caso julgado, tanto como a litispendência, também tem lugar havendo duas acções similares que partilham os mesmos sujeitos, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir, mas a diferença reside no facto de que uma das acções já transitou em julgado e está não pode mais ser recorrida (cfr. art. 497, CPC). Por exemplo:
Quando a sentença não admita recurso ordinário;
Quando procura evitar com que o tribunal seja colocado na alternativa de contradizer ou de reproduzir uma decisão anterior;
Quando as sentenças proferidas por tribunais estrangeiros ou árbitros no estrangeiro, são invocaveis após revisão e sua confirmação por tribunais nacionais.
Por outras palavras, o contexto do caso julgado, pressupõe que os procedimentos processuais exigidos por lei ate a fase de julgamento e posterior sentença judicial foram escrupulosamente cumpridos. Resultando deste modo a decisão judicial em trânsitado em julgado (cfr. arts. 500 e 677, CPC).Tendo transitado ( art. 678, CPC) em julgado a sentença, se verifica que: 
Está só admite recurso ordinário das decisões proferidas em causas de valor superior a alçada do tribunal de que se recorre e a decisão impugnada seja desfavorável ao recorrente em valor superior a metade da alçada desse tribunal (vide art. 678, CPC); 
Quando se esgotam os recursos admissíveis e;
Quando expira o prazo de interposição de recurso ordinário ou haja renuncia ao recurso. 
Ou seja, se verifica a impossibilidade da decisão proferida ser substituída ou modificada por qualquer tribunal, incluindo aquele que a proferiu. Trata-se de excepção peremptória (vide art. 496, CPC), pois entende-se que a sentença é definitiva. 
19. CONSTATAÇÕES
Com a proclamação da independência e posterior implantação do da República Popular de Moçambique, o Estado moçambicano adoptou o código do Processo civil Português. O código de Processo Civil é do decreto lei n° 44129 de 28 de Dezembro de 1961. Reformulado do código de Processo Civil português de 1939. Após a independência, o código de Processo Civil moçambicano sofreu a sua primeira revisão apartir do decreto lei n° 1/2005 de 27 de Dezembro de 2005. Isto ficou a dever-se ao facto de certas normas nele contidos se revelaram desajustados a situação actual, de modo a modernizar, aperfeiçoar e simplificar a legislação processual civil, com vista a contribuir para uma justiça mais célere e eficaz.
BIBLIOGRAFIA 
Bibliografia principal
A Constituição da República
O código do Processo Civil
O Código Civil
Leis avulsas
 Bibliografia secundária
Manuais de Direito;
Artigos científicos;
Revistas;
Documentos.
 Sites virtual
Wikipédia.com
YouTube.com

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