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AULA 4 GESTÃO EMPRESARIAL Profª Aline Mara Gumz Eberspacher 2 TEMA 1 – ALINHAMENTO ORGANIZACIONAL: MISSÃO, VISÃO E VALORES Dar direcionamento a uma organização demanda que o gestor tenha conhecimento sobre pessoas, motivando a equipe, com liderança, conforme estudamos anteriormente. Mas, além dessas preocupações internas, o gestor deve ter uma preocupação com o ambiente externo da organização, deve ter uma visão estratégica. Vamos nesta aula conversar sobre estratégia e algumas ferramentas que podem auxiliar no direcionamento da organização. Mas o que é estratégia? A palavra estratégia tem sua origem no latim strategia, que deriva de duas outras palavras: stratos (que significa exército) e agein (que significa conduzir); ou seja, é uma forma de “conduzir exércitos”. São vários os pesquisadores que buscam compreender a essência da palavra, mas há um consenso de que a palavra estratégia está relacionada a dar novos direcionamentos para alcançar objetivos. Os autores Wright, Kroll e Parnell (2000) definem estratégia como “planos da alta administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização”. Partindo desse princípio, entende-se que a estratégia está relacionada com o nível institucional da empresa, e que envolve certas ações, como: • Estabelecer direcionamento às mudanças organizacionais; • Fortalecer o posicionamento da marca no mercado; • Estabelecer objetivos gerais para a organização; • Definir visão, missão e valores. Quando pensamos em estratégia, estamos pensando em um caminho que será trilhado para conseguir alcançar um ou vários objetivos. O caminho aqui deve ser entendido como o processo, as etapas a serem cumpridas para alcançar objetivos. Um processo, segundo Rebouças (2007, p. 58), é: é o conjunto estruturado e intuitivo das funções de planejamento, organização, direção e avaliação das atividades sequenciais, que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar, com minimização dos conflitos interpessoais as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos da empresa. 3 Saiba mais Leia os parágrafos 2 e 3 da página 21 do livro a seguir. CAMPOS, L. M. F. Administração Estratégia: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=21§ion=0#/edicao/37460>. Acesso em: 18 fev. 2019. Observa-se então que o processo é um conjunto de ações que são realizadas a fim de atender e superar as expectativas dos clientes internos e externos, através de procedimentos, para alcançar os objetivos organizacionais. Ou seja, você percebeu que a estratégia é um processo, que reúne diversas e variadas ações estratégicas, que por sua vez reúnem formas ordenadas de ações, com um certo direcionamento para alcançar os objetivos estabelecidos. Saiba mais Acesse o livro, no link a seguir, e leia o último parágrafo da página 22 e a página 23. CAMPOS, L. M. F. Administração estratégica: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=21§ion=0#/edicao/37460>. Acesso em: 18 fev. 2019. 1.1 Missão Você já pensou qual é a sua missão de vida? Ou, você já pensou qual é a missão da empresa? Pois a missão é um dos principais elementos e instrumentos estratégicos da organização. Mas, afinal, o que é a missão? E para que serve estabelecer uma missão organizacional? A missão é a razão de ser da empresa. É o ponto de partida da organização, voltado para o ambiente externo. Ao ser construída, deve ser considerado o público-alvo. A missão deve ser compartilhada e bem compreendida por todos, para que seja executável. Saiba mais Leia o último parágrafo da página 41 e a segundo e terceiro parágrafo página 42 do livro: 4 CAMPOS, L. M. F. Administração estratégica: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=21§ion=0#/edicao/37460>. Acesso em: 18 fev. 2019. Você percebeu a importância da missão, pois é ela que faz a empresa existir. 1.2 Visão Você definiu sua razão de ser, sua missão, mas qual é o seu direcionamento? Onde você quer estar daqui a cinco anos? E a organização? Ela já tem uma missão, decidiu qual é a razão de ser. No entanto, qual é o caminho que ela pretende seguir? Onde ela pretende estar daqui 2, 5 ou 10 anos? Em suma, a visão de uma empresa é uma declaração de um propósito ( ou de vários propósitos ) que irão nortear as atividades que por ela será desenvolvidas, inclusive aquelas representadas na missão organizacional, para que ela possa projetar sua imagem no futuro, com a qual ela deseja ser reconhecida pelos seus clientes internos e externos. O autor Chiavenato (2005 p. 66) nos ensina que a visão “estabelece uma identidade comum referente aos propósitos da empresa em relação ao futuro, de modo a orientar o comportamento das pessoas quanto ao destino da organização quer alcançar”. Saiba mais Leia o item 1.2 página 38 até a página 39 do livro a seguir. CAMPOS, L. M. F. Administração estratégica: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=21§ion=0#/edicao/37460>. Acesso em: 18 fev. 2019. Você percebeu que visão é um objetivo estabelecido e compartilhado, que deve ser claro, bem definido e inspirador, de modo a mobilizar e direcionar toda a organização. Veja abaixo a diferença entre missão e visão. 5 Quadro 1 – Missão e visão MISSÃO VISÃO Inclui o negócio da empresa É o que se sonha no negócio É o ponto de partida É aonde vamos É a carteira de identidade da empresa É o passaporte para o futuro Identifica “quem somos” Projeta “quem desejamos ser” Dá rumo à empresa Energiza a empresa Foco do presente para o futuro Focaliza o futuro Fonte: Chiavenato, 2005. 1.3 Valores Depois de ter estabelecido a missão e a visão, a organização deve deixar claro para todos quais são os valores que regem seus comportamentos e atitudes. Aqui não estamos falando de valores quantitativos, mas sim qualitativos. Os valores são relacionados diretamente à missão e visão já estabelecidas. Os valores são as crenças, as atitudes básicas que ajudam a definir o comportamento, o modo de agir das pessoas. São os princípios da conduta pessoal dos colaboradores em todos os níveis. Podemos entender os valores através de exemplos, como padrões éticos, iniciativa, responsabilidade social, gerenciamento participativo, satisfação dos clientes, entre outros. A definição dos valores e a sua divulgação para todos que estão envolvidos (internamente e externamente) traz transparência para o relacionamento. Por isso, é fundamental esclarecer esses aspectos para todos, seja em um quadro na entrada da organização, seja no site em de outras formas. Qualquer empresa pode e deve desenvolver sua missão e alcançar sua visão, porém se o fizer de forma a desrespeitar padrões morais e éticos admissíveis, seus resultados serão ineficazes e de nada adiantarão todos os esforços. Saiba mais Acesse o livro e leia o último parágrafo da página 44 até o terceiro parágrafo da página 45. CAMPOS, L. M. F. Administração estratégica: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=21§ion=0#/edicao/37460>. Acesso em: 18 fev. 2019. Você percebeu que os valores organizacionais são constituídos de um conjunto de crenças e atitudes que imprimem à organização uma personalidade 6 e que determinam um padrão de comportamento a ser adotado em todos os níveisde suas operações? TEMA 2 – ANÁLISE SWOT E AS 5 FORÇAS DE PORTER Os processos de uma organização que envolvem agir e pensar estrategicamente, incluindo o caminho a ser trilhado, ficam mais fortalecidos se há ferramentas que possibilitem a identificação das necessidades de mercado, bem como as oportunidades, os concorrentes e os fornecedores. Além disso, é fundamental que a organização se conheça – importante conhecer seus pontos fracos e fortes, as ameaças e as oportunidades. Vamos, neste tema, abordar duas ferramentas úteis para a elaboração do diagnóstico estratégico da organização: a Análise SWOT e as 5 Forças de Porter. 2.1 Análise SWOT A Análise SWOT é uma das ferramentas de análise mais utilizadas, pois permite identificar o diagnóstico estratégico da empresa. A SWOT integra a análise dos pontos internos e externos da organização, e identifica os pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades, conforme as letras iniciais que compõem a sigla SWOT (Porter, 2004): • Strengths – “pontos fortes”; • Weaknesses – “pontos fracos”; • Opportunities – “oportunidades”; • Threats – “ameaças”. Avaliar e identificar as forças, as fraquezas, as ameaças e as oportunidades, sob a perspectiva interna e externa da organização, é o objetivo da análise SWOT. 7 Figura 1 – Análise SWOT Crédito: wellphoto/Shutterstock. A imagem representa uma divisão de como é estruturado a SWOT. A análise do ambiente interno se define através das forças e fraquezas da organização. Quanto ao ambiente externo, são analisadas as oportunidades e ameaças organizacionais. Vamos ver cada uma delas! Forças e fraquezas englobam tudo que a organização tem de poder e controle de ação para modificar. Aqui podemos incluir a tecnologia, os recursos humanos, a marca, a estrutura, recursos financeiros e acesso de distribuição dos produtos no mercado. Pense em tudo que envolve a organização, e se a organização tem poder de mudar algo, esse item se enquadra em forças ou fraquezas. Por outro lado, a organização está inserida na sociedade, que é o ambiente externo. Nesse ambiente ocorrem inúmeras situações sobre as quais a organização não tem controle, em relação às quais não pode fazer nada para modificar; essas são as ameaças e oportunidades. Nesse item há variáveis determinadas, como por exemplo variações cambiais, crises políticas, mudanças na legislação, variações climáticas, greves de trabalhadores, seca ou excesso de chuvas, entre outras. Em suma, você pode observar aqui que a organização sofre influências diretas dessas variáveis. Saiba mais Acesse o livro e leia sobre a análise Swot na página 153 e a página 154. SERTEK, P.; GUINDANI, R. A.; MARTINS, T. S. Administração e planejamento estratégico: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: IBPEX, 2007. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=153§ion=0#/edicao/5953>. Acesso em: 18 fev. 2019 8 Você percebeu que esse levantamento e estudo das variáveis internas e externas permite ao gestor estabelecer estratégias de ação? A estratégia não elimina, nem isola os riscos que a organização possa ter, mas permite identificar as dificuldades para antecipar e superar os desafios. 2.2 Análise das cinco forças competitivas de Porter O modelo das 5 forças de Porter também considera a organização e seu contexto interno e externo. Segundo Porter (2004), a concorrência é determinada pelas forças competitivas, que são analisadas através dos entrantes, dos compradores, dos fornecedores, dos substitutos e dos concorrentes. Porter explica em sua teoria que diversos fatores interferem no cotidiano e no planejamento organizacional. O levantamento de tais informações permite ao gestor um direcionamento e uma tomada de decisão. Entender que o mercado é um ambiente competitivo e identificar ações estratégicas são diferenciais para obter vantagens competitivas. Veja na Figura 2 a estrutura da análise de Porter. Figura 2 – Análise de Porter Fonte: RunRun.it, 2017. 9 Saiba mais Acesse o livro e leia sobre as cinco forças de Porter a partir da Figura 5.5 da página 160 até a página 163. SERTEK, P.; GUINDANI, R. A.; MARTINS, T. S. Administração e planejamento estratégico: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: IBPEX, 2007. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=153§ion=0#/edicao/5953>. Acesso em: 18 fev. 2019 Você observou que, por meio da análise das cinco forças de Porter, é possível analisar em qual ponto a organização se encontra, seja em relação a novos entrantes, a fornecedores, a substitutos, a compradoras ou mesmo a concorrentes? A análise e a identificação da posição da empresa no mercado permitem ao gestor estabelecer diretrizes estratégicas de atuação. TEMA 3 – CICLO DE VIDA DO PRODUTO A expressão ciclo de vida do produto foi inspirada na biologia, segundo a qual um produto tem um tempo e um ciclo de vida, como ocorre com o ser humano: desenvolvimento, crescimento, maturidade e declínio. Temos que lembrar que os produtos são combinações do tangível com o intangível. O carro, o automóvel, é um exemplo dessa situação. O carro é um bem físico, tangível, que tem cor, tamanho, desenho, potência; é um bem de fácil mensuração. Mas apresenta também características intangíveis, como a realização de um sonho ou mesmo o status que o modelo do carro traz. 3.1 O ciclo de vida de um produto O produto, ou o serviço, passam, assim como o ser humano, por quatro fases, conforme o Gráfico 1. 10 Gráfico 1 – Ciclo de vida Fonte: adaptado de Porter, 1986. Saiba mais Acesse o livro e leia sobre o ciclo de vida do produto na página 148 e no primeiro parágrafo da página 149. SERTEK, P.; GUINDANI, R. A.; MARTINS, T. S. Administração e planejamento estratégico: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: IBPEX, 2007. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=153§ion=0#/edicao/5953>. Acesso em: 18 fev. 2019 Observamos que cada fase possui uma característica específica, como na vida do ser humano. Veja, por exemplo, a introdução do produto no mercado; esse momento pode ser comparado de modo muito simplista ao nascimento de um bebê. Há um investimento em berço, roupas, e toda uma estrutura para que quando o bebê nascer tenha conforto e possa crescer e se desenvolver. Se levarmos essa comparação a sério, ainda que de certa forma simplista, para o desenvolvimento de um produto, identificamos que a introdução de um produto no mercado é um período de muita demanda financeira, de altos investimentos e preparos, para que o produto ao chegar no mercado tenha sucesso. Nesse contexto, o autor E. Jerome McCarthy (1997, p. 167-168) apresenta uma análise de cada fase do produto: Introdução: os consumidores não conhecem o produto e não o estão procurando. É necessário que a empresa promova informações a respeito do produto com vistas a levar aos consumidores potenciais as vantagens, usos e conceitos do novo produto; muitos recursos devem ser investidos no desenvolvimento de promoções, distribuição dos produtos e seus respectivos pontos de venda, distribuição, etc. “Elas (as empresas) investem dinheiro na esperança de futuros lucros “; 11 Crescimento: é o período em que as empresas começam a obter lucros – as vezes, grandes lucros – com os produtos, embora se saiba que haja possibilidade de que este período cessará muito em breve. Muitos concorrentes – as vezes até predadores – aparecem neste período, haja visto os lucros crescentes existentes e copiam o produto, muitas vezes sem respeitar patentes, registros, etc. – caso dos predadores. Novos entrantes aperfeiçoam o produto e mercado, ultrapassam a fase introdutória pela qual não precisam passar e provocam guerra de preços, provocando, desta forma,redução no lucro do mercado. Ë um período em que também poderão ocorrer mudanças e alterações no produto visando sua diferenciação frente a concorrência, buscando mantê-lo mais tempo na fase de lucros. Maturidade: Neste período o mercado normalmente se estabiliza, os lucros começam a decrescer, os preços após sofrerem grande pressão, tornam-se mais baixos. Muitos daqueles novos entrantes cujos recursos financeiros não são tão abundantes podem retirar-se do mercado, pois não suportam a baixa rentabilidade. Torna-se fundamental promoções mais persuasivas, visando fidelidade a marca, conceitos de produtos, utilização, etc. tornando mais caras as operações de manutenção do produto e marca no mercado”. Este estágio pode continuar por muitos anos, até que surja uma ideia de produto basicamente novo – muito embora marcas ou modelos entrem e saiam do mercado “. Declínio: Neste estágio produtos velhos são substituídos por outros mais novos, geralmente apresentados por outras empresas bem sucedidas, mais adaptados à realidade do mercado. As vendas dos produtos antigos são marcadas por grande declínio. Você deve ter observado na Figura 2 que há uma flecha indicando a palavra rejuvenescimento. Isso ocorre muito! O objetivo da empresa é aproveitar o máximo todo o investimento realizado no produto para mantê-lo no mercado. Um exemplo de rejuvenescimento são os automóveis. De modo geral, a indústria automobilística no final de ano faz uma repaginada no veículo (altera farol, para-choque, novas cores ou mesmo pequenos detalhes de design) e lança como um novo modelo. Um outro exemplo de rejuvenescimento de produto é a mortadela, alimento de muitos anos no mercado; sempre foi relacionado a pessoas de baixa renda, de pouco poder aquisitivo. Há alguns anos, houve uma alteração nesse mercado. A Ceratti, produtora de frios, relançou a linha de mortadela temperada, com azeitona, pistache, champignon e baixo teor de gordura. Compreender em qual estágio do ciclo de vida se encontra o produto é fundamental para estabelecer estratégias de fortalecimento e de sobrevivência no mercado. TEMA 4 – MATRIZ BCG A Matriz BCG foi criada na década de 70, por uma empresa de consultoria localizada em Boston, a Boston Consulting Group (BCG). Seu objetivo é analisar 12 o portfólio dos produtos da organização, e identificar como cada um deles pode contribuir para o sucesso da empresa. É uma matriz que tem busca analisar a participação do produto no mercado com relação à sua taxa de crescimento, por isso é uma matriz de dupla entrada. Ela é dividida em quadrantes; cada um deles representa o crescimento do mercado (linha vertical) e a participação do produto no mercado (horizontal). Veja a imagem a seguir, que representa a técnica desenvolvida pela matriz BCG. Figura 3 – Matriz BCG Fonte: Periard, 2010. Saiba mais Acesse o livro e leia sobre o a Matriz BCG a partir da Figura 5.3 na página 155 até o Item 4 na página 157. SERTEK, P.; GUINDANI, R. A.; MARTINS, T. S. Administração e planejamento estratégico: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: IBPEX, 2007. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=153§ion=0#/edicao/5953>. Acesso em: 18 fev. 2019. Na matriz BCG, cada quadrante tem uma função diferente, com vistas a identificar a posição do produto no mercado. Segundo Periard (2019), os quadrantes são os seguintes, com seus significados: 13 a) Ponto de interrogação (também conhecido como “em questionamento” ou “criança-problemática”): Neste quadrante, estão posicionados os produtos pertencentes a um mercado com altas taxas de crescimento. Exige grandes investimentos e possui baixo retorno, com possibilidade de se tornar um “abacaxi” em pouco tempo. Porém, por estar em um mercado com alto crescimento, pode também se tornar uma “estrela”, desde que seja bem tratado pela empresa; b) Estrela: Neste quadrante, estão posicionados os produtos com alta participação de mercado, com altas taxas de crescimento. São líderes de mercado, exigindo grandes investimentos. Caso o crescimento do mercado seja reduzido, pode facilmente se tornar uma “vaca leiteira”. c) Vaca leiteira: Neste quadrante, estão posicionados os produtos com taxa de crescimento moderada em mercados já estabelecidos. Não demandam grandes investimentos, uma vez que o crescimento do mercado é baixo. Algumas empresas têm estes produtos como sua base, por terem os lucros e a geração de caixa são altos. É comum ver “estrelas” se transformando em “vacas leiteiras”. d) Abacaxi (também conhecido como “animal de estimação”, “cão” ou “vira-lata”): Neste quadrante estão posicionados os produtos com baixa participação em um mercado maduro, sem crescimento aparente. Estes produtos devem ser evitados ao máximo pela empresa, sendo possível até um descarte de tais produtos do portfólio da empresa, do ponto de vista financeiro (evitando os altos custos de recuperação) e estratégico. A proposta da matriz BCG é mostrar que a empresa deve ter um quadro equilibrado nos negócios, identificando quais produtos são mais rentáveis, quais precisam de investimento e quais devem ser retirados do mercado. O ideal é que a empresa tenha uma carteira equilibrada com produtos nos quadrantes ponto de interrogação, estrela e vaca leiteira; se possível, que não tenha nenhum produto abacaxi. TEMA 5 – BALANCED SCORECARD O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta de mensuração de desempenho da organização, pois para poder gerenciar é necessário controlar. Para começar a medir os desempenhos, é indispensável definir algumas questões básicas da organização, como já conversamos: • Missão, visão e valores; • Análise SWOT, com o diagnóstico interno e externo; • Pontos fortes e fracos; Em suma, antes de começar a medir algo, você precisa saber onde se encontra, aonde deseja ir e qual será o caminho. Para poder medir, é necessário se situar: conhecer seus pontos fortes e fracos, o ambiente externo com suas ameaças e oportunidades, e definir o que se pretende para o futuro. É importante decidir esses elementos antes de estabelecer a estratégia. 14 Veja a imagem a seguir, que representa o caminho para estabelecer o BSC e as áreas de atuação para controle de resultado. 15 Figura 4 – BSC Fonte: Martins et al. , 2014, p. 35. De modo que, para estabelecer o BSC, é necessário utilizar o conteúdo que estudamos no Tema 1 desta aula. Mas, qual é a função do BSC ? Trata-se de informar se a organziação está evoluindo, estacionada ou mesmo retrocedendo em relação aos objetivos estabelecidos. Saiba mais Acesse o livro e leia sobre BSC na página 212 e 213. SERTEK, P.; GUINDANI, R. A.; MARTINS, T. S. Administração e planejamento estratégico: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: IBPEX, 2007. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=listas-de- leitura&page=153§ion=0#/edicao/5953>. Acesso em: 18 fev. 2019. O BSC é baseado em quatro áreas de atuação: financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento. Dentro de cada uma dessas áreas, é necessário estabelecer as metas que se deseja alcançar, sempre com base na missão e na visão organizacional. Veja na figura a seguir que, para estabelecer o BSC em cada área de atuação, é necessário preencher um conjunto de objetivos, indicadores, metas e iniciativas, para que a organização tenha um melhor desempenho. 16 Figura 5 – Objetivos, indicadores, metas e iniciativas Fonte: Kaplan; Norton, 1997, p. 10. Veja que o BSC não tem como objetivo elaborar estratégias, mas sim comunicar a todos as estratégias organizacionais estabelecidas, através das quatro áreas organizacionais. 17 REFERÊNCIAS BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. CHIAVENATO,I. Teoria geral da administração: abordagens prescritivas e normativas. 7. ed. Barueri: Manole, 2014. KAPLAN, S. R.; NORTON P. D. A estratégia em ação: balanced scorecard. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. _____. A organização orientada para a estratégia. 16. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. _____. Mapas estratégicos: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MARTINS, T. S. et. al. Incrementando a estratégia: uma abordagem do balanced scorecard. Curitiba: Intersaberes, 2012. McCARTHY, E. J.; PERREAULT JR., W. D. Marketing essencial: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. MINTZBERG, H.; QUINN, J. B. O processo da estratégia. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. PERIARD, G. Matriz BCG: o que é e como funciona? Sobre Administração, 29 set. 2010. Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-e-como- funciona-a-matriz-bcg/>. Acesso em: 19 fev. 2019. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 12. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. QUER uma força para identificar oportunidades? Nós oferecemos cinco. RunRun.it, abr. 2017. Disponível em: <https://blog.runrun.it/5-forcas-de-porter/>. Acesso em: 20 fev. 2019. REBOUÇAS, D. P. Planejamento estratégico. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2007. WRIGHT, P.; KROLL, M.; PARNELL, L. Administração estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.
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