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ATIVIDADE DIREITO PENAL

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1) Abdala com então 18 anos, sonhando em obter uma moto, decidiu praticar um crime de roubo em um supermercado com o 
ânimo de subtrair o dinheiro do caixa. Contou a sua estratégia criminosa para seu melhor amigo, Bruno, mas este se negou a 
participar. Após a negativa do amigo, Abdala decidiu praticar o delito sozinho. 
Foi para o supermercado e quando restava apenas um cliente, fingiu estar portando arma de fogo e o ameaçou de morte, o que fez 
com ele saísse, já que a intenção de Abdala era apenas a de subtrair bens do estabelecimento. Abdala, em seguida, consegue acesso 
ao caixa, todavia, antes de desfalcar qualquer quantia, percebe que o único funcionário do supermercado que estava trabalhando no 
momento era pessoa com deficiência. Assim, desiste do seu empreendimento criminoso, antes mesmo de ter sua presença notada 
pelo funcionário. 
Ao sair do estabelecimento é surpreendido por policiais militares que o abordam e verificam que não havia nenhuma arma com 
Abdala e informam que o próprio Bruno informou à polícia da empreitada criminosa do amigo. 
Ao ser cientificado, o Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva, denunciando Abdala como 
incurso nas sanções penais do Art. 157, § 2º, inciso I, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
O Magistrado da 1ª Vara Criminal de Governador Valadares/MG, decidiu pela conversão da prisão e recebimento da denúncia, 
tendo o processo regular prosseguimento. O cliente que havia sido ameaçado jamais foi ouvido em juízo, já que não localizado e, 
na data dos fatos, demonstrou não ter interesse em ver Abdala responsabilizado. 
Em seu interrogatório, Abdala admite integralmente os fatos, ressaltando que se arrependeu do delito que pretendia praticar. 
Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem qualquer anotação e a Folha de Antecedentes 
Infracionais, ostentando uma representação pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de 
procedência da ação socioeducativa. O magistrado facultou prazo para as partes se manifestarem em alegações finais por 
memoriais. O MP requereu a condenação nos termos da denúncia. O advogado de Abdala, contudo, renunciou aos poderes, razão 
pela qual, de imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais. 
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de determinar a pena-base, reconheceu a 
existência de maus antecedentes em razão da representação julgada procedente em face de Abdala enquanto era inimputável, 
aumentando a pena em 06 meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase, aumentou a 
pena em 1/3, justificando ser desnecessária a apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do 
temor causado à vítima. Com a redução de 1/3 pela modalidade tentada, a pena final ficou acomodada em 4 (quatro) anos de 
reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente 
grave e que atemoriza os cidadãos de Governador Valadares todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência da 
decisão. A intimação da sentença ocorreu em 09/04/2018, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país. 
Responda: 
a) Qual a peça cabível no presente caso para se recorrer da sentença? Qual o fundamento? Qual o prazo máximo de interposição 
do recurso? 
b) Qual será o endereçamento? 
c) Agiu correto o magistrado em não reconhecer agravantes ou atenuantes? 
d) É possível o reconhecimento da desistência voluntária? 
e) Quais deverão ser as teses de defesa? 
f) Quais os pedidos? 
 
2) Em inquérito policial, Joaquim é indiciado pela prática de crime de estupro de vulnerável, na qual consta como vítima Maria, 
filha da grande amiga da Promotora de Justiça Daniela, que, inclusive, aconselhou a família sobre como agir diante do ocorrido. 
Segundo consta do inquérito, Joaquim encontrou Maria durante uma festa rave e, após conversa em que Maria afirmara que 
cursava a Faculdade de Direito, foram para um motel onde mantiveram relações sexuais, vindo Joaquim, posteriormente, a tomar 
conhecimento de que Joana tinha apenas 13 anos de idade. Recebido o inquérito concluído, Daniela oferece denúncia em face de 
Joaquim, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 217-A do Código Penal, ressaltando a jurisprudência do STF no 
sentido de que, para a configuração do delito, não se deve analisar o passado da vítima, bastando que a mesma seja menor de 14 
anos. Diante do que foi narrado, responda: 
A) Existe algum instituto a ser utilizado pela defesa técnica para impedir Daniela de participar do processo? Justifique. 
B) Qual a principal alegação defensiva de direito material a ser apresentada em busca da absolvição do denunciado? Justifique. 
 
3) Na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, Fernando iniciou a execução de determinada contravenção penal que 
visava gerar prejuízo a patrimônio de entidade autárquica federal, mas a infração penal não veio a se consumar por circunstâncias 
alheias à sua vontade. 
Ao tomar conhecimento dos fatos, o MP dá início a procedimento criminal perante juízo do Tribunal Regional Federal com 
competência para atuar no local dos fatos, imputando ao agente a prática da contravenção penal em sua modalidade tentada, 
oferecendo, desde já, proposta de transação penal. 
Fernando decide procurar um patrono, destacando que não tem interesse em aceitar transação penal, suspensão condicional do 
processo ou qualquer outro benefício despenalizador. 
Com base apenas nas informações narradas, responda: 
A) Considerando que a contravenção penal causaria prejuízo ao patrimônio de autarquia federal, o órgão perante o qual o 
procedimento criminal foi iniciado é competente para julgamento da infração penal imputada? Justifique. 
B) Qual argumento de direito material deverá ser apresentado para evitar a punição de Fernando? Justifique. 
 
4) Uma autoridade policial prolongou, sem autorização judicial, a execução de prisão temporária de um indiciado, o que levou a 
defesa deste a formular representação criminal por abuso de autoridade, mediante petição dirigida a autoridade superior. Nessa 
situação, a representação é condição de procedibilidade para aplicação das sanções penais correspondentes? Justifique.

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