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PCDF EM EXERCÍCIOS DIREITO PENAL Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TCE-RO Prova: CESPE - 2019 - TCE-RO - Procurador do Ministério Público de Contas Carlos, servidor público municipal, negou-se, após sua função ter sido alterada, a devolver um notebook do município que lhe fora cedido em razão de seu cargo para realização de serviços que não mais faria para a prefeitura. Na delegacia, Carlos informou falsamente à autoridade policial que o aparelho havia sido furtado por alguém desconhecido. Durante a investigação policial, verificou-se que o notebook era utilizado, na realidade, pela filha do servidor, para fins particulares. Considerando-se essa situação hipotética, a legislação penal vigente e o entendimento sumulado do STJ, é correto afirmar que Carlos responderá por •A peculato-furto e denunciação caluniosa. •B peculato-desvio e falsa comunicação de crime. •C peculato mediante erro de outrem e denunciação caluniosa. •D fraude processual e falsa comunicação de crime. •E favorecimento real e fraude processual. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tce-ro https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tce-ro-procurador-do-ministerio-publico-de-contas Peculato – CESPE COBRA CLASSIFCAÇÃO Existem várias espécies de peculato: a) peculato apropriação (art. 312, caput, 1ª parte, do Código Penal). b) peculato desvio (art. 312, caput, 2ª parte, do Código Penal). O peculato apropriação e o peculato desvio são espécies do peculato PRÓPRIO. c) peculato furto (art. 312, §1º, do Código Penal), tratando-se de espécie de peculato IMPRÓPRIO. d) peculato culposo (art. 312, §2º, do Código Penal). e) peculato estelionato (art. 313, do Código Penal). f) peculato eletrônico (art. 313, A e B do Código Penal). • Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio: • Pena- reclusão, de 2 (dois) anos a 12 (doze) anos, e multa. Peculato Apropriação ✓ Apropriar-se o funcionário público. O funcionário público inverte o animus da posse, agindo arbitrariamente como se dono fosse; ✓ De dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. Desse modo, não abrange serviço público. Não existe o crime na apropriação de mão de obra; ✓ De que tem a posse (para a maioria, está abrangida a mera detenção – posição do STJ). ✓ Em razão do cargo. Peculato Desvio No peculato desvio, o funcionário dá destinação diversa à coisa em benefício próprio ou de outrem, podendo o Peculato Furto §1º. Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade de que lhe proporciona a qualidade de funcionário público. No peculato furto, o funcionário embora não tenha a posse do dinheiro, valor ou bem, o agente subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. • O crime de denunciação caluniosa tem assento no art. 339 do Estatuto Repressivo: Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. Por sua vez, o delito de comunicação falsa de crime ou de contravenção está moldado no art. 340 do mesmo Códex: Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. JULGADO Reconheceu o STJ que o fato de não havido o indiciamento da vítima não consubstancia razão para desclassificação da conduta para o crime do art. 340 do CP, sendo despicienda, pois, a sua ocorrência com vistas à consumação do delito de denunciação caluniosa (CP, art. 339). PECULATO-DESVIO x PECULATO-FURTO Peculato-desvio: o agente já tem a posse do bem, em razão do cargo, e o desvia. Peculato-furto: o agente não tem a posse do bem, mas vale-se da facilidade proporcionada em razão do cargo para furtar. FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME x DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA Denunciação Caluniosa: imputa falso crime a pessoa determinada, que a sabe inocente. Falsa Comunicação de Crime: apenas comunica falso crime, sem pessoa determinada. • Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público • Com relação aos delitos tipificados na parte especial do Código Penal, julgue o item subsecutivo. • Segundo o STJ, a previsão legal do crime de desacato a funcionário público no exercício da função não viola o direito à liberdade de expressão e de pensamento previstos no Pacto de São José da Costa Rica. • Certo • Errado • Há quem sustente que as leis de desacato restringem indiretamente a liberdade de expressão (Chilling Effect) porque carregam consigo a ameaça do cárcere ou multas para aqueles que insultem ou ofendam um funcionário público, motivo pelo qual há muitos anos a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) vem decidindo que a criminalização do desacato contraria o art. 13 do Pacto de San José da Costa Rica. • Por isso, o STJ já chegou a reconhecer que “o art. 331 do CP, que prevê a figura típica do desacato, é incompatível com o art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica, do qual a República Federativa do Brasil é signatária”. REsp 1.640.084-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade, julgado em 15/12/2016, DJe 1/2/2017 (Info 596). • Posteriormente, o STJ, por intermédio de sua 3ª Seção, decidiu que: “Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal”. STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Rel. para acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607). • O STF, igualmente, entende que a figura penal do desacato não prejudica a liberdade de expressão, pois não impede o cidadão de se manifestar, “desde que o faça com civilidade e educação”. A responsabilização penal por desacato existe para inibir excessos e constitui uma salvaguarda para os agentes públicos, expostos a todo tipo de ofensa no exercício de suas funções. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Prova: CESPE - 2019 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Procurador Municipal Juan González, estrangeiro, enfermeiro, residente havia dois anos em Boa Vista – RR, apresentava-se como médico no Brasil e atendia pacientes gratuitamente em um posto de saúde da rede pública municipal, embora não fosse funcionário público. Seu verdadeiro objetivo com essa prática era retirar medicamentos do local e revendê-los para obter lucro. Em razão de denúncia anônima a respeito do desvio de medicamentos, Juan, portando caixas de remédios retiradas do local, foi abordado em seu automóvel por policiais logo após ter saído do posto e foi, então, conduzido à delegacia. Para que seu verdadeiro nome não fosse descoberto, Juan identificou- se à autoridade policial como Pedro Rodríguez, buscando, assim, evitar o cumprimento de mandado de prisão expedido por ter sido condenado pelo crime de moeda falsa no Brasil. Questionado sobre a propriedade do veículo no qual se encontrava no momento da abordagem, Juan informou tê-lo comprado de uma pessoa desconhecida, em Boa Vista. Durante a investigação policial, verificou-se que o veículo havia sido furtado por outra pessoa no Brasil e que a placa estava adulterada. Verificou-se, ainda, que a placa identificava um veículo registrado no país de origem deJuan e em seu nome, embora Juan tivesse alegado ter adquirido o veículo já com a referida placa. Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue. Juan não deverá responder pelo crime de peculato, apesar de ter se apropriado de medicamentos da rede pública de saúde. oCerto oErrado Nesse caso, Juan deverá responder pelo crime de usurpação de função pública na forma qualificada. Este crime exige que o particular pratique algum ato de ofício relativo à função usurpada. A conduta do particular que apenas se apresentar como funcionário público pode caracterizar a contravenção penal prevista no art. 45 da LCP: Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Art. 45. Fingir-se funcionário público (LCP): Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis. De acordo com Rogério Greco:" A vantagem mencionada pelo parágrafo pode ser de qualquer natureza (material ou moral). O importante é que o agente pratique o ato de ofício, usurpando função pública, movido por essa finalidade de obter vantagem". (GRECO, Rogério.Curso de direito penal parte especial vol.4. 2015). Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: CGE - CE Prova: CESPE - 2019 - CGE - CE - Auditor de Controle Interno - Área de Correição Com o objetivo de resguardar a probidade administrativa, os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência, além do normal funcionamento e do decoro da administração pública, o Código Penal tipifica condutas que, praticadas por servidor público, se consubstanciam em crimes contra a administração pública. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. A. Para fins penais, o conceito de administração pública tem sentido restrito: não alcança os servidores contratados por empresas privadas prestadoras de serviço tipicamente público. B. Representante de conselho fiscal que se apropriar indevidamente de valores que estejam em sua posse em razão do cargo que exerce terá praticado o crime de peculato. C. O sujeito ativo do crime de prevaricação pode ser um particular, desde que aja em concurso com servidor público, mesmo que aquele desconheça a condição funcional do coautor. D O ato de servidor público exigir para si vantagem indevida em razão de sua função pública configura o crime de corrupção passiva. E. A reparação do dano no caso de peculato culposo, mesmo que ocorra em momento posterior à prolação da sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade. A. Para fins penais, o conceito de administração pública tem sentido restrito: não alcança os servidores contratados por empresas privadas prestadoras de serviço tipicamente público. A Administração Pública para fins penais deve ser considerada de modo amplo. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. Assim, podemos perceber que o conceito de funcionário público utilizado pelo CP é bem diferente do conceito que se tem no Direito Administrativo. Aqui, o conceito abrange, ainda, os empregados públicos, estagiários, mesários da Justiça Eleitoral, Jurados, etc. Representante de conselho fiscal é considerado funcionário público para os fins penais. O peculato-apropriação e o peculato-desvio são faces do crime de peculato comum, estabelecido no art. 312 do CP: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. C. O sujeito ativo do crime de prevaricação pode ser um particular, desde que aja em concurso com servidor público, mesmo que aquele desconheça a condição funcional do coautor. O crime de prevaricação é um crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público. É plenamente possível o concurso de pessoas, desde que este particular tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente. • Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Qual a diferença entre a corrupção passiva privilegiada e crime de prevaricação? Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de oficio, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Na corrupção passiva, o funcionário cede diante de um pedido ou influência de outrem. Não visa interesse ou satisfação pessoal - o funcionário não quer vantagem pessoal, trata-se de favor administrativo. Por outro lado, na prevaricação, o funcionário que age sem influência ou pedido de outrem, buscando satisfazer interesse ou sentimento pessoal. D. O ato de servidor público exigir para si vantagem indevida em razão de sua função pública configura o crime de corrupção passiva. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. A conduta é a de exigir vantagem indevida. Vejam que o agente não pode, simplesmente, pedir ou solicitar vantagem indevida. Se o agente apenas solicita, recebe ou apenas aceita promessa de vantagem, teremos corrupção passiva. Momento do Flagrante O momento consumativo do delito é o da exigência, sendo este o marco para fins de caracterização do flagrante. A apreensão do indivíduo no momento do recebimento da quantia caracteriza flagrante ilegal, pois esvaziado o estado de flagrância. (STF HC 72168). E. A reparação do dano no caso de peculato culposo, mesmo que ocorra em momento posterior à prolação da sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade. O CP estabelece, ainda, que no caso do crime culposo, se o agente reparar o dano antes de proferida a sentença irrecorrível (ou seja, antes do trânsito em julgado), estará extinta a punibilidade. Caso o agente repare o dano após o trânsito em julgado, a pena será reduzida pela metade. Nos termos do art. 312, § 3°: § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: CGE - CE Prova: CESPE - 2019 - CGE - CE - Auditor de Controle Interno - Área de Correição Milton, valendo-se de sua condição de servidor público e cedendo a pedido de amigo íntimo, deixou de cumprir seu dever funcional ao não ter promovido ação para apurar infração de determinada empresa vinculada à administração pública. Nessa situação hipotética, apurada a conduta de Milton, ele deverá responder pelo crime de A. advocacia administrativa qualificada. B. corrupção passiva privilegiada. C. corrupção ativa. D. concussão. E. condescendência criminosa. •► CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA – CEDE A PEDIDO OU INFLUENCIA DE OUTREM •► PREVARICAÇÃO – RETARDAR OU DEIXAR DE PRATICAR C/ INTERESSE PESSOAL •►CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – DEIXAR SUBORDINADO PRATICAR INFRAÇÃO SEM PUNIR OU COMUNICAR AUTORIDADE QUE O FAÇA PCDF EM EXERCÍCIO DIREITO PROCESSUAL PENAL Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: CESPE - 2019 - TJ-AM - AnalistaJudiciário - Direito Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a participação de Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária. A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte. Recebida a denúncia, não será mais cabível prisão temporária para Lúcio e Carlos. •Certo •Errado https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-am https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-am-analista-judiciario-direito PRISÃO TEMPORÁRIA CONCEITO A temporária é a prisão de natureza cautelar, com prazo preestabelecido de duração, cabível exclusivamente na fase do inquérito policial, objetivando o encarceramento em razão das infrações seletamente indicadas na legislação. DECRETAÇÃO A prisão temporária está adstrita à cláusula de reserva jurisdicional, e, em face do disposto no art. 2º da Lei nº 7.960/1989, somente pode ser decretada pela autoridade judiciária, mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público. A temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, pressupondo provocação. • CABIMENTO • É essencial a presença do fumus comissi delicti e do periculum libertatis para que a medida seja decretada. O art. 1º da Lei nº 7.960/1989 trata da matéria, admitindo a temporária nas seguintes hipóteses: – (inc. I) quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; – (inc. II) quando o Indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos ao esclarecimento de sua identidade; – (inc. III) quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: • os crimes hediondos e assemelhados, quais sejam, tráfico, tortura e terrorismo, mesmo os não contemplados no rol do art. 1º da Lei n.º 7.960/1989, por força do § 4º do art. 2º da Lei n.º 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos), são suscetíveis de prisão temporária. PRAZOS – Regra geral: 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias em caso de comprovada e extrema necessidade; – Crimes hediondos e assemelhados, quais sejam, tráfico, terrorismo e tortura(parágrafo 4º, art. 2º, Lei nº 8.072/1990): o prazo da prisão temporária é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em caso de comprovada e extrema necessidade. A prorrogação pressupõe requerimento fundamentado, cabendo ao magistrado deliberar quanto a sua admissibilidade. MOMENTO Conforme o STJ, a prisão temporária não pode ser mantida após o recebimento da denúncia pelo juiz. HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. INQUÉRITO POLICIAL. ART. 12 DA LEI 6.368/76. PRISÃO TEMPORÁRIA. OFERECIMENTO DE DENÚNCIA. INSUBSISTÊNCIA DO DECRETO. 1. Uma vez oferecida a denúncia não mais subsiste o decreto de prisão temporária, que visa resguardar, tão somente, a integridade das investigações. 2. Ordem concedida para revogar a prisão temporária decretada nos autos do processo n.º 274/2006, em trâmite na Vara Única da Comarca de Ipauçu/SP.(STJ - HC: 78437 SP 2007/0050077-9, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 28/06/2007, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 13/08/2007 p. 401) Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: CESPE - 2019 - TJ-AM - Assistente Judiciário Acerca de prisão, medidas cautelares e liberdade provisória, julgue o item subsecutivo. É vedada a concessão de liberdade provisória a autor de crime inafiançável. •Certo •Errado https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-am https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-am-assistente-judiciario • Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: [...] • III - conceder liberdade provisória, COM ou SEM fiança. • • A impossibilidade de pagar fiança em determinado caso não impede a concessão de liberdade provisória, pois são institutos diferentes. • Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: CNJ Prova: Analista Judiciário • O agente preso em flagrante de crime inafiançável terá direito a concessão de liberdade provisória sem fiança, se não estiverem caracterizados os motivos para decretação de prisão cautelar, em estrita observância do princípio da inocência.(C) • _____ • Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Federal • No que diz respeito à prisão e à liberdade provisória, a CF elegeu alguns delitos como inafiançáveis. Quanto a algumas infrações penais, declarou, de forma expressa, a inafiançabilidade e, quanto a outras, subordinou a vedação da fiança aos termos da lei ordinária. Os tribunais superiores sedimentaram o entendimento de possibilidade da liberdade provisória, nos termos estabelecidos pelo CPP, mesmo para o caso de inafiançabilidade proclamada expressamente pela Lei Fundamental.(C) Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: CESPE - 2019 - TJ-AM - Assistente Judiciário Acerca de prisão, medidas cautelares e liberdade provisória, julgue o item subsecutivo. A prisão em flagrante do autor de crime de ação penal pública condicionada à representação substitui a necessidade de manifestação do ofendido para instauração de inquérito policial. •Certo •Errado https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-am https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-am-assistente-judiciario ESPÉCIES DE FLAGRANTES • Flagrante próprio (art. 302, I e II, CPP): o agente é surpreendido cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-la. A prisão deve ocorrer de imediato, sem o decurso de qualquer intervalo de tempo. • Flagrante impróprio (art. 302, III, CPP): o agente é perseguido, logo após a infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato. Não existe um limite temporal para o encerramento da perseguição • Flagrante presumido (art. 302, IV, CPP): o agente é preso, logo depois de cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que presumam ser ele o autor da infração. Note que esta espécie não exige perseguição. • Flagrante compulsório ou obrigatório (art. 301, in fine, CPP): as polícias civil, militar, rodoviária, ferroviária e o corpo de bombeiros militar, desde que em serviço, têm o dever de efetuar a prisão em flagrante, sempre que a hipótese se apresente. • Flagrante facultativo (art. 301 CPP): é a faculdade legal que autoriza qualquer do povo a efetuar ou não a prisão em flagrante. • Flagrante esperado: a atividade da autoridade policial antecede o início da execução delitiva. A polícia antecipa-se ao criminoso, e, tendo ciência de que a infração ocorrerá, sai na frente, fazendo campana (tocaia), e realizando a prisão quando os atos executórios são deflagrados. Nada impede que o flagrante esperado seja realizado por particular. • Flagrante preparado ou provocado: o agente é induzido ou instigado a cometer o delito, e, neste momento, acaba sendo preso em flagrante. Ressalte-se, no entanto a Súmula nº 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. • Flagrante prorrogado: a autoridade policial tem a faculdade de aguardar, do ponto de vista da investigação criminal, o momento mais adequado para realizar a prisão, ainda que sua atitude implique na postergação da intervenção. • Flagrante forjado: é aquele armado, fabricado, realizado para incriminar pessoa inocente. É uma modalidade ilícita de flagrante, onde o único infrator é o agente forjador, que pratica o crime de denunciação caluniosa, e sendo agente público, também abuso de autoridade. • Flagrante por apresentação: quem se entrega à polícia não se enquadra em nenhuma das hipóteses legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será autuado. FLAGRANTE NAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CRIME • CRIME PERMANENTE • Para Cezar Roberto Bitencourt, permanente é o crime cuja consumação se alonga no tempo, dependenteda atividade do agente, que poderá cessar quando este quiser. Enquanto não cessar a permanência, a prisão em flagrante poderá ser realizada a qualquer tempo, mesmo que para tanto seja necessário o ingresso domiciliar. • Prisão em Flagrante nos Crimes Habituais Crimes habituais são crimes que demandam para sua consumação a prática reiterada da conduta. Assim, se praticada aquela conduta de maneira isolada e esporádica, o crime não estaria consumado. Um ato isolado não é capaz de tipificar o delito. Exemplo: Exercício irregular da medicina. • • Prisão em flagrante no Crime Continuado • Crime continuado chamado pela doutrina de Flagrante Fracionado. O crime continuado tem previsão no art. 71 do Código Penal, e trata-se de uma ficção, é tratada pelo Ordenamento como se fosse um crime único. • Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. • Flagrante fracionado é aquele que incide sobre uma fração das condutas que constituem o crime continuado. O flagrante irá incidir somente sobre aquele ato isolado. Para cada ação criminosa seria cabível o flagrante. • CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA E PÚBLICA CONDICIONADA Nesses casos, para a lavratura do auto de prisão em flagrante, deverá haver a manifestação de vontade do respectivo legitimado. Se a vítima não puder imediatamente ir à delegacia para se manifestar, por ter sido conduzida ao hospital ou por qualquer motivo relevante, poderá fazê- lo no prazo de entrega da nota de culpa. Caso a vítima não emita autorização, deve a autoridade policial liberar o ofensor, sem nenhuma formalidade, documentando o ocorrido em boletim de ocorrência, para efeitos de praxe.
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