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aconselhamento Pastoral

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13
INSTITUTO HUMANIZA
Fátima Cristina Nascimento dos Santos
ACONSELHAMENTO PASTORAL
Rio de Janeiro
2018
Fátima Cristina Nascimento dos Santos
ACONSELHAMENTO PASTORAL
Trabalho de Aconselhamento apresentado a Escola de Ciência da Educação Teológica – Instituto Humaniza como requisito para avaliação do professor
Rio de Janeiro
2018
RESUMO
O aconselhamento pastoral tem por objetivo trabalhar com os membros da igreja em diversos setores da sua vida. Entende-se que o fator principal é o espiritual, porém, o ser humano necessita de ser aconselhado em outras partes da vida que se encontra em desequilíbrio ou até mesmo em declínio. Note-se que essas outras partes seculares dos indivíduos afetam consubstancialmente na vida espiritual do crente. O objetivo da implantação do aconselhamento pastoral é equipar a igreja com mais um ministério eclesiástico que funciona na maioria das igrejas. Ajudar e acompanhar os membros da igreja no que diz respeito a sua vida espiritual e também secular. Muitos sofrem perdas, e precisam ser acompanhados aconselhados, outros passam por momentos de decisões difíceis, como separação, divórcio, casamento, gravidez na adolescência, sexo antes do casamento. A proposta do pastor é trazer para a igreja a construção de um espaço físico para melhor desenvolver o aconselhamento para o crescimento dos irmãos.
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO	5
2- DESENVOLVIMENTO	6
3- CONCLUSÃO	14
4- REFERÊNCIAS	15
1-INTRODUÇÃO
 	O ato de aconselhar deve sempre ser baseado nos preceitos bíblicos, procurando identificar na Bíblia a resposta para os questionamentos que incomodam a pessoa. Dessa forma, o indivíduo vai, aos poucos, aprendendo a relacionar sua vida pessoal com as situações relatadas na Bíblia.
            Entretanto, não basta que o conselheiro tenha total domínio das escrituras sagradas para exercer a função de conselheiro, é preciso que ele seja uma pessoa atualizada quanto aos problemas gerais que assolam a sociedade onde está inserido, pois, seguramente, chegarão para ele situações relacionadas à dificuldades na área de trabalho, de uso correto de suas finanças e até mesmo, dúvidas sobre acontecimentos mundiais.
            Na verdade, o conselheiro deve ser uma pessoa dotada de muito bom senso, muita paciência e grande conhecimento sobre o mundo de uma forma geral e, obviamente, um profundo conhecedor dos ensinamentos da Bíblia.
            Em resumo, o aconselhamento pastoral de uma foi geral e sucinta pode ser definido como um processo de orientação espiritual e psicológico que ocorre entre dois ou mais indivíduos, no qual um deles, o conselheiro, por sua posição e capacidade, procurar aplicar conhecimentos e intervenções com a intenção de compreender, orientar, influenciar e modificar a função mental e o comportamento do outro (aconselhado). Quanto maior for a confiança que o conselheiro transmite ao aconselhado, maior será o poder de ajudar. É fundamental que o conselheiro tenha a humildade de declarar não ter condições de ajudar em uma ou outra situação que lhe seja desconhecida, como por exemplo, um aconselhamento financeiro em que exija conhecimentos prévios de mercado financeiro ou algo similar. Nestas situações, o conselheiro deve orientar o indivíduo e até acompanhá-lo na busca de outro conselheiro que tenha conhecimentos sobre o que o aconselhado está precisando.
O conselheiro tem consciência que as pressões psicológicas são as vertentes distintas, podendo afetar várias dimensões, tanto na área psicológica como física e espiritual. Logo na primeira conversa o conselheiro deve começar o processo de identificação das causas e origens dos problemas que estão angustiando a pessoa. Somente a partir daí é que poderá começar o processo de interação com a pessoa que solicita sua ajuda.
2- DESENVOLVIMENTO
O termo “aconselhamento pastoral”, que atualmente já é bastante usado pelas igrejas protestantes brasileiras, é a tradução de Pastoral Counseling, expressão usada nos Estados Unidos da América a partir do século XX. Além de aconselhamento pastoral, outros termos como poimênica, clínica pastoral, que é o acompanhamento pastoral em hospitais, e psicologia pastoral, que interpreta a pastoral numa perspectiva psicológica, tem sido usados quando se refere à relação de ajuda na área da saúde no contexto da Igreja. (Schneider-Harpprecht, 1998)
A definição de aconselhamento pastoral também tem sido diversificada. Conforme a definição de Clinebell (1976), “aconselhamento pastoral é uma dimensão da “poimênica” que utiliza uma variedade de métodos terapêuticos e espirituais de cura para ajudar as pessoas a lidar com suas crises, conflitos e problemas numa forma que conduz ao crescimento e a experimentar a cura do seu estado de fraqueza, abatimento, sem energia. Para o autor, o aconselhamento pastoral tem uma função reparadora quando o crescimento das pessoas é prejudicado ou bloqueado devido a crises.” (Clinebell, 1976, p.25).
Poimênica e aconselhamento pastoral, num primeiro momento podem ser entendidos como atividades relativas ao “pastor”, “pastoril”, “próprio dos pastores espirituais”, como define o dicionário.42 A poimênica, porém, não se limita apenas à função do/a pastor/a, como ministro/a ordenado/a, não pressupõe uma visão meramente espiritual do ser humano e nem tem exclusivamente a comunidade eclesial como sua destinatária.
O aconselhamento pastoral procura ajudar as pessoas a desfrutar um relacionamento aberto e crescente com Deus, capacitando-as a viver de uma forma promotora de crescimento em meio às perdas, aos conflitos e às tragédias da vida no mundo. Ele procura ajudá-las a tornarem-se conscientes do empolgante fato de que foram criadas para serem parceiras ativas – co-criadoras – do Espírito do universo na transformação do mundo. O aconselhamento pastoral procura ajudar as pessoas a renovar seu sentimento de confiança básica estando em contato com o Espírito de amor presente neste momento, a encontrar cura para os aspectos de seu quebrantamento que só podem ser curados no relacionamento com essa realidade. O aconselhamento pastoral visa ajudar as pessoas a achar a sua vocação (sua causa), na qual possam investir suas vidas com propósito, compromisso e alegria.
ACONSELHAR NÃO É: Dizer o óbvio; Tagarelar algum conselho ou suprir alguma curiosidade intelectual; Influenciar atitudes, crenças ou comportamentos através da persuasão, ameaça ou constrangimento; Dizer o que a pessoa deve ou não fazer; Controle mental ou emocional. “Aconselhamento é levar o homem a descobrir, entender e aceitar a verdade de sua vida, comparando-a com o plano e o propósito de Deus para ele”.
Jesus Cristo certamente é o melhor exemplo de um “excelente conselheiro”, além de ensinar sobre salvação, arrependimento, oração, fé, anjos e demônios, também ensinou sobre questões como casamento, relação entre pais e filhos, obediência, liberdade social, sexo, ansiedade, medo, solidão, dúvida, orgulho e desânimo. Quando Jesus tratava com as pessoas, ele ouvia suas perguntas e tratava de ensiná-las a agir de maneira diferente, ele as orientava muitas vezes fazendo-as a refletirem e a resolverem os seus problemas. A igreja foi estabelecida para fazer as mesmas obras de Cristo. Como corpo de Cristo na terra, temos a responsabilidade de atender as pessoas e suas necessidades da mesma forma, ensinando a viverem de maneira agradável a Deus. Os problemas que levavam muitas pessoas a procurarem a Cristo no seu tempo, são os mesmos que estão levando as pessoas a procurar a igreja. Por isso devemos ter gente preparada para atender e ajudar essas pessoas a encontrarem a cura que necessitam.
O ESPÍRITO SANTO E O ACONSELHAMENTO 
O aconselhamento pertence ao Ministério do Espírito Santo, não se pode aconselhar sem o Espírito Santo, ele é o “parakleto Divino”, que entre outras coisas significa: “Conselheiro”. Só o Espírito Santo pode mudar verdadeiramente a personalidade do homem. Através da santificação,da palavra, dos dons e do fruto do Espírito, ele transforma as pessoas. O Espírito Santo deve dirigir o aconselhamento João 4 – A mulher Samaritana A habilidade de aconselhar vem do estudo, mas a sabedoria do Espírito Santo. O conselheiro deve ser alguém cheio do Espírito Santo, mas o Espírito vai operar através de uma pessoa preparada para aconselhar. O Espírito Santo agirá através da Palavra “O Espírito Santo requer que os conselheiros usem a Palavra” (Jay Adams). Ela contém respostas para todo tipo de crise. Estas são duas presenças fundamentais para o aconselhamento. 
FASES PARA UM BOM ACONSELHAMENTO 
1. Amor - Deus implantou amor em todo homem, o pecado torna o homem egoísta e orgulhoso. 2. Responsabilidade O conselheiro deve estabelecer uma relação de responsabilidade para com o aconselhado. Atendê-lo, chorar com ele, orar com ele e visitá-lo. 3. Autoridade A base para um aconselhamento espiritual. 
O PROBLEMA FUNDAMENTAL DO HOMEM 
O homem foi criado com autoridade e governo (Gn 1:28), aspectos da imagem de Deus. O pecado produziu uma inversão no governo do homem sobre a terra, a terra começou a se opor com resistência, produzindo espinhos. O ambiente e as situações criadas por ele começaram a agredir o próprio homem, o pecado tornou-se uma característica do mundo caído e pervertido. O cristão é chamado para sujeitar seu ambiente, dominar sobre ele refletindo a imagem e a autoridade de Deus. Quando uma pessoa nos procura é porque tem problemas em seu meio ambiente. 
Quatro formas de enfrentar os problemas: 1. “Não importa, eu vou evitar, vou passar de lado!” “Deixa assim como está, Deus vai resolver!”; 2. “Não era isso mesmo o que eu queria, vou tomar outro caminho e fazer outra coisa!” 3. “Não dá para resolver, é impossível!”, “Não há esperança, eu desisto!”; 4. “Isso pode ser resolvido, Cristo está comigo, vou enfrentar o problema e tirá-lo do meu caminho!”. 
As três primeiras atitudes deixam o problema intacto, a última trata com o problema, subjuga o problema. No aconselhamento, a pessoa deve ser levada a enfrentar o problema e não a se adaptar a ele, aceitando-o. Problemas sem solução, não tratados, crescem com o tempo, provocando mais dor e mais prejuízo.
Aconselhamento Diretivo e Não-Diretivo Conforme o dicionário, o aconselhamento pode ser diferenciado entre “aconselhamento diretivo” e “não diretivo”. Na forma diretiva, o aconselhamento está “baseado em amplo e completo diagnóstico do caso, no estudo de várias soluções ou caminhos apresentados ao orientando, e com ele francamente discutidos”; a forma não-diretiva, no entanto, está baseada no aconselhamento que “permite ao orientando expressar livremente seus anseios, preocupações, tensões emocionais, e bem assim os seus planos positivos de escolha”. Na forma não diretiva o/a orientador/a valoriza a personalidade do/a orientando/a e limita-se a fazer com que este/a adote a solução que lhe pareça melhor.
A partir da década de 1930, inicialmente nos Estados Unidos e Europa e posteriormente na América Latina, também as igrejas foram aderindo especialmente ao aconselhamento não diretivo. A consciência por parte das igrejas de que no setor de saúde, tanto psicólogos/as quanto religiosos/as necessitam do conhecimento interdisciplinar foi crescendo, a ponto de criarem “centros de formação clínica para obreiros da Igreja” e posteriormente incluírem disciplinas de aconselhamento e clínica pastoral no currículo da formação teológica, como se sucedeu, por exemplo, com a Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
Dentre essas diversas formas de aconselhamento, podem-se diferenciar os aconselhamentos psicológicos do aconselhamento pastoral, na perspectiva do tipo de problema e a qualificação dos conselheiros. Elucidando, pode-se dizer que o aconselhamento psicológico tem suas premissas apoiadas nas dificuldades de ordem psíquica e psicossocial dos indivíduos, e que seus profissionais apresentam uma formação psicoterapêutica específica, ao passo, que o aconselhamento pastoral, traz um enfoque nas dificuldades e conflitos vivenciados pelas pessoas, porém, sob o ponto de vista religioso e espiritual, onde seus conselheiros apresentam uma formação específica em aconselhamento pastoral.
A relação entre a psicologia e a teologia tem passado por etapas as mais diversas através dos séculos. Nas sociedades primitivas, a cura, não importa se psíquica ou física, era uma função eminentemente e exclusivamente religiosa. Isso porque se entendia a doença como sendo oriunda da ação de poderes sobrenaturais. Assim sendo, cabia ao sacerdote ou ao xamã, o representante da divindade que tinha acesso aos seus mistérios e poderes sobrenaturais, a função de conduzir o ritual adequado para conseguir a benevolência da divindade no sentido de direcionar seus poderes de cura para a pessoa doente. Além disso, ele possuía o conhecimento das forças da divindade existentes na natureza de modo a poder indicar o tipo de plantas ou mesmo animais que podiam ser empregados na cura.
Com o advento do pensamento científico e da descoberta das causas biológicas e naturais da doença, também a cura tende a ser desvinculada da influência de poderes sobrenaturais, e, por conseguinte da esfera de ação do sacerdote. As doenças físicas e psíquicas passam de forma crescente, a ser da competência secular do médico. Ao sacerdote fica reservada a tarefa de ministrar à “alma ” , considerada como uma esfera científica e temporal do ser humano.
Como uma disciplina científica, a psicologia se propõe a pesquisar a natureza psíquica da pessoa humana e a encontrar métodos terapêuticos adequados para fazer frente a distúrbios constatados. Para isso ela se vale: — da experiência resultante de estudos comparativos de casos; — da introspecção que tanto o paciente, com o psicoterapeuta fazem para confrontar-se com os seus próprios mecanismos e condicionamentos psicológicos; — da observação sistemática de pacientes e de suas reações em diferentes circunstâncias de vida; — da análise e avaliação de dados biográficos, com maior ou menor ênfase nas experiências da infância; — do estudo de expressões e símbolos que a própria vida psíquica da pessoa fornece tais com os sonhos e outras manifestações (p. ex. associações); — de experimentos e testes feitos com pessoas e animais que possibilitam estabelecer padrões de com portam entoou a elaboração de um diagnóstico.
Como se pode observar, a psicologia se ocupa com a pessoa humana na sua relação consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. Ela não considera com o sendo responsabilidade sua ocupar se com o relacionamento da pessoa com Deus. Quem espera isso da psicologia, está sobrecarregando-a com uma tarefa que ela mesma não pretende considerar como sendo de sua competência. A psicologia é, por definição, uma disciplina antropocêntrica. A teologia, por sua vez, e, por extensão, também a pastoral de aconselhamento, é de caráter teocêntrico. Isso significa que certas perguntas fundamentais para as quais a psicologia não pretende dar respostas, precisam ser respondidas pela teologia. Pode ser, no entanto, que o aconselhamento pastoral, para ser coerente com o seu teocentrismo, precise se tornar antropocêntrico para melhor cumprir sua tarefa de entender a pessoa humana. O aconselhamento pastoral não precisa ter receio de se tornar herético quando coloca a pessoa humana no centro de suas preocupações. Também Deus se fez homem para resgatar a pessoa humana em toda a profundeza da sua humanidade. Só que, ao contrário da psicologia, a teologia e o aconselhamento pastoral não se limitam à dimensão antropológica da pessoa. O antropocentrismo é apenas provisório e instrumental. O objetivo último do aconselhamento é a relação da pessoa com Deus.
Na medida, porém, em que esta relação da pessoa com Deus se media e se concretiza no relacionamento com as demais pessoas, com a sociedade, com a natureza e consigo mesmo, o cristão, até por uma questão de obediência a Deus e na preocupação pela vivência concreta da sua fé, precisa se inteirar da situaçãona qual vive o seu interlocutor, inclusive da sua situação psicológica. O conhecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões é indispensável para o trabalho com as dificuldades e com o sofrimento humano. Áreas, nas quais a psicologia pode ser uma parceira de ajuda ao aconselhamento pastoral: a) Cada pessoa tem necessidades e motivações de ordem física, emocional, social e espiritual que tem origens profundas e que frequentem ente são desconhecidas pela própria pessoa. Os problemas e as angústias que daí resulta bem com o as soluções mais adequadas só poderão ser encontradas se a raiz mais profunda é descoberta ou, pelo menos, vislumbrada. A psicologia pode ajudar tanto ao pastor como ao pastorando a aprofundar a problemática, ou seja, a colocar o descoberto a real natureza do problema. Isto previne o aconselhamento pastoral de ser superficial na busca por soluções. Isso naturalmente exige muita cautela por parte do pastor. Ele não deve exceder os limites da sua competência e penetrar mais a fundo do que ele posteriormente tem condições de trabalhar. b) Como todo ser humano, também o agente pastoral tem os seus receios, suas limitações e até mesmo suas angústias. De alguns destes aspectos ele tem consciência. De outros não. No trato poimênico com pessoas, essas contingências pessoais podem ser tangidas e virem à tona e prejudicar sensivelmente a sua capacidade empática e ameaçarem o seu desempenho pastoral. Em casos extremos o conselheiro poderá se confrontar com uma incapacidade total de lidar com o seu próprio problema e, por conseguinte, com o problema do outro. A psicologia pastoral é uma ajuda para o agente no sentido dele se dar conta das suas próprias limitações pessoais e de tentar resolvê-las. Por outro lado, ele também precisa ter consciência das suas potencialidades e das suas habilidades, para melhor poder colocá-las a serviço do seu interlocutor. Em resumo: a psicologia, em especial a psicologia pastoral, pode contribuir para aprofundar o autoconhecimento pessoal do conselheiro e assim melhorar o seu desempenho pastoral. c) Conhecimentos de psicologia podem ajudar o agente pastoral a identificar o tipo de relacionamento que se estabelece entre ele e o seu interlocutor. A poimênica é uma atividade que acontece no âmbito da Igreja, mas que escapa da suas instâncias de controle. A conversação poimênico- pastoral é de caráter sigiloso e transcorre em nível da intimidade pessoal, sendo o seu conteúdo tão imprevisível e diversificado quanto o é a própria vida humana. Isto representa uma oportunidade, mas se constitui igualmente num perigo para a poimênica. Eis que ela dá oportunidade a que se desenvolvam relacionamentos os mais diversos entre os interlocutores que precisam ser identificados pelo conselheiro pastoral. Onde isto não acontece, os parceiros da poimênica podem, sem o desejarem conscientemente, se envolver em formas de relacionamento indesejáveis e prejudiciais à finalidade a que se propõem. A psicologia pastoral pode ajudar o agente pastoral a identificar já no início tais fenômenos e, com a devida habilidade e respeito, até mesmo convertê-los em um instrumento de conscientização das necessidades e desejos do seu interlocutor. d) Como já dissemos acima, toda pessoa no trato com seus semelhantes faz uso da psicologia e de mecanismos de persuasão dos quais nem sempre tem consciência. Isso vale também para o agente pastoral ao lidar com dificuldades de outra pessoa. Assim sendo, e já que é inevitável o em prego da psicologia, é preferível que isso seja feito de forma consciente e responsável. Até porque em não sendo uma atitude consciente e planejada, existe o perigo do agente se tornar vítima dos seus mecanismos inconscientes, como por exemplo, o desejo de exercer autoridade e poder sobre o seu interlocutor ou a necessidade de ter pessoas que dependam dele. A própria responsabilidade poimênica requer que o conselheiro pastoral tenha consciência, tão aproximada quanto possível, do que está fazendo e de que forma está em pregando a psicologia. A psicologia pastoral serve para a elucidação desse fato. e) A psicologia ajuda o conselheiro pastoral a melhorar a sua capacidade de detectar, identificar ou, em alguns casos, até diagnosticar problemas no seu parceiro de diálogo. A falta de conhecimentos básicos de psicologia pode fazer com que certos problemas psicológicos que costumam ocorrer no seio de uma com unidade deixem de ser identificados e por isso mesmo subestimado e que depois acabem se transformando em dramas pessoais e familiares. Quantos problemas de violência na família são confundidos como sendo causados por desemprego ou por desajuste matrimonial, porém, se olhados mais a fundo, se revelam como sendo fruto de um desequilíbrio psicológico ou emocional. Quantos suicídios por causas ignoradas têm a sua origem num a depressão que ninguém, nem mesmo o pastor, soube identificar. Em casos extremos, mas nem tão raros assim, encontram os obreiros nossos, na mais sincera e ingênua intenção de fé e testem unho cristão preocupado em expelir demônios de pessoas, que, na verdade, estão acometidas de histeria ou de outras formas de doenças psicológicas. A psicologia pastoral pretende ser um instrumento que aguça a nossa percepção para a realidade antropológica do fazer teológico e do nosso trabalho poimênico.
Poimênica não é um acontecimento vertical, no qual um dos atores, o pastor, está num a posição fora do tempo e do espaço, com o uma personificação do próprio Deus capaz de transmitir a Palavra de forma direta para um ser humano em situação de prostração e escuta passiva. Poimênica é um acontecimento inter-humano e histórico, desempenhado por personagens que têm sua trajetória pessoal marcada por uma série de acontecimento que passaram a fazer parte constituinte do seu ser. Poimênica e aconselhamento pastoral, num primeiro momento podem ser entendidos como atividades relativas ao “pastor”, “pastoril”, “próprio dos pastores espirituais”, como define o dicionário. A poimênica, porém, não se limita apenas à função do/a pastor/a, como ministro/a ordenado/a, não pressupõe uma visão meramente espiritual do ser humano e nem tem exclusivamente a comunidade eclesial como sua destinatária.
E através dessa sua constituição pessoal o cristão media a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo, que o incumbiu e capacitou para o desempenho desta tarefa. Não existe o ser cristão e o ser poimênico fora do ser pessoa, pois o ser cristão só é possível com o um ser histórico. Isto significa que a pessoa humana não consegue transmitir e nem tampouco captar a palavra de Deus senão num embrulho de condicionamentos humanos. E dentre estes condicionamentos se inclui também a psique humana. A psique é um aspecto da realidade de cada pessoa, talvez, um dos mais difíceis ao qual tem acesso. E na medida em que a psicologia contribui para que esta realidade do ser humana se torne mais transparente e revele suas profundezas e suas faces ocultas, a teologia e a poimênica podem valer-se dela. A poimênica o fará com o intuito de melhor fazer incidir o Evangelho sobre as esferas mais escuras do nosso ser, para que o senhorio de Cristo também ali se manifeste.
O aconselhamento precisa estar atrelado ao contexto e à cultura, o que não significa que deva adotar seus valores e padrões e, sim, estar atento às demandas que se levantam em cada época e aos temores que se apresentam.
3- CONCLUSÃO
A pós-modernidade traz novos valores e novos modos de se perceber a vida. Termos como velocidade, individualismo, relativismo, consumismo assumem proeminência e orientam os relacionamentos afetivos, a religiosidade, os pensamentos e, até, o aconselhamento. O aconselhamento pastoral se alicerça nas Escrituras e tem como elementos base a pessoa do conselheiro, a Bíblia e a orientação do Espírito Santo, sem o qual este não se processa. Percebe-se que a pós-modernidade apresenta desafios ao aconselhamento. Demanda-se do conselheiro um atendimento mais rápido, relevante e ao mesmo tempo profundo. Os movimentos de cura interiorse levantam como uma possibilidade de exercício da arte da escuta; no entanto, mostram-se pouco efetivos, porque despreza o cuidado, palavra cara ao aconselhamento pastoral. Cabe à Igreja manter elementos da tradição e das disciplinas espirituais e atentar para dilemas que se apresentam nas igrejas locais. Vemos, porém, sobre o aconselhamento pastoral, que este é um ministério de ajuda às pessoas por meio de conversas e outras formas de comunicação, voltado também às questões espirituais, tendo é claro relação e usando instrumentos da psicologia. Ele evidencia um problema de cada vez, onde o aconselhando é levado a dominar suas dificuldades lançando mão dos recursos individuais e dos recursos da fé cristã, especialmente a oração e a Bíblia. Através do aconselhamento pastoral as pessoas procuram se entender consegue mesmo até chegarem à conclusão de qual é o sentido de viver e desenvolverem simetria nas relações com os outros, com Deus e com o mundo. “O objetivo do aconselhamento pastoral é libertar as pessoas de posturas inconvenientes e da forma deturpada de perceber a realidade, além de afastar temores, raiva e culpa”.
O pastor, cada vez mais, constata e toma consciência da necessidade crescente de um atendimento às pessoas na área do aconselhamento pastoral. Ele, a exemplo de Jesus, há de ser não somente um intérprete da Palavra de Deus, mas também um médico da alma – alguém apto a ouvir, a compreender, a anunciar o perdão divino, a facilitar às pessoas conseguirem sair de situações angustiantes e estabelecerem adequadas relações com Deus, com o próximo e consigo mesmas.
4- REFERÊNCIAS
DANIEL s.O Caminho da sabedoria no aconselhamento pastoral. São Leopoldo: Sinodal, 2004

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