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AÇÃO CAUTELAR [EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS]

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA COMARCA DE IMPERATRIZ/MA.
CLIENTE COSTA, brasileiro, união estavel, portadora do RG nº XXXXXXXXXXXXX, registrada sob CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada à Rua Miguel Baury, Bairro Santa Rita, Imperatriz-MA, CEP: XX.XXX-190, vem por meio de seu advogado ao final assinado, conforme instrumento particular de procuração, perante Vossa Excelência, propor a presente ação:
AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS
Em face de BANCO ABC S/A, inscrita no CNPJ sob n
º 00.000.000/XXXX-XX, situado à AVENIDA GETULIO VARGAS, Nº XXXX, CENTRO, IMPERATRIZ/MA, CEP: 65.903-280, pelos seguintes fatos e argumentos jurídicos:
DA JUSTIÇA GRATUITA.
Inicialmente, oREQUERENTE afirma que tem condições financeiras limitadas na forma da lei, não tendo condições de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, logo, o REQUERENTEanseia pela assistência para que possa ir ao judiciário sem prejuízo do sustento próprio e da família, motivo pelo qual requer os benefícios da assistência judiciária, conforme estabelecem os Arts. 2.º e 4.º, caputda Lei 1.060/50.
DOS FATOS.
Excelência, o SR. CLIENTE COSTA nesta denominado REQUERENTE é ex membro da ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS ILHA FORMOSA, e vem sendo cobrado de maneira injustificada pela sociedade de economia mista, BANCO ABC S/A nesta denominada REQUERIDA. 
A referida cobrança, conforme segue anexa a esta exodial é fruto de uma obrigação de CRÉDITO FUNDIÁRIO Nº 40/00499-6realizada em nome da ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS ILHA FORMOSA, inscrita no CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-83.
Ocorre Excelência, que em nada compete ao REQUERENTE ser responsabilizado pelos atos praticados pela referida associação, pois o mesmo, conforme TERMO DE DESISTÊNCIA datado e assinado a próprio punho pelo REQUERENTE. 
Além do mais Excelência, o banco REQUERIDO faz a devida cobrança de maneira errônea, pois deixa de chamar ao devido pagamento os devidos comprados, que constam denominados na ESCRITURA PUBLICA DE COMPRA E VENDA DO IMOVEL também anexa. 
Por fim, a parte REQUERENTE vem através desta presente demanda judicial, a este juízo para que determine a apresentação de documentos por parte da REQUERIDA que envolvam o nome da REQUERENTEacerca da referida divida.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
É certo que não pairam dúvidas de que o fato narrado classifica-se perfeitamente como relação de consumo nos ditames do Art. 2º e 3º do CDC, logo deve ser analisado à luz do Código de Defesa do Consumidor.Nota-se que equiparar os litigantes na lide é mera aplicação do princípio constitucional da isonomia (art. 5º - caput, Todos são iguais perante a lei), neste viés o consumidor no caso o REQUERENTEcomo parte reconhecidamente mais fraca, é o vulnerável na relação de consumo, consoante o preceito ínsito no art. 4º, I do CDC.
Desta forma é a aplicação do instituto da inversão do ônus da prova que equilibra a lide proposta, passando a responsabilidade de provar para o fornecedor (art. 6º, VIII, do CDC).A parte REQUERENTE/CONSUMIDORA é hipossuficiente, pois não possui mecanismos para produzir mais provas, bem como as suas alegações neste pleito são verossímeis, pois condizem com a realidade. 
A respeito da hipossuficiência leciona Kazuo Watanabe (2005, p. 794):
Numa relação de consumo [...] a situação do fabricante é de evidente vantagem, pois somente ele tem pleno conhecimento do projeto, da técnica e do processo utilizado na fabricação do veículo, e por isso está em melhores condições de demonstrar a inocorrência do vício de fabricação. A situação do consumidor é de manifesta vulnerabilidade, independentemente de sua situação econômica. [...] Foi precisamente em razão dessas situações, enquadradas no conceito amplo de hipossuficiência, que o legislador estabeleceu a inversão do ônus da prova, para facilitar a tutela jurisdicional do consumidor.
Assim, a parte REQUERENTE invoca o instituto da inversão do ônus da Prova para o bancoREQUERIDOapresente todos os documentos referentes a divida referida, equilibrando assim os polos na lide formulada, aplicação prática do Principio da Isonomia (art. 5º, caput, CRFB), fulcro no art. 6º incisos VI e VIII do CDC, a fim de se determinar o Requerido à apresentação de todas as provas referentes ao pedido desta inicial.
Por fim e não menos importante, tem decidido o Superior Tribunal de Justiça:
"Sendo a inversão do ônus da prova uma regra de julgamento, plenamente possível seja decretada em 2º grau de jurisdição, não implicando esse momento da inversão em cerceamento de defesa para nenhuma das partes, ainda mais ao se atentar para as peculiaridades do caso concreto, em que se faz necessária a inversão do ônus da prova diante da patente hipossuficiência técnica da consumidora que não possui nem mesmo a documentação referente ao contrato de seguro"
(STJ, AgRg nos EDcl no Ag 977795/PR, Min. Sidnei Beneti, julgado em 23/9/2008).1
DO DIREITO
Excelência, a presente medida cautelar de exibição judicial de documentos possui amparo do no ARTIGO 396, INCISO II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, cujo texto guarda a seguinte redação:
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
A presente demanda Excelência, nada mais demonstra a este juízo a pretensão de exigir a exibição todos e qualquer documentos relacionados ao REQUERENTE oriundos da referida divida cobrada de maneira errônea pela parte REQUERIDA, manifestação simplória sem nenhum complexidade, uma vez que a parte REQUERIDA é detentora de todos anexos referente as transações que realizada com seus consumidores. 
	O presente pedido encontra-se aos moldes legais estabelecidos pelo ARTIGO 397 DO CODIGO DE PROCESSO CIVIL, de maneira cristalina e objetiva, vejamos: 
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
	Evidente através do acima demonstrado, o pedido não encontra nenhum obstáculo legalmente, logo a parte REQUERENTE roga pela sua total concessão neste juízo para que se demonstre no prazo legal todos documentos a que tem direito. 
Nesse passo, entendem também os Tribunais:
TJ-RS - Apelação Cível AC 70059682633 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 09/07/2014
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. DEVER DO BANCO RÉU DE APRESENTAR A DOCUMENTAÇÃO COMUM A AMBAS AS PARTES. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA MANTIDA. Se a parte autora demonstra a plausibilidade da relação jurídica por ela mantida com a parte ré, inviável a recusa de exibição de documento comum a ambas as partes, na forma do artigo 358, inciso III, do CPC. Todavia, o extrato analítico de evolução da dívida é documento elaborado unilateralmente pela parte ré, motivo pelo qual não se pode exigir a sua apresentação mediante o ajuizamento de ação cautelar exibitória. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70059682633, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Glênio José WassersteinHekman, Julgado em 02/07/2014)
TJ-PR - Apelação Cível AC 7368374 PR 0736837-4 (TJ-PR)
Data de publicação: 11/05/2011
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS - DEVER DO BANCO DE APRESENTAR DOCUMENTO DE INTERESSE COMUM ÀS PARTES - CONDENAÇÃO NOS ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. MANUTENÇÃO. 1. Detendo o banco documentos de interesse comum às partes, caracterizada está a obrigação de apresentá-los. 2. Restando caracterizado o interesse dos apelados na exibição de documentos, mantém-se os ônus de sucumbência. Apelação Cível desprovida.
(grifo nosso)
	
	
DOS PEDIDOS
EX POSITIS, estando demonstradas as razões de fato e de direito que constituem os fundamentos da presente demanda, passamos a requerer a Vossa Excelência:
1. Seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, para condenar a BANCO DO BRASIL S/A, nestadenominada REQUERIDA a apresentar todos os documentos concernentes a referida divida relacionada ao nome do presente REQUERENTE no prazo legal de 5 (cinco) dias, nos termos do ART. 398, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL;
2. Seja a REQUERIDA condenada ao pagamento de custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência;
3. A inversão do ônus da prova com a determinação da exibição dos documentos supramencionados, nos termos do ART. 6º DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
4. Sejam concedidos ao REQUERENTEos benefícios da Justiça Gratuita, tendo em vista que o mesmo é pessoa pobre, na acepção jurídica do termo, não podendo suportar as custas e despesas processuais sem que importe em prejuízo do próprio sustento e de sua família.
5. Protesta por provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Dá à causa o valor de R$ 1.000,00 (UM MIL REAIS), para fins fiscais.
Nestes termos, pedem deferimento.
Pede deferimento.
Imperatriz, 21 de Setembro de 2017.
DR SUCESSO
OAB-MA 3333

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