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Tratamento-de-Agua-e-Efluentes

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Tratamento de 
Águas e Efluentes
José Iveraldo Guimarães
Tratamento de 
Águas e Efluentes
Natal/RN
2014
Tratamento de 
Águas e Efluentes 
José Iveraldo Guimarães
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). 
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.
G963t Guimarães, José Iveraldo. 
Tratamento de águas e efluentes / José Iveraldo
Guimarães ; edição e revisão do Instituto Tecnológico
Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2015.
191 p. : il. color.
ISBN 978-85-68100-43-1
Inclui referências
 
1. Tratamento de água. 2. Distribuição de água.
3. Esgoto sanitário. I. Instituto Tecnológico Brasileiro.
II.Título.
 RN/ITB/LCFJ CDU 616
presidente 
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral 
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
diretora de produção de projeto
PROFA. JUREMA DANTAS
FICHA TÉCNICA
gestão de produção de materiais didáticos 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
coordenação de design instrucional 
PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
projeto gráfico 
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação 
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional 
ITSUO MACÊDO OKASHITA
revisão de língua portuguesa 
ANA AMÉLIA AGRA LOPES
revisão das normas da ABNT
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
“A água de boa qualidade é como a saúde ou a 
liberdade: só tem valor quando acaba.” 
(Guimarães Rosa)
Índice iconográfico
Diálogos
Importante
Querendo mais?
Internet
Curiosidade
Vocabulário
Você conhece?
Mídias
Atividades
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como 
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. 
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, 
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no 
decorrer do estudo. 
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas 
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e 
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. 
Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Apresentação institucional 11
Palavra do professor autor 13
Apresentação das competências 15
Competência 01 
Caracterizar os sistemas de captação e distribuição de água de uma cidade 19
A Água 20
O sistema de abastecimento de água 22
A estrutura básica da distribuição de água a partir de sua captação 22
A etapa de captação da água bruta 23
A etapa de adução da água bruta 25
As etapas de reservação, distribuição e estações elevatórias 27
Resumo 29
Autoavaliação 30
Competência 02 
Caracterizar o processo convencional de tratamento de água 35
Os objetivos do processo convencional de tratamento de águas 36
A escolha do tipo de tratamento da água bruta 37
Determinando e conceituando as etapas do tratamento convencional da água bruta 38
Resumo 43
Autoavaliação 43
Sumário
Competência 03 
Caracterizar as etapas de coagulação, floculação e decantação no
tratamento da água bruta 45
As impurezas presentes na água bruta 48
As partículas sólidas das impurezas da água bruta 49
A origem da cor na água bruta 49
Características da turbidez da água bruta 51
A etapa de coagulação no tratamento da água bruta 51
As substâncias coagulantes 54
A etapa de floculação no tratamento da água bruta 56
A etapa de decantação no tratamento da água bruta 57
Destino do lodo sedimentado no tanque coagulador 58
Quantificação dos agentes coaguladores 59
A eficiência do sistema decantador 61
Resumo 62
Autoavaliação 62
Competência 04 
Caracterizar a filtração, desinfecção e inovações tecnológicas no tratamento de água 67
A etapa de filtração do tratamento da água bruta 68
Os sistemas de filtração usados no tratamento da água bruta 69
O sistema de filtração lenta 69
O sistema de filtração rápida 72
O sistema de filtração rápida em função do comportamento hidráulico 74
As características dos sistemas de filtração lenta e rápida 75
O sistema de desinfecção do tratamento da água bruta 76
As substâncias químicas do sistema de desinfecção do tratamento da água bruta 76
O cloro, o flúor e o ozônio usados no tratamento da água bruta 77
A radiação ultravioleta usada no tratamento da água bruta 78
Inovações tecnológicas para tratamento de água 81
Método da Flotofiltração 81
Método da desmineralização por troca iônica 83
Método da osmose reversa 84
Resumo 86
Autoavaliação 86
Competência 05 
Caracterizar o Esgoto Sanitário 91
O esgoto sanitário 91
A constituição física, química e biológica do esgoto sanitário 94
As impurezas de natureza física 95
As impurezas de natureza química 96
As impurezas de natureza biológica 97
A microbiota nos esgotos sanitários 97
Resumo 100
Autoavaliação 100
Competência 06 
Conceituar as etapas do processo convencional de tratamento de esgotos e efluentes 105
A instalação de sistemas de tratamento de esgotos 106
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) 106
A Demanda Biológica (ou bioquímica) de Oxigênio (DBO) 107
As tecnologias para remoção das impurezas do esgoto sanitário 108
Resumo 111
Autoavaliação 111
Competência 07 
Distinguir o pré-tratamento do processo convencional de tratamento de esgotos 115
O processo de tratamento preliminar 115
O processo de desareamento do tratamento preliminar 119
A caixa de areia do processo de desareamento do tratamento preliminar 120
A remoção do sedimento das caixas de areia 122
Resumo 123
Autoavaliação 124
Competência 08 
Caracterizar o Tratamento Primário do Processo Convencional de Tratamento de Esgotos 129
Tratamento Primário do Processo Convencional de Tratamento de Esgotos 129
Estrutura do Decantador Primário 130
Funcionamento do Decantador Primário 133
Processo de Flotação 137
A Flotação ao nível da dimensão das partículas 137
Resumo 139
Autoavaliação 140
Competência 09 
Conceituar os tratamentos secundário e terciário do processo convencional
de tratamento de esgotos 143
O conceito de tratamento secundário 144
A classificação do tratamento secundário 144
O Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) 145
Tanque de aeração após o reator anaeróbico 149
Decantadores secundários 150
As lagoas de estabilização 151
A lagoa anaeróbia 152
A lagoa facultativa 153
As características da lagoa facultativa 154
O tratamento terciário 156
A lagoa de maturação 156
O processo de desinfecção na lagoa de maturação 159
Resumo 160
Autoavaliação 160
Competência 10 
Caracterizar o tratamento de emissões gasosas e efluentes líquidos industriais 165
A resolução do CONAMA quanto às emissões de poluentes na atmosfera 166
Os poluentes constituintes das emissões 167Os indicadores de qualidade do ar 168
As técnicas para o tratamento de poluentes atmosféricos 172
As técnicas para o tratamento de poluentes particulados 173
As técnicas para o tratamento de poluentes gasosos 175
Os efluentes líquidos industriais 179
Resumo 183
Autoavaliação 184
Referências 186
Conheça o autor 191
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Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e 
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de 
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a 
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado 
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara 
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o 
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas 
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no 
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para 
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
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Olá!
 Vamos iniciar nossos estudos em Tratamento de Águas e Efluentes, e identificaremos 
as técnicas que atualmente se utilizam no tratamento da água bruta, com o objetivo de 
obter sua potabilidade; assim como, sobre as técnicas utilizadas para o tratamento de 
esgotos urbanos e industriais, de maneira que seus efluentes possam ser lançados em ma-
nanciais receptores sem que estes causem qualquer impacto negativo ambiental. Algumas 
palavras talvez estejam soando diferentes aos seus ouvidos, mas no decorrer dos estudos 
informarei seus significados, combinado? 
Antes, porém, que você inicie o seu aprendizado sobre essas técnicas do tratamento de 
águas e esgotos, eu preciso falar sobre o papel fundamental que caberá a você como um 
técnico, no gigantesco esforço que o país faz de levar o saneamento básico para milhões 
de brasileiros sem acesso a essa vital necessidade humana. Para tanto vou conversar so-
bre um fato que ocorreu em junho de 2014.
A noite de São João, dia 24 de junho, ainda começava quando o jogo de futebol entre 
Grécia e Costa do Marfim terminou com vitória para os gregos, que festejaram a passagem 
para as oitavas de final da Copa do Mundo no Brasil, a sua maneira, quebrando pratos, e 
mais pratos. Que bom para eles. E o que essa festa tem a ver com o nosso saneamento 
básico? Nada. Quer dizer, quase nada. É que ao ver a tristeza no rosto dos jogadores da 
Costa do Marfim eu me lembrei de um triste, mas verdadeiro, pronunciamento feito pelo 
primeiro-ministro daquele país, Daniel Kablan Duncan, na abertura do Congresso da As-
sociação Africana de Água, em sua capital Yamoussoukro, no mês de fevereiro deste ano.
Ele declarou que cerca de 400 milhões de africanos (50% da população da África) são 
Palavra do professor autor
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privados do acesso à água potável e ao esgoto tratado, e considerava essa tragédia um 
imenso obstáculo ao desenvolvimento do continente africano; e confessou que mais de 70 
% dos leitos dos hospitais naquele continente estavam ocupados com pessoas acometidas 
por doenças relacionadas com a qualidade da água, e com a falta de saneamento. Fiquei 
com pena da África. 
E aquela lembrança me trouxe outra lembrança: alguns meses antes do pronunciamen-
to do primeiro-ministro africano, o presidente executivo do Instituto Trata Brasil (que pes-
quisa as condições sanitárias do nosso país), o químico industrial Édison Carlos, declarou 
em entrevista ao IHU On-Line (Instituto Humanitas Unisinos) que mais de cem milhões de 
brasileiros (50% da população do Brasil) não tinham acesso aos serviços de saneamento 
básico.
De repente eu constatava que não havia nenhuma diferença entre a nossa triste reali-
dade e a realidade triste dos africanos. Fiquei com pena do Brasil.
A tragédia está aí. O que fazer então? O que fazer para limpar nossas águas e nossos 
esgotos e resgatar o nosso país da barbárie? O dinheiro seria a solução? Não. Dinheiro já 
existe há muito tempo. Bilhões de cifrões para tal finalidade. O que falta, conforme o pró-
prio Édison Carlos, é que o saneamento básico no Brasil seja prioridade número 1 das ins-
tituições públicas e, principalmente, da população. E para a operacionalização das tantas 
estações de tratamento, que obrigatoriamente serão implantadas, urge que a nação forme 
um contingente de técnicos qualificados.
E é aí que você se encaixa. O país precisa de você! Ele precisa avidamente de técnicos 
que saibam operar as estações de tratamento de água (ETAs) e as estações de tratamento 
de esgotos (ETEs).
E ao fazer essa leitura, você começa a se habilitar para ser o técnico tão necessário, tão 
requerido. Portanto, seja muito bem-vindo!
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Apresentação das competências
 Nosso material é composto por 10 competências, as quais agora serão apresentadas 
a você. As competências de 1 a 4 lhe darão o aprendizado sobre as técnicas utilizadas 
no tratamento da água bruta, com o objetivo de se obter sua potabilidade; enquanto que 
as competências de 5 a 10 levarão o conhecimento técnico sobre como tratar os esgotos 
urbanos e industriais, de maneira que seus efluentes possam ser lançados em mananciais 
receptores sem que estes causem qualquer impacto negativo ambiental. A seguir vou lhe 
apresentar de maneira breve, o que vai aprender em cada competência que juntos iremos 
desenvolver.
Na primeira competência você definirá o conceito de água e o sistema de abastecimen-
to, assim como caracterizará a estrutura básica da sua distribuição numa cidade a partir 
da captação. Aprenderá também, sobre os processos de captação da água bruta com ori-
gens subterrânea e superficial, e sobre as etapas de adução, reservação, distribuição e 
instalação de estações elevatórias. 
Na segunda competência você irá identificar os objetivos e as características do proces-
so convencional de tratamento da água bruta; e determinará a escolha do tipo de trata-
mento, incluindo o tratamento contra incrustações minerais. E ainda definirá os conceitos 
das etapas do tratamento convencional, dentre as quais a coagulação e floculação; decan-
tação; filtração; desinfecção e fluoretação.
 Na competência 3, você definirá as características das impurezas presentes na água 
bruta, e a classificação de suas partículas sólidas; determinará a origem da cor da água 
e como classificá-la; caracterizará a turbideze o desenvolvimento do tratamento da água, 
através das etapas de coagulação, floculação e decantação. 
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Na próxima competência você irá caracterizar e conceituar as etapas de filtração do 
tratamento de água bruta, e distinguirá esses sistemas através do estudo do processo 
construtivo dos filtros lentos e rápidos, sobre os processos de desinfecção; e sobre inova-
ções tecnológicas. 
Na quinta competência você vai conceituar e caracterizar esgoto sanitário e irá deter-
minar a constituição de suas impurezas, de acordo com a natureza física, química e bioló-
gica; assim como caracterizar as impurezas de natureza física com potencial de alterar a 
qualidade das águas, as impurezas de natureza química, classificando-as em substâncias 
orgânicas e inorgânicas, e as impurezas de natureza biológica, classificando-as em hete-
rotróficas e autotróficas. Aprenderá também a identificar e caracterizar a microbiota das 
águas residuárias. 
Na competência 6 você irá determinar se há necessidade de um sistema de tratamento 
de esgoto numa determinada localidade; conceituará a demanda biológica de oxigênio 
(DBO), e caracterizará as tecnologias para a remoção das impurezas dos efluentes sani-
tários, e também, as diferentes tecnologias para desinfectar as águas dos esgotos em 
etapas definidas do processo convencional do seu tratamento.
Na competência 7 você vai operacionalizar o processo de tratamento preliminar dos 
esgotos, o qual contempla inicialmente o sistema de gradeamento. Classificará os tipos 
de grades de contenção e comprovará a eficiência do sistema; operacionalizará o processo 
de desareamento do tratamento preliminar, caracterizando a caixa de areia, desde seu 
processo construtivo até a remoção dos seus sedimentos.
Na competência 8 você irá conceituar e caracterizar o tratamento primário do processo 
convencional de tratamento de esgotos; distinguirá a estrutura física e funcional do de-
cantador primário, e determinará a necessidade de aplicar os processos de floculação e 
flotação.
Na nona competência você definirá os tratamentos secundário e terciário do processo 
convencional de tratamento de esgotos, assim como, classificará o tratamento secundário 
em sistemas anaeróbico e aeróbico; caracterizará o reator anaeróbico de fluxo ascendente 
(RAFA), o tanque de aeração e o decantador secundário. Irá conceituar e classificar lagoas 
de estabilização e caracterizará o tratamento terciário, exemplificado com a lagoa de matu-
ração e sobre a eficiência dos tipos de tratamento de esgotos.
Na nossa décima, e ultima competência, você definirá as técnicas e equipamentos para 
o tratamento de efluentes gasosos, provindos de atividades industriais (fontes fixas) e de 
automotivos; conceituará e classificará os diferentes indicadores de poluição das emis-
sões; assim como caracterizará cada um dos métodos atualmente empregados para a 
purificação dos poluentes particulados e gasosos. E, por fim, distinguirá as tecnologias 
utilizadas para o tratamento dos efluentes líquidos industriais.
Competência
01
Caracterizar os sistemas
de captação e distribuição de água 
de uma cidade
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Eu vou confessar a você que hoje flagrei novamente uma demonstração de desperdí-
cio d’água: uma adutora vazava e a água escorria pela avenida como um rio caudaloso. 
Um acidente acontecia. É, mas a verdade é que o vazamento se iniciara pela manhã e já 
era de tardezinha. Sei que esse fato se torna cada vez mais comum e desimportante em 
nosso mundo, mas não deveria; o que deveria era aumentar a nossa consciência coletiva 
em relação à importância da água para a vida e a sua raridade no planeta. Não vou lhe 
esconder que estou inquieto, no mínimo muito preocupado. Não comigo, mas com as ge-
rações futuras, com os meus e os seus descendentes. O conhecimento que tenho sobre 
a quantidade de água potável disponível no planeta é que me deixa tão em aflição. Mas 
vou compartilhá-lo com você para dividirmos a preocupação.
Você bem sabe que 70% da superfície da Terra está coberta por água. Um Planeta 
Azul. Vamos fazer uns cálculos básicos no tablet dessas minhas inquietações. Do volu-
me total dessa água, 97,5% é salgada (os mares e oceanos) e apenas 2,5% é doce. E 
agora me diga se eu não tenho com que me preocupar: 68,9% dessa pequena parcela 
de água doce é formada pelas calotas polares, geleiras e a neve que cobre os cumes 
das montanhas; 0,9% corresponde à umidade do solo e pântanos; 0,3% aos rios e la-
gos (SETTI, 2001); e os 29,9% restantes são águas doces líquidas, das quais 96% são 
águas subterrâneas, conforme demonstrado na imagem a seguir, de custos maiores 
para exploração do que as superficiais. Sobre esses números sobrevoa a verdade de 
que esse precioso recurso natural é perigosamente finito, e que nós o estamos des-
truindo com poluições, degradações e desperdícios permanentes. E tudo isso por uma 
simples falta de educação.
Ah! Sim. Já era bem tarde da noite quando passei novamente pela avenida. O vaza-
mento continuava...
Caracterizar os sistemas 
de captação e distribuição de água 
de uma cidade
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Figura 1 – Distribuição da água no planeta Terra
Fonte: adaptado de Ministério do Meio Ambiente (2007).
Nessa competência vamos conceituar a água e sistema de abastecimento, assim como 
caracterizar a estrutura básica da sua distribuição numa cidade a partir da captação. 
Aprenderá também sobre os processos de captação da água bruta com origens subter-
rânea e superficial, e sobre as etapas de adução, reservação, distribuição e instalação de 
estações elevatórias.
A Água
Vamos agora descrever sobre os processos de purificação da água, e seu tratamento 
para que se torne potável e atenda as nossas necessidades diárias de natureza fisiológica 
ou de uso nas atividades humanas. E então? Como podemos definir a água de uma manei-
ra bem objetiva? 
Iremos defini-la como uma substância de estrutura molecular, formada por dois átomos 
de hidrogênio e um de oxigênio, formando um óxido de hidrogênio (H2O), a água, essencial 
para a vida, na qual ocorrem os principais processos bioquímicos, como ensinou Larcher 
(1995), no seu livro sobre fitoecologia; líquida e incolor, insípida e inodora. Não será de-
mais acrescentar que sua parte líquida cobre aproximadamente 70 % da superfície terres-
tre, sob a forma de lagos, rios e mares. Ilustro a seguir para você, as Ilhas Maurício e sua 
exibição em forma de uma extraordinária cachoeira marinha.
Insípida: Que não 
tem gosto; desti-
tuído de qualquer 
sabor.
Inodoro: que não 
tem cheiro, odor.
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A água seria um mineral? Veja bem, faço essa pergunta, porque os 
mineralogistas definem mineral como substância que ocorre na na-
tureza no estado sólido, com uma estrutura química bem definida 
em termos de organização geométrica atômica, e pode ser de ori-
gem orgânica ou inorgânica. Por esses critérios o gelo, que é água 
sólida, atenderia aos requisitos impostos pelos estudiosos. Mas, 
eles não aceitam o fato argumentando que ela se apresenta no 
estado líquido nas temperaturas e pressões normais do ambiente. 
Não somos advogados da água, mas e o mercúrio? Por acaso ele 
também não se apresenta no estado líquido nas condições normais 
ambientais? Ah! Ele é uma exceção. Bom, vamos deixar essa dis-
cussão para os especialistas. 
Você conhece?
Figura 2 – Água formando uma cachoeira marinha em Maurício
Fonte: <http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/566-cachoeira.jpg>. Acesso em: 23 out. 2014.
Gostaria de combinar que não nos deteremos em seus mecanismos de transforma-
ção na natureza movendo o seu ciclo desde a evaporação, passando pela precipitação 
até o seu escoamento; nem tampouco sobre suas propriedades físico-químicas. Em com-
pensação, você vai aumentar o seu aprendizado sobre os processos utilizados para sua 
purificação, os quais fazem parte de um sistema responsável pelo abastecimento de 
água de uma comunidade.
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O sistema de abastecimento de água
Diante do que já conversamos não seria difícil conceituar um sistema de abastecimen-
to de água para o consumo humano, concorda? E poderíamos até ampliar nosso conhe-
cimento pesquisando sobre as definições elaboradas por autores e instituições. Vamos 
iniciar nossas buscas?
O que encontrou? Ah! Uma portaria do Ministério da Saúde. Essa Portaria nº 2.914/2011, 
dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consu-
mo humano e seu padrão de potabilidade. E define sistema de abastecimento de água 
para consumo humano, como “a instalação composta por um conjunto de obras civis, 
materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada 
à produção e ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição.” 
(BRASIL, 2011, extraído da internet). 
Veja a portaria nº 2.0914/2011, no link <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>. 
Internet
Os professores Léo Heller e Márcia Casseb (1996, p. 36) em seu trabalho, Abaste-
cimento de Água, registraram que o sistema de abastecimento de água representa “o 
conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água po-
tável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo 
industrial e outros usos.”
A estrutura básica da distribuição de água a 
partir de sua captação
Você já sabe que a água antes de chegar a sua casa para ser usada passa por um pro-
cesso de purificação, o qual ocorre em uma Estação de Tratamento de Água (ETA), onde 
se realiza a sua purificação. Mas, ela terá que ser captada em sua fonte, um rio, um lago, 
uma represa, antes que chegue a essa Estação. Vamos conhecer, então, as etapas que 
constituem a estrutura básica que possibilita esse seu percurso.
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O abastecimento de água de uma cidade se constitui dos sistemas de captação, de 
adução, tratamento, reservação, distribuição e ligações domiciliares, os quais são muito 
similares entre si. Você vai me acompanhar numa inspeção que realizaremos pelas etapas 
que formam um sistema de abastecimento de água através de instalações já em opera-
ção. Lembre-se que embora os sistemas de captação e adução, assim como aqueles pós-
-tratamentos, não sejam o foco de nossos estudos, creio ser importante que conheça a sua 
estrutura e o seu processo de funcionamento.
A etapa de captação da água bruta
Você me pergunta se tudo começa com a captação da água bruta, essa água sem trata-
mento que vem dos rios ou de outros recursos hídricos. Claro! E essa água pode ter origem 
de mananciais subterrâneos ou superficiais. A captação de mananciais subterrâneos, de 
aquíferos, se faz através da perfuração de poços profundos. De um modo geral, esse poço 
se constitui de um furo na terra com 10 a 30 centímetros de diâmetro; um tubo de reves-
timento para conter as paredes; uma seção final (filtro) do tubo de revestimento perfurada 
por onde a água passa para o tubo e uma camada de material arenoso, um pré-filtro, que 
preenche o espaço anular entre o poço e seu revestimento, ou filtro; e, evidentemente, uma 
bomba para a sucção, como ilustrado no desenho esquemático da imagem.
Figura 3 – Desenho esquemático de um poço tubular.
Fonte: <http://www.crea-rs.org.br/site/img/poco.jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
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Para a perfuração normalmente são utilizados dois métodos: a percussão, a qual con-
siste na perfuração da rocha com batidas contínuas de uma ferramenta chamada trépano 
ou broca de lavagem; e a rotativa, que se faz com uma broca em movimento rotatório (veja 
a ilustração na imagem) ao tempo em que se circula lama no poço.
Trépano: Máquina 
para sondagens; 
parte da sonda que 
fica em contato 
com a rocha; broca 
de lavagem.
Figura 4 – Perfuratriz rotativa
Fonte: <http://www.petroleoetc.com.br/wp-content/uploads/2010/08/
perfura%C3%A7%C3%A3o.jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
De quais etapas básicas se constitui o abastecimento de água potável de 
uma cidade? Elabore um croqui mostrando o fluxograma do abastecimen-
to de uma cidade.
Atividade 01
Vamos agora direcionar nossos estudos para os sistemas de captação em mananciais 
superficiais. Porém, para captá-la é necessário o atendimento de alguns condicionantes 
básicos. Por exemplo, com relação à seleção da fonte de abastecimento, quais são as ca-
racterísticas requeridas dessa fonte para que ela proporcione um perfeito abastecimento 
à comunidade? É importante que esse manancial possua uma vazão capaz de suprir às 
necessidades da comunidade. Além de condições não menos importantes como a sua lo-
calização, uma topografia mais adequada e distante de possíveis focos de contaminação. 
A captação é feita a partir de uma estação de bombeamento, que retira a água bruta da 
fonte e a envia para a ETA, exemplificada com a estrutura montada no rio Tibagi, no Paraná, 
vista na imagem.
A sucção da água da fonte é realizada a partir de um sistema de bombeamento instala-
do próximo ao local da captação, a exemplo desse conjunto de bombas da estação do rio 
Cachoeira, em Ferradas/Bahia, mostrado na imagem.
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Figura 5 – Casa de bombas que captam água 
do rio Cachoeira, em Ferradas/Bahia
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_3gboq8yjonY/TPAMTi-
j2TaI/AAAAAAAAAXY/N13jRmVBDzg/s1600/26-11-2010-
4189.jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
Figura 6 – Desenho esquemático de 
bombeamento, em porção submersa
Fonte: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/bombaxi2.
jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
E o desenho esquemático da imagem a seguir explicita o sistema de bombeamento em 
sua porção submersa para você não ficar com nenhuma dúvida do processo.
A etapa de adução da água bruta
A água bruta captada é bombeada para uma tubulação de ferro, PVC ou aço, uma adu-
tora, até à estação de tratamento de água, processo conhecido por adução Vamos dar 
mais clareza aos conceitos de água bruta e adutora, mesmo que você já tenha a compre-
ensão dos termos. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais, em seu Glossário do 
Saneamento, 2013, define água bruta como aquela que se apresenta na forma natural 
e disponibilizada em rios, riachos, lagos, lagoas, açudes ou aquíferos, ou seja, antes de 
sofrer qualquer processo de tratamento; a adutora é um conjunto de condutos destinados 
a ligar as fontes de abastecimento de água bruta às estações de tratamento de água, situ-
adas além das imediações dessas fontes ou os condutos ligando estações de tratamento, 
Adução: transporte 
de água do manan-
cial ao tratamento 
ou da água tratada 
ao sistema de 
distribuição. Fonte: 
<http://www.
aguabrasil.icict.
fiocruz.br/index.
php?pag=sane>. 
Acesso em: 27 out. 
2014.
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Com relação ao abastecimento público de água, a cor, embora seja um 
atributo estético da água, não se relaciona necessariamente com proble-
mas de contaminação, mas é padrão de potabilidade.O valor máximo per-
mitido para a cor aparente é de 15 unidades Hazen (1uH = 1 mg Pt-Co/L), 
pela Portaria n° 518, de 2004, do Ministério da Saúde. A presença de 
cor provoca repulsa psicológica pelo consumidor, pela associação com a 
descarga de esgotos.
Importante
situadas nas proximidades dessas fontes a reservatórios distantes que alimentam as re-
des de distribuição, a exemplo dessa estrutura mostrada na imagem.
Figura 7 – Adutora de água bruta sendo 
instalada em Minas Gerais.
Fonte: <http://www.copasa.com.br/media2/noticia/Tra-
balhoDTGA%20(1).jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
Você tem que saber também sobre a importância de análises fisico- químicas da água 
bruta, de maneira que seja permanente o monitoramento da sua qualidade. Usualmen-
te, os parâmetros ambientais analisados são pH, temperatura, cor, turbidez, alcalinidade, 
dureza, matéria orgânica, oxigênio dissolvido, dióxido de carbono, ferro e manganês. O 
objetivo do monitoramento desses parâmetros ambientais é detectar possíveis alterações 
na água captada.
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Figura 8 – Tanque de reservação de água tratada, 
da Sabesp, em São Paulo
Fonte: <http://site.sabesp.com.br/interna/Default.
aspx?secaoId=35>. Acesso em: 24 out. 2014
Faça uma pesquisa sobre quais tipos de poluições mais comuns alteram 
a qualidade ambiental das águas brutas em nosso país. Escreva em nos-
so fórum, de forma resumida, o que você encontrou.
Atividade 02
As etapas de reservação, distribuição e 
estações elevatórias
A água bruta coletada em sua fonte é direcionada para a estação de tratamento an-
tes de chegar ao consumidor. Nós vamos conversar mais sobre o sistema de purificação 
da água bruta em outra competência, quando serão contempladas as técnicas utilizadas 
nesse tratamento. Por enquanto, vejamos então as etapas da reservação, distribuição aos 
pontos de consumo, e estações elevatórias.
Depois de tratada, a água é armazenada em reservatórios de distribuição – etapa de 
reservação – a exemplo desses tanques da Sabesp - Companhia de Saneamento Básico 
do Estado de São Paulo - mostrados na imagem que você observa, para, depois, ser levada 
até aos reservatórios de bairros, estrategicamente localizados.
Reservação: arma-
zenamento da água 
entre o tratamento 
e o consumo, que 
objetiva suprir as 
variações horárias 
de consumo, ga-
rantir a adequada 
pressurização do 
sistema de distri-
buição e reservas 
de emergência.
Na etapa de distribuição, a água sai da reservação para o sistema de adutoras. O 
complexo de adutoras da água tratada é constituído por malhas hidráulicas compostas por 
tubulações de adução, subadução, redes distribuidoras e ramais prediais como se observa 
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na imagem. E pode até possuir outros equipamentos auxiliares, tais como reservatórios 
de distribuição, estações de bombeamento para regiões mais elevadas, e ainda, outros se 
necessários para garantir a continuidade da distribuição da água.
Figura 9 – Instalação de ramais para água tratada, 
em via pública/Sorocaba/SP
Fonte: <http://www.sorocaba.com.br/uploads/noti-
cias/1373032259.jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
Figura 10 – Estação elevatória de água tratada, em Campinas/SP
Fonte: <http://www.sanasa.com.br/imagens/noticias/569_2.jpg>. 
Acesso em: 24 out. 2014.
Em algumas regiões, devido às condições topográficas é necessária a instalação de es-
tações elevatórias para bombear água para locais mais distantes ou mais elevados. Essas 
elevatórias são instaladas após as estações de reservação, como o exemplo da estação de 
Campinas/SP mostrada na imagem.
Certamente você entendeu a dinâmica do abastecimento de água de uma comunidade, 
desde a captação de água bruta até sua chegada, já tratada, ao consumidor final. Para 
finalizar quero lhe mostrar esse desenho esquemático da imagem (de autoria da Copasa, 
Companhia de Saneamento de Minas Gerais), que resume o nosso estudo: a água bruta é 
captada no rio e bombeada para a estação de tratamento (ETA), e daí para a reservação; e 
sai para a distribuição aos consumidores, através de um sistema de adutoras.
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Figura 11 –Desenho esquemático do abastecimento 
de água numa comunidade
Fonte: <http://www.copasa.com.br/media/captacao_01.jpg>. 
Acesso em: 24 out. 2014.
Para acrescentar mais informações ao seu aprendizado sugiro que consi-
dere o livro do Professor Milton Tomoyuki Tsutiya, Abastecimento de Água, 
o qual apresenta conceitos fundamentais que servirão para orientar os 
estudiosos do assunto. Abrange desde a captação da água bruta até a 
distribuição da água tratada.
Mídias
Resumo
Nesta competência você aprendeu que a água é um óxido de hidrogênio essencial para 
a vida, e que sistema de abastecimento de água é uma instalação composta por um con-
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junto de obras civis, materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações 
prediais, destinada à produção e ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de 
rede de distribuição; e acrescentou ao seu aprendizado o conhecimento sobre a estrutura 
básica da distribuição de água numa cidade, a partir da sua captação. Aprendeu ainda 
sobre os processos de captação da água bruta com origem subterrânea e superficial, e 
sobre as etapas de adução, reservação e distribuição da água tratada, com auxílio de equi-
pamentos como as estações elevatórias.
Autoavaliação
1. Assinale a resposta correta.
a) A água é uma substância que se define como de estrutura molecular formada por dois 
átomos de hidrogênio e um de oxigênio, um óxido de hidrogênio essencial para a vida, 
na qual ocorrem os principais processos bioquímicos.
b) A água é um mineral que ocorre na natureza no estado sólido nas temperaturas e pres-
sões normais do ambiente.
c) A água e o mercúrio são minerais em estado liquido. 
d) A água é um mineral constituído por três átomos de oxigênio. 
2. A definição: a instalação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipa-
mentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e 
ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição refere-se a:
a) Sistema de abastecimento de água para consumo humano.
b) Estação elevatória para distribuição de água.
c) Sistema de sucção com bombas submersas.
d) Sistema de adução.
3. Preencha as lacunas com as respostas corretas.
• A________________ se apresenta na forma natural e está disponibilizada em rios, ria-
chos, lagos, lagoas, açudes ou aquíferos, ou seja, antes de sofrer qualquer processo de 
tratamento.
• Um conjunto de condutos destinados a ligar as fontes de abastecimento de água bruta 
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às estações de tratamento de água, situadas além das imediações dessas fontes é 
denominado_______________. 
• O processo pelo qual a água, depois de tratada, é armazenada em reservatórios de dis-
tribuição chama-se________________.
a) água bruta; adutora; reservação.
b) água tratada; captação da água; reservação.
c) água bruta; reservação; ciclo de tratamento da água.
d) água subterrânea; reservação; captação de água bruta.
4. A distribuição de água por uma malha hidráulica composta por tubulações de adução, 
subadução, redes distribuidoras e ramais prediais está diretamente relacionada a:
a) Complexo de adutoras da água tratada. 
b) Adutora de água bruta.
c) Captação de água subterrânea.
d) Captação de água bruta.
5. A função de uma estação elevatóriaé:
a) Enviar água a locais mais distantes ou mais elevados.
b) Bombear água para a estação de tratamento (ETA).
c) Captar águas pluviais.
d) Filtrar água bruta.
Caracterizar o processo
convencional de tratamento de água 
Competência
02
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A cidade de Anaheim pertence ao condado de Orange Country situado no sul da Cali-
fórnia, no velho oeste dos Estados Unidos. Até os anos de 1950 sua principal atividade 
econômica era o cultivo de laranjas. Um lugar com pouco mais de 200 mil habitantes. Foi 
ali que ainda na década de 1960 se instalaram os parques da Disneylândia. A população 
rapidamente triplicou. As pessoas e as laranjas cada vez mais exploravam o lençol de água 
subterrâneo. Os laranjais sumiram e deram lugar a mais parques temáticos. A população 
chegou aos três milhões e a exploração do aquífero ficou mais intensa. O condado, no meio 
do deserto, depende daquela água guardada no subsolo. Mas, o estoque foi se reduzindo 
e a possibilidade de contaminação com as águas do Oceano Pacífico foi aumentando. Urgia 
uma solução ou seria o fim de Orange Country, o fim da Disneylândia. E a solução chegou 
com a construção de uma imensa estação de tratamento de água, uma ETA, a Fábrica de 
Água 21, mostrada na imagem (ou Estação para Potabilidade de Esgoto) que utiliza dentre 
outras técnicas, membranas e desinfecção com raios ultravioleta. Ela coleta o esgoto da 
cidade, purifica-o e devolve a água pura de volta para o aquífero que se reenche (MOURA, 
2002). Depois, a água retorna das profundezas à superfície tão cristalina que os habitan-
tes e turistas bebem a antiga água de esgoto com muito gosto.
Caracterizar o processo 
convencional de tratamento de água 
Figura 12 – Estação de tratamento para potabilidade de esgoto, 
em Orange County, Califórnia
Fonte: <http://graphics8.nytimes.com/images/2007/11/27/us/conserves-
pan600.jpg>. Acesso em: 24 out. 2014.
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Nesta competência você conhecerá os objetivos e a caracterização do processo con-
vencional de tratamento da água bruta; e a determinar a escolha do tipo de tratamento in-
cluindo o tratamento contra incrustações minerais. E ainda incrementará o conhecimento 
sobre os conceitos das etapas do tratamento convencional, dentre as quais a coagulação 
e floculação; decantação; filtração; desinfecção; e fluoretação.
Os objetivos do processo convencional de 
tratamento de água
A água bruta já chegou à estação de tratamento (ETA) através da adutora que a trouxe 
desde a captação, e agora passará por um processo de purificação. Vamos lá, pois temos 
que acompanhar todo o processo. Mas, antes de entrarmos na estação eu preciso fazer 
algumas considerações que são importantes como informações básicas. Você saberia di-
zer quais os objetivos básicos do tratamento da água bruta? Manutenção de condições 
higiênicas? Exatamente! 
Nesse processo de higienização ocorre a remoção de bactérias, protozoários, vírus e 
outros microorganismos; de substâncias nocivas; redução do excesso de impurezas, e dos 
possíveis teores elevados de compostos orgânicos. No entanto, também existem outras 
finalidades que devem ser levadas em consideração. Por exemplo, a preservação dos as-
pectos estéticos com a remoção dos parâmetros cor, sabor e odor, que eventualmente se 
façam presentes; ou a redução de perdas econômicas suavizando ou eliminando qualida-
des corrosivas, turbidez e possíveis concentrações indesejáveis de ferro e manganês. Mas, 
como esses componentes entram na constituição da água? A presença desses minerais 
nas rochas e sedimentos explica suas presenças na água bruta. Entretanto, também atra-
vés da poluição, meu amigo. Nós poluímos os mananciais com substâncias de natureza 
biológica, física e química; e depois gastamos os nossos próprios recursos financeiros para 
retirar esses poluentes da água que queremos beber. E esse ciclo se repete e continuará 
até chegar o tempo de nos educarmos.
Quais os objetivos básicos do tratamento da água bruta?
Atividade 01
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Os íons de ferro e manganês em águas destinadas ao abastecimento cau-
sam depósitos, incrustações e possibilitam o aparecimento de bactérias 
ferruginosas nocivas nas redes de abastecimento, além de serem respon-
sáveis pelo aparecimento de gosto e odor, manchas em roupas e apare-
lhos sanitários e interferir em processos industriais.
Curiosidade
A escolha do tipo de tratamento da água bruta
Na qualidade de um técnico em ambiente você sempre terá em mente, e trabalhará 
para isso, que a água fornecida à população, obrigatoriamente, deverá ser saudável e de 
boa qualidade. Para tanto, o seu tratamento será realizado após comprovada a sua neces-
sidade com base em inspeções sanitárias e resultados de análises físico-químicas e bioló-
gicas do manancial hídrico (rio, lago, etc.) a ser utilizado como fonte de abastecimento. E é 
preciso o seu entendimento para o fato de que a complexidade desse tratamento será em 
função da qualidade da água a ser tratada, claro! Você também não acha isso lógico? Ora, 
se a água captada não contiver, por exemplo, concentrações de ferro e manganês além 
dos limites permitidos por lei, porque ter custos com a sua remoção? É por essa razão que 
diversos tipos de tratamento (do tratamento convencional ao mais simplificado, com ape-
nas cloração e fluoretação) serão aplicados de acordo com a qualidade da água captada.
Você deve estar me perguntando: sim, mas apenas por curiosidade, e se a água capta-
da contiver concentrações de ferro e manganês além dos limites permitidos por lei? Eu vou 
lhe responder agora, mas com brevidade, pois em competências posteriores veremos com 
mais detalhes o tipo de tratamento para remoção dessas substâncias. E você tem razão, a 
água encontrada na natureza nunca é pura, e comumente apresenta uma diversidade de 
substâncias dissolvidas, tais como sais e óxidos apresentando solubilidades diferentes, e 
influenciadas pela temperatura, concentração e pH.
Uma água que possua altas concentrações de ferro e manganês, por exemplo, tem de 
ser tratada para sua remoção, evitando, assim, consequências indesejáveis com o seu 
uso, como o aparecimento de odores e colorações. E mais, quando os limites de solubi-
lidade dessas substâncias são ultrapassados ocorre sua precipitação de forma aderente 
nas superfícies de tubulações e equipamentos, para formar as incrustações e processos 
corrosivos em equipamentos, como se constata na imagem.
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Figura 13 – Incrustações de óxido férrico (esquerda) e manganês (direita), 
consequentes da água contaminada.
Fonte: <http://dc149.4shared.com/doc/0zpNe-9s/preview_html_41edb7d9.jpg>. 
Acesso em: 22 out. 2014.
Determinando e conceituando as etapas do 
tratamento convencional da água bruta
Nós entendemos que a escolha do tipo de tratamento de uma água bruta captada em 
fonte subterrânea ou superficial ocorre em função da qualidade da água a ser purificada. 
É certo também que iremos trabalhar com algumas técnicas de tratamento aplicadas atu-
almente, porém quero combinar com você que daremos ênfase ao processo convencional, 
para que não haja dispersão de entendimento e para que sua dinâmica permaneça muito 
bem alicerçada. O processo convencional de tratamento da água bruta, de um modo geral, 
consiste de cinco etapas, as quais seriam a coagulação e floculação; decantação; filtração; 
desinfecção; e fluoretação. Cada dessas etapas será bem estudada por nós, e iniciaremos 
com a sua conceituação.Comecemos pelo processo de coagulação e floculação, o qual é um dos passos mais 
importantes do tratamento da água bruta, pois ajuda a remover eventos de turbidez, cor e 
sabor. Observe que apenas pela apresentação dos vocábulos já poderíamos definí-los com 
relativa facilidade, mas nem é tão raro encontrarmos suas definições misturando-se entre 
si. A coagulação é o fenômeno no qual as impurezas presentes na água se agrupam e se 
neutralizam pela ação de reagentes químicos (coagulantes), para em seguida decantarem, 
como exemplificado na sequência de desenhos da imagem.
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Figura 14 – Sequência do processo de coagulação no 
processo de tratamento da água
Fonte: <http://www.naturaltec.com.br/images/desenhos/coagulantes.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
Figura 15 – Processos de coagulação, floculação e decantação (esquerda para a direita)
Fonte: <http://www.qgsquimica.com.br/qgs/img/image006.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
E floculação? Como você a definiria? Enquanto na coagulação as partículas apenas se 
aglutinam, na floculação ocorre uma efetiva produção de flocos, os agregados das partícu-
las finas em suspensão na água, pela ação de outro reagente químico (floculante). Muitas 
vezes as palavras não são suficientes para formar uma imagem, para explicitar de forma 
satisfatória um determinado evento, e por isso mesmo quero lhe mostrar a imagem, com 
um pequeno experimento sobre o processo da floculação. Assim, com certeza, você terá a 
compreensão total do fenômeno. No becker da esquerda ocorrem as reações para efetuar-
-se a coagulação. Os beckers do centro e da direita mostram a agregação das partículas 
coaguladas em flocos que se decantam a cada tempo.
Vamos conceituar o processo de decantação dos flocos formados, mas que na verda-
de é um conceito de física, o qual se aplica a qualquer mistura de sólidos e líquidos. De 
qualquer modo, a decantação que ocorre na água bruta após a floculação é um processo 
de sedimentação da porção mais densa, contendo os flóculos, para a parte inferior pela 
atração da gravidade, como exemplificado na imagem.
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Figura 16 – Processo de decantação de partículas em suspensão em água bruta
Fonte: <http://www.coniex.pt/uploads/catalogo/imagens/medium_catalogo_ 
1337637353_2677.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
Figura 17 – Desenho esquemático mostrando a anatomia de um filtro rápido
Fonte: Aquastores (c2014).
A água decantada é encaminhada às unidades filtrantes onde se efetua a filtração, 
terceira etapa do sistema de tratamento da água bruta. É um processo constituído de um 
meio poroso granular, normalmente areia, de uma ou mais camadas, instalado sobre um 
sistema de drenagem capaz de reter e remover as impurezas ainda presentes na água 
coagulada ou floculada produzindo um efluente mais limpo.
 Apesar de estudarmos mais detalhadamente o sistema de filtração em compe-
tência posterior, eu vou lhe adiantar que com relação ao sentido de escoamento e à ve-
locidade com que a água atravessa o leito filtrante, a filtração se classifica com relação à 
taxa de filtração, em lenta e rápida; e de fluxo ascendente e de fluxo descendente, com 
relação ao sentido de escoamento. Para você ter a visualização de um sistema de filtração, 
a imagem a seguir mostra um desenho esquemático, no qual se sobressaem as camadas 
filtrantes de areia fina, grossa, pedrisco e pedra.
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Figura 18 – Sistema de purificação da água filtrada por ultravioleta
Fonte: <http://www.hidro-sis.com/wp-content/uploads/2014/02/Large_UV_x.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
Qual a diferença entre coagulação e floculação como etapas do tratamento 
da água bruta? Deixe sua resposta em nosso fórum.
Atividade 01
Após a água passar pelo sistema de filtração e apresentar resultados de suas análises 
que comprovem qualidade ambiental de natureza química e física adequada ao consumo 
humano, então se inicia a quarta etapa de seu tratamento. A desinfecção é um processo 
de purificação da água cujo objetivo é a remoção ou destruição (inativação) de microorga-
nismos patogênicos presentes e capazes de causar várias doenças. A destruição desses 
microorganismos é realizada através da ação de agentes desinfetantes, sejam produtos 
químicos ou radiações, como a ultravioleta, exemplificada na imagem, em sistema de puri-
ficação da água já filtrada.
Patogênico: que 
provoca ou pode 
provocar, direta ou 
indiretamente, uma 
doença.
A quinta etapa do tratamento da água para consumo humano é a fluoretação. À água 
se adiciona compostos à base de flúor, tais como o fluossilicato de sódio e o ácido fluossi-
licico, em dosagem média do íon fluoreto da ordem de 0,8 mg/l (miligramas por litro), de 
acordo com a temperatura local. Esse processo é uma medida preventiva de comprovada 
eficácia que reduz a prevalência da cárie dental, numa significativa percentagem entre 50 
Os compostos de flúor na água e alimentos quando ingeridos sofrem dis-
sociação iônica em função do ácido clorídrico produzido no estômago. O 
íon fluoreto é absorvido, em grade parte, pela mucosa estomacal para em 
seguida circular no plasma sanguíneo. Após três horas da absorção 70% 
do flúor ingerido é eliminado pela urina; 15% pelas fezes; e 5% pelo suor. 
Os 10% restantes são assimilados pelo organismo. Essa pequena parcela 
circulará nos fluidos extra e intracelulares fixando-se posteriormente nos 
ossos e dentes em formação. (BUENDIA, 1996).
Curiosidade
Na maioria das cidades brasileiras o teor recomendado de flúor nas águas deve ser 
de 0,7 mg F/l, aceitando-se uma variação de 0,6 a 0,8 mg F/l. Contudo, esse teor ótimo 
depende, fundamentalmente, das médias das temperaturas máximas anuais registradas 
em cada localidade.Para implantar-se um sistema de fluoretação, dentre outros requisitos 
básicos, a escolha do equipamento seria um deles, constituído por bombas dosadoras, 
dosadores de nível constante, cone de separação e cilindros de separação. Um exemplo 
que eu posso lhe mostrar, apresentado na imagem é o sistema instalado na cidade de 
Jussara, no Paraná.
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e 65%,em populações expostas desde o nascimento, por um período de aproximadamente 
10 anos de ingestão da dose ótima (FUNASA, 2012).
Figura 19 – Sistema de fluoretação de Jussara/PR
Fonte: <http://www.jussara.pr.gov.br/novo_site/noticias/fo-
tos/20090826164841.jpg>. Acesso em: 27 out. 2014.
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Para incrementar seu aprendizado sobre o tema sugiro o livro dos Profes-
sores Carlos A. Richter e Jose Martiniano de Azevedo Netto, Tratamento de 
Água: Tecnologia Atualizada, que apresenta os seus conhecimentos e ex-
periências nos projetos de centenas de estações de tratamento, acompa-
nhando a evolução da ciência do tratamento de água nas últimas décadas. 
Oferece ainda algumas inovações técnicas desenvolvidas pelos autores, 
como a floculação em meio poroso e em malhas ou grades.
Mídias
Resumo
Nesta competência você desenvolveu seu aprendizado sobre a caracterização do pro-
cesso convencional do tratamento da água bruta, a qual contemplou os objetivos de ma-
nutenção de suas condições higiênicas, de preservação dos aspectos estéticos e redução 
de perdas econômicas; e a determinar a escolha do tipo de tratamento incluindo aquele 
contra incrustações minerais. E ainda aumentou o seu conhecimento sobre os conceitos 
das etapas do tratamento convencional, dentre as quais: a coagulação e floculação; decan-tação; filtração; desinfecção; e fluoretação.
Autoavaliação
1. A remoção de cor, sabor e odor da água é um dos objetivos de:
a) Captação de água bruta.
b) Eliminação de qualidades corrosivas da água.
c) Tratamento da água bruta.
d) Fluoretação.
2. O parâmetro básico para a escolha de um determinado sistema de tratamento de água 
será:
a) Em função da qualidade da água a ser tratada.
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b) Em função da estrutura física da estação de captação.
c) Em função da capacidade de suporte do sistema de adução.
d) Em função do projeto da ETA.
3. O processo convencional de tratamento da água bruta, de um modo geral, consiste em 
quais etapas?______________ e _____________; _________________; ______________; 
____________ e _____________.
a) coagulação e floculação; fluoretação; decantação; desinfecção e filtração. 
b) coagulação e floculação; desinfecção; fluoretação; decantação e filtração
c) coagulação e floculação; decantação; desinfecção; fluoretação e filtração.
d) coagulação e floculação; decantação; filtração; desinfecção e fluoretação.
4. O processo de tratamento de água, como medida preventiva, que reduz a prevalência 
da cárie dental é:
a) Floculação.
b) Fluoretação.
c) Decantação.
d) Cloração.
5. O processo de purificação da água cujo objetivo é a remoção ou destruição (inativa-
ção) de microorganismos patogênicos presentes e capazes de causar várias doenças 
denomina-se:
a) Fluoretação.
b) Filtração.
c) Desinfecção.
d) Floculação.
Caracterizar as etapas
de coagulação, floculação e decantação, no 
tratamento da água bruta
Competência
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Em 1502, enquanto os portugueses desembarcavam na Baía da Guanabara e a cha-
mavam de Rio de Janeiro pensando que se tratava de um rio, Leonardo da Vinci, em 
Florença observava que a quantidade de água por unidade de tempo escoando em um 
rio era a mesma em qualquer parte, independentemente da largura, profundidade, incli-
nação e outros. Nasciam os fundamentos para se medir vazões: um medidor de vazão é 
todo dispositivo que determina o volume de fluido que passa através de uma dada seção 
de escoamento por unidade de tempo. 
Quase três séculos depois, em 1791, o físico italiano Giovanni Venturi idealizou o seu 
tubo de Venturi, somente usado como um medidor de vazão um século após sua invenção, 
1887, pelo engenheiro austríaco Clemens Herschel. Na década de 1920, o cientista ameri-
cano Ralph Leroy Parshall, baseado nos estudos de Giovanni Venturi, criou um revolucioná-
rio medidor de vazões no campo da irrigação. Com o tempo, o medidor de vazões passou 
a ser conhecido como Calha de Parshall. E deixou de ser apenas um medidor de vazões: 
atualmente é empregado também como um efetivo misturador de soluções químicas nas 
estações de tratamento de água, cujo exemplo é apresentado na imagem. 
Caracterizar as etapas 
de coagulação, floculação e decantação, 
no tratamento da água bruta
Figura 20 – Exemplo da Calha de Parshall
Fontes: <https://www.flickr.com/photos/agemeioambiente/5634136841/> ; 
<http://www.saaeitapira.com.br/arquivos/imagens/ETA/tx_2.JPG>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
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Nesta competência sobre o tratamento de água você aprenderá as características das 
impurezas presentes na água bruta, e a classificação de suas partículas sólidas; a deter-
minar a origem da cor da água e sua classificação; sobre a caracterização da turbidez e o 
desenvolvimento do tratamento da água através das etapas de coagulação, floculação e 
decantação.
A medição de vazão de fluidos sempre esteve presente em nosso dia a dia. 
Por exemplo, o hidrômetro de uma residência, o marcador de uma bomba 
de combustível, como registraram Cassiolato et al (2008).
Curiosidade
As impurezas presentes na água bruta
Quando estudamos o fenômeno da coagulação aprendemos, na sua conceituação, que 
ela aglutina as impurezas presentes na água, as quais se agrupam, e se neutralizam pela 
ação de reagentes químicos (coagulantes), para em seguida decantarem. Lembra-se? Pois 
bem, mas por acaso você não teria curiosidade de saber quais impurezas são essas que 
estão presentes na água bruta? Evidentemente que sim, até porque, sabendo o que está 
misturado à água, ficará mais claro que tipo de água será tratada, concorda?
No entanto, um fato tem que estar bem compreendido entre nós: toda água na natureza 
é considerada como bruta, não que ela não sirva para nosso consumo, apenas que não foi 
tratada. Claro que existem mananciais superficiais absolutamente impróprios devido à dis-
solução de detergentes, biocidas, detritos orgânicos, vernizes, tintas, agentes patogênicos, 
componentes que alteram a sua qualidade de acordo com as suas características físicas, 
químicas e biológicas, como assegurou Von Sperling (1996). E você tem razão em me per-
guntar que características são essas. Vamos estudá-las então?
As partículas sólidas sob a perspectiva física, conforme suas dimensões apresentam-se 
em suspensão na água, dissolvidas ou em soluções coloidais sob a perspectiva química 
são classificadas em orgânicas e inorgânicas; e sob a perspectiva biológica, na forma de 
microrganismos.
Aglutinar: fazer 
aderir ou ligar-se 
fortemente por al-
gum processo físico 
ou químico
Colóide: O termo 
colóide vem do 
grego e significa 
"cola".
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As partículas sólidas das impurezas da água bruta
Classificamos as partículas sólidas misturadas à água bruta de acordo com o seu tama-
nho. Mas vamos triturar um pouco mais a identificação dessas partículas. Alguns estudio-
sos consideram os sólidos em solução, as partículas de menores dimensões, aquelas com 
menos de um nanômetro de diâmetro (um nanômetro (nM) representa a milionésima parte 
do milímetro); os sólidos em suspensão aquelas com dimensões superiores a 100 nM 
(nanômetros); e as partículas com dimensões situadas numa faixa intermediária entre 1 e 
100 nM seriam os sólidos coloidais. Não quero ser irônico, mas vez em quando os autores 
querem complicar o simples, tanto que nos resultados das análises de água os colóides 
são considerados como sólidos dissolvidos e sólidos em suspensão. Nessa discussão, Von 
Sperling, já citado, entra e considera os termos sólidos filtráveis e sólidos não filtráveis 
como os mais adequados para classificar as partículas coloidais da água bruta. E é essa 
classificação simples que adotaremos em nosso trabalho. 
Não quero ser irônico, mas de vez em quando os autores querem complicar o simples, tanto 
que nos resultados das análises de água, os colóides são considerados como sólidos dissol-
vidos e sólidos em suspensão. Nessa discussão, Von Sperling (1996), considera os termos 
sólidos filtráveis e sólidos não filtráveis como os mais adequados para classificar as partículas 
coloidais da água bruta. E é essa classificação simples que adotaremos em nosso trabalho.
Ainda teremos oportunidade, mais adiante, de voltarmos a este tema sobre os colóides. 
Porém, neste momento, ainda quero dizer a você que nas soluções coloidais as partículas 
dispersas estão em movimento constante e aleatório, e não se depositam sob a ação da 
gravidade. Aí está uma característica fundamental para esses nosso trabalho: se as par-
tículas não sedimentam no fundo de um recipiente, teremos que encontrar um meio de 
separá-las da água. Pelo que observamos até aqui, estamos constatando que a água bruta 
é na verdade uma dispersão coloidal, na qual a fase dispersante é líquida (a própria água)e a fase dispersada é sólida (colóide ou impureza). É essa fase sólida dispersada na fase 
líquida que confere cor, turbidez, sabor e odor à água. Urge, portanto, que nos apressemos 
a promover essa separação.
Sedimentar: pro-
cesso de formação 
ou acumulação 
de sedimento 
em camadas, em 
ambiente aquoso 
ou aéreo, que 
inclui a separação 
de partículas de 
rocha provenientes 
do material do 
qual o sedimento é 
derivado. 
Aí está uma característica fundamental para esses nosso trabalho: se as partí-
culas não sedimentam no fundo de um recipiente, teremos que encontrar um 
meio de separá-las da água.
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A origem da cor na água bruta
Antes de se iniciar o processo de tratamento vou responder ao seu questionamento so-
bre a origem da cor que colore a água bruta. A presença de significativas concentrações de 
matéria orgânica na água bruta apresenta aspectos negativos, dentre os quais a mudança 
de cor, a exemplo da água captada, mostrada na imagem. Pode até não parecer, mas ela 
ocorre do resultado da degradação de substâncias da matéria vegetal.
Matéria Orgânica: 
uma mistura de 
compostos em vários 
estágios de decompo-
sição, os quais resul-
tam da degradação 
biológica de resíduos 
de plantas e animais, 
e da atividade sinté-
tica de microrganis-
mos. Fonte: <http://
bicen-tede.uepg.br/
tde_busca/arquivo.
php?codArquivo=91>. 
Acesso em: 27 out. 
2014.
Figura 21 – Água bruta para tratamento na ETA de Ribeirão da Penha/SP
Fonte: <http://www.saaeitapira.com.br/arquivos/imagens/ETA/tx_1.JPG>. 
Acesso em: 27 out. 2014
Mas é preciso atenção ao se estudar as colorações da água bruta, pois elas podem 
confundir-se com a turbidez. Por isso mesmo, logo em seguida vamos fazer referência 
à turbidez. Tanto assim, para seu conhecimento, que classificaram a cor em verdadeira, 
quando não se leva em conta a turbidez; e aparente, quando se leva em conta a turbidez. 
Duas observações ainda devem ser feitas: a primeira é que a cor tem influência direta na 
escolha do método de tratamento da água bruta; e a segunda é que o valor do pH desta 
água tem influência direta sobre ela.
Pesquisas atuais demonstram que, quase sempre, a cor é proveniente de 
substâncias orgânicas, as quais após a degradação da matéria vegetal 
originam diversas outras substâncias, a exemplo dos ácidos húmicos, que 
são substâncias resultantes de reações químicas, fotoquímicas e micro-
biológicas e ocorrem durante a degradação da matéria vegetal, como des-
cobriu os professores Tangerino e Di Bernardo (2005). Estamos excetuan-
do aqui qualquer derrame de tinta ou outro poluente similar, até porque 
estas são substâncias inorgânicas.
Curiosidade
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Características da turbidez da água bruta
Como eu definiria turbidez? Deixe-me ver: de uma maneira bem simplificada, como um 
parâmetro físico que é medido pela quantificação da interferência à passagem da luz pro-
vocada pelas partículas em suspensão na água (geralmente visíveis a olho nu), ocasionan-
do a reflexão e a absorção da luz. Agora sou eu que lhe pergunto: de quais fatores depende 
a turbidez para ser mais ou menos intensa? Granulometria das partículas? Correto, ou 
seja, quanto maiores as partículas, menor será a turbidez, mas também depende da con-
centração das partículas. A verdade é que a turbidez assume grande importância no trata-
mento da água bruta, porque se ela apresentar teores acima dos limites aceitáveis reduzirá 
a eficiência do processo de purificação da água, além de alterar o seu sabor e odor. Esses 
teores são expressos em NTU, Unidades Nefelométricas de Turbidez, ou em uT, Unidades 
de Turbidez. Por exemplo, a portaria do ministério da saúde 518/2004 determina que a 
água destinada ao consumo humano não pode ultrapassar o valor limite de 5uT.
A turbidez assume grande importância no tratamento da água bruta, porque se 
ela apresentar teores acima dos limites aceitáveis findará por reduzir a efici-
ência do processo de purificação da água, além de alterar o seu sabor e odor.
Faça uma pesquisa sobre turbidez dando ênfase a sua caracterização e às 
metodologias de medição. Deixe sua resposta em nosso fórum!
Atividade 01
A etapa de coagulação no tratamento da água bruta
Quando conceituamos o processo de coagulação como etapa de purificação do trata-
mento de água bruta, dissemos que ele aglutina suas impurezas pela ação de reagentes 
químicos ou coagulantes. Logo em seguida conceituamos a etapa de floculação, dizendo 
que enquanto a coagulação apenas agrupava as micropartículas, a floculação produzia 
agregados dessas partículas em suspensão na água (os flocos), para consequente decan-
tação. Agora chegou a hora de praticarmos essas conceituações, e você vai compartilhar 
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do acompanhamento desse tratamento.
A água bruta, captada e bombeada, chega à estação para passar por sua primeira eta-
pa de purificação, ou seja, a coagulação. Vou tomar como exemplo dessa entrada de água, 
a Calha de Parshall da ETA de Bebedouro, em São Paulo. Calma, que vou explicar sobre 
esse equipamento. A Calha de Parshall é um dispositivo medidor de vazão de água na for-
ma de um canal aberto com dimensões padronizadas: a água é forçada por uma garganta 
relativamente estreita, sendo que o nível da água antes dela é o indicativo da vazão a ser 
medida, independendo do nível da água após a garganta. 
O medidor Parshall, 
como também é conhe-
cido, foi desenvolvido 
pelo engenheiro Ralph 
L. Parshall, na década 
de 1920, nos Estados 
Unidos, inicialmente 
para aplicações em irrigações. Atualmente, é um dispositivo usado para 
medição de vazão em canais abertos de líquidos fluindo por gravidade, 
muito utilizado nas estações de tratamento de água para exercer duas 
importantes funções: medir de forma contínua as vazões de entrada e sa-
ída de água; e atuar como misturador rápido, facilitando a dispersão dos 
coagulantes na água, durante o processo de coagulação.
Curiosidade
Faça uma pesquisa sobre a origem e o desenvolvimento da Calha de Par-
shall e disponibilize o resultado no fórum.
Atividade 02
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Para complementar seu aprendizado concluo que o coagulante é adicionado à água 
bruta quando ela se encontra em condições adequadas de pH. Você sabe que 7 é o pH 
neutro? Abaixo desse valor a água se torna ácida e acima se torna alcalina ou básica. Como 
os coagulantes são substâncias ácidas, sua mistura tende a acidificar a água exigindo uma 
correção, o que se realiza com a adição de hidróxidos ou óxidos de cálcio (a cal), os quais 
são lançados antes da aplicação daqueles coagulantes.
Figura 22 – ÁCalha de Parshall com dosadores de cal (hidróxidos) e coagulantes
Fonte: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/parshall_cal.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
Os coagulantes são misturados e dispersados na água bruta rapidamente e uniforme-
mente de tal maneira que cada litro de água a ser tratada receba aproximadamente a 
mesma quantidade de reagente no menor tempo possível, já que o coagulante se hidrolisa 
(quebra da molécula da água) e começa a se polimerizar, ou seja, a se multiplicarem fra-
ção de segundos após o seu lançamento na água.
Para que ocorra essa mistura instantânea, a Calha de Parshall fornece as condições 
necessárias ao promover um turbilhonamento da água com o seu ressalto hidráulico (fenô-
meno que ocorre quando a corrente líquida passa do regime rápido para o tranquilo) como 
mostrado na imagem. Ali acontece a coagulação químicaque reduz turbidez, colóides, 
bactérias, cor, ferro, e manganês oxidados e alguma dureza.
Polimerização: é a 
união de moléculas 
de um dado com-
posto denominado 
monômero) para 
formar um novo 
composto designa-
do por polímero.
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Figura 23 – Misturador dos coagulantes no ressalto da Calha
Fonte: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/parshal0.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
Figura 24 – Tanque misturador de coagulantes em Minas Gerais.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-TX41-QNVBa8/TtZOawYZRPI/
AAAAAAAAACs/N29rV8H1Ugw/s320/Capt_
CoagulacaoG.jpg>. Acesso em: 27 out. 2014.
Você deve estar se questionando se apenas a Calha de Parshall seria usada como com-
partimento de coagulação não é verdade? A resposta é não. O processo básico de mistura 
é similar em todas as ETAs, porém os reservatórios podem ser bem distintos, a exemplo 
deste de uma ETA de Minas Gerais, apresentado na imagem a seguir.
As substâncias coagulantes
Vamos agora conhecer quais as substâncias coagulantes utilizadas e como a mistura se 
processa quimicamente. Mas saiba que esses coagulantes não atuam sozinhos; eles são 
acompanhados de substâncias auxiliares na aglutinação das impurezas da água. Vamos 
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Figura 25 – Reação e atração entre as partículas coloidais.
Fonte: <http://tratamentodeefluentes.files.wordpress.
com/2013/11/9.png?w=300&h=86>. Acesso em: 27 out. 2014.
classificá-las em três tipos de reagentes: os coagulantes propriamente ditos, na forma de 
compostos de ferro ou de alumínio, que produzem hidróxidos, os quais englobam as partí-
culas coloidais; os coadjuvantes, na forma de compostos de sílica, por exemplo, que dão 
origem a núcleos densos para os flocos; e os alcalinizantes, que fornecem a alcalinidade 
necessária para a coagulação e posterior floculação. 
Não custa repetir que naquele turbilhonamento, no compartimento de mistura, acon-
tecem as reações químicas que vão formar os flocos de partículas. Saiba você, que essas 
partículas de impurezas presentes na água bruta apresentam geralmente carga elétrica 
superficial negativa, impedindo que se aproximem uma das outras. Elas se repelem, mas a 
coagulação acaba com essa intriga. Quando o coagulante sulfato de alumínio, por exemplo, 
entra no tanque de mistura geram partículas elétricas positivas que promovem a atração 
dos colóides, como exemplificado na imagem. Porém os flocos formados, bem como as 
impurezas ainda dispersas, não têm peso suficiente para se sedimentarem. A água com 
seus conglomerados coloidais fluem do sistema coagulador para outros compartimentos 
no qual essas partículas ganharão peso.
Sílica: composto 
oxigenado (SiO2) 
do silício encontra-
do em minerais, 
areias e silicatos.
Os agentes químicos coaguladores são insolúveis na água. O sulfato de alumínio 
(Al(OH)3) é um bom exemplo de coagulante, cujas reações químicas que ocorrem durante 
o processo de coagulação podem ser demonstradas da seguinte maneira: 
Quando o sulfato é lançado na água imediatamente geram partículas atômicas eletrica-
mente positivas, os íons positivos, ou cátions, como se vê na equação 01.
Al2(SO4)3 → 2 Al
3+ + 3 SO4
2- (equação 01) 
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O sulfato na água se decompõe e surgem os íons positivos de alumínio (Al3+). Uma 
pequena quantidade desses íons positivos neutraliza as impurezas de carga negativa pre-
sentes na água e a quantidade restante reage com o íon hidroxila (OH-) da água, formando 
o hidróxido de alumínio, de acordo com a equação 02.
Al2(SO4)3 + 6 H2O → 2 Al(OH)3 + 6 H+ + 3 SO4
2- (equação 02)
 Observe que o sulfato Al2(SO4)3 reage com a água e forma moléculas de hidróxido 
de alumínio (Al(OH)3), o qual se apresenta como um colóide eletricamente positivo e que 
neutraliza os colóides eletricamente negativos componentes das impurezas. Observando 
mais atentamente a consequência da reação de hidrólise (quebra da molécula da água) 
concluímos que resultou num aumento de íons de hidrogênio (H+). E o valor do pH desce, 
tornando a água ácida. É por essa razão que se adiciona à água, no tanque de coagulação, 
os hidróxidos, para provocar o retorno da alcalinidade.
A etapa de floculação no tratamento da água bruta
Nesses novos compartimentos, denominados floculadores, continuam a ocorrer as rea-
ções, porém não mais num ambiente de turbilhonamentos vigorosos como no coagulador, 
e você pode visualizá-los na imagem, que mostra um exemplo.
Figura 26 – Tanques de mistura lenta, ou floculadores, da Copasa/MG
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-hKbystR1a_g/TtZOqM5LjmI/AAAAA-
AAAAC0/uJ-OevhuRxA/s320/Flocula%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
A mistura agora se dá de maneira lenta, mas proporcionando o contato constante entre 
as partículas: é o processo da floculação, cujo objetivo é a formação de flocos sedimentá-
veis (mais pesados), numa sequência de floculação e decantação.
Esses flocos se apresentam agora no floculador com aspecto gelatinoso, como pode 
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Figura 28 – Decantador da ETA de Bebedouro/SP, ao tempo da sedimentação
Fonte: <http://www.saaeb.bebedouro.sp.gov.br/home/images/
stories/servicos/eta2_decantadores.jpg>. Acesso em: 27 out. 2014.
Figura 27 – Flocos formados em tanque de floculação
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-jzklKyi0784/UogRfWk4JxI/AAAAAAAA-
By0/wptfIsJIPso/s400/flocula%C3%A7ao-esta%C3%A7ao-tratamento-de-
-agua.png>. Acesso em: 27 out. 2014.
observar na imagem, sendo essa uma característica que lhe proporciona a capacidade de 
aglutinar partículas em sua superfície, e assim eles vão ficando maiores e mais pesados. 
Mas, não esqueça que eles são partículas microscópicas que foram se juntando até se tor-
narem visíveis, na forma dos flocos. É neste momento que a água se escoa para os tanques 
de decantação - os decantadores.
A etapa de decantação no tratamento da água bruta
Você saberia dizer por que a distância entre os floculadores e os decantadores é pe-
quena? Vou lhe dizer. É para que se diminua o risco da quebra dos flocos formados, e não 
ocorra qualquer sedimentação durante o percurso da água floculada. Nos tanques de de-
cantação, a água fica em repouso durante cerca de três a quatro horas, e os flóculos mais 
densos vão sedimentando e formando uma camada de material gelatinoso no fundo do 
decantador. A imagem lhe dá uma visão de tanque de decantação no tempo da espera da 
sedimentação das partículas.
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a distância entre os floculadores e os decantadores é pequena [...] para que se 
diminua o risco da quebra dos flocos formados e não ocorra qualquer sedimen-
tação durante o percurso da água floculada.
Após a decantação, a água livre das partículas que sedimentaram no fundo do decanta-
dor flui pelo vertedouro, para seguir em direção às etapas de filtração e desinfecção.
Figura 29 – Vertedouro em decantador da ETA de Bebedouro/SP
Fonte: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/calhadec.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2014.
Normalmente, mais da metade das impurezas sedimentadas ficam retidas no fundo 
do decantador na forma de um lodo gelatinoso. Periodicamente faz-se a retirada, lavagem 
e limpeza desses compartimentos. Sua remoção é imprescindível para a manutenção da 
qualidade da água superficial enviada às etapas de tratamento seguintes. E você está que-
rendo me perguntar. Qual o destino deste lodo?
Destino do lodo sedimentado no tanque coagulador
O lodo sedimentado é o conglomerado resultante de

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