Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O CISMA DE KOATAY 108 1 O CISMA DE KOATAY 108 “MEU FILHO, A NOSSA DOUTRINA NÃO DIVIDE. DIVIDIU! ENTÃO NÃO É A DOUTRINA DE JESUS, NÃO É A NOSSA DOUTRINA...” KOATAY 108 CCESB – COMUNIDADE CRÍSTICA ESPIRITUALISTA SETA BRANCA VOLUME 1 REGENTE TUMUCHY O CISMA DE KOATAY 108 2 O CISMA DE KOATAY 108 O CISMA DE KOATAY 108 3 COMUNIDADE CRÍSTICA ESPIRITUALISTA SETA BRANCA O CISMA DE KOATAY 108 REGENTE TUMUCHY VOLUME 1 – 1.ª EDIÇÃO O CISMA DE KOATAY 108 4 Edição do autor Este livro, no seu todo ou em parte poderá ser reproduzido ou transmitido, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros sem autorização prévia. Texto original: Bezerra Neto Direção Editorial: Trino Tumuchy Adaptação e revisão: Trino Tumuchy. Edição do autor St. Baixio dos Monteiros, 00050 Distrito Romualdo - Crato Home page: www.doutrinadoamanhecer.com TUMUCHY, REGENTE. O Cisma de Koatay 108. Crato: edição do autor, 2008. 86p ISBN: CDD: 920 O CISMA DE KOATAY 108 5 “Filho, o homem que tentar fugir de suas metas cármicas ou juras transcendentais será devorado ou se perderá como um pássaro que tenta voar na escuridão da noite!” Pai Seta Branca O CISMA DE KOATAY 108 6 SUMÁRIO MENSAGEM AOS TRINOS ..................................................... 7 INTRODUÇÃO ............................................................................ 9 A ERA DO JAGUAR ................................................................ 16 O DESENLACE ......................................................................... 18 FORÇA DECRESCENTE ....................................................... 21 PODER ........................................................................................ 21 EVANGÉLICO ........................................................................... 21 INICIÁTICO .............................................................................. 23 DECRESCENTE ....................................................................... 24 OS TRINOS ................................................................................ 27 TRINO TUMUCHY ................................................................. 28 TRINO ARAKEN ..................................................................... 30 TRINO SUMANà ..................................................................... 32 TRINO AJARà .......................................................................... 33 A DENSA BARREIRA ETÉRICA ........................................ 35 AS EMISSÕES........................................................................... 37 CISMA DE IRESHIM .............................................................. 40 A CISÃO TRINÁRIA ............................................................... 43 UM GRITO DE ALERTA ....................................................... 53 INSTRUÇÕES DOUTRINÁRIAS ........................................ 59 OS INSTRUTORES ................................................................. 59 LITERATURA ........................................................................... 63 O CISMA DE KOATAY 108 ................................................. 64 ANEXOS ..................................................................................... 67 PARTIDA EVANGÉLICA (UM GRITO DE ALERTA) (KOATAY 108) ........................................................................ 67 UM GRITO DE ALERTA (TRINO TUMUCHY) ............. 76 O CISMA DE KOATAY 108 7 MENSAGEM AOS TRINOS Meu Filho Trino, O desenvolvimento se avança diante de uma prosperidade. Quisera eu assim trazer afirmações precisas para a grande jornada que é este 3º 7º. O mundo exige a tua força, serás o medianeiro do Sol e da Lua e do Mar. O vento te soprará eflúvios do ouro e da prata para que eu: filho querido possa sentir-me em paz sabendo que a tua mesa está completa. E então, filho! Sabendo completo te enviarei todos aqueles que sofrem pelo frio e pela fome no triste propósito de te encontrar. Espero que as intempéries das mudanças cármicas ao caírem de chofre em teu orbe não vos atinjam, porque de ti dependerão os demais abnegados deste 3º 7º. Não duvides dos grandes sinais do céu, nem dos furacões, nem menosprezes os seres que tentarem erguer-se do chão, porque filho querido! Onde tua voz será o governo, será ouvida e ressoará no canto universal. Filho Jaguar, filho Esparta, ao cruzar as espadas em teu peito exigi que empunhasse sempre dividindo da Direita para a Esquerda, resguardando-se na Conduta Doutrinária... na ciência e na Fé, porque tudo te pertencerá na alegria na dor. A filosofia dividirás o bem e o mal. Na religião o amor unirás todas as pérolas e elas enfeitarás o caminho onde um dia caminharás junto a quem tanto suspiras. Aprenda para melhor ensinar, não esquecendo que um dia aqui em teu plano deixarás de me ouvir em “Neiva”, tornando-se mais difícil os nossos contatos. Aproveite filho, falar com Neiva à linguagem universal. Em tua Lei, amor, tolerância e humildade. Tens as rédeas da força Etero-Magnética, O CISMA DE KOATAY 108 8 força absoluta que vem de Deus. Jesus em seu manto sagrado tudo emite. Todo Universo ouve o teu sagrado juramento que fizeste com as seguintes palavras: Oh Senhor fira-me quando o meu pensamento afastar-se de Ti, e mais ao tomar o cálice: Este é o teu sangue, ninguém jamais poderá contaminar-se por mim. Deus terá tudo por estas palavras. Salve Deus! O teu Pai. Seta Branca, que ora vive o teu amor. Simiromba também teu Pai. (Se um dia cansares de ler esta carta, arremesse-a sobre as chamas que te convierem). Vale do Amanhecer, 30/12/78. O CISMA DE KOATAY 108 9 INTRODUÇÃO “Quem ouve estas minhas palavras e as põe por obra assemelha-se a um homem sensato que edificou a sua casa sobre a rocha. Desabaram aguaceiros, transbordaram os rios, sopraram os vendavais e deram de rijo contra a casa: mas ela não caiu porque estava construída sobre a rocha. Quem, pelo contrário, ouve estas minhas palavras e não as põe por obra parece-se com um homem insensato que edificou a sua casa sobre areia. Desabaram aguaceiros, transbordaram os rios, sopraram os vendavais, dando de rijo contra aquela casa, e ela caiu, ruindo com grande fragor.” Jesus. Salve Deus, meus irmãos. Que a paz de Jesus esteja em nossos corações. Para uma melhor compreensão do que aqui vai exposto, faz-se necessário a explanação de algumas posições e de alguns fatos ocorridos há cerca de vinte e cinco anos na Doutrina do Amanhecer. São fatos vivenciados pela alta hierarquia doutrinária, que explicam e justificam nossa posição. No começo do ano de 1983, tia Neiva já apresenta sinais evidentes de cansaço e abatimento. Então, em fins de abril, escreve uma de suas últimas cartas aos seus filhos jaguares. Tal mensagem somente vem a público em 5 de abril de 1985 pelo então Primeiro Mestre Sol, Trino Tumuchy, Mário Sássi, num curso denominado ‘Partida Evangélica’, a pedido da própria clarividente. A carta mostrava uma tia Neiva preocupada, tensa, desejosa de promover mudanças urgentes e estruturais em vários setores doutrinários: os caminhos às consagrações, a escalada ao mestrado, a formação de mestres instrutores etc.. O CISMA DE KOATAY 108 10 Nesta carta, que ficou conhecida extraoficialmente como “UM GRITO DE ALERTA”, tia Neiva, tristemente, faz referência às ninfas missionárias, preocupadas somente com o exterior, com suas indumentárias, mas sem qualquer compreensão a respeito do seu sacerdócio, da sua missão. Anos mais tarde, em 1990, após o desencarne de tia Neiva,o mestre Tumuchy também lança uma mensagem, seu último recado aos jaguares, esta, oficialmente intitulada “UM GRITO DE ALERTA”, que vinha confirmar o que, em 1983, tia Neiva, em sua visão, de certa forma nos prenunciava. Deste modo, baseados no acervo de Koatay 108, suas cartas, mensagens e aulas, escritas e gravadas; baseados, sobretudo, em sua vida, ensinamentos e exemplos; inspirados nas mensagens, nos livros e folhetos do Primeiro Mestre Tumuchy e, sobretudo respaldados nos fatos que aconteceram depois do desencarne de tia Neiva até os dias atuais, nos sentimos obrigados à realização deste trabalho, chamado “O CISMA DE KOATAY 108”. Esses fatos, aos quais nos referimos, demonstram claramente grandes rupturas e graves problemas na diretoria administrativa do Vale do Amanhecer, composta, hoje, basicamente pelos filhos de tia Neiva – Gilberto e Raul Zelaya. Tais mestres são responsáveis por uma política doutrinária desigual, confusa, personalista, sectarista e improcedente, que dia a dia, compromete todo o Poder Evangélico-Iniciático-Decrescente, trazido e deixado por tia Neiva. Ressalta-se, sobretudo, no presente trabalho, que não há nenhum vínculo, compromisso ou subordinação de nossa parte em relação à diretoria da entidade Vale do Amanhecer. O mesmo se dá em relação ao Templo Mãe e a OSOEC - Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã – Vale do O CISMA DE KOATAY 108 11 Amanhecer – Brasília DF. Assim como fazemos questão de salientar que não concordamos com sua política doutrinária e suas diretrizes administrativas. Esclarecemos e salientamos mais uma vez, muito respeitosamente aos senhores deste mestrado: Trinos; Trinos Regentes; Adjuntos Arcanos; Adjuntos Regentes; Adjuntos Rama 2000; Adjuntos Koatay 108; Presidentes de templos externos; Sétimos Raios e demais componentes. Devido a muitos fatos ocorridos com relação à gestão da Doutrina do Amanhecer, somos obrigados, por questão de compromisso junto à Doutrina de Jesus, a assumir esta posição. Tais fatos nos revelam com bastante clareza e enorme tristeza, uma crise institucional, ocasionando um total desgoverno e desmonte de toda a estrutura da instituição Vale do Amanhecer – Templo Mãe, tanto no sentido administrativo, quanto executivo e doutrinário. Referimo-nos a uma regência injusta, uma política de desenvolvimento doutrinário contraditória, incoerente e confusa; uma diretriz equivocada e deturpada ofendendo e ameaçando toda a estrutura crística estabelecida por Tia Neiva. Esclarecemos também, desde já, que a Doutrina foi recebida pela médium responsável pela fundação da entidade Vale do Amanhecer. Entendemos, assim, que tia Neiva, embora seja fundadora da instituição Vale do Amanhecer, não é sua proprietária, assim como também não é a fundadora da Doutrina do Amanhecer, pois essa O CISMA DE KOATAY 108 12 pertencente a Jesus. O seu regente é o Pai Seta Branca, a não ser quando confundimos essa ordem de valores. Afigura-se lamentável esse engano. Desassociamos assim, por uma evidência lógica, dois pontos fundamentais para a compreensão da nossa posição: primeiro: ‘instituição Vale do Amanhecer’ e ‘Doutrina do Amanhecer’. Segundo: ‘tia Neiva fundadora’ e não ‘tia Neiva proprietária’ do Vale do Amanhecer. Nem todos que se consideram do Vale do Amanhecer praticam a Doutrina do Amanhecer. Para essa definição não basta somente estar usando o mesmo uniforme e participar dos rituais do Vale do Amanhecer. Não basta compor a mais alta hierarquia, ter esta ou aquela consagração, mas sim, estar vivendo comprometido com a essência da Doutrina de Jesus, em obediência aos seus princípios, como funcionário do sistema crístico. Pertencer à entidade, à ordem, não significa viver a Doutrina do Amanhecer. Outro lamentável engano... Entendemos assim, que toda a estruturação deixada por Tia Neiva está sendo destruída. A Doutrina perdeu sua finalidade, sua função, a sua verdadeira identidade e objetivo, sendo assaltada e deturpada pelo personalismo de uma minoria que, por fatores genéticos, baseados num sobrenome, se intitulam pretensiosamente proprietários da Doutrina do Amanhecer, a Doutrina de Jesus. Esta mesma minoria, em nome de funções, IMPERIOSAMENTE impõe a todo corpo mediúnico suas ordens, oprimido, perseguindo e punindo arbitrariamente como se fossem deuses, usando ideologicamente o discurso de ‘manter tudo como tia Neiva deixou’. Esse é um nobre discurso. Contudo, pelas consequências de suas atitudes sabemos que ele não é verdadeiro. Assumimos essa posição e decisão por uma série de motivos, entre os quais: O CISMA DE KOATAY 108 13 Compromisso e consciência, de responsabilidade e dever moral para com a Doutrina de Jesus; Em respeito à vida sacerdotal de Tia Neiva, a médium, a mãe, de todos os Jaguares, que se colocava como um simples instrumento a serviço do Pai Seta Branca, e que somente ensinou o “amai-vos uns aos outros”, o perdão, a compreensão e a humildade. Em respeito e lealdade aos ensinamentos de tia Neiva, nos ensinando a não tolerar o intolerável: padrões inferiores de orgulho, vaidade e egocentrismo, mergulhando a prática mediúnica num plano de mediocridades, como o que temos assistido, bastando para isso uma ligeira visita aos vários ‘sites oficiais’ do Vale do Amanhecer. Em respeito a todo mestre ou ninfa do corpo mediúnico, que desconhecedor da atual situação sofre as consequências dos desmandos e imposições de uma minoria personalista. Em respeito a todos aqueles que buscam nessa Doutrina auxílio e esperança. Não temos como, e não nos permitimos ser corresponsáveis com tais atitudes e incoerências cometidas pela diretoria hierárquica do Templo Mãe, que se impõe pelo autoritarismo e por uma administração que denominamos de antidoutrina. Não reconhecemos assim, autoridade, confiabilidade nesses senhores e senhoras que se definem pelas suas próprias atitudes, como pessoas ineficientes nas funções que ocupam; que não atendem as necessidades e os compromissos elevados e exigidos a tão nobre tarefa, de comandar todo esse sistema doutrinário na terra. O CISMA DE KOATAY 108 14 Assim sendo, anunciamos, a todos os jaguares, a realização deste trabalho e a fundação de uma entidade que denominamos ASSTEN – Associação dos Templos Independentes do Nordeste. Trata-se de uma associação independente que nasce com a finalidade e objetivos que se seguem: Reestruturar o poder descrente da Doutrina, trazendo de volta a irrigação e alimentação espiritual, através da recomposição do quadro hierárquico e funcional. Reunificar a prática doutrinária mediúnica. Restabelecer as linhas Crísticas da Doutrina do Amanhecer. Abrir espaço para o diálogo a respeito dos perigos pelos quais passa a missão dos jaguares. E mais do que isso, buscando conscientizar todos os jaguares da atual situação, bem como da urgente necessidade de se mudar os rumos doutrinários. Acima de tudo, reafirmamos mais uma vez nossos juramentos – de cuidar e manter as linhas evangélicas que tia Neiva sempre ensinou: as linhas do Evangelho primitivo, o Evangelho sem retoques de Nosso Senhor Jesus Cristo – sua essência, sua pureza, sua energia, bem como as linhas evolutivas de uma verdadeira transformação, pois o Jaguar se perdeu e hoje somos como qualquer instituição religiosa, vivendo somente os aspectos exteriores da vida. Não há outro objetivo em nossas intenções. Nossa única missão é trabalhar para manter e dar continuação ao que Tia Neiva deixou; desenvolver e zelar pelas linhas doutrinárias e evangélicas que formam os fundamentos dessa ordem espiritualista; o Evangelho de Jesus, a alma da Corrente Indiana do Espaço, a corrente iniciática. O CISMA DE KOATAY 108 15 Que a paz de Jesus esteja entre nós. Salve Deus. O CISMA DE KOATAY 108 16 A ERA DO JAGUAR “Não temais o fimdos tempos e nem o que dizem os profetas. Lembrai-vos somente do que disse Jesus, o Caminheiro: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Alertai-vos, filhos! Não vos abateis pelos falsos rumores e, também, não vos arraigueis aos castelos e edifícios ornamentais em vosso redor, de baço brilho, amontoando-se e marginalizando a própria civilização que conquistastes, construída com tantos sacrifícios”. Pai Seta Branca. Em 1959 Nasce a UESB – União Espiritualista Seta Branca. Inicia-se a nova jornada do Jaguar. Daí em diante tem início a formação da Corrente Mestra ou Doutrina do Jaguar; a Doutrina do Amanhecer e todo o conjunto doutrinário ritualístico, agora tendo como meta o desenvolvimento do Sistema Crístico, tendo a frente como mentor espiritual um veterano e experiente espírito, acostumado e empenhado às grandes lutas e conquistas dos ciclos civilizatórios do homem. A missão do Jaguar abrange muito além dos limites da terra. Trata-se de uma jornada de contexto planetário, onde a nova ordem é trabalhar na limpeza psíquica moral coletiva de vários planos do sistema solar. Para isso Capela se move e comanda, sob a regência de um príncipe arcano, o Simiromba de Deus. Seta Branca, Agora, do plano espiritual dirige a terceira e última etapa de implantação do sistema crístico de Jesus na terra. Para isso, manda seus filhos e suas tribos para o Brasil – a pátria mãe do Evangelho - com o objetivo de protegê-lo, prepará-lo e desenvolvê-lo para ser a estrela guia, Estrela Sublimação do mundo. A estrela testemunha sob a luz do Evangelho. Se no mundo espiritual esse O CISMA DE KOATAY 108 17 excelso espírito, comanda e determina suas legiões para ajudar a terra no processo de transição do III milênio, Tia Neiva, no plano físico, teve a responsabilidade de preparar os Jaguares encarnados para recepcionar e representar os grandes arcanos e suas falanges numa conjunção planetária, simétrica e assimétrica de dois planos, pois Jesus não quer que o homem sofra. O CISMA DE KOATAY 108 18 O DESENLACE Os acontecimentos daquele distante quinze de novembro de 1985 ficaram gravados em nossa mente e em nossos corações, de forma indelével. Vivíamos, em verdade, nos deslumbrando, nos alimentando do mundo espiritual que se manifestava na figura de tia Neiva. Estar perto de Koatay 108 era respirar o aroma das matas, o mundo dos encantos, os mundos civilizados, dos grandes iniciados; ela, magistral e majestosamente nos perfumava; emanava-nos na luz do seu amor. Nós então respirávamos a atmosfera que ela nos proporcionava, a atmosfera dos encantados, dos iluminados... Mas isso não era uma sensação provocada pela sua mediunidade. Vidência, clarividência, audiência ou qualquer outro tipo de mediunidade não tem a capacidade produzir nos corações, nas almas de todos que ali se encontravam, o que tia Neiva produzia. Esse fenômeno é extraído somente do amor incondicional, o amor ensinado e vivido por Jesus. O que se sentia era, na verdade, a materialização do amor crístico. Após o desencarne, nos primeiros momentos as sensações de orfandade e perda foram os sentimentos que nos caracterizaram durante os rituais necessários, de vigília e sepultamento. O templo escuro, iluminado a velas; as lágrimas, o choro convulso, a dor, estampada na face de todos que ali chegavam denunciava o tamanho e a importância que Tia Neiva havia conquistado ao longo dos seus quase trinta anos de uma vida entregue incondicionalmente à sua missão. A todo instante, pessoas de todos os pontos do país chegavam, em diversas caravanas, derramando seu O CISMA DE KOATAY 108 19 pranto, e, numa atitude contraditória, ansiosas por se despedir da ‘mãezona’. Tia Neiva desencarnou em 15 de novembro de 1985, vítima de complicações respiratórias, deixando uma comunidade de milhares de pessoas – seus filhos jaguares, que agora, aos olhos de todos pareciam órfãos, do carinho da mãe em Cristo Jesus. Mas, os sucessos daquela madrugada já eram por nós esperados. O desencarne de tia Neiva – todos nós sabíamos – não tardaria. Havia já algum tempo que ela sofria dores atrozes, devido à água que se acumulava nos seus pulmões, minando-lhe a resistência orgânica, levando-a com certa regularidade a internamentos que a todos colocavam em estado de alerta. O ritual que se iniciou numa sexta-feira, 15, terminou no domingo, 17, quando o caixão desceu ao túmulo escuro, enquanto o Mantra de Simiromba era solenemente envergado, entre lágrimas e soluços. Entretanto, passada a consternação do momento e a tristeza de uma breve despedida, havia chegado a hora dos continuadores da missão de Koatay 108... Os herdeiros assumiriam a plena condução da Doutrina do Amanhecer na terra. Tia Neiva havia desencarnado e em seu lugar ficariam os Trinos, como continuadores de todas as suas diretrizes e determinações. Seriam eles os pilares que manteriam toda a estruturação. Hoje, vinte e três anos depois da partida de tia Neiva, deveríamos nos questionar, de forma incisiva: O que aconteceu? Por que a separação? Por que tantos abalos ao Vale do Amanhecer, que hoje tem uma imagem negativa diante da opinião pública? O CISMA DE KOATAY 108 20 O que aconteceu com os Trinos? 1. SERÁ QUE O JAGUAR APRENDEU E ASSIMILOU O QUE PRECISAVA PARA O CUMPRIMENTO DE SUA MISSÃO? 2. QUAL FOI A VERDADEIRA MENSAGEM QUE TIA NEIVA QUIS NOS TRANSMITIR? O CISMA DE KOATAY 108 21 FORÇA DECRESCENTE Ao longo de toda sua vida missionária, tia Neiva se encarregou e se empenhou na estruturação da Doutrina do Amanhecer - um compêndio tão antigo, nessa terra, quanto o homem, vindo das Escolas do Oriente Maior, plantado no ocidente para contribuir ou influenciar no pensamento ocidental, cumprindo assim, a determinação do espaço, de promover a paz entre o pensamento oriental e o pensamento ocidental, e desse casamento, a união da religião e da ciência. Ao desencarnar, Tia Neiva deixou toda a infraestrutura de funcionamento no plano físico em perfeita sintonia e sincronia com o plano espiritual, o que poderíamos resumir de Poder Evangélico- Iniciático-Decrescente. Explicamos: PODER União de várias forças individuais, que se empenham num mesmo propósito, num mesmo objetivo e com mesmo sentido. Cada mestre, cada ninfa traz sua força, que isoladamente pouco pode realizar. Entretanto, quando unidos, uns dispondo da força dos outros, formamos uma coroa de forças; somos um poder – forças unidas para um objetivo comum. São forças em condição de convergência. São homens e mulheres que canalizam em união suas energias com a mesma intenção. Nesse sentido, inicia-se a transformação. O indivíduo abandona o particular, para se dedicar ao coletivo. EVANGÉLICO Porque se baseia exclusivamente no Evangelho de Jesus, não se admitindo qualquer tipo O CISMA DE KOATAY 108 22 de demanda em relação a essa verdade. Porque o mal convive com o bem, mas o bem não admite convivência com o mal. Amor, humildade e tolerância são seus pontos básicos e fundamentais. Sim meus irmãos, falamos de Jesus. Falamos do anjo que das regiões celestiais desceu a este planeta. Em Sua Doutrina não há meio termo. É ser ou não ser. Ela é a Sublime Canção do Amor, oferenda divina nos possibilitando a grande caminhada evolutiva. Nele, encontraremos duas linguagens: a dos homens, que se encantam com as palavras, as recitam, mas não compreendem a sua extensão e profundidade. Leem somente com os sentidos físicos, sua assimilação é exterior e superficial. A esses Jesus costumava dizer: “Que as palavras matam, e o espírito vivifica”. Por outro lado, temos o Evangelho dos iniciados ou iniciático, a linguagem interior lida pelos sentidos espirituais, compreendida e vivida na sua essência mais pura. Por aqueles que atingiram uma maturidade planetária, construída por uma caminhadamilenar, e compreenderam que nem só de pão vive o homem. O Evangelho é uma poesia em parábolas. Versos que se compõem de preceitos morais, como um caminho que, ao ser percebido, nos leva as transformações da alma, e não somente dos sentidos físicos. Alma: poderíamos defini-la como, a casa dos nossos sentimentos. Jesus conhecia a alma humana, o seu estado evolutivo e sua natureza psicológica. Conhecia os vários estados de almas encarnadas, que habitavam a Escola da Terra, então foi graduando o conhecimento como a colocá-lo em degraus, na medida que avançamos no crescimento interior, e vamos nos tornando conscientes, vamos subtraindo de suas palavras em parábolas, as verdades que ele anunciou. O CISMA DE KOATAY 108 23 O seu sacrifício, sua vida, sua missão e sua mensagem se constituem no mais perfeito exemplo de abnegação, de dedicação e renúncia a nós, de amor e respeito a tudo que somos. Jesus foi o perfeito vivendo o imperfeito que ainda vive dentro de nós. Foi o Maior Instrutor Universal que desceu de seu plano celeste para se vestir de carne. Diminuído se fez homem para nos mostrar o verdadeiro caminho que nos leva a libertação, compondo em suas caminhadas a mais bela e nobre liturgia. Assim, vivemos e sentimos essa doutrina, que está além da nossa compreensão. Nem tudo entendemos, mas nos guardamos da mais absoluta certeza de que Jesus anunciou um caminho, esse caminho é o do amor, do amor incondicional, o único capaz de vencer todas as diferenças, todos os preconceitos, capaz de tornar todos irmãos independente de cor, raça e crença. INICIÁTICO Livre de superstições, dogmas e crendices, sem falsos conceitos e preconceitos. É o homem do terceiro milênio, objetivo, claro, direto. Seu pensamento é reto, prático, simples, livre de sentimentalismos e falsas ideias. Não se prende a dogmas, nem a falsos preceitos. Analisa e responde a tudo pela luz da razão maior, a ciência espiritual – o conhecimento transcendente, da vida eterna. É o ser metafísico, que compreendeu o ilusório, venceu o estado maya e vê além das densas barreiras materiais. Suas intenções são claras, límpidas; seus gestos nobres; é polido sem ser artificial. Não causa ansiedade por suas atitudes e olhares; procura pensar antes nos outros e depois em si mesmo; suas ações são a confirmação de suas palavras; é, em suma, um verdadeiro cavalheiro. O CISMA DE KOATAY 108 24 DECRESCENTE Porque depende de uma estrutura hierárquica constituída, de perfeita harmonia entre os seus constituintes ou regentes, desde o seu mais alto nível até a base do corpo mediúnico, sendo esta condição indispensável para a perfeita e segura comunicação interplanos. Mas o caráter decrescente, no sentido doutrinário, não se restringe ao conceito de decrescência, somente, mas diz respeito a cada regente em perfeita sintonia com o seu mentor, desde os trinos, passando pelos adjuntos de toda ordem, os sétimos raios até a base da pirâmide mediúnica. Significa cada mestre, em sintonia com os seus mentores e dentro da sua missão, dispondo do que, transcendentalmente, lhe pertence. Força decrescente é o principio que sustenta toda a Corrente Indiana do Espaço, em perfeita sintonia com este plano vibratório. É o fator disciplinante, gerando ordem e progresso. Propicia administração de toda energia acumulada, passando pela absorção, captação, gestão e distribuição de todas as energias absorvidas nos rituais e nos intercâmbios com o mundo da luz para todo corpo mediúnico. É a força decrescente, na gestão de todo este sistema doutrinário chamado Vale do Amanhecer que ordena perfeitamente todo o princípio de trabalho e administração das energias de toda ordem. Então, há forças maiores e outras que delas dependem, decrescem, para que possam coexistir em perfeita ordem e lei. Força decrescente é força positiva, concreta, de caráter vibrador e dominante que não tem caráter individual, mas participativo nos seus níveis bem definidos. Significa dizer que não se manifesta na figura de um O CISMA DE KOATAY 108 25 presidente, mas de um conselho administrador de políticas doutrinárias. Sem esta força ordenadora e distributiva a desorganização nos levaria à impossibilidade de administração desse sistema doutrinário, pela ausência da harmonia entre suas partes constituintes; pelo desentendimento entre seus regentes e representantes. Fica-se sem a decrescência da força que gerencia todo o princípio existente. Ao mesmo tempo, ao formarmos um corpo dito mediúnico, a força decrescente assegura a irrigação fluídica de todas as partes deste corpo, sendo perfeitamente similar ao sistema circulatório. Essa irrigação leva fluidos espirituais a cada integrante da doutrina. É o sistema pelo qual são transportados os nutrientes espirituais a cada um dos trabalhadores. São energias que sustentarão o médium na corrente e lhe proporcionará a resolução dos conflitos, a mudança dos pensamentos, a evolução dos conceitos entre outros tantos aspectos. Evidentemente, o corpo que sofre problemas de circulação, logo sofrerá também, devido às necroses que lhe são consequentes. Isso porque as células não se alimentam. Não recebem o ‘ar puro’ dos mundos iluminados. Ao desencarnar, tia Neiva deixa todo o sistema definido e, na figura dos trinos, os guardiões maiores dessa magnífica estrutura. Cabia ao conselho trinário, somente a administração do que já estava erguido, da seguinte forma: 1. Manter a natureza EVANGÉLICA, INICIÁTICA E DECRESCENTE em todo sistema doutrinário. A ausência de qualquer uma dessas ‘propriedades’ descaracteriza todo o sistema, impedindo a assistência da Corrente do Amanhecer, impedindo a ação da Corrente O CISMA DE KOATAY 108 26 Mestra. Estruturar todo este sistema doutrinário foi a missão de Koatay 108. 2. Tia Neiva cumpriu sua missão. Trouxe do mundo espiritual todas as ordens e estruturou, edificou o sistema doutrinário, o poder evangélico-iniciático-decrescente. 3. Em 1985 toda a magnífica estrutura de correspondência com os planos iluminados estava funcionando. Estávamos numa sintonia vertical com o mundo espiritual. Tia Neiva desencarna e entrega aos seus herdeiros a missão de preservar a sua obra. 4. Os herdeiros no nível hierárquico mais alto são: 1º Mestre Sol Trino Tumuchy – Mário Sassi; 1º Mestre Jaguar Trino Arakem – Nestor Sabatovicz; 1º Mestre Sol Trino Sumanã – Michel Hanna; Força auxiliar: Mestre Sol Trino Ajarã – Gilberto Zelaya. A estes homens cabe a missão de zelar e preservar toda essa magnífica estrutura. O CISMA DE KOATAY 108 27 OS TRINOS “Meu filho, tenha esta cartinha como um despertar do seu Sacerdócio. Digo coisas nesta carta, redigida por sua Mãe Clarividente, em Cristo Jesus. Mestre herdeiro deste Amanhecer! Ainda não tirastes os velhos ressentimentos e, com palavras, estás colocando mais terra em seu coração. O sacerdócio é amor, tolerância e humildade. Ser porta-voz de sua mãe clarividente é algo difícil, porém, lembre-se dela e terás forças para seguir. Por que todo este acervo que te cerca? O dia em que alguém for tratado diferente, fugirão todos”. Tia Neiva, 14/08/84. Ao morrer tia Neiva deixa cada regente, em sintonia com seus mentores, em suas funções claramente definidas. Estávamos alinhados – em perfeita sintonia com o mundo espiritual. Eles deveriam então assumir e continuar exercendo suas funções, preservando a força decrescente em perfeita obediência ao Evangelho Crístico, em sintonia com a Corrente Indiana do Espaço. Frisamos mais uma vez: perfeita obediência ao Evangelho Crístico. Esta é a mais fundamental condição para que o padrão vibratório não sofresse danos após o desencarne de Koatay 108. Mas uma perfeita obediência aos princípios crísticos, não significa uma vida de asceta, entregue aos rigores das escolas orientais, extremadas em suas disciplinas. Os compromissosde um regente, não estão muito além dos compromissos que temos como homem e como cidadão, que nos exigem uma consciência social, uma conduta na vida. O sacerdócio estará a exigir essa mesma consciência social e espiritual, em obediência ao O CISMA DE KOATAY 108 28 santo juramento, porque nos diz o Pai Seta Branca: “as leis físicas que nos chamam a razão são as mesmas que nos conduzem a deus”. Na harmonia e sintonia entre os trinos estaria toda a nossa segurança e toda a manutenção do poder ao qual já nos referimos. Trino é a força que constrói os canais espirituais por onde navegam todas as emissões do corpo mediúnico, garantindo suas passagens não somente pelo nêutron, mas, sobretudo, pelo mundo etérico, sem ameaças de o médium não ser ouvido, escutado e atendido. Os trinos formam a tríade onde todo o sistema doutrinário e ritualístico está edificado; são eles que representam as raízes espirituais que formam o poder decrescente-evangélico-iniciático que desce para assistir o corpo mediúnico em sua totalidade, propiciando a todos, condições de uma transformação e evolução no sistema crístico. Os trinos são formados por três raízes espirituais, que partem do oráculo de Simiromba: Tumuchy, Araken, Sumanã. TRINO TUMUCHY MÁRIO SÁSSI O CISMA DE KOATAY 108 29 Os Tumuchys constituem a região que existe na linha intelectual onde estão se comprometendo com as grandes conquistas científicas... É um poder absoluto, de amplo desenvolvimento. Tem grandes dificuldades com seu povo, em razão da pouca receptividade na terra. Como Koatay 108, sua força não tem meio termo. Tumarã, que é o reino dos Tumuchys se coloca em seu mestre formando três atons... Os tumuchys se elevam às grandes pesquisas científicas. Seu representante era o Trino Mário Sássi. É o intérprete da Doutrina, o responsável pelas edições gravadas ou escritas pela clarividente: aulas... Tumuchy é uma força objetiva, prática e positiva. É uma força que se expande e alcança todo o corpo mediúnico, propiciando a todos um desenvolvimento igual. Ele é válido para todos, e não apenas para um indivíduo. Quando se desloca vai atingindo o seu ponto máximo, impregnando e despertando a consciência para um estado científico. É fenômeno natural, que se impõe sempre agindo conforme rígidos critérios científicos e doutrinários, esclarecendo e explicando, pela razão lógica, todos os fenômenos espontâneos. Sua projeção é direta preparando o médium para ser um missionário do Cristo. Possui Tumarã, povo, a força de um idealismo, como também da força de inovação, conversão, transformação e ascensão. No método interativo, tecnológico, o poder Tumuchy se desloca em sua raiz nos propiciando todos os meios científicos para o desenvolvimento intelectual do médium, sempre renovando suas projeções que se deslocam através de amacês que continuamente vêm trazendo o seu povo e as energias para o aperfeiçoamento dos chakras. Possui seu próprio sistema de procedimentos. Para isso trabalha com uma O CISMA DE KOATAY 108 30 programação, em que o médium pode (e, por vezes, necessita) continuamente intervir e controlar o curso das suas atividades mediúnicas para o seu aperfeiçoamento, fornecendo sempre novos canais que são entradas nos planos espirituais. Diz-se do meio de comunicação, que permite o médium interagir, de forma dinâmica, com a fonte ou o emissor. Tumuchy é uma instituição espiritual com poderes de realização de certos processos doutrinários, como adaptação, integração, comando administrativo. É o Trino Regente com a função de dar continuidade às normas de organização da Doutrina, como também agir na relação de interdependência entre os poderes e fatos doutrinários. É o responsável pelo desenvolvimento mediúnico. Por ser a raiz científica, trabalha na formação dos instrutores. TRINO ARAKEN NESTOR SABATOVICZ Trino Araken é o poder executivo da Doutrina, que se impõe rigidamente, segundo as leis O CISMA DE KOATAY 108 31 que regem nossos conceitos, expandindo-se a todo corpo mediúnico, no sentido realizador, de execução das leis, normas e rituais. É força objetiva, prática, direta e positiva. Seu perfil é disciplinador, mesmo austero, grave, rígido. É por isso, força vibradora, no sentido de promover a desagregação e substituição de conceitos, imprimindo fortemente novos padrões psíquicos. Arakem é força neutralizadora, força neutrônica, abrindo os campos gravitacionais, alterando os focos de todos os sistemas humanos. Seu representante era o Primeiro Mestre Jaguar Trino Arakem, Nestor Sabatovicz. Representa a raiz espiritual na execução das leis que formam o 3º 7º, ou seja, governa desde o primeiro plano até o sétimo plano existencial da humanidade. Força mística, governada pelos impulsos de uma religiosidade equilibrada pelos Tumuchys, que trazem a manifestação pela ciência e pela razão. A união destes dois trinos propicia a prática de um misticismo equilibrado, sadio, desde uma simples manifestação ao mais alto grau de elevação de um ritual. O Ministro Arakem viveu na terra como José de Arimatéia, espírito que conduziu Jesus ao Tibet aos doze anos de idade, para que lá ele fosse iniciado. Tem na Doutrina, entre outras incumbências, a de zelar e promover o perfeito funcionamento dos rituais. É o comandante maior e força acionadora no templo, suas escalas e seus trabalhos. Em sua força absoluta, vibradora e positiva, dispõe as linhas estruturais do mestrado – força ritualística, iniciática, trazendo a todos os mantras de forças necessários para essa realização. Traz e fornece ao corpo mediúnico a força mística. Trabalha no desenvolvimento mediúnico, e formação de novos instrutores, juntamente com o representante Tumuchy. São também de sua responsabilidade os trabalhos de Contagem. O CISMA DE KOATAY 108 32 TRINO SUMANà MICHEL HANNA O Trino Sumanã é na Doutrina, o 1º Mestre Curador, agindo na linha do Cavaleiro da Lança Vermelha, da cura desobsessiva, a verdadeira cura do espírito. É a força dos grandes iniciados que se movem em suas manifestações para a cura do espírito. Age silenciosamente, entre todo o corpo mediúnico, bastando ao seu representante somente circular no interior do templo. Sumanã não é força dominante-vibradora como Arakem e Tumuchy, porém de igual poder realizador. Na terra, foi Lucas, o médico apóstolo de Jesus. Trabalha na linha da complacência, brandura, tolerância, e por isso, acomoda em vez de desagregar. Age nos três reinos de nossa natureza, cura do plexo físico, da alma e do espírito. É de sua incumbência o teste mediúnico, para os aspirantes ingressantes na Doutrina. No desenvolvimento, atua junto aos doutrinadores, em suas formações e técnicas. Está ligado às grandes estruturações junto ao mestrado e O CISMA DE KOATAY 108 33 ao corpo espiritual, que se unificam na força de Sumanã. TRINO AJARà GILBERTO ZELAYA Trino ligado à coordenação dos templos externos. É a força ligada às grandes amacês, que entram em ação no plano etérico e interpenetram no plano físico, trazendo as ordens dos mundos de Simiromba para serem distribuídas e executadas na linha dos regentes que compõem na terra os grandes canais receptores dessas energias. Ajarã é o mestre responsável pela grande força de harmonia e equilíbrio físico-psíquico-espiritual de toda tribo jaguar. É importante ressaltar que ao contrário do que acontece no sistema físico, a herança ou o processo de sucessão nessa Doutrina do Amanhecer não se dá pelos laços consangüíneos. Não há a lógica familiar, ditada pelo sobrenome herdado. Na corrente do Amanhecer, a sucessão acontece por uma conjuntura espiritual, de homens e mulheres, espíritos que antes de nascerem assumiram compromissos missionários junto a Jesus. A sucessão O CISMA DE KOATAY 108 34 se dá na lógica da regência, ou seja, quando alguémdesencarna, o regente assume. O governo doutrinário, no que diz respeito às diretrizes e políticas após o desencarne de tia Neiva não ficaria a cargo de seus filhos, nem de suas filhas, como foi fartamente especulado na época, mas sob o governo de uma junta administrativa. O trino constituído pelos mestres Mário Sássi, o Tumuchy; Nestor Sabatovicz, o Arakem; Michel Hanna, o Sumanã e, como força auxiliar, na coordenação dos templos externos, Gilberto Zelaya, o trino Ajarã. O CISMA DE KOATAY 108 35 A DENSA BARREIRA ETÉRICA Estes representantes compunham a hierarquia no mais alto nível, dessa doutrina na terra. Mas para que entendamos ainda mais claramente a incumbência destes homens, outras explicações são necessárias. O homem encarnado vive na terra, possibilitado por seu equipamento constituído. Após receber a permissão para encarnar, o homem abre os olhos neste mundo e nele passa a interagir. Assim vai acumulando experiências, construindo e moldando seu psiquismo, registrando e interagindo aqui através do seu sistema sensorial – mente física, ou simplesmente cérebro. Esse é o universo palpável a todos nós; é o mundo conceituado, físico. Todos os nossos sentidos estão ajustados vibratoriamente para captar as impressões deste plano denso. Sobre esse mundo material, está o mundo etérico, ou simplesmente etérico. Trata-se de uma região que não é visível aos olhos físicos, onde atualmente cerca de vinte e quatro bilhões de espíritos desencarnados e in-luz vivem e interagem, de acordo com as suas necessidades. Toda essa comunidade etérica, por motivos diversos, que fogem ao escopo deste trabalho, exerce uma enorme pressão sobre o mundo dos encarnados, com ele interagindo a todo instante e em diversos níveis, que vão de uma simples atuação até casos de avançada obsessão. Mas o mais importante aqui, a se observar, é que ele funciona como uma barreira densa, impedindo o contato do homem físico com o mundo espiritual. Isso significa que ele se interpõe entre a terra e os mundos civilizados, os mundos iluminados dos grandes iniciados. O CISMA DE KOATAY 108 36 Assim o homem encarnado não tem como se comunicar com o astral superior. Ele pede e não é escutado; reza e os seus ais não têm eco no mundo espiritual, porque a sua voz e o seu chamado se perde na escuridão etérica, não ultrapassando o nêutron, não havendo meios para seu pensamento atingir os planos luminosos, pois há uma distância e um mundo a serem vencidos, superados. Uma das incumbências desse conselho trinário é, através de uma vivência irrepreensível no Evangelho Redivivo de Jesus, em respeito à força decrescente, sustentar determinados canais, por onde se realiza o intercâmbio dos encarnados com o mundo espiritual. São grandes tubos luminosos, por onde navegam as emissões, que assim, vencem a escuridão etérica e alcançam os grandes ministros, fazendo repercutir as vozes deste plano nos mundos civilizados. Então dessa forma o homem é escutado, pois suas preces navegam com segurança, vencendo esse grande espaço habitado denominado etérico. O homem conversa com seus ancestrais, pois uma vez mantidos esses canais, não há empecilhos para o contato do mundo espiritual. Essa é a única forma possível de sustentação da estrutura trazida por tia Neiva, sem a qual todos os órgãos e setores da Doutrina começam a não ser irrigados pelas energias espirituais. Fica claro que uma das atribuições dos trinos é a manutenção destes canais para que o mundo espiritual possa aqui se manifestar seguramente e todo corpo possa receber a irrigação espiritual e promover as reformas necessárias, possibilitando a evolução dos conceitos, a iluminação do corpo mediúnico... O CISMA DE KOATAY 108 37 AS EMISSÕES A emissão é a sublime canção composta por energias hieros. Hieros são energias extraídas de um desenvolvimento humano que atingiu um estado de sentimentos nobres, sublime, elevado. Seres Hierofantes, são entidades iluminadas, iniciados renascidos que possuem uma condição doutrinária, e devido a esse estado evolutivo exemplificam numa vivência crística, o caminho dos Devas, ou Dharmon- Oxinto. Ela é uma conquista de um ser hierático. Estado de consciência espiritual que possui um Iniciado. O ser iniciado é aquele que possui condição de manipular, recepcionar e emitir energias planetárias. Esse ser, torna-se uma grande usina de energias e substâncias especiais. Ela é uma linguagem evoluída do ser espiritual. É a linguagem do ser em evolução, que já se desprendeu, se libertou de estágios que compreendem “estados de inconsciência”, estado Religioso de superstições, preconceitos, fanatismo, da vida conceituada. Esse ser iniciado já possui uma consciência de si mesmo. Atingiu um grau de maturidade e desenvolvimento espiritual, humano e mediúnico, assumindo e se ajustando a outra realidade da vida. A vida na eternidade. Ela é um poema que foi escrito pelas árduas lutas evolutivas, dores seculares, realizações e conquistas na caminhada milenar, representando a conquista de um estado interior; ela é um fenômeno científico que se dá pela formação de um processo em atividade, distante de um simples comportamento religioso exteriorizado. Quando realizada, atinge os canais de navegação sustentados pelos trinos e ultrapassa a O CISMA DE KOATAY 108 38 barreira do nêutron, atravessando os planos etéricos e penetrando nas regiões vibracionais dos espíritos iluminados. Ela é uma composição do ser evangelizado que se entrelaça no autoconhecimento que possui um iniciado, constituído pela visão tridimensional da vida. Num sentido mais técnico, é a ação de pôr em circulação a energia do médium para uma finalidade específica. É a cura física, psíquica e espiritual. É uma arma doutrinária, possibilitando o reequilíbrio daqueles que dela recebem os mantras e fluidos, na faixa do amor incondicional. É a emissão, a arma que atende aos enfermos, promovendo a desobsessão. Através dela, manipula-se a energia vital, energia ectoplasmática, mística, energia vibracional, energias extra-físicas, energia psíquica e mental. Todas essas energias formam o que na Doutrina do Amanhecer conhecemos por força universal. Deste modo, no momento do desencarne de tia Neiva, toda a tribo Jaguar dispunha de toda estrutura que lhe permitia o contato com a Corrente Indiana do Espaço. Observe: 1. A força evangélico-iniciática estava estruturada em Tia Neiva. A força decrescente funcionava no seu nível mais alto nos Trinos Tumuchy, Arakem e Sumanã. Os trinos em sintonia vertical mantinham os canais de emissão e recepção através do nêutron e do plano etérico. 2. O médium tem sua emissão, que é a sua composição, o seu canto universal, capaz, naquele momento, de navegar nos canais sustentados pelos trinos anteriormente citados, pois estes estavam em sintonia. O O CISMA DE KOATAY 108 39 intercâmbio com o mundo espiritual acontecia. CANAIS DE EMISSÃO E RECEPÇÃO DOS TRINOS TUMUCHY, ARAKEM E SUMANA. FORÇA DECRESCENTE O CISMA DE KOATAY 108 40 CISMA DE IRESHIM Mas, se, por algum motivo os trinos se desentendem, se separam, então o poder está fragmentado e a alimentação espiritual, comprometida. Não demora e os setores constituintes desse sistema, dessa organização se tornarão enfraquecidos e sofreremos uma espécie de falência múltipla dos órgãos da Doutrina. É, entretanto interessante observar que tanto esse conhecimento a respeito do poder tríade- decrescente quanto o rompimento dele não nos é novidade. Todas as grandes escolas filosóficas, iniciáticas, que passaram por esta terra conheciam e manipulavam energias através do trino constituído. O hinduísmo e os essênios são exemplos clássicos conhecidos por suas realizações e capacidade que tinham; fruto do poder trinário. O cristianismo nascente, na escola do caminho seestruturara da mesma forma, na singela figura dos apóstolos. O universo em si apóia-se no conceito trinário: PAI- FILHO-ESPIRITO; CORPO-ALMA-ESPÍRITO, AMOR- HUMILDADE-TOLERANCIA. Vivemos também essa conjuntura diversas vezes em eras remotas, sempre guiados pelo Pai Seta Branca. Numa delas, há milênios atrás um grupo de espíritos estava encarnado na África, e de lá emitiam para toda terra, as luzes de um poder supremo, divino. Entretanto, a vaidade, o orgulho e o egoísmo – o triângulo invertido – tomou conta de tudo, nos orientando e nos determinando nas práticas ritualísticas, nas condutas de nossas vidas. Aqueles sacerdotes, gradativamente foram se afastando de Deus. Tudo ali tomou dimensões tão distantes dos propósitos iniciais que aquela rica raiz O CISMA DE KOATAY 108 41 foi recolhida pela espiritualidade maior. Todas aquelas luzes se retiraram e as forças manipuladas ali já não vinham da Cabala de Ariano, das raízes do céu. Os grandes iniciados se afastaram e com eles o éon crístico também se retirou, nos deixando sozinhos. Naquela era distante, passou-se a gerar simplesmente o que se conhece, ou se deveria conhecer por correntes neutras nativas. Essas correntes são formadas por forças etéricas e telúricas de elementos rudes, sendo caracterizadas pela grande capacidade eletromagnética possuem. No templo, ou melhor, na prática mediúnica, esta corrente está sempre submetida ao governo de um comandante, que age movido pela natureza dos seus sentimentos. Eis o perigo. São energias disponíveis em seu estado natural, que pela reunião homens e mulheres – médiuns começam a se movimentar, formando um circuito de forças, uma corrente magnética. Então, de acordo com esse governo, de acordo com as intenções de quem a maneja, essa corrente se movimenta. Caso haja o haver Crísitco essa corrente é iluminada. Caso não haja, essa mesma corrente agirá de acordo com as intenções de quem a comanda, em desobediência a uma ética superior, agindo sempre de acordo com as intenções de quem a comanda. Sobre a formação dessas correntes, tia Neiva fala: “Magia neutra ou nativa é capaz de engrandecer o trabalho ou provocar o desastre, dependendo isso daqueles que manejam o seu magnetismo. Em si o magnetismo não é bom nem mau; ele apenas existe, dependendo sua ação do agente nativo neutro, que é capaz de gerar o bem ou produzir o mal. Por exemplo: abre-se um trabalho de magia neutra nativa, capaz de produzir correntes magnéticas com todos os seus perigos. Nele não há aperfeiçoamento da alma, além O CISMA DE KOATAY 108 42 de correr o perigo do acrisolamento no baixo astral, dos vales negros. Porém, nada há nas leis etéricas que impeçam a realização desses trabalhos, que não passam de correntes eletromagnéticas sem a luz do éon.” Tia Neiva, 04/10/1977 Em outras palavras, naquela era distante, transgredimos a lei, fazendo com que todo aquele manancial de forças ficasse atado ao nosso personalismo, sem uma ética que nos ditasse o caminho a seguir. Tanto agíamos na magia branca de nosso senhor, como agíamos movidos por nossas próprias intenções. Fazíamos assim o bem e o mal. Acontece, que no mundo real, onde as razões se distanciam e um ideal superior existe, não há meio termo, havendo somente uma filosofia. É uma lei que não admite qualquer tipo de transigência. Nasce aí o baixo mediunismo; o trabalho sem lei, atendendo indistintamente ao bem e ao mal, sem um código ético que pudesse orientar e disciplinar toda aquela prática e que até hoje causa dor e sofrimento. O cisma de Ireshim, a respeito do qual aqui nos reportamos e a respeito do qual nos ensinava tia Neiva, foi uma dura experiência que nos fez voltar. Vivíamos essa conjuntura e não soubemos nos conduzir de acordo com as leis imutáveis, e principalmente com a lei maior de todas: a do amor incondicional. Ela se torna então uma faca de dois gumes. O resultado foi o recolhimento da corrente, feita pelo Pai Seta Branca. A história dos Equitumãns, de certa forma, se repetia... O CISMA DE KOATAY 108 43 A CISÃO TRINÁRIA “Meus filhos Jaguares, no decrescer desse decênio, cumpriu-se em 2010 o presságio de 1990: início do litigioso caminho, confirmado pela injustificável máxima: olho por olho, dente por dente. [...] Salve Deus filhos, nesses minutos finais que antecedem à chegada de 2011, envolvendo todos numa atmosfera de incertezas, em não podendo nos obstar, deixemos nesse injurioso cenário de luto, os mortos enterrarem seus mortos. Agradecidos a Deus, a Jesus pela transcendência que nos une e nos certifica a hereditariedade, Pai e filho, no despedimos consternados pela desnecessária afirmação: Jesus é amor e perdão”. Seta Branca, vosso pai. O homem encarnado, no contexto geral da palavra tem a tendência natural de conservar seus hábitos e costumes. Num sentido mais amplo e doutrinário, estaremos sempre expostos ao risco do passado, ou seja, teremos chances consideráveis de seguirmos os caminhos transcendentais anteriormente tomados. É a famosa indução transcendental, sobre a qual tantas vezes ouvimos, falamos e sob à qual estamos todos, sem exceção, sujeitos. Portanto, não é difícil supor, por menos conhecimento que se tenha, que corremos o risco do baixo mediunismo – da linha cruzada. Do feiticismo. Foi assim com os Equitumãns; foi assim na África – o cisma de Ireshim. E o caminho mais curto para isso está na separação, no sectarismo, no personalismo. Segundo Mário Sássi, o 1.º Mestre Sol Trino Tumuchy, há algum tempo que os trinos passavam por essa situação, com a separação e cisão trinária. Ela ocorreu onde justamente nunca poderia O CISMA DE KOATAY 108 44 acontecer: no quadro hierárquico em seu nível mais alto, constituído na figura dele, trino Tumuchy, do Trino Arakém e do trino Sumanã. Coloque-se aí uma quarta figura: a do trino Ajarã, força auxiliar na coordenação dos templos externos e teremos os quatro homens responsáveis por toda assistência espiritual do Vale do Amanhecer. Os quatro responsáveis por toda a irrigação, administração e manejo dessa estrutura. Tumuchy, Arakem e Sumanã, como raízes do Amanhecer e uma quarta força de caráter auxiliar. Segundo seu Mário, a separação dos trinos começou com o abandono e demolição parcial da Casa Grande, ocorrida na sequência do desencarne de tia Neiva. Principal ponto de irradiação no Vale do Amanhecer, a Casa Grande representa todo o esteio familiar onde o Evangelho de Jesus pode ser exemplificado. É o coração da Doutrina, onde o auxílio se faz a quem por ali aportar. Representa e exemplifica o amor incondicional de nosso senhor Jesus Cristo. Nos tempos em que tia Neiva estava encarnada era assim que funcionava. E isso também não nos é novidade; no cristianismo nascente, os apóstolos da escola do caminho viviam numa grande hospedaria onde prestavam socorro aos chegantes, doentes e desesperados. Assim viveram também os nagôs na era dos oito. O que eram os congás, senão a casa dos pretos velhos funcionando como grandes templos a beira da estrada a servir aos viajantes e precisados? Essa é a exata definição da casa grande de Pai João e Pai Zé Pedro; é a definição da nossa casa grande. Desativá-la representou a desativação do coração do Vale do Amanhecer. Abandonou-se o sentimento de família, condição primordial para a vivência crística. Pontuando a desativação da casa grande, seu Mário segue sua narrativa nos falando O CISMA DE KOATAY 108 45 sobre as reuniões trinárias, que deveriam acontecer regularmente e em ambiente apropriado. Segundo ele, estas passaram, primeiramente, a acontecer em lugar impróprio e depois a simplesmente não acontecer. Em sua narrativa, entretanto, o Tumuchy não menciona o que se deve entender por “ambiente impróprio”. Menciona sim, grande preocupação e contrariedade e segue afirmando que as decisões de toda ordem passaram a se polarizar em duasfiguras básicas: o trino Ajarã, e seu trabalho junto aos templos externos e o trino Arakem, voltado para o templo mãe. Frisa, porém, que todo o cuidado dos trinos atuantes passou a ser com a parte esotérica da doutrina. Explicando melhor: com seus aspectos físicos e funcionais. A essência filosófica – o Evangelho Crístico ficou relegado a um segundo plano. Todo esse processo vivido continuamente desde o desencarne de Koatay 108 até meados de 1990 culminou com o afastamento do Tumuchy de suas atividades, fato este por todos acompanhado com muita tristeza e espanto. Tristeza por seu Mário, o irmão. Espanto pelo Tumuchy, o Trino. Porque ninguém, com certeza nunca imaginou o Vale do Amanhecer sem esses dois universos. Sobretudo porque pelo andar da carruagem, ou seja, na sequência hierárquica natural a ser seguida seria ele o presidente, da ordem quando Koatay 108 desencarnasse; o mais velho, o mais experiente, o pai da tribo encarnada. Sem uma lógica aparente, sobretudo do ponto de vista espiritual, logo após aquele 15/nov/85 a presidência passou às mãos do trino Ajarã, assumindo o Tumuchy função muito mais decorativa do que participativa. Não estaria aí a razão de todo o atual desmonte doutrinário pelo qual passamos? Teria o trino Ajarã essa incumbência? Teria o trino Ajarã O CISMA DE KOATAY 108 46 força espiritual para essa atribuição? Ou estaria o mestre Gilberto Zelaya ocupando o espaço e a função que naturalmente pertenceriam ao trino Tumuchy, e por isso mesmo provocando a quebra da força decrescente? Longe de qualquer julgamento, em entrevista1 realizada ainda durante o velório de tia Neiva, no Turigano, na presença dos Trinos Arakem, Sumanã e Ajarã, nos idos de 1985, seu Mário fala sobre documentos e instruções que ele, somente naquela ocasião, havia tomado conhecimento. Deixa- nos entrever que determinadas decisões somente naquele momento lhe eram participadas. A entrevista, entretanto nos parece confusa. Seu Mário também parece confuso; além do desencarne de tia Neiva, ele nos parece desamparado, surpreso, como alguém que foi, na última hora, surpreendido por grave notícia. Que documentos seriam esses? Que instruções seriam essas? Por que motivo o Tumuchy não saberia de todas as instruções deixadas por tia Neiva? Mesmo porque, todos no Amanhecer sabem que são três as nossas raízes: Tumuchy, Arakem e Sumanã. Ajarã, em toda sua força, não constitui uma raiz do Amanhecer. É força auxiliar, que se destacou na figura do mestre Gilberto a partir do momento em que os templos externos se avolumaram. Mas, num outro questionamento, e se não tivéssemos tantos templos externos, teria o trino Ajarã tanto destaque nessa estrutura? O que, realmente, motivou uma mudança neste nível no quadro hierárquico da doutrina? E, se um motivo maior impedisse seu Mário de exercer sua função, por que então o seu 1 A referida entrevista encontra-se disponível no seguinte endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=wt2YUUMjm 80&feature=relmfu http://www.youtube.com/watch?v=wt2YUUMjm80&feature=relmfu http://www.youtube.com/watch?v=wt2YUUMjm80&feature=relmfu O CISMA DE KOATAY 108 47 regente não assumiu o seu lugar? Afinal, é ou não é essa a função do regente? Perguntas como essas ainda permanecem sem respostas diante do corpo mediúnico, bem como nos parece claro que o alto escalão dos Zelayas não faz questão, e, pelo contrário, não deseja esclarecimentos dessa ordem. Sobretudo, quando a proposta era a de manter tudo como Koatay 108 deixou. Não seria incoerente uma alteração tão profunda? Qual seriam as reais atribuições do mestre Gilberto Zelaya à frente dos templos externos? O mesmo questionamento pode-se fazer em relação ao trino Ypoarã – mestre Raul Zelaya, que atualmente é o imediato do trino Ajarã, e presidente do templo mãe. Será que não viveríamos uma espécie de bipolarização da Doutrina, nas figuras do mestre Gilberto e do mestre Raul? Será que não estaríamos vivendo um monopólio familiar na Doutrina? Seriam os filhos de tia Neiva, mestre Raul e mestre Gilberto, os trinos maiores, a frente de corpo mediúnico? Será que eles estão nas suas verdadeiras funções? Não teriam eles, outras incumbências? Por que tia Neiva não os fez trinos maiores, Tumuchy e Arakem, por exemplo? Teria, o Vale do Amanhecer, se tornado um ambiente de politicagem e disputa de poder? Estariam os parentes de tia Neiva, numa disputa por poder, num concurso para ver quem manda mais? Todos esses acontecimentos ainda permanecem em total obscuridade diante do corpo mediúnico. Na mensagem que Koatay 108 destina ao mestre Gilberto, ela é categórica no que diz respeito às funções de seu filho físico: trabalhar em acordo com a força decrescente, força essa que ela mesma nos descreve: O CISMA DE KOATAY 108 48 “Em acordo com o Primeiro Mestre Sol Trino Tumuchy, com o Primeiro Mestre Jaguar Trino Arakem e com o Primeiro Mestre Sol Trino Sumanã, e em acordo com a regência dos mestres Adjuntos, GILBERTO ZELAYA, Ministro Ajarã, força decrescente, meu Filho Herdeiro desta Doutrina, será Coordenador dos Templos Externos e tem a minha LEI para executar qualquer CONSAGRAÇÃO nesta Doutrina.” Por que razão tia Neiva escreveria dessa forma “TUMUCHY – ARAKEM – SUMANA – MESTRES ADJUNTOS – MINISTRO AJARÔ? Por que razão ela mencionaria força decrescente? Em seguida, continua sua mensagem: “Mestre GILBERTO, a sua missão é caminhar paralelo, ombro a ombro.” Salve Deus meus irmãos. O que tia Neiva quer dizer com ‘caminhar paralelo, ombro a ombro’? Nesse ponto, não está definida a função do trino Ajarã? E por qual razão tia Neiva adverte dessa forma? Será que ela sabia, ou de alguma forma pressentia o que aconteceria com seu desencarne? Voltando ao Tumuchy, em sua narrativa, ele não nos elucida muito bem a questão; percorre conosco o ambiente do templo mãe naquela época. Descreve-nos a forma como os tronos estavam funcionando. Fala em “robôs místicos”, “fiscais” e “chefes” referindo-se diretamente aos doutrinadores e comandantes. Indo além, nos relata a forma mecanizada e excessivamente padronizada com que os trabalhos acontecem no templo, bem como referencia uma disciplina exageradamente rígida e quase punitiva, que inibe os aparás em suas O CISMA DE KOATAY 108 49 manifestações. Não apontaria essa narrativa para um ataque etérico em massa? Num sentido mais amplo, traça um perfil do corpo mediúnico que tanto serviu para aquela época quanto para hoje. Tristeza, falta de vibração, moral frouxa, desarmonia, corpo mediúnico doente são expressões saídas de seu próprio punho; o abandono do Evangelho também. Em seguida, numa demonstração de absoluta lucidez e coerência, atribui toda a responsabilidade deste processo aos trinos, que estão desarmonizados e isolados, uns dos outros. Entretanto, até esse ponto de sua narrativa o leitor pode pensar que isso não seria motivo para depois de tantos anos de trabalho ao lado de Koatay 108, que ele, o Tumuchy, renunciasse sua missão, o seu sacerdócio, abandonando a Doutrina. Ou ainda, que o quadro fosse realmente grave, a recondução seria certa. A não ser que motivos maiores o impedissem de continuar na sua função. Na sequência da narrativa, tais motivos aparecem muito mais claros. Há registros de represálias, repressões e ameaças, tanto a ele, seu Mário, quanto ao adjunto Yuricy, ninfa sol Edelves. Seguindo a carta de seu Mário, havia o trabalho de incorporação do Pai Seta Branca, realizado no templo, que acontecia segundo a regência e comando desta ninfa. Não citando os nomes dos aparás, seu Mário fala que os grandes iniciados, os comandantes espirituais de todo o conjunto doutrinário- ritualístico começaram ali a se manifestar, realizando diversas curas. No entanto, a conjuntura de desarmonia entre os trinos já havia chegado ao templo ejá se fazia sentida em todo Vale do Amanhecer. Informa também que, como prova de que eram eles, muitas curas foram realizadas. O CISMA DE KOATAY 108 50 O trabalho foi reprimido justamente por outros trinos, aos quais seu Mário não identifica. O ritual, desta forma, não pôde mais ser realizado no templo, sendo transferido para a casa do adjunto Yuricy – ninfa Edelves - que naquelas circunstâncias não havia ainda cedido às pressões, mesmo já sendo considerada ‘fora da lei’. Aí está justamente o ponto principal da ameaça. Ou suspendia-se o trabalho, ou teria sua casa invadida. Quando procurado, o Tumuchy hospeda então a referida ninfa em sua própria casa, para onde também os trabalhos são transferidos. A ameaça agora diz respeito à suspensão do que seu Mário chama “privilégios do adjunto Yuricy”. Fica clara a intenção, por parte dos que eram contra o trabalho, de tirar a regência da ninfa Edelves, razão pela qual ela retrocede. Não há, porém, registro algum de nomes nesse trecho da carta. Sabe-se, porém, que um dos que eram contra o trabalho era o trino Ajarã, que instou ainda o Tumuchy a abandonar essas práticas, dizendo mesmo “não admitir” que isso acontecesse. Segundo todos, essa era uma prática fora da lei. Este é um período tenso. Seu Mário demonstra indignação em suas linhas. Questiona que lei é essa, que impedem as manifestações do Pai Seta Branca. Demonstra indignação por ser considerado fora da lei e mesmo ao leitor desatento mostra certo grau de revolta por ser retirado arbitrariamente de suas funções como Tumuchy. Por outro lado, por que o trino Ajarã era terminantemente contra a realização desse trabalho? Teria ele essa autoridade diante do Trino Tumuchy para ‘não admitir’ alguma coisa? E os outros Trinos? Quais eram suas posições? Não estariam aí, evidências de uma indisposição do Ajarã para com o Tumuchy? Ataques pessoais no radar, diante do corpo mediúnico, segundo nos referencia O CISMA DE KOATAY 108 51 seu Mário, não nos indicaria uma falta absoluta de ética doutrinária por parte do trino Ajarã? Mesmo que não se dê crédito de imediato à narração do Trino Tumuchy, torna-se difícil desaboná-lo, simplesmente porque os fatos falam por si mesmos. É o mestre que assina praticamente todos os folhetos, fascículos, livros, manuais e publicações em geral do Vale do Amanhecer, sempre com o aval e sob a assinatura da clarividente. Foi a pessoa que mais próxima esteve de tia Neiva, sendo mesmo o seu porta-voz direto, o seu intérprete pessoal, sempre à frente de todo processo doutrinário-instrutivo no Vale do Amanhecer. Nesse ponto, parece claro que, sem espaço para continuar seu trabalho, seu Mário se afasta da Doutrina. Esse é um momento-chave, de grande importância em todo o processo de desmonte da magnífica estrutura deixada em funcionamento por Koatay 108. O desentendimento e a desarmonia se instalam. Quebra-se a estrutura trinária. Os trinos estão separados. Isso era tudo que não podia acontecer... Destroem-se os canais de navegação, de emissão e recepção de toda tribo encarnada. O exemplo fora dado a todos, de forma inquestionável pelo mais alto escalão hierárquico do Amanhecer. O afastamento do Tumuchy expõe a todos a situação dos trinos. Não haveria condições de, pelo menos exercerem uma tolerância técnica, de uns para com os outros? Haveria, entre os trinos, um quadro de ódio? Não seria, essa situação, um prato cheio ao mundo etérico? De fato, o foi. E ele se planta entre o plano físico e o mundo espiritual. A força cruzada se faz sentir no templo. A corrente se afasta. Caímos no baixo mediunismo. Então observe. A sequência é lógica: O CISMA DE KOATAY 108 52 1. A separação dos trinos, iniciada com o afastamento do Tumuchy e regência do Ajarã destrói a força decrescente. O personalismo expõe as frágeis bases evangélicas, demonstrando que a iniciática era uma condição à qual os trinos não correspondiam. 2. Os canais de emissão e recepção, que dependem dos trinos deixaram de existir. A tribo não se comunica seguramente com o plano dos mentores. O etérico fecha os contatos. 3. As emissões de todos, que necessitavam dos canais de emissão e recepção dos trinos, passaram a não atingir os mundos superiores, ficando nas teias do etérico. 4. Sem auxílio espiritual, os sintomas se espalham e aparecem no Vale do Amanhecer. Força cruzada, baixo mediunismo; queda da voltagem da corrente; perda de capacidade desobsessiva... CISMA DE KOATAY 108 Após o rompimento entre os trinos os canais não mais existem. As emissões não vencem o etérico. A corrente se afasta. O CISMA DE KOATAY 108 53 UM GRITO DE ALERTA “Quantas vezes, vendo uma filha missionária com indumentária trazida do céu, bem vestida fisicamente, porém, em seu íntimo despida de compreensão e, de qualquer esclarecimento de seu sacerdócio. Mesmo que ela não tenha aprendido, fica livre a minha consciência, pois não deixei de ensinar”. Tia Neiva, 27/04/1983 Diante de tantos fatos ocorridos na diretoria administrativa do Vale do Amanhecer, voltamos ao ponto inicial deste trabalho. Em 27 de abril de l983, Tia Neiva nos escreve uma mensagem, talvez uma das últimas escritas de seu próprio punho. A essa carta ela nomeou “UM GRITO DE ALERTA”. Preocupada com os rumos que a Doutrina estava tomando por falta de evangelização, tia Neiva descreve um roteiro novo, uma retomada de posição, ou um reposicionamento completo nas linhas estruturais da Doutrina. Ela estava preocupada com a falta de assimilação evangélica do corpo mediúnico, pois a evangelização é o alicerce onde todo o conhecimento deve repousar. Mas havia outra preocupação, esta mais oculta por trás da mensagem intitulada de 83 - a premonição do seu desencarne que se daria no final de l985. Não que ela soubesse precisamente do seu desencarne. Mas certamente tinha conhecimento de que seu tempo estava terminando na terra e tudo, agora dependeria dos continuadores da terceira etapa do plano traçado no céu pelo Pai Seta Branca. O CISMA DE KOATAY 108 54 Então tia Neiva informa ao Mestre Tumuchy dos perigos e riscos que estamos correndo por falta de uma compreensão evangélica, e pede que inicie um curso que foi denominado ‘Partida Evangélica’. Nessa carta nossa mãe fala em reestruturar o desenvolvimento mediúnico, bem como a escalada ao mestrado e o corpo de instrutores. Transcrevemos aqui, alguns trechos da referida carta: “Meu filho, só Deus, o Grande Deus nos daria afirmações tão claras nessa missão, neste sacerdócio. A missão de Koatay l08 vai brilhar por todo esse universo.” Koatay 108. Partida Evangélica, 27/04/1983 Tia Neiva percebe os perigos futuros. Ela analisa e observa que o corpo mediúnico está decaindo em seu padrão vibracional. Os elementos de transformações, ou seja, a evangelização, não está ocorrendo no nível de propiciar as mudanças personais necessárias ao missionário e que possibilite o cumprimento de sua missão. Essa posição fica bastante clara quando ela se refere às ninfas missionárias: “Quantas vezes, vendo uma filha missionária com indumentária trazida do céu, bem vestida fisicamente, porém em seu íntimo, despida de compreensão e de qualquer esclarecimento de seu sacerdócio. Mesmo que ela não tenha aprendido, fica livre a minha consciência, pois não deixei de ensinar”. Koatay 108. Partida Evangélica, 27/04/1983 Em seguida aponta, em sua fala, as falhas do processo, tentando corrigi-las: O CISMA DE KOATAY 108 55 “Filho, agora eu quero a vida evangélica; vamos agora fazer algumas renovações e enfrentar as coisas que eu nunca tive oportunidade de fazer. Quero uma nova distribuição de mestres para o curso evangélico. Teremos novos instrutores para o desenvolvimento de médiuns a caminho das iniciações. Estes terão que adquirir conhecimentos evangélicos. E se tratará de Jesus, ou de suavida. Serão conhecimentos de precisão, com mestres escolhidos com muito amor. Quero o Jesus caminheiro, quero o Jesus nazareno, quero Jesus redivivo, quero Jesus de Reili e Dubali...” Koatay 108. Partida Evangélica, 27/04/1983 O que vem a ser Partida Evangélica? Por que saiu da Inspiração de uma carta intitulada, “Um Grito de Alerta”? Por que novos instrutores? Houve naquela época uma grande movimentação espiritual, principalmente vinda dos Sandays (estrelas), que se aproximaram e intensificaram mais as suas projeções nos mestres, marcando a suas posições, definindo e especificando o nível de suas atuações. Posicionando cada um de acordo com a missão que havia pedido antes de nascer. Esse ajustamento ou reposicionamento se deu pelas afinidades, pelo traço do perfil espiritual de cada um, pela natureza de suas forças, definindo suas áreas de atuações, cumprindo exigência evolutiva, conduta moral, e padrão vibratório. Seriam os últimos retoques preparativos para o cumprimento da missão de Koatay 108, que teria seu fim de preparação marcado a partir do seu desencarne. Pelas dificuldades encontradas, de respostas aos seus sinais; pela avaliação do grau evolutivo do corpo mediúnico, que se traduziu em pouca receptividade, devido a pouca assimilação e vivência evangélica dos componentes no processo das transformações e evolução de seus corações, nas O CISMA DE KOATAY 108 56 linhas de desenvolvimento do amor, do perdão, da tolerância e da humildade. Pela falta desses elementos evangélicos os médiuns não conseguiam agasalhar as heranças transferidas do plano espiritual, dos Sandays, estrelas que vinham de Capela para a acoplagem final, a concretização efetiva e definitiva da sintonia vertical. Não agasalhando estas estrelas, colocou-se em risco todo o plano de execução, e metas estabelecidas pelos mentores espirituais. Não responderam às últimas preparações para que tudo ficasse no alinhamento perfeito, em sintonia vertical, em perfeita sintonia com os mentores para que eles pudessem realizar o grande trabalho de transmigração de energias planetárias para o socorro da humanidade. Tia Neiva fala claramente em reposicionamento, ou retomada de posição. Significa recompor, restabelecer, reorganização de todo o corpo mediúnico, desde o menor médium, ao maior hierarquicamente. Como também, rever posições desde o desenvolvimento mediúnico, ao último nível e grau de formação do mestrado e linhas evangélicas. Esse alerta visava um maior aperfeiçoamento da corrente no nível individual. Um convite para que compreendêssemos a necessidade do amor incondicional, alertando para a percepção que a doutrina de Jesus só poderia ser comandada pelo amor; o amor e a tolerância, condição única para evitar os riscos e perigos de interferências futuras na infraestrutura, ou seja, no poder decrescente-iniciático deixado, fundamental para a execução da missão do Pai Seta Branca. Fica claro pela data da mensagem que ela não teve condições de empreender o que desejava. O agravamento de seu estado de saúde trouxe muitas dificuldades e complicações, O CISMA DE KOATAY 108 57 impossibilitando-a de levar à frente as renovações de que falava. Questionamentos então saltam de nossa mente de forma involuntária: só se renova ou se altera aquilo que não atende prontamente as necessidades e objetivos a que se propõe. Ninguém muda, substitui ou altera aquilo que está funcionando perfeitamente. Deste modo, o que a levou a pretender tais renovações? Estaria o desenvolvimento mediúnico cumprindo seu papel? Os programas, planejamentos e execuções estavam atingindo os objetivos desejados pelos nossos mentores? O processo instrutivo-doutrinário estava atingindo suas metas? Os critérios para a escalada ao mestrado são leis imutáveis ou são normas que devem estar regularmente passando pela análise dos instrutores e dos comandantes da Doutrina? Tia Neiva tinha uma visão muito clara do futuro, seu senso Crístico atingia também os mestres dirigentes que flutuavam entre a consciência transcendental e a personalidade transitória. Fatos vividos naquele tempo expunham as fraturas doutrinárias e morais na regência da Doutrina deixando-a bastante preocupada, quanto aos rumos que estávamos tomando. Por essa visão, chamou sua carta de “Um Grito de Alerta”. O número de médiuns da Doutrina estava aumentando gradativamente; o desenvolvimento de antes, sua estrutura, etapas e funcionamento, não atendia mais as necessidades atuais. Ele se mostrava deficitário, e o seu modelo obsoleto, ultrapassado. Eram precárias as instruções evangélicas, o que gerava graves consequências para o futuro do mestre em formação. Em outra mensagem, também de seu próprio punho, essa de 17 de maio de 1984, tia Neiva demonstra preocupação em relação à Iniciação Dharmo-Oxinto. Nessa mensagem fica bem clara a O CISMA DE KOATAY 108 58 posição de Koatay 108, e vem somente reforçar a mensagem de 1983: “Na continuação do que venho advertindo, quero explicar a vocês... vamos falar na INICIAÇÃO DHARMO-OXINTO: a Iniciação Dharmo-Oxinto está dentro da lei de uma conduta doutrinária. É difícil falar sobre a Iniciação Dharmo-Oxinto, difícil por ser tão sublime. Uma iniciação mal conduzida, não sabemos a quem fará mais mal; a quem recebeu, a mim, Koatay 108 ou ao indivíduo que o conduziu até o salão iniciático.” TIA NEIVA, 17/05/1984. Em seguida: “Meu filho, mestre Jaguar, nosso povo está aumentando e sabemos pois, que tudo que temos é adquirido com trabalho e amor... Meus filhos, sinto dizer que estamos correndo riscos em nossa vida iniciática se não formarmos aquele velho critério que eu sempre digo. A Iniciação, a hora efetivamente em iniciar o homem, dando direito de seu trabalho na linha espiritual.” TIA NEIVA, 17/05/1984. Não seria essa uma das razões para determinadas mudanças? Será que a mensagem de tia Neiva não foi demasiadamente clara? O CISMA DE KOATAY 108 59 INSTRUÇÕES DOUTRINÁRIAS OS INSTRUTORES Cada ser humano compreende a vida pela sua visão, pela sua perspectiva individual. Esse nos parece ser é um princípio não discutível. Cada um está num estágio evolutivo diferenciado, e, devido a esse fator, cada um possui uma visão própria das coisas e dos fatos de acordo com o seu entendimento pessoal. Com os instrutores do Amanhecer este processo não é diferente. Isso nos leva, fatalmente, a concluir que cada instrutor, em sua didática, fornece sua visão, seu entendimento, sua percepção e, muitas vezes sua interpretação sobre a Doutrina. Historicamente, esse tem sido um caminho perigoso, porque posso usar a verdade da Doutrina e adaptá-la às minhas conveniências, deturpando a verdade aos meus interesses pessoais, de tal modo, que abandono a verdade maior e divulgo a minha verdade, o meu ponto de entendimento. Então, falo de Jesus, mas não ensino sobre o Evangelho, porque não o vivo em “Filhos, agora eu quero a vida evangélica; vamos agora fazer algumas renovações e enfrentar as coisas que eu nunca tive oportunidade de fazer. Quero uma nova distribuição de mestres para um curso evangélico. Teremos novas instruções para estes mestres e irei formar novos instrutores, para o desenvolvimento de médiuns a caminho das iniciações. Estes terão que adquirir conhecimentos evangélicos. E se tratará de Jesus, ou da sua vida. Serão conhecimentos de precisão, com mestres escolhidos com muito amor. Quero Jesus o caminheiro, quero Jesus o Nazareno, quero Jesus redivivo, quero Jesus de Reili e Dubali”. Tia Neiva, 27/04/83 O CISMA DE KOATAY 108 60 mim... Então, o que falo não tem poder fixador, de impregnação. São palavras vazias... Num outro aspecto, todo o processo de instrução na Doutrina do Amanhecer foi estruturado em aulas expositivas. A didática obedecida era a de monólogos explicativos. Embora louváveis, os esforços dos instrutores, muitas
Compartilhar