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DESENVOLVIMENTO TCC

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DESENVOLVIMENTO
O direito de brincar deve ser assegurado a crianças e jovens, independente de raça, gênero, nível sócio-econômico, de habilidade motora, comunicação, inteligência e capacidade perceptiva. (DIEHL, 2006) 
Os jogos não devem ser organizados de maneira rigorosa, mas como uma proposta que poderá ser alterada conforme a necessidade do grupo, levando sempre em consideração a criatividade, habilidade e a sociabilidade das crianças e jovens envolvidos. (DIEHL, 2006).
    
Pensar a importância do brincar nos remete às mais diversas abordagens existentes, tais como a cultural, que analisa o jogo como expressão da cultura, especificamente a infantil; a educacional que analisa a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança e a psicológica que vê o jogo como uma forma de compreender melhor o funcionamento da psique, enfim, das emoções, da personalidade dos indivíduos (REV.CRIANÇA, 2002). 
No jogo são reconstruídas, sem fins utilitários, as relações sociais. Nesse sentido, afirma que, embora o jogo pareça estar ligado mais à esfera do irreal (fantasia, imaginação, sonhos), porque nele as crianças utilizam objetos e ações substitutivos para realização da brincadeira, isso não acontece, pois é a realidade circundante que é decisiva para o surgimento do jogo. Para tanto, essa realidade divide-se em duas esferas: a dos objetos e a das atividades e relações humanas, sendo a segunda a sua maior influenciadora. Dessa forma, considera que são precisamente o papel e as ações ligadas organicamente com ele que constituem a unidade do jogo. Para o estudo do jogo, recomenda-se que não separemos os processos psíquicos que o envolvem, senão esse poderia perder totalmente a sua originalidade qualitativa como atividade peculiar da criança. Contudo, o autor observou em suas pesquisas alguns aspectos que estão presentes no jogo protagonizado, como os papéis assumidos no momento da brincadeira pela criança, as suas ações lúdicas de caráter sintético para desenvolver o papel, o emprego lúdico dos objetos e as relações autênticas entre as crianças para direcionar o jogo. Enfim, todos esses aspectos evoluem a partir ou em torno da definição do papel a ser protagonizado pela criança na brincadeira. (ELKONIN 1998).
Entende-se que o sentido da vida de uma criança é a brincadeira. Ao brincar ela reproduz situações concretas pondo-se no papel dos adultos, isso reflete na atitude de imitação, pois tenta entender o seu comportamento.
Para a criança a brincadeira não é apenas um passatempo. Seus jogos estão relacionados com um aprendizado fundamental; seu conhecimento de mundo através das suas próprias emoções
Por meio de jogos, cada criança cria uma série de indagações a respeito da vida. As mesmas que mais tarde, na fase adulta, ela voltará a descobrir e ordenar através do raciocínio. 
O jogo é uma atividade mediante a qual a criança constrói a realidade. Através da atividade lúdica a criança flui liberdade e expressa sentimentos (MARIOTTE, 1996). 
No jogo o desafio sempre existe. Há sempre um caráter novo e a novidade é fundamental para despertar o interesse e a curiosidade infantil. Por isso, o jogo é por excelência integrador. À medida que joga, a criança compreende a realidade e se adapta espontaneamente a ela. Enfim, a criança, através do jogo, constrói interiormente o seu mundo. (REV. CRIANÇA, 2002) 
O jogo é considerado como uma importante atividade na educação de criança, uma vez que pode permitir o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, moral e a aprendizagem de conceitos, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere as suas habilidades. O jogo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança proporcionando aprendizagem no desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção sendo indispensável para a saúde física, emocional e intelectual da criança (SEED, 1999). 
A criança, ao manipular o brinquedo, de acordo com a sua faixa etária e o seu desenvolvimento psicomotor vai descobrindo novas aprendizagens. Através do brinquedo a criança descobre, experimenta, reinventa, analisa, compara, cria imaginação, desenvolve suas habilidades e estimula a linguagem e o aumento de vocabulário. 
A prática de atividade física ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.
A atividade física é de fundamental importância na qualidade de vida de qualquer ser humano e nas crianças com a Síndrome não é diferente. Também vimos de que forma e porque a natação e a equoterapia podem beneficiar o desenvolvimento assim como a variedade de atividades de acordo com a preferência da criança.
A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz necessário, para melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir ou aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de manter os objetivos iniciais atingíveis.
 
A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem que respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes, deve-se estar atento a todos os tipos de movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular sempre o desenvolvimento da sua potencialidade.
Pode-se perceber a importância dos jogos e brincadeiras infantis para o desenvolvimento intelectual e social da criança, mas faz-se necessário também associar os mecanismos da aprendizagem com a integridade do sistema nervoso. Crianças com algum tipo de problema neurológico ou motor, como as crianças com Síndrome de Down necessitam de materiais especialmente criados, para auxiliá-las nas atividades pedagógicas (ANTUNES, 2000).
Sabe-se que o significado da atividade lúdica para a criança está ligado a vários aspectos sendo, o primeiro deles que é o prazer de brincar livremente; seguem-se o desenvolvimento físico que exige um gasto de energia para a manutenção diária do equilíbrio, do controle da agressividade, a experimentação pessoal em habilidades e papéis diversificados, a compreensão e incorporação de conceitos, a realização simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem superar as dificuldades individuais, a interação e a adaptação ao grupo social, entre outros (NALLIN, 2005).
Existem várias ações lúdicas praticadas espontaneamente pelas crianças. Elas contribuem para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, cognitivas e também para a afetividade recíproca, a interação social, estabelecendo laços de amizade entre os companheiros dos jogos. Nas brincadeiras, a criança experimenta sentimentos diferentes como o amor, confiança, solidariedade, união, proteção; mas, pode também sentir inveja, frustrações, rejeição, entre outros. Quase sempre existe o incentivo à curiosidade, o estímulo à descoberta, à competição, propondo vivências que traduzem simbolismos do mundo adulto e do mundo infantil, onde a criança interage, busca soluções, coloca-se inteira, manipula problemas, descobre caminhos, desenvolve-se como ser social exige sua participação ativa no processo para um crescimento sadio, liberador de energias e de conflitos, onde o equilíbrio pode ser encontrado no dia a dia.
Os jogos e brincadeiras devem enfatizar ao portador de síndrome de Down: o equilíbrio, a coordenação de movimentos, a estruturação do esquema corporal, a orientação espacial, o ritmo, a sensibilidade, os hábitos posturais e os exercícios respiratórios. As brincadeiras na areia com diversos tipos de material estimulam a sensibilidade e a criatividade. Outras brincadeiras comuns na infância tais como pular corda, jogar amarelinha, jogos de imitação, brincadeiras de roda, subir em árvores, caminhadaslongas, brincar no parque no balanço, escorregador e gangorra fazem parte do estímulo psicomotor global. Claro, tudo tem que ser acompanhado de perto, mas sem interromper a criatividade e a audácia da criança. A interferência só deve existir quando houver risco à saúde ou de vida, mesmo porque não dá para prever o quanto cada uma irá desenvolver. Erroneamente no passado essas crianças eram rotuladas como deficientes mentais e hoje se sabe que elas apenas têm um desenvolvimento mais lento (MORAES, 2007).
Os jogos e brincadeiras para alunos com Síndrome de Down somente se tornará significativo quando seus objetivos estiverem de acordo com as necessidades e interesses dos alunos, sendo respeitadas e valorizadas as diferenças individuais em um ambiente que oportunize a experimentação, a livre expressão e criação.
3. Materiais e Métodos
 Este projeto destina-se a todos os alunos portadores da Síndrome de Down, da APAE, que se localiza na rua Ventura Spargolli, 292, no Prado, em Nova Friburgo, com o telefone para contato (22) 2522-8670, fax: 2522-7158, e com o seguinte e-mail para contato: novafriburgo@apaebrasil.org.br 
Para uma boa realização deste trabalho, o espaço mais adequado é de uma quadra ou um pátio, ao ar livre ou, caso necessário uma sala ampla com boa ventilação e incidência de luminosidade natural ou artificial.
Terá como objetivo desenvolver as habilidades psicomotoras, cognitivas e afetivas, engloba na verdade, uma série de medidas para tratar os problemas clínicos decorrentes da síndrome e também uma série de medidas de estimulação precoce e inclusão para aproveitar todo o potencial da criança com síndrome de Down de forma agradável e prazerosa. Terá duração de 6 meses, sendo 1hora por dia, uma vez por semana, com turmas de no máximo 10 alunos.
As aulas serão estruturadas da seguinte forma: aquecimento, parte principal e volta à calma. 
Propostas de atividades para a parte principal: 
1) Passa João 
Número de participantes: livre
Descrição do Jogo: com os alunos sentados em círculo, o professor inicia pegando uma bola e cantando a canção "Passa João": "O João vai passar, ele ainda não chegou, ele ainda não chegou, ele acaba de chegaaar!". Enquanto isso, os participantes passam a bola de mão em mão para os colegas, até que todos os componentes do círculo a tenham tocado. Ao parar a música, a bola pára de ser passada e aquele que estiver coma bola deverá imitar um bicho.
Variação: Em vez de cantar "Passa João", trocar pelo nome dos alunos consecutivamente, até citar o nome de todos. Exemplo: "A Maria vai passar, ela ainda não chegou, ela ainda não chegou, ela acaba de chegaaar!". Neste tipo de brincadeira, estimular a criança a participar do jogo, cantando. (DIEHL, 2006) 
2)Jogo dos balões 
Número de participantes: livre 
Material: balões 
Descrição do jogo: Cada aluno segurará um balão. Todos deverão estar em pé e agrupados. Ao sinal do professor, todos deverão jogar os balões para cima, procurando os manter no ar através de pequenos toques, sem deixar cair no chão não importando de quem será o balão. O balão que cair no chão deverá permanecer no chão. O professor determinará o tempo de duração do jogo, após o tempo, os alunos contarão quantos balões conseguirão salvar. A cada jogo o professor incentivará aos alunos a salvar mais balões. (DIEHL, 2006)
3) Dança do chapéu 
Número de participantes: livre
Material: som, chapéu (ou algo para simbolizar um chapéu).
Descrição do jogo: Em dupla, os alunos dançarão livremente. Um aluno estará sozinho segurando o chapéu. Em determinado momento, o professor desligará a música, e o aluno que estiver segurando o chapéu, colocará o chapéu na cabeça de outro aluno, que ocupará seu lugar, sendo o próximo bailarino do chapéu. (DIEHL, 2006) 
A avaliação da criança com Síndrome de Down deve ser através de um sistema completo, sendo importante estar alerta aos problemas associados à síndrome, tais como hipotonia, redução da força muscular, hipermobilidade articular, pés planos, escoliose, alterações respiratórias, instabilidade atlânto-axial, doença cardíaca congênita, deficiências visual e auditiva, presença de doenças convulsivas. Com esses dados, o professor é capaz de analisar as necessidades de cada criança e de sua família, planejando orientações e intervenções apropriadas para cada situação.
O principal objetivo da Educação Física é criar condições para explorar o potencial motor da criança, direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais complexa. Os objetivos específicos são determinados de acordo com a faixa etária ou fase do desenvolvimento. Para alcançar esses objetivos são utilizados métodos que propiciarão maior independência, autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente.
A estimulação bem estruturada pode promover o desenvolvimento da criança, minimizando suas dificuldades e evidenciando a possibilidade de melhores respostas à experiência e adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos. A estimulação adequada torna consciente para a criança os gestos da vida diária.
É importante ressaltar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que deve ser percebido e respeitado. A deficiência não determina como será o desenvolvimento de ninguém. Cada síndrome tem suas próprias características e cada criança as apresentará de forma diferente. O que importa é respeitar a individualidade da criança e determinar a linha de tratamento a partir disso.
Para a realização deste projeto teremos disponível dois profissionais de Educação Física que aplicarão as atividades voluntariamente, sem gastos materiais para a instituição. 
Os recursos matérias necessários para execução deste trabalho são:
20 folhas de EVA coloridas
2 bolas de handebol iniciante 
1 aparelho de som CD e mp3
1 boné ou chapéu
5 pacotes de balões (com 50un)
20 Cones pequenos coloridos
2 cordas grandes
10 cordas pequenas (individual)
20 bambolês
5 rolos de fita crepe branca
Materiais recicláveis (será pedido ao decorrer das aulas)
Todo material solicitado segue orçamento em anexo para posterior apreciação.
	Materiais
	Quantidade
	Custos(un)
	Custo total
	Folhas de EVA
	20
	R$1,30
	R$26,00
	Bolas de handebol
	2
	R$12,90
	R$25,80
	Aparelho de som
	1
	R$199,00
	R$199,00
	Boné
	1
	R$ 5,00
	R$5,00
	Pacotes de balões
	5
	R$4,80
	R$24,00
	Cones pequenos
	20
	R$3,99
	R$79,80
	Cordas grandes
	2
	R$6,00
	R$12,00
	Cordas individuais
	10
	R$1,99
	R$19,90
	Bambolês
	20
	R$1,99
	R$39,80
	Fita crepe branca
	5
	R$2,50
	R$12,50
	Total do investimento
	
	
	R$443,80
TABELA

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