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“Eu estou absolutamente feliz por estar vivo ainda e ter acompanhado essa marcha da vontade
amorosa de mudar o mundo; marcha dos reprovados; marcha dos que se rebelão; marcha dos que
querem ser e estão proibidos de ser.” 
 As ideologias políticas da Europa refletiam ao redor do globo. O Brasil não era uma exceção.
 
 Um golpe militar derrubou a monarquia e, na instauração da república, foi tocado o hino da
revolução francesa. 
Paulo Freire
 Com dimensões continentais, o Brasil era administrado de forma federativa. Os estados tinham
autonomia em relação ao governo central. Uma dessas autonomias era a política educacional: cada
estado decidia como funcionava seu sistema de ensino.
 Foi só quando Getúlio Vargas fez sua revolução que foram criados os ministérios, que
permitiriam ao governo central expandir seu controle. Um deles foi o Ministério da Educação. 
 
A criação de um órgão centralizador do sistema de ensino nacional traria mudanças profundas na
nossa história.
“Pensem quais são as grandes autoridades, no Brasil, em matéria de educação, antes dessa centralização
burocrática. Você tem as igrejas católicas. Praticamente todo o país, as melhores escolas seguiam métodos
católicos, Montessori, Dom Bosco e assim por diante, e os militares eram as escolas mais técnicas,
geralmente com uma mentalidade positivista.”
“Só que esta mudança não era especificamente para a doutrinação, mas tentava atender demandas
reprimidas que o Estado brasileiro de fato possuía, como, por exemplo, índices muito expressivos de
analfabetos, índices de pobreza, etc.. Com estas ramificações, com essas demandas, nós vamos ter, ao longo
das décadas de 10, 20 e de 30 do século XX, diferentes maneiras de conseguir responder a isso. E eu gosto de
dividir essas maneiras em pelo menos três grandes escolas, três linhas de pensamento: a primeira linha
seria a linha católica.”
Flávio Morgenstern
Thomas Giulliano
 No governo de Getúlio Vargas, há um ressurgimento do catolicismo brasileiro, que agora
buscava espaço também na política. O movimento católico tentava reestabelecer o ensino
religioso no Brasil, apagado desde a monarquia brasileira.
“O segundo ponto de debate e de choque será organizado basicamente pelos comunistas brasileiros, que
também entendiam que o Estado brasileiro tinha que atender as suas demandas.”
Thomas Giulliano
 A doutrina marxista também marcava presença no país. 
 
 Fundado em 1922, o Partido Comunista Brasileiro seguia à risca as diretrizes estabelecidas pela
Internacional Comunista; organizando frentes políticas, militares e culturais que perseguiam a
revolução.
“Vejam que aqui há um paradoxo. Nós temos um marxismo no Brasil que formou-se a partir de um
entendimento do papel do Estado. Ou seja, nós não vamos ter aquela linha clássica de Marx em que o
Estado deve ser superado. Nós vamos ter, no marxismo brasileiro, o entendimento que o Estado deve
operar a política brasileira, tendo em vista que o Brasil não atingiu ainda as condições ideais para a
supressão do Estado. Então os comunistas aqui estarão, que se formaram tendo uma leitura muito precária
de Marx. Ainda que com um certo talento individual, por exemplo, do professor Vicente de Souza, que era
um lógico, latinista, enfim, figuras como, por exemplo, um Graciliano Ramos, um Drummond. Mas este
comunismo brasileiro é um comunismo muito incipiente, ainda com uma visão muito precária inclusive
do próprio stalinismo, do próprio leninismo. Mas nós vamos ter uma outra escola que ganhará força de
uma maneira progressiva. Esta, a chamada Escola nova.”
Thomas Giulliano
 As antigas ideias de Hegel, de uma filosofia com forte presença do Estado, exerceram profunda
influência no mundo todo. 
 
 Um dos casos mais importantes é o do americano John Dewey, fundador da pedagogia da Escola
Nova e entusiasmado leitor de Rousseau, Kant e Hegel.
 Suas propostas baseavam-se numa educação pública, gratuita e laica, que prepara o país para o
mercado de trabalho. Para Dewey, a educação servia para capacitar os alunos com habilidades
técnicas e ensiná-los a viver adequadamente na sociedade.
“O John Dewey era um herdeiro da escola pragmática. Para o pragmatismo, o conhecimento praticamente
não existe. Só existem convenções. Então, qual o sentido de um conceito, por exemplo? O sentido de um
conceito é o sentido em que você vai usar o conceito. Se você define uma bola como isto, assim e assim, não
é porque a bola seja isto, é porque você vai usar a bola desta maneira. Tudo fica condicionado ao uso prático
e imediato. Não há mais... a questão da veracidade não existe mais. Veracidade é apenas prática,
praticidade.”
Olavo de Carvalho
 A pedagogia da Escola Nova foi disseminada no Brasil por um de seus admiradores: 
Anísio Teixeira.
 Influenciados pela filosofia de Dewey, um grupo de educadores brasileiros assina um manifesto
para introduzir a pedagogia da Escola Nova no Brasil.
“Aquele documento que é o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, se você ler o texto, ele mostra
várias tendências ali. Uma tendência muito forte é do Eunício Teixeira. Defendia a ideia de uma educação
pragmática ligada ao trabalho, à educação prática, etc.. Então o “Manifesto dos Pioneiros” junta um pouco
essas ideias. Ele é uma expressão da necessidade de uma educação pública, uma educação basicamente
laica, muito diferente da concepção tradicional da Igreja. A igreja tinha uma ideia muito tradicional.
Tinha que ensinar filosofia, religião, latim. Então, digamos, há um conflito aí muito grande. O Anísio já é
percebido como uma coisa terrível, porque ele era pragmático, ele era americano. Isso era muito contra o
pensamento católico.”
Simon Schwartzman
“Essa Escola Nova se desviou muito do conhecimento do que é uma criança humana completa. É um
movimento meio sentimental de educar. O aprendizado tem que ser lúdico, a criança tem que aprender
brincando. Enfim, é uma visão sentimental da educação que gera crianças muito fracas e se perde a busca
do conhecimento e do estudo. A Escola Nova é mais uma forma disfarçada de manipulação popular
através dos sentimentos. É isso a educação da Escola Nova. Como é que você pode apoiar um movimento
desse, em que você percebe que, justamente através desses movimentos, houve um decréscimo cada vez
maior das escolas e do aprendizado e dos resultados que estão aí para nos dizer o resultado dessa Escola
Nova? Mas eu pergunto: e a matemática, e a história, e a geografia, e o português? ‘Ah, isso aí não é tão
importante mais, agora o importante é o método, não tanto o conteúdo’. E quando o método começa a
privilegiar o conteúdo, acaba a escola. Isso foi o que aconteceu com a Escola Nova.”
João Malheiro
“Então, nós vamos ter essas três linhas: a linha católica, a linha comunista e a linha da Escola Nova. Estas
três linhas protagonizarão, pouco a pouco, com uma ou outra mudança dentro de suas linhas, digamos,
norteadoras, incipientes, as suas premissas intelectuais, todos os debates e discussões sobre o papel do
Estado dentro da educação brasileira. Mas note: todas elas defendiam o papel do Estado.”
Thomas Giulliano
“Eu acho que um contexto importante da criação do Ministério da Educação é um acordo que o governo
Vargas faz com a Igreja Católica no sentido de que a Igreja Católica ia assumir o controle da educação. E,
em troca, ela ia dar o apoio para o governo”.
Simon Schwartzman
“O Getúlio Vargas precisava fazer uma concessão aos católicos. Os católicos eram a imensa maioria do
Brasil e eles poderiam por o governo abaixo, e o que ele mais entendia era de se manter no poder. Era o
forte dele. Então, ele convida um católico, de um movimento intelectual católico, que foi Gustavo
Capanema, para fazer parte do Ministério da Educação.”
Rafael Nogueira
“Capanema é, até hoje, o ministro da Educação mais longevo da nossa história e não há como falar sobre o
Ministério da Educação sem falar de Gustavo Capanema. Capanema, quando assume, encontrou algumas
demandas que eram necessárias.A primeira era de como inserir intelectuais que estavam em oposição ao
período Vargas, dentro da política. Então, Capanema, que vai ter uma amizade de longa data com
Drummond, irá chamar Drummond para trabalhar dentro do então novo Ministério da Educação.
Convidará também Graciliano Ramos para trabalhar, convidará Portinari para trabalhar. Enfim,
comunistas clássicos do Brasil com os seus diferentes trabalhos artísticos. Eles irão conseguir atender essas
demandas desses grupos bem heterogêneos. Por exemplo, o ensino religioso de fato irá voltar. Nós vamos
ter, por exemplo, uma liberdade de ensino que atendia a muitas das demandas dos comunistas. Vamos ter
uma presença de um ensino técnico como, por exemplo, atendia uma das demandas de Anísio Teixeira da
Escola Nova. Ele conseguia ter esse tipo de desenvolvimento. Ele se mantém no Ministério da Educação
até a saída de Getúlio Vargas, nessa primeira transição, até assumir Dutra. Quando o governo JK e, mais na
sequência, o governo Jango se consolidam dentro do aparelho estatal, mudarão apenas os atores, mas o
teatro de fato estará ali devidamente armado. Por exemplo, sairá Pedro Calmon e entrará, posteriori, Darcy
Ribeiro. Entrará, posteriori, Paulo de Tarso, mas o aparelho estatal de fato ali está. E é interessante citar,
por exemplo, Paulo de Tarso, porque Paulo de Tarso desfrutando de um aparelho estatal que o antecede, foi
o ministro da Educação que deu a Paulo Freire a magnitude da experiência de Angicos.”
Thomas Giulliano
 
Ministro da EducaçãoPresidente
“Em primeiro lugar, eu sou Paulo Freire. Eu nasci no Recife, há muito tempo atrás. Nasci numa família
de classe média bem comportada, me sentia muito bem, muito feliz dentro da família, na relação com
meu pai, na relação com minha mãe, com meus irmãos, com meus parentes, afinal. Nasci numa casa
com quintal longo, largo, cheio de frutas, e de fruteiras e de pássaros cantando. Do período de, ou,
melhor, no fim dos anos 20, eu nasci exatamente em 21, a minha família sofre o impacto, como outras,
o impacto da grande depressão econômica de 29 e 30. Essa coisa afetou, mais ou menos, a vida normal
da família nossa”.
Paulo Freire
“Um pouco mais à frente, o pai de Paulo Freire irá morrer e a vida, a alfabetização de Paulo Freire será
marcada por esse luto e por essa dificuldade financeira. Paulo Freire tem méritos. Por exemplo, a maneira
como ele conseguiu alfabetizar-se. Em vários segmentos, ele serve como um exemplo de esforço, de esforço
humano. A maneira como ele entrou na faculdade, a maneira como conseguiu graduar-se na faculdade de
Direito. E, dentro deste itinerário, ele será convidado para ser professor de português. E, a partir desse
convite, ele irá descobrir como exercer a pedagogia, de como lecionar. Mas como Paulo Freire parou em
Angicos? Como, de fato, este homem, que nasceu pobre, um dia foi descoberto por um presidente da
República e vai ter lançado uma iniciativa com tamanho prestígio já ao seu tempo? Paulo Freire, dentro do
SESI, começará a lançar essas teses, essas experiências sobre desenvolvimento pedagógico. Ele vai chamar a
atenção de um deputado federal no Rio Grande do Norte e ele será convidado a desenvolver uma política
de alfabetização de adultos. E, a partir desse desenvolvimento, ele vai para Angicos.”
Thomas Giulliano
“Em Angicos, uma pequena cidade no sertão do Rio Grande do Norte, à beira da antiga estrada
de ferro, começaram uma revolução. É uma revolução de verdade, séria, bem organizada. Sua
primeira fase durou apenas 40 horas. O alvorecer de autêntica reforma de base que está
repercutindo em todo Brasil e que, possivelmente, logo envolverá o país inteiro. Angicos é uma
cidade típica do Rio Grande do Norte onde mais de 75% dos adultos vivem e morrem na
pobreza e no analfabetismo. E, entre os restantes, grande parte só sabe ferrar o nome na hora
de votar, incapaz de ler o que escreveu. A revolução de Angicos foi iniciada para acabar com o
analfabetismo, o problema básico do estado. Para tirar do escuro aquela gente, voluntários
sacrificaram as férias e o conforto de Natal para começar o processo revolucionário da
educação. Vieram ao sertão para ajudar a salvar o Brasil, com honestidade. Colocaram os
alunos e explicam que é possível ler e escrever com apenas 40 horas de aula e sem cartilha.
Integravam-se no grupo, ouviram seus problemas, recolheram o vocabulário básico da região,
instalaram as salas de aula nas casas maiores, trouxeram cadernos, lápis, lampiões e
querosene e também ânimo e a verdadeira esperança.”
Reportagem de televisão
Thomas Giulliano
“E dentro dessa situação, Paulo Freire vai ter alcançado um nível de expressão pública, em 1963 e 1964, que
já o tornara, de fato, um protagonista da política brasileira. Porque, note, o que é interessante é que, na
abertura de Angicos, o governador do Rio Grande do Norte lá estará e, no encerramento da experiência de
Angicos, nós vamos ter todos os governadores do nordeste, mais a presença de João Goulart e também a
presença de Castelo Branco. Castelo Branco, general, próximo presidente do Brasil, ele, de fato, estará
também na experiência de Angicos. Nós temos ali o aparelho estatal já constituído e, início de 1964, em
janeiro, a consolidação do chamado plano de alfabetização, embasado nas teses de Paulo Freire. Castelo
branco viu isso e já atento não só à política nacional de educação do governo Jango, desenvolvido em
janeiro de 64, mas ele já percebeu: aqui nós temos um problema.”
“E eu sou, então, afastado da minha atividade da universidade e sou preso. Afinal de
contas, consigo, consigo não, me aposentam quando eu não tinha nem tempo de serviço,
nem doença, nem queria me aposentar e eu fui aposentado sem consulta nenhuma. A
ditadura considerou, a ditadura militar de 64, e não só considerou, mas disse por escrito,
publicou, que eu era um perigoso subversivo internacional, um inimigo do povo brasileiro
e um inimigo de Deus. Quer dizer, ainda arranjaram essa carga para mim, de ser inimigo
de Deus.”
Paulo Freire
“Há um Paulo Freire que eu tendo a respeitar, tendo a entender melhor. É o Paulo Freire do começo de sua
trajetória. Eu imagino que alguém com o perfil dele, vivendo onde viveu, convivendo com as lideranças
políticas, conviveu num ambiente político e social e econômico do nordeste brasileiro, com a presença de
líderes de esquerda que foram significativos no seu tempo. Então, eu não me surpreendo que alguém com a
formação dele se deixasse seduzir pelo ambiente político na época para tomar um rumo à esquerda.”
Percival Puggina
 Durante o exílio de Paulo Freire, acontecimentos do outro lado do globo tiveram forte
influência sob a sua pedagogia. 
 
 Por milhares de anos, a China viveu um sistema de divisão de castas. Até o ano de 1905, todos
que quisessem ingressar na casta superior deveriam ser aprovados na prova imperial, que
permitia acesso aos cargos públicos.
 
 Foi a partir dessa herança que Mao Tsé-Tung ressignificou a dialética hegeliana, materializada
por Marx e reinterpretada à luz de Lênin. Na sua obra “A Contradição”, Mao afirma que:
 Mao observou que a natureza da revolução é a aceleração da história, que devia ser feita
através da manipulação dos contrários, não apenas do conflito entre burgueses e operários, mas
entre todas as contradições presentes na sociedade. 
 Em posse dessas ideias, Mao Tsé-Tung liderou a revolução comunista da China, estatizando
as fazendas do país e promovendo o trabalho forçado no programa chamado “Grande Salto para
Frente”.
 A estratégia foi abandonada pelo fracasso que resultou na maior crise já alastrada pelo país.
Matando milhões de pessoas de fome, expandindo o hábito de comer insetos e cachorros para
poder sobreviver e enfraquecendo o apoio ao Partido Comunista.
 
 Foi quando Mao deu início à Revolução Cultural Chinesa, alegando precisar limpar os hábitos
que perpetuam a velha cultura da China e não permitem que a revolução prospere.
 
“A revolução culturalchinesa consistia justamente na troca de todo um sistema educativo por outro. E os
agentes iniciais de transformação foram os próprios estudantes. Eles foram incentivados a contestar os
próprios professores, a ridicularizar os professores e fazer com que houvesse essa pressão interna para
transformação do sistema educativo. A ideia era que, daquele sistema tradicional, o sistema chinês
adotasse um sistema moderno, europeu, de caráter marxista.”
Fausto Zamboni
 A ideia era manter o fervor popular, perseguindo professores, intelectuais e dissidências do
partido. As escolas e os professores foram acusados de fazer forte apologia à cultura tradicional e
ocidental. 
 
 Todos os ambientes da sociedade precisavam ser transformados em um campo de reeducação
para que a ideologia pudesse entrar na alma de todos os chineses e ninguém ficasse de fora do
programa do Partido Comunista.
“Mao intensificou o terror da sociedade. Escolheu como seu primeiro instrumento de terror jovens
das escolas e universidades. Em 18 de junho 1969, muitos professores e funcionários da universidade
de Pequim foram arrastados diante da multidão e maltratados; seus rostos foram pintados de preto
e puseram chapéus de burro em suas cabeças. Forçaram-os a ajoelhar, alguns foram espancados e, as
mulheres, sexualmente molestadas. Episódios semelhantes se repetiram em toda a China provocando
uma cascata de suicídios."
Jon Halliday em Mao a história desconhecida Cia das Letras pg
 Esses eventos tiveram uma grande influência mundial. O Partido Comunista Francês chegou a
declarar apoio à Revolução Cultural da China.
 
 A ideia de uma revolução cultural já vinha sendo gestada no movimento comunista desde o
final da década de 20, quando pensadores começaram a observar os rumos da ditadura stalinista
na União Soviética e repensar o marxismo. Grupos de intelectuais discutiam a diminuição dos
argumentos econômicos e a adesão pela reforma daquilo que entendiam como verdadeiro motor
da história: a cultura. 
Com a disseminação da revolução cultural chinesa, essas ideias ganharam exemplos
práticos e entusiasmaram parte da intelectualidade europeia.
 A França vivia a década do pós-guerra e seu presidente sofria duro enfrentamento da oposição
socialista. 
 
Foi em 1968 que a história da educação marxista sofreu seu ponto de inflexão.
 Por volta das nove e meia da noite, mais de vinte mil alunos se reúnem nas ruas de Paris.
 O clima de revolta insufla os ânimos. Barricadas estão erguidas. A polícia ronda os estudantes.
Às 2h15, o conflito começa. Gás lacrimogêneo, coquetéis molotov e pedras voando transformaram
a noite das barricadas em um marco histórico.
 
Estudantes denunciavam o capitalismo e reivindicavam reformas nas universidades. Em pouco
tempo, as pautas cresciam e motivavam protestos cada vez maiores.
Estudantes começam a exigir a renúncia do presidente
e a convocação de eleições gerais. 
Acalorados debates de intelectuais e militantes
começavam a dividir ideologicamente os protestos.
 Em poucos dias, Paris transformou-se em um palco de confronto entre policiais e
manifestantes, paralisando milhões de trabalhadores numa greve sem precedentes.
 
 Um dos símbolos do protesto foi “O Livro Vermelho” de Mao Tsé-Tung. Estudantes
inspiravam-se na revolução cultural chinesa, onde o governo usou massas de jovens como tropa
de choque contra os adversários do regime. 
“Eu era professor em Nanterre em 1968. Eu era professor do Cohn-Bendit, que hoje é deputado
pelos verdes na Alemanha. Ele foi o símbolo, ele e outros lá, daquele negócio. Aquilo me chamou
muito a atenção, porque, de alguma maneira, ali você via uma sociedade que queria mudar e não
era em função do que nós tínhamos aprendido a vida inteira, só da luta de classes como motor da
história. Ali, era uma crise e, ao mesmo tempo, havia também, havia luta sindical e tal, mas era,
ao mesmo tempo, uma crise cultural, existencial. Eu estava vindo do Chile naquela época, onde a
Era Guevara que predominava, guerrilha, anti-imperialismo, a luta de classes. Em Nanterre não
era nada disso. É proibido proibir. O amor é livre. Eram temas existenciais. E, nos desfiles pelas
ruas de Paris, andavam com a bandeira negra. A bandeira negra era a bandeira anarquista, que
nem sabiam o que era. E a internacional socialista, comunista, dizia assim: ‘de pé, os famintos da
terra’. Eles cantavam isso. Nanterre ficava situada na zona rica da França, perto de seizième, que
é um quartier rico de Paris. Então não tinha nada a ver. Mesmo os trabalhadores que fizeram
greve também, na França, não eram os trabalhadores esquálidos da América Latina, eram
gordinhos e, cantavam, de pé, os famélicos da terra. Havia uma certa desconexão.”
Os acontecimentos tornaram-se um marco histórico, amplificando a ideia de que a verdadeira
infraestrutura da sociedade não era os modos de produção, mas a cultura, que seria a nova linha
de frente do movimento socialista.
Fernando Henrique Cardoso
 Desta época não restou apenas a história, mas toda uma nova era das ciências sociais. 
 
 Até hoje, os pensadores envolvidos direta ou indiretamente com o Maio de 68 são autores
prestigiados na Academia, que lideram a produção intelectual das universidades brasileiras e
inauguram uma bibliografia absorvida pelas nossas instituições de ensino. 
“O sinal de sucesso de 68 é invisível, nem o percebemos como 68, é simplesmente parte dos nossos
costumes. A outra coisa é que 68 foi a última grande tentativa de questionar os fundamentos do
nosso modo de vida: seria o sistema capitalista o último horizonte? 68 foi o último momento em
que as pessoas, não apenas alguns dinossauros marxistas sobreviventes, estavam fazendo essa
pergunta.”
Slavoj i ek
“O 68 foi um movimento anárquico de destruição da autoridade, das hierarquias, em nome de um
ideal que parecia muito generoso, que era a igualdade. Tudo deveria ser respeitado, devia
desaparecer qualquer forma de hierarquia que estabelecesse uma superação, uma discriminação,
uma qualificação das culturas ou dos saberes. Mas esse ideal generoso, em que foi traduzido? Foi
traduzido em uma confusão em que é muito difícil você fazer qualquer tipo de classificação ou
avaliação da obra artística, mas também dos sistemas de pensamento e, inclusive, dos valores,
dos valores morais, dos valores cívicos, e isto nos levou à extrema confusão que caracteriza nossa
época.”
Mario Vargas Llosa
“Para começar, o que mais me impressionou sobre esses estudantes nas ruas, foi o
sentimentalismo de sua raiva, era tudo sobre eles mesmos, não era nada objetivo. Ali estavam
baby boomers mimados de classe média que nunca tiveram que lidar com nenhuma dificuldade
real, gritando desesperadamente nas ruas, queimando carros pertencentes a proletários comuns
de quem pretendiam defender de alguma estrutura opressiva imaginária erguida pela burguesia.
A coisa toda era uma ficção completa baseada em ideias antiquadas de Karl Marx; ideias que já
eram excessivas em meados do século XIX. Eles estavam encenando um drama que eles mesmos
escreveram, onde o personagem central eram eles mesmos.”
Roger Scruton
“O sinal de sucesso de 68 é invisível, nem o percebemos como 68, é simplesmente parte dos nossos
costumes. A outra coisa é que 68 foi a última grande tentativa de questionar os fundamentos do
nosso modo de vida: seria o sistema capitalista o último horizonte? 68 foi o último momento em
que as pessoas, não apenas alguns dinossauros marxistas sobreviventes, estavam fazendo essa
pergunta.”
Slavoj i ek
“O 68 foi um movimento anárquico de destruição da autoridade, das hierarquias, em nome de um
ideal que parecia muito generoso, que era a igualdade. Tudo deveria ser respeitado, devia
desaparecer qualquer forma de hierarquia que estabelecesse uma superação, uma discriminação,
uma qualificação das culturas ou dos saberes. Mas esse ideal generoso, em que foi traduzido? Foi
traduzido em uma confusão em que é muito difícil vocêfazer qualquer tipo de classificação ou
avaliação da obra artística, mas também dos sistemas de pensamento e, inclusive, dos valores,
dos valores morais, dos valores cívicos, e isto nos levou à extrema confusão que caracteriza nossa
época.”
Mario Vargas Llosa
“Para começar, o que mais me impressionou sobre esses estudantes nas ruas, foi o
sentimentalismo de sua raiva, era tudo sobre eles mesmos, não era nada objetivo. Ali estavam
baby boomers mimados de classe média que nunca tiveram que lidar com nenhuma dificuldade
real, gritando desesperadamente nas ruas, queimando carros pertencentes a proletários comuns
de quem pretendiam defender de alguma estrutura opressiva imaginária erguida pela burguesia.
A coisa toda era uma ficção completa baseada em ideias antiquadas de Karl Marx; ideias que já
eram excessivas em meados do século XIX. Eles estavam encenando um drama que eles mesmos
escreveram, onde o personagem central eram eles mesmos.”
Roger Scruton
“Na verdade, a primeira vez que eu li Paulo Freire foi num intercâmbio que eu fiz no Japão. E era uma
professora americana, que dava uma matéria de educação, e ela recomendou que a gente lesse o “Pedagogy
of the oppressed” (A pedagogia do oprimido). E era o livro principal da matéria dela sobre educação. Mais
recentemente, pelo meu interesse em educação, eu voltei um pouco a ler Paulo Freire e o que me chocou
dessa vez é que o Paulo Freire é completamente honesto, aberto e explícito acerca da politização da sala de
aula. As pessoas não tem noção do que é, verdadeiramente, a obra de Paulo Freire. O Paulo Freire é um
desses símbolos, um desses intelectuais que acabou virando uma bandeira e as pessoas olham para o Paulo
Freire e imaginam o que elas querem imaginar.” Gustavo Maultasch
“Como ele sempre disse, ele nunca teve a pretensão de ser original. Então, ele consolidava experiências
pedagógicas de diferentes tempos, de diferentes pedagogos. O método Laubach. Nós vamos ter a presença
de Anísio Teixeira dentro de seus ensinamentos. Nós vamos ter uma leitura de Sartre, desses movimentos e
desses intelectuais que conseguiram alcançar alguma espécie de prestígio em nível mundial. E Paulo Freire
será um leitor voraz desses homens e aplicará, ao seu modo, uma leitura de um marxismo um tanto quanto
vulgar. Ele vai substituir o oprimido do processo do trabalho e irá entender o aluno como aquele que está
oprimido dentro do processo de alfabetização.”
Thomas Giulliano
“As pessoas tendem a achar que Paulo Freire é simplesmente uma pessoa generosa, que se importa com os
alunos, que se importa com a autonomia do pensar, que se importa com a conscientização. E tomadas
assim, soltas, ninguém é contra isso. Ninguém é contra a conscientização, ninguém é contra a autonomia
do aluno. Mas quando você vai analisar a obra do Paulo Freire, você vê que ele não fala de uma
conscientização qualquer. Ele não quer realmente uma conscientização do aluno para que o aluno, com
autonomia, possa formar sozinho a sua própria visão de mundo. Ele não quer isso. Para Paulo Freire, a
conscientização, a autonomia do pensar é baseada no que ele chama de pensar certo, que é,
fundamentalmente, uma filosofia anticapitalista, antiliberal e a favor da consciência revolucionária,
como ele mesmo chama. Paulo Freire diz assim na página 58: ‘como poderiam os oprimidos dar início à
violência, se eles são o resultado de uma violência?’. Se você descreve a ordem capitalista como uma ordem
de opressão e de violência, você está, não é nem indiretamente, diretamente, você está dizendo que a
violência contra essa ordem é uma legítima defesa. E na página 233 que, para mim, é uma das frases mais
macabras de Paulo Freire, ele diz assim: ‘a revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la,
seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida.’. Então, a revolução ama a vida, mas, de vez em quando,
você precisa tirar umas vidas. Mas não é qualquer vida, só que proíba a vida. E quem vai dizer? A
revolução.”
Gustavo Maultasch
“Por isso que eu chamo “A pedagogia do oprimido” como minimanual do guerrilheiro educador. É porque
é Marighella falando. Marighella, se fosse escrever sobre educação, não escreveria diferente.”
Percival Puggina
“E aí, ele começa a falar do Che Guevara. Che Guevara  teve de lidar com isso, com pessoas que saíram,
desertaram a guerrilha e foram denunciadas. Ele diz assim, na página 231: ‘algumas vezes, no seu relato, ao
reconhecer a necessidade da punição ao que desertou para manter a coesão e a disciplina do grupo,
reconhece também certas razões explicativas da deserção. Uma delas, diremos nós, talvez a mais
importante, é a ambiguidade do ser do desertor.’ Essa coisa do cara que quer lutar, mas, na verdade, tem a
sombra do opressor dentro de si próprio e aí o cara, na verdade, não sabe o que quer de verdade. Então ele
precisa do Paulo Freire, ele precisa dos educadores, ele precisa da liderança revolucionária que vai dizer o
que ele precisa e para dar o contexto desse episódio aqui, que Paulo Freire se refere a Che, é um episódio
da época da guerrilha, em que havia um soldado do grupo de Che Guevara que fugiu, que desertou, e aí,
duas pessoas, dois soldados foram mandados para tentar recuperar, resgatar ou encontrar esta pessoa. Uma
dessas duas pessoas quis desertar também e comentou com a outra. Essa outra pessoa assassinou essa
pessoa que quis desertar, e aí o Che reúne a tropa para explicar a necessidade de você punir com a morte
as pessoas que desertassem a guerrilha.”
Gustavo Maultasch
“Quando Che Guevara discursou na ONU, ele deixou bem claro que fuzilava e que continuaria fuzilando.”
Thomas Giulliano
“Para Paulo Freire, todavia, Che Guevara foi definido como sinônimo de amor. Isso é muito interessante,
por quê? Ele, com uma formação católica, sabia muito bem, porque não era ignorante nesse aspecto, que
Deus se definiu como amor. Nós vamos encontrar em uma das cartas a João que Deus se define como
amor. Se Che Guevara é sinônimo de amor, logo Che Guevara é sinônimo de Deus para Paulo Freire. E
uma vez que ele era um não marxista à brasileira, um marxista vulgar, nós vamos entender que, para Paulo
Freire, a assimilação do marxismo era justamente nesse tipo de característica. Ou seja, uma característica
messiânica, em que aqueles que atuam na práxis atuam dotados de poderes que os fazem transcender.”
Thomas Giulliano
“Imagina, a pessoa que, de fato, muito machucada pela vida, que trabalhou na construção civil, que
trabalhou numa fazenda, ela chega para uma escola e ele vai usar justamente os termos ligados a profissão
da pessoa para ensinar as palavras. É uma técnica para, depois, ele ficar dizendo o seguinte: ‘você tem um
chefe, você tem alguém interessado, além que está te explorando’ e ele vai ensinando o marxismo de baixo
nível. Eu não sei nem se Paulo Freire leu muito Marx, não.”
Rafael Nogueira
“O que são as palavras geradoras? Exemplo: eu pego a palavra ‘tijolo’ e eu coloco em um quadro: Ti-jo-lo’. E
eu começo um processo de apagar sílabas e letras e vou estimulando que os alunos acessem o que está
faltando, acessem os sons, enfim, é uma maneira particular de trabalhar a escrita com a leitura e com a
memória fotográfica dessas experiências. Só que o método de Paulo Freire não para necessariamente na
apresentação da palavra geradora. A palavra geradora é essencialmente aquilo que parte da realidade do
próprio aluno, mas o método de Paulo Freire deve partir da palavra geradora e acessar a conscientização,
ou seja: ‘tijolo’. Aí você pergunta, enquanto professor: ‘o que você faz com o tijolo?’. Ai o seu aluno, por
exemplo, é pedreiro. E você começa a conversar e, daqui a pouco, você está falando sobre salário, o quanto
ele é explorado. Então, as palavras geradoras servem para atingir um nível de consciência social.”
Thomas Giulliano
“Toda sua ideia é uma tomada de consciência do mundo, por isso que ele fala em pedagogia do oprimido,
quer dizer, você precisa ter aquela klassenbewusstsein, a consciência de classe de que fala o Marx. Se você éum proletário, você não está fazendo a revolução porque você tem a ideologia capitalista. Assim que você
conscientizar todo proletário, vai todo mundo pegar a foice e sair degolando o patrão. A revolução será
inevitável.”
Flávio Morgenstern
“Então dessa maneira, o Paulo Freire constrói essa conexão entre uma atividade que seria meramente
pedagógica, até o exercício político em sala de aula. E eu acho que é inclusive daí, é dessa ponte que ele
constrói, que vem a grande fama e a grande aceitação do Paulo Freire. O Paulo Freire constrói essa estrada
para dar legitimidade à politicagem que o educador progressista já queria fazer antes. Ele cria um álibi, ele
cria um pretexto para você poder falar de política dentro da sala de aula.”
Gustavo Maultasch
“Esta dialética partia de um ponto fundamental: alienação. Este aluno alienado é o aluno que carrega um
hospedeiro, hospedeiro burguês, e cabe ao professor retirar este hospedeiro, dar a consciência para aquele
aluno, independentemente da classe social desse aluno.”
Thomas Giulliano
“O Paulo Freire introduz o conceito de consciência crítica e essa palavra “crítica” vira uma moda. A partir
daí, você vai vendo as pessoas sendo reputadas por inteligentes, gritando, reclamando de problemas
políticos. O Adler diz claramente: ‘a crítica é uma terceira etapa’. A primeira etapa, você tem uma visão
panorâmica, você entende o quadro. A segunda etapa, você analisa, você entende partes constituintes,
detalhe por detalhe. Só numa terceira etapa, você vai criticar. O Paulo Freire vende a ilusão de que basta
você entender que alguém te explora e começar a vociferar isso em público, que você é inteligente. E aí
você vê muita gente ficando critica sem ter entendido.”
Rafael Nogueira
“O que acontece é que Paulo Freire vai ter uma leitura muito particular de Rousseau e, dentro dessa
confusão do “Emílio” de Rousseau, em Paulo Freire, nós teremos, com um pouco mais de Emmanuel
Mounier, com esse neomarxismo vulgar, uma visão que o professor deve ser um facilitador não para uma
aprendizagem do que há de mais alto, mas para obtenção de uma consciência social. Se existe alienação e a
escola deve exercer um papel sine qua non para transformar este alienado em agente da práxis, logo este
aluno deverá agir, na sociedade, seja esta sua família ou ambiente civil, o ambiente público, o ambiente
comum.”
Thomas Giulliano
“‘A revolução cultural toma a sociedade em reconstrução em sua totalidade, nos múltiplos quefazeres dos
homens, como campo de sua ação formadora.’. Você vê, a revolução cultural para reconstruir a sociedade
em sua totalidade. Este é o típico pensamento totalitário.”
Gustavo Maultasch
“Paulo Freire vai ter citado Mao Tsé-Tung na ‘Pedagogia do Oprimido’, quando ele vai ter, ali, manifestado
certo entusiasmo com práticas da revolução cultural chinesa. A conhecida frase de Paulo Freire de que não
há saberes que sejam definidos como errados, é uma frase que, dentro do conjunto intelectual de Paulo
Freire, apresenta uma incoerência. Paulo Freire não respeitava os saberes que ele entendia como burgueses.
Comportamentos, envolvimentos com certos tipos de artistas… Para Paulo Freire, e ele cita nominalmente
Beethoven, Beethoven representa um comportamento burguês. Então, para Paulo Freire, na verdade, há
saberes sim que merecem destaque e outros que merecem correção. Esta é a frase correta. Mas pensemos:
como é que um pedagogo apresenta que tudo vale? Se todo saber é válido, qual o sentido de um professor?
Qual o sentido de você exercer uma pedagogia?”
Thomas Giulliano
“A primeira vez que eu li a carta de despedida de Machado de Assis a Nabuco, eu estava em um trem
lotado, lotado, lotado, lotado e eu comecei a chorar, com o transporte brasileiro, com todos os seus
problemas. A beleza da literatura é essa: faz com que você transcenda. Você não está necessariamente
naquele lugar, você está, naquele momento, no leito de Machado de Assis. Para Paulo Freire, você não deve
encarar a literatura dessa maneira. Você deve encontrar, na literatura, explicações sobre a sua realidade,
ou seja, há um realismo que empobrece a linguagem, a literatura, o imaginário. Então, se você já nasceu
pobre, você já nasce, dependendo do contexto, sem saneamento básico e você tem um pedagogo que
determina que a sua vida deve ser restrita àquilo. Então você nasce com cheiro de esgoto e você vai para
escola e vai refletir sobre o cheiro de esgoto. Você vai ter passado anos sobre o cheiro de esgoto e a sua vida
vai ser pautada apenas sobre o cheiro de esgoto. E veja, eu não defendo uma pedagogia que aliene o aluno,
muito pelo contrário.”
“A educação paulofreiriana não aceita que você diga, por exemplo, que o rapaz que fala ‘framengo’ está
errado. Você não pode, porque você está impondo a sua cultura classista. Isso é a pedagogia do oprimido. O
oprimido é o aluno. Ora, se há um oprimido, tem um opressor. Quem é o opressor? O professor.”
Ricardo da Costa
“Então você não tem meios de você se desaculturar. Você fica preso. Apareceu aquele cretino do Marcos
Bagno dizendo ‘não, você ter uma gramática igual para todos é antidemocrático’. Ah, boa é uma gramática
para cada classe social? Você aprende aquela gramática da sua classe social e fica preso ali o resto da sua
vida, você não consegue falar com o cara da outra classe social. Você cria uma estratificação social
hierárquica invencível e você acha que isso é democrático? Para mim, isso é o contrário da democracia. O
Paulo Freire cria uma estratificação social invencível. Se você nasceu filho de pedreiro, é para você ficar
pedreiro o resto da sua vida. Você se inscreve no partido comunista e continua pedreiro."
Olavo de Carvalho
Thomas Giulliano
 A obra de Paulo Freire foi a inscrição pedagógica que o Brasil teve em um movimento global
chamado pedagogia crítica. Os autores desta linha pedagógica são, até hoje, majoritariamente
presentes nas bibliografias dos cursos universitários.
 
 As intenções da Revolução Cultural Chinesa estavam expressas na pedagogia de Paulo Freire,
que buscava transformar as escolas em um ambiente de consciência revolucionária.
 
“Vou aqui apresentar dois empregos que Paulo Freire teve durante seu momento de exílio, que são seus
grandes empregos. Um deles para o Conselho Mundial de Igrejas e o outro, que ele vai ter trabalhado para
a Unesco. No Conselho Mundial de Igrejas, Paulo Freire teve a oportunidade de percorrer diferentes países.
Ele fez mais de cem viagens disseminando seu pensamento, tendo obras traduzidas, tendo a oportunidade
de utilizar países africanos para aplicar o seu método. Mas note: aqui, nós temos já um ponto que explica,
em alguma medida, o próprio prestígio internacional de Paulo Freire. Porque note, Paulo Freire não foi um
intelectual que foi conhecido por alguém da Academia norte- americana, por exemplo, e a partir dessa
experiência que literária, textual, intelectual, este começou a propagá-lo. Paulo Freire não teve esse
itinerário um pouco mais, digamos, tradicional. Paulo Freire, de uma maneira um tanto quanto arbitrária
pelo próprio Conselho Mundial de Igrejas, começou a viajar vários países com as suas obras traduzidas,
com auditórios preenchidos, com espaços em salas de aula, com uma entrada pela porta da frente em
várias universidades, enfim, Paulo Freire foi alguém que chegou pronto nesses espaços. Não foi alguém que
foi descoberto. Uma vez que Paulo Freire, nesse final de década de 60, década de 70, está se popularizando
dessa maneira, o brasileiro médio recebia tudo isso, todos esses louros, esses títulos, de uma maneira muito
eufórica. Afinal, é um brasileiro sendo reconhecido no mundo. Esse vira-latismo que nos acompanha já há
muito tempo, em diferentes figuras. E como o próprio Nelson Rodrigues mesmo colocou, o brasileiro
buscaria um prêmio Nobel até a nado, porque brasileiro gosta de canudo, gosta de título."
“Todos os professores deveriam pensar sobre isso. Olha, quer sejam freireanos ou não, mas ele tinha um
convite pra ir pra Europa e ele tinha um convitepara ir aos EUA. Ele foi aos EUA, em Harvard e dessa
experiência de um ano numa das duas melhores universidades norte-americanas, ele se refere dizendo que
esteve na toca do bicho. Como pode ser educador uma pessoa que visita uma universidade como Harvard e
diz que esteve na toca do bicho? Como que uma pessoa com esta incapacidade de ver a realidade, de
reconhecer aquilo que é bom, aquilo que produz bom resultado, aquilo que agrega conhecimento e
continua vendo a educação com os mesmos olhos e chama de toca do bicho, como se ali estivesse um fator
de destruição do que, Paulo Freire, do quê?”
Percival Puggina
Thomas Giulliano
Thomas Giulliano
"Enquanto Paulo Freire esteve no exílio, os militares acenturaram o papel do Ministério da Educação que
nasceu em um espaço ditatorial, em uma ditadura muito mais severa que a que o Brasil experienciou com
os militares no poder. Então aquilo que outrora existiu no aparelho estatal de Getúlio Vargas, com a
sucessão do Estado Novo, com a presidência de Dutra e com todos aqueles que vieram na sequência, até
chegarmos, por exemplo, em Figueiredo, nós vamos ter um Brasil ainda mais tentacular, inclusive na
pasta de educação.”
 Com a promessa de espantar as ameaças comunistas do país, os militares seguraram o governo
do Brasil em suas mãos durante vinte e um anos. 
 
Com o total desgaste das Forças Armadas, a esquerda universitária assumiu um protagonismo que
até então não conhecia.
“Ao longo do período militar, ao longo do regime, lentamente, as estruturas educacionais foram sendo
aparelhadas. Não havia concurso público, os professores eram convidados nas universidades e tal. Quando
eu ingressei na universidade, em 81, ainda no que foi chamado de distensão lenta e gradual, eu já tive
professores da Santa Úrsula que faziam uma doutrinação bibliográfica. Por exemplo, eu fui doutrinado na
Universidade a não ler, de modo algum, Gilberto Freyre, porque ele havia defendido a ditadura. O
professor, em sala de aula, ainda no regime militar: ‘não, vocês não o leiam ‘Casa-Grande & Senzala’.”
Ricardo da Costa
“Evidentemente, você tem a repressão. Quer dizer, o decreto 477, que chamava o decreto-lei que criava
muita perseguição em cima de estudantes que podiam ser demitidos dos cursos das universidades,
professores, você tem muitas cassações de professores que são postos para fora da universidade por atos do
governo”.
Simon Schwartzman
“Eu acho que o domínio da esquerda nas universidades se caracterizou de forma mais evidente a partir da
guerra fria que, aqui no Brasil, significou ditadura, que foi a guerra fria no Brasil. Agora, se você for para
trás, se você for para a Europa, por exemplo, e você pensar, antes da Segunda Guerra Mundial, no período
entre as duas guerras, em que você já tem, grosso modo, as ciências humanas já era parceira do projeto
soviético. Inclusive, teve gente como Sartre, Simone de Beauvoir, ficou defendendo a violência soviética
anos e anos, porque, quando veio a guerra fria na Europa, a maior parte dos intelectuais estava do lado da
União Soviética. Então, assim, não foi propriamente a ditadura que inventou o intelectual de esquerda”.
Luiz Felipe Pondé
“Não tiveram a percepção que o ovo da serpente se encontra na educação. O Brasil tem uma longa tradição
de esquerda, desde o início do século com os anarquistas, desde a década de 30 com a expansão do
comunismo, da União Soviética. A história registra espiões enviados ao Brasil para participar da revolução.
Houve a intentona comunista. Mas a coisa se intensificou, de fato, no início da década de 60. A grande
revolução cultural, o ‘é proibido proibir’ de Paris e tal, e, aqui no Brasil, foi decidido, pelas esquerdas, esse
ataque à educação, à cultura.”
Ricardo da Costa
“Enquanto Paulo Freire esteve fora do Brasil, seus textos aqui circularam, ele foi alçado a um
protagonismo ainda maior pelo Conselho Mundial de Igrejas no exterior. Então, censurado no papel, sim.
Todavia, na prática, na realidade, não era o que acontecia. E ficaram tanto tempo no poder com a
justificativa de limpar o brasil em aspas do comunismo e deixaram tudo preparado para os comunistas.”
Thomas Giulliano
"É absolutamente falso dizer que as nossas Forças Armadas libertaram o Brasil do comunismo.
Absolutamente falso.”
Olavo de Carvalho
“E foi exatamente o período de infiltração, onde efetivamente começou a tomada do espaço acadêmico
brasileiro, especialmente nas universidades federais, por intelectuais de esquerda. Muitos que saíram
daqui, por motivos políticos, foram fazer seus cursos na Europa, se especializaram, voltaram e passaram a
ocupar cátedras aqui.”
Percival Puggina
“Ele vai ser popularizado de uma maneira bastante expressiva, como raríssimos intelectuais no Brasil
conseguiram, de fato, ser assim. Ele era intelectual público de muito prestígio, com uma comunicação com
os jovens muito acentuada. Ele tinha uma relação direta/indireta com muitos constitucionalistas da
Constituição de 88. Enfim, Paulo Freire tinha uma leitura política muito bem acabada, que ele desenvolveu
em parceria com homens como José Dirceu, Lula, Frei Betto, Dom Paulo Evaristo Arns. Quando Paulo
Freire volta ao Brasil, Fernando Henrique Cardoso disse: ‘Alguém precisa contratá-lo, alguém precisa’.
Paulo Freire foi contratado pela Unicamp, foi contratado pela PUC, a PUC, quem o contratou? Dom Paulo
Evaristo Arns, que é um dos maiores disseminadores da teologia da libertação no Brasil. E Paulo Freire não
vai mais interpretar a pedagogia brasileira, ele vai envolver-se. E esse envolvimento se acentua com a
fundação do próprio Partido dos Trabalhadores.”
Thomas Giulliano
“Pela primeira vez, eu me senti à vontade dentro de um partido cujo sonho
coincide com os sonhos antigos meus. E eu costumo sempre dizer que eu esperei
um largo tempo de minha vida pelo PT".
Paulo Freire
“Narra a viúva de Paulo Freire que o Lula sempre reconheceu que Paulo Freire é um dos fundadores mais
importantes da história do PT. O que nós vamos ter? 85, processo de redemocratização, o PT já é um
partido de fato consolidado. E com as eleições de 88, nesse limiar 89, Erundina vence em SP e ela convida
Paulo Freire para ser secretário de educação. 
Thomas Giulliano
“Paulo Freire foi secretário de educação da Luiza Erundina. Seu grande e maior legado é coisa de que a
esquerda tem mais vergonha em todo Brasil: a aprovação automática. Quer dizer, mesmo que você não
tenha aprendido nada, você sai da primeira série para a segunda; você sai da segunda e vai pra terceira; 
assim você chega na oitava com conhecimento de primeira série e está sendo aprovado, e sendo aprovado,
e assim por diante.”
Flávio Morgenstern
“E dentro dos alunos mais celebrados de Paulo Freire na execução da secretaria de educação, nós vamos ter
ele alçando Mário Sérgio Cortella, Marta Suplicy, e outros. Marta Suplicy também foi prefeita de São
Paulo.”
Thomas Giulliano
“Bem, Paulo Freire morre em 1997 e, muito importante que se diga que, diferentemente de outros
intelectuais brasileiros, Paulo Freire não se retratou. As posições que tinha politicamente, basicamente as
manteve por inteiro. Nós vamos encontrar em ecos laterais algumas críticas ao stalinismo. Todavia, Paulo
Freire morreu entendendo Che Guevara, por exemplo, como sinônimo de amor. Ele morreu entendendo
que a revolução cultural chinesa foi uma boa tentativa de aplicação pedagógica. E por que eu digo isso?
Principalmente no exemplo de Cuba, porque Paulo Freire tinha uma viagem marcada em 97 para revisitar
Cuba e a impressão que Paulo Freire tinha em 97, segundo seus próprios biógrafos de maior prestígio, por
exemplo, o próprio Sérgio Haddad, Paulo Freire, em 97, entendia Cuba como um país sem desigualdade,
como um país com excelentes índices em educação, enfim”
Thomas Giulliano
“É claro que as experiências feitas pelos países comunistas simultaneamente desmentiam o discurso. O que
eu não entendo é que, passado tanto tempo, esse discurso e essa personagem continue a mobilizar, a
inspirar e se tenha transformado em ummito dentro da educação brasileira, um ser quase uma divindade,
quase intocável. Escrever contra Paulo Freire suscita iras cósmicas.”
Percival Puggina
"Ainda neste tema de que o professor deve trabalhar a conscientização e deve ser o exemplo também dessa
conscientização, Paulo Freire diz o seguinte: ‘Que podem pensar alunos sérios de um professor que, há dois
semestres, falava com quase ardor sobre a necessidade da luta pela autonomia das classes populares e hoje,
dizendo que não mudou, faz o discurso pragmático contra os sonhos e pratica a transferência de saber do
professor para o aluno?!’". 
“A última obra escrita por Paulo Freire ainda em vida foi ‘Pedagogia da autonomia’, que, em um intervalo
de menos de 10 anos, já ultrapassava quase 700 mil cópias vendidas.”
Thomas Giulliano
“Ele diz assim: ‘não posso proibir que os oprimidos com quem trabalho numa favela votem em candidatos
reacionários, mas tenho o dever de adverti-los do erro que cometem, da contradição em que se
emaranham. Votar no político reacionário é ajudar a preservação do status quo. (...)  Sou professor a favor
da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos
ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a
miséria na fartura.’ 
Gustavo Maultasch
Gustavo Maultasch
"Vamos analisar. Primeiro, ele fala assim: ‘que que os alunos podem pensar de um professor que falava com
ardor sobre a necessidade da luta pela autonomia das classes populares?’. Vamos parar aqui. O que o
professor está fazendo em sala de aula, falando sobre a necessidade de luta das classes populares? Esse é o
primeiro ponto. E o segundo ponto é o seguinte: é esse professor dizendo que ‘nada mudou, agora faz o
discurso pragmático contra os sonhos, e pratica a transferência de saber’. Quer dizer, e agora tá ensinando?
Olha a inversão completa. Quer dizer, ele está criticando o professor que resolveu parar de falar de política
e ensinar."
Gustavo Maultasch
 Se você for ler Paulo Freire com atenção, esses pontos dele de conscientização contra a ordem capitalista e
promoção de consciência revolucionária, esses pontos são tão explícitos, são tão abertos que você fica
pensando assim: ‘por que que isso foi dito dessa maneira tão aberta?’. Eu não tenho certeza sobre isso, mas
tenho algumas hipóteses e uma delas é que, até recentemente, no Brasil, você praticamente só tinha um
consenso de esquerda no meio político e cultural. Então, com isso, muito do que o Paulo Freire fala, eu
tenho a impressão de que ele não se via como um ideólogo fanático como ele realmente é. Ele não se via
assim. Ele se via, simplesmente, como o bom senso. Existe a esquerda, que é o bom senso e existe o resto,
que é a ‘malvadez neoliberal’, como ele chama, que são os capitalistas, que são os exploradores.
‘Capitalismo mata as pessoas, o capitalismo é exploração, o capitalismo provoca a miséria na fartura’, como
ele diz. Então, acho que essa é uma hipótese para explicar por que essa, vamos dizer, ideologia tão explícita,
misturada com o que deveria ser uma proposta pedagógica.”
“Ele, em nenhum momento, escondeu o que pensava. Ele não foi algo subjetivo, em que você tinha que
acessar camadas de sua personalidade para entender o que ele de fato pensa sobre as coisas. Não, ele foi
explícito. E note: Fernando Gabeira, Ferreira Gullar e outros arrependeram-se daquilo que defenderam nas
décadas, por exemplo, do período militar, em vários aspectos, e afirmavam que, no período militar, vários
revolucionários de esquerda queriam o que? A ditadura do proletariado. Paulo Freire, diferentemente
desses homens e de outros, em nenhum momento se retratou. Cabe a pergunta: como a “Pedagogia do
oprimido” é lida com tamanha apologia a criminosos, e as pessoas passam por esses textos de uma maneira
tão indiferente? Note, você pode até ter uma visão de que o Estado deve participar da educação, que o MEC
é fundamental, você pode ter uma visão à esquerda, você pode ter uma visão seja o que for. Agora, você
passa impune a um homem que justificava a revolução, que chamava Che Guevara de sinônimo de amor,
que justificou a revolução cultural chinesa, você passa impune por isso? Impune? Coloque-se no lugar de
um desse homens que, de fato, ao longo das décadas, sofreram com esse tipo de tirania. Com essas tiranias.
A própria ideia de discutirmos Paulo Freire, já é em si um problema, porque note, ele defendeu genocidas e
morreu defendendo genocidas. Ele tem uma escultura ao lado da escultura de Mao Tsé-Tung. Qual o
mérito nisso? Você tem uma escultura ao lado de Mao Tsé-Tung! E essa escultura é celebrada por muitos
freireanos. Eu teria vergonha do meu maior intelectual, do meu símbolo pedagógico, ter uma escultura ao
lado de Mao Tsé-Tung, o maior genocida da história da humanidade. O maior genocida da história da
humanidade. Isso é bom de ser dito sempre. E é celebrado como se fosse o maior gênio da pedagogia que o
Brasil foi capaz de produzir e ainda é capaz de produzir, porque ele é tratado de um modo quase
insuperável. Ouse questioná-lo. Que intelectual é esse que você não pode questionar? Que trabalho
intelectual é este que você não pode questionar? Paulo Freire questionava Beethoven, questionava Platão,
mas o seu pensamento não pode ser questionado? Se fossemos um país saudável, reitero isso: Paulo Freire
não seria debatido. Debateríamos o que? Entendimento sobre sistemas pedagógicos, sobre o papel do
Estado na educação, enfim, debates elevados, sobre temas elevados. Ele é debatido porque somos um país
socialmente doente.”
Gustavo Maultasch
Thomas Giulliano
 A ditadura cubana, liderada por Fidel Castro e Che Guevara, foi responsável pela morte de mais
de 300 mil pessoas. Em último lugar em quase todos os índices econômicos e sociais da América,
até hoje os cubanos tem dificuldade de sair do país sem autorização do partido. 
 Suspeita-se que a revolução comunista da China, liderada por Mao Tsé-Tung, seja o maior
genocídio da história da humanidade. Ainda não conhecemos os números exatos, que variam de 40
a 80 milhões de mortos. Campos de trabalho forçado ainda são uma realidade para os chineses. 
 
Admirador confesso dessas duas experiências, Paulo Freire foi declarado patrono da educação
brasileira em 2012.
 Continua...

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