Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Morte Celular Professor: Dr. Marcelo Araujo Morte celular A morte celular, o resultado final da lesão celular progressiva. Existem duas vias principais de morte celular, a necrose e a apoptose. A privação de nutrientes induz uma resposta celular adaptativa chamada autofagia, que pode culminar em morte celular. Visão Geral: Estágios na resposta celular ao estresse e estímulos nocivos Célula normal (homeostasia) Lesão reversível Adaptação Lesão celular Lesão irreversível Apoptose Necrose Estresse Estímulos nocivos Intensa progressiva Leve, transitória Morte celular Principais tipos de morte celular Diferentes em: • Morfologia • Mecanismos • Papéis na fisiologia e na doença Necrose Apoptose Morte celular Morte celular Enquanto a necrose é sempre um processo patológico, a apoptose auxilia muitas funções normais e não é, necessariamente, associada à lesão celular. Morte Celular: Necrose Quando o dano é acentuado, as enzimas lisossômicas extravasam para o citoplasma e digerem a célula, e o conteúdo celular escapa, resultando em necrose. Necrose Extravasamento do conteúdo celular Dano às membranas Extravasamento de enzimas lisossômicas para o citoplasma Digestão enzimática da célula Morte Celular: Necrose Alterações morfológicas da Morte celular • Microscopia óptica Túbulos renais normais Necrose Morte Celular: Necrose Características • Perda da integridade das membranas e • Extravasamento do conteúdo intracelular para o meio extracelular; • Presença de reação inflamatória; Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual • Necrose coagulativa • Necrose gangrenosa • Necrose liquefativa • Necrose caseosa • Necrose gordurosa • Necrose fibrinóide Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual Forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada (textura firme) Necrose de coagulação Infarto no baço. Com preservação dos contornos A área lesada de necrose de coagulação é chamada de INFARTO Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual • Característica de infartos (áreas de necrose isquêmica) em todos os órgãos sólidos, exceto o cérebro. Necrose de coagulação Desnaturação de proteínas estruturais e enzimas Bloqueio da proteólise das células mortas; Os restos celulares são removidos por fagocitose. Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual Necrose gangrenosa Não é um padrão específico de morte celular, mas o termo é usado comumente na prática clínica. Em geral é aplicado a um membro nas extremidade, comumente a perna, que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que sofreu necrose. Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual • Morte por hipóxia de células do SNC • Presente nas infecções bactérianas e fúngicas (raras) Necrose liquefativa Caracterizada pela digestão das células mortas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual Necrose liquefativa (purulenta ou supurativa) Leucócitos Enzimas leucocitárias Digestão de células mortas recrutam Microrganismos O material necrótico é frequentemente amarelo cremoso devido à presença de leucócitos mortos, denominado PUS. Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual • Frequente em focos de infecção tuberculosa. Necrose caseosa Caseoso – semelhante ao queijo- aparência friável esbranquiçada. Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual • Presente na pancreatite aguda. Necrose gordurosa Refere-se a áreas focais de destruição gordurosa. Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, produzindo áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura) Necrose gordurosa Ativação lipases pancreáticas Destruição gordurosa Pâncreas e cavidade peritonial Liquefação das membranas dos adipócitos do peritônio Morte Celular: Necrose Padrões de necrose tecidual • Ocorre em reações imunes que envolvem vasos sanguíneos. Necrose fibrinóide Complexos antígenos/anticorpos depositados nas paredes das artérias. Imunocomplexo + Fibrina = Fibrinóide Morte Celular: Apoptose Não há extravasamento do conteúdo intracelular (ausência de inflamação) Ativação de enzimas Fagocitose Degradação de DNA e proteínas Formação corpos apoptóticos Membrana intacta porém alterada Morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente regulado. Morte Celular: Apoptose Causa de apoptose Fisiológica Patológica Fenômeno normal para eliminar células desnecessárias e manutenção do número de células constante. Eliminar células que foram lesadas de modo irreparável Morte Celular: Apoptose Fisiológica ▪ Estruturas embrionárias ▪ Involução de tecidos hormônios- dependentes sob privação de hormônio ▪ Perda celular em populações celulares proliferativas ▪ Eliminação de linfócitos autorreativos ▪ Morte de células que já cumpriram seu papel Morte Celular: Apoptose Patológica ▪ Lesão no DNA ▪ Ácumulo de proteína mal dobradas ▪ Morte celular em certas infecções Mecanismos da apoptose A apoptose é desencadeada pela ativação de caspases que dependem de um equilíbrio regulado por moléculas pró e antiapoptóticas. Ativação de caspases Via mitocondrial (via intrínseca) Via do receptor de morte (via extrínseca) Mecanismos da apoptose Mecanismos da apoptose Via mitocondrial (via intrínseca) • As mitocôndrias apresentam diversas proteínas capazes de induzir a apoptose como o citocromo c; • Na ausência de fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência ou quando expostas a agentes que lesão o DNA o acumulam proteínas anormalmente dobradas as proteínas da família Bcl-2 são ativadas; • A ativação de Bcl-2 induz a ativação de proteínas pro- apoptóticas (Bax e Bak), induzindo a formação de poros na membrana e consequente liberação de citocromo c. Mecanismos da apoptose Via mitocondrial (via intrínseca) • Citocromo c uma vez fora da mitocôndria une-se a Apaf-1 ativando caspase 9; • A ativação das caspases induz uma cascata de ativação das caspases • Fragmentação nuclear. Via responsável pela maioria dos casos de apoptose Via mitocondrial (via intrínseca) Apaf-1 Caspase 9 Apoptossomo Citocromo c Cascata de ativação das caspases Apoptose Mecanismos da apoptose Via receptor de morte da apoptose (via extrínseca) • Receptores na membrana são capazes de disparar a apoptose • Moléculas da família do TNF (receptoresTNF-I e Fas (CD95) • Linfócitos T apresentam o ligante Fas-L que se liga ao receptor Fas • Ativam a caspase-8 MKT-MDL-02 Versão 00 Via receptor de morte da apoptose (via extrínseca) Caspase 3, 6 Apoptose: Via intrínseca x Via extrínseca Apoptose: Via intrínseca x Via extrínseca Mecanismos da apoptose Fase de Execução da Apoptose As duas vias de iniciação convergem para uma cascata de ativação de caspases que medeiam a fase final da apoptose. A via mitocondrial conduz à ativação da caspase iniciadora-9, e a via do receptor de morte às caspases iniciadoras-8 e 10. Após uma caspase iniciadora ser clivada, o programa de morte enzimática é posto em ação pelas caspases executoras. https://www.youtube.com/watch?v=DR80Huxp4y8 https://www.youtube.com/watch?v=-vmtK-bAC5E Mecanismos da apoptose Remoção das Células Mortas • As células apoptóticas atraem os fagócitos produzindo sinais de “coma-me”; • Essa sinalização é realizada pela molécula de fosfatidilserina. Autofagia A autofagia é um processo no qual a célula digere seu próprio conteúdo (do grego: auto = a si mesmo; fagia = comer). Ela envolve a entrega de materiais citoplasmáticos ao lisossomo para degradação. Classificada em três tipos: Autofagia ▪ Autofagia mediada por chaperonas ▪ Microautofagia ▪ Macroautofagia Autofagia • Autofagia mediada por chaperonas (translocaçãodireta através da membrana lisossomal por proteínas chaperonas). • Microautofagia (invaginação para dentro da membrana lisossomal para a entrega). • Macroautofagia (doravante denominada autofagia), a principal forma de autofagia envolvendo o sequestro e transporte de porções de citoplasma para dentro de um vacúolo autofágico revestido por dupla membrana (autofagossomo). Autofagia Macroautofagia Autofagossomo Autofagia mediada por chaperonas Autofagolisossomo Microautofagia Fagóforo Lisossomos Autofagia Etapas Iniciação, nucleação e alongamento da membrana de isolamento Criação de vacúolos revestidos por dupla membrana (autofagossomos) - degradação Após a fusão das vesículas com lisossomos, os materiais digeridos são liberados para a reciclagem de metabólitos Referências bibliográficas Conteúdo extra Diferença entre as proteínas Bax/Bak e o Poro de transição de permeabilidade mitocondrial
Compartilhar