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Aula 3. Morte Celular

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Morte Celular
Professor: Dr. Marcelo Araujo
Morte celular
A morte celular, o resultado final da lesão celular
progressiva. Existem duas vias principais de morte celular,
a necrose e a apoptose.
A privação de nutrientes induz uma resposta celular
adaptativa chamada autofagia, que pode culminar em
morte celular.
Visão Geral: Estágios na resposta 
celular ao estresse e estímulos 
nocivos
Célula normal 
(homeostasia) Lesão reversível
Adaptação Lesão celular
Lesão irreversível
Apoptose Necrose
Estresse Estímulos nocivos
Intensa
progressiva
Leve,
transitória
Morte celular
Principais tipos de morte celular
Diferentes em:
• Morfologia
• Mecanismos
• Papéis na fisiologia e na doença
Necrose 
Apoptose
Morte celular
Morte celular
Enquanto a necrose é sempre um processo 
patológico, a apoptose auxilia muitas funções 
normais e não é, necessariamente, associada 
à lesão celular.
Morte Celular: Necrose
Quando o dano é acentuado, as enzimas lisossômicas
extravasam para o citoplasma e digerem a célula, e o
conteúdo celular escapa, resultando em necrose.
Necrose
Extravasamento 
do conteúdo 
celular
Dano às 
membranas
Extravasamento de 
enzimas 
lisossômicas para o 
citoplasma 
Digestão 
enzimática da 
célula
Morte Celular: Necrose
Alterações morfológicas da Morte 
celular
• Microscopia óptica
Túbulos renais normais Necrose
Morte Celular: Necrose
Características
• Perda da integridade das membranas e
• Extravasamento do conteúdo intracelular para o
meio extracelular;
• Presença de reação inflamatória;
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
• Necrose coagulativa
• Necrose gangrenosa
• Necrose liquefativa
• Necrose caseosa
• Necrose gordurosa
• Necrose fibrinóide
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
Forma de necrose tecidual na
qual a arquitetura básica dos
tecidos mortos é preservada
(textura firme)
Necrose de coagulação
Infarto no baço. Com preservação
dos contornos
A área lesada de necrose de coagulação é chamada de INFARTO
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
• Característica de infartos (áreas de necrose isquêmica)
em todos os órgãos sólidos, exceto o cérebro.
Necrose de coagulação
Desnaturação de proteínas 
estruturais e enzimas
Bloqueio da proteólise 
das células mortas;
Os restos celulares são removidos por fagocitose.
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
Necrose gangrenosa
Não é um padrão específico de morte celular, mas o termo é usado
comumente na prática clínica.
Em geral é aplicado a um membro 
nas extremidade, comumente a 
perna, que tenha perdido seu 
suprimento sanguíneo e que sofreu 
necrose.
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
• Morte por hipóxia de células
do SNC
• Presente nas infecções
bactérianas e fúngicas
(raras)
Necrose liquefativa
Caracterizada pela digestão das células mortas, resultando na
transformação do tecido em uma massa viscosa líquida.
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
Necrose liquefativa (purulenta ou supurativa)
Leucócitos
Enzimas 
leucocitárias
Digestão de 
células mortas
recrutam
Microrganismos
O material necrótico é frequentemente amarelo 
cremoso devido à presença de leucócitos 
mortos, denominado PUS.
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
• Frequente em focos de
infecção tuberculosa.
Necrose caseosa
Caseoso – semelhante ao queijo- aparência friável
esbranquiçada.
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
• Presente na pancreatite
aguda.
Necrose gordurosa
Refere-se a áreas focais de destruição gordurosa.
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
Os ácidos graxos liberados combinam-se com o
cálcio, produzindo áreas brancas gredosas
macroscopicamente visíveis (saponificação da
gordura)
Necrose gordurosa
Ativação lipases 
pancreáticas
Destruição 
gordurosa
Pâncreas e 
cavidade 
peritonial
Liquefação das 
membranas dos
adipócitos do 
peritônio
Morte Celular: Necrose
Padrões de necrose tecidual
• Ocorre em reações imunes que
envolvem vasos sanguíneos.
Necrose fibrinóide
Complexos antígenos/anticorpos depositados nas
paredes das artérias.
Imunocomplexo + Fibrina = 
Fibrinóide
Morte Celular: Apoptose
Não há extravasamento do conteúdo 
intracelular (ausência de inflamação)
Ativação de 
enzimas
Fagocitose
Degradação de 
DNA e proteínas 
Formação 
corpos 
apoptóticos
Membrana 
intacta 
porém 
alterada
Morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente
regulado.
Morte Celular: Apoptose
Causa de 
apoptose
Fisiológica
Patológica
Fenômeno normal para
eliminar células desnecessárias
e manutenção do número de
células constante.
Eliminar células que foram
lesadas de modo
irreparável
Morte Celular: Apoptose
Fisiológica
▪ Estruturas embrionárias
▪ Involução de tecidos hormônios-
dependentes sob privação de hormônio
▪ Perda celular em populações celulares
proliferativas
▪ Eliminação de linfócitos autorreativos
▪ Morte de células que já cumpriram seu papel
Morte Celular: Apoptose
Patológica
▪ Lesão no DNA
▪ Ácumulo de proteína mal dobradas
▪ Morte celular em certas infecções
Mecanismos da apoptose
A apoptose é desencadeada pela ativação de caspases que
dependem de um equilíbrio regulado por moléculas pró e
antiapoptóticas.
Ativação de caspases
Via mitocondrial
(via intrínseca)
Via do receptor de 
morte (via extrínseca)
Mecanismos da apoptose
Mecanismos da apoptose
Via mitocondrial (via intrínseca)
• As mitocôndrias apresentam diversas proteínas capazes de
induzir a apoptose como o citocromo c;
• Na ausência de fatores de crescimento e outros sinais de
sobrevivência ou quando expostas a agentes que lesão o DNA o
acumulam proteínas anormalmente dobradas as proteínas da
família Bcl-2 são ativadas;
• A ativação de Bcl-2 induz a ativação de proteínas pro-
apoptóticas (Bax e Bak), induzindo a formação de poros na
membrana e consequente liberação de citocromo c.
Mecanismos da apoptose
Via mitocondrial (via intrínseca)
• Citocromo c uma vez fora da mitocôndria une-se a
Apaf-1 ativando caspase 9;
• A ativação das caspases induz uma cascata de
ativação das caspases
• Fragmentação nuclear.
Via responsável pela maioria dos 
casos de apoptose
Via mitocondrial 
(via intrínseca)
Apaf-1
Caspase 9
Apoptossomo
Citocromo c
Cascata de 
ativação das 
caspases
Apoptose
Mecanismos da apoptose
Via receptor de morte da apoptose 
(via extrínseca)
• Receptores na membrana são capazes de disparar a apoptose
• Moléculas da família do TNF (receptoresTNF-I e Fas (CD95)
• Linfócitos T apresentam o ligante Fas-L que se liga ao receptor
Fas
• Ativam a caspase-8
MKT-MDL-02
Versão 00
Via receptor de 
morte da apoptose 
(via extrínseca)
Caspase 3, 6
Apoptose: 
Via intrínseca x Via extrínseca
Apoptose: 
Via intrínseca x Via extrínseca
Mecanismos da apoptose
Fase de Execução da Apoptose 
As duas vias de iniciação convergem para uma cascata de
ativação de caspases que medeiam a fase final da apoptose.
A via mitocondrial conduz à ativação da caspase iniciadora-9, e a
via do receptor de morte às caspases iniciadoras-8 e 10.
Após uma caspase iniciadora ser clivada, o programa de morte
enzimática é posto em ação pelas caspases executoras.
https://www.youtube.com/watch?v=DR80Huxp4y8
https://www.youtube.com/watch?v=-vmtK-bAC5E
Mecanismos da apoptose
Remoção das Células Mortas
• As células apoptóticas atraem os fagócitos produzindo sinais de
“coma-me”;
• Essa sinalização é realizada pela molécula de fosfatidilserina.
Autofagia
A autofagia é um processo no qual a célula digere seu próprio
conteúdo (do grego: auto = a si mesmo; fagia = comer).
Ela envolve a entrega de materiais citoplasmáticos ao lisossomo
para degradação.
Classificada em três tipos:
Autofagia
▪ Autofagia mediada por chaperonas
▪ Microautofagia
▪ Macroautofagia
Autofagia
• Autofagia mediada por chaperonas (translocaçãodireta
através da membrana lisossomal por proteínas chaperonas).
• Microautofagia (invaginação para dentro da membrana
lisossomal para a entrega).
• Macroautofagia (doravante denominada autofagia), a
principal forma de autofagia envolvendo o sequestro e
transporte de porções de citoplasma para dentro de um
vacúolo autofágico revestido por dupla membrana
(autofagossomo).
Autofagia
Macroautofagia
Autofagossomo
Autofagia mediada
por chaperonas
Autofagolisossomo
Microautofagia
Fagóforo
Lisossomos
Autofagia
Etapas
Iniciação, nucleação e alongamento da membrana de isolamento
Criação de vacúolos revestidos por dupla membrana (autofagossomos) -
degradação
Após a fusão das vesículas com lisossomos, os materiais digeridos são
liberados para a reciclagem de metabólitos
Referências bibliográficas
Conteúdo extra
Diferença entre as proteínas Bax/Bak e o Poro de transição de
permeabilidade mitocondrial

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