Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE CURSO DE ODONTOLOGIA PASSO A PASSO DA ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA Marina Roos Trein Aluna do terceiro período do curso de Odontologia e monitora da disciplina de Anatomia e Escultura Dentária Orientação: Pr�a. Andrea B. V. Coelho Pr�a. Rosália M. Barros Pr�a. Tânia T. S. N. Leite SUMÁRIO Incisivo Central Superior....................... 04 Canino Superior......................................... 11 Primeiro Pré-molar Superior............. 19 Primeiro Molar Superior....................... 28 Primeiro Molar Inferior......................... 36 APRESENTAÇÃO Este manual é fruto da iniciativa e dedicação da acadêmica Marina Ross Trein , aluna do terceiro período de Odontologia e monitora da disciplina de Anatomia e Escultura Dental . Com o objetivo de facilitar a compreensão e desenvolvimento técnico dos alunos, ela desenvolveu esse manual , relatando o passo a passo da escultura, tal qual é realizado em nosso laboratório. O resultado é um manual prático, claro e de fácil utilização. A construção dos saberes teóricos e práticos se faz através da interação entre pr�essores e alunos. O processo ensino-aprendizagem é, e deve ser, o resultado da somatória de esforços e perspectivas. Iniciativas como esta devem ser encorajadas e divulgadas. À monitora, nossos parabéns, aos alunos, bem-vindos à Anatomia e Escultura Dental . Andrea Barbosa do Valle Coelho Rosália Moreira Barros Tânia Terezinha Soares Nunes Leite 4 PASSO A PASSO PARA ESCULTURA DO INCISIVO CENTRAL SUPERIOR DIREITO o Passo 1 – Marcar o molde na vestibular. Posicionar o molde na face vestibular, contornando-o com o ponta do instrumental , de modo que o molde fique marcado na cera. o Passo 2 – Marcar o molde na palatina. Posicionar o molde na face palatina e realizar o contorno, o molde deve ser posicionado do lado inverso. Em seguida, una o contorno da vestibular com o da palatina. 5 o Passo 3 – Reco�ar. Com o instrumental Lecron, reco�e a cera, deixando apenas o que estava dentro da área marcada. o Passo 4 – Marcar o molde na mesial e distal . Posicionar o segundo molde na lateral da cera, contornando-o (como no passo 1). Repetir do outro lado, com o molde do lado inverso. 6 o Passo 5 – Reco�ar. Ter cuidado para não afinar demais os reco�es, não são desejados nem co�es muito estreitos, nem muito largos. o Passo 6 – Estreitar a palatina. Com o Lecron inclinado entre a lateral e a palatina, retirar uma quantidade média de cera. Retirar dos dois lados dessa face, de modo que fique mais estreita que a vestibular. P V 7 o Passo 7- Convergir a borda mesial e distal . Utilizando o Holleback, retire pequenas lascas de cera na lateral do dente, principalmente nos terços médio e cervical , de modo que as bordas mesial e distal se inclinem para a cervical . Lembre-se que a borda mesial é mais reta e mais longa que a borda distal , que é mais cu�a e mais curvilínea. Cuidado para não afinar demais o colo do dente . o Passo 8-Ajustar a incisal. Sabemos que a borda incisal do incisivo central possui uma leve inclinação para a distal , devido ao fato da borda mesial D M 8 ser mais alta que a distal . Com o Hollemback, retirar pequenas lascar de cera na incisal , no sentido mesio-distal . o Passo 9-Ajustar ângulo. Com o Hollemback, arredondar o ângulo disto-incisal . Ficar atento para que o ângulo mesio-incisal não fique com uma ponta muito acentuada ou mais arredondado que o disto-incisal . M D Ângulo disto-incisal Ângulo mesio-incisal 9 o Passo 10- Acidentes Anatômicos. Confeccionar a fossa, em forma de “W” na face palatina, passar para produzir uma depressão. Em seguida, fazer dois sulcos de desenvolvimento na face vestibular, produzindo os lobos ou mamelões. o Passo 11-Acabamento e Polimento. Passar a meia na escultura, com finalidade de polimento. Retirar sobras de cera que podem ter ficado na cervical 10 da escultura. Verificar se há alguma pa�e mal acabada. o Passo 12- Identificar as faces e n�ação dentária. 11 PASSO A PASSO PARA ESCULTURA DO CANINO SUPERIOR DIREITO o Passo 1 – Marcar o molde na vestibular. Posicionar o molde na face vestibular, contornando-o com o ponta do instrumental , de modo que o molde fique marcado na cera. o Passo 2 – Marcar o molde na palatina. Posicionar o molde na face palatina e realizar o contorno, o molde deve ser posicionado do lado inverso. Em seguida una o contorno da vestibular com o da palatina. 12 o Passo 3 – Reco�ar. Com o instrumental Lecron, reco�e a cera, deixando apenas o que estava dentro da área marcada. Fazendo uma espécie de “telhadinho” logo após. o Passo 4 – Marcar o molde na mesial e distal . Posicionar o segundo molde na lateral da cera, contornando-o (como no passo 1). Repetir do outro lado, com o molde do lado inverso. 13 o Passo 5 – Reco�ar. Ter cuidado para não afinar demais os reco�es, não são desejados nem co�es muito estreitos, nem muito largos. o Passo 6 – Estreitar a palatina. Com o Lecron inclinado entre a lateral e a palatina, retirar uma quantidade média de cera. Retirar dos dois lados da palatina. 14 o Passo 7 – Confecção das três dimensões da face vestibular. Com o Hollemback, realizar duas inclinações pa�indo do centro da face vestibular. De modo que olhando a escultura da visão incisal , tenhamos essa forma. A inclinação para a distal deve ser levemente mais acentuada. 15 o Passo 8- Convergir a borda mesial e distal . Utilizando o Holleback, retire pequenas lascas de cera na lateral do dente, principalmente nos terços médio e cervical , de modo que as bordas mesial e distal se inclinem para a cervical . Lembre-se que a borda mesial é mais reta e mais longa que a borda distal, que é mais cu�a e mais curvilínea. Cuidado para não afinar demais o colo do dente . o Passo 9-Ajustar a incisal . Sabemos que a borda incisal do canino possui formato lanceolado. No entanto, os segmentos 16 que formam essa “lança” não têm as mesmas características. O segmento distal é mais comprido e mais inclinado, enquanto o mesial e mais cu�o e menos inclinado. Com o Hollemback, retire pequenas lascas da borda incisal , de modo que ela adquira as características citadas. Nesse passo, você já pode aproveitar e deixar o ângulo Disto-incisal mais arredondado. Ao aumentar o segmento distal da borda incisal automaticamente já diminuirá a borda distal . D M Ângulo Disto-incisal Segmento Distal Borda Distal 17 o Passo 10-Ajustar a palatina. Nesse passo, deverá verificar se o cíngulo esta do tamanho adequado, se os ângulos da face palatina estão arredondados e se essa face está da largura correta (menor que a vestibular). o Passo 11- Acidentes Anatômicos. Confeccionar a fossa, em forma de 2 “v” na face palatina e dois sulcos de desenvolvimento na face vestibular. o Passo 12-Acabamento e Polimento Passar a meia na escultura, com finalidade de polimento. Retirar sobras de cera que podem ter ficado na cervical da escultura. Verificar se há alguma pa�e mal acabada. 18 o Passo 12- Identificar as faces e n�ação dentária. 19 PASSO A PASSO PARA ESCULTURA DO PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR DIREITO o Passo 1 – Marcar o molde na vestibular. Posicionar o molde na face vestibular, contornandoele com o ponta do instrumental , de modo que o desenho fique marcado na cera. o Passo 2 – Marcar o molde na palatina. Posicionar o molde na face palatina e realizar o contorno, o molde deve ser posicionado do lado inverso. Em seguida una o contorno da vestibular com o da palatina. 20 o Passo 3 – Reco�ar. Com o Lecron, reco�e a cera, deixando apenas o que estava dentro da área marcada. Fazendo uma espécie de “telhadinho” logo após. o Passo 4 – Marcar o molde na mesial e distal . Posicionar o segundo molde na lateral da cera, contornando- o (como no passo 1). Repetir do outro lado, com o molde do lado inverso. 21 o Passo 5 – Reco�ar. Retirar a cera fora da area demarcada, fique atento para a distância vestíbulo- palatina ficar proporcional e para que a bossa na face palatina fique no terço correto (terço médio). o Passo 6 – Confecção das três dimensões da face vestibular Com auxílio do Hollemback, você já pode fazer as três dimensões da face vestibular. Assim como o canino, o primeiro pré possui uma inclinação levemente mais acentuada para distal . V P 22 o Passo 7 – Estreitar a palatina. Com o lecron inclinado entre a lateral e a palatina, retirar uma quantidade média de cera. Retirar dos dois lados da escultura, de modo de se perceba uma convergência para a palatina. o Passo 8 – Abaixar a palatina. Utilizando o Hollemback, retirar pequenas lascas da pa�e superior (oclusal) da escultura, com intuito de abaixar a face palatina, pois a cúspide palatina e ligeiramento mais baica que a vestibular. Feito isso, V P 23 observada lateralmente, apresentará uma inclinação. .. o Passo 9- Convergir as bordas. Utilizando o Holleback, retire pequenas lascas de cera em toda lateral do escultura, principalmente nos terços médio e cervical . Lembrar que a mesial é mais reta e a distal mais convexa. E cuidado para não afinar demais o colo. M D M D 24 o Passo 10-Ajustar a vestibular. Assim como o canino, o primeiro pré- molar superior também possui formato lanceolado, e na vestibular, sua borda oclusal é formada por dois segmentos da cúspide vestibular, o segmento mesial é menor e menos inclinado, o segmento distal é maior e mais inclinado. Os segmentos da face palatina são imperceptíveis, pois ela é arredondada. M D Segmento Distal Segmento Mesial 25 o Passo 11 – Confecção da oclusal . Fazer um risco, reto e levemente descolocado para a palatina, que corresponde ao sulco central , ele será o guia para fazer a oclusal. Em seguida, com a lateral do Hollemback, retirar pequenas lascas, de modo que formem 2 piramides, que correspondem a cúspide vestibular e palatina. A cúspide vestibular é maior e mais alta que a cúspide palatina. Cuidado para não romper as cristas marginais. V P V P 26 Logo após, fazer as fossetas mesial e distal e prolongar o sulco central , de forma que rompa a crista marginal mesial e irrompa na face mesial . o Passo 12-Acabamento Passar a meia na escultura, com finalidade de polimento. Retirar sobras de cera que podem ter ficado na cervical da escultura. Verificar se há alguma pa�e mal acabada. V P M D Marina R . Trein PASSO A PASSO PARA ESCULTURA DO PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR DIREITO o Passo 1 – Marcar o molde na vestibular. Posicionar o molde na face vestibular, contornando-o com o ponta do instrumental , de modo que o molde fique marcado na cera. o Passo 2 – Marcar o molde na palatina. Posicionar o molde na face palatina e realizar o contorno, o molde deve ser posicionado do lado inverso. Em seguida una o contorno da vestibular com o da palatina. 27 o Passo 3 – Reco�ar. Com o instrumental Lecron, reco�e a cera, deixando apenas o que estava dentro da área marcada. o Passo 4 – Marcar o molde na mesial e distal . Posicionar o segundo molde na lateral da cera, contornando-o (como no passo 1). Repetir do outro lado, com o molde do lado inverso. 28 o Passo 5 – Reco�ar. Ter cuidado para não afinar demais os reco�es, não são desejados nem co�es muito estreitos, nem muito largos. o Passo 6 – Verificar distância predominante . Da vista oclusal , a distância vestibulo- lingual deve ser maior que a mesio-distal . V P V P 29 o Passo 7- Convergir as bordas. Utilizando o Holleback, retire pequenas lascas de cera em toda lateral do escultura, principalmente nos terços médio e cervical . Lembrar que a mesial é mais reta e a distal mais convexa. E cuidado para não afinar demais o colo. o Passo 8 – Ajustar a altura. Retirando lascas da pa�e superior da escultura, com finalidade de ajustar a altura. Deixar a borda mesial mais alta que a distal , e a vestibular ligeiramente mais alta que a palatina. M D 30 o Passo 9 – Estreitar a vestibular. O primeiro molar superior possui a vestibular mais estreita que a palatina. Utilizando o Hollemback, retirar cera das laterais, de modo que a vestibular fique levemente mais estreita. o Passo 10- Dar formato à escultura. Retirar as lascas de cera nos ângulos disto- vestibular e mesio-palatino, de forma que o dente adquira seu formato correto. V P Ângulo Disto- vestibular Ângulo Mésio- palatino 31 o Passo 11- Arredondar. Passar o Hollemback, com delicadeza, nos ângulos da escultura, com objetivo de não deixar ângulos vivos. o Passo 12 – Confecção da oclusal. Iniciar esse passo fazendo uma espécie de canaleta no centro da oclusal . Em seguida, fazer os sulcos dessa face, que irão orientar a formação da oclusal . Um sulco, que divide as cúspides palatinas, vai da face palatina a fosseta distal . O segundo, que divide as cúspides vestibulares, é um sulco em forma V P 32 de “L”, indo da face vestibular à fosseta mesial . Logo após, utilizando a lateral do Hollemback, esculpir as cúspides, espécie de pirâmides. Fique atento para não romper a ponte de esmalte e as cristas marginais. Lembre-se também que a cúspide maior é a mesio-palatina, seguida da mesio-vestibular, depois a disto-vestibular e a menor é a cúspide disto-palatina. P D M V Crista marginal Ponte de esmalte Cúspide MV Cúspide MP Cúspide DP Cúspide DV 33 o Passo 13 – Acidentes anatômicos. Na face vestibular, esculpir a fosseta vestibular, um “V” logo após o sulco. E na face palatina, na cúspide mesio-palatina, esculpir o Tubérculo de Carabelli . o Passo 14-Acabamento Passar a meia na escultura, com finalidade de polimento. Retirar sobras de cera que podem ter ficado na cervical da escultura. Verificar se há alguma pa�e mal acabada. 34 o Passo 15- Identificar as faces e n�ação dentária. 35 36 PASSO A PASSO PARA ESCULTURA DO PRIMEIRO MOLAR INFERIOR DIREITO o Passo 1 – Marcar o molde na vestibular. Posicionar o molde na face vestibular, contornando-o com o ponta do instrumental , de modo que o molde fique marcado na cera. o Passo 2 – Marcar o molde na lingual. Posicionar o molde na face lingual e realizar o contorno, o molde deve ser posicionado do lado inverso. Em seguida una o contorno da vestibular com o da lingual. 37 o Passo 3 – Reco�ar. Com o instrumental Lecron, reco�e a cera, deixando apenas o que estava dentro da área marcada. o Passo 4 – Marcar o molde na mesial e distal . Posicionaro segundo molde na lateral da cera, contornando-o (como no passo 1). Repetir do outro lado, com o molde do lado inverso. 38 o Passo 5 – Reco�ar. Ter cuidado para não afinar demais os reco�es, não são desejados nem co�es muito estreitos, nem muito largos. Atenção para a vestibular, ela se inclina para a lingual . o Passo 6 – Verificar distância predominante . Da vista oclusal , a distância mesio-distal deve ser maior que a vestibulo- lingual . V L D L V M 39 o Passo 7- Convergir as bordas. Utilizando o Hollemback, retire pequenas lascas de cera em toda lateral do escultura, principalmente nos terços médio e cervical . Lembrar que a mesial é mais reta e a distal mais convexa. E cuidado para não afinar demais o colo. o Passo 8 – Ajustar a altura. Retirar lascas da pa�e superior da escultura, para ajustar a altura. Deixar a borda mesial mais alta que a distal , e a vestibular ligeiramente mais baixa que a lingual . D M M D 40 o Passo 9 – Estreitar a lingual e a distal . O primeiro molar inferior possui a lingual mais estreita que a vestibular, assim como a distal mais estreita que a mesial . Utilizando o Hollemback, retirar cera das laterais, de modo que adquira essas características. o Passo 10- Arredondar. Passar o Hollemback, com delicadeza, nos ângulos da escultura, com objetivo de não deixar ângulos vivos. o Passo 11 – Confecção da oclusal . Iniciar esse passo fazendo uma espécie de canaleta no centro da oclusal . M D V L 41 Em seguida, fazer os sulcos dessa face, que irão orientar a formação da oclusal . Primeiramente, temos um sulco central em forma de “W”, sulco esse que divide as cúspides vestibulares das linguais. Temos dois sulcos que dividem as três cúspides vestibulares, esses vem da vestibular e chegam até o sulco central . E um sulco que vai da lingual até o sulco central , esse divide as cúspides linguais. 42 Pa�indo desses sulcos, com auxílio do Hollemback, confeccionar uma cúspide em casa espaço entre os sulcos. Em ordem crescente de tamanho das cúspides temos a Disto- vestibular, a Vestibular-mediana, a Disto- lingual , a Mesio-vestibular e a Mesio-lingual . o Passo 12-Acabamento Passar a meia na escultura, com finalidade de polimento. Retirar sobras de cera que podem ter ficado na cervical da escultura. Verificar se há alguma pa�e mal acabada. Cúspide M-L Cúspide D-L Cúspide M-V Cúspide V-M Cúspide D-V 43 o Passo 13- Identificar as faces e n�ação dentária.