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CRISTALIZAÇÃO Prof. MSc. Rafael Simões Universidade Estácio de Sá “Um cristal é uma configuração muito organizada de átomos, ou de moléculas ou de íons dispostos em redes espaciais tridimensionais”. SUMÁRIO CONCEITOS PRELIMINARES; INTRODUÇÃO; NUCLEAÇÃO; VELOCIDADES DE CRISTALIZAÇÃO; EFEITOS DAS IMPUREZAS; EFEITO DA TEMPERATURA; CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA; CRISTALIZADORES. CONCEITOS PRELIMINARES SOLUTO: substância dissolvida pelo solvente; Ex.: Mistura de água + sal, o sal é o soluto. SOLVENTE: substância que dissolve o soluto; Ex.: No exemplo anterior, água é o solvente. SOLUÇÃO: misturas homogêneas de duas ou mais substâncias, de aspecto uniforme; Ex.: água e sal, água e álcool, água e açúcar, etc. CORPO DE CHÃO, CORPO DE FUNDO OU PRECIPITADO: é a parte de soluto que não se dissolve no solvente e fica no fundo do recipiente; COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE: é a quantidade máxima que pode ser dissolvida de soluto numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura e pressão. Ex.: a 20°C e 1 atm, a quantidade máxima de sal de cozinha (NaCl) que se dissolve em 100 gramas de água é 36 g. Logo, dizemos que o coeficiente de solubilidade do NaCl é: 36g NaCl/100 g de água a 20°C e 1 atm. CONCEITOS PRELIMINARES OBS.: Coeficiente de solubilidade do NaCl é 36 g NaCl/100 g H2O @ 20°C e 1 atm. SOLUÇÕES INSATURADAS OU NÃO SATURADAS: são aquelas em que a quantidade de soluto dissolvido ainda não atingiu o coeficiente de solubilidade. SOLUÇÕES SATURADAS: são aquelas que atingiram exatamente o coeficiente de solubilidade. CONCEITOS PRELIMINARES OBS.: Coeficiente de solubilidade do NaCl é 36 g NaCl/100 g H2O @ 20°C e Patm. SOLUÇÕES SUPERSATURADAS: possuem mais soluto dissolvido do que seria possível em condições normais. O aumento da Temperatura eleva o coeficiente de solubilidade na maioria dos casos. Entretanto, esse tipo de solução é muito instável, agitando-a ou adicionando um pequeno cristal de NaCl, ocorrerá a precipitação dos 14 g de NaCl. CONCEITOS PRELIMINARES CONCEITOS PRELIMINARES INTRODUÇÃO Cristalização é uma operação unitária baseada, simultaneamente, nos mecanismos de transferência de massa, calor e quantidade de movimento. A “driving force” para a cristalização é a existência de supersaturação na mistura líquida, ou seja, a existência de uma concentração de soluto na solução, superior à concentração de saturação (limite de solubilidade). Cristalização é a remoção de um soluto de uma solução saturada, pela formação de um composto sólido, através da perda de solubilidade provocada por um método físico. Na cristalização criam-se as condições termodinâmicas que levam as moléculas a aproximarem-se e a agruparem-se em estruturas altamente organizadas, os Cristais. A cristalização é fortemente afetada pelos seguintes fatores: Grau de supersaturação; Intensidade da agitação; Densidade; Dimensões dos cristais nas vizinhanças Pureza da solução. INTRODUÇÃO As formas de atingir a sobresaturação ou supersaturação num cristalizador, partindo de uma solução saturada do componente a separar, podem ser diversas: Arrefecimento da solução saturada; Evaporação do diluente da solução saturada; Adição de um segundo solvente (anti-solvente) que reduz a solubilidade do soluto (drowning); Prover reação química que leva à precipitação do soluto; Alteração do pH do meio INTRODUÇÃO Em toda a história da indústria química moderna se tem produzido cristais mediante métodos: Mais simples: Arrefecer tabuleiros contendo soluções concentradas quentes. Mais complexos: Processos de cristalização contínuos, cuidadosamente controlados em várias etapas, e que visam obter um produto com partículas de características uniformes: Dimensões; Formas; Teor de umidade; Pureza Obs.: Além da coloração e aroma. INTRODUÇÃO / APLICAÇÕES A cristalização é uma operação muito antiga. Desde a antiguidade que a cristalização do cloreto de sódio a partir da água do mar é conhecida, como também na fabricação de pigmentos. Hoje em dia, a cristalização industrial surge na fabricação de: Sal de cozinha e açúcar; Sulfato de sódio e amônia para produção de fertilizantes; Carbonato de cálcio para as indústrias de papel, cerâmica e plásticos; Ácido bórico e outros compostos para a indústria de inseticidas e farmacêutica; Mineral (óxido de alumínio retirado da bauxita); Metalúrgico (níquel e alumínio); Entre outros processos industriais. INTRODUÇÃO / APLICAÇÕES NUCLEAÇÃO O processo de cristalização é dividido em duas fases: nucleação e crescimento dos cristais. A nucleação envolve a formação de agregados de moléculas que excederam um tamanho crítico e são, portanto, estáveis (Herrera et al., 1998; Timms, 1995). Um núcleo cristalino começa a crescer pela incorporação de outras moléculas, no cristal em crescimento. Estas moléculas provêm da camada de líquido adjacente, que é continuamente preenchida pelo líquido supersaturado que está ao redor do cristal (Hui, 1996; Larsson, 1994; Timms, 1995). Devido a interações atrativas entre os cristais, estes tendem a formar aglomerados. Os cristais muito grandes que podem ser observados durante a cristalização, são normalmente compostos por vários cristais pequenos unidos por ligações fracas (Hui, 1996). A supersaturação da solução é a força motriz da CRISTALIZAÇÃO, que comanda a velocidade de nucleação e de crescimento dos cristais. Quando a supersaturação é ultrapassada , o sistema sólido-líquido atinge o equilíbrio e a cristalização está completa. NUCLEAÇÃO VELOCIDADES DE CRISTALIZAÇÃO Uma vez formado o núcleo, o cristal começa a CRESCER, e entramos na etapa de crescimento do cristal. São vários parâmetros que interferem na velocidade de cristalização e nas características do produto final: Grau de supersaturação; Intensidade da agitação; Temperatura e Pressão; Densidade; Dimensões dos cristais nas vizinhanças; Pureza da solução (ausência ou presença de impurezas). ZONAS DE CRISTALIZAÇÃO CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA • Processo de separação de misturas, onde as substâncias misturadas são sólidas. • Método baseado em diferenças de solubilidade. Se duas ou mais substâncias são dissolvidas em um solvente, elas irão cristalizar na solução precipitando- se a diferentes velocidades. A cristalização pode ser induzida por mudanças na concentração, temperaturas, etc. • Técnica usada para obter substâncias sólidas puras • (como por exemplo, nas salinas para obtenção de sais a partir de água do mar) ou para recuperar produtos comercializáveis ou utilizáveis em outros processos industriais. CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA CRISTALIZADORES Os cristalizadores podem ser classificados pelos meios que conseguem a precipitação, que são: RESFRIAMENTO de uma solução concentrada e quente; Ex.: Resfriadores de tabuleiro, cristalizadores descontínuos com agitação e o cristalizador contínuo Swenson-Walker. EVAPORAÇÃO de uma solução; Ex.: Evaporadores-cristalizadores, cristalizadores com tubo de tiragem e os cristalizadores Oslo. EVAPORAÇÃO ADIABÁTICA E PELO RESFRIAMENTO. Ex.: Cristalizadores a vácuo. CRISTALIZADORES - RESFRIAMENTO CRISTALIZADOR CONTÍNUO Projetado em 1920; Grande calha semicilíndrica; Superfície raspada e agitador helicoidal; Líquido mãe retorna ao processo e os cristais úmidos são centrifugados. A solução quente, concentrada, é introduzida continuamente numa das extremidades do cristalizador e flui lenta mente para a outra extremidade enquanto vai sendo resfriada. A função do agitador é a de raspar os cristais das paredes frias da unidade e agitar os cristais na solução, de modo que a precipitação ocorre principalmente pelo acúmulo de material sobre os cristais formados anteriormente. CRISTALIZADORES - RESFRIAMENTO CRISTALIZADOR DESCONTÍNUO Indicados para processamento de pequeno porte; VANTAGENS: Baixo custo de instalação; Operação simples; DESVANTAGENS: Solubilidade mínima nas superfícies das serpentinas; São dispendiosos em relação à mão de obra; Levam a produto muito irregular. CRISTALIZADORES - EVAPORAÇÃO CRISTALIZADOR OSLO Efetua o controle da distribuição granulométrica dos cristais (DGC), necessário para que o produto final seja de qualidade. O aquecedor externo também pode ser usado com resfriador. VANTAGENS: Baixo custo de instalação; Operação simples; DESVANTAGENS: Solubilidade mínima nas superfícies das serpentinas; São dispendiosos em relação à mão de obra; Levam a produto muito irregular. CRISTALIZADORES – EVAPORAÇÃO ADIABÁTICA E RESFRIAMENTO CRISTALIZADOR À VÁCUO CRISTALIZADORES – EVAPORAÇÃO ADIABÁTICA E RESFRIAMENTO CRISTALIZADOR À VÁCUO COM TUBO DE TIRAGEM E CHICANA SEPARADORA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCÍPIOS DAS OPERAÇÕES UNITÁRIAS, 2ª edição – Foust, Alan S. [et al.] MCCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Unit Operations of Chemical Engineering. 5th Edition. ed. Singapore: McGraw-Hill, Inc., 1993 Geankoplis, G. J. Processamento de transporte e operações unitárias. 3ª ed. 1998
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